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17 JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL

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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUIZADOS ESPECIAIS 
CRIMINAIS 
Lei nº 9.099/1995 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ed. 2020 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
Manual Caseiro 
Instagram: @manualcaseiro 
E-mail: manualcaseir@outlook.com 
Site: www.meumanualcaseiro.com.br 
Juizados Especiais Criminais – Lei nº 9.099/1995 
 
 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
Lei nº 9.099/1995 
 
 
1. Fundamento Constitucional e Legal 
Inicialmente, cumpre destacarmos que o Juizado Especial Criminal encontra fundamentação jurídica 
tanto ao teor da Constituição, quanto da norma legal, leia-se, o Código de Processo Penal e também a Lei n. 
9.099/95 – intitulada de Lei dos Juizados Especiais, objeto de nosso estudo. 
Corroborando ao exposto Távora e Alencar (2016)1 a Constituição do Brasil, em seu art. 98, trouxe 
previsão da instituição dos juizados especiais criminais com competência para processar e julgar os delitos 
de menor potencial ofensivo. A regulamentação do dispositivo adveio com a promulgação da Lei no 
9.099/1995, instituindo um discurso de despenalização e de descarcerização, na “tendência do mundo 
globalizado, com a influência preponderante dos sistemas dos países da common law”, propiciando o 
ingresso da “justiça criminal consensual” no sistema jurídico brasileiro20, que, por sua vez, alcançou a 
criminalidade de massa, “que diz respeito aos crimes praticados com pequena ou nenhuma organização”. 
Nesse sentido, vejamos: 
Os Juizados Especiais Criminais e Cíveis são previstos na Constituição Federal: 
CF Art. 98. A União, o Distrito Federal, os Territórios, e os Estados criarão: 
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações 
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, 
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas 
de juízes de primeiro grau. 
 
 No Código de Processo Penal, temos a previsão no Art. 394: 
CPP Art. 394. O procedimento será comum ou especial. 
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: 
 
1 Curso de Direito Processual Penal. Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar. 2016. 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
 I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou 
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; 
 II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 
(quatro) anos de pena privativa de liberdade; 
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. 
 
Ao analisarmos o art. 394 do CPP, contemplamos que o critério utilizado pelo legislador para verificar 
o procedimento adequado é a pena máxima em abstrato de determinado delito. Se a pena máxima for igual 
ou superior a 4 anos, será ordinário, se a pena máxima for inferior a 4 anos e superior a 2 anos, sumário e 
nos casos em que a pena máxima não supere 2 anos será o rito sumaríssimo, nas chamadas infrações de 
menor potencial ofensivo. 
Vejamos de forma esquematizada os procedimentos: 
 
Candidato, o que são infrações penais de menor potencial ofensivo? Excelência, no atual cenário, 
podemos dizer que são todos os crimes a que a lei comine pena não superior a 2 (dois) anos, todas as 
contravenções penais e os crimes, qualquer que seja a pena privativa de liberdade, que possuírem previsão 
alternativa de pena de multa. Contudo, importante ressaltarmos que nem sempre esse foi o conceito proposto, 
tivemos outras definições (em sua redação original e também, posteriormente modificada) até chegarmos na 
atual redação do art. 61 da Lei n. 9.099/95. 
Procedimento
Procedimento 
Comum
Ordinário
Sumário
Sumarissímo
Procedimento 
Especial
Tribunal do Jurí
Lei de Drogas
Crimes 
Funcionais
Abuso de 
Autoridade
Crimes contra a 
propriedade 
imaterial
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
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 Vale ressaltar que atenuantes e agravantes não são considerados na hora de analisarmos qual será o 
procedimento aplicado. Por exemplo, se o indivíduo é reincidente, esta condição não interfere no rito 
processual. 
 
Lei n. 9.099/95 – Fundamento Legal 
 
Lei 9.099/95 Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e 
leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de 
menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada pela 
Lei n. 11.313, de 2006) Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou 
o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-
ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei n. 
11.313, de 2006). 
 O art. 60 nada mais é que a reprodução do Art. 98, I da CF. 
Infrações penais de menor potencial ofensivo 
 O art. 61 da Lei n. 9.099/95 nos esclarece o que são as infrações de menor potencial ofensivo. 
Vejamos: 
Lei 9.099/95 Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os 
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não 
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 
2006). 
Infrações penais de menor potencial ofensivo = contravenções penais e os crimes a que a lei comine 
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
 O conceito extraído do art. 61 é a atual definição legal de infrações penais de menor potencial 
ofensivo. Contudo, em sua redação original, tínhamos como infrações penais de menor potencial ofensivo 
“as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuados 
os casos em que a lei preveja procedimento especial”. 
 Denota-se, pois, que, o atual conceito não foi o proposto inicialmente pelo legislador. O art. 61 teve, 
em um primeiro momento, sua redação alterada pela Lei n. 10.259/2001. Vejamos: 
Art. 2. Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de 
competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas 
as regras de conexão e continência. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006) 
 
 
 
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Parágrafo único. Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos 
desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou multa. 
 
E aí você pode se questionar, então é esse o conceito atual? Não, a redação do art. 2 da Lei n. 
10.259/2001 foi falha no sentido de que trouxe um conceito ainda mais amplo, de modo que se tornou 
inevitável a sua alteração posteriormente. 
 Desse modo, na sequência, tivemos a redação proposta pela Lei n. 11.313/2006, que alterou, mais 
uma vez, a definição legal de infrações penais de menor potencial ofensivo. Vejamos: 
 
LEI Nº 11.313, DE 28 DE JUNHO DE 2006. 
 
Altera os arts. 60 e 61 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 
1995, e o art. 2º da Lei nº 10.259, de 12 de julho de 2001, 
pertinentes à competência dos Juizados Especiais Criminais, 
no âmbito da Justiça Estadual e da Justiça Federal. 
 
Art. 1º Os arts. 60 e 61 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, passam a vigorar 
com as seguintes alterações: 
“Art. 60. O Juizado Especial Criminal, providopor juízes togados ou togados e leigos, 
tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais 
de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. 
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do 
júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os 
institutos da transação penal e da composição dos danos civis.” (NR) 
“Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os 
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.” (NR) 
 
 Analisando a redação proposta pela Lei 11.313 de 2006 conseguimos verificar que se trata da nossa 
atual definição. Deste modo, temos que após diversas alterações, a compreensão atual vigente de infrações 
de menor potencial ofensivo são as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima 
não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
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Superada a definição legal do conceito de infração penal de menor potencial ofensivo, prosseguimos. 
Na hipótese de apuração de delitos de menor potencial ofensivo, deve-se considerar a soma das penas 
máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida exasperação, no caso de crime continuado 
ou de concurso formal, e, ao se verificar que o resultado da adição é superior a dois anos, afasta-se a 
competência do juizado especial criminal, na qual se submeterá a vara criminal comum, verificando se 
seguirá pelo rito sumário ou ordinário. Como exemplos clássicos temos o crime de ameaça e a lesão corporal. 
Vejamos: 
CP Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, 
de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede mediante 
representação. 
CP Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena – detenção, de três meses a um ano. 
 
 Observe que tais crimes em separados, tem penas inferiores a 2 anos. Contudo, se for cometido, por 
exemplo, contra duas vítimas e em concurso material, deve-se somar as penas máximas (6 meses + 6 meses+ 
1 ano + 1 ano) resultando, portanto, uma pena máxima de 3 anos e desta forma o procedimento de apuração 
será o sumário, não cabendo a aplicação da Lei 9.099/95. 
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Redação original: 
As contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que a 
lei preveja procedimento especial.
Redação proposta pela Lei 10.259/2001: 
Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os 
efeitos desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima 
não superior a dois anos, ou multa.
Redação proposta pela Lei 11.313/2006 e ATUAL
Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, 
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a 
que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, 
cumulada ou não com multa.
 
 
 
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Nesse sentido, preceitua Távora e Alencar (2016)2 a jurisprudência sedimentou entendimento 
segundo o qual, havendo concurso de crimes, a competência será definida pelo resultado da soma das 
penas máximas cominadas aos delitos (seja pelo critério do cúmulo de infrações, seja pelo critério da 
exasperação). Desse modo, caso o somatório extrapole o limite de 2 (dois) anos, não caberá o 
processamento e julgamento das infrações pelo rito sumaríssimo. 
 Desta forma para aplicação do rito sumaríssimo deve ser analisado o seguinte: 
 
a) Pena máxima privativa de liberdade 
b) Pena de multa (cumulativa ou não) 
c) Causas de aumento e diminuição de pena – Exemplo. Delito de furto simples praticado no repouso 
noturno, essa causa de aumento vai ser considerada na pena máxima. 
d) Agravantes e atenuantes não entram na análise – Serão considerados o concurso material, 
concurso formal, continuidade delitiva, bem como as causas de aumento e diminuição da pena, 
mas não as agravantes e atenuantes. 
 
Lei de Drogas Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer 
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
 I – advertência sobre os efeitos das drogas; 
II – prestação de serviços à comunidade; 
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
 O crime de uso de entorpecente da Lei de drogas não prevê pena privativa de liberdade e dessa forma 
é de menor potencial ofensivo, o que determina a competência do juizado especial estadual, já que ele não 
está previsto em tratado internacional e o artigo 70 da Lei n. 11.343/2006 (transnacionalidade) não o inclui 
dentre os que devem ser julgados pela Justiça Federal. 
 No tocante a incidência do procedimento sumaríssimo na hipótese do art. 28 da Lei n. 11.343/2006, 
explicamos com mais aprofundamento na rodada sobre Lei de Drogas. 
Cuidado, candidato! No âmbito federal não haverá julgamento das contravenções penais. Elas 
serão julgadas perante o juizado especial criminal estadual, isso porque a Constituição Federal 
 
2 Curso de Direito Processual Penal. Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar. 2016. 
 
 
 
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Direito Administrativo – De 
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expressamente excluiu da competência da Justiça Federal as contravenções penais, é o que podemos constatar 
da análise do art. 109 da CF. 
Vejamos: 
CF Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou 
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral. 
 
 Corroborando ao exposto, explica Silvio Maciel3, todas as contravenções penais são apuradas pela 
Justiça Comum Estadual, ainda que atinjam bens, serviços ou interesses da União. Isso porque o art. 109 , 
IV , da Constituição Federal exclui a competência da Justiça Federal para o julgamento das contravenções 
penais. Entretanto, há uma exceção: se o autor da contravenção tiver foro especial na Justiça Federal (ex. 
juiz federal) a competência para julgamento será da Justiça Federal. (Maciel, Silvio. Legislação Criminal 
Especial. Vol. 6, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo: 2009, pág. 53) 
Diante do exposto, contemplamos que as contravenções penais, mesmo quando conexas com crime 
de jurisdição federal, devem ser julgadas pela Justiça estadual. 
O presente entendimento encontra respaldo jurídico, inclusive, ao teor da Súmula 38 do STJ, editada 
em 1992, a qual prevê que “compete à Justiça estadual comum, na vigência da Constituição de 1988, o 
processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da 
União ou de suas entidades”. 
Nesse mesmo sentido, a Jurisprudência: 
Justiça Federal não julga contravenções penais 
É da competência da Justiça estadual o julgamento de contravenções penais, 
mesmo que conexas com delitos de competência da Justiça Federal. STJ. 3ª 
Seção. CC 120406-RJ, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora 
convocada do TJ-PE), julgado em 12/12/2012. 
- 
 
3 Maciel, Silvio. Legislação Criminal Especial. Vol. 6, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo: 2009, pág. 53. 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
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(...) 1. A Justiça Federal não temcompetência para julgar contravenção penal, 
ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, nos 
termos da Súmula nº 38 desta Corte. 
2. O artigo 109, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, utilizado pelo Juízo 
suscitado para embasar o declínio da competência para o Juízo Federal, refere-
se tão somente aos crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves, excluídas, 
portanto, as contravenções penais. (...) 
(CC 117.220/BA, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Seção, julgado em 
26/10/2011). 
 
2. Declínio de competência 
No âmbito da Lei dos Juizados Especiais Criminais temos duas situações que podem ensejar o 
declínio da competência nos juizados. 
Vejamos: 
• Citação ficta ou presumida por edital; 
• Complexidade da causa. 
 
a) Citação ficta ou presumida por edital - As citações no juizado especial criminal devem ocorrer sempre 
de forma pessoal, em razão do qual não se admite a chamada citação (presumida) por edital. Se, por 
exemplo, inicialmente o delito de ameaça, que tem uma pena máxima de 6 meses, começa no juizado 
especial criminal, tenta-se citar aquela pessoa autora do fato, ela não é localizada, e esgotam-se as 
possibilidades de localização desse autor do fato, será necessária a citação por edital, que não poderá 
ocorrer no JECRIM. Então o juiz, verificando a necessidade de citar por edital, faz uma decisão 
declinando da competência, tirando do juizado especial criminal e remetendo para a vara criminal 
comum, adotando a citação por edital. Na vara criminal comum será adotado o procedimento sumário. 
A citação por edital não é admitida no âmbito do juizado especial criminal diante da sua complexidade, 
o que é, por via consequencial e lógica, incompatível com os princípios norteadores da Lei n. 9.099/95, 
tais como, simplicidade e celeridade processual. 
Vejamos: 
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que 
possível, ou por mandado. 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
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Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o juiz encaminhará 
as peças existentes ao juízo comum para adoção dos procedimentos previstos em 
lei. 
 
 
 
Admite-se, contudo, a citação por hora certa. 
 
 
Citação por hora certa é constitucional É constitucional a citação com hora certa no âmbito do 
processo penal. STF. Plenário. RE 635145/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz 
Fux, julgado em 1º/8/2016 (repercussão geral) (Info 833). 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). De acordo com a Lei n.º 
9.099/1995 e o posicionamento doutrinário dominante, a citação do autor de delito pelos juizados 
especiais criminais: 
a) poderá ser feita por carta rogatória. 
b) será exclusivamente pessoal. 
c) poderá ser feita por edital. 
d) poderá ser feita por via postal. 
e) poderá ser feita por meio eletrônico. 
Gab. B. 
 
b) Complexidade da causa – Outra hipótese de modificação/declínio da competência do Juizado Especial, 
é a complexidade da causa. Conforme a doutrina, são hipóteses, por exemplo, de complexidade da causa 
a pluralidade de agentes e necessidade de realização de perícia. Nessa esteira, o juiz pode entender que o 
caso possui uma complexidade (exemplo, necessidade de perícias complexas) que não vai ao encontro 
dos princípios norteadores do juizado especial criminal (simplicidade, informalidade, celeridade). 
Havendo um motivo que determine essa fundamentação pela complexidade, o juiz também pode retirar 
esse processo do juizado, declinando da competência para a vara criminal comum. 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
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CPP Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial 
criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, 
observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. 
 
PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. 
CRIME DE EXPLOSÃO. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. 
REMESSA DO FEITO PARA JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. IMPOSSIBILIDADE. 
CONSTATADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM A NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE 
PROVA PERICIAL. REVOLVIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL 
IMPROVIDO. 1. Considerando que o Tribunal de origem entendeu que a questão demanda 
grande complexidade com a necessidade de prova pericial, especialmente para fins de 
incidência do preceito secundário do crime de explosão, sendo certo que não cabe a esta Corte 
Superior, em habeas corpus, desconstituir o afirmado, porquanto demandaria profunda incursão 
na seara fático-probatória, inadmissível nessa via estreita do writ. 2. Mostra-se incompatível a 
tramitação do feito sob o rito sumaríssimo da Lei n. 9.099/1995, diante da complexidade da 
causa reconhecida nas instâncias ordinárias, razão pela qual inexiste flagrante ilegalidade do 
retorno dos autos ao Juízo Comum, conforme disposto no art. 77, § 2º c/c art. 66, parágrafo 
único, ambos da Lei n. 9.099/1995. 3. Decisão agravada mantida por seus próprios 
fundamentos. 4. Agravo regimental improvido. (STJ AgRg no HC 370.162/PE, Rel. Ministro 
NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 01/12/2016, DJe 13/12/2016. 
 
 
3. Princípios norteadores do JECRIM 
 
 
Oralidade
Simplicidade
InformalidadeEconomia processual
Celeridade
 
 
 
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Conforme explica Távora e Alencar (2016)4 os princípios preconizados pela Lei no 9.099/1995, para 
o rito dos processos em tramitação nos juizados são, nos termos do seu art. 62, a oralidade, a informalidade, 
a economia processual e a celeridade. Inobstante a ausência de menção, devemos listar ainda no rol dos 
princípios norteadores da Lei dos Juizados Especiais Criminais – a simplicidade (acrescido pela Lei n. 
13.603 em 2018). Vejamos: 
 
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que 
possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de 
liberdade. (Redação da Lei n. 13.603/2018). 
 
a) Oralidade: o princípio da oralidade tem previsão constitucional (art. 98, I) e legal (art. 77 da Lei n. 
9.099/95). Sua incidência significa que no âmbito do JECRIM se privilegia a palavra oral sobre a palavra 
escrita, o que torna o procedimento mais célere e muito menos burocrático. Desse modo, a Lei n. 9.099/95 
prevê que a denúncia ou a queixa, podem ser apresentadas de forma oral (Art. 77). Em decorrência deste 
princípio, os procedimentos do juizado especial deverão ser preferencialmente praticados, oralmente, 
sendo os essenciais reduzidos a termo ou transcritos por algum outro meio. Nessa esteira, os atos 
processuais poderão ser gravados, caso seja necessário. Alguns exemplos desses atos processuais trazidos 
pela lei são a peça acusatória (art. 77), a defesa preliminar (art. 81), entre outros. 
Vejamos: 
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela 
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o 
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de 
diligências imprescindíveis. 
 
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o 
que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima 
e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, 
passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. 
 
b) Simplicidade: esse princípio foi incluído pela Lein. 13.603 em 2018. Isso significa que até 2018 o 
juizado especial não se orientava pelo princípio da simplicidade? Negativo, o princípio da simplicidade 
já era norteador da Lei dos Juizados Especiais Criminais, apenas não tínhamos essa previsão de forma 
expressa. 
 
4 Curso de Direito Processual Penal. Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar. 2016. 
 
 
 
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Com a entrada em vigor da Lei 13.603/18, inclui-se outro critério, o da simplicidade, que aliás 
já estava inserido no art. 2º da Lei 9.099/95 na qualidade de disposição geral, ou seja, já deveria ser um 
princípio informador inclusive dos processos perante os Juizados Especiais Criminais. 
Vejamos: 
Redação anterior à Lei 13.603/18 Redação posterior à Lei 13.603/18 
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial 
orientar-se-á pelos critérios da oralidade, 
informalidade, economia processual e celeridade, 
objetivando, sempre que possível, a reparação dos 
danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não 
privativa de liberdade. 
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial 
orientar-se-á pelos critérios da oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia processual 
e celeridade, objetivando, sempre que possível, a 
reparação dos danos sofridos pela vítima e a 
aplicação de pena não privativa de liberdade. 
 
Um exemplo de manifestação do princípio da simplicidade no âmbito do JECRIM é ausência de 
necessidade de realização do exame de corpo de delito, em observância também ao princípio da economia 
processual, podendo ser suprida por simples boletim médico. Nesse sentido, dispõe o §1º, parte final, do art. 
77 “prescindir-se-á (Não precisar de; dispensa-se) do exame do corpo de delito quando a materialidade do crime 
estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente”. Outro exemplo que podemos mencionar da 
manifestação do princípio da simplicidade é a substituição do inquérito policial pelo TCO – termo 
circunstanciado de ocorrência (art. 69). Por fim, um último exemplo que podemos elencar de aplicação do 
critério da simplicidade é declinação da competência dos juizados especiais quando houver a necessidade de 
maior apuração do fato, que exijam, no caso, diligências complexas, ou mesmo quando o investigado não for 
encontrado para ser citado. 
Diante do exposto, temos que o referido critério, leia-se, princípio orientador, embora já estivesse 
previsto como princípio geral da Lei 9.099/95, em seu art. 2, não estava previsto expressamente no art. 62 da 
norma, o que somente ocorreu com a Lei 13.603/2018. Por esse princípio, o processo a ser regido pelo 
procedimento sumaríssimo deverá evitar a juntada ou exigência de material ou providência complexa para a 
deflagração e andamento da persecução penal. 
 
c) Informalidade: na realização dos atos processuais, poderá haver o cumprimento por qualquer meio de 
comunicação (email, WhatsApp, etc), ou seja, atos destituídos de maior rigores formais. No tocante a 
informalidade, preocupa-se com a questão de o ato ter alcançado a sua finalidade, independente da forma. 
Nesse sentido, o texto legal: 
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as 
quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei. 
§1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. 
 
 
 
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§2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio 
hábil de comunicação. 
§3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos 
realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou 
equivalente. 
 
Nesse sentido, preceitua Oriana Piske5, os princípios da simplicidade e informalidade revelam 
a nova face desburocratizadora da Justiça Especial. Pela adoção destes princípios pretende-se, sem 
que se prejudique o resultado da prestação jurisdicional, diminuir tanto quanto possível a massa dos 
materiais que são juntados aos autos do processo, reunindo apenas os essenciais num todo 
harmônico. 
A fusão destes princípios justifica-se em virtude de a simplicidade ser instrumento da 
informalidade, ambos consectários da instrumentalidade das formas. 
 
d) Economia processual: O JECRIM pela sua natureza, tenta buscar a economia processual, eliminando 
todos os custos excessivos de um procedimento tradicional. 
 
Pelo princípio da economia processual entende-se que, entre duas alternativas, se deve escolher 
a menos onerosa às partes e ao próprio Estado. Sendo evitada a repetição inconseqüente e inútil 
de atos procedimentais, a concentração de atos em uma mesma oportunidade é critério de 
economia processual. 
Exemplos dessa orientação são a abolição do inquérito policial e a disposição que prevê a 
realização de toda a instrução e julgamento em uma única audiência, evitando-se tanto quanto 
possível sua multiplicidade. 6 
 
e) Celeridade: busca finalizar e solucionar o conflito da forma mais rápida possível. Não podemos esquecer 
que a Lei Lei no 9.099/95 surgiu no ano de 1995 justamente com a missão de tornar a prestação 
jurisdicional mais célere, tanto em relação às causas cíveis, como criminais. 
 
Observe que no Art. 62 ainda se trata dos objetivos do JECRIM: 
• Reparação dos danos sofridos pela vítima. 
• Aplicação de pena não privativa de liberdade. 
 
5https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/artigos-discursos-e-entrevistas/artigos/2012/principios-orientadores-dos-
juizados-especiais-juiza-oriana-piske 
6https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/artigos-discursos-e-entrevistas/artigos/2012/principios-orientadores-dos-
juizados-especiais-juiza-oriana-piske 
 
 
 
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Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em 
qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária. 
 Princípios da simplicidade, celeridade, etc. 
 
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as 
quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei. 
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer 
meio hábil de comunicação. 
 Pode haver pratica de atos de outra forma que não seja a formal (expedição de um mandado, 
expedição de carta precatória) e mesmo assim o ato ser válido, desde que atinja sua finalidade. 
 
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, 
tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da 
recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, 
independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo 
de comunicação. 
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as 
partes, os interessados e defensores. 
 
4. Competência territorial 
 
CPP Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se 
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado 
o último ato de execução. 
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora 
dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, 
no Brasil, o último ato de execução. 
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, 
será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha 
produzido ou devia produzir seu resultado. 
 
 
 
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Direito Administrativo – De 
na Súmula!!!§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou 
quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas 
divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
 O CPP adota a teoria do resultado, ou seja, a competência territorial será fixada onde aquela infração 
se consumou ou onde foi realizado o último ato da tentativa. Por exemplo, se alguém consumou o delito de 
roubo em Brasília, esse é o lugar que tem a competência territorial para o processamento do caso. 
Entretanto, o artigo 63 da Lei n. 9.099/1995 ADOTA A TEORIA DA ATIVIDADE porque não 
dispõe a respeito da consumação nem do último ato da tentativa, e sim a respeito do local em que foi praticada 
a infração penal. 
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi 
praticada a infração penal. 
 
Desse modo, temos que a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) fixa tal competência com base no 
local em que a conduta foi praticada, de forma diversa ao que prevê o CPP, que fixa a competência territorial 
com base no local da consumação do delito. 
Esquematizando: 
Competência Territorial na Lei nº 9.099/95 Competência Territorial no Código de Processo 
Penal 
Adota o local da conduta: local em que a infração 
foi praticada. 
Art. 63, Lei nº 9.099/95 
Adota o local da consumação. 
Art. 70, CPP. 
Art. 63. A competência do Juizado será determinada 
pelo lugar em que foi praticada a infração penal. 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada 
pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no 
caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o 
último ato de execução. 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). A competência do juizado 
especial criminal será determinada pelo: 
a) domicílio do autor da infração penal. 
b) lugar em que foi praticada a infração penal. 
c) lugar em que foi encontrado o autor do fato. 
d) lugar em que se consumou a infração penal. 
 
 
 
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e) domicílio da vítima da infração penal. 
Gab. B. 
 
5. Estrutura do JECRIM 
No tocante ao procedimento próprio do Juizado Especial Criminal, inicialmente teremos a lavratura 
do TCO, que substituirá o inquérito policial, isso porque enquanto no CPP há o inquérito policial, que é a 
regra de investigação presidida pelo Delegado de Polícia, na Lei n. 9.099/1995 há a lavratura do termo 
circunstanciado de ocorrência. 
Assim: 
No CPP No JECRIM 
Inquérito Policial Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) 
 
Nesse sentido, preceitua Roque; Távora e Alencar (2016):7 
Em se tratando de infração de menor potencial ofensivo, a autoridade policial não instaura 
inquérito policial, que é substituído por termo circunstanciado de ocorrência (TCO). Trata-se 
de formalização detalhada da ocorrência da infração penal de menor potencial ofensivo, e deve 
conter as declarações do autor do fato, da vítima e das testemunhas. 
 
Posteriormente, há a fase de audiência preliminar, uma fase anterior ao oferecimento da denúncia, 
uma fase em que num primeiro momento coloca-se o autor do fato com a vítima para tentar fazer um acordo, 
se não houver acordo, o Ministério Público verifica se existe a possibilidade de oferecer transação penal. Se 
não for possível oferecer os institutos despenalizadores, passa-se à fase do rito sumaríssimo propriamente 
dito, que é a audiência de instrução e julgamento. O último momento é a fase recursal, em que é possível 
aplicar os recursos cabíveis. 
 
 
7 Legislação Criminal para Concursos. 2016. Editora Juspodivm. 
Termo 
Circunstanciado
Audiência 
Preliminar
Rito 
sumaríssimo 
propriamente 
dito – Audiência 
de instrução e 
julgamento
Turma Recursal
 
 
 
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5.1 Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO 
Segundo Antonio Henrique8, “o termo circunstanciado de ocorrência é a narrativa elaborada pela 
autoridade policial, em que, sem a necessidade de elaboração de termos de declarações ou mesmo de 
realização do tradicional interrogatório minuciado no CPP, são registradas sponte propria os elementos de 
informação sobre o crime de menor potencial ofensivo que chegou ao seu conhecimento”. 
No tocante a presidência do inquérito, a doutrina entende que sendo o inquérito de atribuição do 
delegado de polícia, acredita-se que não há outra conclusão, senão a de que o TCO, igualmente, seria de 
atribuição exclusiva deste. 
Nesse sentido, vejamos a regulamentação legal: 
 
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará 
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o 
autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais 
necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele 
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em 
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, 
seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. 
 
Caso-prático Exemplo: determinada pessoa ameaçou outra, e não é caso de Maria da Penha (em caso 
de incidência da Lei Maria da Penha não é aplicada a Lei n. 9.099/1995, conforme estudaremos com mais detalhes). Essas 
pessoas envolvidas na ameaça serão imediatamente encaminhadas para a delegacia, chegando na delegacia, 
por se tratar de uma infração de menor potencial ofensivo, não será lavrado inquérito policial, e sim um termo 
circunstanciado de ocorrência. Esse termo circunstanciado se diferencia do inquérito policial porque neste 
último se tem mais detalhes, enquanto que o primeiro é mais simples, com menos detalhes, lavrado na hora. 
Não se fala em prisão em flagrante na lavratura do termo circunstanciado. 
Em sequência, conforme prevê o parágrafo único, temos não será imposta a prisão em flagrante, nem 
se exigirá fiança, no caso de o autor do fato assumir o compromisso de comparecimento perante o Juizado. 
 
8 LEIS PENAIS ESPECIAIS COMENTADAS (2020). Conteúdo conforme o PACOTE ANTICRIME | 3ª edição revista, 
atualizada e ampliada. Editora Juspodivm. 
 
 
 
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Mas, muita atenção nesse ponto! Em verdade, quando o parágrafo único do art. 69 declina que não se imporá 
prisão em flagrante, deve se interpretar que não se lavrará auto de prisão em flagrante, o que, no entanto, não 
significa dizer que o indivíduo não possa ser capturado, nem tampouco conduzido coercitivamente. Todavia, 
se assumir o compromisso de comparecer aos Juizados ou a ele comparecer de imediato, a lavratura do APF 
será substituída pela lavratura de um termo circunstanciado. Por outro lado, na eventualidade de o indivíduo 
se recusar a assumir o compromisso de comparecer aos Juizados, o auto de prisão em flagrante deve ser 
lavrado, sem prejuízo, todavia, do arbitramento de fiança pelo próprio Delegado de Polícia. 
 
5.2 Audiência preliminar 
 
Na audiência preliminar, o autor do fato e a vítima, tentam, inicialmente, um acordo, que é a 
composição civil dos danos. Dessa forma, temos que a audiência preliminar funcionará inicialmente como 
uma tentativa de conciliação das partes, e neste momento, poderá haver: 
a) Composição civil dos danos; ou 
b) Transação penal. 
Nesse sentido, preleciona Távora e Alencar (2016)9 
A audiência preliminar pode ter desfechos distintos a depender da iniciativa da ação penal do 
delito de menor potencial ofensivo. Na audiência preliminar, presentes o autuado, vítima, 
respectivos advogados, responsável civil e o órgão do Ministério Público, o juiz estimularáa 
composição dos danos civis, isto é, sugerirá que as partes se conciliem, mediante indenização ou 
retratação formulada pelo autor do fato. Uma vez obtida a composição, será lavrado o acordo e 
homologado por sentença, de natureza irrecorrível (art. 74, Lei no 9.099/95). 
Em se tratando de crime de ação penal privada, não obtida a composição dos danos civis – sem 
possibilidade de conciliação entre os envolvidos – é prudente que o juiz suspenda a audiência 
advertindo a vítima da necessidade de oferecer queixa-crime antes do decurso do prazo 
decadencial. Nada impede que a queixa-crime seja oferecida na própria audiência, oralmente, 
sendo reduzida a termo. Se decorrer tal prazo sem a propositura da queixa, será exarada decisão 
extintiva da punibilidade do agente. 
Em seguida, tendo em vista ser a transação penal medida tendente à aplicação imediata de pena 
– a aplicação da pena em si é privativa do Estado – é adequado que, uma vez verificada a 
propositura da queixa (com a potencialidade do desencadeamento da ação penal privada), seja 
assegurada ao réu a proposta de transação penal. 
 
9 Curso de Direito Processual Penal. Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar. 2016. 
 
 
 
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Vejamos o teor da Legislação: 
 
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor 
do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o 
Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de 
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. 
 
 Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação. 
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, 
preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na 
administração da Justiça Criminal. 
 Observe que o conciliador pode conduzir essa primeira etapa, caso haja um acordo, será levado ao 
juiz para homologação. 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz 
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil 
competente. 
 Esse acordo será irrecorrível após homologação, podendo ser executado em caso de não 
cumprimento. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública 
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de 
queixa ou representação. 
 Após celebrado e homologado o acordo, a vítima renuncia ao direito de queixa ou representação, não 
podendo, portanto, depois de certo tempo ajuizar queixa ou ir ao MP representar contra o autor do fato para 
que ofereça a denúncia. 
 Lembre-se que é possível a composição civil dos danos mesmo em uma ação penal pública 
incondicionada, embora neste caso não gere os mesmos efeitos, por exemplo, a renúncia. Observe que essa 
composição é tratada no âmbito da audiência prelimitar, mas o STJ entende que também pode ser realizada 
em outro momento, vejamos: 
 
PROCESSUAL CIVIL. JUIZADO ESPECIAL. DECISÃO DE SUSPENSÃO 
CONDICIONAL DO PROCESSO. ACORDO DE REPARAÇÃO CIVIL ENTRE AS 
PARTES. POSSIBILIDADE. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. LEI N. 9.099/1995. 
RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Embora a decisão de suspensão condicional do processo 
penal não faça coisa julgada material, em virtude da possibilidade de sua revogação, caso o 
 
 
 
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beneficiário incida nas hipóteses previstas nos §§ 3º e 4º do artigo 89 da Lei n. 9.099/1999, 
durante o prazo de suspensão determinado, não há óbice legal que impeça o denunciado e a 
vítima de entabularem acordo, visando à reparação civil pelo crime, na mesma audiência em 
que fixadas as condições para suspensão do processo. 2. O entendimento de que o acordo 
celebrado entre os denunciados e a vítima constitui título executivo atende ao espírito da Lei 
dos Juizados Especiais, que prima pela celeridade e concentração dos atos processuais, assim 
pela simplificação dos procedimentos, a fim de incentivas as partes à autocomposição. 3. 
Recurso especial provido. (REsp 1123463/DF, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, 
QUARTA TURMA, julgado em 21/02/2017, DJe 14/03/2017). 
 
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a 
oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo. 
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica 
decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei. 
 
 Não havendo o acordo, no caso de ação penal privada será aguardado o ofendido oferecer a queixa 
crime, no prazo decadencial do artigo 38 (6 meses da data de conhecimento pela vítima do autor do fato). Se ele não 
oferecer, ocorrerá a decadência. 
Se não foi obtido acordo numa ação penal pública incondicionada, o Ministério Público avalia se 
oferece a denúncia. 
Se não foi obtido acordo na ação penal pública condicionada à representação, haverá também prazo 
decadencial para representar. Será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de 
representação verbal (audiência preliminar), que será reduzida a termo. Caso não oferecida condição de 
representação, não implica decadência de imediato, o prazo de 6 meses será cumprido da mesma forma. 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). Se, em audiência preliminar 
no juizado especial criminal, não houver a composição dos danos civis: 
a) será encaminhado ao Ministério Público o termo circunstanciado. 
b) será aplicada imediatamente pena restritiva de direitos. 
c) o procedimento será enviado a uma das varas criminais. 
d) o ofendido poderá exercer o direito de representação verbal. 
e) o autor perderá o direito à redução da pena de multa, se houver. 
 
 
 
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Gab. D. 
 
5.2.1 Transação penal 
 Não obtido o acordo de composição civil dos danos, sendo incondicionada ou condicionada a 
representação e que já tenha a representatividade, o MP analisa o TCO e entendendo que seja caso de 
arquivamento remete ao juiz que pode arquivar ou não. Se o MP entende por oferecer a denúncia, deverá 
antes do oferecimento vislumbrar a possibilidade de transação penal (instituto despenalizador) para o autor 
do fato. A transação penal mitiga o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública. 
No âmbito do JECRIM, o princípio da obrigatoriedade ou indisponibilidade da ação penal cede 
espaço para o princípio da discricionariedade regrada. 
No tocante ao princípio da obrigatoriedade explicam os professores Nestor Távora e Alencar 10, 
estando presentes os requisitos legais, o Ministério Público está obrigado a patrocinar a persecução 
criminal, ofertando denúncia para que o processo seja iniciado. Não cabe ao MP juízo de conveniência ou 
oportunidade. Não por acaso, o art. 24 do CPP informa que “nos crimes de ação pública, esta será 
promovida por denúncia do Ministério Público”. 
Corroborando ao exposto, ROQUE; TÁVORA; ALENCAR (2016) 11: 
No Brasil, a ação penal pública é orientada pelo princípio da obrigatoriedade, de 
acordo com o qual, o Ministério Público está obrigado a oferecer denúncia 
quando estiverem presentes a prova da materialidade e os indícios de autoria (ou 
participação) delitiva. Em se tratando de infração de menor potencial ofensivo, 
a transação penal irá flexibilizar este princípio, pois, o MP, diante deste 
suporte probatório, deverá formular proposta de transação penal (conquanto 
presentes os requisitos exigidos pelo art. 76, naturalmente),e não oferecer a 
denúncia. 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). Em se tratando dos crimes de 
ação penal pública incondicionada, nos juizados especiais criminais, vigora o princípio da: 
a) indisponibilidade. 
 
10 Novo curso de direito processual penal. 2020. Editora Juspodivm. 
11 Legislação Criminal para Concursos. 2020. Editora Juspodivm. 
 
 
 
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b) oportunidade. 
c) indivisibilidade. 
d) obrigatoriedade. 
e) discricionariedade regrada. 
Gab. E. 
 Cumpre ressaltarmos ainda que, o instituto da transação penal foi incorporado ao Ordenamento 
Jurídico Brasileiro com o advento da Lei n. 9.099/95, a qual incorporou institutos de caráter 
despenalizadores, passa-se a trabalhar com a ideia de uma jurisdição consensual. 
Uma vez superada das questões introdutórias sobre o instituto da transação penal, vejamos o que 
dispõe a legislação: 
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, 
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de 
pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
 § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a 
metade. 
 O juiz somente pode interferir na proposta em caso de redução da pena de multa, tendo em vista que 
todas as outras condições serão atribuídas pelo MP. Se o juiz entender que era caso de oferecimento da 
transação penal e esta não foi oferecida, aplicará o Art. 28 do CPP de forma analógica (o juiz não oferece 
transação penal de oficio). 
 Requisitos: 
 
 
 O primeiro requisito necessário para aplicação da transação penal, é estarmos diante de infração de 
menor potencial ofensivo. 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os 
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
1. Infração penal de menor potencial ofensivo; 
 
2. Não ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por 
sentença definitiva; 
3. Não ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena 
restritiva ou multa, nos termos deste artigo; 
4. Não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos 
e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. 
 
 
 
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 Nesse sentido, vejamos os requisitos propostos pelo texto legal. Cumpre ressaltamos que o legislador 
optou por uma estrutura negativista ao tratar dos requisitos, ou seja, mencionou em quais hipóteses não será 
cabível o instituto. 
 
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: 
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, 
por sentença definitiva; 
 
Para fazer jus a proposta de transação penal, o agente não poderá ter sido o autor de infração 
condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva. Fique atento para o 
fato de que tem que ser sentença definitiva com trânsito em julgado. Além disso, a lei menciona crime, 
excluindo-se consequentemente a hipótese de contravenção penal, ocasião em que não haverá óbice à 
transação penal. 
 
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de 
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; 
 
Não pode ter recebido uma pena restritiva de direitos nos últimos cinco anos. 
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. 
 
Requisitos subjetivos. 
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do 
Juiz. 
 § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará 
a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada 
apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. 
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta 
Lei. 
 Enquanto que na composição civil dos danos é irrecorrível, na transação penal é cabível apelação. 
 
 
 
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 § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de 
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos 
civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. 
 Só fica a anotação para não ter novo benefício no prazo de cinco anos e não gera reincidência e maus 
antecedentes. Lembrando que a aceitação do benefício não implica no reconhecimento da culpabilidade. 
Desta forma a transação penal não é uma condenação. É um acordo entre o titular da ação penal e o autor do 
fato. Em razão disso, o STJ entende que não cabe revisão criminal; 
 
PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. ART. 621, INCISO III, DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL. SUPOSTA EXISTÊNCIA DE NOVAS PROVAS. PRESSUPOSTO 
ESSENCIAL. SENTENÇA CONDENATÓRIA TRANSITADA EM JULGADO. 
IMPOSSIBILIDADE DE DESCONSTITUIÇÃO DA HOMOLOGAÇÃO REALIZADA 
COM ESTEIO NO ART. 76 DA LEI N. 9.099/1995. TRANSAÇÃO PENAL. 1. A ação de 
revisão criminal ajuizada com fulcro no inciso III do art. 621 do Estatuto Processual pressupõe 
um reexame da sentença condenatória transitada em julgado, pois, nos termos do art. 625, § 1º, 
do Código de Processo Penal, o pedido revisional deve ser instruído com a certidão de trânsito 
em julgado de sentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos gatos 
arguidos. 2. Incabível o ajuizamento de revisão criminal contra sentença que homologa a 
transação penal (art. 75 da Lei n. 9.099/1995), já que não existiu a condenação ou sequer houve 
análise de prova. Na verdade, ao se aplicar o instituto da transação penal, não se discute fato 
típico, ilicitude, culpabilidade ou punibilidade, mas apenas é possibilitada ao autor do fato uma 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa para que não exista o prosseguimento 
da ação penal, sendo o acordo devidamente homologado pelo Poder Judiciário e impugnável 
por meio do recurso de apelação. 3. Recurso especial desprovido. (REsp 1107723/MS, Rel. 
Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 25/04/2011). 
 
 Candidato, qual o momento em que acontece a proposta da transação penal? Excelência, a 
transação penal é apresentada para o autor do delito antes do oferecimento da peça acusatória. Contudo, se 
faz necessário destacar que em situações excepcionais, a transação penal e a suspensão também podem ser 
concedidas durante o processo. Dessa forma, temos que em regra, deve ser oferecida “antes do início do 
processo”. Porém, nada impede a concessão do benefício durante o curso do processo, seja nos casos de 
desclassificação, seja nos casos de procedência parcial. 
 
Candidato, é cabível transação penal nos crimes de ação penal privada? Apesar do Art. 76 não 
mencionar, o STJ tem entendido que é cabível a transação penal na ação penal privada, incumbindo ao 
querelante se manifestar sobre o interesse da aplicação deste instituto despenalizador. 
 
 
 
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Vejamos: 
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO PENAL PRIVADA. 
TRANSAÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE INTERESSE DO QUERELANTE. 
PROSSEGUIMENTO DO FEITO. POSSIBILIDADE. 1.Embora admitida a possibilidade de 
transação penal em ação penal privada, este não é um direito subjetivo do querelado, 
competindo ao querelante a sua propositura. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no REsp 1356229/PR, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA 
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/ PE), SEXTA TURMA, julgado em 
19/03/2013, DJe 26/03/2013). Havendo manifestação contrária do querelante, em ação penal 
privada, de que não tem interesse na aplicação de qualquer instituto penal despenalizador, não 
são aplicáveis os institutos da transação penal e do sursis processual. Recurso especial 
desprovido. (REsp 1374213/MG, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/PR), QUINTA TURMA, julgado em 13/08/2013, DJe 19/08/2013). 
 
 Observação. A homologação da transação prevista no artigo 76 da Lei n. 9.99/1995 não faz coisa 
julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao 
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de 
inquérito policial. (Súmula Vinculante n. 35, STF). Dessa forma, temos que ainda que homologado, o 
referido acordo NÃO FAZ COISA JULGADA MATERIAL. Se o acordo for descumprido, o feito retornará 
ao status quo, ou seja, o processo retoma, e a partir de então poderá ser instaurado o inquérito policial, bem 
como, oferecida denúncia. 
 
 
Súmula vinculante nº 35: A homologação de transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não 
faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao 
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de 
inquérito policial. 
 
 Na Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/1998) temos uma condição específica, vejamos: 
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata 
de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro 
de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano 
ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade. 
 
 
 
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 Desta forma temos que os requisitos do art. 76 da Lei 9.099/95 devem ser somados ao requisito 
especial (composição do dano, salvo sua impossibilidade) do art. 27 da Lei 9.605/98. 
 
5.3 Procedimento sumaríssimo propriamente dito 
 
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela 
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o 
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de 
diligências imprescindíveis. 
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência 
referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do 
corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova 
equivalente. 
 § 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, 
o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma 
do parágrafo único do art. 66 desta Lei. 
 
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz 
verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências 
previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei. 
 
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao 
acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora 
para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério 
Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados. 
 
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos artigos 66 e 68 desta Lei e 
cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas 
testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua 
realização. 
 
É possível que na audiência preliminar verifique-se que não cabe a transação penal, nessa 
circunstância o Ministério Público já propõe a denúncia oral cientificando o réu naquele momento da 
audiência de instrução. Caso não esteja presente o réu, o Ministério Público pode oferecer a denúncia na 
audiência preliminar, e será expedido o mandado de citação para ser cientificado da audiência de instrução. 
Observe que no procedimento sumaríssimo não acontece sequer o recebimento da denúncia para haver a 
citação do réu. A denúncia, portanto, é oferecida e no ato subsequente o réu é citado. O recebimento da 
denúncia vai ocorrer apenas na audiência de instrução e julgamento. 
 
 
 
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§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art. 
67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento. 
 
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei. 
 
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o 
que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima 
e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, 
passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. 
 
Veja que no momento da audiência de instrução e julgamento, após ouvir a defesa o juiz decidirá 
por receber ou não a denúncia, e em caso de recebimento prosseguirá com os atos instrutórios. 
 
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o juiz 
limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. 
 
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, 
contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença. 
 
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do juiz. 
 Se o procedimento é comum, ordinário, sumário ou procedimento especial, o relatório é 
imprescindível, sentença sem relatório será nula. No entanto no juizado a Lei dispensa o relatório. 
 Esquematizando: 
 
• Peça inicial acusatória: 
• Denúncia (MP) 
• Queixa-crime 
(ofendido) 
 
Pode ser ofertada de forma 
oral. 
• Citação do Acusado e 
cientificado da Audiência de 
instrução de julgamento 
• A citação será 
imediata ou na forma 
dos arts. 66 a 68. 
 
• Aberta a audiência de 
Instrução e Julgamento: 
• Será dada a palavra ao 
defensor para 
responder à acusação; 
• Juiz decide se recebe 
ou não (denúncia ou 
queixa-crime); 
• Possibilidade ou não 
de suspensão 
condicional do 
processo. 
• Se recebida, passa aos 
atos instrutório. 
 
Debates orais. 
Sentença. 
 
 
 
 
 
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5.3.1 Sentença, recurso e turma recursal no JECRIM 
 
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá APELAÇÃO, que 
poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de 
jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
 
Da rejeição da denúncia ou queixa nos procedimentos 
COMUM ORDINÁRIO e SUMÁRIO: 
 
 
Recurso em Sentido Estrito (RESE) 
Da rejeição da denúncia ou queixa no 
 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO: 
 
Apelação 
 
Na Lei n. 9.099 não é cabível o recurso em sentido estrito. Desta forma quando ocorre a rejeição da 
peça inicial acusatória no sumaríssimo o recurso cabível é a apelação na forma do art. 82 da Lei 9.099/95.§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo 
Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e 
o pedido do recorrente. 
 Cuidado, no CPP a apelação prevista ao teor do art. 593, tem um prazo de interposição de 5 dias 
acrescido de um prazo para apresentação de razões de 8 dias. Primeiro a parte manifesta sua intenção em 
recorrer, posteriormente tem seu prazo de mais 8 dias para oferecimento das razões. No âmbito do juizado 
especial criminal o prazo é de 10 dias para tudo. 
Vejamos de forma esquematizada: 
Apelação no JECRIM Apelação no CPP 
Prazo: 10 dias Prazo: 05 dias 
A petição de interposição já deve estar 
acompanhada das razões recursais. 
A petição de interposição é apresentada no prazo de 5 
dias e as razões recursais são apresentadas em 08 dias. 
 
 Por fim, cumpre apontamos que é cabível o recurso da apelação no âmbito do JECRIM em três 
situações. 
• Da sentença de homologação da transação penal; (art. 76, §5º). 
• Da rejeição da peça acusatória; 
• Da sentença condenatória ou absolutória. 
 
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. 
 
 
 
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 Mesmo prazo tendo em vista o princípio da paridade de armas. Se recorreu no prazo de 10 dias irá 
contra razoar em 10 dias. Lembrando que a apelação será julgada por uma turma recursal, que é uma turma 
composta por 3 juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição. (Órgão próprio do juizado). 
 
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º 
do art. 65 desta Lei. 
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa. 
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá 
de acórdão. 
RESUMO: 
• Da composição civil dos danos: IRRECORRÍVEL: Art. 72. 
• Da homologação da transação penal: APELAÇÃO: Art. 76. 
• Da rejeição da denúncia: APELAÇÃO; Art. 82. 
• Da sentença final do procedimento, seja absolutória ou condenatória: APELAÇÃO. Art. 82. 
• Apelação dirigida a uma turma recursal que tem 3 juízes de primeiro grau: APELAÇÃO em 10 
dias. 
 
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade, 
contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência). 
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, 
contados da ciência da decisão. 
 Observe que mais uma vez o prazo é diverso do CPP. 5 dias x 2 dias. 
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso. (Redação 
dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência). 
 
 Por exemplo, se tinha 10 dias para apelação, no momento que foi decidido os embargos, ZERA o 
prazo para o recurso principal. 
 § 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício. 
 Se o juiz percebe que cometeu erro meramente material, um erro de uma palavra por exemplo, poderá 
corrigir de oficio. 
 Veja alguns pontos que a Lei 9.099/95 diverge do nosso Código de Processo Penal: 
CPP JECRIM 
 
 
 
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Obscuridade, contradição, omissão e ambiguidade Obscuridade, contradição e omissão 
Prazo de 2 dias Prazo de 5 dias 
Interrompe o prazo do recurso principal Com a vigência do CPP 2015 há interrupção pela 
nova redação do art. 83, §2º. 
 
Súmula 640 – STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de 
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal. 
 
Súmula 203 – STJ: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo 
grau dos Juizados Especiais. 
Súmula 690 STF Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de 
"habeas corpus" contra decisão de Turma Recursal de Juizados Especiais Criminais. 
A jurisprudência atual entende que compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o 
julgamento dos pedidos de habeas corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados Especiais 
(cancelamento da súmula 690 STF). 
Desta forma, se a autoridade coatora é o juiz, e houve impetração de um HC contra uma atividade 
do juiz coator do juizado especial criminal, quem analisa esse HC é a turma recursal, mas a turma recursal 
pode ter sido a autoridade coatora. Supondo que a turma recursal determinou a prisão de alguém, e a parte 
quer impetrar um HC, esse HC de ato praticado contra a turma recursal vai para o Tribunal de Justiça. 
Candidato cabe revisão criminal de decisões proferidos pela turma recursal? Sim, e quem irá 
julgar essa revisão criminal é a própria turma recursal. Vejamos o entendimento da jurisprudência; 
CONFLUO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE TRIBUNAL DE JUSTIÇA E 
COLÉGIO RECURSAL. REVISÃO CRIMINAL. CRIME DE MENOR POTENCIAL 
OFENSIVO. AMEAÇA. AÇÃO PENAL QUE TEVE CURSO PERANTE OS JUIZADOS 
ESPECIAIS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL EXPRESSA PARA A REVISÃO NO 
ÂMBITO DOS JUIZADOS. GARANTIA CONSTITUCIONAL. VEDAÇÃO TÃO 
SOMENTE QUANTO À AÇÃO RESCISÓRIA. INCOMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA PARA REVER O DECISUM QUESTIONADO. IMPOSSIBILIDADE DE 
FORMAÇÃO DE GRUPO DE TURMAS RECURSAIS. UTILIZAÇÃO ANALÓGICA DO 
CPP. POSSIBILIDADE, EM TESE, DE CONVOCAÇÃO DE MAGISTRADOS 
SUPLENTES A FIM DE EVITAR O JULGAMENTO PELOS MESMOS JUÍZES QUE 
APRECIARAM A APELAÇÃO. COMPETÊNCIA DA TURMA RECURSAL. 1. Apesar da 
ausência de expressa previsão legal, mostra-se cabível a revisão criminal no âmbito dos 
Juizados Especiais, decorrência lógica da garantia constitucional da ampla defesa, notadamente 
quando a legislação ordinária vedou apenas a ação rescisória, de natureza processual cível. 2. 
É manifesta a incompetência do Tribunal de Justiça para tomar conhecimento de revisão 
criminal ajuizada contra decisum oriundo dos Juizados Especiais. 3. A falta de previsão legal 
 
 
 
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específica para o processamento da ação revisional perante o Colegiado Recursal não impede 
seu ajuizamento, cabendo à espécie a utilização subsidiária dos ditames previstos no Código 
de Processo Penal. 4. Caso a composição da Turma Recursal impossibilite a perfeita obediência 
aos dispositivos legais atinentes à espécie, mostra-se viável, em tese, a convocação dos 
magistrados suplentes para tomar parte no julgamento, solucionando-se a controvérsia e, 
principalmente, resguardando-se o direito do agente de ver julgada sua ação revisional. 5. 
Competência da Turma Recursal. (CC 47.718/RS, Rel. Ministra JANE SILVA 
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
13/08/2008, DJe 26/08/2008). 
 
Observações 
 
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar. 
 
 Se a infração de menor potencial ofensivo ocorre no âmbito da justiça militar, não pode se aplicar os 
institutos previstos no JECRIM, a composição civil dos danos, a transação penal ou suspensão condicional 
do processo. 
 
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, 
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099/1995. 
 
 Da mesma forma, não se aplica os institutos da Lei 9.099/95 perante a Lei Maria da Penha, não sendo 
aplicáveis a composição civil dos danos, a transação penal ou suspensão condicional do processo. 
 Inobstante o dispositivo falar apenas em crimes, conferiu-se interpretação extensiva para englobar 
também as contravenções penais (por exemplo, as vias de fato). Assim, segundo o STF a expressão “crime” 
deve ser interpretada extensivamente para abranger as contravenções penais. 
 Atente ainda para o fato de que o art. 88 da Lei n. 9.099/1995também não se aplica na Lei Maria da 
Penha. De acordo com o STJ, na Lei Maria da Penha, qualquer que seja a extensão da lesão corporal, mesmo 
sendo leve, a ação penal é incondicionada. 
 
 
 
 
 
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Súmula 536 do STJ: “A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese 
de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha”. Terceira Seção, aprovada em 10/6/2015, DJe 15/6/2015. 
 Não são aplicáveis as medidas despenalizadora (transação penal e suspensão condicional do processo) 
quando se trata de violência doméstica e familiar contra a mulher, pois os referidos institutos estão previstos 
na Lei nº 9.099/95. Dessa forma, temos que - como a suspensão condicional do processo e a transação 
penal estão previstas na Lei n. 9.099/95, respectivamente nos arts. 89 e 76, não são aplicáveis aos delitos 
praticados no contexto da Lei Maria da Penha, haja vista a vedação constante do art. 41 da Lei n. 11.30/06. 
 
6. Suspensão condicional do processo 
 
No momento em que o Ministério Público oferecer a denúncia, se estiverem presentes os requisitos, 
poderá o referido propor a suspensão do processo por até quatro anos, se o acusado não tiver outro processo 
criminal ou não tenha sido condenado por outros crimes, para que o acusado cumpra determinadas condições 
em troca da extinção do processo. Se o acusado aceitar a proposta, e a denúncia for recebida, o juiz poderá 
suspender o processo até que as condições, que estão descritas na lei, sejam efetivamente cumpridas. 
Nesse sentido, vejamos o texto normativo: 
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas 
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão 
do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não 
tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a 
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 
 
 Deve-se ficar atento ao fato do benefício abranger a pena mínima (igual ou inferior a um ano) e não 
a pena máxima como acontece na transação penal. O instituto em comento não é exclusivo do JECRIM, ou 
seja, a suspensão condicional do processo não é concedida apenas no rito sumaríssimo. Desta feita teremos: 
• Infração penal abrangida ou não pela Lei n. 9.099/1995: Exemplo. Receptação (1 a 4 anos), furto (1 a 4 
anos), embriaguez ao volante (1 a 3 anos), estelionato (1 a 5 anos); 
• Princípio da indisponibilidade da ação penal: O MP via de regra não pode desistir da ação penal, sendo 
a sursis processual uma exceção a esse princípio. Se cumprido em sua integralidade, acarretará na extinção 
de punibilidade do agente, sem reincidência, sem mal antecedentes, etc. 
• Cabimento: Uma condenação antiga, após passada 5 anos, não gera mais reincidência, no entanto 
inviabiliza a concessão da susris processual, vejamos; 
 
 
 
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PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. JUIZADOS 
ESPECIAIS. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. CONDENAÇÃO 
PRETÉRITA ALCANÇADA PELO PERÍODO DEPURADOR. CONDIÇÃO SUFICIENTE 
PARA NEGATIVA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENT0. 1. Os requisitos de 
admissibilidade da suspensão condicional do processo encontram-se taxativamente elencados 
no art. 89, caput, da Lei n. 9.099/1995, a saber: (I) pena mínima cominada igual ou inferior a 
um ano; (II) inexistência de outro processo em curso ou condenação anterior por crime; (III) 
presença dos requisitos elencados no art. 77 do Código Penal: não reincidência em crime 
doloso aliada à análise favorável da culpabilidade, dos antecedentes, da conduta social, da 
personalidade do agente, bem como dos motivos e circunstâncias do delito que autorizem a 
concessão do benefício. 2. A existência de condenação pretérita, ainda que alcançada pelo 
período depurador é apta a inviabilizar a concessão do sursis processual. 3. Recurso a que se 
nega provimento. (RHC 91.575/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 
SEXTA TURMA, julgado em 19/06/2018, DJe 29/06/2018). 
 
 O cabimento da suspensão condicional do processo já deve ser informado no oferecimento da 
denúncia assim como preceitua o art. 89. 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). Nos casos de crimes em que 
a pena mínima cominada é igual ou inferior a um ano, o Ministério Público poderá oferecer a 
suspensão condicional do processo no momento 
a) da audiência de instrução. 
b) da audiência preliminar. 
c) da lavratura do termo, antes da sentença. 
d) do oferecimento da denúncia. 
e) da audiência de conciliação. 
Gab. D. 
 
Cumpre destacarmos ainda que, deve se aguardar o tramite processual para verificar se não irá ocorrer 
a absolvição sumária na resposta a acusação, no qual se der provimento caberá a audiência para concessão 
do benefício. 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA. SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO 
ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSAL PREVISTO 
NA CARTA MAGNA. NÃO CONHECIMENTO. [...] CRIME AMBIENTAL (ARTIGO 39, 
COMBINADO COM O ARTIGO 40, AMBOS DA LEI N. 9.605/1998). OFERECIMENTO 
DA PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO ANTES DA 
APRESENTAÇÃO DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO. ILEGALIDADE. NECESSIDADE DE 
INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 89 DA LEI N. 9.099/1995 À LUZ DAS MODIFICAÇÕES 
TRAZIDAS PELA LEI N. 11.719/2008. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. 
CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. 1. Embora o artigo 89 da Lei n. 9.099/1995 
estabeleça que a proposta de suspensão condicional do processo deve ser feita no momento do 
oferecimento da denúncia, tal dispositivo deve ser compatibilizado com as modificações 
promovidas no procedimento comum ordinário pela Lei n. 11.719/2008. 2. Diante da 
possibilidade de absolvição sumária, mostra-se desarrazoado admitir que a suspensão 
condicional do processo seja oferecida ao denunciado antes da análise de sua resposta à 
acusação, na qual pode veicular teses que, se acatadas, podem encerrar a ação penal. (...) STJ. 
HC n. 239.093/MG, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 29/10/2013. 
 
Oferecer denúncia Recebimento Citação do réu Resposta à acusação 
 
 
Diligências Rejeição Absolvição sumária 
 
 
Pedir o arquivamento Designar audiência 
de instrução e 
julgamento 
 
 
Dessa forma, se um indivíduo comete um crime com pena de 1 a 4 anos, como a pena máxima é de 4 
anos tramitará sob o rito comum ordinário, no entanto como a pena mínima é de 1 ano, de acordo com o art. 
89 deverá ser analisada se cabe a suspensão condicional do processo. 
 No caso do MP decidir por oferecer a denúncia, este já deve informar se o indivíduo faz jus a 
suspensão condicional do processo, não podendo o juiz marcar de imediato a audiência para oferecimento 
do benefício, sendo necessário esperar toda a tramitação até a possibilidade de absolvição sumária, tendo em 
vista que se ocorrer será muito mais favorável do que cumprir um benefício de suspensão condicional de 2 a 
4 anos. Concluindo-se que o momento adequado para oferecimento da suspensão condicional é após a 
resposta a acusação em caso de não absolvição sumária, na audiência de instrução onde será ofertado pelo 
MP, se não aceito pelo réu será iniciada a audiência prosseguindo com o processo. Em caso de aceitação, 
não iniciará a audiência e o processo ficará a suspenso a depender das condições de 2 a 4 anos. Cumprindo 
as condições adequadamente, acarretará na extinção de punibilidade, em caso de descumprimento o benefício 
MP 
 
 
 
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Manual

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