Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TICs 5° Período – Medicina UNIDEP – T7 Acadêmica Carla Geovana Surdi Bertelli TICs 05 – Hiperplasia Adrenal Congênita 1 – O que ocorre neste grupo de distúrbios? Como detectar esta patologia no recém-nascido? É um distúrbio, por vezes genético, que afeta as glândulas suprarrenais, englobando um conjunto de síndromes, que se caracterizam por diferentes deficiências enzimáticas na síntese de esteroides adrenais. A deficiência da 21- hidroxilase (CYP21A2), gene responsável pela codificação e expressão da enzima 21-hidroxilase no córtex adrenal e fundamental na biossíntese dos esteroides adrenais, e também, em alguns casos afetando a aldosterona, podendo resultar em hiponatremia e hiperpotassemia graves. Dessa forma, a partir da redução da síntese de cortisol, aumenta-se a ACTH, graças ao feedback negativo. A gravidade da doença depende da mutação CYP21A2 específica e do grau de deficiência de enzimas. A deficiência bloqueia completa ou parcialmente a conversão da 17-hidroxiprogesterona em 11-desoxicortisol, um precursor de cortisol, e a conversão da progesterona em desoxicorticosterona, um precursor da aldosterona. Depois que a síntese de cortisol diminui, os níveis de ACTH (adrenocorticotropic hormone) aumentam, o que estimula o córtex suprarrenal, causando acúmulo dos precursores de cortisol (p. ex., 17-hidroxiprogesterona) e produção excessiva dos androgênios adrenais dehidroepiandrosterona (DHEA) e androstenediona. A deficiência de aldosterona pode levar à perda de sal, hiponatremia e hiperpotassemia. Além disso, a HAC é classificada em clássica e não clássica. A clássica é diagnosticada já no neonato, já a forma não clássica é a forma mais prevalente, que é diagnosticada tardiamente. No RN, a forma clássica é identificada pela triagem neonatal através do teste do pezinho, onde encontra-se níveis elevados de 17-hidroxiprogesterona ou por achados clínicos, como genitália ambígua e perda de sal, seguindo também pelos testes sorológicos confirmatórios. REFERÊNCIAS BARRA, Cristina Botelho et al. Triagem neonatal para hiperplasia adrenal congênita. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 58, p. 459-464, 2012. MERKE D, AUCHUS R. Manifestações clínicas e diagnóstico de hiperplasia adrenal congênita clássica por deficiência de 21- hidroxilase em lactentes e crianças. In: Geffner M, Martin K, ed. Waltham, Mass.: UpToDate, 2020. Telles-Silveira, Mariana et al. Hiperplasia adrenal congênita: estudo qualitativo sobre doença e tratamento, dúvidas, angústias e relacionamentos (parte I). Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia [online]. 2009, v. 53, n. 9
Compartilhar