Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Autor: Prof. Antônio Palmeira de Araújo Neto Colaboradores: Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Nome Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 Professor conteudista: Antônio Palmeira de Araújo Neto Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista: UNIP (2013). Especialista em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário Uninassau em Pernambuco (2010), Engenheiro de Telecomunicações pela Universidade de Pernambuco (2008). Profissional certificado em ITIL v3 Foundation e Cobit v4.1 Foundation. Professor e coordenador de cursos de graduação e pós‑graduação de disciplinas da área de Tecnologia da Informação no Centro Universitário do Senac e na Universidade Paulista (UNIP). Professor de disciplinas técnicas de Telecomunicações do Instituto Técnico de Barueri. Tem experiência de mais de 10 anos em Gestão e Governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Z13 Zacariotto, William Antonio Informática: Tecnologias Aplicadas à Educação. / William Antonio Zacariotto ‑ São Paulo: Editora Sol. il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2‑006/11, ISSN 1517‑9230. 1.Informática e tecnologia educacional 2.Informática I.Título 681.3 ? Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Marcilia Barros Brito Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 Sumário Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 ESTRATÉGIA CORPORATIVA ............................................................................................................................9 1.1 Conceito de estratégia ..........................................................................................................................9 1.2 Administração estratégica ................................................................................................................ 10 1.3 Estratégia empresarial ........................................................................................................................ 12 1.4 Estratégias competitivas ................................................................................................................... 12 1.5 Histórico da administração estratégica ...................................................................................... 13 1.6 O papel estratégico da TI ................................................................................................................... 15 Unidade II 2 FERRAMENTAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA ............................................................................................ 18 2.1 Introdução às ferramentas de gestão estratégica .................................................................. 18 2.2 Balanced Scorecard (BSC) ................................................................................................................. 18 2.3 Análise Swot ........................................................................................................................................... 22 2.4 Diagrama de Foco Estratégico ........................................................................................................ 25 2.5 Matriz de Relacionamentos ............................................................................................................. 25 2.6 Matriz BCG .............................................................................................................................................. 26 2.7 Matriz GE ................................................................................................................................................. 27 2.8 Modelo das Cinco Forças de Porter .............................................................................................. 28 Unidade III 3 ELABORAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DE NEGÓCIO (PARTE 1) ................................................ 31 3.1 Estratégia e tática ................................................................................................................................ 31 3.2 Planejamento estratégico ................................................................................................................. 32 3.3 Modelos de planejamento estratégico ........................................................................................ 34 3.4 Desafios do planejamento estratégico ........................................................................................ 36 3.5 Composição do Plano Estratégico de Negócio......................................................................... 37 3.6 Etapas do processo de planejamento estratégico de negócio ........................................... 38 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 Unidade IV 4 ELABORAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DE NEGÓCIO (PARTE 2) ................................................ 41 4.1 Processo de planejamento estratégico de negócio ................................................................ 41 4.2 Participantes e ambientes do processo ....................................................................................... 42 4.3 Etapa 1: preparação e levantamento dos dados ..................................................................... 43 4.4 Etapa 2: construção do plano ......................................................................................................... 44 4.5 Etapa 3: construção dos projetos estratégicos ........................................................................ 49 4.6 Etapa 4: controle e avaliação da estratégia .............................................................................. 49 Unidade V 5 ELABORAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DE TI (PARTE 1) ................................................................ 51 5.1 Gestão estratégica de TI .................................................................................................................... 51 5.2 Impacto estratégico da TI ................................................................................................................. 51 5.3 Fatores Críticos de Sucesso (FCS) ................................................................................................... 52 5.4 Alinhamento estratégico entre TI e negócio .............................................................................54 5.5 Planejamento estratégico de TI ...................................................................................................... 56 5.6 Ferramentas utilizadas na gestão estratégica de TI ............................................................... 57 5.7 Diagrama de maturidade .................................................................................................................. 58 5.8 Matriz de Relacionamentos para TI .............................................................................................. 59 5.9 Métodos AHP para a tomada de decisão ................................................................................... 60 5.10 BSC adaptado para uso na TI ........................................................................................................ 61 Unidade VI 6 ELABORAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DE TI (PARTE 2) ................................................................ 63 6.1 Processo de elaboração do plano estratégico de TI ............................................................... 63 6.2 Elaboração do plano: fase 1 ............................................................................................................. 64 6.3 Elaboração do plano: fase 2 ............................................................................................................. 66 6.4 Elaboração do plano: fase 3 ............................................................................................................. 67 6.5 Elaboração do plano: fase 4 ............................................................................................................. 68 6.6 Elaboração do plano: fase 5 ............................................................................................................. 69 6.7 Planos táticos da TI .............................................................................................................................. 69 6.8 Controle e acompanhamento do desempenho do plano estratégico da TI ................. 70 6.9 Métricas de desempenho da estratégia através do BSC ...................................................... 72 6.10 Medições dos resultados para o negócio e controle e avaliação do plano estratégico de TI .............................................................................................................................. 72 7 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 INTRODUÇÃO O objetivo desta disciplina é trazer para o aluno os conhecimentos necessários para executar o planejamento estratégico de negócio e o planejamento estratégico da Tecnologia da Informação. Ao ler este material textual espera‑se que o aluno mergulhe no mundo da gestão estratégica, incluindo suas metodologias e ferramentas, principalmente aplicadas à área de Tecnologia da Informação. Primeiramente, tratamos das estratégias corporativas, apresentando, incialmente, o conceito de estratégia, a administração estratégica, as estratégias empresariais e uma breve menção sobre o papel estratégico da TI. Depois, são apresentadas as principais ferramentas de gestão estratégica, tais como: Balanced Scorecard (BSC); Análise Swot; Diagrama de Foco Estratégico; Matriz de Relacionamentos; Matriz BCG; Matriz GE; Modelo das Cinco Forças de Porter. Em seguida, o material tem como foco a elaboração do Plano Estratégico de Negócio. Em sua primeira parte é abordado o conceito e um pouco de metodologias e a segunda parte apresenta, na prática, como se executa um processo de planejamento estratégico de negócio. Por fim, apresentamos a disciplina Planejamento Estratégico da Tecnologia da Informação por meio de conceitos, metodologias e das etapas que compõem esse processo. Esperamos que você aproveite bastante este material e mergulhe no mundo da estratégia. Bons estudos! 9 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Unidade I 1 ESTRATÉGIA CORPORATIVA 1.1 Conceito de estratégia Amplamente estudada pelos mais variados autores, a estratégia é considerada um dos temas mais importantes na gestão moderna de empresas, quase sempre permeando diversas realidades organizacionais e sendo percebida por perspectivas diferentes. Deste modo, é possível encontrar diversas definições do tema estratégia e os seus conceitos associados. Chandler (1962), por exemplo, considera que estratégia é a definição de metas e objetivos básicos relativos ao longo prazo para uma organização, além da adoção de ações apropriadas e o uso de recursos com a finalidade de chegar a esses objetivos estabelecidos. Outra definição é trazida por Ansoff e McDonnell (1993), que menciona a estratégia como um arcabouço de diretrizes para a tomada de decisão diante de situações desconhecidas. Essas decisões, chamadas de estratégicas, dizem respeito à relação entre a empresa e o seu ecossistema. Katz (1970) refere‑se à estratégia como uma relação entre a empresa e o seu meio, em vista da determinação da situação atual, além da constituição de um plano para se alcançar o futuro. Esse pano é conhecido como plano estratégico. Observação Planejamento estratégico é um processo que objetiva criar um documento chamado plano estratégico. Outros autores como Steiner e Miner (1977) e Mintzberg (1988) definem estratégia, a partir da percepção de cenários externos e internos, como a construção de ações, procedimentos, políticas e, também, como uma força mediadora da tomada de decisão de longo prazo nas organizações. Observação Na construção da estratégia corporativa é comum perceber e influenciar‑se pelos cenários internos (endógenos) e externos (exógenos). 10 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 Unidade I Ainda, de acordo com Mintzberg, Ahlstrand, e Lampel (2000), a estratégia pode ser definida pelos seus 5 “Ps”, em que cada “P” aborda um dos aspectos específico da definição. São eles: • Estratégia como plano: a estratégia é compreendida como um plano, por apresentar‑se como um conjunto de ações e tarefas conscientemente estabelecidas, seguindo uma diretriz ou um conjunto de diretrizes. • Estratégia como pretexto: por representar, em algumas situações, uma manobra específica em vista da superação de oponentes e concorrentes, a estratégia é vista também como um pretexto. • Estratégia como padrão: a estratégia pode ser enxergada como uma consistência no comportamento, que gera confiança em quem a executa. • Estratégia como posição: a estratégia reflete o posicionamento da organização diante dos cenários internos e externos. • Estratégia como perspectiva: como perspectiva, as estratégias são abstrações que existem apenas nas mentes das pessoas interessadas, consideradas como uma maneira de fixar o olhar no mundo. Saiba mais APara conhecer um pouco mais sobre conceitos de estratégia leia o livro: MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. 1.2 Administração estratégica A administração estratégica objetiva a integração entre o planejamento estratégico e a administração em um mesmo processo, de modo que o primeiro se torne uma atividade que impulsiona os administradores a agir e pensar estrategicamente, com uma visão de longo prazo, sem deixar de considerar questões táticas (médio prazo) e também questões operacionais (curto prazo) (BATEMAN; SNELL, 1998). Um pouco diferente da administração convencional, a administração estratégica remete à estrutura da administração organizacional para o futuro, por meio de norteadores estratégicos e definição de objetivos de longo prazo (a convencional trata o presente através de seus indicadores financeiros). Partindo do conceito geral para o específico, a administração estratégica é mencionada por Bateman e Snell (1998) como um processo que engloba administradores de todos os níveis deuma empresa ou organização na criação e implementação de objetivos estratégicos e das estratégias. 11 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Prahalad e Hamel (1990) afirmam que a administração estratégica pode ser colocada como a administração focada em competências da organização com vistas à obtenção da vantagem competitiva ante a concorrência. Ela é viabilizada com o envolvimento das áreas de conhecimento da organização que concebem uma empresa como um portfólio de competências, surgindo daí uma enorme gama de possíveis oportunidades. Quando se observa a administração estratégica, notam‑se fortemente dois cenários: o cenário externo e o cenário interno. No cenário externo estão os clientes, os fornecedores, os concorrentes, os agentes públicos e a legislação vigente, a sociedade, as tecnologias e os chamados conjunturais (economia, política, meio‑ambiente). Nesse cenário estão os fatos, eventos e processos sobre os quais a empresa não tem governabilidade, mas que necessita conhecer o como, o porquê e o quando dos acontecimentos que provocam ameaças ou possibilitam oportunidades para organização. No cenário interno temos o conhecimento da organização (inteligência organizacional), suas forças e fraquezas. Nesse cenário são necessários conhecimentos para que seus administradores implementem programas de aprendizagem e desenvolvimento de seu capital humano, e com isso o conhecimento se torne um ativo responsável por agregar valor à organização. O foco da administração estratégica é a estruturação da organização para o futuro, permitindo uma filosofia da adaptação, que busca como resultado a efetividade por meio da inovação ou diversificação, visando o desenvolvimento sustentado com atitudes proativas de maneira amigável e serena. Já com relação aos profissionais de administração, surge o papel do administrador estratégico que tem como foco: • Criar um clima organizacional propício para a implementação do plano estratégico a partir do envolvimento da alta administração, lideranças intermediárias e colaboradores. • Obter a sincronia de todos os envolvidos no processo, o que somente ocorrerá com a clara comunicação dos benefícios almejados. • O monitoramento constante e a consequente correção e reorientação do plano estratégico. Dentro das decisões, na administração estratégica, a definição da estratégia empreendedora é uma das principais que precisa ser tomada, sendo essa um aspecto importantíssimo, porque vai posicionar a forma que a empresa atingirá seus objetivos de marketing e implicará uma série de outras decisões de caráter tático e operacional (PASTRO, 2001). Porter (1989) menciona que administração estratégica é um processo que envolve as cinco funções administrativas, são elas: atividades de planejamento, organização, direção, coordenação e controle, tendo essa política o intuito de atingir os objetivos organizacionais. 12 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 Unidade I 1.3 Estratégia empresarial Normalmente, as empresas têm como um dos seus principais objetivos estratégicos a entrega do retorno de investimentos para os acionistas. Se em algum caso particular o retorno a longo prazo não for satisfatório, então a deficiência deverá ser corrigida, ou a atividade abandonada em troca de outra que ofereça perspectivas mais favoráveis. O cerne do posicionamento estratégico de uma empresa reside em fazer a opção por ações diversas dos concorrentes e assim gerar vantagem competitiva. Se os mesmos conjuntos de ações fossem os melhores para produzir todas as variedades de produtos, para satisfazer a todas as necessidades e para ter acesso à totalidade dos clientes, as empresas simplesmente se alternariam entre elas e a eficácia operacional determinaria o desempenho. Ser diferente, focalizar uma escolha e demarcar uma posição única no mercado fazem parte da excelência estratégica empresarial. No delinear das estratégias empresariais, é muito comum a elaboração do plano estratégico. É nele que estão contidos os norteadores estratégicos da corporação, além de uma análise da empresa, no contexto interno e externo, dos objetivos estratégicos e das ações estratégicas. A partir desse plano estratégico, é possível um desdobramento das ações em todas as áreas da organização, gerando a necessidade de ter‑se uma estratégia para cada ambiente. Como exemplo, pode‑se apontar as estratégias de recursos humanos, as estratégias comerciais, as estratégias de TI, dentre diversas outras. 1.4 Estratégias competitivas A opção por uma estratégia remete à maneira como a organização desejará competir no mercado, utilizando e maximizando o retorno dos seus investimentos. Desse modo, é possível definir estratégias de produto, posicionamento, fabricação, distribuição e preço, mas todas elas, para serem vantagens competitivas sustentáveis, devem necessariamente alinhar‑se a três aspectos. São eles: • Aspecto 1: a estratégia precisa ser baseada na composição de ativos e competências da organização. • Aspecto 2: a escolha do mercado‑alvo no qual a empresa irá competir. • Aspecto 3: a seleção dos concorrentes com os quais a empresa irá competir. Numerosas vantagens competitivas sustentáveis estão disponíveis para as mais diversas organizações. Essas vantagens, segundo Porter (1989), relacionadas ao escopo competitivo, são agregadas em três opções genéricas: estratégia de diferenciação, estratégia de custo e estratégia de foco. A estratégia de diferenciação remete à provisão de um produto diferente e mais valorizado por clientes e concorrentes. Desse modo, o valor agregado ao produto influi decisivamente na escolha dos clientes e, também, na satisfação definitiva. Esse tipo de estratégia é uma alternativa para aquelas empresas que não querem se basear no baixo custo como vantagem competitiva. 13 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO As principais características da estratégia de diferenciação são: • Geração de valor ao cliente: o produto precisa entregar, de fato, valor agregado que diferencia esse de outros produtos. • Fornecimento do valor percebido: o cliente precisa perceber o valor, ou seja, é necessário sempre comunicar o valor para que haja a percepção. • Alto grau de dificuldade de reprodução: a concorrência precisa encontrar um alto grau de dificuldade para reproduzir o mesmo produto com o mesmo valor agregado, a fim de garantir a sustentabilidade da diferenciação. A estratégia de liderança em custo envolve economias de escala, custos de mão de obra ou automação de processos, além de outras maneiras, que são fruto de múltiplas abordagens. Para conseguir a implementação dessa estratégia, são necessárias várias ações, tais como: remoção de acessórios e extras de um produto; provisão de produtos enxutos e sustentáveis; redução de custos de produção; e substituição de matéria prima. A estratégia de foco concentra‑se em uma parte do mercado, direcionando‑se a um segmento específico de clientes ou a uma região geográfica limitada. A estratégia de foco tem o objetivo de evitar a dispersão ou a divergência da implantação da estratégia, resultando em uma forma de competição, mesmo com recursos escassos. Dessa forma, gera‑se uma estratégia de posicionamento e diminuem‑se as pressões competitivas. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre essas estratégias leia: PORTER, M. E. Vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1989. 1.5 Histórico da administração estratégica Apesar de aparentar algo extremamente novo, a administração estratégica começou a ser estabelecida na década de 1950. Aqui encontramos uma primeira fase evolutiva do pensamento estratégico, com foco essencialmente em questões financeiras. Desse modo, o planejamento estratégico resumia‑se a um planejamentofinanceiro, que, na verdade, se tratava mais de um controle financeiro. Nesse período a principal ferramenta utilizado era o orçamento anual, com o enfoque top‑down: de cima para baixo –, ou seja, um único estrategista, que era o executivo do topo da pirâmide organizacional, determinava e acompanhava a execução do planejamento baseado na previsão de receitas. 14 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 Unidade I Observação Foi nessa época que surgiu a administração por objetivos, desenvolvida por Peter Drucker, em que os objetivos eram estabelecidos pelos subordinados e supervisores, devendo ser atingidos dentro de certo período. A década de 1960 correspondeu à fase do planejamento em longo prazo, baseando‑se nas premissas de que o futuro pode ser estimado a partir da projeção de indicadores passados e atuais, e melhorados, no longo prazo, por uma intervenção ativa no presente. Nesse período, conhecido como Escola do Planejamento a Longo Prazo, eram trabalhadas metodologias simples de elaboração de cenários onde pareciam não ser adequados à explicação de fenômenos mais complexos. Ainda nessa escola, enfatizavam‑se as técnicas de preenchimento de Gaps (lacunas) existentes entre os pontos de projeção de referência e os do cenário desejável. A visão de futuro das empresas era desenvolvida através da elaboração de cenários orientados por regras de causa e efeito. Na década de 1970 a expressão estratégica foi introduzida nas ações e na linguagem dos executivos. As organizações passaram a dividir os níveis hierárquicos em três grupos: estratégico, tático e operacional. O foco da Escola do Planejamento Estratégico desta época residia na decisão empresarial, importando para elas a eficiência e a eficácia dessas decisões. Nessa época as características principais das decisões empresariais estavam em torno do foco estratégico, articulando, assim, a análise financeiro‑contábil às análises de competitividade, à competência na produção e à atratividade de mercado. Vê‑se, com isso, que a Escola do Planejamento Estratégico fazia uma nítida separação entre pensamento e ação. Na década de 1980, iniciou‑se a fase da Escola da Administração Estratégica, época em que grande parte da tradicional literatura existente ficou em segundo plano. Nessa escola, houve maior preocupação com a importância da implementação das estratégias, e não apenas com o processo pelo qual elas foram elaboradas. Encontram‑se nesse período um dos principais pensadores da Escola da Administração Estratégica, o Dr. Igor Ansoff. Nascido na Rússia em 1918, migrou para os EUA e se formou Bacharel em Engenharia Mecânica e Física e Doutor em Matemática Aplicada. É considerado por muitos como o pai do Gerenciamento Estratégico: Em 1980, Michael Porter, Doutor em Economia Empresarial pela Universidade de Harvard, conhecido atualmente como a principal autoridade mundial em estratégia de competitiva e competitividade internacional, publicou Competitive Strategy, que transmitia, de forma mais atenta, o lado prescritivo do pensamento estratégico. Para tal, levantou questões que, há muito tempo, preocupavam os executivos, entre elas estão: 15 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO • O que vem dirigindo a concorrência em minha indústria ou nas indústrias nas quais estou pensando em entrar? • Quais são as atitudes que os concorrentes, provavelmente, assumirão e qual a melhor maneira de respondê‑las? • De que modo minha indústria irá se desenvolver? • Qual a melhor posição a ser adotada pela empresa que irá competir a longo prazo? Porter identificou a necessidade de analisar cinco forças competitivas, desenvolvendo assim um modelo para análise estrutural da indústria. Essas forças competitivas são: • Poder de barganha dos fornecedores. • Poder de barganha dos concorrentes. • Ameaça de produtos substitutos. • Ameaça de novos entrantes. • Rivalidade entre concorrentes. Na década de 1990, ocorreu um ritmo de mudança cada vez mais acelerado e testemunhamos o processo de valorização da gestão estratégica, aplicando‑se um foco mais sistêmico ao processo de planejamento. Foi nessa década que surgiu a Escola de Gestão Estratégica que indicou, além do planejamento estratégico, a necessidade de organização, direção, coordenação e controle estratégico. Assim, o conceito tradicional do pensamento estratégico centralizado tornou‑se inadequado na medida em que, para os gestores, bastava planejar, coordenar e controlar. Desse modo, clareou‑se a ideia de que essas ações não só deveriam focalizar as atividades internas da organização como também uma ação reativa às mudanças que acorreriam, no ambiente externo e interno, à organização. Aqui a gestão estratégica passou a enfocar, de maneira sistêmica, as funções estratégicas para o estabelecimento do equilíbrio entre demandas internas e externas, integrando todos os setores da organização, de maneira que a alocação de recursos ocorresse da melhor forma na busca de atingir seus objetivos e suas metas. 1.6 O papel estratégico da TI Nos dias de hoje é quase impossível imaginar uma operação de negócio sem o emprego da TI. Seja na manufatura, ou nos serviços, ou no comércio, o uso de ferramentas tecnológicas tem sido primordial para o sucesso das empresas. 16 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 Unidade I A TI tem hoje um papel fundamental nos negócios, na verdade, um papel estratégico. Muitas das vantagens competitivas são suportadas pela TI, quando ela mesma não é a própria vantagem competitiva. No entanto para que a TI cumpra o seu papel, é necessário que ela seja eficiente e eficaz. Para entender um pouco melhor esses conceitos, Laurindo (2008, p. 74) toma como exemplo a eficácia e a eficiência de uma aplicação de TI, como um sistema de informação. Pode‑se entender eficiência no uso da TI como implantar o sistema ao menor custo, desenvolver o sistema de acordo com o levantamento efetuado, usando os recursos da melhor forma possível, no menor tempo e com o melhor desempenho da aplicação no computador. Assim, uma empresa estaria conseguindo aumento de eficiência ao adotar uma nova metodologia de desenvolvimento de sistemas, conseguindo que houvesse menos erros de programação, e, portanto, melhor qualidade e precisão de resultados [...]. Eficácia no uso da TI consiste em implantar ou desenvolver os sistemas que melhor se adaptem às necessidades dos usuários, da área de negócio e da empresa, e que sejam consistentes com a estratégia global da corporação e que melhor contribuam para aperfeiçoar as atividades e as funções desempenhadas pelos usuários e, ainda, que tragam ganhos em competitividade e produtividade para a empresa. McFarlan (1984 apud LAURINDO, 2008) afirma que se pelo menos uma de cinco questões básicas sobre a TI e a Corporação for respondida positivamente, é um claro sinal que a TI é estratégica para a empresa. As questões são as seguintes: • Barreiras à entrada de novos concorrentes podem ser estabelecidas pela TI? • A troca de fornecedores ou o poder de barganha podem ser influenciados pela TI? • A base de competição (custo, diferenciação ou enfoque) pode ser alterada pela TI? • O poder de barganha nas relações com os clientes podem ser alterados pela TI? • Novos produtos podem ser gerados pela TI? O número de respostas positivas ditará o tamanho do impacto que a TI exerce sobre a estratégia da corporação, fazendo com que umas empresas dependam mais de TI do que outras. Resumo A temática desta unidade estava voltada para os conceitos básicos em estratégia. Apresentaram‑se as definições clássicas mencionadas pelos mais diversos autores. 17 Re vi sã o: M ar ci lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 05 /0 5/ 20 17 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Uma das definiçõesmais bem colocada estabelece que estratégia é a definição de metas e objetivos básicos relativos ao longo prazo para uma organização, além da adoção de ações apropriadas e do uso de recursos com a finalidade de chegar a esses objetivos estabelecidos. Outro autor colocava que estratégia é como um arcabouço de diretrizes para a tomada de decisão diante de situações desconhecidas. Essas decisões, chamadas estratégicas, dizem respeito à relação entre a empresa e o seu ecossistema. Também foi apresentado o conceito dos 5 “Ps” da estratégia, em que cada “P” aborda um dos aspectos da definição. São eles: estratégia como plano; estratégia como pretexto; estratégia como padrão; estratégia como posição; estratégia como perspectiva. Referenciou‑se ainda a importância da administração estratégica que remete à estrutura organizacional para o futuro por meio de norteadores estratégicos e definição de objetivos de longo prazo (a convencional trata o presente através de seus indicadores financeiros). Após a sequência de menções à estratégia e à administração estratégica, discorreu‑se sobre a estratégia corporativa e a estratégia competitiva, além das três opções genéricas: estratégia de diferenciação; estratégia de custo; e estratégia de foco. A estratégia de diferenciação remete à provisão de um produto diferente e mais valorizado por clientes e concorrentes. A estratégia de liderança em custo envolve economias de escala, custos de mão de obra ou automação de processos, além de outras maneiras, que são fruto de múltiplas abordagens. A estratégia de foco concentra‑se em uma parte do mercado, direcionando‑se a um segmento específico de clientes ou a uma região geográfica limitada. A unidade foi finalizada com o histórico da administração estratégica e o papel estratégico da TI nos negócios.
Compartilhar