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PASTEURIZAÇÃO 32 SO R V ET ES & C A SQ U IN H A S A contaminação O sorvete é um produto alimentício classificado, pela ANVISA, como gelado comestível. É um produto alimentício obtido a par tir de uma emulsão de gorduras e proteínas, com ou sem a adição de out ros ingredientes e substâncias, ou de uma mistura de água, açúcares e out ros ingredientes e substâncias que tenham sido submetidas ao congelamento, em condições que garantam a conservação do produto no estado congelado ou parcialmente PASTEUR, PASTEURIZAÇÃO E PASTEURIZADOR Leite, açúcar, tradição, cultura, arte, prazer, qualidade... e assim por diante. Estas são as primeiras palavras que nos vem à mente quando pronunciamos a palavra sorvete, mas a fabricação do sorvete artesanal envolve várias etapas e o uso de determinados equipamentos é essencial para que estas etapas tenham sucesso. Um desses equipamentos é o pasteurizador. congelado, durante o armazenamento, o t ranspor te, a comercialização e a entrega ao consumo. Basicamente, é uma mistura de gorduras e proteínas, com a adição de out ros ingredientes. Os microorganismos encontrados no sorvete podem es tar relacionados com os ingredientes utilizados, sendo os quais: leite e seus derivados, gorduras e óleos, algumas proteínas, açúcares, água potável, ovos e seus derivados e, ainda, frutas, cacau, mel, nozes, etc. Podem também ter sidos adicionados junto com algum outro aditivo como: estabilizantes, espessantes, acidulantes, aromatizantes e corantes. Os microorganismos que mais preocupam quando da sua presença em sorvetes são enterobactérias e, porém de forma bem menos acentuada, bolores e leveduras. As enterobactérias estão presentes no trato intestinal do homem e de outros animais. Neste grupo, a mais perigosa é a Salmonella sp, que pode causar a febre paratifóide e o tifo. Também é preocupante a presença de Escherichia coli, pois sendo mais fácil de ser detectada qua a PASTEURIZAÇÃO 33 SO R V ET ES & C A SQ U IN H A S Salmonella sp funciona como um indicador de contaminação fecal. Alguns tipos de fungos produzem microtoxinas que são graves agentes hepatocancerígenos. Normalmente, estas microtoxinas não aparecem diretamente no sorvete, porém podem ser a ele conduzidas através de elementos contidos nas cober turas, principalmente os derivados de cereais. Para evitar ou controlar a contaminação do sor vete é necessário selecionar matérias- primas de boa qualidade, utilizar pasteurização ou outro t rata- mento térmico para reduzir a popuilação microbiana, evitar a contaminação pós-pasteurização e ainda, manter o produto cons- tantemente em baixa temperatura. Em termos de indústria também deverá ser prática comum o monitoramento dos chamados pontos críticos de controle para não aumentar a chance de ocorrência de out ros conta- minantes. De qualquer forma, por razões bacteriológicas, a mistura ou calda ou mix deve ser pasteurizada. Ademais, a Resolução - RDC nº 267, de 25 de setembro de 2003, ítem 4.4.1, cita como obrigatória a pasteurização de gelados comestíveis elabo- rados com produtos de laticínios e/ou ovos: “A mistura para fabricação de gelados comestíveis elaborada com leite, constituintes do leite, produtos lácteos, ovos e ou produtos de ovos deve ser, obrigatoriamente, submetida à pasteurização.” Pasteur e a pasteurização Em 1864, o químico francês Louis Pasteur criou o processo que leva o seu nome, conhecido atualmente como pasteurização, usado para destruir microrganismos patogênicos em produtos comestíveis. Louis Pasteur nasceu em 27 de dezembro de 1822, na cidade de Dole, no Jura, na França. Não foi um aluno especialmente aplicado ou brilhante na escola e nem mesmo na universidade. Iniciou seus estudos em Arbois e Besançon, transferindo-se para a Escola Normal Superior em 1843. Após licenciar- se e assistir às aulas do grande químico francês Jean Baptiste Dumas, começou a se interessar pela química. Exerceu o cargo de professor de química em Est rasburgo e posteriormente em Paris.Descobriu em 1848 o dimorfismo do ácido tartárico, ao observar no micros- cópio que o ácido racêmico apresentava dois tipos de cris tais, com simetria especular. Foi, portanto o descobridor das formas dextrógiras e levógiras, comprovando que desviavam o plano de polarização da luz no mesmo ângulo, porém em sentido contrário. Esta descoberta valeu ao jovem químico, com apenas 26 anos de idade, a concessão da Légion d’Honneur, a mais alta condecoração honorífica fran- cesa. Em 1854 foi nomeado decano da Faculdade de Ciências na Universidade de Lille. A pedido de vinicultores e cervejeiros começou a investigar a razão pela qual azedavam os vinhos e a cer veja. De novo, utilizando o microscópio, conse- guiu identificar a levedura res- ponsável pelo processo. Propôs eliminar o problema aquecendo a bebida lentamente até alcançar 48°C, matando, deste modo, as leveduras, e encerrando o líquido posteriormente em cubas hermé- ticamente seladas para evitar uma nova contaminação. Este processo originou a atual técnica de pasteurização dos alimentos. Demonstrou desta forma, que todo processo de fermentação e decom- posição orgânica ocorre devido à ação de organismos vivos. Em 1871, foi o próprio Pasteur que obrigou os médicos dos hospitais militares a ferver o instrumental e as bandagens que seriam utilizados nos procedimentos médicos. Expôs a “teoria germinal das enfermidades infecciosas”, segundo a qual toda enfermidade infecciosa tem sua causa (etiologia) num micróbio com capacidade de propagar-se entre as pessoas. Deve-se buscar o micróbio responsável por cada enfermidade para se determinar um modo de combatê-lo. Pasteur passou a investigar os micros- cópicos agentes patogênicos, termi- nando por descobrir vacinas, em especial a anti-rábica. Fundou em 1888 o Instituto Pasteur, um dos mais famosos centros de pesquisa da atualidade. Faleceu em Villeneuve-L’Etang, nas proximidades de Paris, em 28 de setembro de 1895. O avanço científico de Pasteur que Em 1864, o químico francês Louis Pasteur criou o processo que leva o seu nome, conhecido atualmente como pasteurização. PASTEURIZAÇÃO 34 SO R V ET ES & C A SQ U IN H A S mostrou que o aquecimento de certos alimentos e bebidas acima de 60º C, por alguns minutos, evitava a sua deterio- ração, reduzindo de maneira sensível o número de microorganismos presentes na sua composição, melhorou a qualidade de vida dos humanos ao permitir que produtos como o leite pudessem ser trans- portados sem sofrerem decomposição. Posteriormente estes produtos são selados hermeticamente por questões de segu- rança, evitando assim uma nova conta- minação. No final do século XIX, os alemães iniciaram a aplicação do procedimento da pasteurização para o leite in natura, comprovando que o processo era eficiente para a destruição das bactérias existentes neste produto. Assim, deu-se origem não só a um importante método de conservação, como também a uma medida higiênica funda- mental para preser var a saúde dos consumidores e conservar a qualidade dos produtos alimentícios. A pasteurização é definida com sendo o tratamento térmico destinado a destruir todos os microorganismos patogênicos (microorganismos capazes de produzirem doenças) de determinado produto ou alimento. A pasteurização em sorvetes A pasteurização do sorvete pode ser definida como o tratamento térmico do mix em condições tais que as tempera- turas alcançadas e o tempo de exposição as mesmas permitem eliminar os microorganismos perigosos para a saúde humana. Existem várias técnicas de pasteuri- zação bem como diversos tipos de equi- pamentos. De forma geral, a pasteuri- zação consiste em elevar a temperatura do mix líquido, com o qual se fabrica depois o sorvete em uma produtora horizontal ou ver tical, por lotes ou contínua, a uma temperatura programada DUPLEX, pasteurizadora de dois tanques, produzida pela Finamac/Arpifrio - DUPLEX, pasteurizadora de dois tanques, produzida pela Finamac/Arpifrio - DUPLEX, pasteurizadora de dois tanques, produzida pela Finamac/Arpifrio- DUPLEX, pasteurizadora de dois tanques, produzida pela Finamac/Arpifrio - DUPLEX, pasteurizadora de dois tanques, produzida pela Finamac/Arpifrio - www.finamac.com.brwww.finamac.com.brwww.finamac.com.brwww.finamac.com.brwww.finamac.com.br Tampo superior Painel de comando Torneira quente/frio Bocal tanque frio Torneira de saída Condensador de refrigeração Porta recipiente Agitador de aquecimento Tanque aquecedor Proteção tanque inferior Tanque resfriador Agitador de resfriamento Compressor extra forte Extrutura monobloco PASTEURIZAÇÃO 35 SO R V ET ES & C A SQ U IN H A S PASTEURIZAÇÃO 36 SO R V ET ES & C A SQ U IN H A S e mantendo a mesma neste nível durante certo lapso de tempo antes de baixá-la, o mais rapidamente possível, para 6°C ou 4°C que é a temperatura na qual se processa a fase de maturação. Este proceso assegura que todas as bacterias (salmonellas, coliformes, streptococos, fungos, leveduras, etc.) desaparecem pelo choque térmico; do contrário poderiam transformar se em transmissoras de desde um simples mal estar até problemas maiores. Para conseguir este efeito e desfrutar do beneficio que proporciona a tranquili- dade de um bom processo, existem no mercado diferentes tipos de máquinas, com custos e capacidades diversas. Levando em consideração a produção horária, estas capacidades vão desde uns poucos litros até centenas de litros por hora, podendo atender desde o sorveteiro artesanal até o industrial. É óbvio que este processo deve ser rigorosamente controlado porque: - se é insuficiente, não cumprirá sua missão, não se conseguirá o objetivo planejado e o único resultado, em primeira instância, será uma perda de tempo e dinheiro; - se for aplicado de forma excessiva levará, com toda certeza, a uma degradação das qualidades gustativas do produto. Mas uma vez é bom salientar que estamos aqui falando da pasteurização do mix, ou seja, da totalidade dos com- ponentes: leite líquido, creme, manteiga, leite em pó, açúcares, estabilizantes, água, etc. Os erros mais comuns encontrados nesse respeito são: - trabalhar o mix a frio por desconhe- cimento do perigo que significa a falta de sua pasteurização e seus verdadeiros benefícios; - t rabalhar o mix a frio, conside- rando como subentendido que o leite e out ros derivados lácteos foram pasteurizados (o que pode muito bem não ser o caso); - pasteurizar somente o leite líquido e um ou outro derivado lácteo. A pasteurização total da mistura ou mix é o procedimento correto porque inclui em seu tratamento não somente o elemento que oferece as maiores possibilidades de contaminação (o leite e seus derivados), como tambén outros que, por diversas causas, pode ser motivo de problemas bacteriológicos: açúcar, ovos, cacau, etc. Esses outros ingredientes não oferecem sempre garantia de asepsia ou esterilidade em seus processos de produção e por isto é necessário que ocorra o tratamento integral por calor do mix, de forma a eliminar qualquer posibil idade do conjunto e, portanto, do produto final ser contaminado. Um simples ovo fresco é um elemento nutritivo, muito útil no balanceamento de uma formu- lação de sor vete de qualidade premium, vital para o produto final, QUADRO 1 - TIPOQUADRO 1 - TIPOQUADRO 1 - TIPOQUADRO 1 - TIPOQUADRO 1 - TIPOS DE SISTS DE SISTS DE SISTS DE SISTS DE SISTEMAEMAEMAEMAEMAS DE PAUSTS DE PAUSTS DE PAUSTS DE PAUSTS DE PAUSTEURIZEURIZEURIZEURIZEURIZAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO SistemaSistemaSistemaSistemaSistema TTTTTemperatemperatemperatemperatemperatura ºCura ºCura ºCura ºCura ºC Duração do aquecimentoDuração do aquecimentoDuração do aquecimentoDuração do aquecimentoDuração do aquecimento Efeito germicida em %Efeito germicida em %Efeito germicida em %Efeito germicida em %Efeito germicida em % Pasteurização baixa ou lenta 62-65 30 minutos 95,0 Pasteurização rápida 71-74 15 minutos 99,5 Pasteurização alta 85 1 a 2 minutos 99,9 Ultrapasteurização 135-150 2 a 8 segundos 99,9 Planta de pasteurização da linha Mix MasterPlanta de pasteurização da linha Mix MasterPlanta de pasteurização da linha Mix MasterPlanta de pasteurização da linha Mix MasterPlanta de pasteurização da linha Mix Master, produzida, produzida, produzida, produzida, produzida pela Ppela Ppela Ppela Ppela Polos Indústria e Comércio de Máquinas Ltda.olos Indústria e Comércio de Máquinas Ltda.olos Indústria e Comércio de Máquinas Ltda.olos Indústria e Comércio de Máquinas Ltda.olos Indústria e Comércio de Máquinas Ltda. www.polostecnologia.com.brwww.polostecnologia.com.brwww.polostecnologia.com.brwww.polostecnologia.com.brwww.polostecnologia.com.br PASTEURIZAÇÃO 37 SO R V ET ES & C A SQ U IN H A S porém ao mesmo tempo portador em sua casca (se sua higienização não tiver s ido fei ta corretamente), de contaminantes de todo tipo. Como poderia então este ovo ficar a margem do processo de pasteurização? Todos os riscos devem ser eliminados. Existem diversos sistemas e tipos de aquecimentos e a escolha de um sistema de pasteurização depende essencial- mente do número inicial de bactérias como também se se deseja conseguir uma esterilização total ou somente uma redução do conteúdo microbiano (pasteurização). A técnica escolhida também depende das quantidades a serem processadas, sendo óbvio que não é a mesma coisa processar uma tina de 20 litros ou pasteurizar 600 ou mais litros por hora. (ver quadro 1) O sistema escolhido para reduzir o conteúdo microbiano do mix deve atender aos seguintes requisitos: - o efeito germicida (percentual de gérmenes destruidos ou eliminados) deve ser superior a 99 % e, se se trata de gérmenes patógenos deve ser de100%; - o mix deve ser tratado de forma branda para conservar, na medida do possível, seus principios nutritivos, bem como suas propiedades organolépticas; - a rentabilidade do sistema deve ser alta e o investimento em equipa- mentos, o menor possível; A pasteurização baixa ou lenta é que melhor atende ao principio de conservar o valor nutritivo do mix; porém, o efeito germicida é inferior aquele exigido quando a mistura contem, inicialmente, muitos microorganismos; A pasteurização rápida é aquela utilizada com maior frequência. Atende a quase todos os requisitos. Ent re as modificações químicas que ela gera, cabe citar a coagulação de pequenas quantidades de albúmina e globulina, bem como uma reduzida precipitação de sais. As vitaminas apenas sofrem leves modificações. A pasteurização alta é, obviamente, preferida por seu elevado efeito germicida, porém as modificações físico- químicas são bastante mais acentuadas RESOLUÇÃO - RDC Nº 267, DE 25 DE SETEMBRO DE 2003, DA ANVISA 4.4. Pasteurização 4.4.1. A mistura para fabricação de gelados comestíveis elaborada com leite, constituintes do leite, produtos lácteos, ovos e ou produtos de ovos deve ser, obrigatoriamente, submetida à pasteurização. 4.4.2. A mistura para fabricação de gelados comestíveis elaborada com ingrediente(s) não constante(s) do item 4.4.1 deve atender aos padrões microbiológicos dispostos em legislação específica, sendo facultada a pasteurização da mesma. 4.4.3. A pasteurização deve atender às seguintes condições mínimas: no processo contínuo (HTST), 80ºC por 25 segundos, ou no processo em batelada (batch), 70ºC por 30 minutos. 4.4.4. Tratamento térmico de misturas à base de leite, com combinações de tempo e temperatura inferiores às estabelecidas no item 4.4.3, pode ser utilizado, desde que o mesmo seja comprovado pela ausência de fosfatase. 4.4.5. O tempo e a temperatura do tratamento térmico devem ser registrados e monitorados por funcionário devidamente capacitado. 4.4.6. Devem ser elaborados, implementados e mantidos os Procedimentos Operacionais Padronizados-POPs referentes à pasteurização ou tratamento térmico contendo, no mínimo, informações sobre: especificação do produto, quantidade processada por operação, tempo e temperatura utilizados, tipo e características do sistema de tratamento térmico. 4.4.7. Os equipamentos e ou sistemas de pasteurização por batelada ou contínuo utilizadosno tratamento térmico de gelados comestíveis devem ter sido desenhados e construídos de forma a garantir a segurança do processo quanto à eliminação de microrganismos patogênicos. ANVISAANVISAANVISAANVISAANVISA - Agência Nacional de Vigilância SanitáriaAgência Nacional de Vigilância SanitáriaAgência Nacional de Vigilância SanitáriaAgência Nacional de Vigilância SanitáriaAgência Nacional de Vigilância Sanitária Tel.: (61) 3448-6091 alimentos@anvisa.gov.br que na pasterização rápida, pois a maioría dos fenómenos de desnatura- lização se produzem em temperatura acima de 75ºC. As perdas de vitaminas A, B1 e C se limitam a 20%. Os pasteurizadores utilizados para sorvetes Existem vários tipos de equipamentos projetados para atender esta fase fundamental da produção do sorvete, seja ele artesanal ou industrial. O recipiente no qual o processo se desenvolve é confeccionado em aço inoxidável e deve ser capaz de receber fontes de calor e de esfriamento externas. As fontes de calor são essencialmente provenientes de resistências elétricas, as quais são posicionadas ao redor do recipiente; o calor pode também ser gerado por uma caldeira, próxima ou mais distante do pasteurizador, onde um líquido intermediário é aquecido com o propósito de transmitir o calor acumulado para o recipiente de aço, que por sua vez o transmitira para o mix. O conceito de transmissão de calor e esfriamento, ou subtração de calor, está relacionado ao ciclo de refrigeração e a composição do sorvete, a qual, antes de transformar-se em sorvete é uma simples soma dos ingredientes. O recipiente é dotado de um agitador, o qual começa a operar desde o início do ciclo de aquecimento, e tem como função de mover PASTEURIZAÇÃO 38 SO R V ET ES & C A SQ U IN H A S a massa inteira da mistura até o término do ciclo, de maneira a se obter uma homegeneidade de aquecimento. A velocidade deste agitador, que opera dentro de certos limites (1500 a 1800 rotações por minuto), não produz melhorias estruturais evidentes no mix; pode também haver um agitador secundário, operando somente na fase de aquecimento, com uma velocidade de aproximadamente 2800 rotações por minuto. Neste caso, o colapso dos glóbulos de gordura em par tículas menores é assegurado; porém, não se pode confundir isto com o processo homogeneização, onde, realmente, se obtem uma mistura com estrutura estável. Uma vez que o mix tenha alcançado a temperatura desejada, 65ºC a 85ºC (dependendo do tipo de pasteurização desejado), durante o tempo desejado, automaticamente, tem início o processo de esfriamento rápido, obtido através do ciclo de refrigeração e visando voltar o mais rapidamente possível a uma temperatura de 4ºC. A troca térmica é o elemento fundamental do ciclo completo de pasteurização. Na realidade, a soma dos ingredientes, ou seja, o mix, deve passar por dois ciclos contrastantes, o de aquecimento e o de esfriamento. A fonte primária, geralmente é a energia elétrica, que transformada por uma resistência em calor, é absorvida pela massa a ser tratada. O movimento das moléculas dos ingredientes produz calor, ou seja, a energia é trocada de vários modos, alcançando temperaturas pré- fixadas que não permitem mais que a massa receba calor. É neste ponto que tem inicio o ciclo cont rastante de esfriamento, onde o refrigerador (ciclo de compressão, condensação, expansão, evaporação), utilizando gas, porém alimentado por energia elétrica, retira o calor da massa/mistura sendo tratada, lançando-o no ambiente (fase de condensação) através de água e ar. Existem pasteurizadores de pequeno porte, simples de operar, com início e fi- nal de operação automatizados, evitan- do queimar mistura ou demorar demais para pasteurizar, e onde as duas fases do processo, aquecimento e resfriamento, ocorrem em um gabinete de dimensões restritas, montado sobre rodízios. Outros aquecem o mix em um recipiente e, após a devida temperatura ter sido alcançada durante o tempo requerido, o mix é bom- beado para outro recipiente, passando por trocadores de calor a placas, alimen- tado por banco de água gelada. A utiliza- ção de dois tanques permite que a mistu- ra do tanque quente, ao final do aqueci- mento, seja transferida para o tanque frio, liberando assim o tanque para o preparo de uma segunda mistura, enquanto a pri- meira é resfriada. Existem pasteurizadores que operam por lotes, geralmente utilizados nas sor veterias ar tesanais e pequenas indústrias e pasteurizadores contínuos. Os pasteurizadores contínuos geralmente operam a altas temperaturas por pouco tempo (HTST, do inglês High Temperature Short Time). Considerações finais A pasteurização é sempre expressa em termos de uma relação tempo vs. temperatura. Além da performance do pasteurizador e do controle do processo, geralmente todo automatizado e computadorizado, permitindo uma programação específ ica para cada produto a ser pasteurizado, com ajustes para cada etapa do processo, o sucesso da pasteurização depende ainda de fatores como cuidados para não ocorrer uma recontaminação do produto nas etapas pós-pasteurização e limpeza e higienização adequadas de todos os equipamentos e utensílios com os quais o produto terá algum contato. Para o tratamento térmico ideal, recomenda-se: - sistema com tina de pasteurização/ batelada: aquecimento 70ºC por 30 minutos; - sistema contínuo: 80ºC por 25 segundos. Após o aquecimento, a mistura deve ser resfriada até 4ºC no menor tempo possível. O resfriamento da calda evita que os microorganismos não-patogênicos restantes se multipliquem. O produto pas- teurizado deve ser mantido sob refrige- ração. A pasteurização, devido à tempera- tura, faz com que os estabilizantes e emulsificantes usados nas ligas dissolvam- se totalmente e trabalhem com toda a sua potencialidade. No entanto, deve-se considerar que cer tos emulsif icantes devem ser adicionados ao mix somente após a pasteurização, quando o mesmo já estiver frio; esse tipo de produto não deve ser aquecido junto com a calda, pois neste caso, perderia par te da sua potencialidade. Assim, a pasteurização não só garante um sor vete saudável como também aumenta a capacidade do mix de se misturar com ar e com estabilizantes, o que influi diretamente na lucratividade (maior incorporação de ar no processo de produção, economia de ingredientes, etc.) e na textura, aeração, sabor, cor, durabilidade, resistência ao derretimento e out ras características impor tantes facilmente percebidas pelos consumidores mais exigentes. Novo pasteurizador PP 40, da Artegel. Novo pasteurizador PP 40, da Artegel. Novo pasteurizador PP 40, da Artegel. Novo pasteurizador PP 40, da Artegel. Novo pasteurizador PP 40, da Artegel. 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