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O cuidado em saúde e análises de poder (2)

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O cuidado em saúde e análises de poder
Sávio José da Silva Batista
Descrição
Cuidado em saúde e análises de poder em reflexões sobre o impacto na acessibilidade e qualidade da atenção integral à saúde da população de
lésbicas, gays, bissexuais.
Propósito
Compreender a complexidade do tema e trabalhar os aspectos históricos, políticos, culturais visando ao desenvolvimento de estratégias efetivas de
intervenções no acolhimento e na qualidade da atenção integral à saúde da população LGBTQIA+, permitindo ao profissional da saúde desenvolver
atenção e cuidado mais eficiente, primando pelo bem-estar de todos os pacientes.
Objetivos
Módulo 1
Saúde das mulheres lésbicas
Reconhecer a questão do cuidado em saúde das mulheres lésbicas.
Módulo 2
Saúde dos homens gays e bissexuais
Identificar a importância das políticas de saúde dos homens gays e bissexuais.
Módulo 3
Práticas/análises de poder e os efeitos do campo do cuidado em saúde
Avaliar as práticas/análises de poder e os efeitos do campo do cuidado em saúde.
1 - Saúde das mulheres lésbicas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a questão do cuidado em saúde das mulheres lésbicas.
O direito à saúde no Brasil, estabelecido pela Constituição de 1988, foi conquistado por meio da luta do Movimento da Reforma Sanitária. No
texto constitucional, a saúde é entendida de maneira ampliada, estando além de uma busca a um profissional ou serviço de saúde. Nessa
concepção, a saúde é decorrente do acesso das pessoas e coletividades sem distinção aos bens e serviços públicos oferecidos pelas
políticas sociais universais.
A saúde, a previdência e a assistência social integram o Sistema de Seguridade Social, conquista que representa o compromisso e a
responsabilidade do Estado para com o bem-estar da população (BRASIL, 1988). Você já parou para pensar como ocorre a segurança social
no caso da população LGBTQIA+? Devido à falta de “adequação” do gênero com o sexo biológico ou com a identidade sexual “não
tradicional”, os direitos humanos básicos dessa população são negados. Muitas vezes, essas pessoas se encontram em condições e locais
de risco e vulnerabilidade, que remetem a um processo complexo de discriminação e exclusão.
Tal situação é refletida em problemas sociais graves de discriminação e violência, levando esses grupos a sofrer violação do direito à saúde,
com perda do direito à autonomia, assim como o seu livre desenvolvimento é afetado.
Neste conteúdo, entenderemos a importância de se conhecer os direitos da população LGBTQIA+ e respeitá-los. Pensaremos sobre a saúde
das mulheres lésbicas e as políticas de saúde voltadas para homens gays e bissexuais e, por fim, refletiremos como a vulnerabilidade social
pode influenciar a saúde dessa população.
Introdução
A vulnerabilidade de mulheres lésbicas
Na maioria das vezes, ao se pesquisar sobre mulheres lésbicas, uma das palavras que se destaca é invisibilidade. As lésbicas sofrem de diversas
dificuldades de acesso a serviços de saúde. Para Fernandes, Soler e Leite (2019), o uso do termo invisibilidade descreve a maneira como esse grupo
de mulheres é ignorado pelo sistema e profissionais de saúde, levando-as, em alguns casos, a sofrer de violência institucional em hospitais e/ou
centros de saúde. Essa falta de atenção às lésbicas e às suas demandas específicas conduz a um desperdício de recursos, apresentando uma baixa
eficácia para a atenção do sofrimento dessa população.
Ao relacionar homossexualidade e bissexualidade feminina com a saúde, surgem vários fatores que colocam a mulher em um estado de
vulnerabilidade, tais como: a invisibilidade do homoerotismo feminino, o machismo associado ao desejo sexual masculino, a ignorância dos próprios
profissionais de saúde ao acreditarem que uma Infecção Sexualmente Transmissível só é transmitida através de relação com penetração. Tais
fatores, somados ao grau de preconceito, ainda hoje, podem deixar a mulher em um estado de vulnerabilidade.
E o que você entende por vulnerabilidade neste caso?
Resposta
São aquelas pessoas que, devido à sua realidade socioeconômica, são expostas a piores condições de higiene e recursos básicos. Esses indivíduos
apresentam maior carga de doenças no curto e no longo prazo, assim como maior envolvimento em situações de risco, como uso de substâncias
ilícitas e acidentes. Por outro lado, possuem menor acesso à saúde ou têm acesso a recursos de pobre qualidade.
Note que o conceito de vulnerabilidade que usamos aqui é bem diferente da ideia popular que considera vulnerável apenas a mulher doce, frágil e
indefesa que busca ou precisa da presença de um homem forte que a defenda. Esse padrão nos remete a uma idealização de uma figura feminina
frágil, pura e submissa que passivamente espera ser salva por um príncipe encantado. Todo esse imaginário faz parte de uma perspectiva ancorada
em valores e conceitos historicamente ultrapassados.
Comentário
Na virada do século XXI, surgiram diversas temáticas sobre sexualidade, tais como: heterossexualidade sem intenção de reprodução, reprodução
desvinculada do ato sexual, homossexualidade e transexualidade. Embora tenham sido englobadas dentro da saúde coletiva, ainda se fazia
necessária atenção especial a esses grupos específicos, como a população lésbica.
Ao que parece, a desigualdade existente nas relações de poder entre homens e mulheres, a violência e a vulnerabilidade da mulher com relação à
transmissão da AIDS suscitaram movimentos sociais e políticos marcantes que reivindicaram direitos e atenção à saúde integral feminina.
Mulheres lésbicas e o direito à saúde
A construção da mulher lésbica como sujeito de um direito a cuidados diferenciados tem estimulado uma busca pelas especificidades de saúde.
Também tem levado à produção de reflexões críticas sobre a abordagem da sexualidade dentro de um campo marcado por oposições como saúde-
doença e normal-anormal.
Essa luta tem como suporte os direitos humanos, porém a invisibilidade dificulta a estimativa do tamanho dessa população, o que leva a uma
lentidão no desenvolvimento de políticas específicas.
Comentário
Atualmente, ao procurar um serviço de saúde, muitas mulheres preferem se esconder, negando a sua sexualidade. Alegam que não têm vida sexual
por vergonha, temor e despreparo dos profissionais de saúde para lidar com tais situações que inaceitavelmente ainda são vistas como tabu.
O profissional, ao atender qualquer tipo de população, deve se despir de suas crenças e de seus preconceitos para oferecer o melhor cuidado à
paciente, independentemente de orientação sexual, gênero, raça, crença ou qualquer outra característica. A opinião não deve ser um fator que
dificulte ou interfira na qualidade do atendimento e no acesso à saúde.
Como consequência dessas condições e desse preconceito, as infecções sexualmente transmissíveis têm uma incidência muito alta.
Frequentemente, as mulheres justificam que mantêm relações sem proteção porque não conhecem o risco, confiam nas parceiras e desconhecem
métodos de prevenção do sexo oral feminino. Esse é um sinal claro da necessidade da intervenção em saúde para essa população, tais como
seminários, informativos e atendimento claro no serviço de saúde. A camisinha feminina é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde
desde 2000.
Homossexualidade feminina: quais são os pontos de atenção?
Nos últimos anos, houve a necessidade de atenção às políticas públicas de saúde com apoio de agências governamentais em diferentes instâncias
sociais. Tais políticas consideram a proteção, a orientação sexual e a identidade de gênero, além de saúde mental e vulnerabilidades relacionadas às
questões de gênero em geral. Sabe-se que discutir sexo entre mulheres e as formas de proteção parece de difícil manejo, pois questões como
discriminação e preconceito podem ser fortes empecilhos para uma assistência de saúde de qualidade. Entenda melhor a seguir:
Demandas especí�cas
Há outros fatores e demandas específicos nesse grupo populacionalno que se refere a câncer de mama e de colo de útero. Estudos apontam
que existe maior prevalência de certos fatores de risco de câncer de mama entre mulheres homossexuais. Esse fato é explicado especialmente
pelo desconhecimento do risco e, muitas das vezes, pela falta de cuidados. As mulheres homossexuais também procuram menos o serviço de
saúde principalmente devido à discriminação, ao despreparo de profissionais, à dificuldade na autoaceitação e à negação do risco de adquirir
alguma doença.
Preconceito e exposição social
Sabe-se pouco sobre as práticas sexuais entre mulheres, uma vez que elas não as revelam ou mesmo não procuram assistência de saúde
temendo o preconceito, a exposição social e a violência. Esses e outros fatores sociais desfavorecem o progresso no que tange à qualidade de
atenção à assistência médica às mulheres desse grupo populacional.
Vejamos a seguir algumas particularidades no que se refere à saúde desse grupo de mulheres:
Saúde mental
Níveis elevados de sofrimento psíquico e de experiência de violência física na família, no trabalho e em lugares públicos têm sido apontados como
proporcionalmente altos em diversos estudos, quando comparados à população heterossexual. Importante destacar que a saúde mental das
lésbicas passa a ser afetada por vários fatores, resultantes da lesbofobia. Isso se evidencia em um alto índice de depressão e isolamento difícil de
monitorar, pois, além de ser um tema pouco abordado, a saúde mental das lésbicas perde espaço para outras preocupações por parte dos órgãos de
saúde que privilegiam uma abordagem da saúde sexual e ginecológica.
O isolamento pode gerar sintomas depressivos e ansiogênicos quando algumas mulheres se percebem sem uma rede de apoio. Todavia, quando as
mulheres identificam e procuram falar sobre suas angústias e seu sofrimento, conseguem utilizar mais estratégias de autocuidado.
Violência
Com relação à violência doméstica, durante muitos anos se postulou que sua ocorrência seria muito menor entre mulheres lésbicas. No entanto,
estudos evidenciaram que sua ocorrência em termos de frequência era similar à observada na população heterossexual. Nesse aspecto, o relatório
da oficina Atenção integral à saúde de mulheres lésbicas e bissexuais (2014) explica:
Com relação à violência, os estudos demonstram que há violência intraconjugal nas relações entre mulheres e são
similares às que ocorrem nas relações heterossexuais. Entretanto, a violência familiar, em todas as suas formas, não
apenas violência física, é muito frequente nas mulheres lésbicas e, por ser intrafamiliar, é menos denunciada e menos
vivenciada como violência.
(BRASIL, 2014, p. 25)

Há ações voltadas ao controle da sexualidade que podem ser acompanhadas de violência, como estupro cometido por um familiar ou quando as
maneiras de tratar a menina direcionam práticas que intimidam sua expressão sexual.
Abuso de álcool e drogas
Uso abusivo de álcool, uso de drogas ilícitas e tabagismo têm sido muito recorrentes, em especial nos estudos que focalizam a população lésbica e
bissexual. Segundo dados colhidos em uma pesquisa realizada em 2014, 74% das mulheres entrevistadas faziam uso de alguma substância lícita ou
ilícita (BRASIL, 2014).
Comentário
Podemos observar, então, que diversos aspectos devem ser considerados ao avaliar a saúde desse grupo. O cuidado dos pontos de atenção mostra
a necessidade de visualizar vulnerabilidades e uma abordagem mais sensível, para garantir o direito à saúde.
Os diversos pontos de atenção no cuidado de mulheres homossexuais
Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre os diversos pontos de atenção no cuidado de mulheres homossexuais.
Atendimento de saúde: estudo de caso
Teoria na prática
Para compreendemos melhor as particularidades da população feminina que se enquadra no mundo LGBTQIA+, vamos considerar o estudo de caso
a seguir que aborda a história hipotética de uma mulher chamada Sara. Nosso objetivo é entender as condições de vida desse grupo, assim como
sensibilizar e fazer um alerta quanto às diferentes histórias de vida que desconhecemos.
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Desde o seu nascimento, Sara vivia em uma cidade do interior com sua família. Seus pais trabalhavam no serviço público e viviam sem passar
necessidades. Na sua adolescência, Sara quase não percebia olhares do gênero oposto, e quando percebia, não se interessava, mas para ela estava
tudo bem. Suas amigas já haviam tido alguma experiência sexual ou pelo menos desejado isso, mas Sara, sempre retraída, começou a perceber que
algo era diferente no caso dela.
Por ser do interior, Sara não tinha acesso à informação e sempre se perguntava o que havia de diferente, até que percebeu um olhar especial
partindo de sua amiga, e com o desenvolvimento da relação, ela finalmente se encontrou e um sentimento de realização e satisfação começou a
fazer parte de sua vida. Com essa nova experiência, surgiram novos desafios como autoaceitação, aceitação dos pais e da sociedade.
Na tentativa de esclarecimentos e educação sexual, Sara verificou que poderia procurar o serviço de saúde pública do seu bairro. Porém, ao se
deparar com a profissional de saúde, percebeu despreparo e falta de entendimento do que realmente ela procurava. Ela se deparou com falas
preconceituosas e risos, o que a fez sentir-se desestimulada a procurar esse serviço. Sara escutou afirmações por parte do pessoal da equipe de
saúde do tipo: “Vocês não pegam doenças, pois não há penetração”, “Não há motivo para você nos procurar”, “Você nem parece lésbica, não quer
tomar um anticoncepcional para evitar gravidez?”. Ela se sentiu ofendida e confusa, pois, no local em que deveria ser acolhida, foi mal interpretada e,
principalmente, sentiu-se marginalizada.
Analisando o caso hipotético, percebemos que Sara não foi acolhida de maneira correta.
O atendimento deve aspirar a um clima de acolhimento, escuta para compreensão de cada caso, pois há particularidades em cada condição de
saúde feminina. Tal atendimento deve pressupor neutralidade de opiniões e julgamentos, deve ser cercado de respeito e zelo aos aspectos integrais
da saúde da mulher.
O direito de acesso à saúde é uma prerrogativa da Constituição Federal, “um direito de todos e dever do Estado”, como afirma o artigo 196. Apesar
disso, para mulheres que se relacionam sexualmente com outras mulheres, o caminho até o serviço médico adequado passa por entraves, como a
falta de informação, a discriminação e a negligência institucional.
Um exemplo claro da invisibilidade que essa população sofre no atendimento à saúde é relativo à falta de informação precisa em relação aos
métodos de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis. Atualmente, ainda existe a desinformação de que mulheres com práticas
homoafetivas não correm riscos de contrair doenças sexualmente transmissíveis. Por exemplo, ainda existe a falsa crença de que, por não
acontecer o ato sexual com penetração, essas mulheres não correm risco de contrair DSTs e HIV. Parece existir no imaginário de muitos a falsa
concepção de que sexo entre mulheres não é sexo.
Nós, profissionais de saúde, temos o dever de rever nossas abordagens a essas pacientes e a maneira como realizamos nossas consultas. A
maneira que estabelecemos o diálogo nos permite colher informações sobre a vida sexual dessas mulheres. Nossa linguagem, postura e atitude
permitem que elas se sintam à vontade para assumir sua orientação sexual. Somos responsáveis pelo espaço de escuta que geramos e devemos ter
consciência de que a nossa fala terá um impacto significativo na forma como essas mulheres passarão a entender e valorizar os seus hábitos de
cuidado e sua saúde. E então, você consegue identificar a importância dos direitos das mulheres lésbicas e entender o significado que a
vulnerabilidade feminina possui nesses casos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
“O direito a uma vida livre de violência é um dos direitos básicos de toda mulher. Épela garantia desse direito que marchamos hoje e
marcharemos sempre, até que todas sejamos livres”. Texto retirado de cartazes em marchas no Distrito Federal. Com base nas informações até
agora apresentadas, identifique a alternativa correta:
A
Parabéns! A alternativa D está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%2
paragraph'%3ETodas%20as%20alternativas%20levam%20a%20reflex%C3%B5es%20importantes%20no%20que%20diz%20respeito%20ao%20direito%2
Questão 2
O dia da visibilidade lésbica é 29 de agosto. Neste módulo, refletimos sobre a importância da saúde voltada para essa população e as
consequências do descaso. Com base no que aprendemos, identifique a alternativa que descreve a melhor forma de se garantir os direitos
sexuais da mulher homossexual.
A violência física contra a mulher é o estágio de uma série de violências verbais, simbólicas, psicológicas que atingem mulheres
todos os dias. A discriminação histórica contra a mulher não é fruto de uma concepção patriarcal que ainda impera, mesmo
inconscientemente, na sociedade.
B
A luta contra a violência objetiva conscientizar a sociedade de que a culpa do estupro é da mulher e o estupro está associado ao
modo como ela se veste. Assim, muitas mulheres ainda protestam contra a culpabilização das vítimas nos casos das violências
sofridas e criticam as instituições que sustentam a dominação e a exploração contra a mulher.
C
A mercantilização do corpo da mulher, do prazer e a banalização da exploração sexual são dimensões da globalização
econômica. A mulher é considerada alvo estratégico do consumismo e o apelo sexual o elemento central nesse método. Por
isso, deve se dar ao respeito e ser sóbria nas suas roupas e nos seus comportamentos.
D
Mulheres lésbicas são diariamente expostas à vulnerabilidade, seja pelas dificuldades de autoaceitação seja pela aceitação da
sociedade. Por isso, tornam-se vulneráveis a adoecimentos físicos e mentais. A melhor maneira de se garantir o direito à saúde
dessa população é desenvolver estratégias de políticas que acolham esse grupo de mulheres, independentemente do serviço
que procurarem.
E
A opressão ao sexo feminino nas empresas se dá na prática do assédio e abuso sexual em troca da manutenção do emprego e
das promoções de cargos. As mulheres que não aceitam esses “pré-requisitos” têm que se desdobrar e demonstrar capacidade
e superioridade para se manter em seus empregos.
A
Os profissionais de saúde precisam sair de sua zona de conforto, buscando se livrar de preconceitos e escutar essas mulheres.
Precisam ter coragem de escutar o que as mulheres lésbicas e bissexuais têm para dizer, entendendo que também haverá
dificuldades, pois há determinadas questões que não possuem resposta e não são simples de entender.
B
Garantir que tenham acesso ao planejamento reprodutivo, chamado também de planejamento familiar, designa um conjunto de
ações de regulação da fecundidade, as quais podem auxiliar as pessoas a prever e controlar a geração e o nascimento de filhos,
e englobam adultos, jovens e adolescentes, com vida sexual com e sem parcerias estáveis, bem como aqueles e aquelas que se
preparam para iniciar sua vida sexual. Essa é a única forma de garantir seus direitos.
C
Informar os métodos de contracepção, pois estes também são úteis contra infecções sexualmente transmissíveis, como por
exemplo o uso dos contraceptivos orais, e métodos de barreira como diafragma e camisinha masculina.
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EExistem%20v%C3%A1rias%20formas%20constitucionais%20de%20garantir%20os%20direitos%20sexuais%20e%20reprodutivos%20da%
2 - Saúde dos homens gays e bissexuais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a importância das políticas de saúde dos homens gays e bissexuais.
De�nições e marco histórico
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Desde os
primeiros tratados de direitos da humanidade, já se reconhecia que todos são iguais e possuem direitos, todos nascem livres em dignidade e
oportunidades. Contudo, sabemos que a população de homens gays vem sendo alvo, ao longo da história, de frequentes críticas e atos de violência.
Ao se pensar ou discutir a saúde de gays e bissexuais, devemos ter em mente que eles, assim como outros grupos, ainda são alvos de
discriminação que, muitas vezes, começa no próprio lar, estende-se à escola, ao trabalho e ao mundo social em geral. Entenda melhor a seguir:
D
Manter a organização do serviço e os discursos dos profissionais, respeitando a relação paciente-profissional e as concepções
de gênero, conjugalidade e orientação sexual, privilegiando a heterossexualidade e afirmando os modelos femininos que
destacam as características femininas que englobam a reprodução e a maternidade.
E Incentivar a melhor forma de reprodução das mulheres lésbicas, deixando de lado qualquer discurso de induza à adoção.
Gay
Termo utilizado para designar homens que se identificam como homens e se relacionam sexual e afetivamente com outros homens.
Bissexual
Pessoa que se relaciona sexual e afetivamente tanto com homens quanto com mulheres.
Comentário
A luta pela conquista dos direitos LGBTQIA+ no Brasil nos últimos anos foi marcada por evoluções significativas, tanto no âmbito institucional como
na forma de a sociedade relacionar-se com essas minorias. Entretanto, a situação ideal de reconhecimento pleno dos direitos dessas pessoas está
ainda muito distante.
Embora tenha ocorrido alguma melhora no exercício da cidadania do grupo LGBTQIA+, como a garantia do casamento civil e o direito de adoção, de
acordo com o Relatório sobre violência homofóbica no Brasil: ano de 2012, a cada dia, durante esse ano, pouco mais de 13 pessoas foram vítimas de
violência homofóbica. Esse dado aponta que a construção da cidadania ainda é incipiente, apesar de o texto constitucional afirmar que os direitos
são iguais sem distinção. É importante destacar que esses dados podem estar ainda sendo subestimados porque carecemos de uma coleta
adequada dos dados de LGBTfobia em todo o território nacional.
Observe a seguir o gráfico com dados fornecidos pelo Observatório das Mortes Violentas de LGBTQIA+ no Brasil.
O movimento social em defesa dos direitos dos gays/homossexuais masculinos surgiu na década de 1970, tendo como marco a fundação do grupo
Somos. Veja a seguir mais alguns detalhes:
O contexto social da época era profundamente adverso, uma vez que, em 1964, fora instaurado o Regime de Exceção, o qual acabaria
somente em 1985. Outro fato complicador foi o surgimento da epidemia de AIDS no início de 1980.
Desse modo, o movimento social, que surgira com o propósito de empoderamento e luta pela conquista de direitos dos homossexuais, passa
a atuar na garantia de necessidades básicas de subsistência dessa população, como o direito de ter o tratamento de saúde realizado de
forma gratuita pelo Estado. Essa população tornou-se ainda mais estigmatizada em decorrência da sua associação com a AIDS. Nesse
aspecto, a década de 1980 foi especialmente difícil.

Contexto social 
Movimento social 
Política Nacional de Saúde Integral LGBT 
O Ministério da Saúde lançou, em 2011, a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, por meio da Portaria nº 2.836 que expande o horizonte de
atuação da temática para além das doenças e do agravo, abordando a questão do respeito e da integralidade da atenção à saúde.
Compreende-se, assim, que esses são direitos humanos e que devem ser observados no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Ainda em 2011, foi publicada Portaria da Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa do Sistema Único de Saúde (ParticipaSUS). A
Portaria nº 2.979 é de vital importância, uma vez que autoriza o repasse de recursos para a implementação de Comitês de Políticas de
Promoçãode Equidade e apoia eventos para atividades de políticas de promoção da equidade para todas as 26 unidades da Federação e o
Distrito Federal.
A luta contra o HIV/AIDS
A epidemia de AIDS que teve início da década de 1980 foi contida, pelo menos o quadro dramático que se anunciou no começo não fora
concretizado. As políticas públicas implementadas e os avanços da medicina dificultaram a evolução da epidemia para uma pandemia. Em 2020,
das cerca de 920 mil pessoas vivendo com o vírus HIV no país, 593.217 estavam registradas no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (
Sinan).
inan
É um sistema que serve para notificar casos de AIDS, hepatites virais e algumas doenças sexualmente transmissíveis em todo o Brasil.
Contudo, em relação à população gay e bissexual, registra-se aumento dos casos de AIDS. Na população de homens que fazem sexo com homens
(HSH), apresentou-se um aumento de casos de infectados, em todas as faixas etárias, a partir de 2007, excetuando aqueles com mais de 50 anos.
Esse dado demonstra que as políticas públicas implementadas, ao longo dessas três décadas, devem ser mantidas e ampliadas de modo a
conscientizar os jovens da importância do uso de preservativos e da prática de sexo seguro.
Comentário
Ainda assim, estimativas recentes apontam queda no número de casos de infecção por AIDS nos últimos anos. Entre 2012 e 2019, o Ministério da
Saúde identificou no país uma diminuição na taxa de detecção da doença de 21,9/100 mil habitantes para 17,8/100 mil habitantes, um decréscimo
de 18,7%.
Embora tenha ocorrido uma redução dos casos de AIDS em praticamente todo o território nacional, não podemos esquecer que essa diminuição
pode ser devido a problemas de identificação na transferência de dados entre os diversos setores do SUS, especialmente no que se refere às bases
ParticipaSUS 
de dados municipal, estadual e federal. Confira mais alguns detalhes importantes:
É preciso entender que os homossexuais não são os culpados pela epidemia de HIV, e sim vítimas de um problema de saúde pública e mundial, o
qual está associado a diversos fatores sociais. Além disso, esse grupo se torna vulnerável por conta da discriminação e exclusão social que sofre,
ficando à margem do acesso de diversas estratégias de prevenção e tratamento existentes.
Todas as pessoas estão expostas ao risco de infecção caso tenham comportamento de risco. Entende-se como comportamento de risco qualquer
atividade ou prática que aumente as chances de contrair o vírus HIV ou mesmo qualquer outra DST, como atividades sexuais sem proteção e uso de
objetos perfurocortantes contaminados, como agulhas e alicates.
Carga viral
Embora o risco de contrair AIDS não seja mais encarado hoje em dia como uma sentença de morte, não podemos perder de vista os
perigos associados a essa doença. O uso de medicamentos chamados de antirretrovirais permite que as pessoas com HIV alcancem
a chamada “carga viral indetectável”.
Qualidade de vida
O paciente passa a viver normalmente com importantes melhorias na qualidade de vida e menores chances de transmitir o vírus à
outra pessoa. Entretanto, ele precisará sempre acompanhar os níveis dessa carga viral.
Detecção
Importante destacar que a detecção do HIV segue em alta, especialmente entre homens nas faixas etárias mais jovens. O preconceito
que ainda prevalece em relação ao vírus e à síndrome tem um enorme peso na população geral, por isso é importante usarmos os
termos adequadamente.
Síndrome
AIDS descreve uma síndrome de diferentes infecções e doenças que chamamos de oportunistas, uma vez que se desenvolvem à
medida que a imunossupressão aumenta durante a evolução da infecção causada pelo HIV, indo da infecção aguda até a morte.
Homossexualidade
Um erro bastante comum é associar HIV e homossexualidade. De fato, existe uma epidemia em curso entre a população geral e os
subgrupos populacionais. Contudo, uma análise sem os critérios adequados torna-se equivocada e responsabiliza grupos
historicamente associados ao vírus.
A homofobia é um dos fatores associados a essa problemática, especialmente no Brasil. Estudos apontam que nos países menos LGBTfóbicos,
como a Austrália e países do Reino Unido, a incidência de HIV está significativamente menor.
Atenção!
Sabe-se que nos anos 80, no Brasil, as manchetes nos jornais e as campanhas de prevenção tinham o teor preconceituoso e persecutório. Todo
horror diante da AIDS distanciava a consciência da sociedade sobre a importância de entender o vírus, de lidar com as circunstâncias que ele se
apresentava. Ao que parece, o desconhecimento, o estigma e o medo dificultavam o tratamento, o que podia ocasionar o aumento da propagação da
transmissão da doença. Contudo, aos poucos, a sociedade foi debatendo de maneira mais ampla as questões da sexualidade, e a compreensão foi
modificando e trazendo programas de prevenção, bem como campanhas do governo federal combatendo e desmistificando a doença e combatendo
a estigmatização. As taxas de detecção da AIDS foram diminuindo nos últimos dez anos e percebe-se que as pessoas soropositivas podem ter uma
condição de vida melhor.
Políticas Nacionais de Atenção Integral à Saúde do Homem
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), instituída pela Portaria MS/GM nº 1.944, de 27 de agosto de 2009, está
diretamente vinculada a essa visão ampla e abrangente de homens e masculinidades. O documento fundante a respeito dos princípios e das
diretrizes da Pnaish aborda o reconhecimento à importância dos aspectos socioculturais e da perspectiva relacional de gênero para a
implementação de linhas de cuidado que respeitem a integralidade da atenção a homens de 20 a 59 anos, contribuindo de modo efetivo para a
redução da morbimortalidade e promoção de melhores condições de saúde para esta população.
Comentário
Considerar as diferentes masculinidades não significa que o profissional de saúde precisa saber, de antemão, como lidar com toda a gama possível
de situações, até mesmo porque isso é humanamente impossível e inviável. Significa apenas que ele pode se despir de seus julgamentos prévios e
permanecer receptivo para acolher e aprender com cada indivíduo e/ou grupos populacionais atendidos. O respeito é fundamental!
Cada pessoa pode apresentar um modo diferente de lidar com sua sexualidade, com seus processos de doença e saúde, com sua relação com o
trabalho e suas relações sociais. O acolhimento e a atenção a homens gays e bissexuais, nesse sentido, não devem ser diferentes no que diz
respeito a uma abordagem respeitosa vinculada às suas singularidades.
Esse atendimento deve ocorrer de modo que suas reais necessidades em saúde possam vir à tona, contribuindo para desmistificar preconceitos,
criar um campo de suporte e afirmação de cidadania e de promoção à saúde.
Estudo de Caso
Teoria na prática
Para ilustrar tudo que aprendemos até aqui, vamos conhecer a história de Gustavo, que nos servirá como um caso hipotético que representa as
dificuldades e o contexto de muitos homossexuais. Gustavo se reconhecia desde sempre como gay e morava com amigos e conhecidos por ter sido
expulso de casa em função de sua sexualidade. Emagrecido e com aspecto de cansado, apesar de nunca ter mantido relações sexuais de risco,
desejava realizar testagem para HIV, pois acreditava ter sido contaminado ao beijar um rapaz.
Ao se deparar com os profissionais de saúde atendendo no posto, Gustavo percebeu olhares desconfiados desde a sua chegada. Sentindo-se
exposto, envergonhado e desanimado com esse tratamento, desistiu do atendimento.
A saúde, o tratamento e os recursos para a qualidade de vida das pessoas são um bem que cada pessoa pode obter. A situação socioeconômica, a
raça, a religião ou qualquer orientação sexual do paciente não devem ser o foco de atenção dos profissionais de saúde. Sabe-se que saúde é um
direito que deve ser garantido a todos, assim como um atendimento de respeito e um acolhimento independem da condição de cada indivíduo.
Osprincípios do Sistema Único de Saúde (SUS) – universalidade, integralidade e equidade – vislumbram o direito constitucional à saúde, entendida
de forma ampla e integral. Políticas públicas que identifiquem as necessidades de grupos vulneráveis, dentre os quais inclui-se a população de
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuem para ampliar a equidade na medida em que buscam reduzir o impacto de
determinantes sociais, ou seja, o local e a forma em que esses indivíduos são expostos perante a sociedade e atender a demandas específicas
desse grupo populacional.
A vulnerabilidade da população LGBTQIA+ e seu acesso precário aos serviços de saúde são desafios, apesar das recentes conquistas no âmbito das
políticas públicas. O distanciamento dessa população das unidades de assistência reflete diferentes obstáculos como discriminação,
constrangimento, preconceito, estigma e falta de treinamento profissional adequado.
A heteronormatividade institucional, ou seja, a presunção da heterossexualidade como regra, tem efeitos deletérios sobre o acolhimento e o
processo de cuidado da população LGBTQIA+. Assim, a sensibilização e a qualificação dos profissionais acerca das especificidades dessa
comunidade são passos fundamentais para garantir o efetivo cumprimento do direito à saúde. Por isso, é muito importante a nossa reflexão desde
já!
Nesse estudo de caso, você conseguiu perceber a importância de um fluxo de atendimento respeitoso para Gustavo e para qualquer pessoa? O
acolhimento é fundamental para a resolução dos casos. Nessa situação, bastava tirar dúvidas e fazer teste de rotina. E se fosse um caso de
comportamento de risco? Ele desistiria do atendimento e não saberia o diagnóstico de sua saúde. Quais seriam as consequências para a sua saúde
e a de seus futuros parceiros?
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e os homossexuais
Neste vídeo você conhecerá um pouco mais sobre a importância da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e os cuidados dos
homossexuais.
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
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Sobre a evolução do reconhecimento de direitos ao grupo vulnerável constituído por pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e
transgêneros (LGBTQIA+), é correto afirmar que
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20Brasil%20tem%20avan%C3%A7ado%20nas%20pol%C3%ADticas%20que%20garantem%20o%20direito%20da%20popula%C3%A7%
Questão 2
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), instituída pela Portaria MS/GM nº 1.944, de 27 de agosto de 2009, foi um
marco muito importante para o desenvolvimento das políticas de grupos mais específicos como o HSH (Homens que fazem sexo com
homens). Sobre a PNAISH é correto afirmar que
A todos os direitos humanos em relação à orientação sexual e identidade de gênero são preservados e garantidos.
B os atendimentos de saúde ao grupo vulnerável estão isentos de preconceitos e estigmas.
C a população LGBTQIA+ não tem direito gratuito ao atendimento de saúde pública.
D a segurança social para a população LGBTQIA+ está garantida e os índices de violência a esse grupo encontra-se reduzido.
E
os Princípios do SUS e a Política Nacional de Direitos à Saúde Integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e bissexuais
garantem muitos direitos sem discriminação de orientação e gênero, porém ainda faltam políticas mais rígidas contra a
homofobia.
A
além de evidenciar os principais fatores de morbimortalidade, explicita o reconhecimento de determinantes sociais que resultam
na vulnerabilidade da população masculina aos agravos à saúde, considerando representações sociais sobre a masculinidade e
seus tipos.
B
com o princípio de promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular
masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos, tem o objetivo de facilitar e ampliar o acesso com
qualidade da população masculina às ações e aos serviços de assistência integral à saúde da Rede SUS, e abrange
principalmente os homens cisgênero, ou seja, aqueles que se reconhecem como homens.
C a PNAISH possui a limitação de integralizar a saúde do homem apenas em seus aspectos reprodutivos. 
D
os homens adolescentes e jovens são os que mais sofrem lesões e traumas devido a agressões, por isso surgiu a PNAISH, com
foco nesses homens heterossexuais.
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20PNAISH%20%C3%A9%20o%20ponto%20de%20partida%20para%20atua%C3%A7%C3%B5es%20profissionais%20e%20discuss%C3
se%20respeitar%20ainda%20a%20forma%20em%20que%20a%20pessoa%20se%20identifica.%20As%20quest%C3%B5es%20consideradas%20inadeq
3 - Práticas/análises de poder e os efeitos do campo do cuidado em saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de avaliar as práticas/análises de poder e os efeitos do campo do cuidado em saúde.
O cuidado em saúde e a população LGBTQIA+
A necessidade dos movimentos organizados LGBTQIA+ envolve reivindicações nas áreas dos direitos civis, políticos e sociais, o que exige atuação
articulada e coordenada de todas as áreas do Poder Executivo. A discussão vai muito além do atendimento local, e a situação é consequência de
falta de políticas que devem ser mais bem estruturadas.
Atenção!
Indivíduos LGBTQIA+ relatam como obstáculos ao cuidado integral e eficaz alguns fatores, tais como a falta de educação por parte dos funcionários,
a recusa de tratamento, o cuidado precário e o abuso verbal por parte dos profissionais. Como resultado dessas reprováveis condições, muitos
indivíduos evitam o tratamento com o profissional de saúde, mesmo nas emergências.
No cenário nacional, a atuação profissional em questões de sexualidade se mostra limitada para o atendimento integral e humanizado em situações
de violência sexual e saúde geral para a população LGBTQIA+. Quando a equipe profissional recebe o usuário do serviço de saúde, deve-se
prevalecer o compromisso de oferecer um atendimento com respeito, eficiência, humanidade e atenção integral, de maneira que as necessidades de
saúde expostas possam ser adequadamente respondidas.
E visa promover a prevenção de doenças prevalentes na população masculina: objetiva proporcionar um mês para a realização de
seus exames.
A integralidade da atenção, no espaço singular de cada serviço de saúde, pode ser definida como o esforço da equipe de saúde de traduzir e atender,
da melhor maneira possível, a tais necessidades sempre complexas, tendo de ser captadas em sua expressão individual.
Vamos re�etir!
Re�exão
Precisamos evitar situações que impeçam o ser humano de exercer seus plenos direitos, como o de ir e vir e ser quem ele realmente é. Tais direitos
são reconhecidos universalmente e há uma luta constante para que sejam respeitados. As minorias são as que mais sofrem com a imposição de
uma sociedade dominada por homens. O poder, nas suas várias faces, sempre foi e continua sendo essencialmente masculino. Do ponto de vista
histórico, a partir das décadas finais do século XX, as relações simbolicamente construídas entre os sexos foram abaladas nas suas estruturas pela
emergência de um lado social feminino que rejeitou as noções solidificadas dos conceitos de superioridade e inferioridade. É importante que
pensemos qual é a mensagem e, especialmente, qual é a sociedade que desejamos deixar para as futuras gerações.
Mas como o sexo e o gênero interferem nas relações de poder?
Gênero não é o mesmo que sexo! Sexo refere-se à biologia de uma pessoa, enquanto gênero é a sua construção como sujeito masculino ou
feminino. As diferenças sexuais biológicas são naturais e imutáveis. O gênero, por sua vez, é estabelecido por ajustes sociais, variando de acordo
com as épocas históricas e os seus padrões culturais, e pode sermodificado. As relações de poder entre homens e mulheres, assim como classes
sociais, etnias e opções sexuais, estão presentes em todas as construções sociais, configurando-se em uma rede complexa.
Distante de a igualdade ser uma utopia, o mundo atual exige que pensemos novamente sobre essa ordem universal de poder – a qual não é humana
nem natural. Nascemos biologicamente iguais, vivemos em desigualdade e, quando morremos, novamente nos tornamos iguais. Talvez resida aí a
chave para o entendimento da nossa própria humanidade!
Resumindo
Tanto a ideia de ser mulher como de ser homem é construída. E essa construção tem a forte interferência de uma estrutura patriarcal que
predominou ao longo da história por muito tempo. Ainda prevalece no nosso imaginário o modelo em que o homem é o centro da sociedade,
enquanto a mulher deve ficar confinada à sua casa, fazendo o serviço doméstico como função social.
É importante entender a luta histórica da mulher e reconhecer a sua importância assim como a de qualquer figura feminilizada. Essas figuras
femininas ou feminilizadas são ainda alvo de estigmatização e socialização de modo desigual. Talvez essa seja uma das origens da homofobia.
No estudo dos sistemas de poder e sexualidade, alguns nomes são considerados destaques, tais como Michel Foucault e Judith Butler. Ambos os
autores buscaram verificar as vertentes do poder, observando que a materialidade do sexo acontece por meio da imposição de uma ideologia
construída através de gerações em constante dinâmica.
As diretrizes que definem a sexualidade a partir de matrizes heteronormativas, ou seja, considerando que apenas a heterossexualidade é normal e
aceitável, fazem com que as pessoas que não se enquadram “positivamente” na hierarquia dos atos sexuais sejam consideradas inumanas, corpos
abjetos, vergonha da humanidade e que, por isso, devem ser eliminadas, excluídas, invisibilizadas. Daí nasce um dos princípios do preconceito:
grupos maioritários que se autoconsideram “normais” tomam para si a função de vigiar e punir aquilo que consideram anormal.
Homofobia nas instituições sociais
Instituições sociais são estruturas relativamente permanentes e marcadas por padrões de comportamentos delimitados por normas e valores
específicos. Como exemplo podemos pensar em um grupo religioso, a alta sociedade, a comunidade que detém o poder de ditar o que é certo de
acordo com a própria visão.
Saiba mais
Você sabia que os jovens são o principal alvo de homofobia no meio em que vivem? De acordo com diferentes estudos, as escolas refletem
abertamente manifestações homofóbicas da sociedade em que estão inseridas. Em geral, observa-se que nesses espaços, se houver expressões
homofóbicas, é muito provável observar preconceito também contra negros, pobres, mulheres ou qualquer outra forma de discriminação.
Tal situação pode gerar depressão, ansiedade, perda de confiança, retração, isolamento social, culpa e distúrbios do sono, autoflagelação, uso
abusivo de álcool e suicídio entre os nossos jovens. Entenda melhor mais alguns detalhes:
Grupos especí�cos
No Brasil, observa-se um fenômeno de criação de grupos específicos com características próprias bem como ocupação de lugares constituídos a
acolher o público LGBTQIA+. Estamos falando de bares, lojas e as chamadas baladas gays que representam espaços de lazer e de tempo livre nos
quais os jovens homossexuais, principalmente no ambiente urbano, constroem suas próprias normas e expressões culturais, seus ritos, suas
simbologias e seus modos de ser, que os diferenciam do denominado mundo adulto.
Homofobia
A homofobia reflete uma falha na constituição da sociedade pautada por paradigmas extremamente excludentes e arbitrários que definem aquilo
que é humano e inumano, baseando-se em normas construídas a partir de uma visão machista e heteronormativa.
Discriminação
Precisamos estar atentos ao problema de saúde pública no qual a homofobia institucionalizada pode trazer para a população LGBTQIA+ por meio de
falas preconceituosas, discriminação velada, causando consequências que para as pessoas ditas “normais” são invisíveis. Cabe a cada indivíduo
desenvolver a sensibilidade no olhar profissional e garantir que o direito à saúde seja, de fato, estabelecido conforme a instituição, sem
discriminação de raça, cor, credo, gênero ou orientação.
A homofobia nas escolas e outras instituições
Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre como a homofobia pode se manifestar em diferentes instituições sociais e o impacto dela.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
As discussões de gênero são importantes no desenvolvimento da sociedade. Contudo, para isso, são importantes o respeito e a garantia da
igualdade de tratamento. Marque a opção que explica da melhor maneira a relação entre gênero e poder.
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20alternativa%20correta%20remete%20a%20uma%20vis%C3%A3o%20sem%20prejulgamentos%2C%20permitindo%20a%20reflex%C
Questão 2
Leia o caso de Inês: “Não suportando a situação, Inês disse que era ‘virgem’ e expressões faciais de susto e descrédito tentaram ser inibidas (ou
reforçadas!) com perguntas do tipo: ‘como assim? Você nunca teve penetração? Qual a sua idade?’. Ao que seguiu uma resposta constrangida
‘nunca tive relações com homens’. Inês não retornou mais àquela profissional e quiçá tenha retornado a outro ginecologista ou profissional de
saúde”. Considerado o relato anterior, marque a opção que envolva as relações de poder no atendimento à saúde.
A
Não se pode confundir gênero com capacidades. Homens e mulheres, independentemente de seus afetos ou condições, são
capazes de realizar funções e têm direito de igualdade em todos os sentidos.
B
O gênero não influencia as relações de poder; atualmente, essas discussões são cada vez mais irrelevantes, já que todos têm
direitos e deveres iguais.
C A discussão sobre gênero e poder é uma visão social, não possui influência de política, religião ou criação.
D As discussões se fazem necessárias, mas, atualmente, todos já têm direitos suficientes para uma vida em sociedade adequada.
E O apelo pela representatividade das mulheres na sociedade é o principal meio de luta pelos direitos das mulheres.
A
É comum que as pessoas se assustem e prejulguem as situações diferentes do normal. Afinal, o normal é uma relação entre
homens e mulheres para reprodução.
B
Há uma “verdade” do sexo que é produzida precisamente pelas práticas reguladoras que geram identidades, por via de uma
matriz de normas de gênero coerentes, essa matriz rege a sociedade e deve ser seguida.
C
As relações de poder, prejulgamentos e medo do desconhecido levam a sociedade à não aceitação ou a formas inadequadas de
lidar com pessoas que vivem outras realidades. O profissional de saúde deve abster-se de seus preceitos, opiniões e
curiosidades e priorizar o atendimento à saúde do paciente, garantindo o direito à saúde com sensibilidade e respeito.
D
Não é responsabilidade do profissional de saúde acolher a população lésbica, e sim trata-la igualmente às mulheres ditas
normais.
Parabéns! A alternativa C está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20alternativa%20correta%20remete%20a%20uma%20vis%C3%A3o%20sem%20prejulgamentos%2C%20permitindo%20a%20reflex%C
Considerações �nais
Começamos nosso estudo reconhecendo a importância do cuidado em saúde das mulheres lésbicas. Aprendemos que a invisibilidade ainda é uma
situação que as leva a ser desassistidas, e o preconceito disfarçado de dúvida as impede de procurar o serviço de saúde, prejudicando-as ainda
mais, o que chamamos de vulnerabilidade. Vimos que a conquista dos direitos sexuais foi uma luta que tomou visibilidade com o advento da AIDS.
Hoje essa luta continua para vencer o preconceito. Refletimos ainda sobre o preconceito e a necessidadede se pensar ou discutir saúde de gays e
bissexuais. Cabe a cada pessoa, independentemente de gênero ou orientação sexual, respeitar o ser humano e lutar contra a homofobia.
Como futuros profissionais da saúde, devemos desenvolver a sensibilidade no olhar profissional e garantir que o direito à saúde seja, de fato,
estabelecido, sem discriminação de raça, cor, credo, gênero ou orientação.
Podcast
Neste podcast, você conhecerá um pouco mais sobre os dilemas encontrados no cuidado em saúde de homens e mulheres homossexuais e
bissexuais e as relações de poder e opressão.
E As questões de poder andam em contramão das questões religiosas e políticas, a sociedade é obrigada a aceitar as novas
formas de sexualidade.

Referências
BRASIL. Atenção integral à saúde de mulheres lésbicas e bissexuais. Brasília, 2014.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988.
BRASIL. Política nacional de saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Brasília, 2013.
BRASIL. Relatório sobre violência homofóbica no Brasil: Ano de 2012. Secretaria de Direitos Humanos, Brasília, 2012.
FACCHINI, R.; BARBOSA, R. M. Saúde das mulheres lésbicas. p. 1–43, 2006.
FERNANDES, M.; SOLER, L. D.; LEITE, M. C. B. P. Saúde das mulheres lésbicas e atenção à saúde: nem integralidade, nem equidade diante das
invisibilidades. Diversidade Sexual e de Gênero, v. 19, p. 37–46, 2019.
MELO, G.; SIMÕES, N. C.; BARBABELA, P. Cartilha de saúde LGBTI+: políticas, instituições e saúde em tempos de COVID-19. p. 1–60, 2021.
PAULINO, D. B.; RASERA, E. F.; TEIXEIRA, F. DO B. Discursos sobre o cuidado em saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais (LGBT)
entre médicas(os) da Estratégia Saúde da Família TT - Discourses on the healthcare of lesbian, gay, bisexual, and transgender (LGBT) people
adopted by doctors. Interface (Botucatu, Online), v. 23, p. e180279–e180279, 2019.
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Para aprimorar os seus conhecimentos no assunto estudado:
Pesquise a Cartilha de saúde LGBTI+ políticas, instituições e saúde em tempos de COVID-19 e as singularidades relacionadas à saúde da
população LGBTQIA+, em especial no que diz respeito a serviços disponíveis e demandas específicas para uma tutela ampla e universal da saúde.
Pesquise o estudo Dossiê da saúde das mulheres lésbicas e entenda mais sobre Promoção da equidade e da integralidade na saúde dessa
população.
Pesquise sobre a Política Nacional de Saúde Integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e entenda sobre o direito à saúde dessa
população.
Assista ao filme Boy Erased: uma verdade anulada, que irá ajudá-lo na reflexão sobre a vivência e o preconceito em relação à comunidade
LGBTQIA+.

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