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Caderno de Direito Processual Penal (2)

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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
Capítulo 1 
INTRODUÇÃO AO PROCESSO PENAL 
 
 
1.1. Lei Processual no Tempo 
 
Conforme o art. 2º do CPP, a lei processual penal será aplicada desde logo, sem 
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior, o que consagra a 
incidência do princípio da tempus regit actum. 
 
 
 
1.2. Lei Processual no Espaço 
 
Conforme o art. 1º do CPP, a lei processual penal se aplica em todo o território 
brasileiro, o que consagra o princípio da territorialidade. 
Entretanto, o próprio dispositivo traz algumas ressalvas com relação à aplicação 
desse princípio quando relativo: 
a) a tratados, convenções e regras de direito internacional; 
b) à jurisdição política. Ocorre, dentre outras hipóteses, nos casos dos incisos I e II do 
art. 52 da CRFB/1988, em que a competência para processar determinadas 
autoridades (Presidente e Vice-Presidente da República, Ministros de Estado, 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, Ministros do Supremo 
Tribunal Federal) é deslocada do Poder Judiciário para o Poder Legislativo (Senado 
Federal); 
c) aos processos de competência da Justiça Militar; 
d) aos processos de competência do Tribunal Especial (o extinto Tribunal de Segurança 
Nacional, previsto no art. 122, nº 17, da Constituição de 1937); 
e) aos processos por crimes de imprensa (esta ressalva se encontra superada, porque a 
Lei de Imprensa (Lei 5.250/1967) teve a eficácia de vários artigos suspensa 
liminarmente em sede da Ação de Descumprimento de Preceitos Fundamentais 130- 7/DF). 
 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
1.3. Princípios 
 
a) Princípio do devido processo legal: previsto no art. 5º, LIV, da CRFB/1988. Há duas 
acepções: uma material, que trata da regularidade do processo legislativo, e uma de 
cunho processual, que se refere à regularidade dos atos processuais. 
b) Princípio da inocência: previsto no art. 5º, LVII, da CRFB/1988. Significa que o 
indivíduo não pode ser considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença 
penal condenatória. 
c) Princípio do juiz natural: previsto no art. 5º, LIII, da CRFB/1988. Significa a garantia 
de um julgamento por um juiz competente, de acordo com regras objetivas de 
competência e, com isso, a proibição da criação de tribunais de exceção. 
d) Princípio da publicidade: preleciona que todo processo é público, salvo algumas 
limitações com base no interesse social ou para tutelar-se a intimidade das partes. 
 
 
 
Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
(Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Delegado de Polícia) 
No que respeita aos princípios da presunção de inocência e da não autoincriminação, é 
correto afirmar que: 
a) o direito ao silêncio pode ser utilizado em desfavor do réu. 
b) segundo a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a sentença condenatória tem 
eficácia tão logo confirmada em segundo grau de jurisdição, não importando em violação ao 
princípio da presunção de inocência. 
c) a exigência do recolhimento do réu à prisão para apelar não ofende os princípios da não 
culpabilidade e da proporcionalidade. 
d) é possível a invocação de investigações e ações penais em andamento como maus 
antecedentes na fase da aplicação da pena. 
e) o princípio constitucional da não culpabilidade não é óbice ao lançamento do nome do réu 
no rol dos culpados antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 
 
R: Alternativa B 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
1.4. Sistemas processuais 
 
Dividiremos o tema em dois sistemas principais: Sistema Inquisitivo e Sistema 
Acusatório. 
a) Sistema Inquisitivo: se caracteriza pelo fato de o Juiz acumular o exercício de três 
funções processuais: acusar, defender e julgar. Nesse sistema, o próprio julgador tem a 
possibilidade de iniciar o processo. 
b) Sistema Acusatório: se caracteriza pela divisão de funções entre os sujeitos 
processuais. O Ministério Público exerce a titularidade da ação penal pública. O 
julgador é inerte e imparcial, não lhe é permitido iniciar o processo de ofício. 
 
 
 
 
Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
(Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: Defensor Público) 
No Brasil, segundo a maioria dos doutrinadores, vige o sistema processual penal do tipo 
acusatório. São características deste sistema processual penal 
a) a imparcialidade do julgador, a flexibilização do contraditório na medida da necessidade 
para reconstrução da verdade real e a relativização do duplo grau de jurisdição. 
b) o sigilo das audiências, a imparcialidade do julgador e a vedação ao duplo grau de 
jurisdição. 
c) a igualdade das partes, o contraditório e a publicidade dos atos processuais. 
 
d) a absoluta separação das funções de acusar e julgar, a publicidade dos atos processuais e a 
inexistência da coisa julgada. 
e) o sigilo absoluto do inquérito policial, a publicidade dos atos processuais e o duplo grau de 
jurisdição. 
 
 
R: Alternativa C 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 
INQUÉRITO POLICIAL 
2.1. Conceito 
 
O inquérito policial define-se como um procedimento administrativo conduzido 
pela polícia judiciária e direcionado à apuração de uma infração de sua autoria, com a 
finalidade de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 
 
 
 
2.2. Natureza jurídica 
 
É um procedimento administrativo. 
 
 
 
2.3. Finalidade 
 
A finalidade essencial do inquérito policial é apurar a possível infração penal 
cometida e a sua autora para que o titular da ação penal possa ter elementos 
probatórios, a justa causa, para o ingresso em juízo. 
 
 
 
2.4. Características 
 
As principais características são as seguintes: 
 
 
a) Escrito: art. 9º do CPP. Todas as peças do inquérito policial serão processadas num 
só, reduzidas a escrito ou datilografadas, e, nesse caso, rubricadas pela autoridade. 
b) Indisponível: art. 17 do CPP. Uma vez instaurado, não pode, sob hipótese alguma, 
ser arquivado pela autoridade policial. 
c) Sigiloso: art. 20 do CPP. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou exigido pela sociedade. 
d) Oficialidade: art. 4º do CPP. O inquérito policial é dirigido por órgãos públicos 
oficiais, no caso, a autoridade policial. 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS 2017.2 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
e) Dispensável: art. 39, § 5º, do CPP. O órgão do Ministério Público dispensará o 
inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a 
promover a ação penal. 
 
 
2.5. Procedimento: fases e especificações 
 
Iniciativa e instauração do inquérito policial: 
 
a) Crime de ação penal pública incondicionada: de ofício; mediante requisição da 
autoridade judiciária ou do Ministério Público; a requerimento do ofendido ou de 
quem tiver qualidade para representá-lo. Art. 5º, I e II, do CPP. 
b) Crime de ação penal pública condicionada: representação do ofendido. Também 
nos casos de requisição do Ministro da Justiça. Art. 5º, § 4º, do CPP. 
c) Crime de ação penal de iniciativa privada: requerimento do ofendido. Art. 5º, § 5º, 
do CPP. 
 
Durante o inquérito policial serão possíveis algumas diligências, tais como: 
apreensão de objetos, perícias, acareações etc. 
O encerramento do inquérito policial ocorre com a conclusão de todas as 
diligências, na oportunidade em que a autoridade policial elaborará minucioso 
relatório do que tiver sido apurado e enviará os autos ao juízo competente. 
 
Prazos para a conclusão do inquéritopolicial: 
 
 
– Regra Geral (art. 10 do CPP): o prazo será de 10 dias para o inquérito policial que 
tem indiciado preso e de 30 dias para o indiciado solto. Só se admite a prorrogação do 
prazo se o indiciado estiver solto. 
– Lei de Drogas (art. 51 da Lei 11.343/2006): o prazo será de 30 dias para o indiciado 
preso e de 90 dias para o indiciado solto. Os prazos podem ser duplicados pelo juiz, 
ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia 
judiciária. 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
– Crimes contra a economia popular (art. 10, § 1º, da Lei 1.521/1951): o prazo será de 
10 dias improrrogáveis, estando o indiciado solto ou preso. 
– Justiça Federal (art. 66 da Lei 5.010/1966): o prazo será de 15 dias para o indiciado 
preso, podendo ser prorrogado por mais 15 dias, a pedido, devidamente 
fundamentado, da autoridade policial. Já para o indiciado solto, o prazo adotado é o da 
regra geral. 
 
 
Jurisprudências 
 
Tema: Poder investigatório do Ministério Público (Informativos 785 e 
787 do STF) 
Ministério Público pode realizar diretamente a investigação de crimes O 
STF reconheceu a legitimidade do Ministério Público para promover, por 
autoridade própria, investigações de natureza penal, mas ressaltou que 
essa investigação deverá respeitar alguns parâmetros que podem ser a 
seguir listados: 1) Devem ser respeitados os direitos e garantias 
fundamentais dos investigados; 2) Os atos investigatórios devem ser 
necessariamente documentados e praticados por membros do MP; 3) 
Devem ser observadas as hipóteses de reserva constitucional de 
jurisdição, ou seja, determinadas diligências somente podem ser 
autorizadas pelo Poder Judiciário nos casos em que a CF/88 assim exigir 
(ex: interceptação telefônica, quebra de sigilo bancário etc.); 4) Devem 
Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam 
respeito ao exercício do direito de defesa. 
Súmula 234 do STF: A participação de membro do Ministério Público na fase 
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o 
oferecimento da denúncia. 
Súmula 524 do STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a 
requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem 
novas provas. 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
ser respeitadas as prerrogativas profissionais asseguradas por lei aos 
advogados; 5) Deve ser assegurada a garantia prevista na Súmula 
vinculante 14 do STF (“É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito 
de defesa”); 6) A investigação deve ser realizada dentro de prazo 
razoável; 7) Os atos de investigação conduzidos pelo MP estão sujeitos 
ao permanente controle do Poder Judiciário. A tese fixada em 
repercussão geral foi a seguinte: “O Ministério Público dispõe de 
competência para promover, por autoridade própria, e por prazo 
razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os 
direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer 
pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus 
agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, 
as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso 
País, os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II, 
III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade — sempre presente 
no Estado democrático de Direito — do permanente controle 
jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Enunciado 14 da 
Súmula Vinculante), praticados pelos membros dessa Instituição.” 
(RE 593727/MG, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. 
Gilmar Mendes, Plenário, julgado em 14/5/2015 (repercussão geral). HC 
85011/RS, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 1ª Turma, julgado em 
26/5/2015). 
Tema: Denúncia anônima e ação penal (Informativo nº 819 do STF) 
 
Denúncia anônima. As notícias anônimas ("denúncias anônimas") não 
autorizam, por si sós, a propositura de ação penal ou mesmo, na fase de 
investigação preliminar, o emprego de métodos invasivos de 
investigação, como interceptação telefônica ou busca e apreensão. 
Entretanto, elas podem constituir fonte de informação e de provas que 
não podem ser simplesmente descartadas pelos órgãos do Poder 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
Judiciário. Procedimento a ser adotado pela autoridade policial em caso 
de “denúncia anônima”: 1) Realizar investigações preliminares para 
confirmar a credibilidade da “denúncia”; 2) Sendo confirmado que a 
“denúncia anônima” possui aparência mínima de procedência, instaura- 
se inquérito policial; 3) Instaurado o inquérito, a autoridade policial 
deverá buscar outros meios de prova que não a interceptação telefônica 
(esta é a ultima ratio). Se houver indícios concretos contra os 
investigados, mas a interceptação se revelar imprescindível para provar 
o crime, poderá ser requerida a quebra do sigilo telefônico ao 
magistrado. 
(HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, 1ª Turma, julgado em 
29/3/2016). 
Tema: Investigação criminal e autoridades com foro privativo no STF 
(Informativo nº 812 do STF) 
Investigação criminal envolvendo autoridades com foro privativo no STF 
As investigações envolvendo autoridades com foro privativo no STF 
somente podem ser iniciadas após autorização formal do STF. De igual 
modo, as diligências investigatórias envolvendo autoridades com foro 
privativo no STF precisam ser previamente requeridas e autorizadas 
pelo STF. Diante disso, indaga-se: depois de o PGR requerer alguma 
diligência investigatória, antes de o Ministro Relator decidir, é 
necessário que a defesa do investigado seja ouvida e se manifeste sobre 
o pedido? NÃO. As diligências requeridas pelo Ministério Público Federal 
e deferidas pelo Ministro-Relator são meramente informativas, não 
suscetíveis ao princípio do contraditório. Desse modo, não cabe à defesa 
controlar, “ex ante”, a investigação, o que acabaria por restringir os 
poderes instrutórios do Relator. Assim, o Ministro poderá deferir, 
mesmo sem ouvir a defesa, as diligências requeridas pelo MP que 
entender pertinentes e relevantes para o esclarecimento dos fatos. 
(Inq 3387 AgR/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, julgado em 
15/12/2015). 
 
 
 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
(Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público) 
 
O inquérito policial 
 
a) após seu arquivamento, poderá ser desarquivado a qualquer momento para possibilitar 
novas investigações, desde que haja concordância do Ministério Público. 
b) em curso poderá ser avocado por superior por motivo de interesse público. 
c) poderá ser instaurado por requisição judicial, a depender da análise de conveniência e 
oportunidade do delegado de polícia. 
d) nos casos de ação penal privada e ação penal pública condicionada poderá ser instaurado 
mesmo sem a representação da vítima ou seu representante legal, desde que se trate de 
crime hediondo. 
e) independentemente do crime investigado deverá ser impreterivelmente concluído no prazo 
de 30 dias se o investigado estiver solto. 
R: Alternativa B 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUALPENAL 
 
 
 
 
 
Capítulo 3 
AÇÃO PENAL 
3.1. Introdução 
 
A ação penal se caracteriza por ser o direito de pedir ao Estado-Juiz a 
aplicabilidade do Direito Penal Objetivo a determinado caso concreto. 
 
 
3.2. Condições da ação penal 
 
São condições da ação penal: legitimidade, interesse de agir, possibilidade 
jurídica do pedido. Há controvérsia a respeito da justa causa, se esta integraria ou não 
o rol das condições da ação. 
 
 
3.3. Princípios da ação penal 
 
No que tange aos princípios da ação penal, podemos subdividi-los conforme a 
natureza da ação penal. Assim, teremos princípios da ação penal pública e princípios 
da ação penal privada. Veja-se: 
 
– Princípios da Ação Penal Pública: 
 
 
a) Obrigatoriedade: significa que, se estiverem presentes os indícios de autoria e de 
materialidade delitiva, bem como ausentes as causas extintivas da punibilidade, o 
representante do Ministério Público está obrigado a oferecer a denúncia. 
b) Indisponibilidade: significa que o Ministério Público não pode desistir do curso da 
ação intentada, bem como do recurso eventualmente interposto. 
 
– Princípios da Ação Penal Privada: 
 
 
a) Oportunidade: significa que o ofendido tem a faculdade de propor a ação penal. 
b) Disponibilidade: dispõe que o querelante pode desistir de prosseguir com a ação 
penal, por meio do perdão do ofendido ou pela perempção. 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
c) Indivisibilidade: dispõe que, no caso de concurso de agentes, a queixa deverá ser 
oferecida contra todos os coautores que o querelante tiver conhecimento, não sendo 
possível a escolha contra quem intentará a ação penal. 
 
 
3.4. Classificação das ações penais 
 
A divisão das espécies de ação penal é costumeiramente identificada pelo 
critério subjetivo, ou seja, levando em consideração a qualidade do sujeito que detém 
a titularidade. Nesse sentido, dispõe o art. 100 do CP que “a ação é pública, salvo 
quando a lei expressamente a declare privativa do ofendido”. 
 
 
3.4.1. Ação penal pública 
 
A ação penal pública é aquela que deve ser promovida pelo Ministério Público, 
conforme o art. 257, I, do CPP. A ação penal pública pode ser incondicionada ou 
condicionada. 
A ação penal pública incondicionada é a regra. Ela é proposta 
independentemente da vontade ou manifestação de qualquer sujeito, bastando 
estarem presentes as condições da ação e os pressupostos processuais. 
 
 
A ação penal pública condicionada depende da manifestação de vontade do 
ofendido (ou do seu representante legal) ou da requisição do Ministro da Justiça. 
 
 
3.4.2. Ação penal de iniciativa privada 
 
A ação penal privada é aquela em que o Estado, titular exclusivo do ius puniendi 
(direito de punir), transfere à vítima ou a quem legalmente a represente a legitimidade 
para propositura da ação penal, conservando, entretanto, a titularidade do direito de 
Sumula 542 do STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de 
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS 2017.2 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
punir. Subdivide-se em: exclusivamente privada ou propriamente dita; personalíssima; 
subsidiária da pública. 
 
A ação penal exclusivamente privada ou propriamente dita é aquela em que a 
vítima ou quem legalmente a represente exerce diretamente. A sua fundamentação 
legal encontra-se no art. 31 do CPP. 
 
A ação penal personalíssima é aquela em que somente o ofendido pode exercer 
o direito de ação, não havendo possibilidade, em caso de sua morte, da transferência 
desse direito aos sucessores. A única hipótese prevista encontra-se no crime do art. 
236 do CP. 
A ação penal privada subsidiária da pública é aquela em que a vítima ou quem 
legalmente a represente exerce diante da inércia do titular da ação penal pública – 
Ministério Público –, ou seja, quando o órgão ministerial não oferece a denúncia, não 
promove o arquivamento ou não requisita diligências no prazo legal. O prazo é 
decadencial de seis meses, contados da data em que terminar o prazo para o 
Ministério Público adotar as providências cabíveis, conforme o art. 38 do CPP. 
 
 
Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
(Ano: 2014 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: TJ-MG Prova: Juiz de Direito) 
Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Na ação penal privada subsidiária da pública, o Promotor de Justiça pode repudiar a queixa 
e oferecer denúncia substitutiva, quando a queixa apresentada for inepta. 
b) Tanto a renúncia ao exercício do direito de queixa como o perdão do ofendido em relação a 
um dos autores do crime, a todos se estenderá, extinguindo-se a punibilidade. 
c) A renúncia, nas ações penais privadas, pode ser tácita e admite, para tanto, todos os meios 
de prova, conforme previsto no Código de Processo Penal. 
d) Tratando-se de ação penal privada personalíssima, a morte da vítima extingue a 
punibilidade. 
 
 
R: Alternativa B 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
Capítulo 4 
COMPETÊNCIA CRIMINAL 
4.1. Conceito 
 
Define-se competência criminal como sendo a medida e o limite jurisdicional, 
nos quais o órgão judicial pode atuar, ou seja, delimita o exercício da jurisdição para o 
magistrado. 
 
 
4.2. Espécies 
 
No que tange à competência, pode-se subdividi-la em três partes: 
 
 
– competência estabelecida em razão do lugar do crime cometido – “ratione 
materiae”; 
– competência estabelecida de acordo com a qualidade das pessoas acusadas – 
“ratione personae”; 
– competência estabelecida de acordo com o local em que foi praticado ou consumado 
o crime, ou o local da residência do seu autor – “ratione loci”. 
 
Deve-se observar, para tanto, o previsto no art. 69 do CPP, o qual prescreve que 
a competência é determinada em razão: do lugar da infração, e do domicílio ou 
residência do réu (“ratione loci”); da natureza da infração (“ratione materiae”); da 
distribuição; da conexão ou continência; da prevenção e da prerrogativa de função 
(“ratione personae”). Agora, analisaremos cada uma em separado: 
 
– Competência em razão do lugar da infração: adotou-se, em regra, a teoria do 
resultado para determinar o foro competente para a ação penal. 
 
De acordo com o art. 70, § 1º, do CPP, “iniciada a execução no território 
nacional, se a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo 
lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução”. Ao contrário, o 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
§ 2º, desse mesmo diploma legal, determina que, “quando o último ato de execução 
for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o 
crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado”. 
Ressalta-se que esses parágrafos do art. 70 do CPP adotaram a teoria da ubiquidade, 
em conformidade com o disposto no art. 6.º do CP, uma vez que o Brasil tem o 
interesse de punir o delito cujo início (ação) ou fim (resultado) deu-se em seu 
território. 
O art. 70, § 3º, do CPP, com o objetivo de esclarecer qualquer dúvida a respeito 
do foro competente para processar o feito, dispõe que, quando incerto o limite 
territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a 
infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência 
firmar-se-á pela prevenção. 
Da mesma forma, aplicando a mesma regra anterior, o art. 71 do CPP dispõe 
que, na hipótese de infração continuada ou permanente, praticada em território de 
duas ou mais jurisdições, a competência seráfirmada pelo critério da prevenção. 
 
– Competência pelo domicílio ou residência do réu: é estabelecida de forma 
subsidiária. Quando não for conhecido o lugar da infração, fixa-se a competência pelo 
domicílio ou residência do réu, nos termos do art. 72 do CPP. Entretanto, se o réu não 
possuir residência ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que 
primeiro tomar conhecimento do fato. 
 
– Competência pela natureza da infração: conforme disciplina o art. 74 do CPP, a 
competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização 
judiciária, no âmbito federal ou estadual, salvo a competência privativa do Tribunal do 
Júri, nos moldes estabelecidos pela CRFB/1988. 
 
– Competência por distribuição e prevenção: nos casos em que na mesma 
circunscrição judiciária houver mais de um juiz igualmente competente, resolve-se pela 
distribuição. A distribuição é um processo aleatório de escolha por meio de um sorteio. 
Aplica-se o art. 75 do CPP. A prevenção, por sua vez, ocorre nos casos em que 
concorrerem dois ou mais juízes igualmente competentes, e um deles tiver antecedido 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
aos demais na prática de algum ato de cunho decisório ou de medida a este relativa, 
ainda que anterior ao recebimento da denúncia ou da queixa, nos moldes do art. 83 do 
CPP. 
 
– Competência por conexão ou continência: 
 
 
a) conexão: ocorre quando há uma dependência recíproca entre os fatos delituosos. A 
competência por conexão se subdivide em: intersubjetiva – prevista no art. 76, I, do 
CPP; objetiva, lógica ou material – prevista no art. 76, II, do CPP; instrumental ou 
probatória – prevista no art. 76, III, do CPP. 
b) continência: ocorre quando uma situação estiver contida na outra e não for possível 
a separação. Pode ser de duas espécies: por cumulação subjetiva – prevista no art. 77, 
I, do CPP e por cumulação objetiva – prevista no art. 77, II, do CPP. 
 
 
 
Destaca-se que o art. 78 do CPP disciplina as regras que são utilizadas para 
determinar o juízo prevalente nos casos de reunião dos processos por conexão ou 
continência. Entretanto, há hipóteses em que essa reunião dos processos não será 
possível, devendo-se, assim, separar os feitos obrigatoriamente, a saber: no concurso 
entre a jurisdição comum e a militar; no concurso entre a jurisdição comum e a do 
juízo de menores; se em relação a algum corréu sobrevier doença mental após o fato 
criminoso. 
O art. 80 do CPP disciplina as hipóteses em que será facultativa a separação dos 
processos. 
 
– Competência por prerrogativa de função: de acordo com o art. 84 do CPP, a 
competência por prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e dos Tribunais de Justiça dos Estados e 
Cabe lembrar que, de acordo com a doutrina majoritária, a conexão e a continência 
não são consideradas como critérios de fixação de competência, mas sim da sua 
prorrogação. Desse modo, uma vez reconhecidas, possuem os seguintes efeitos: a 
reunião das ações em um mesmo processo, bem como a prorrogação da 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
do Distrito Federal, que diz respeito às pessoas que respondem perante esses tribunais por 
crimes comuns e de responsabilidade. 
 
 
Súmula 42 do STJ: Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis 
em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento. 
Súmula 62 do STJ: Compete a Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa 
anotação na carteira de trabalho e previdência social, atribuído a empresa privada. 
Súmula 75 do STJ: Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar 
por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal. 
Súmula 104 do STJ: Compete a Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de 
falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. 
Súmula 107 do STJ: Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de 
estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições 
previdenciárias, quando não ocorrente lesão a autarquia federal. 
Súmula 140 do STJ: Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que 
o indígena figure como autor ou vítima. 
Súmula 147 do STJ: Compete a Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados 
contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função. 
Súmula 208 do STJ: Compete a Justiça Federal processar e julgar Prefeito Municipal por 
desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal. 
Súmula 209 do STJ: Compete a Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de 
verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal. 
Súmula 546 do STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento 
falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento 
público, não importando a qualificação do órgão expedidor. 
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Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
Súmula Vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece 
sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição 
Estadual. 
Súmula 451 do STF: A competência especial por prerrogativa de função não se estende 
ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional. 
Súmula 522 do STF: Salvo ocorrência de tráfico para o Exterior, quando, então, a 
competência será da Justiça Federal, compete à Justiça dos Estados o processo e 
julgamento dos crimes relativos a entorpecentes. 
Súmula 704 do STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados. 
(Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TJ-PR Prova: Juiz de Direito) 
A competência pode ser entendida como delimitação da jurisdição. A respeito dessa 
matéria, assinale a opção correta. 
a) Compete à justiça estadual militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime 
militar e, à comum, pela prática do crime comum simultâneo àquele. 
b) Competirá ao juízo do local onde for praticada a contrafação processar e julgar crime de 
estelionato que for cometido mediante falsificação de cheque. 
c) Situação hipotética: João é pedreiro e foi contratado para prestar serviços de alvenaria nas 
dependências do Comando Geral da Polícia Militar do Paraná. Aproveitando-se da facilidade 
em transitar livremente pelas instalações do prédio, ele furtou um computador contendo 
informações sobre os dados cadastrais do alto comando, com o intuito de vendê-las a uma 
quadrilha de estelionatários. Assertiva: Nessa situação, a competência para o processo e 
julgamento da ação penal será do juízo da auditoria militar, uma vez que compete a esta 
processar e julgar o acusado, civil ou militar, que pratique crime contra instituições militares. 
d) Compete à justiça federal processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de 
trabalho e previdência social atribuída a empresa privada. 
 
 
R: Alternativa A 
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Capítulo 5 
TEORIA GERAL DA PROVA 
5.1. Conceito 
 
A prova é todo elemento pelo qual se objetiva demonstrar a existência e a 
veracidade de determinado fato. Tem por finalidade principal o convencimento do 
órgão julgador. 
 
5.2. Objeto 
 
O objeto da prova são os fatos principais ou secundários que exijam uma 
valoração judicial e a sua comprovação.Diz-se que o objeto da prova tem um caráter 
objetivo e outro subjetivo. O caráter objetivo é a demonstração da ocorrência de 
determinado fato. O caráter subjetivo é a formação do convencimento do juiz, de 
cunho persuasivo. 
 
 
5.3. Meios 
 
Os meios de prova se caracterizam por serem instrumentos ou atividades pelos 
quais os elementos de prova são inseridos no processo, por exemplo: documento, 
perícia, testemunha etc. 
 
 
5.4. Classificação 
 
– Quanto ao sujeito: 
 
a) pessoal: engloba toda afirmativa de forma consciente destinada a demonstrar a 
veracidade dos fatos afirmados. Exemplo: interrogatório. 
b) real: é advinda dos vestígios deixados pelo fato delituoso. Exemplo: o 
arrombamento de uma porta. 
 
 
 
– Quanto ao objeto: 
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a) diretas: guardam relação com o próprio fato que está sendo tratado no processo. 
Exemplo: uma testemunha que presenciou o crime. 
b) indiretas: guardam relação com outro fato distinto daquele que está sendo 
investigado, mas a sua análise permite retirar conclusões a respeito do fato 
investigado. Exemplo: o álibi. 
 
 
– Quanto ao efeito ou valor da prova: 
 
a) provas plenas: permitem um juízo de certeza quanto ao fato que se destinam a 
comprovar, em razão de serem completas. Em geral, são utilizadas como fonte 
primária para o convencimento do julgador. 
b) provas não plenas: não permitem um juízo de certeza, servindo apenas de reforço 
da convicção do julgador. 
 
 
5.5. Princípios 
 
– Princípio da presunção de inocência (princípio da não culpabilidade): traduz o 
direito de não ser declarado culpado, senão após o trânsito em julgado de sentença 
condenatória, ao término de um processo, no qual tenham sido observadas todas as 
garantias fundamentais. Esse princípio está descrito na Convenção Americana de 
Direitos Humanos (presunção de inocência), no art. 8º, nº 2. A referida Convenção 
utiliza a expressão inocência. No âmbito da nossa CRFB/1988, temos a presunção de 
não culpabilidade. Interessante perceber que, ao contrário da Convenção Americana, o 
constituinte não utiliza a expressão inocência. Diz que ninguém será considerado 
culpado. Daí a distinção entre os termos utilizados. 
– Princípio do nemo tenetur se detegere: a expressão em questão significa que 
ninguém é obrigado a contribuir para sua própria destruição. Ninguém é obrigado a 
produzir prova contra si mesmo. Esse princípio de fundamental importância está 
previsto tanto nos tratados internacionais como também na própria CRFB/1988. Ver 
art. 8º, nº 2, “g”, da CADH (Decreto 678/1992). Esse princípio consagra um instinto 
natural do ser humano. Quando pratica um crime, a tendência natural é se defender. 
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Se quiséssemos obrigá-lo a depor contra si mesmo, teríamos que admitir 
constrangimentos. Além da CADH, o princípio sob análise está previsto no art. 5º, LXIII, 
da CRFB/1988. 
– Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos: esse princípio 
está previsto no art. 5º, LVI, da CF. Essa prova ilícita não é admitida no ordenamento 
pátrio pelo seguinte motivo: preservar direitos e garantias fundamentais. A vedação às 
provas ilícitas serve como fato de dissuasão à adoção de práticas probatórias ilegais: as 
provas ilícitas não são admitidas e isso serve exatamente para desestimular a adoção 
de práticas probatórias ilegais. A vedação à utilização das provas ilícitas serve também 
como fator de estímulo à adoção de práticas probatórias legais. 
 
 
 
5.6. Sistemas de avaliação da prova 
 
– Sistema da Prova Tarifada, Certeza Moral do Legislador, Verdade Legal: é o sistema 
em que a lei, de forma prévia, define um modelo de prova a ser produzida. Nesse 
sistema, a lei prescreve o valor e a aplicação de cada prova, no qual o julgador fica 
vinculado, em estrita obediência ao determinado legalmente. Há resquícios desse 
sistema no art. 155, parágrafo único, do CPP e no art. 158 do CPP. 
– Sistema da Íntima Convicção: é o sistema em que o julgador possui ampla liberdade 
na avaliação das provas, de acordo com o seu íntimo convencimento, não sendo 
necessária, ainda, a fundamentação da sua decisão. Verifica-se a aplicação desse 
sistema no âmbito do procedimento do Tribunal do Júri, no qual os jurados decidem 
em consonância com a sua convicção pessoal, por meio do voto secreto, sem 
fundamentar a sua decisão. 
– Sistema do Livre Convencimento Motivado, Persuasão Racional do Julgador: é o 
sistema que adotamos como regra no processo penal brasileiro, conforme disciplina o 
art. 155 do CPP. Nesse sistema, o julgador possui liberdade para formar o seu 
convencimento, sendo imprescindível a devida fundamentação, nos termos do art. 93, 
IX, da CRFB/1988. 
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5.7. Prova ilícita 
 
A prova ilícita lato sensu pode ser subdivida em: provas ilícitas stricto sensu e 
provas ilegítimas. 
As provas ilícitas stricto sensu são aquelas que foram produzidas com 
infringência de normas de direito material, de natureza constitucional ou 
infraconstitucional. 
As provas ilegítimas são aquelas que foram produzidas com infringência de 
normas de direito processual, de natureza meramente processual. 
 
 
 
 
 
5.8. Prova emprestada 
 
Define-se como aquela produzida em determinado processo e que é 
transportada, posteriormente, na forma documental para outro feito. A prova 
emprestada não se encontra listada no rol do CPP, razão pela qual é classificada como 
uma prova inominada. Os requisitos para a sua admissibilidade, de acordo com a 
doutrina majoritária, são os seguintes: identidade de partes; obediência aos 
procedimentos legais; e que seja, mais uma vez, submetida ao contraditório. 
 
 
 
 
Jurisprudência 
 
Tema: Utilização no processo penal de provas obtidas pela 
administração tributária (Informativo nº 577 do STJ) 
Registra-se a classificação da prova ilícita por derivação, a qual determina que a 
prova produzida a partir de uma prova originalmente ilícita igualmente estará 
afetada pela ilicitude, devendo, assim, ser desentranhada dos autos. Há exceções 
legais à não utilização da prova ilícita por derivação: a teoria da fonte independente 
(art. 157, § 1º, do CPP), a teoria da descoberta inevitável (art. 157, § 2º, do CPP) e o 
encontro fortuito de provas (“serendipidade”). 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
Os dados bancários entregues à autoridade fiscal pela sociedade 
empresária fiscalizada, após regular intimação e independentemente de 
prévia autorização judicial, podem ser utilizados para subsidiar a 
instauração de inquérito policial para apurar suposta prática de crime 
contra a ordem tributária. De fato, a Primeira Seção do STJ, ao apreciar 
o REsp 1.134.665-SP (DJe 18/12/2009), submetido ao rito do art. 543-C 
do CPC, consolidou o entendimento de que a quebra do sigilo bancário 
sem prévia autorização judicial para fins de constituição de crédito 
tributário é autorizada pela Lei n. 8.021/1990 e pela LC n. 105/2001, 
normas procedimentais cuja aplicação é imediata. Contudo, conquanto 
atualmente o STJ admita o intercâmbio de informações entre as 
instituições financeiras e a autoridade fiscal para fins de constituição de 
crédito tributário, o certo é que tal entendimento não se estende à 
utilização de tais dados para que seja deflagrada a persecução penal. 
Isso porque, como é cediço, o sigilo bancário é garantido no art. 5º da 
CF, e para que haja o seu afastamento exige-se ordem judicial que, 
também por determinação constitucional, precisa ser fundamentada 
(art. 93, IX). Na hipótese,todavia, consta do termo de constatação, 
retenção e intimação, firmado por auditor fiscal da Receita Federal, que 
a sociedade empresária apresentou diversas notas fiscais e cópias dos 
extratos bancários das contas por ela movimentadas após ser 
regularmente intimada. 
(RHC 66.520-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª Turma, julgado em 2/2/2016). 
 
 
 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2017.2 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
 
 
 
 
5.9. Interrogatório 
 
O interrogatório é concebido pela doutrina majoritária como meio de defesa e 
meio de prova. 
 
Caracteriza-se como o ato espontâneo em que o acusado tem a oportunidade 
de prestar informações e esclarecimentos a respeito da infração penal que lhe é 
imputada e, ao mesmo tempo, o momento em que o juiz poderá colher informações 
para formar o seu convencimento. Cuida-se de um corolário da ampla defesa e do 
contraditório. 
Apresenta características como pessoalidade, oralidade, judicialidade e 
publicidade, em regra. Excepcionalmente, permite-se o interrogatório do acusado 
por meio do sistema de videoconferência ou outro recurso semelhante. No que diz 
respeito à publicidade, qualquer pessoa poderá presenciá-lo, exceto nas hipóteses 
(Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: DPE-ES Prova: Defensor Público) 
Sobre as provas no processo penal, 
a) Compete à justiça estadual militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime 
militar e, à comum, pela prática do crime comum simultâneo àquele. 
b) Competirá ao juízo do local onde for praticada a contrafação processar e julgar crime de 
estelionato que for cometido mediante falsificação de cheque. 
c) Situação hipotética: João é pedreiro e foi contratado para prestar serviços de alvenaria nas 
dependências do Comando Geral da Polícia Militar do Paraná. Aproveitando-se da facilidade 
em transitar livremente pelas instalações do prédio, ele furtou um computador contendo 
informações sobre os dados cadastrais do alto comando, com o intuito de vendê-las a uma 
quadrilha de estelionatários. Assertiva: Nessa situação, a competência para o processo e 
julgamento da ação penal será do juízo da auditoria militar, uma vez que compete a esta 
processar e julgar o acusado, civil ou militar, que pratique crime contra instituições militares. 
 
d) Compete à justiça federal processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de 
trabalho e previdência social atribuída a empresa privada. 
 
 
R: Alternativa A 
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descritas no art. 792, § 1º, do CPP. 
 
Nos termos do art. 185 do CPP, o interrogatório deverá, obrigatoriamente, ser 
realizado com a presença do defensor, constituído ou nomeado. 
O interrogatório, nos termos do art. 187 do CPP, será constituído de duas 
partes, uma referente à pessoa do acusado (interrogatório de qualificação) e uma 
referente aos fatos especificamente (interrogatório de mérito). Como regra, o 
interrogatório acontecerá ao final da instrução, após a oitiva das testemunhas. 
Quanto ao local de realização do interrogatório, quando o acusado estiver 
solto, de acordo com o Código de Processo Penal, dar-se-á na sede do órgão 
julgador. Estando preso, de outro lado, em regra, o acusado será interrogado na casa 
prisional. Por exceção, o ato realizar-se-á por videoconferência. É possível também 
que o réu seja interrogado por carta precatória. 
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Capítulo 6 
PROCESSO E PROCEDIMENTOS 
6.1. Introdução 
 
Antes de iniciarmos a classificação dos procedimentos penais, é importante 
distinguirmos as terminologias “Processo” e “Procedimento”: 
– Processo: é o instrumento utilizado pelo Estado-Juiz para aplicabilidade da jurisdição. 
A jurisdição é uma das funções exercidas pelo Estado, instrumentalizada de forma 
precípua pelo Poder Judiciário com o objetivo de aplicar o direito objetivo a 
determinado caso concreto. Assim, o Estado-Juiz se vale do processo para prestar a 
jurisdição. 
– Procedimento: é o modo pelo qual os diversos atos desencadeiam a série 
constitutiva do processo. O procedimento lista os passos do processo. Assim, enquanto 
o processo funciona como direção no movimento, o procedimento é o modo e a forma 
em que é movido o ato. 
 
 
 
6.2. Classificação dos procedimentos penais 
 
6.2.1 Procedimento comum 
 
O procedimento comum é aplicado de forma subsidiária, ou seja, mediante 
processo de exclusão. Analisaremos o procedimento comum sob as seguintes 
subdivisões: procedimento ordinário, procedimento sumário e procedimento 
sumaríssimo. A partir da Reforma de 2008 promovida no CPP, a classificação desses 
procedimentos passou a ser verificada com base na quantidade de pena cominada à 
infração penal, nos termos do art. 394 do CPP. Vejamos: 
 
 
 
6.2.1.1 Procedimento ordinário 
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O procedimento comum ordinário será aplicado quando tiver por objeto 
infração penal que tenha pena máxima cominada de valor igual ou superior a 4 
(quatro) anos de pena privativa de liberdade, conforme o art. 394, § 1º, I, do CPP. 
Esse procedimento ocorre da seguinte maneira: 
 
De início, com o oferecimento da denúncia ou queixa, o juiz poderá rejeitá-la, 
nas hipóteses do art. 395 do CPP, ou recebê-la. Nesse primeiro momento, a análise do 
juiz se atém aos aspectos formais da denúncia ou da queixa. Assim, não sendo o caso 
de rejeição, o juiz procederá ao seu recebimento, nos termos do art. 396 do CPP. Ato 
contínuo, o juiz ordenará a citação do réu, intimando-o para que responda à acusação, 
por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
Com a resposta do acusado, o juiz poderá absolvê-lo sumariamente com base 
nas hipóteses descritas no art. 397 do CPP. Caso contrário, não sendo hipótese de 
absolvição sumária, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, com a 
intimação do acusado, do seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do 
querelante e do assistente de acusação. 
A audiência deve ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. Na 
audiência una haverá a tomada de declarações do ofendido, a inquirição das 
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como os 
esclarecimentos dos peritos às acareações e ao reconhecimento de pessoas, com o 
interrogatório do acusado ao final. 
O número de testemunhas será de até 8 (oito) pessoas para a defesa e em igual 
número para a acusação. 
Em virtude da concentração dos atos processuais, todas as provas serão 
produzidas no ato da audiência. Após, ao final da audiência, o Ministério Público, o 
querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão proceder ao requerimento de 
diligências cuja necessidade advenha de circunstâncias ou fatos verificados na 
instrução. Não sendo hipótese de requerimento de diligências, ou caso este seja 
indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, 
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respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez) minutos, 
proferindo o juiz, a seguir, a sentença. 
 
 
 
6.2.1.2 Procedimento sumário 
 
O procedimento comum sumário será aplicado quando tiver por objeto 
infração penal que tenha pena máxima cominada inferior a 4 (quatro) anos de pena 
privativa de liberdade, conforme o art. 394, § 1º, II, do CPP. 
Esse procedimento ocorre da seguinte maneira: 
 
De início, o procedimento sumário é idêntico ao rito do procedimento 
ordinário, aplicando-se as disposições dos arts. 395 a 399 doCPP. A diferença reside a 
partir da audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada no prazo 
máximo de 30 (trinta) dias. Na audiência, haverá a tomada de declarações do 
ofendido, a inquirição de testemunhas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem 
como o esclarecimento dos peritos, as acareações e o reconhecimento de pessoas e 
coisas, com o interrogatório do acusado ao final. Após, de acordo com o art. 531 do 
CPP, haverá o debate. 
O número de testemunhas será de até 5 (cinco) pessoas para a defesa e em 
igual número para a acusação. 
As provas serão produzidas na audiência una. As alegações finais serão orais, 
concedendo-se a palavra por 20 (vinte) minutos à acusação e à defesa, nos termos do 
art. 534 do CPP. O juiz poderá prorrogar tal prazo por 10 (dez) minutos, devendo 
depois proferir a sentença. 
Destaca-se que nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o 
juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a 
adoção de outro procedimento, o procedimento sumário será observado, conforme o 
art. 538 do CPP. 
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Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
 
 
 
 
 
6.2.1.3 Procedimento sumaríssimo 
 
O procedimento comum sumaríssimo será aplicado quando tiver por objeto 
infração penal de menor potencial ofensivo. A Lei 11.313/2006 conferiu nova redação 
ao art. 61 da Lei 9.099/1995, que passou a dispor que são infrações penais de menor 
ofensivo: “as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não 
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não cumulada com multa”. 
De início, cabe lembrar que, no âmbito do procedimento do Juizado Especial 
Criminal, o inquérito policial é substituído pela figura do termo circunstanciado. 
Podemos dividir o procedimento sumaríssimo em duas fases: 
 
– 1ª Fase: 
 
Nos termos do art. 69 da Lei 9.099/1995, a autoridade policial que tem ciência 
da ocorrência de uma infração lavrará termo circunstanciado e o encaminhará 
(Ano: 2015 Banca: MPDFT Órgão: DPE-ES Prova: Promotor de Justiça) 
Sobre os procedimentos previstos em lei, indique a assertiva CORRETA: 
a) São quatro as fases do processo: postulatória, investigatória, saneatória e decisória. 
b) Conforme a jurisprudência do STF, o interrogatório do réu deve ser posterior à oitiva das 
testemunhas, mesmo nos crimes de competência originária dos tribunais e nos crimes de 
tráfico de drogas, pois a regra é mais benéfica. 
c) Quando houver existência manifesta de qualquer das hipóteses de excludentes de ilicitude 
ou de culpabilidade do agente, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado, na forma do 
artigo 397 do Código de Processo Penal. 
d) Aplica-se o princípio da identidade física do juiz no processo penal, mesmo que tenha sido 
removido para outro juízo. 
e) No caso dos bens apreendidos de pessoas processadas por tráfico de drogas, inverte-se o 
ônus da prova, cabendo ao réu provar a origem lícita do produto ou bem. 
 
 
R: Alternativa E 
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imediatamente ao juizado, junto com o autor do fato e a vítima. De igual forma, não 
será determinada prisão em flagrante nem se exigirá fiança ao autor do fato que for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de 
comparecimento. Posteriormente, ocorre a audiência preliminar, que observará o 
seguinte: 
– Composição Civil dos Danos: caracteriza-se pelo acordo indenizatório realizado pelo 
autor do fato e a vítima, nas hipóteses em que as infrações acarretarem prejuízos 
morais ou materiais à vítima. A conciliação será conduzida pelo juiz ou por conciliador 
sob sua orientação, nos termos do art. 73, caput, da Lei 9.099/1995. Caso se trate de 
ação penal privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo 
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou de representação, de acordo 
com o art. 74, parágrafo único, da Lei 9.099/1995. Em se tratando de ação penal de 
natureza pública incondicionada, mesmo que tenha havido a homologação do acordo, 
o processo penal poderá ter prosseguimento. Não sendo, contudo, obtida a 
composição civil dos danos, o ofendido terá a oportunidade de exercer o direito de 
representação verbal, que será reduzido a termo. 
– Transação Penal: caracteriza-se pelo acordo celebrado entre o representante do 
Ministério Público e o autor do fato, no qual é proposta a aplicação de penalidade 
alternativa, com a dispensa da instauração do processo. A sua possibilidade deverá 
observar os critérios previstos no art. 76, § 2º, da Lei 9.099/1995. Caso seja aceita a 
proposta de transação penal, o juiz deverá aplicá-la por sentença que não importará 
para fins de reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo 
benefício no prazo de cinco anos. 
 
 
– 2ª Fase: 
Súmula vinculante 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da 
Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, 
retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a 
continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou 
requisição de inquérito policial. 
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A denúncia ou queixa oferecidas oralmente serão reduzidas a termo, 
entregando-se cópia ao acusado, na forma do art. 78 da Lei 9.099/1995. Observa-se 
que, se o acusado não estiver presente, a sua citação será realizada na forma dos arts. 
66 e 68 da referida lei. Caso não seja encontrado, as peças existentes serão 
encaminhadas ao juízo comum, tendo em vista não ser possível a citação por edital no 
rito sumaríssimo. 
No dia e hora designados, se na fase preliminar não tiver havido conciliação ou 
proposta de transação penal, será aberta a audiência. Inicia-se com a palavra ao 
defensor para responder à acusação; recebimento ou não da denúncia ou queixa; 
oitiva da vítima; oitiva das testemunhas de acusação e da defesa; interrogatório do 
autor do fato; debates orais e sentença. 
Importante registrar que nos crimes em que a pena mínima for igual ou inferior 
a 1 (um) ano, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão 
condicional do processo, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que o acusado não 
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os 
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena, nos termos do 
art. 77 do CP. A suspensão condicional do processo está disposta no art. 89 da Lei 
9.099/1995. 
 
 
Súmula 243 do STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação 
às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou 
continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja 
pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. 
Súmula 337 do STJ: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação 
do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva. 
Súmula 696 do STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão 
condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, 
dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o 
art. 28 do Código de Processo Penal. 
Súmula 723 do STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime 
continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento 
mínimo de um sexto for superior a um ano. 
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Jurisprudência 
 
Tema: Hipótese de inaplicabilidade da Súmula nº 337 do STJ 
(Informativo nº 591 do STJ) 
Após a sentençapenal que condenou o agente pela prática de dois 
crimes em concurso formal, o reconhecimento da prescrição da 
pretensão punitiva em relação a apenas um dos crimes em razão da 
pena concreta (art. 109 do CP) não autoriza a suspensão condicional do 
processo em relação ao crime remanescente. O comando da Súmula n. 
337 do STJ tem a seguinte redação: “É cabível a suspensão condicional 
do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da 
pretensão punitiva.” Na hipótese em que a declaração de extinção de 
punibilidade se dá pela pena concreta, verifica-se a existência de uma 
prévia condenação. Realmente, somente a partir do quantum concreto, 
observa-se qual seria o prazo prescricional, dentre aqueles inscritos no 
art. 109 do CP. Ora, se a denúncia teve de ser julgada procedente 
primeiro, para, somente após, ser reconhecida a prescrição, em razão 
da pena concreta, não houve procedência parcial da pretensão punitiva 
– a qual, de fato, foi integral – não sendo caso de incidência da Súmula 
n. 337 do STJ. Precedente citado do STF: RHC 116.399-BA, Primeira 
Turma, DJe 15/8/2013. 
(REsp 1.500.029-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 6ª Turma, julgado 
em 27/9/2016). 
 
 
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Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
 
 
 
6.3. Procedimentos Especiais 
 
6.3.1. Crimes afiançáveis imputados a funcionário público 
 
O procedimento especial para crime afiançável imputado a funcionário público 
permanece regrado pelos artigos 513 a 518 do CPP. As disposições do procedimento 
comum ordinário serão aplicadas após o recebimento da denúncia. 
 
 
 
 
A denúncia ou queixa deverá vir instruída com a documentação que confira 
lastro probatório mínimo à acusação, ou seja, “com documentos ou justificação que 
(Ano: 2017 Banca: MPE-RS Órgão: MPE-RS Prova: Promotor de Justiça) 
Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Não se admite oferta de proposta de transação se ficar comprovado ter sido o autor da 
infração condenado, pela prática de crime, à pena restritiva de direitos, por sentença 
definitiva. 
 
b) Os conciliadores no Juizado Especial Criminal são recrutados preferencialmente entre 
bacharéis em Direito (art. 73, parágrafo único, da Lei n. 9099/95). 
c) Da decisão que homologa proposta de transação (art. 76 da Lei n. 9099/95) oferecida pelo 
Ministério Público e aceita pelo autor do fato, cabe recurso de apelação. 
d) Da decisão que rejeita a denúncia no Juizado Especial Criminal, cabe recurso de apelação. 
e) A não reparação do dano causado pelo crime, injustificada, é causa de revogação da 
suspensão condicional do processo. 
 
 
R: Alternativa A 
Importante! Se o agente for titular de cargo ou função com foro especial por 
prerrogativa de função, o rito a ser observado não será o dos artigos 513-518 do 
CPP. Nas hipóteses em que o processo for de competência originária dos Tribunais, 
deverão ser observadas as normas específicas. 
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façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da 
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas”. 
A especialidade do rito se manifesta quando o crime imputado a funcionário 
público for afiançável (nos inafiançáveis segue o rito ordinário), ou seja, naquelas 
infrações apenadas com reclusão cuja pena mínima não exceda a dois anos (crimes 
praticados por funcionário público contra a administração em geral). 
O magistrado, após a autuação da denúncia ou queixa que esteja em sua devida 
forma, determinará a notificação do funcionário público para responder por escrito, no 
prazo de 15 dias, à imputação que lhe é feita. Esta resposta antecede o recebimento 
da peça acusatória. Caso o juiz se convença dos argumentos do acusado e de seu 
defensor concernentes à inexistência do crime ou à improcedência do pedido 
condenatório, poderá rejeitar a denúncia ou queixa de forma fundamentada. 
Por outro lado, caso resolva pelo recebimento da denúncia ou da queixa, o 
magistrado ordenará a citação do acusado, seguindo-se o rito comum ordinário, 
independente da quantidade da pena cominada. 
- Peculiaridades do procedimento 
 
 
a) Obrigatoriedade da defesa preliminar: a apresentação da primeira defesa 
preliminar é mera faculdade. Parcela da doutrina defende que a notificação para a sua 
apresentação é obrigatória, sob pena de nulidade. O STJ, por sua vez, editou a Súmula 
330 a respeito do tema. 
 
 
 
b) Capacidade postulatória: a defesa preliminar, como peça facultativa, pode ser 
apresentada pelo próprio denunciado ou por seu advogado. É ato que não exige 
capacidade postulatória. Se o funcionário público não for encontrado para ser 
notificado, ou estando fora da jurisdição, ser-lhe-á nomeado defensor para a prática 
do ato. Desta forma, não há expedição de precatória nem notificação por edital. 
Súmula 330 do STJ: é desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 
do CPP, na ação penal instruída por inquérito policial. 
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c) Perda da condição de funcionário público: na hipótese de perda da condição de 
funcionário público, não terá mais direito à defesa preliminar. 
d) Concurso de infratores e infrações: quando tiver mais de um réu, a primeira defesa 
preliminar só será oportunizada àqueles que estejam na condição de funcionário 
público. Por seu turno, havendo concurso de crimes, o STF e o STJ assentaram 
recentemente que NÃO caberá a defesa preliminar prevista no art. 514 do CPP se a 
denúncia imputar ao agente público crime funcional e crime não funcional. 
e) Efeitos da rejeição da inicial: de acordo com a doutrina majoritária, a rejeição teria 
força de decisão interlocutória terminativa. 
 
 
 
Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
 
 
 
 
6.3.2. Crimes contra a honra 
(Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: TJ-AM Prova: Juiz de Direito) 
 
O Código de Processo Penal prevê nos Arts. 513/518 um procedimento especial para os 
crimes de responsabilidade praticados por funcionários públicos. Com relação a esse 
procedimento é correto afirmar que; 
 
 
a) a primeira manifestação do acusado no processo é feita após o recebimento da denúncia ou 
queixa. 
b) o procedimento especial será aplicável aos crimes praticados por funcionário público contra 
a Administração, desde que estes sejam inafiançáveis; 
c) de acordo com entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária a 
resposta preliminar quando a ação penal for instruída por inquérito policial. 
d) se o crime praticado por funcionário público for de peculato doloso, o procedimento 
especial não será aplicável; 
e) se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do Juiz, 
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá acompanhar o processo, mas não terá atribuição 
para apresentar resposta preliminar. 
R: Alternativa C 
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Com a promulgação da Lei 10.259/01, que instituiu os Juizados Especiais 
Federais, a doutrina e a jurisprudência majoritária passaram a entender que a 
definição de delito de menor potencial ofensivo é baseada, exclusivamente, no 
quantitativo máximo da pena em abstrato, não se excepcionando mais a especialidade 
do rito, conforme o artigo 61 da Lei 9.099/95. 
Dessa forma, quase todos os delitos contra a honra passaram a ser processados 
perante os juizados, com algumas exceções: 
a) dos crimes eleitorais, onde não se tem um Juizado Especial Eleitoral; 
 
b) dos crimes contra honra perpetrados por agente com prerrogativa de função; 
 
c) se o fato, em razão da sua complexidade, não permitir o oferecimento da inicialdos 
Juizados; 
d) havendo necessidade de citação por edital, por ser incompatível com o rito 
sumaríssimo. 
Assim, o procedimento especial para os crimes contra a honra passou a ser 
aplicado de forma restrita, uma vez que, em regra, tais infrações penais serão 
processadas no seio dos Juizados Especiais. 
 
 
 
- Não comparecimento do querelante: tem-se entendido majoritariamente pelo 
reconhecimento da perempção, como sanção processual pela ausência do ofendido a 
um ato da persecução penal, o que levaria à extinção da punibilidade. 
Importante! O rito se particulariza, notadamente, pela previsão da tentativa 
conciliatória que deverá preceder o recebimento da queixa (ação penal privada), 
na qual as partes serão ouvidas separadamente, sem a presença dos seus 
advogados, não se lavrando termo. Após a verificação da conciliação, o juiz, 
depois de ouvir as partes em separado, promoverá o entendimento entre elas, na 
sua presença. 
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- Não comparecimento do querelado: poderá levar à condução coercitiva, ou, caso o 
magistrado não se valha dessa alternativa, poderá haver a análise imediata da 
admissibilidade da inicial, com o recebimento ou não da queixa-crime. 
Caso não haja conciliação em audiência designada para tal fim, o juiz receberá 
ou rejeitará a queixa-crime. Se for recebida, o acusado será citado para oferecer 
resposta à acusação no prazo de 10 dias, conforme dispõe o artigo 396 do CPP. 
Se houver oferecimento de exceção da verdade ou da notoriedade do fato, será 
dada oportunidade para o querelante apresentar resposta em dois dias, com a 
possibilidade de inquirição de testemunhas arroladas na queixa ou de outras indicadas 
na exceção ou mesmo da contestação. 
 
 
6.3.3. Procedimento para os crimes contra a Propriedade Imaterial 
 
 
O prazo decadencial para o início da ação penal privada por crime contra a 
propriedade imaterial que deixe vestígios é peculiar. O artigo 529 do CPP estatui que 
não será admissível queixa-crime, com fundamento em apreensão e em perícias, 
depois de transcorridos trinta dias da homologação do laudo. A doutrina majoritária 
entende que a previsão do procedimento especial deve ser compatibilizada com a 
regra geral para a propositora da ação privada, que é de seis meses, contados a partir 
do conhecimento da autoria da infração penal. 
Desta forma, com o conhecimento do infrator, deflagra-se o prazo decadencial 
de seis meses. Com a respectiva homologação do laudo, a vítima terá no máximo trinta 
dias para deflagrar a ação penal. 
O laudo pericial dos objetos que constituam o corpo de delito deve 
acompanhar a denúncia ou a queixa que narra crime contra a propriedade imaterial, 
sempre quando a infração penal deixar vestígios, sendo o laudo verdadeira condição 
de procedibilidade para o recebimento da inicial. 
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A materialidade delitiva é, pois, indispensável para tornar possível o 
recebimento da denúncia ou da queixa, nos delitos não transeuntes (que deixam 
vestígios). 
Para tanto, poderá ser requerida busca e apreensão dos objetos relacionados 
com o crime, quando não tiver sido o caso de apreensão pela autoridade policial. Para 
a realização dessa diligência, o juiz nomeará dois peritos com a incumbência de 
verificarem “a existência de fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, que 
não, o laudo pericial será apresentado dentro de 3 dias após o encerramento da 
diligência”. 
 
 
 
 
6.4 Procedimento do Tribunal do Júri 
 
Destaca-se que o procedimento do Júri tem previsão no art. 5º, XXXVIII, da 
CRFB/1988, que serve como instrumento concretizador do nosso regime democrático. 
É formado pelo Juiz Presidente e por 25 jurados, que detêm a competência para julgar 
os crimes dolosos contra a vida, dotado de soberania quanto às suas decisões, baseada 
no Sistema da Íntima Convicção, ou seja, sem a fundamentação da decisão. De acordo 
com a doutrina majoritária, o procedimento do Júri é bifásico, que se subdivide em: 
judicium accusatione (juízo da acusação) e judicium causae (juízo da causa). Vejamos: 
– 1ª Fase – judicium accusatione (juízo de acusação): 
 
O juiz deverá, após o recebimento da denúncia ou da queixa, ordenar a citação 
do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
O número de testemunhas será de até 8 (oito) pessoas para a defesa e em igual 
número para a acusação. 
Súmula 574 do STJ: Para a configuração do delito de violação de direito autoral é a 
comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem 
do produto apreendido, nos aspectos externos do material, e é desnecessária dos 
titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os representem. 
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Apresentada a defesa, o Ministério Público ou o querelante serão ouvidos em 
até 5 (cinco) dias sobre preliminares e documentos, e depois o juiz determinará a 
inquirição das testemunhas e a realização das diligências requeridas pelas partes no 
prazo máximo de 10 (dez) dias. 
De acordo com o art. 411 do CPP, na audiência de instrução haverá a tomada 
de declarações do ofendido e, se possível, a inquirição das testemunhas arroladas pela 
acusação e pela defesa, nesta ordem. Além disso, proceder-se-á aos esclarecimentos 
dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, 
em seguida, o acusado. Procede-se ao debate, em que cada parte terá 20 (vinte) 
minutos para alegações orais, e, encerrados os debates, o juiz proferirá decisão, ou o 
fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para tanto lhe sejam conclusos, de 
forma que esse procedimento não demore mais que 90 (noventa) dias. 
Caso o juiz fique convencido da presença da materialidade do fato e da 
existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, pronunciará o acusado 
fundamentadamente. Caso contrário, o juiz, de forma fundamentada, poderá 
impronunciar o acusado, e, se for provada a inexistência do fato, ou não ser o acusado 
o autor ou partícipe, ou o fato não constituir crime, ou, ainda, se for demonstrada 
causa de isenção de pena ou de exclusão do crime, o juiz absolverá sumariamente 
desde logo o acusado, na forma do art. 416 do CPP. Também, o juiz poderá 
desclassificar a imputação criminosa formulada pelo Ministério Público. 
Conclui-se que a primeira tem por objeto a admissibilidade do juízo de 
acusação perante o Tribunal do Júri. Essa fase do procedimento inicia-se com o 
oferecimento da denúncia ou queixa e termina com a decisão da pronúncia, 
impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária. 
 
 
 
 
Jurisprudências 
 
Tema: Reexame necessário de sentença absolutória sumária no Júri 
(Informativo nº 574 do STJ) 
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Após a entrada em vigor da Lei n. 11.689/2008, em 8 de agosto de 2008, 
o reexame necessário de decisão absolutória sumária proferida em 
procedimento do Tribunal do Júri que estiver pendente de apreciação 
não deve ser examinado pelo Tribunal ad quem, mesmo que o 
encaminhamento da decisão absolutória à instância superior tenha 
ocorrido antes da entrada em vigor da referida Lei. Por força do que 
dispõe o art. 2º do CPP, as normas processuais possuem aplicação 
imediata quando de sua entrada em vigor. Assim, as remessas 
necessárias não remetidas aos Tribunais ou não julgadas por estes até 8 
de agosto de 2008, data em que a Lei n. 11.689/2008 – que provocou a 
eliminação do recurso de ofício nos casos de absolvição sumária – 
passou a ser exigida, em virtude da vacatio legis de 60dias, não podem 
mais ser apreciadas, uma vez que tal procedimento, necessário apenas 
para dar eficácia à sentença de absolvição sumária no procedimento do 
Tribunal do Júri, já não mais está em vigor, por força do princípio 
tempus regit actum. Vale dizer, a norma adjetiva que simplesmente 
altera o rito procedimental, sem qualquer desdobramento de direito 
material, tem aplicação imediata. Além disso, não obstante a sentença 
de absolvição sumária e o encaminhamento da remessa necessária ao 
Tribunal ocorrer sob a égide da antiga redação do CPP e o julgamento 
do recurso de ofício ser posterior à reforma promovida pela Lei n. 
11.689/2008, nessas circunstâncias, a condição de eficácia da sentença 
de absolvição sumária não se encontra praticada a tempo, sendo 
atingida pela nova legislação, tornando-se despicienda. Em outras 
palavras, o ato processual que serve de parâmetro para verificação da 
incidência do princípio tempus regit actum é o julgamento do recurso de 
ofício e não o simples encaminhamento do procedimento para o 
Tribunal. Caso houvesse ocorrido o julgamento antes de 8 de agosto de 
2008, não haveria dúvidas acerca da validade do ato, ex vi da parte final 
do art. 2º do CPP. Ademais, convém apontar elucidativo entendimento 
doutrinário de que “a remessa necessária não é recurso, mas condição 
de eficácia da sentença. Sendo figura processual distinta da do recurso, 
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a ela não se aplicam as regras de direito intertemporal processual 
vigentes para eles: a) o cabimento do recurso rege-se pela lei vigente à 
época da prolação da decisão; b) o procedimento do recurso rege-se 
pela lei vigente à época da prolação da decisão”. Por essa razão, não é 
possível estender o raciocínio empregado para o cabimento do protesto 
por novo júri em processos sentenciados antes da Lei n. 11.689/2008 
para a remessa necessária ou recurso de ofício, uma vez que estaríamos 
a comparar institutos com diferentes naturezas jurídicas. Isso porque o 
protesto por novo júri era recurso, cujo pressuposto básico de 
interposição, dentre outros, é a voluntariedade, ou seja, “a sua 
interposição depende, exclusivamente, do desejo da parte de contrariar 
a decisão proferida”. Por sua vez, a remessa necessária ou recurso de 
ofício, “trata-se de terminologia equivocada do Código de Processo 
Penal, uma vez que recurso é demonstração do inconformismo, visando 
à reforma do julgado, motivo pelo qual não tem cabimento sustentar 
que o juiz, ao decidir qualquer questão, 'recorre' de ofício de seu 
próprio julgado”. Nessa linha intelectiva, reconhecer o cabimento do 
protesto por novo júri para processos já sentenciados ao tempo da 
edição da Lei n. 11.689/2008 é dar primazia ao postulado constitucional 
do devido processo legal, garantindo ao réu condenado a pena igual ou 
superior a 20 anos de reclusão antes de 8 de agosto de 2008 o direito a 
um novo julgamento. Em contrapartida, o reexame necessário para as 
sentenças de absolvição sumária não é direito, mas sim procedimento 
de perfectibilização da coisa julgada, sem o qual, nos termos da Súmula 
n. 423 do STF, ela não ocorreria. 
 
(HC 278.124-PI, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Desembargador 
convocado do TJ/PE), Rel. para acórdão Min. Felix Fischer, 5ª Turma, 
julgado em 9/6/2015). 
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Tema: Extensão da decisão de desclassificação no Júri e corréu 
(Informativo nº 583 do STJ) 
Ocorrido o desmembramento da ação penal que imputava aos 
coacusados a prática de homicídio doloso tentado decorrente da prática 
de “racha”, a desclassificação em decisão do Tribunal do Júri do crime 
de homicídio doloso tentado para o delito de lesões corporais graves 
ocorrida em benefício do corréu (causador direto da colisão da que 
decorreram os ferimentos suportados pela vítima) é extensível, 
independentemente de recurso ou nova decisão do Tribunal Popular, a 
outro corréu (condutor do outro veículo) investido de igual consciência 
e vontade de participar da mesma conduta e não responsável direto 
pelas citadas lesões. Em primeiro lugar, quanto à impossibilidade de se 
estender a corréu decisão proferida em sede que não seja recursal, tal 
questão foi enfrentada pelo STF, por ocasião do julgamento do HC 
101.118-MS (Segunda Turma, DJe 26/8/2010), segundo o qual o art. 580 
do CPP tem como objetivo dar efetividade, no plano jurídico, à garantia 
de equidade. Com efeito, essa é a interpretação mais coerente com o 
espírito da lei. O fato de a decisão cuja extensão se pretende não ser 
proferida em recurso não inibe que ela seja estendida a corréu. Do 
contrário, estaremos permitindo que corréus em situação idêntica 
venham a ser julgados de forma diferente, o que não condiz com a 
garantia da equidade. Ademais, é indiferente o fato de não estarmos 
diante de decisão conflitante proferida por um mesmo júri, até porque, 
quando a lei determina estender uma decisão proferida em favor de um 
corréu para outro corréu, a ideia é de que eles não tenham sido 
submetidos a uma única decisão, a uma decisão simultânea. Nesse 
contexto, não se vê como permitir que um dos corréus corra o risco de 
sofrer reprimenda diversa daquela imposta ao outro corréu, sem que 
haja qualquer motivo que diferencie a situação de ambos os 
denunciados (não é hipótese de participação de menor importância ou 
cooperação dolosamente distinta). Acrescente-se que não se vê aqui 
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CARREIRAS JURÍDICAS 2018.1 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
eventual usurpação da competência do Tribunal do Júri, considerando- 
se que a decisão que se pretende estender ao paciente foi proferida por 
um Tribunal leigo. 
(RHC 67.383-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para 
acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, 6ª Turma, julgado em 5/5/2016). 
 
 
 
 
 
– 2ª Fase – judicium causae (juízo da causa): 
 
A segunda fase se inicia com a preclusão da decisão de pronúncia. A partir 
desse momento ocorre a preparação do processo para o julgamento em Plenário. 
Disciplina-se dos arts. 422 a 452 do CPP. 
Destaca-se a possibilidade do Desaforamento, previsto no art. 427 do CPP, que 
poderá ser determinado por requerimento do Ministério Público, do assistente, do 
querelante, do acusado ou representação do juiz competente, para outra comarca da 
mesma região nas seguintes hipóteses: por interesse da ordem pública; quando 
houver dúvida sobre a imparcialidade do júri; por segurança pessoal do acusado ou 
quando houver comprovação de excesso de serviço, sendo que, neste último caso, 
serão ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser 
realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de 
pronúncia, conforme o art. 428 do CPP. 
Prestado o compromisso pelos jurados, a instrução plenária será iniciada 
quando o Juiz Presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor 
do acusado tomarem, de forma sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, 
se possível, e inquirirem as testemunhas arroladas pela acusação. A inquirição das 
testemunhas arroladas pela defesa será feita pelo defensor do acusado antes do 
Ministério Público e do assistente. 
O número de testemunhas será de até 5 (cinco) pessoas para a defesa e em 
igual número para a acusação. 
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Após a instrução, a acusação terá a palavra e, em seguida, a defesa, com o 
tempo de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para 
a tréplica. Não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não 
tiver sido juntado

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