Buscar

livro (4)

Prévia do material em texto

Indaial – 2020
em espaços 
Culturais
Profª. Katia Franklin da Silva
Profª. Letícia Francez
1a Edição
ação e mediação 
eduCativa
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Katia Franklin da Silva
Profª. Letícia Francez
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S586a
Silva, Katia Franklin da
 Ação e mediação educativa em espaços culturais. / Katia Franklin da 
Silva; Letícia Francez. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
174 p.; il.
ISBN 978-65-5663-163-9
ISBN Digital 978-65-5663-164-6
1. Cultura. - Brasil. 2. Educação. – Brasil. I. Francez, Letícia. II. 
Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 370
Caro acadêmico! É um prazer estar com você!
Já de antemão explicitamos que as ações de mediação educativa em espaços 
culturais são muito amplas e estão em constante movimento, pois a cultura é um 
fenômeno em construção, pois muitos fatores sociais e econômicos influenciam. Por 
isso, trazemos, nestes textos, resumos e exemplos de espaços possíveis e potentes 
para ações de mediação educativa. 
Trataremos do tema para que você possa, a partir dos conceitos aqui discutidos 
e exemplos dados, construir sua própria experiência e concepção, incluí-las nos 
conteúdos escolares e perceber movimentações culturais a partir de um novo olhar.
Na elaboração deste livro didático, realizamos uma parceria interessante, pois a 
professora Letícia Francez é Arte/Educadora e Mestre em Educação e a professora Katia 
Franklin é Química, Arte/Educadora e Doutora em Educação, no entanto, por termos 
formação em áreas diferentes, pudemos dialogar perpassando por nossas experiências, 
o que proporcionou a elaboração deste livro didático.
Um abraço a todos e bons estudos!
Profª. Katia Franklin da Silva
Profª. Letícia Francez
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a 
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo 
interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse 
as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade 
para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Você lembra dos UNIs?
Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas 
vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico 
como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará 
você a entender melhor o que são essas informações 
adicionais e por que poderá se beneficiar ao fazer a leitura 
dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará 
informações adicionais e outras fontes de conhecimento que 
complementam o assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os 
acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir 
de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual 
– com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a 
leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que 
você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados 
através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo 
continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada 
com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo 
o espaço da página – o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por 
exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto 
de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este 
livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a 
possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, 
tablet ou computador. 
Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo 
layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual 
adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de 
relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os 
materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, 
possa continuar os seus estudos com um material atualizado 
e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - CULTURA VISUAL E ARTE ................................................................................ 1
TÓPICO 1 - CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS ..........................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 CARACTERIZANDO A CULTURA VISUAL ...........................................................................3
2.1 VISÃO E VISUALIDADE ......................................................................................................................... 5
2.2 O CAMPO DA CULTURA VISUAL ........................................................................................................ 6
3 INSTITUIÇÕES CULTURAIS ................................................................................................8
3.1 INSTITUIÇÕES CULTURAIS PÚBLICAS ............................................................................................ 11
3.2 INSTITUIÇÕES CULTURAIS PRIVADAS ...........................................................................................12
3.3 ONG .........................................................................................................................................................12
4 AS POLÍTICAS CULTURAIS............................................................................................... 13
4.1 POLÍTICAS CULTURAIS GLOBAIS ..................................................................................................... 14
4.2 POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL ................................................................................................ 14
4.3 LEIS DE INCENTIVO À CULTURA ..................................................................................................... 15
4.3.1 A Lei de Incentivo à Cultura .................................................................................................... 15
4.3.2 O incentivo fiscal ....................................................................................................................... 16
4.3.3 As leis estaduais ....................................................................................................................... 16
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................18
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 19
TÓPICO 2 - MUSEUS E CURADORIA ................................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21
2 CONCEITO DE MUSEU .......................................................................................................21
2.1 MUSEUS COM ACERVO ......................................................................................................................22
2.2 MUSEUS VIRTUAIS .............................................................................................................................23
2.3 CENTROS INTERATIVOS ....................................................................................................................26
2.4 EXPOSIÇÃO E AÇÃO EDUCATIVA ....................................................................................................28
3 TIPOLOGIAS DE MUSEUS ................................................................................................ 29
4 ÓRGÃOS REGULADORES.................................................................................................. 31
4.1 INTERNACIONAIS ..................................................................................................................................31
4.2 NACIONAIS ............................................................................................................................................31
5 CURADORIA EDUCATIVA ................................................................................................. 32
5.1 O PROFESSOR CURADOR ..................................................................................................................33
RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................37
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 38
TÓPICO 3 - PATRIMÔNIO CULTURAL E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL .................................. 41
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 41
2 CONCEITO DE PATRIMÔNIO CULTURAL .......................................................................... 41
3 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL .............................................................................................. 46
3.1 ABRANGÊNCIA DA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL .............................................................................47
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 50
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................................57
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 58
UNIDADE 2 — MEDIAÇÃO E AÇÃO CULTURAL ....................................................................59
TÓPICO 1 — ESPAÇOS FORMAIS, NÃO FORMAIS E INFORMAIS DE ENSINO .................... 61
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 61
2 CARACTERIZAÇÃO DOS ESPAÇOS DE ENSINO .............................................................. 61
3 ESPAÇOS FORMAIS DE ENSINO ...................................................................................... 62
4 ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE ENSINO ............................................................................. 64
4.1 ESPAÇOS INSTITUCIONALIZADOS ..................................................................................................64
4.2 ESPAÇOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS ........................................................................................69
5 ESPAÇOS INFORMAIS DE ENSINO ................................................................................... 71
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................73
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................74
TÓPICO 2 - AS DIVERSAS DIMENSÕES DA MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO CULTURAL 
 E AÇÃO CULTURAL ...........................................................................................75
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................75
2 CONCEITO DE MEDIAÇÃO ................................................................................................75
3 CARACTERIZANDO A MEDIAÇÃO CULTURAL .................................................................76
4 CARACTERIZANDO A MEDIAÇÃO EDUCATIVA ...............................................................78
5 CARACTERIZANDO A AÇÃO CULTURAL ..........................................................................79
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 82
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 83
TÓPICO 3 - A AÇÃO MEDIADORA COM SUAS ESTRATÉGIAS DE ACESSO 
 E APROXIMAÇÃO ............................................................................................. 85
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 85
2 AÇÕES E ELEMENTOS DA MEDIAÇÃO CULTURAL ......................................................... 85
2.1 MEDIAÇÃO DIALÓGICA .......................................................................................................................87
3 REVELANDO O MEDIADOR .............................................................................................. 89
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 93
TÓPICO 4 - MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE EDUCAÇÃO 
 COMO PROPOSTA DE INCLUSÃO ....................................................................95
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................95
2 EDUCAÇÃO E INCLUSÃO ..................................................................................................95
3 POSSIBILIDADES DE MEDIAÇÃO EDUCATIVA INCLUSIVA ............................................97
3.1 PROPOSIÇÕES ......................................................................................................................................99
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................102
RESUMO DO TÓPICO 4 ...................................................................................................... 104
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................105
UNIDADE 3 — DIFERENTES ESPAÇOS E PROPOSTAS DE ENSINO .................................107
TÓPICO 1 — ARTE CONTEMPORÂNEA: PROVOCAÇÕES E PROPOSIÇÕES PARA 
 AS RELAÇÕES ENTRE ESPAÇOS FORMAIS, NÃO FORMAIS E INFORMAIS 
 DE EDUCAÇÃO ................................................................................................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................109
2 CARACTERIZANDO A ARTE CONTEMPORÂNEA ...........................................................109
2.1 ESPAÇOS DE ARTE CONTEMPORÂNEA .........................................................................................111
2.1.1 Espaços culturais ......................................................................................................................113
2.1.2 Espaços públicos ...................................................................................................................... 117
3 PROVOCAÇÕES EDUCATIVAS DA ARTE CONTEMPORÂNEA .......................................121
3.1 RELAÇÕES ENTRE A ARTE, O ARTISTA E O ESPECTADOR ...................................................... 123
4 PROPOSIÇÕES PARA RELAÇÕES NOS ESPAÇOS FORMAIS, NÃO FORMAIS 
 E INFORMAIS DE EDUCAÇÃO .........................................................................................125
4.1 ESPAÇOS FORMAIS ........................................................................................................................... 126
4.2 ESPAÇOS NÃO FORMAIS ................................................................................................................ 127
4.3 ESPAÇOS INFORMAIS .......................................................................................................................131
4.4 RELAÇÕES ENTRE OS ESPAÇOS EDUCATIVOS .........................................................................131
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................133
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................134
TÓPICO 2 - RELAÇÃO ENTRE MUSEU E EDUCAÇÃO .......................................................135
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................135
2 MUSEU DE ARTE E A EDUCAÇÃO ...................................................................................136
3 MUSEU DE CIÊNCIAS E A EDUCAÇÃO ...........................................................................138
3.1 MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS ................................................................................................... 139
3.2 CENTRO DE CIÊNCIAS ....................................................................................................................140
4 MUSEU DE HISTÓRIA E A EDUCAÇÃO ........................................................................... 141
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................142
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................143
TÓPICO 3 - OS ESPAÇOS NÃO FORMAIS COMO PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO 
 ESTÉTICA ........................................................................................................145
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................145
2 A EXPERIÊNCIA ...............................................................................................................146
2.1 EXPERIÊNCIA NA ARTE .................................................................................................................... 149
3 CONCEITO DE EDUCAÇÃO ESTÉTICA ........................................................................... 151
4 A EDUCAÇÃO ESTÉTICA NOS ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE ENSINO ...........................152
4.1 MEDIAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO ESTÉTICA ................................................................................. 154
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 157
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................162
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................163
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................165
1
UNIDADE 1 - 
CULTURA VISUAL 
E ARTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• relacionar arte e cultura;
• compreender os aspectos característicos da cultura visual nos diferentes tempos e espaços;
• identificar as principais instituições e políticas culturais nacionais e internacionais;
• estabelecer relação entre museus e a construção histórica e entre museus e a escola;
• definir a curadoria educativa.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com 
o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS
TÓPICO 2 – MUSEUS E CURADORIA
TÓPICO 3 – PATRIMÔNIO CULTURAL E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E 
POLÍTICAS CULTURAIS
1 INTRODUÇÃO
Estamos cada vez mais rodeados por diversos tipos de visualidades que per-
meiam nosso cotidiano. Vivemos, portanto, imersos em uma cultura visual, em que as 
imagens e outras experiências visuais ocupam um importante espaço em nosso dia a dia. 
Saber compreender, analisar e interpretar esse mundo imagético torna-se 
essencial, pois ele faz parte da nossa cultura atual. É preciso ainda sabermos identificar 
e nos inteirarmos sobre os espaços que promovem e estimulam o acesso ao campo 
cultural, pois são estes lugares que apresentam e valorizam nossa construção e 
constituição identitária enquanto sociedade.
Seja bem-vindo ao universo da cultura! Neste tópico, você estudará precisamente 
o que se entende por cultura visual e a sua importância na atualidade, além de conhecer 
as principais instituições e políticas culturais nacionais e globais.
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
2 CARACTERIZANDO A CULTURA VISUAL
Você já observou a quantidade de imagens que são apresentadas a todo mo-
mento em nosso cotidiano? Elas estão presentes nas ruas, em muros e painéis, nas re-
des sociais e websites, em livros, jornais e revistas ou, ainda, no cinema, nos comerciais 
e programas de televisão. Quando nos deparamos com uma imagem, seja ela artística 
ou não, de alguma forma iremos nos afetar, pois é através dos nossos sentidos – e, nes-
te caso, a visão – que percebemos o mundo a nossa volta.
A cultura visual parte da ideia de incluir em um único conceito todas essas vi-
sualidades que de algum modo nos influenciam em nosso cotidiano. Ela diz respeito ao 
universo das imagens “que expressam e definem a nossa forma de pensar e viver”, sendo 
que hoje elas vão “além das categorias da história da arte tradicional” e não podem mais 
ser estudadas “com os mesmos conceitos que antes eram utilizados” (DIAS, 2011, p. 50).
4
FIGURA 1 - IMAGENS DO COTIDIANO
FONTE: <https://bit.ly/3izesev>. Acesso em: 21 set. 2019.
Pensar de modo sistemático as imagens e todas as demais cenas visuais que nos 
envolvem diariamente, seja com o intuito de informação ou entretenimento, “pode propor-
cionar-nos uma compreensão crítica de seu papel e de suas funções sociais e das relações 
de poder às quais se vincula, além de sua mera apreciação ou do prazer que proporcionam” 
(HERNÁNDEZ, 2000, p. 135). Desse modo, torna-se fundamental percebermos e sabermos 
interpretar de modo crítico e consciente o campo visual que nos cerca, pois assim poderemos 
compreender de modo mais consciente nosso entorno, inclusive a nós mesmos e ao outro.
Para compreendermos o que é a cultura visual, cabe ressaltar que o conceito 
de cultura está atrelado a “um sistema organizado de significados e símbolos que 
guiam o comportamento humano, permitindo-nos definir o mundo, expressar nossos 
sentimentos e formular juízos” (HERNÁNDEZ, 2000, p. 128). A cultura, portanto, 
corresponde aos nossos hábitos de vida, àquilo que nos circunda, que nos rege, e que 
viabiliza nosso modo de expressão.
Sendo a cultura um tema que permeia muitas áreas do conhecimento, assim 
também a cultura visual é interdisciplinar. Diversos teóricos das Artes Visuais, da História, 
da Arquitetura, da Psicologia, da Antropologia, da Publicidade, do Cinema e do Design 
utilizam este conceito para estudar e compreender o modo como asimagens impactam e 
interferem na vida dos sujeitos. Ao passar por todas estas áreas, a noção de cultura visual 
busca referências em cada uma delas e não possui como foco artefatos, acontecimentos 
ou sujeitos, mas os significados que possuem culturalmente. Assim, o sentido que estas 
visualidades proporcionam importa mais do que o objeto a que correspondem.
A cultura visual pretende estimular um saber mais significativo sobre as 
representações visuais e as experiências culturais que nos envolvem. Ela compreende 
“[...] uma forma de discurso, um espaço que vai além das disciplinas e se constitui num 
5
lugar de investigação sobre diversos aspectos da visualidade”, compondo-se como “[...] 
um campo de estudos sobre a construção do visual tanto nas artes, como na mídia e na 
vida cotidiana” (MAGALHÃES, 2012, p. 42).
Meira (2009, p. 30) explica que “paradoxalmente chegamos a um tipo de civilização 
que desenvolveu como nenhuma outra poderosos instrumentos para a ampliação do 
olhar, para a penetração nos desvãos mais escondidos do corpo e do universo” mas que, 
por outro lado, “desconhece os afetos, os efeitos e as percepções mais recônditos das 
imagens inventadas por nossas almas”. Logo, as imagens representam um importante 
objeto de estudo da cultura visual e discuti-las é algo fundamental nesse aspecto.
Observe as imagens que você visualiza no decorrer de um dia e as escreva 
em um diário. Ao final do dia reflita sobre estas visualidades que você encon-
trou. Quais imagens chamaram mais a sua atenção? Onde estavam? O que 
elas revelam a você?
ESTUDOS FUTUROS
2.1 VISÃO E VISUALIDADE
Se observarmos a importância que os nossos sentidos ocupam em nossa vida e 
as percepções que eles nos provocam, cabe refletirmos sobre aquele que tanto nos ins-
tiga à imaginação e ao pensamento: a visão. Nossa assimilação sobre o mundo aconte-
ce por meio de todas as nossas percepções sensoriais, porém, observamos que a visão 
parece carregar uma posição privilegiada em relação aos outros órgãos dos sentidos.
O olhar carrega um notável espaço nas impressões que fazemos acerca das 
visualidades que aparecem em nosso cotidiano, pois, quando voltamos nossa visão 
para uma imagem, ela de alguma maneira nos afeta, trazendo significados ao nosso 
pensamento e provocando no corpo as mais diversas sensações. Direcionarmos nossa 
atenção para este sentido tão importante implica considerarmos um sujeito capaz de 
deixar-se afetar e sentir a si mesmo e ao mundo a sua volta por meio das visualidades 
que lhe são apresentadas.
O ato de ver compreende explorar, conhecer e aproximar-se das paisagens, 
pessoas e objetos por meio da vista. A visão pode ser entendida não apenas como 
um sentido necessário que nos permite verificar o universo, mas também um meio de 
permitir o desenvolvimento de significados mais profundos sobre aquilo que nos cerca.
6
Visão e visualidade são conceitos distintos, mas que podem se complementar. 
Para Foster (1988), a visão seria a atividade biológica que nos propicia enxergar o mundo, 
enquanto a visualidade trata da condição cultural da experiência visual. Desse modo, “para 
compreendermos os enfoques da Cultura Visual devemos nos dedicar à visualidade, ou 
seja, à dimensão cultural do olhar, dimensão histórica e contextual” (SÉRVIO, 2014, p. 198).
A visão sem os aspectos culturais que a envolve pouco nos informará sobre algo, 
mas a visualidade corresponde a todos os sentidos e significados que estão contidos 
naquilo que enxergamos. O campo da visualidade inclui, portanto, a mediação cultural do 
olhar, a imagem dentro da representação. Assim, a dimensão cultural é o que transforma 
a visão em visualidade (HERNÁNDEZ, 2007).
A cultura visual se revela quando passamos a compreender que a experiência 
visual nos acontece por meio da cultura. Logo, o reconhecimento da intencionalidade 
das formas visuais presentes em uma imagem são um processo importante de leitura 
de mundo. A partir de construções simbólicas é que percebemos as visualidades e 
assim é preciso sabermos compreender as imagens que nos cercam, tomando como 
base não apenas as obras artísticas, mas todas as imagens que são colocadas em 
nosso cotidiano. Saber interpretar e refletir sobre estes objetos é algo que nos auxilia a 
exercitar e aguçar nossas percepções de uma forma mais sensível, crítica e autônoma.
Para Nicholas Mirzoeff, a cultura pós-moderna em que vivemos é eminen-
temente visual. Para aprofundar seus conhecimentos em relação à cultura 
visual você pode consultar o livro An introduction to visual culture (ROUT-
LEDGE, 1999), além do artigo On visuality (Journal of Visual Culture, v. 5, n. 1, 
2006, p. 53-79), no qual ele trata sobre a visualidade.
DICAS
2.2 O CAMPO DA CULTURA VISUAL
O conceito de cultura visual é relativamente recente e está atrelado às mudanças 
ocorridas nas últimas décadas a respeito da compreensão da arte, da cultura, da imagem, 
da história, da educação. Está ainda vinculado ao sentido de mediação, de expressão, valor 
e significado. Nesse caminho, para compreendermos como este campo se originou e qual a 
sua intenção, vamos fazer uma breve revisão de todos os vocábulos que já foram utilizados 
a respeito da arte e seus temas ao longo da história, a partir do que apresenta Dias (2011).
A primeira expressão a ser verificada é o termo Belas-Artes, que surgiu com as 
Academias de Arte durante o Renascimento europeu, a qual originou ainda a distinção 
entre os artistas e artesãos. Neste período, as pinturas e esculturas que eram produzidas 
7
pelos artistas estavam atreladas ao conceito de belo e eram caracterizadas como Artes 
Maiores (ou seja, Belas-Artes), enquanto os artefatos cotidianos produzidos pelos arte-
sãos, como gravuras, tapeçarias e cerâmicas, eram considerados como artes menores.
Mais tarde, no século XX, o termo Artes Plásticas entrou em vigor no Brasil e passou 
a contemplar outras formas de arte, como a arte conceitual, as performances e instalações. 
Logo em seguida, por volta de 1960, nos Estados Unidos e 1990 no Brasil, surgiu o conceito 
de Artes Visuais, o qual estava estritamente associado à visão. Devido ao avanço da tecno-
logia e à massiva produção e utilização das imagens, este vocábulo englobava também ou-
tras áreas da visualidade, como o cinema, as artes digitais, o design e a comunicação visual.
A partir do início do século XXI, disseminou-se então a expressão cultura visual 
para qualificar o universo imagético que engloba nosso cotidiano, afetando a maneira 
como pensamos, agimos, julgamos e nos expressamos. Hoje, a cultura visual é importante 
não apenas como um objeto de estudo das artes visuais mas, como já vimos, ela também 
auxilia no conhecimento de diversas outras áreas, a exemplo da economia, da publicidade 
e das novas tecnologias. Por abranger nossa experiência diária, este campo contribui para 
que outras esferas de estudo possam usufruir de seu entendimento e compreender como 
as visualidades se apresentam e interagem com o modo de vida das pessoas.
FIGURA 2 - TERMINOLOGIA DA ARTE
FONTE: Adaptado de Dias (2011)
Abordar a cultura visual também nos ajuda a verificar como as sociedades do 
passado se organizavam, visto que ela trabalha com a representação da imagem em seu 
contexto social e histórico. Desse modo, ao analisarmos uma obra de arte de séculos 
anteriores, ou a imagem contida em uma publicidade de décadas atrás, poderemos 
compreender quais eram os pensamentos, valores e crenças exercidos naquele período.
Alguns autores consideram ainda que, além das imagens, os estudos em cultura 
visual devem abarcar todas as visualidades que nos permeiam. Para Mitchell (2002), por 
exemplo, este campo inclui a experiência visual como um todo, ou seja, engloba tudo o que 
vemos, apresentamos, exibimos, do mesmo modo como aquilo que omitimos, não mostra-
mos e deixamos de observar. Assim, enquanto para alguns teóricos o estudo da imagem é 
apenas uma parte importante do campo de estudos da cultura visual, outros “dedicam-se 
exclusivamenteàs experiências mediadas por imagens” (SÉRVIO, 2014, p. 205).
8
O fato de que a cultura visual está eminentemente ligada à atualidade, faz com 
que tenhamos que, cada vez mais, dirigir nossa atenção a este campo de estudo. Uma 
das ações voltadas ao estímulo da percepção visual é a educação em cultura visual, a 
qual pode servir como uma ponte entre os sujeitos e as visualidades, para que estes 
reflitam e ampliem sua compreensão sobre as imagens que observam.
Trabalhar a noção de cultura visual nos espaços educativos contribui para que 
cada indivíduo possa construir e interpretar as experiências visuais em seu cotidiano. 
Uma educação voltada à ampliação do olhar, oportuniza novas possibilidade de decodi-
ficação do universo visual de cada indivíduo, para que ele possa visualizar, ressignificar 
e transformar as visualidades que encontra.
Hernández (2007) propõe pensarmos a respeito de como as relações com a 
cultura visual evocam nossa percepção sobre o mundo, sobre nós mesmos e o outro. O 
autor busca trazer estas questões para o contexto educacional a partir da ideia de que 
este campo pode trazer um novo rumo para a educação das artes visuais, visto que 
vivemos hoje em um novo sistema imagético.
Desse modo, não podemos mais ficar atrelados às imagens artísticas ligadas 
apenas à história da arte, pois as visualidades do mundo contemporâneo vão além 
desse repertório. Precisamos pensar uma educação em cultura visual que mobilize e 
estimule significados mais críticos e repletos de sentidos acerca das imagens e de todas 
as experiências visuais que nos acometem.
Para conhecer mais sobre a proposta de Fernando Hernández para uma 
nova narrativa educacional baseada na cultura visual, consulte o livro 
Catadores da cultura visual (MEDIAÇÃO, 2007).
DICAS
3 INSTITUIÇÕES CULTURAIS
Instituição cultural é um elemento em uma cultura que é entendida como impor-
tante, ou tradicionalmente valorizada entre seus membros por seus valores identitários. 
Para reconfigurar uma nova relação entre a cultura e a vida em comunidade as institui-
ções culturais têm um papel importante na promoção de programas educativos, culturais, 
expositivos, que ultrapassam os muros da instituição para chegar a favelas e populações 
distantes. Exemplos de instituições culturais nas sociedades ocidentais modernas são 
museus, escolas e bibliotecas, que reinventam continuadamente as formas de se relacio-
narem com os seus públicos, os novos enfoques de gestão cultural e o trabalho em rede.
9
Um museu é, na definição do International Council of Museums (ICOM, 2001, p. 15), 
"uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desen-
volvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os tes-
temunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade".
• Escolas
FIGURA 3 - MUSEU
FONTE: <viajandoporsantacatarina.wordpress.com>. Acesso em: 22 set. 2019.
FIGURA 4 - ESCOLA
FONTE: <https://www.riachaonet.com.br/portal/tag/uniasselvi/>. Acesso em: 22 set. 2019.
• Museus
10
FIGURA 5 - BIBLIOTECA
FONTE: <https://selecao.nead.com.br/fotos_polo.php?cp=10014>. Acesso em: 22 set. 2019.
Na definição tradicional do termo, é um local em que são guardados livros, do-
cumentos tridimensionais, e demais publicações para o público estudar, ler, e consultar 
tais obras. Desta forma, são espaços de:
• Guarda dos livros e demais publicações em local adequado para preservação e 
demais perigos;
• Conservação, porque o público manuseia constantemente as obras, ou porque os 
documentos ficam sujeitos à umidade ou em situações de vulnerabilidade;
• Organização segundo algumas regras para catalogar e arquivar as obras impressas, 
por meio de classificações como autor, assunto, ou diferente característica de 
importância.
É uma instituição concebida para o ensino de alunos sob a direção de professores. 
A maioria dos países tem sistemas formais de educação, que geralmente são obrigatórios. 
Nestes sistemas, os estudantes progridem através de uma série de níveis escolares e 
sucessivos. Os nomes para esses níveis nas escolas variam por país, mas geralmente 
incluem o ensino fundamental (ensino básico) para crianças e o ensino médio (ensino 
secundário) para os adolescentes que concluíram o fundamental. Uma instituição onde o 
ensino superior é ensinado, é comumente chamada de faculdade ou universidade.
• Bibliotecas
11
FIGURA 6 - CENTRO CULTURAL
FONTE: <https://bit.ly/3iFzAQk>. Acesso em: 22 set. 2019.
Um centro cultural é um espaço arquitetônico destinado à apresentação de 
manifestações culturais das mais diversas modalidades. Um Centro cultural tem como 
principais tarefas estimular a criação artístico-cultural; promover interações entre Arte, 
Ciência e Filosofia; promover o fortalecimento da identidade cultural da comunidade e a 
cidadania cultural da comunidade em geral; desenvolver experiências conjuntas entre as 
diferentes áreas do conhecimento artístico e cultural.
3.1 INSTITUIÇÕES CULTURAIS PÚBLICAS
Podemos compreender como espaços culturais os locais que são destinados, 
de patrimônio público, para que possam ser realizadas atividades inerentes a culturas 
específicas: locais, estaduais, federais ou internacionais.
Nesses locais podemos destacar a atuação de atividades como desenvolvi-
mentos artísticos, teatrais, além de bibliotecas públicas, museus, cinemas, teatros, 
arquivos públicos e centros culturais atendendo aos requisitos legais e relacionados 
às demais formas de arte existentes no mundo; desenvolvendo ações de promoção 
da fruição cultural.
• Centros culturais
12
3.3 ONG
As Organizações não Governamentais (ONGs) são organizações sem fins lu-
crativos, constituídas formalmente e autonomamente, caracterizadas por ações de 
solidariedade no campo das políticas públicas e pelo legítimo exercício de pressões 
políticas em proveito de populações excluídas das condições da cidadania. Todavia, 
isso requer, ainda, um estudo político e sociológico mais profundo, principalmente 
no que diz respeito à regulamentação e representatividade de instituições políticas 
(partidos, agremiações) e sociais (clubes e agremiações sociais), e também às suas 
responsabilidades atuais perante a lei e as determinações constitucionais. Essas or-
ganizações podem complementar o trabalho do Estado, podendo receber financia-
mentos e doações dele, assim como de entidades privadas, para tal fim. Atual-
mente, estudiosos têm defendido o uso da terminologia "organizações da sociedade 
civil" para designar tais instituições.
É importante ressaltar que, no Brasil, o termo "ONG" não tem valor 
jurídico, sendo que a qualificação de OSCIP (ou as antigas "entidades de 
utilidade pública") é o reconhecimento oficial e legal mais próximo do que 
se entende por ONG.
IMPORTANTE
3.2 INSTITUIÇÕES CULTURAIS PRIVADAS
O papel exercido por um centro cultural tanto público como privado é para o 
aprimoramento cultural da população de uma cidade, e o caminho para tal é a inclusão 
social das pessoas na cadeia produtiva da cultura, oferecendo condições para que 
todos – especialmente aqueles excluídos do consumo das artes – tenham acesso à 
inventividade artística das diversas manifestações culturais. As instituições culturais 
privadas geralmente pertencem a segmentos que ancoram economicamente certas 
regiões com, um elenco de atividades comerciais, lúdicas, de circulação de bens 
simbólicos e com poder aglutinador de pessoas.
Outro papel importante é contribuir no processo de maturação profissional da 
classe artística, abrindo oportunidades para a formação do artista bem como de público 
para a arte e proporcionar que os diversos tipos de artista possam apresentar seu 
trabalho de forma digna, em espaços adequados e com possibilidades da construção 
do diálogo entre artista e público.
13
No Brasil, possuímos um mecanismo capaz de atender e financiar boa parte 
dos projetos dessas organizações – o incentivo fiscal. Através da legislaçãovigente, 
pessoas físicas e jurídicas (tributadas pelo lucro real) podem direcionar parte de seu 
imposto de renda devido se utilizando de sete diferentes fundos: Fundo da Infância 
e Adolescência (FIA), Fundo do Idoso, Lei Rouanet ou Lei do Audiovisual, Programa 
Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e Programa Nacional de Apoio à 
Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS).
4 AS POLÍTICAS CULTURAIS
Políticas culturais são formulações e/ou propostas desenvolvidas pela 
administração pública, organizações não governamentais e empresas privadas, com o 
objetivo de promover intervenções na sociedade através da cultura. Por se tratar de 
objeto de estudo recente, o conceito de políticas culturais ainda não alcançou uma 
delimitação consensual entre os teóricos. A complexidade subjacente a esta definição 
descende, inevitavelmente, de outros dois densos e amplos conceitos: Cultura e Política.
Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as 
crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos 
pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de 
uma sociedade da qual é membro: https://bit.ly/39bvPBh.
NOTA
Política é a ciência da governança de um Estado ou Nação e também, 
uma arte de negociação para compatibilizar interesses. O termo 
tem origem no grego politiká, uma derivação de polis que designa 
aquilo que é público e tikós, que se refere ao bem comum de todas as 
pessoas. O significado de política é muito abrangente e está, em geral, 
relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público e ao bem 
dos cidadãos: https://www.significados.com.br/politica/.
NOTA
As discussões suscitadas pelo conceito de políticas culturais estão focadas 
no campo de atuação dessas políticas e nos agentes envolvidos em sua formulação 
e prática. Consideramos importante situar algumas questões a respeito do conceito 
14
Complemente seu conhecimento fazendo a leitura dos livros Política 
Nacional de Museus, em shorturl.at/fhnHK, e Legislação sobre museus, em 
shorturl.at/drBR9.
DICAS
4.1 POLÍTICAS CULTURAIS GLOBAIS
Teixeira Coelho Neto (1997, p. 292) afirma que as iniciativas desses agentes 
visam “promover a produção, a distribuição e o uso da cultura, a preservação e 
divulgação do patrimônio histórico e o ordenamento do aparelho burocrático por elas 
responsável”; considera, ainda, política cultural como uma “ciência da organização 
das estruturas culturais” que tem como objetivo “o estudo dos diferentes modos de 
proposição e agenciamento dessas iniciativas, bem como a compreensão de suas 
significações nos diferentes contextos sociais em que se apresentam”.
A transversalidade do campo cultural, apontado por Rubim (2006), que 
perpassa todas as áreas da vida social, tais como economia, comunicação, direito, 
comportamento, diversidade, política (trans) nacional, exige das políticas culturais 
uma articulação capaz de romper as fronteiras da dimensão sociológica da cultura.
4.2 POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL
No Brasil, as conquistas sociais democráticas durante a luta pela redemocrati-
zação nacional nos anos 1980, foram asseguradas pela Constituição Federal de 1988, 
que consolidou novos espaços de participação social.
de políticas públicas culturais. De acordo com Certeau (2008, p. 195), "qualifica-se 
como política cultural um conjunto mais ou menos coerente de objetivos, de meios 
e de ações que visam à modificação de comportamentos, segundo princípios ou 
critérios explícitos".
Nessa visão podemos pontuar a ação governamental na construção das políticas 
públicas de maneira geral, e mais especificamente no campo cultural.
Nesta perspectiva, podemos afirmar que as diferentes noções de políticas cul-
turais vêm da tradição pós-monárquica europeia onde a cultura e especialmente as 
coleções e os museus tomam um caráter público ao longo do tempo, contribuindo para 
uma reflexão contemporânea sobre o papel das políticas culturais, seus impactos e suas 
motivações como ações culturais.
15
4.3 LEIS DE INCENTIVO À CULTURA
Organismos internacionais como a Unesco recomendam que pelo menos 1% da 
riqueza de um país seja aplicado no setor cultural. O Brasil, apesar de ocupar importante 
posição econômica e querer assumir lideranças políticas, especialmente na América 
Latina, não consegue atentar para a importância do investimento em setores como 
tecnologia, meio ambiente, esporte e cultura. O contingenciamento de verbas para 
pagamento de dívidas ou para equilibrar orçamentos sempre recai sobre essas áreas, 
indispensáveis ao processo de inovação e desenvolvimento socioeconômico.
O fomento à cultura acontece no nível federal, algumas vezes no nível estadual 
e também, municipal. A lei federal é conhecida como a Lei Rouanet – 8313/91 que usa o 
Imposto de Renda que é imposto federal para fomentar a cultura. Nos 21 Estados onde 
existe uma lei de fomento à cultura o imposto que é usado é o ICMS.
No plano cultural, o contexto dos anos 1980-90 foi marcado por dois movimen-
tos divergentes. Por um lado, discutia-se e programavam-se algumas experiências lo-
cais de políticas públicas culturais que visavam à vazão da pluralidade cultural, a ruptura 
com concepções hierarquizantes dos níveis culturais, o direito à cultura enquanto di-
mensão da cidadania e a participação cultural (CALABRE, 2007; RUBIM, 2013; BARROS, 
2013; MATA-MACHADO, 2010a; 2010b). Por outro lado, o avanço neoliberal também foi 
sentido na política cultural. Nesse período, a política cultural nacional se resumiu às leis 
de incentivo e na retração do papel do Estado na cultura, onde “o poder de decisão so-
bre quais atividades [culturais] deveriam ser apoiadas passou a ser de responsabilidade 
das empresas” (RUBIM, 2013, p. 61).
Já os anos 2000 são analisados pela literatura relevante como o início de 
mudanças significativas na política cultural democrática promovida pelo Governo Federal, 
sobretudo no sentido da ampliação da noção de cultura, valorização da diversidade 
cultural e ampliação da participação social na política pública cultural (RUBIM, 2007; 
SIMIS, 2007; CALABRE, 2007; 2010; 2013; RUBIM; BRIZUELA; LEAHY, 2010).
4.3.1 A Lei de Incentivo à Cultura
A Lei de Incentivo à Cultura, amplamente conhecida como Lei Rouanet (Lei nº 
8.313/91), foi criada com a proposta principal de oferecer recursos financeiros a projetos 
artísticos. Por meio dela, profissionais e grupos de diversas áreas da arte têm conseguido 
capital para se desenvolver e realizar filmes, projetos musicais, peças teatrais e todos os 
tipos de manifestações culturais.
16
4.3.3 As leis estaduais
Além da Lei Rouanet, que é federal, diversos estados têm suas próprias leis 
de incentivo fiscal, que podem variar. Elas oferecem, basicamente, abatimento fiscal 
no ICMS, enquanto as que são de âmbito municipal garantem isenção de parte do ISS. 
Além disso, dispensam que as empresas sigam o regime tributário em lucro real.
A seguir, conheça quais são as principais leis estaduais e entenda quais são as 
suas características mais importantes.
ProAC
O Programa de Ação Cultural (ProAC) é a principal lei de incentivo fiscal para 
a cultura de São Paulo. Ela permite que os patrocinadores apoiem projetos realizados 
no estado e, com isso, abatam os valores devidos do ICMS. O total é de até 3% do ICMS 
cobrado, com abatimento de 100% do montante destinado. Uma empresa que paga R$ 
10 milhões de imposto estadual, por exemplo, pode oferecer até R$ 300 mil de incentivo.
No entanto, também há alíquotas menores de teto para o apoio. Para poder 
recorrer a essa lei, o negócio deve ser credenciado pela Secretaria de Fazenda, que 
define um valor-limite para o apoio mensal. O desconto acontece no montante a ser 
pago em cada mês, o que gera um retorno quase imediato.
Lei Municipal de Incentivo à Cultura
Existente na cidade do Rio de Janeiro, a Lei Municipal de Incentivo à Cultura 
oferece incentivo fiscal para empresas da capital carioca. Ela permite que o contribuintedestine até 20% do ISS para projetos culturais aprovados, com abatimento de 100% do 
valor. Se um estabelecimento paga R$ 1 milhão de ISS por mês, ela pode apresentar até 
R$ 200 mil de apoio cultural no período.
4.3.2 O incentivo fiscal
É importante destacar que parte do dinheiro captado para esses projetos 
culturais vem por meio de um mecanismo de incentivo fiscal promovido pelo Governo 
Federal. Essa foi uma forma encontrada para que o setor privado apoiasse a cultura 
no Brasil – e tem feito muita diferença tanto para essas instituições, que se valem de 
benefícios, quanto para os artistas.
A nova Instrução Normativa, aprovada em 2017, trouxe maiores possibilidades 
às empresas, como forma de estimular o patrocínio. Entre elas, está o incentivo para 
que essas instituições realizem ações de marketing promovendo suas marcas durante 
a divulgação dos projetos culturais apoiados.
17
O maior desafio é a burocracia envolvida, já que a empresa tem que se credenciar 
na Secretaria Municipal de Cultura. Também é preciso fazer a destinação de valores pela 
Nota Carioca e o desconto é feito no mesmo mês.
LIC-DF
A Lei de Incentivo à Cultura está entre as mais importantes do país. Os 
proponentes devem ter o Cadastro de Entes e Agentes Culturais para participar, o que 
pode ser uma barreira sem a ajuda de agentes culturais que conheçam a legislação e 
adaptem os projetos nas normativas.
Para saber mais sobre as leis de incentivo à cultura no Brasil, acesse o 
site www.leideincentivoacultura.cultura.gov.br. Para complementar seus 
estudos, confira a dissertação de Maíra Lopes Viana da Costa, sobre a lei de 
incentivo como política cultural, disponível em: shorturl.at/ERS17.
DICAS
18
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A cultura visual diz respeito ao universo das imagens que fazem parte do nosso 
mundo.
• A cultura é um tema que permeia muitas áreas do conhecimento, assim a cultura 
visual é também interdisciplinar.
• O conceito de cultura visual está vinculado ao sentido de mediação, de expressão, 
valor e significado.
• Uma educação voltada à ampliação do olhar, oportuniza possibilidade de 
decodificação do universo visual de cada indivíduo, contribui para que ele possa 
visualizar, ressignificar e transformar as visualidades que encontra.
• Instituição cultural é um elemento em uma cultura que é entendida como importante, 
ou tradicionalmente valorizada entre seus membros por seus valores identitários.
• Exemplos de instituições culturais nas sociedades ocidentais modernas são 
Museus, Escolas e Bibliotecas que reinventam continuadamente as formas de 
se relacionarem com os seus públicos, os novos enfoques de gestão cultural e o 
trabalho em rede.
• Políticas culturais são formulações e/ou propostas desenvolvidas pela administração 
pública, organizações não-governamentais e empresas privadas, com o objetivo de 
promover intervenções na sociedade através da cultura.
• O fomento à cultura acontece no nível federal, algumas vezes no nível estadual e 
também, municipal. A lei federal é conhecida como a Lei Rouanet – 8313/91 que usa 
o Imposto de Renda que é imposto federal para fomentar a cultura.
RESUMO DO TÓPICO 1
19
1 Quais são os traços culturais mais evidentes em sua comunidade? Cite e comente 
três deles.
2 Assinale a alternativa que apresenta instituições culturais:
a) ( ) Museus, Bibliotecas, Escolas, Centros Culturais.
b) ( ) Museus, Praças, Escolas, Centros Culturais.
c) ( ) Museus, Estádios Esportivos, Praças, Monumentos.
d) ( ) Praças, Livrarias, Estádios Esportivos, Bancos.
3 Leia a tirinha a seguir e teça um comentário sobre qual seu entendimento sobre 
cultura visual:
AUTOATIVIDADE
20
21
MUSEUS E CURADORIA
1 INTRODUÇÃO
No mundo contemporâneo, o museu consolidou-se e passou a desempenhar um 
papel fundamental no atual contexto, transformando-se em um dos paradigmas-chave 
das atividades culturais (HUYSSEN, 1997). Todas essas transformações impactaram 
o cenário brasileiro, deste início do século XXI. Neste novo ambiente, as fronteiras do 
museu tornaram-se cada vez mais móveis, rompendo as disciplinaridades, tornando-o 
lugar de preservação e também de integração, inclusão, reflexão e debate.
Segundo Rangel (2010), na contemporaneidade, podemos observar um novo fenô-
meno de ressignificação e apropriação cultural do museu. Não estamos mais discutindo a 
democratização do acesso aos bens culturais presentes nas coleções museológicas ou o di-
reito de acessar o capital cultural acumulado nestas instituições, mas sim a democratização 
do próprio museu, que passa a partir de agora a ser compreendido como uma ferramenta 
ou instrumento de trabalho que pode e deve ser utilizado por diferentes segmentos sociais. 
Ao adotarmos essa perspectiva, estamos afirmando que todo indivíduo e toda comunidade 
têm direito à memória, ou seja, à preservação, à transmissão e à continuidade do significado 
de todas as coisas consideradas relevantes para estes grupos. A memória identifica o grupo, 
conferindo sentido ao seu passado e definindo as suas aspirações para o futuro.
2 CONCEITO DE MUSEU
Um museu é, na definição do International Council of Museums (ICOM, 2001), 
"uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desen-
volvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os tes-
temunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade".
Os museus tiveram origem no hábito humano do colecionismo, que nasceu junto com 
a própria humanidade. Desde a Antiguidade remota, o homem por infinitas razões, coleciona ob-
jetos e lhes atribui valor, seja afetivo, cultural ou simplesmente material, o que justifica a necessi-
dade de sua preservação ao longo do tempo. Milhares de anos atrás já se faziam registros sobre 
instituições vagamente semelhantes ao museu moderno funcionando. Entretanto, somente no 
século XVII se consolidou o museu mais ou menos como atualmente o conhecemos.
Depois de outras mudanças e aperfeiçoamentos, hoje os museus, que já abarcam 
um vasto espectro de campos de interesse, se dirigem para uma crescente profissionali-
zação e qualificação de suas atividades, e se caracterizam pela multiplicidade de tarefas 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
22
e capacidades que lhes atribuem os museólogos e pensadores, deixando de ser passivos 
acúmulos de objetos para assumirem um papel importante na interpretação da cultura e na 
educação do homem, no fortalecimento da cidadania e do respeito à diversidade cultural, e 
no incremento da qualidade de vida. Porém, muitos dos conceitos fundamentais que nor-
teiam os museus contemporâneos ainda estão em debate e precisam de clarificação.
2.1 MUSEUS COM ACERVO
O museu é um estabelecimento de caráter permanente, administrado para 
interesse geral, com a finalidade de conservar um acervo de espécimes ou artefatos, 
estudar a origem da vida, valorizar de diversas maneiras os acervos e o conjunto de 
elementos de valor cultural material ou imaterial. A exemplo: coleções de objetos sonoros 
ou visuais artísticos, monumentos e patrimônios históricos, científicos e técnicos, 
também jardins botânicos, zoológicos e aquários.
FIGURA 7 - MUSEU DE DOCUMENTOS
FONTE: <https://bit.ly/2HYVYYk>.Acesso em: 22 set. 2019.
FIGURA 8 - ACERVO MASP
FONTE: <http://www.procimar.com.br/acervo-em-transformacao/>. Acesso em: 22 set. 2019.
23
FIGURA 9 - Visita em museu virtual
Fonte: Disponível em: <https://bit.ly/3K3zwsL>. Acesso em: 26. out 2020.
Acervo é o conteúdo de uma coleção privada ou pública, podendo ser de caráter 
bibliográfico, artístico, fotográfico, científico, histórico, documental, misto ou qualquer 
outro. Tanto os acervos públicos como os privados podem estar ainda desorganizados, ou 
já institucionalizados e sistematizados em museu ou sob outras formas de organização.
O acervo caracteriza-se por ser um conjunto dos bens dinâmicos, em 
transformação em uma comunidade, e não somente uma coleção. Um conjuntode 
acervo cultural, por exemplo, pode ser de algum documento arquivado, de uma cultura 
que se perdeu no tempo, ou um conjunto de obra ou documento, isto é preservado e 
guardado em um museus. Acervo é uma palavra de origem no latim, acervus que condiz 
com coleção ou conjunto.
2.2 MUSEUS VIRTUAIS
A internet faz parte de nossas vidas e é um agente transformador em várias áreas 
do conhecimento. A Internet revolucionou a forma como as pessoas se comunicam. Os 
museus, como qualquer instituição, estão presentes na rede mundial de computadores. 
A criação de sites de museus proliferou a partir da década de 1990, com o avanço da 
Internet, mas muitos museus ainda nem possuem sites institucionais, ou possuem sites 
cujo único objetivo é disponibilizar informações de contato com a instituição.
Em 1991, realizou-se em Pittsburgh, na Pensilvânia a primeira conferência sobre 
o uso da hipermédia e da interatividade nos museus. Mais conhecida pela sigla ICHIM – 
International Conference on Hypermedia and Interactivity in Museums – esta conferência 
tem se realizado bianualmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa para 
discutir as questões sobre o uso das novas tecnologias nos museus. O objetivo dessas 
conferências é promover o potencial da multimídia interativa nos programas dos museus. 
24
Outras formas de uso da Internet pelos museus são colaborações multi-
institucionais. Nesse caso, a instituição responsável pelo projeto 
convida outras instituições a participarem com conteúdos específicos, 
criando exposições permanentes na Internet. Um exemplo disso é a 
exposição “Museus e Milénio”, promovida pelo Museu da Civilização de 
Québec em 2000. Naquele ano, o Museu da Civilização convidou várias 
instituições museológicas de todo o mundo para criar conteúdos ou expor 
conteúdos dos seus acervos relativos ao século XX. O resultado é uma 
exposição de conteúdos culturais e patrimoniais de vários museus no 
mundo. Nesta exposição colaboraram doze museus de várias partes do 
mundo: França, Estados Unidos, Suíça, Suécia, Eslovénia, Brasil, Canadá, 
Madagáscar, Itália e Alemanha. Este tipo de colaboração, embora mais 
raro, é de fundamental importância, pois permite que os museus usem 
a Internet no seu melhor: criando laços virtuais com outras instituições. 
Infelizmente, a maioria dos museus ainda não viram a potencialidade de 
utilizar a Internet para este tipo de colaboração inter-institucional.
NOTA
Nesse sentido, nos anos seguintes foi constante as reuniões de profissionais dos museus, 
principalmente aqueles ligados às áreas de novas tecnologias, em conferências, asso-
ciações, congressos, criação de conselhos e outras ações pró conectividade em museus.
Em relação às discussões institucionais, o CIDOC – International Committee for 
Documentation, através de um grupo de trabalho específico sobre o uso da Internet, 
produziu durante o encontro na Noruega, em 1995, um documento sobre o uso de 
multimídia nos museus. Em 1996, o documento foi finalizado e traça algumas diretrizes 
sobre a Internet e museus tornando possível abrir mão da exposição tridimensional 
tradicionalmente usada pelos museus como forma de divulgação de seu acervo, criando 
novas perspectivas de apresentação do acervo. Além disso, a Internet possibilita visitas 
virtuais, podendo atrair mais público para a visita ‘real’. Ou seja, além de ser um cartão de 
visitas do museu, a Internet possibilita o acesso ao patrimônio de uma forma mais ampla.
Atualmente um grande número de museus possui sites institucionais para acessibilizar 
ao grande público informações sobre o conteúdo do seu acervo e sobre as atividades culturais 
desenvolvidas em seu espaço. Assim, o uso da Internet como meio de divulgação e comunicação 
possibilitou aos museus uma interação maior com os utilizadores. Além da criação de sites 
com informações sobre o conteúdo de seu acervo, os museus utilizam também dos meios de 
comunicação próprios da Internet: e-mails, boletins etc., para divulgar o trabalho desenvolvido.
Além do uso como uma ferramenta de marketing, a Internet possibilita a montagem de 
redes de conexão entre várias instituições afins e com objetivos convergentes, principalmente 
pela difusão do conhecimento entre os especialistas. Este uso pode ser feito através de listas 
de discussões, fóruns, rede de comunicação, etc., pois a Internet possibilita uma troca de 
experiências entre os profissionais dos museus de forma mais rápida e consistente. Nesse 
sentido, a troca de informações e discussões sobre temas no âmbito da museologia, através 
da criação de redes de informação é uma ferramenta que pode ser usada na Internet.
25
As discussões sobre os museus virtuais estão em constante construção e é fá-
cil confundirmo-nos com as outras denominações, tais como: museu eletrônico, museu 
digital, museu online, museu hipermídia, metamuseu, museu cibernético, cibermuseu e 
museu no ciberespaço. Por se tratar de uma temática contemporânea na museologia, 
não há um consenso em relação ao que é considerado museu virtual e o que seria ape-
nas um site de museu. A maioria dos autores que trabalha com a questão aponta para 
uma definição ligada à virtualização dos objetos e sua apresentação online, sem uma 
discussão mais profunda sobre os aspectos teóricos deste tipo de abordagem.
A internet permitiu a possibilidade da emergência de uma outra cultura, pois 
o virtual alargou o campo da expografia, bem como o processo de sentir – experiência 
estética, as formas de exposição – acervos físicos e virtuais apoiando-se e o virtual 
como elemento que propõe uma nova forma de ver e estar no mundo.
Nesse sentido, o museu virtual não é a reprodução de um museu físico, mas 
um museu completamente novo, criado para traduzir as ações museológicas no espaço 
virtual. O museu virtual é uma espécie de um museu imaginário porque ao mesmo tempo 
que trabalha com a reprodução, prioriza o uso da imagem como referência patrimonial.
Em relação ao conceito do museu virtual é preciso esclarecer que o museu vir-
tual pode ter duas configurações: vertentes virtuais de determinado museu físico, ou 
seja, podem ser uma outra dimensão do museu físico ou museus essencialmente vir-
tuais. Nesse caso, a existência de um museu virtual não pressupõe a existência de um 
museu físico como exemplo o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro.
Conheça o Museu do Amanhã pesquisando no site: https://bit.ly/31SL8xx.
DICAS
FIGURA 10 - EXTERIOR DO MUSEU DO AMANHÃ
FONTE: <https://museudoamanha.org.br/>. Acesso em: 22 set. 2019.
26
FIGURA 11 - INTERIOR DO MUSEU DO AMANHÃ
FONTE: <https://museudoamanha.org.br/>. Acesso em: 22 set. 2019.
FIGURA 12 - USO DE TECNOLOGIAS NOS ESPAÇOS MUSEOLÓGICOS
FONTE: <triscele.com.br>. Acesso em: 22 set. 2019.
2.3 CENTROS INTERATIVOS
O museu interativo tem se transformado em espaços fundamentais para a apreciação 
e valorização do patrimônio material e imaterial. A tecnologia reinventou nosso modo de viver e 
nos permite simular os fenômenos naturais de forma que o sujeito participe, por meio de enge-
nhocas, maquinário, robótica, instrumentos etc. Os museus precisaram se reinventar, deixando 
de ser um espaço somente de guarda de objetos para também serem espaços mediadores 
do conhecimento. O museu interativo tem a capacidade de criar experiências memoráveis, sig-
nificativas a altamente contextualizadas, mas é pelo apelo estimulante das sensibilidades.
É importante diferenciar experimento de experiência. Experimento é uma sequên-
cia de passos protocolados para realização de um fenômeno, também pode ser uma sequ-
ência de experimentalidades, ou seja, tentativas de chegar a um fenômeno ou a um objeto. 
Quanto à experiência, entendemos que é o que nos acontece quando somos afetados por 
algo, é um estado interno de suspensão onde nossos sentimentos e pensamentos estão 
a acontecer juntos, é um estado de ânimo que nos abarca e pode desencadear prazer ou 
desprazer quanto o que reverbera do fenômeno ou do objeto e é por nós significado.27
FIGURA 13 - USO DE EQUIPAMENTOS PARA MANIPULAÇÃO
FONTE: <http://www.cataventocultural.org.br>. Acesso em: 22 set. 2019.
A maioria das instituições buscou novas formas de trabalhar o museu, tornando-o 
mais atrativo. Os museus interativos são tecnológicos e despertam o interesse e a 
curiosidade dos que o visitam pelas possibilidades ofertadas de participar.
A interatividade nos museus é uma tendência mundial. No Brasil as exposições com 
interatividade estão se tornando cada vez mais frequentes. O museu interativo seduz os 
usuários e oferecem condições de novas abordagens para os conteúdos que o museu quer 
transmitir. O uso das tecnologias no museu, trata-se portanto, de uma maior interatividade 
com o público. Isso permite maior acesso às informações, bem como a sua democratização.
Qr Code: Tecnologia aplicada em exposições museológicas
Eles apareceram no mundo praticamente de uma hora para a outra. 
Quase que sorrateiramente os QR Codes surgiram em vários lugares, 
desde embalagens de produtos até etiquetas espalhadas pelas 
grandes cidades. Nesse espaço também desponta o museu interativo 
com suas exposições. O QR Code é um código de barras em 2D que 
pode ser escaneado pelos celulares. Após decodificado, passa a ser 
um trecho de texto e/ou um link. Este então tem redirecionado o 
acesso ao conteúdo publicado em algum site.
Aplicações touch em um museu interativo
Cada vez mais a tecnologia propõe-se o desenvolvimento de APP 
interativo e tem permitido uma troca de conhecimento de modo 
dinâmico nos museus. Isso tem contribuído para a desmistificação 
destes espaços enquanto apenas lugares para a guarda de objetos 
antigos. O uso de recursos multimeios, principalmente os aplicativos, 
permite uma nova dinâmica de interpretação das exposições. Por 
meio do desenvolvimento de aplicativos específicos, o museu tem 
maiores possibilidades de apresentar e dinamizar suas informações.
NOTA
NOTA
28
2.4 EXPOSIÇÃO E AÇÃO EDUCATIVA
FIGURA 14 - AÇÃO EDUCATIVA DIRIGIDA A ESCOLAS NO MUSEU
FONTE: <http://unespciencia.com.br/2018/03/01/museus-94/>. Acesso em: 22 set. 2019.
A exibição de um acervo material ou imaterial é um processo tão complexo 
quanto sua conservação na armazenagem, envolve direta ou indiretamente todos os 
funcionários da instituição, é o grande bem do museu, é o motivo dele existir, é o que o 
identifica para poder contar sua narrativa ao público. Com o apoio de propostas peda-
gógicas que visam mediar a narrativa do museu e as opções expositivas da curadoria 
para contar uma história, as construções do conhecimento podem oportunizar o apri-
moramento dos saberes que cada um traz, bem como a construção do novo significar.
Oportunizar aos estudantes o contato direto com as peças possibilita se efetivar a 
educação estética de forma a não apartar o conhecimento sensível e o inteligível. As ações 
educativas dos museus, se constituem como sendo um dos objetivos primários da exposição 
e do próprio museu. Isso posto, a tendência atual é de que as exposições sejam organizadas 
com objetividade e clareza, sob um planejamento curatorial decididamente voltado para a 
educação, devidamente identificando as peças e contextualizando o material exposto com 
informações ricas e exatas, mas acessíveis ao visitante, e propondo ações educativas com-
plementares variadas, mas também possibilitar ao público uma experiência estética.
Uma mostra, para ser culturalmente bem sucedida, passa por um trabalho coletivo 
de grande escala, longo alcance e de cunho estético e científico, e implica pesquisa cultural, 
produção de materiais acessórios, como publicações, e minucioso planejamento logístico, 
incluindo roteiro de marketing e divulgação na mídia, um processo iniciando meses, ou até 
anos, conforme o porte da mostra, antes da data de inauguração, e continuando por algum 
tempo depois no processo de avaliação de resultados. Requer do museu também um bom 
conhecimento do perfil do seu público - e para isso são úteis pesquisas de opinião e estatís-
ticas. As exposições podem ser de longa duração, de curta duração, virtuais, ou itinerantes.
Museus com boa infraestrutura já produzem catálogos ilustrados e materiais gráficos 
e informativos para cada exposição, e mantêm websites com rico material disponível para con-
sulta online; têm departamentos especiais para ação educativa, articulação com escolas e ins-
29
tituições culturais, acolhimento do visitante e monitoramento da visitação, oferecendo diversas 
opções de atividades paralelas, como oficinas, palestras, teatro, concertos, visitas guiadas etc., e 
também fazendo programações diferenciadas para públicos particularizados, como estrangei-
ros, escolares, pessoas com necessidades especiais, crianças/adultos, leigos/especialistas etc.
Conheça um pouco sobre o Museu da Língua Portuguesa através de sua 
página na internet: www.museudalinguaportuguesa.org.br.
DICAS
3 TIPOLOGIAS DE MUSEUS
Não há um consenso sobre uma classificação para organizar os museus em 
uma tipologia definida. Vejamos, então uma possibilidade que leva em consideração as 
coleções de bens culturais que compõem os acervos dos museus e que, segundo o 
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, podem ser classificadas em:
• Antropologia e Etnografia: coleções relacionadas às diversas etnias, voltadas para o es-
tudo antropológico e social das diferentes culturas. Ex: acervos folclóricos, artes e tradições 
populares, indígenas, afro-brasileiras, do homem americano, do homem do sertão etc.
• Arqueologia: coleções de bens culturais portadores de valor histórico e artístico, 
procedentes de escavações, prospecções e achados arqueológicos. Ex: artefatos, 
monumentos, sambaquis etc.
• Artes Visuais: coleções de pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, incluindo 
a produção relacionada à Arte Sacra. Nesta categoria também se incluem as 
chamadas Artes Aplicadas, ou seja, as artes que são voltadas para a produção de 
objetos, tais como porcelana, cristais, prataria, mobiliário, tapeçaria etc.
• Ciências Naturais e História Natural: bens culturais relacionados às Ciências 
Biológicas (Biologia, Botânica, Genética, Zoologia, Ecologia etc.), às GeoCiências 
(Geologia, Mineralogia etc.) e à Oceanografia.
• Ciências e Tecnologia: bens culturais representativos da evolução da História da 
Ciência e da Técnica.
• História: bens culturais que ilustram acontecimentos ou períodos da História.
• Imagem e Som: documentos sonoros, videográficos, filmográficos e fotográficos.
• Virtual: bens culturais que se apresentam mediados pela tecnologia de interação 
cibernética (internet).
• Biblioteconômico: publicações impressas, tais como livros, periódicos, monogra-
fias, teses etc.
• Documental: pequeno número de documentos manuscritos, impressos ou 
eletrônicos reunidos intencionalmente a partir de uma temática.
• Arquivístico: conjunto de documentos acumulados por pessoas ou instituições, públicas 
ou privadas, durante o exercício de suas atividades, independentemente do suporte.
30
Essas várias classes constituem um amplo e diversificado campo de pesquisas 
sobre patrimônio material e imaterial, podendo os museus, em conformidade com suas 
escolhas interpretativas, enquadrar seu acervo em mais de uma temática.
Os acervos de museus especializados são muito diversificados, encontramos 
coleções de objetos de arte ou da cultura material de um povo, artefatos arqueológicos, 
de espécimes, de documentos gráficos e iconográficos etc. Vale ressaltar que os dados 
referentes ao tombamento também complementam a classificação dos acervos. Com 
essa diversidade, o que define o tipo de museu especializado são as suas coleções, 
sendo assim também encontramos a seguinte classificação:
• Museu Histórico: museus em que prevalece a relevância histórica do seu acervo. 
Ex.: Museu Histórico de Ribeirão Preto e Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro.
• Museu de Arte: onde o seu acervo é constituído exclusivamente de obras de arte, 
como esculturas, pinturase instalações. Ex.: MARP – Museu de Arte de Ribeirão 
Preto Pinacoteca de São Paulo.
• Museus de Ciência: onde o propósito é ensino da ciência e de suas formas de 
raciocínio. Ex.:Museu da PUC de Porto Alegre ou Museu Oceanográfico UNIVALI, SC. 
Estação Ciência da USP São Paulo; Museus de Zoologia, USP São Paulo
• Museus Biográficos: onde todo o acervo pertenceu ou foi produzido por uma só 
pessoa. Ex.:Museu Lasar Segal em São Paulo; Museu de Portinari em Brodósqui.
• Museus Comunitários/Ecomuseus: tem o intuito de preservar a região em que 
se encontra, o ambiente cultural, social e espacial, mais voltado para a comunidade 
de onde se encontra, do que para visitantes de fora. Ex.: Eco Museu de Itaipu.
• Museus De Bairro/Cidade: o seu enfoque é sobre história e a cultura dessa 
localidade, um resgate da memória. Ex.: Museu da Cidade em São Paulo.
• Museus Temáticos: trabalha somente um tema, se utilizando de qualquer suporte 
de acervo para isso. Ex.: Museu do Café de Ribeirão Preto; Museu do Índio em 
Brasília; MIS – Museu da Imagem e do Som de Ribeirão Preto.
• Museu Militar: nas Normas Gerais dos Museus e Coleções Visitáveis do Exército 
(NGMCVE) cujo objetivo é estabelecer o regime comum e promover o rigor técnico 
e profissional das práticas museológicas e outros procedimentos comuns aos 
museus militares e coleções visitáveis do Exército, no respeito pelo quadro jurídico 
do património nacional. Esta norma define museu militar como: o Museu militar é um 
órgão de natureza cultural depositário e expositor do espólio de interesse histórico-
militar, com possibilidade para garantir um destino unitário, designadamente a bens 
culturais militares e valorizá-los através da investigação, incorporação, inventário, 
documentação, conservação, interpretação, exposição e divulgação, com objetivos 
científicos, educativos e lúdicos, incluindo o acesso regular ao público.
Estes são alguns tipos de museus que encontramos, e cada um deles pode 
ter instituições mantenedoras, em diferentes instâncias, como prefeituras, estados, 
federal, sindicatos, grêmios, universidades ou mesmo serem particulares.
31
4 ÓRGÃOS REGULADORES
Os chamados órgãos reguladores, correspondem à regulamentação de padrões 
éticos para museus, estabelecidos pelo Conselho Internacional de Museus. Estes órgãos 
refletem os princípios adotados, de modo geral, pela comunidade internacional de museus.
4.1 INTERNACIONAIS
O Conselho Internacional de Museus (em inglês: International Council of Mu-
seums, ICOM) é uma organização não governamental internacional, sem fins lucrativos, 
que se dedica a elaborar políticas internacionais para os museus. O ICOM foi criado em 
1946, mantém relações formais com a UNESCO e é membro do Conselho Econômico e 
Social da Organização das Nações Unidas. Sua sede é junto à UNESCO em Paris.
Suas principais atividades são:
• Cooperação e intercâmbio profissional.
• Difusão de conhecimentos e aumento da participação do público em museus.
• Formação de pessoal.
• Prática e promoção de ética profissional.
• Atualização de padrões profissionais.
• Preservação do patrimônio mundial e combate ao tráfico de bens culturais.
O Ibermuseus é uma iniciativa de cooperação e integração dos países ibero-america-
nos para o fomento e a articulação de políticas públicas para a área de museus e da museologia. 
É dirigido por um Conselho Intergovernamental que define suas ações, estratégias e prioridades. 
É integrado por representantes de países-membros: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa 
Rica, Equador, Espanha, México, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai. As ações e projetos são 
executados por meio de sua Unidade Técnica, que atualmente tem sede no Ibram, em Brasília.
Dentro do Ibermuseus, o Ibram é um protagonista. Coordena a linha de 
sustentabilidade, tem participação ativa em todas as demais linhas de ação e acolhe a 
Unidade Técnica dentro de sua estrutura.
4.2 NACIONAIS
O Instituto Brasileiro de Museus foi criado, em janeiro de 2009, com a assinatura 
da Lei nº 11.906. A nova autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) sucedeu 
o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nos direitos, deveres e 
obrigações relacionados aos museus federais.
O órgão é responsável pela Política Nacional de Museus (PNM) e pela melhoria dos ser-
viços do setor – aumento de visitação e arrecadação dos museus, fomento de políticas de aqui-
sição e preservação de acervos e criação de ações integradas entre os museus brasileiros. Tam-
bém é responsável pela administração direta de cerca de 30 museus em todo território nacional.
32
FIGURA 15 – MUSEUS E CENTROS CULTURAIS
FONTE: <www.ibram.gov>. Acesso em: 22 set. 2019.
5 CURADORIA EDUCATIVA
A ação educativa visa o conhecimento intelectual do objeto juntamente com 
o conhecimento afetivo. Juntos, o sensível e o inteligível possibilitam que o sujeito e 
o objeto se relacionem de forma que o primeiro possa significar o que repercute dessa 
relação. O sensível refere-se às possibilidades corpóreas do sujeito ser afetado, ou seja, 
ver, ouvir, tocar, cheirar, degustar, intuir, imaginar. O inteligível é o que a priori o sujeito 
traz e, pela percepção do que no sensível lhe aconteceu, possibilita um jogo entre a 
sensibilidade e o entendimento do que o objeto significa.
33
Essa relação entre o sujeito e o objeto pode transformar os entendimentos de for-
ma a significá-los no mundo vivido do sujeito e o seu reconhecimento e valorização pode 
desencadear o novo conhecimento como traço identificatório comum. É precisamente aí 
que se torna mais importante a interação entre os diversos sujeitos sociais, dando sentido 
e pertinência ao patrimônio cultural. O conhecimento se constrói numa estreita inter-re-
lação entre o conhecimento intelectual e o conhecimento afetivo, ou seja, a identificação, 
no patrimônio, de valores que nos permitam reconhecê-lo como um bem.
A palavra curadoria tem origem epistemológica na expressão do latim curator, que 
significa tutor, ou seja, aquele que tem uma administração a seu cuidado, sob sua responsabi-
lidade. A característica que identifica o curador de qualquer exposição é ser o responsável pelo 
conceito da mostra a ser exibida, pelas escolhas das obras, da cor das paredes, iluminação etc.
Potencializando a curadoria em uma dimensão educativa, a curadoria educativa 
possibilita o explorar a potência da exposição como veículo de ação cultural. Quando a 
curadoria educativa oferece na narrativa propostas de dinamização de experiências esté-
ticas junto ao objeto exposto perante um público diversificado, pode promover a experi-
ência estética. Experiência estética refere-se aos apelos sensíveis e inteligíveis juntos que 
estão intimamente ligadas à construção da consciência do olhar, ouvir, cheirar, como uma 
experiência da consciência ativa. Nas salas de aula, assim como no espaço expositivo, os 
educadores são também curadores, também ativam culturalmente as obras.
5.1 O PROFESSOR CURADOR
Na busca de um conceito de curadoria educativa ressalta-se que, por força 
cultural, a adjetivação ‘educativa’ reforça seu status quando associada à designação 
curadoria, pois juntas as palavras potencializam a elevação de ambas para outro patamar, 
ou seja, inauguram uma nova movência tanto para a educação como para a curadoria.
O professor que organiza as informações com o objetivo de ajudar os alunos a constru-
írem a própria compreensão e para que deem sentido ao conhecimento, efetua o seu papel de 
curador na educação, pois o ato educativo não ocorre aleatoriamente, é intencional e planejado. 
Cabe então ao professor conduzir os alunos aos caminhos da pesquisa, dar orientação clara, 
promover trabalhos em grupo recheados de propósitos, de preferência com aplicação prática.
A curadoria educativa é presente nas movências dos educadores, nos museus 
ou nas exposições, quando criam uma via didática ou percurso para crianças, ambos 
são organizados a partir do discurso da coleção. O professor cria um discurso como

Continue navegando