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ALICE – MEDICINA – T4 BACTERIOLOGIA INTRODUÇÃO • Bactérias são seres microscópicos unicelulares; • Organismo formado por célula procarionte; - Ausência de carioteca; - Material genético disperso no hialoplasma; - Ausência de organelas; TAXONOMIA • Nome científico = gênero + epíteto especifico; - Ex: Vibrio cholerae. • Devem ser escritos em latim; • Primeira letra do gênero sempre maiúscula; • Primeira letra do epíteto sempre minúscula; CLASSIFICAÇÃO • Métodos de coloração foram desenvolvidas para visualização das bactérias; • A coloração de gram separa as bactérias em dois grupos: • As células que absorverem o cristal violeta aparecerão na cor azul: gram- positivos; • Se o cristal violeta for descorado pelo álcool, as células absorveram a fucsina, e aparecerão na cor vermelha: gram- negativos; GRAM-POSITIVOS • Envelope celular formado por duas camadas; • Membrana plasmática formada por dupla camada de fosfolipídios; • Camada externa: parede celular (peptideoglicanos); - Presente em ambas as classificações. PAREDE CELULAR GRAM-POSITIVA • Cadeias de aminoácidos estão ligadas covalentemente aos aminoácidos das cadeias vizinhas; - Estrutura muito estável. • Parede espessa representando extensas ligações cruzadas entre aminoácidos. ALICE – MEDICINA – T4 • O envelope celular possui a parede espessa formada por: - Peptideoglicanos; - Polissacarídeos (principal – ácido teicóico (exclusivo de gram positiva, e atua como determinante antigênico na identificação sorológica) e lipoteicóico); • Ponto de vista clínico: - A parede celular deste grupo de bactérias não bloqueia a difusão de compostos de baixo peso molecular, de modo que antimicrobianos podem passar através dela, chegando até a membrana plasmática vindo a destruí- la; - Vulneráveis ao ataque da penicilina e lisozima; - Ausência de endotoxinas (lipídeo A); GRAM-NEGATIVOS • O envelope celular é formado por três camadas: - Membrana plasmática; - Parede celular; - Membrana externa única; - Presença de espaço periplasmático preenchida por gel proteico enzimático, entre a membrana e a parede. • Parede celular muito delgada formada por peptideoglicanos; • Padrão de ligações cruzadas bem simplificadas; - Estrutura pouco estável. • Parede celular delgada. PAREDE CELULAR GRAM-NEGATIVA • Presença de lipoproteína mureína; - Origina-se da parede celular e se estende aderindo na membrana externa única; - Confere rigidez ao envelope celular. MEMBRANA EXTERNA ÚNICA • Membrana formada de dupla camada de fosfolipídios; • O que a torna única é a presença de lipopolissacarídeos (LPS); - LPS composto por três componentes ligados covalentemente: → Antígeno O; → Cerne; → Lipídeo A (endotoxina). ALICE – MEDICINA – T4 LIPÍDEO A • Dissacarídeo com caudas múltiplas de ácido graxo; • É tóxico aos seres humanos (endotoxinas dos gram-negativos); • Com a lise desta bactéria, serão liberados na circulação acarretando: febre – diarréia – choque séptico. LPS • Ponto de vista clínico: - O LPS bloqueia a passagem de composto de baixo peso molecular; - Ex: penicilina. • Antimicrobianos não conseguem chegar na parede celular e membrana plasmática; • Resistente ao ataque de lisozima e penicilina. MORFOLOGIA • As principais bactérias se apresentam em quatro formas principais: - Cocos (formas esféricas); - Bacilos (bastonetes); - Formas espiraladas (forma de vírgula, de S ou espiral); - Pleomórficas (ausência de forma – geleia). GRAM-POSITIVOS • Existem seis bactérias deste grupo, que são causadoras de patologias: - Estreptococos (cocos); - Estafilococos (cocos); - Bacillus (bastonete produtor de esporos); - Clostridium (bastonete produtor de esporos); - Corynebacterium (bastonete sem esporos); - Listeria (bastonete sem esporos). GRAM-NEGATIVOS • Neisseria (diplococos); • Treponema (espiroquetas); • Pleomórficos. ESTRUTURAS DE VIRULÊNCIA • A virulência de um organismo é o seu grau de patogeniciade e depende de estruturas celulares e toxinas bacterianas. - Flagelo; - Pili; - Cápsula; - Endosporo; - Exotoxina; - Endotoxina. FLAGELO • São filamentos de proteína que se estendem como longas causas anexas às bactérias; ALICE – MEDICINA – T4 - Proteína flagelina; - Fixado à bactéria pelo corpo basal; • O corpo basal gira ao redor e torce o flagelo, ondulando-o de maneira coordenada. - Movimentação da bactéria a favor ou contrário a um gradiente de concentração químico (quimiotaxia); FIMBRIAS (PILI) • Filamentos proteicos retos que surgem da parede celular; • São mais curtos que flagelos e não conferem motilidade; • Numerosas e delicadas; • Função: funciona em processo de aderência bacteriana (adesinas); • Adesinas são vitais no acometimento de patologias; • Função: reprodução sexual (conjugação; pili F ou sexual); - Células doadoras reconhecem receptoras; - Transferência de material genético. CÁPSULAS • Estrutura externa à parede celular; - As bactérias sintetizam partículas de açúcar, que se dispõe em torno da parede celular, encapando a bactéria; • Torna a bactéria mais virulenta; - Leucócitos não conseguem fagocitar; - Camuflagem bacteriana. • Confere aderência; • Proteção contra desidratação; • Reservatório de alimentos; • Proteção fagocitose (camuflagem); • O Estreptococcus pneumoniae são encapsuladas; • A vacinação ocorre de modo em que seja produzido anticorpos contra os antígenos capsulares; - Vacina contém anticorpos contra 23 antígenos capsulares; - Ao entrar no organismo, os anticorpos se ligam a cápsula, opsonizando, atraindo os leucócitos. ENDOSPORO • Formado apenas por dois tipos de bactérias Gram-positivas; - Aeróbio Bacillus e anaeróbio Clostridium. • São formas metabolicamente adormecidas de bactérias; - Resistência ao calor; - Resistência ao frio; - Resistência à agentes químicos. • A formação ocorre quando a bactéria é submetida a ambiente hostil, com deficiência nutricional; - Sobrevive sob forma adormecida por anos. ALICE – MEDICINA – T4 • Quando a bactéria encontra nutrientes e ambiente favorável, ela torna-se ativa. - Instrumentos cirúrgicos são auto clavados sob vapor de pressão de 121 graus por 15 min, para garantir que os esporos foram destruídos. • Cobertura protetora de multicamadas: - Membrana celular; - Parede celular; - Parede constituída de proteína ceratina; - Camada externa (exósporo). TOXINAS • Classificadas em: - Exotoxinas → Neurotoxinas e enterotoxinas; - Endotoxinas → Lipídeo A. EXOTOXINAS • São proteínas liberadas pelas bactérias Gram-positivos e negativos; • Causam manifestações clínicas; • Ex: - Anthrax; - Botulismo; - Tétano; - Cólera. NEUROTOXINAS • São exotoxinas que atuam nos nervos ou nas placas motoras terminais provocando a paralisia; • Ex: Neurotoxina tetânica (tetanospasmina); - Absorvida na placa motora terminal, migra pro SNC, inibe os neurônios inibidores, acarretando na alta frequência de impulsos motores para os músculos, acarretando a contração. • Ex: Neurotoxina botulínica; - Bloqueia a liberação de acetilcolina das sinapses e placas motoras, causando assim, paralisia flácida dos músculos. CLOSTRIDIUM • Bastonetes Gram-positivos formadores de esporos; • Anaeróbios; • Causadores: - Botulismo; - Tétano; • Produz uma neurotoxina paralítica extremamente letal, que causa envenenamento alimentar levando ao óbito rapidamente; • Neurotoxina bloqueia a liberação de acetilcolina (ACh) dos terminais pré- sinápticos: - No sistema nervoso autônomo; - Nas placas motoras; • Causa paralisiaflácida dos músculos. BOTULISMO • Consumo de enlatados está associado à patologia; • Os esporos flutuam no ar e são depositados nos alimentos; - Se não cozido adequadamente, os esporos não morrerão, e serão ingeridos liberando neurotoxinas; • Sintomatologia: - Pacientes sem febre; - Paralisia bilateral do nervo craniano; - Diplopia; ALICE – MEDICINA – T4 - Disfagia; - Fraqueza muscular generalizada; - Paralisia respiratória. • Observação clínica: Paciente deve ser tratado com antitoxina específica; - Neutralização das neurotoxinas livres e não agregadas que estão na corrente sanguínea; - Intubação e respiração artificial são necessários até a recuperação das atividades dos músculos respiratórios. • Tratamento: - Antitoxina; - Penicilina; - Câmara hiperbárica de alta pressão; - Intubação. CLOSTRIDIUM TETANI • Causador do tétano; - Sua forma clássica é consequência de um ferimento na pele provocado por qualquer objeto contaminado com esporos; - A partir da entrada, libera a neurotoxina Tetanospasmina; - Neurotoxina provoca uma contração sustentada dos músculos esqueléticos (tetania); • Fisiopatologia: - Absorçao da tetanospasmina na junção neuromuscular (placa terminal); - Transporte para o sistema nervoso central; - Algumas toxinas agem nos interneurônios inibidores, impedindo a liberação de ácido-alfa aminobutírico e glicina (neurotransmissores inibidores); - A inibição permite que os neurônios motores enviem uma alta frequência de impulsos às células musculares; - Acarretando contração sustentada. • Clinicamente: - Graves espasmos musculares, especialmente na mandíbula (trismo); - Expressão risonha grotesca (riso sardônico); - Paralisia do músculo respiratório; • Devido a elevada mortalidade, ocorre a imunização profilática com a toxina inativada com formalina. • Tratamento: - Toxóide tetânico (vacina com toxina inativada com formalina); - Antitoxina; - Penicilina; ENTEROTOXINAS • São exotoxinas que atuam no trato gastrointestinal provocando diarreia; - Inibem a reabsorção de NaCl; - Ativam a secreção de NaCl; - Podem matar as células do epitélio intestinal; • Resulta no desequilíbrio osmótico de fluido no intestino, provocando a diarreia; • Causam duas manifestações de doenças: - Diarreia infecciosa: bactérias colonizam e aderem ao TGI, liberando enterotoxinas de forma contínua, acarretando diarreia severa. - Toxinfecção alimentar: bactérias crescem no alimento e liberam suas enterotoxinas; o alimento ingerido está contaminado. ENDOTOXINAS • Endotoxina é o lipídeo A dos lipopolissacarídeos (LPS) das bactérias Gram-negativas; • Elemento altamente tóxico; ALICE – MEDICINA – T4 • Liberado com a lise celular (destruição); • Observação clínica: tratar o paciente com infecção causada por bactérias Gram-negativas com antimicrobianos inespecíficos pode agravar o quadro do paciente, pois com a destruição das bactérias, ocorrerá a liberação de endotoxinas. BACTEREMIA • Presença de bactérias na corrente sanguínea; • Pode ativar o sistema imunológico, desencadeando a SEPSE; SEPSE • É uma resposta sistêmica inadequada do organismo à infecção. - Alteração da temperatura corporal; - Aumento dos leucócitos; - Elevação na frequência cardíaca e respiratória. CHOQUE SÉPTICO • Resposta do sistema imunológico exacerbada, levando o paciente ao quadro de falência múltipla de órgãos e morte. 1. Entrada do agente invasor (bacteremia); 2. Liberação de toxinas; 3. Estímulo de macrófagos e neutrófilos; 4. Liberação de fatores endógenos (fator de necrose tumoral – TNF); 5. TNF estimula liberação de IL-1 pelos macrófagos e células endoteliais; 6. Liberação de prostaglandinas. • Este processo complexo de mediadores químicos primeiramente defende o organismo e supervenientemente traz prejuízos graves; • Produção de vasodilatação com uma hipotensão grave, comprometendo o sistema circulatório através da dilatação venocapilar; • Acarretando disfunções orgânicas entre as quais, insuficiência renal, hepática, respiratória e cardíaca. EFEITOS DO CHOQUE SÉPTICO GENÉTICA BACTERIANA • Há formas pelas quais as bactérias trocam informações genéticas: - Transformação; - Transdução; - Conjugação; • Mudança = sobrevivência; • A troca de material genético permite compartilhar genes que codificam: - Resistência a antimicrobianos; - Estrutura de virulência; - Fatores de virulência. TRANSFORMAÇÃO 1. Destruição (lise bacteriana): liberação de fragmentos de DNA; 2. Adesão do fragmento de DNA à parede de uma bactéria receptora (competente = retenção e absorção do DNA); ALICE – MEDICINA – T4 3. O fragmento de DNA é incorporado ao DNA da bactéria receptora, desde que tenha homologia suficiente entre os filamentos. TRANSDUÇÃO • Ocorre quando o bacteriófago (vírus que infectou a bactéria), carrega fragmentos de DNA bacteriano de uma bactéria pra outra. 1. Por meio das fibras das caudas, o fago se adere a receptores específicos na superfície da bactéria (adsorção); 2. Fago executa a penetração; 3. Injeção do DNA através das trompas; CONJUGAÇÃO • Nesse processo, o DNA é transferido diretamente pelo contato célula a célula; - Troca extremamente eficiente de informações genéticas; • A troca pode acontecer entre bactérias não relacionadas; - Principal mecanismo de transferência de resistência a microbianos. • Bactéria doadora (plasmídeo F); - São moléculas de DNA circulares (extras), que carregam informações genéticas, incluindo resistência; - Plasmídeo F codifica as enzimas e proteínas necessárias para o processo de conjugação; - As bactérias que carregam plasmídeo F são chamadas de F(+), as receptoras são F(-); • O plasmídeo codifica o pili sexual, polimerizado até formar a ponte conjugal; - Longa estrutura proteica que se adere na bactéria F(-); • Depois de formada a ponte conjugal, uma nuclease quebra o filamento do plasmídeo, e uma das fitas de DNA extra passa para F(-); • Por fim, a ponte conjugal é rompida e ambas bactérias tornam-se F(+). ALICE – MEDICINA – T4
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