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Slides de Aula - Unidade II

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ESTUDOS DISCIPLINARES
Questões e Reflexões II
Prof. Adilson Oliveira
 Uma das maneiras de entender a questão da cidadania é percebê-
la como um conjunto de direitos que inclui os direitos civis, os 
políticos e os sociais. Recentemente, o conceito de cidadania foi 
ampliado e passou a envolver, além dos direitos acima citados, a 
sensação de pertencer a uma comunidade, participando de 
valores, histórias e experiências comuns aos que a ela pertencem. 
 Assim, identidade e cidadania fazem parte do mesmo constructo e 
ambas são condições necessárias para a construção de 
sociedades justas, democráticas e modernas.
 Em relação a esse assunto, o tema desenvolvido neste material é: 
ações afirmativas e cotas e, também, terceiro setor.
Cidadania
Ações afirmativas e cotas
 As ações afirmativas são estratégias cujo objetivo é a melhoria das 
condições de vida de grupos minoritários, excluídos ou subordinados. 
Em geral, são promovidas pelo Estado ou por meio da parceria deste 
com a iniciativa privada. O alvo dessas ações, adotadas de forma 
voluntária ou obrigatória, varia em função do contexto e da situação de 
grupos minoritários étnicos ou raciais. As mulheres também costumam 
ser contempladas com ações desse tipo.
 Na maioria dos casos, as ações afirmativas visam à maior participação 
ou à melhoria de condições desses grupos no mercado de trabalho, 
no sistema educacional e na representação política. A ação afirmativa 
mais conhecida é a de sistema de cotas, que consiste em estabelecer 
determinado número ou percentual a ser ocupado em área específica por 
grupo(s) definido(s), o que pode ocorrer de maneira proporcional ou não, 
e de forma mais ou menos flexível. Existem ainda as taxas e metas, que 
seriam basicamente um parâmetro estabelecido para a mensuração 
de progressos obtidos em relação aos objetivos propostos, e os 
cronogramas, como etapas a serem observadas em um planejamento 
de médio prazo.
 O conceito sobre o qual repousam as ações afirmativas diz 
respeito ao fato de não se poder tratar de forma igual o que é 
desigual, sob o risco de se aumentar a desigualdade. Em outras 
palavras, parte-se da crença de que a desigualdade faz jus a 
medidas corretivas e a condições especiais para que sejam 
garantidas iguais condições de acesso a bens e direitos por 
todos. Nesse sentido, as ações afirmativas buscam restituir uma 
igualdade rompida ou que nunca existiu. 
 A Constituição de 1988 foi um importante passo na construção de 
ações afirmativas no Brasil. No seu texto, procurou-se proteger o 
mercado de trabalho para a mulher e para o deficiente físico. 
 Em 1995, a legislação eleitoral estabeleceu um sistema de cotas 
com 30% de participação mínima das mulheres para candidaturas 
dentro dos partidos políticos. Também durante a década de 1990, 
diversas ações procuraram formular políticas compensatórias para 
a comunidade negra.
No caso de ações objetivando promover o acesso ao ensino 
superior, podem ser citadas: 
a) aulas de complementação, que envolveriam cursos preparatórios 
para o vestibular e cursos de verão e/ou de reforço durante a 
permanência do estudante na faculdade; 
b) financiamento de custos, para o acesso e a permanência nos 
cursos, envolvendo o custeio da mensalidade em instituições 
privadas, bolsas de estudos, auxílio-moradia, alimentação 
e outros; 
c) mudanças no sistema de ingresso nas instituições de ensino 
superior, por sistema de cotas, taxas proporcionais e sistemas de 
testes alternativos ao vestibular.
 O terceiro setor, de forma simplificada, engloba as organizações 
criadas e as ações promovidas pela sociedade civil. Considerando 
que o primeiro setor corresponde ao Estado e o segundo, à 
iniciativa privada, o terceiro setor 
é o que inclui o amplo espectro das instituições filantrópicas 
dedicadas à prestação de serviços nas áreas de saúde, educação 
e bem-estar social e as organizações voltadas para 
a defesa dos direitos de grupos específicos da população, como 
as mulheres, os negros e os povos indígenas, ou 
de proteção ao meio ambiente e de promoção do esporte, 
da cultura e do lazer. Tal ideia inclui ainda as múltiplas 
experiências de trabalho voluntário, pelas quais cidadãos 
exprimem sua solidariedade pela doação de tempo, trabalho e 
talento para causas sociais.
O terceiro setor
 O terceiro setor comunica-se e interage com os outros dois. 
Esta é, provavelmente, uma das razões que levam alguns 
autores a entenderem que o Estado e o mercado fazem 
parte da sociedade, compondo-a e representando-a.
 O crescimento do terceiro setor, no Brasil e no restante do 
mundo, coincide com a disseminação do espírito globalizador 
que preconizou, a partir da década de 1980, a redução do 
tamanho do Estado. Ao defender o Estado Mínimo, essa 
perspectiva se opôs ao Estado do Bem-Estar (Welfare State) 
que, desde a grande depressão americana das primeiras 
décadas do século XX, intervinha no sistema econômico 
com o objetivo de garantir maior justiça social.
 Questão 5.1. Leia o texto abaixo e analise a figura a seguir.
 As 59 universidades federais brasileiras terão de contar, em breve, com um 
sistema de cotas para ingresso dos novos estudantes. A expectativa é que 
a presidente Dilma Rousseff sancione, nos próximos dias, a lei que destina 
50% das vagas oferecidas nessas universidades a alunos que tenham 
cursado o ensino médio integralmente em escolas públicas. Metade dessa 
reserva beneficiará quem vem de família de baixa renda, com ganho máximo 
de um salário mínimo per capita. [...] Quase dez anos após o início das 
discussões sobre cotas no ensino público superior do País, o assunto ainda 
é polêmico. Especialistas concordam que o governo precisa ampliar, de 
alguma maneira, a participação dos jovens de famílias carentes, além de 
negros e indígenas, no ensino superior. Mas a reserva de vagas está longe 
de ser uma unanimidade entre docentes, alunos e estudiosos.
 "A questão é como manter a qualidade e ao mesmo tempo fazer a inclusão. 
Não é uma equação fácil", avalia o sociólogo Simon Schwartzman, 
pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, 
do Rio de Janeiro. 
 [...] Já para o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de 
Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Carlos Maneschy, 
é possível colocar na mesma sala de aula alunos aprovados no 
vestibular convencional e estudantes admitidos por cotas, sem 
prejuízo ao ensino. Ele conta que a Universidade Federal do Pará 
(UFPA), onde é reitor, adota há cinco anos a reserva de 50% das 
vagas para egressos de escolas públicas. E, segundo Maneschy, 
levantamentos mostram que, apesar das dificuldades iniciais 
apresentadas pelos cotistas, os índices de desempenho e de evasão 
entre alunos vindos de escolas públicas e de particulares são os 
mesmos. A UFPA ainda reserva, desde 2010, duas vagas para 
indígenas por curso.
Disponível em <http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI6085734-EI8266,00-
Cotas+para+escolas+publicas+geram+polemica+entre+especialistas.html>. Acesso em 19 out. 2012.
Legenda
= R$ 100,00
= R$ 10,00
= R$ 1,00
INTERVALO
 Questão 5.2. Leia os textos a seguir.
Texto I
 O orçamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(PNUD) para o presente exercício é de 10,1 bilhões de dólares. O montante, 
um bilhão maior do que o valor de 2007, evidencia a crescente valorização da 
responsabilidade social, considerando que os recursos provêm de doações 
privadas e fundos para causas específicas, como educação e saúde, além 
de verbas governamentais. 
 No ano passado, o recorde de contribuições recebidas por outro organismo, 
o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), corrobora a ampliação 
da consciência universal quanto à necessidade de reduzir os índices de 
miséria e promover a inclusão social e melhoria da qualidade da vida. No 
total, 181 Estados-membroscontribuíram com 419 milhões de dólares para o 
UNFPA. Isso representa o número mais elevado de países doadores e o maior 
montante recebido a título de contribuições desde que a agência iniciou suas 
operações, em 1969. 
 [...] Além de seus propósitos humanitários, as agências da ONU têm outro 
aspecto em comum: para ambas, os recursos privados são estratégicos e 
fundamentais. O mesmo raciocínio aplica-se às organizações do terceiro 
setor que atuam localmente, circunscritas ao atendimento de uma 
demanda social ou de um público específico. Como não têm fins 
lucrativos, sua capacidade de gerar receitas próprias é limitada. Assim, 
dependem do exercício da responsabilidade social por parte do capital 
privado e do esforço do voluntariado. 
 A lógica do terceiro setor, quanto à sua inserção no mundo globalizado, 
é a mesma que rege o universo dos negócios. Há organizações globais, 
como as agências da ONU, e as locais, como alguns excelentes exemplos 
brasileiros, dentre os quais a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos 
Excepcionais), a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), a 
Fundação Dorina Nowill e a ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e 
Leucemia).
Disponível em <http://www.ipea.gov.br/acaosocial/articled3d2.html?id_article=616>. 
Acesso em 26 out. 2012.
Texto II
 É inegável a importância do surgimento das ONGs e do 
chamado terceiro setor como um fenômeno dos anos 1990 que 
remete a novas formas de relação entre os indivíduos 
e seus coletivos e entre o Estado e a iniciativa privada. 
Observam-se, nesse processo, o surgimento e a ampliação 
da participação cidadã e a possibilidade da reconstrução das 
utopias sociais transformadoras. Ressaltam-se a autonomia 
e a independência do terceiro setor em relação aos primeiro 
e segundo setores e fala-se, inclusive, do volume financeiro 
que mobiliza e do número de empregos surgidos com as 
iniciativas advindas desse campo.
 No entanto, corre-se o risco de não considerarmos as características 
apontadas acima de forma crítica. Assim, cabe acentuar que as diretrizes 
e os financiamentos de grande parte das ações e dos projetos do terceiro 
setor provêm do Estado e/ou das fundações vinculadas às empresas 
do segundo setor. Esse dado é bastante questionador da pretensa 
autonomia e independência do terceiro setor em relação aos dois outros 
setores. Outro aspecto que não deve passar despercebido é que o 
razoável montante financeiro mobilizado, assim como os empregos 
gerados pelas atividades do terceiro setor, vêm concomitantemente 
com os recordes de arrecadação pelo Estado e com os significativos 
aumentos nos excedentes financeiros auferidos pelas grandes empresas, 
aliados ao substancial aumento de demissões observadas nos dois 
primeiros setores. Mesmo a proliferação de ONGs não tem resultado em 
melhoria das condições de vida da população em geral. Pelo contrário, o 
cenário das ruas das grandes cidades do Brasil atesta a fragilidade do 
impacto de projetos desenvolvidos dentro da cultura do terceiro setor.
[...] Ao não levar em conta os aspectos levantados anteriormente, o 
profissional do terceiro setor vive uma dissociação entre os ideais 
que permeiam o seu trabalho e o resultado prático de suas ações. 
[...] [Em última instância], existe o sério risco de este importante 
fenômeno emergente no cenário mundial, chamado terceiro setor, 
transformar-se em um mero executor de tarefas ditadas pelos 
primeiro e segundo setores, ao que seria melhor, então, designar-se 
setor terceirizado.
Disponível em <http://www.fonte.org.br/node/146>. Acesso em 26 out. 2012 (com adaptações).
 Com base na leitura dos textos, relacione a presença do terceiro 
setor com a capacidade de atuação do Estado.
 Questão 5.3. Leia o trecho da reportagem da Istoé, reproduzido a seguir.
Por que as cotas raciais deram certo no Brasil
Política de inclusão de negros nas universidades melhorou a qualidade 
do ensino e reduziu os índices de evasão. Acima de tudo, está transformando 
a vida de milhares de brasileiros
Amauri Segalla, Mariana Brugger e Rodrigo Cardoso
 Por ser recente, o sistema de cotas para negros carece de estudos 
que reúnam dados gerais do conjunto de universidades brasileiras. 
Mesmo analisados separadamente, eles trazem respostas 
extraordinárias. É de se imaginar que os alunos oriundos de 
colégios privados tenham, na universidade, desempenho muito 
acima de seus pares cotistas. Afinal, eles tiveram uma educação 
exemplar, amparada em mensalidades que custam pequenas 
fortunas. Mas a esperada superioridade estudantil dos não cotistas 
está longe de ser verdade. A Uerj analisou as notas de seus alunos 
durante 5 anos. 
 Os negros tiraram, em média, 6,41. Já os não cotistas marcaram 
6,37 pontos. Caso isolado? De jeito nenhum. Na Universidade 
Estadual de Campinas (Unicamp), que também é referência no 
País, uma pesquisa demonstrou que, em 33 dos 64 cursos 
analisados, os alunos que ingressaram na universidade por 
meio de um sistema parecido com as cotas tiveram 
performance melhor do que os não beneficiados. E ninguém 
está falando aqui de disciplinas sem prestígio. Em engenharia 
de computação, uma das novas fronteiras do mercado de 
trabalho, os estudantes negros, pobres e que frequentaram 
escolas públicas tiraram, no terceiro semestre, média de 6,8, 
contra 6,1 dos demais. Em física, um bicho de sete cabeças 
para a maioria das pessoas, o primeiro grupo cravou 5,4 
pontos, mais dos que os 4,1 dos outros (o que dá uma 
diferença espantosa de 32%).
 Em um relatório interno, a Unicamp avaliou que seu programa para 
pobres e negros resultou em um bônus inesperado. “Além de 
promover a inclusão social e étnica, obtivemos um ganho 
acadêmico”, diz o texto. Ora, os pessimistas não diziam que os 
alunos favorecidos pelas cotas acabariam com a meritocracia? Não 
afirmavam que a qualidade das universidades seria colocada em 
xeque? Por uma sublime ironia, foi o inverso que aconteceu. E se 
a diferença entre cotistas e não cotistas fosse realmente grande, 
significaria que os programas de inclusão estariam condenados ao 
fracasso? Esse tipo de análise é igualmente discutível. “Em um País 
tão desigual quanto o Brasil, falar em meritocracia não faz sentido”, 
diz Nelson Inocêncio, coordenador do Núcleo de Estudos 
Afrobrasileiros da UnB. “Com as cotas, não é o mérito que se deve 
discutir, mas, sim, a questão da oportunidade.” Ricardo Vieiralves
de Castro fala do dever intrínseco das universidades em, 
afinal, transformar seus alunos – mesmo que cheguem 
à sala de aula com deficiências de aprendizado. 
 “Se você não acredita que a educação é um processo 
modificador e civilizatório, que o conhecimento é capaz 
de provocar grandes mudanças, não faz sentido existir 
professores.” Não faz sentido existir nem sequer universidade.
 Por mais que os críticos gritem contra o sistema de cotas, a 
realidade nua e crua é que ele tem gerado uma série de efeitos 
positivos. Hoje, os negros estão mais presentes no ambiente 
universitário. Há 15 anos, apenas 2% deles tinham ensino 
superior concluído. Hoje, o índice triplicou para 6%. Ou seja: 
até outro dia, as salas de aula das universidades brasileiras 
lembravam mais a Suécia do que o próprio Brasil. Apesar da 
evolução, o percentual é ridículo. 
 Afinal de contas, praticamente a metade dos brasileiros é negra 
ou parda. Nos Estados Unidos, a porcentagem da população 
chamada afrodescendente corresponde exatamente à 
participação dela nas universidades: 13%. Quem diz que não 
existe racismo no Brasil está enganado ou fala isso de má-fé. 
Nos Estados Unidos, veem-se negros ocupando o mesmo 
espaço dos brancos – nos shoppings, nos restaurantes 
bacanas, no aeroporto, na televisão, nos cargos de chefia. No 
Brasil, a classe média branca raramente convive com pessoas 
de umacor de pele diferente da sua e talvez isso explique por 
que muita gente refuta os programas de cotas raciais. No 
fundo, o que muitos brancos temem é que os negros ocupem o 
seu lugar ou o de seus filhos na universidade. Não há outra 
palavra para expressar isso a não ser racismo.
AVANÇO, SIM. MAS
O CAMINHO É LONGO
O quadro mostra a distribuição
de brasileiros de 15 a 24 anos
por nível de ensino.
Alfabetização
de jovens
e adultos
0,8%
Alfabetização
de jovens
e adultos
1,5%
Alfabetização
de jovens
e adultos
1,2%
Ensino
fundamental
49%
Ensino
superior
31,1%
Ensino médio
19,1%
Ensino 
médio
36,6%
Ensino
fundamental
49,1%
Ensino
superior
12,8%
Ensino 
médio
34,6%
Ensino
superior
13,4%
Ensino
fundamental
50,8%
PardosNegrosBrancos
Fonte: IBGE
Com base na leitura, analise as afirmativas que seguem e assinale 
a alternativa correta.
I. Pelo infográfico, observa-se que o número de negros entre 15 a 24 anos 
com Ensino Médio é praticamente o dobro do número de brancos com a 
mesma escolaridade.
II. De acordo com os dados, a população negra do Brasil e a dos Estados 
Unidos têm o mesma representatividade no ensino superior (cerca de 
13%), o que mostra que o sistema de cotas eliminou as desigualdades 
históricas.
III. De acordo com a reportagem, o sistema de cotas, em 15 anos, triplicou o 
número de afrodescendentes nas universidades brasileiras. 
a) Nenhuma afirmativa está correta.
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa III está correta.
e) As afirmativas I, II e III estão corretas.
INTERVALO
 O Wikileaks é uma organização que conta com uma rede 
transnacional de colaboradores (a maior parte anônima) e que 
divulga, em seu site, documentos oficiais obtidos de fontes sigilosas, 
com informações confidenciais, vazadas (to leak, em inglês, 
significa vazar) de governos e empresas. Muitos documentos com 
informações secretas já foram vazados pelo site, comportamento 
considerado por alguns países como ato de traição e de espionagem. 
 Em tempos de vertiginosa inovação tecnológica e de intensa 
circulação de dados e de informação pela web, o vazamento 
do Wikileaks nos leva às seguintes questões: a) como manter a 
confidencialidade e o sigilo de informações no ambiente digital?; 
b) quais os limites para a transparência dos atos de governo em 
uma democracia?; c) como devem ser tratados os arquivos e 
materiais diplomáticos?
Em relação a esse assunto, o tema desenvolvido nesta aula é: 
o caso Wikileaks.
Comunicação digital
O caso Wikileaks
 Em 2011, foi divulgado pelo Wikileaks um acervo considerável 
de telegramas diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos, 
dentre outros materiais que supostamente não deveriam ser 
levados a público. Por conta disso, Julian Assange, 
ciberativista e fundador do Wikileaks, está escondido na 
embaixada do Equador em Londres desde 2012. 
 Depois de o governo equatoriano conceder asilo político a 
Assange, o Reino Unido negou salvo-conduto para o jornalista 
deixar o país e ameaçou invadir a embaixada. O Reino Unido 
afirmou que iria extraditá-lo para a Suécia, onde ele responderia 
por um presumível crime sexual. Assange teme que o governo 
inglês o extradite para os Estados Unidos, onde seria julgado 
por crimes de espionagem. Uma piora no estado de saúde de 
Assange nas últimas semanas pode provocar uma mudança 
no status quo dessa situação que se arrasta há dois anos.
 Dentre os casos de vazamento de maior notoriedade, podem 
ser citados os comentários sobre o estado mental de Cristina 
Kirchner, a vigilância sobre representantes da ONU, as 
informações sigilosas sobre as guerras do Afeganistão e do 
Iraque, os dados confidenciais sobre a prisão de Guantánamo 
e os detalhes sobre o apoio estratégico a grupos que fazem 
oposição a governos de esquerda em vários lugares 
do mundo.
 Em relação ao Brasil, o vazamento do Wikileaks tornou públicas 
informações relativas à gestão da Petrobras 
e ao governo de Dilma Rousseff. 
 Questão 6.1. Em 2012, um dos assuntos mais comentados na 
cobertura jornalística internacional e nas redes sociais foi o 
confinamento, na embaixada do Equador em Londres, de Julian 
Assange, ciberativista e fundador do Wikileaks. Depois de o 
governo equatoriano conceder asilo político a Assange, o Reino 
Unido negou salvo-conduto para o jornalista deixar o país e 
ameaçou invadir a embaixada.
 Sobre a atuação do Wikileaks e a livre divulgação de informações 
de interesse público pela internet, leia os textos a seguir.
 A Internet deve continuar livre. A liberdade é que permite criar um 
dos mais ricos repositórios de informações, cultura e 
entretenimento de toda história. Nós defendemos que a rede 
continue aberta. Defendemos a continuidade da criação de 
conteúdos e tecnologias sem necessidade de autorização de 
governos e/ou de corporações.
Carta em defesa da liberdade na internet, movimento Mozilla Drumbeat.
 A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em uma carta aberta a 
Julian Assange, de 2010, criticou a atuação do Wikileaks, 
afirmando que “revelar a identidade de centenas de pessoas 
que colaboraram com a coalizão no Afeganistão é muito 
perigoso”. Na carta, a RFS ainda disse que o Wikileaks
não pode desfrutar das mesmas proteções oferecidas a 
jornalistas, como proteção a fontes, se seus membros declaram 
não fazer parte da imprensa. A RSF afirmou que questiona 
apenas a irresponsabilidade na divulgação das informações e 
que esta crítica “de forma alguma consiste em um convite à 
censura, ou o apoio à guerra... A imprensa é responsável pelo 
que publica ou divulga. Lembrar isso não 
é desejar seu desaparecimento. Muito pelo contrário”.
Baseado em “Repórteres Sem Fronteiras diz que crítica ao Wikileaks não é ‘convite à censura’”. 
Disponível em <http://knightcenter.utexas.edu/pt-br/blog>. Acesso em 26 out. 2012. 
 A publicação de informações aumenta a transparência, 
o que torna as sociedades melhores para as pessoas. 
O exame público de informações provindas de instituições 
governamentais, empresariais e de outros tipos de organização 
leva à redução da corrupção e a uma democracia mais forte. Uma 
mídia jornalística saudável, vibrante e questionadora desempenha 
papel vital neste sentido. Nós somos parte 
desta mídia.
 O debate público requer informação. Com o avanço tecnológico, 
principalmente com a internet e a criptografia, 
é possível transmitir informações diminuindo custos econômicos 
e os riscos sociais e humanos. [...]
 Observamos que a imprensa internacional tornou-se menos 
independente e pouco determinada a questionar governos, 
empresas e outras instituições. Acreditamos que isto 
precisa mudar.
 Wikileaks propõe um novo modelo de jornalismo. Não somos 
motivados pelo lucro, trabalhamos cooperativamente com 
outros editores e organizações midiáticas, por todo o mundo, 
em vez de seguir o modelo das mídias tradicionais que 
competem entre si. Não escondemos informação, tornamos 
disponíveis os documentos obtidos, junto com nossas 
matérias. Assim, os leitores podem, eles mesmos, verificar a 
veracidade do que reportamos. [...] Acreditamos que a mídia 
mundial deva trabalhar para levar informação a leitores de todo 
o mundo.
 Texto da Wikileaks, versão em inglês. 
Disponível em <http://www.wikileaks.org>. Acesso em 05 nov. 2012.
 O ministro francês encarregado da Economia Digital, Eric Besson, 
pediu às autoridades nacionais competentes que se deixe de 
hospedar o site Wikileaks na França [...]. ‘Esta situação não é 
aceitável. A França não pode hospedar sites que violam o segredo 
das relações diplomáticas e colocam em perigo pessoas 
protegidas pelo sigilo diplomático’, segundo a carta do ministro. 
‘Não se podem hospedar sites classificados de criminosos e 
rejeitados por outros Estados devido aos atentados que cometemcontra os direitos fundamentais’, acrescentou Besson.
AFP. Disponível em <http://www.dgabc.com.br/News/5845093/ministro-pede-proibicao-do-wikileaks-
na-franca.aspx>. Acesso em 26 out. 2012.
 Com base nos textos, defenda um posicionamento a respeito 
da atuação do Wikileaks e do compartilhamento de documentos 
sigilosos pela internet. Apresente pelo menos dois argumentos 
que sustentem seu ponto de vista.
INTERVALO
 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), violência 
é a “imposição de um grau significativo de dor e sofrimento 
evitáveis”. Trata-se de um fenômeno que pode ser expresso de 
diferentes maneiras e que está relacionado à 
estrutura social.
 As instituições de ensino, além de serem responsáveis pelo 
aprendizado formal das crianças e adolescentes, são locais em 
que se estabelecem as primeiras relações sociais longe da 
família e, portanto, importantes para as condutas éticas frente 
ao outro.
 Em relação a esse assunto, o tema desenvolvido nesta 
aula é: violência na escola.
Violência
 A violência no ambiente escolar não é fenômeno recente. 
Entretanto, a natureza dessa violência e a forma com que a 
sociedade lida com a questão têm sofrido mudanças ao 
longo das últimas décadas. 
 Atos violentos dentro dos muros da escola podem se 
manifestar de diferentes maneiras, que variam de episódios 
de chantagem, furtos, falta de respeito, racismo, extorsão, 
e assédio sexual até formas mais graves, como homicídios 
e estupros. 
 Os alunos são, ao mesmo tempo, agentes e vítimas dessa 
violência. Cada vez mais, são noticiados casos de agressão 
contra professores e funcionários da escola. Além disso, 
o ambiente escolar e o sistema de ensino são, muitas 
vezes, considerados opressores pelos alunos.
Violência na escola
 A prática de bullying, entendida como todas as atitudes 
agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem sem motivação 
evidente, contra o outro, causando dor e angústia, sendo 
executadas dentro de uma relação desigual de poder, tem sido 
amplamente veiculada nos meios de comunicação. Mais 
recentemente, a expansão da internet e a facilidade de acesso às 
tecnologias capazes de acessá-la originaram o ciberbullying, que 
dá novos contornos à violência dentro 
e fora dos muros da escola, ao levar o ato de agressão para 
o anonimato e possibilitar a perpetração dos atos de assédio 
mesmo quando há distância física entre agressor e agredido.
 Os atos de violência praticados na escola refletem fatores 
externos à escola, como, por exemplo, o ambiente familiar, a 
condição socioeconômica da família, as condições de moradia 
e a violência à qual o aluno é exposto em seu cotidiano e, 
portanto, é necessário o trabalho conjunto entre a família, 
a comunidade e a escola.
 Questão 7.1. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define 
violência como o uso de força física ou poder, por ameaça ou na 
prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou 
comunidade, que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, 
dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação. Essa 
definição agrega a intencionalidade à prática 
do ato violento propriamente dito, desconsiderando 
o efeito produzido.
DAHLBERG, L.; KRUG, E. Violência: um problema global de saúde pública. Disponível em: 
<http://www.scielo.br>. Acesso em 18 jul. 2012 (com adaptações).
A partir da análise das charges acima e da definição de 
violência formulada pela OMS, redija um texto dissertativo 
a respeito da violência na atualidade. Em sua abordagem, deverão 
ser contemplados os seguintes aspectos:
a) tecnologia e violência;
b) causas e consequências da violência na escola;
c) proposta de solução para o problema da violência na escola.
ATÉ A PRÓXIMA!

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