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Indaial – 2022 Thinking Prof. Cristian Hernando Sardo da Cunha Prof.ª Mariana Correia 1a Edição Sala de aula inovadora: Taxonomia de Bloom e deSigner Elaboração: Prof. Cristian Hernando Sardo da Cunha Prof.ª Mariana Correia Copyright © UNIASSELVI 2022 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: C972s Cunha, Cristian Hernando Sardo da Sala de aula inovadora: taxonomia de bloom e designer thinking / Cristian Hernando Sardo da Cunha; Mariana Correia. – Indaial: UNIASSELVI, 2022. 216 p.; il. ISBN 978-85-515-0644-8 ISBN Digital 978-85-515-0645-5 1. Educação. – Brasil. I. Correia, Mariana. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 370 Prezado acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina “Sala de aula inovadora: taxonomia de Bloom e Designer Thinking”. Este livro didático tem como objetivo proporcionar a compreensão de aspectos fundamentais que permeiam as discussões sobre aprendizagem, de modo que o debate sobre a inovação no campo da educação seja estabelecido através da compreensão dos diferentes aspectos que envolvem o ensino e a aprendizagem. Com o propósito de dialogar sobre estes assuntos no âmbito da educação e dos instrumentos metodológicos propostos pela Taxonomia dos Objetivos Educacionais e do Designer Thinking, esta obra foi dividida em três unidades, que serão detalhadas a seguir. Na Unidade 1 serão debatidos os princípios básicos da aprendizagem, desde o conceito desta e sua relação com o ensino, até as propostas que envolvem a criatividade neste processo de aprendizado. Além disso, também serão discutidas as diferentes formas de aprendizagem, os estilos e etapas. Depois serão apresentados os aspectos relevantes quanto à gestão da aprendizagem e o planejamento didático-pedagógico, ou seja, neste ponto, veremos como a estruturação da aprendizagem está conectada aos diferentes elementos do planejamento pedagógico e aos aspectos de delimitação dos objetivos institucionais, instrucionais e avaliativos. Por fim, estudaremos a inovação no contexto da sala de aula, as características de um espaço escolar inovador, a forma como as metodologias ativas são imprescindíveis neste contexto e a avaliação como escolha diagnóstica. A seguir, na Unidade 2, serão apresentadas as características históricas, conceituais e metodológicas da Taxonomia de Bloom, para que possamos compreender o uso pedagógico para o aprendizado que este instrumento pedagógico proporciona no contexto de uma sala de aula (ou instituição) que tem a inovação como objetivo. Ainda serão apresentados os níveis hierárquicos dos objetivos educacionais, e os objetivos da aprendizagem nos níveis cognitivo, afetivo e psicomotor. Por fim, serão apresentados apontamentos sobre a Taxonomia de Bloom, seus usos e atravessamentos que possibilitam aplicar, fazer e criar no contexto da educação. Finalmente, na Unidade 3, será apresentado o Designer Thinking, um método de resolução de problemas que nasceu no mundo corporativo, mas foi acolhido de modo bastante interessante no ambiente escolar. Primeiro, estudaremos suas bases históricas e conceituais, bem como sua relevância, contexto de utilização e relação com as bases da educação. Após, serão caracterizadas as etapas do processo de estruturação do pensamento no método do Designer Thinking aplicado ao contexto da educação. A seguir, encerraremos as discussões com o estabelecimento das relações estruturantes entre uma sala de aula inovadora e os instrumentos proporcionados pela Taxonomia de Bloom e pelo Designer Thinking. APRESENTAÇÃO GIO Você lembra dos UNIs? Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. Acadêmico, como você pode perceber, este livro didático tratará de uma quantidade significativa de conceitos e temáticas. A ideia básica é exatamente proporcionar um momento de estabelecimento de conexões entre diferentes princípios, a fim de estabelecer ligações teóricas e metodológicas entre ensino, aprendizagem, inovação e metodologias inovadoras. Assim, você perceberá que os assuntos serão tratados de maneira breve, com o destaque aos pontos principais de cada uma das discussões. Para ampliar seus estudos serão colocadas ao longo do livro referências a materiais de apoio, leituras, vídeos e demais elementos que poderão servir para aprofundamento dos assuntos estudados. Além disso, ao final de cada tópico, você terá um resumo daquilo que foi debatido e autoatividades para auxiliarem o desenvolvimento de seus estudos. Boa leitura! Prof. Cristian Sardo Profª. Mariana Correia Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. QR CODE ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO SUMÁRIO UNIDADE 1 - APRENDIZAGEM E SALA DE AULA INOVADORA ............................................ 1 TÓPICO 1 - COMO OCORRE A APRENDIZAGEM?..................................................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3 2 DIDÁTICA, ENSINO E APRENDIZAGEM ..............................................................................4 3 TEORIAS DA APRENDIZAGEM ............................................................................................ 7 4 COMO SE DESENVOLVE A APRENDIZAGEM? ..................................................................14 5 ESTILOS DE APRENDIZAGEM .......................................................................................... 21 5.1 APRENDIZAGEM ATIVA E PASSIVA .................................................................................................24 5.2 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, CRIATIVA E COLABORATIVA ...............................................25 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 29 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 31 TÓPICO 2 - PLANEJAMENTO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO E APRENDIZAGEM ................... 35 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 35 2 GESTÃO DA APRENDIZAGEM: ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA ................................................................................................. 36 3 FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS ....................................................................................... 41 4 A AVALIAÇÃO COMO CONTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E NORTEADOR PEDAGÓGICO ............................................................................................. 42 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 49 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 51 TÓPICO 3 - SALA DE AULA INOVADORA ........................................................................... 53 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 53 2 SALA DE AULA, APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO ............................................................. 54 3 CARACTERÍSTICAS DE UMA SALA DE AULA INOVADORA .............................................57 4 METODOLOGIAS ATIVAS ..................................................................................................59 5 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS DE APRENDIZAGEM ATIVA .......................................... 63 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 66 RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................................70 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................72 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................75 UNIDADE 2 — A TAXONOMIA DOS OBJETIVOS EDUCACIONAIS ....................................... 77 TÓPICO 1 — APRENDIZAGEM, CONCEITO E DOMÍNIOS .....................................................79 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................79 2 APRENDIZAGEM E A TAXONOMIA DE BLOOM .................................................................79 3 CARACTERÍSTICAS DA TAXONOMIA DOS OBJETIVOS EDUCACIONAIS ......................81 4 DOMÍNIOS DE APRENDIZAGEM ...................................................................................... 86 4.1 DOMÍNIO COGNITIVO .......................................................................................................................... 88 4.2 DOMÍNIO AFETIVO ..............................................................................................................................89 4.3 DOMÍNIO PSICOMOTOR .....................................................................................................................92 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 94 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................96 TÓPICO 2 - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA TAXONOMIA DE BLOOM .......................99 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................99 2 DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E OBJETIVOS INSTRUCIONAIS .......99 3 NÍVEIS HIERÁRQUICOS DOS OBJETIVOS EDUCACIONAIS PARA A TAXONOMIA DE BLOOM .....................................................................................103 3.1 OBJETIVOS RELACIONADOS AO DOMÍNIO COGNITIVO ............................................................103 3.2 OBJETIVOS RELACIONADOS AO DOMÍNIO AFETIVO ...............................................................106 3.3 OBJETIVOS RELACIONADOS AO DOMÍNIO PSICOMOTOR ......................................................108 4 TAXONOMIA DE BLOOM COMO INSTRUMENTO DE ESTRUTURAÇÃO DA APRENDIZAGEM ..............................................................................111 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 118 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................120 TÓPICO 3 - USOS E ATRAVESSAMENTOS DA TAXONOMIA: APLICAR, FAZER E CRIAR .............................................................................123 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................123 2 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NA BNCC E TAXONOMIA DE BLOOM ......................124 3 TAXONOMIA DE BLOOM E PLANEJAMENTO DA EAD....................................................128 4 TAXONOMIA DE BLOOM E A EDUCAÇÃO ESPECIAL .....................................................132 5 TAXONOMIA DE BLOOM E METODOLOGIAS ATIVAS .....................................................134 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................136 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................142 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 144 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 147 UNIDADE 3 — DESIGN THINKING ......................................................................................149 TÓPICO 1 — RELEVÂNCIA E CONTEXTO ........................................................................... 151 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 151 2 ORIGENS E CONCEITUAÇÃO .......................................................................................... 151 3 INOVAÇÂO E RELEVÂNCIA DO DT ..................................................................................158 4 CONTEXTO DE UTILIZAÇÃO: O DESIGN THINKING NA EDUCAÇÃO............................. 161 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 167 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................169 TÓPICO 2 - DT NA EDUCAÇÃO: ETAPAS DO PROCESSO DE ESTRUTURAÇÃODO PENSAMENTO ............................................................. 173 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 173 2 DESCOBERTA (PRIMEIRA FASE) ................................................................................... 175 3 INTERPRETAÇÃO (SEGUNDA FASE) ..............................................................................183 4 IDEAÇÃO (TERCEIRA FASE) ...........................................................................................186 5 EXPERIMENTAÇÃO OU PROTOTIPAGEM (QUARTA FASE) ...........................................188 6 IMPLEMENTAÇÃO OU EVOLUÇÃO (QUINTA FASE) ....................................................... 191 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................193 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................195 TÓPICO 3 - SALA DE AULA INOVADORA: TAXONOMIA DE BLOOM E DESIGNER THINKING ................................................................................... 197 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 197 2 COLOCANDO EM PRÁTICA: PASSO A PASSO ................................................................198 3 COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC RELAÇÃO COM O DESIGN THINKING E OS DOMÍNIOS DA TAXONOMIA DE BLOOM ............................................... 203 4 INOVAÇÃO NA SALA DE AULA: TAXONOMIA DE BLOOM E DESIGNER THINKINGH .......... 206 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 208 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................213 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................214 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................216 1 UNIDADE 1 - APRENDIZAGEM E SALA DE AULA INOVADORA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • apresentar os conceitos referentes à aprendizagem; • debater os modos como se dá a aprendizagem; • discutir a relação entre aprendizagem e criatividade; • estruturar elementos para gestão da aprendizagem em instituições de ensino; • perceber os modos pelos quais os objetivos instrucionais são defi nidos; • compreender a avaliação como ferramenta diagnóstica; • relacionar aprendizagem, educação e inovação; • identifi car as características de uma sala de aula inovadora; • reconhecer as metodologias ativas no contexto da sala de aula inovadora; • apresentar estratégias pedagógicas no contexto das metodologias ativas. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – COMO OCORRE A APRENDIZAGEM? TÓPICO 2 – PLANEJAMENTO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO E APRENDIZAGEM TÓPICO 3 – SALA DE AULA INOVADORA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 COMO OCORRE A APRENDIZAGEM? 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 1 desta unidade, iremos desenvolver nossa discussão sobre alguns aspectos centrais nas discussões sobre a aprendizagem. Isso porque, quando pensamos na razão de ser de uma sala de aula, nos damos conta de que o objetivo de todas as discussões, teorias, adaptações e debates é, exatamente, tentar garantir que os alunos aprendam aquilo que pretendemos ensinar. Esta discussão, que poderia parecer simples num primeiro momento, tem vários desdobramentos e possibilidades, pois, quando se pensa em aprender, existe a noção do ensinar, das metodologias, teorias e atravessamentos que podem ser relacionados ao entendimento do aprendiz, da forma como ele se relaciona com o conhecimento, do que está sendo ensinado, para quem, por que e de que jeito. Assim, as discussões para responder à pergunta que é título deste tópico são bastante amplas e envolvem múltiplas compreensões sobre o fazer didático. Portanto, este tópico tem como objetivo apresentar alguns dos conceitos e teorias que fazem parte da discussão pedagógica sobre aprendizagem, contudo, temos a percepção de que este texto apesentará uma síntese sobre os principais elementos que fazem parte das temáticas abordadas dentro das concepções de ensino e aprendizagem. Logo, o assunto e os debates pertinentes não se esgotam no que está sendo apresentado a seguir, pois a ideia é que você, acadêmico, obtenha um conhecimento panorâmico sobre os princípios que envolvem o debate sobre a aprendizagem. Para isso, iremos começar com a delimitação basilar dos conceitos de ensino, didática e aprendizagem, em seguida, estudaremos as cinco principais abordagens teóricas que debatem os aspectos relativos aos conhecimentos didáticos e pedagógicos. Nesta parte da discussão, a ideia é observar de modo sintético como a aprendizagem é compreendida teoricamente. Em seguida, teremos um subtópico em que serão apresentadas algumas das concepções sobre os modos como a aprendizagem se desenvolve, assim, neste momento, veremos alguns dos princípios teóricos que procuram perceber quais são os diferentes estágios ou condições para que o ato de aprender se concretize. Depois serão explicitados as dimensões e estilos de aprendizagem e traçaremos um paralelo entre as noções de aprendizagem ativa e passiva, bem como, da ideia que sustenta as compreensões de aprendizagem criativa, significativa e colaborativa. TÓPICO 1 - UNIDADE 1 4 2 DIDÁTICA, ENSINO E APRENDIZAGEM Acadêmico! Na maioria das discussões, podemos perceber que os conceitos de Ensino e Aprendizagem são apresentados desta maneira em conjunto, como uma expressão quase que inseparável. Assim, o entendimento acaba parecendo ser possível apenas na unidade, como um todo, um processo que vai do ensino até a aprendizagem. No entanto, se pensarmos no modo como as situações em sala de aula acontecem (seja ela presencial, remota ou virtual), podemos observar que, nesta relação entre o ensinar e o aprender existe ainda mais um elemento envolvido que estabelece a conexão entre estas duas etapas do processo de aprendizagem, este componente é a peça-chave que irá nortear a maioria das discussões é a didática, ou seja, a parte do processo que responde à pergunta: Como fazer com que a aprendizagem ocorra? Antes de prosseguirmos, é necessário colocar os conceitos para as noções de ensino, didática e aprendizagem: QUADRO 1 – ENSINO, DIDÁTICA E APRENDIZAGEM FONTE: Adaptado de De Aquino (2007), Illeris (2013), Dicio (2022) e Significados (2022) ENSINO DIDÁTICA APRENDIZAGEM Ação, arte de ensinar, de transmitir conhecimentos, de instruir alguém através da informação; instrução. É a análise e desenvolvimento de técnicas e métodos que podem ser utilizados para ensinar determinado conteúdo para um indivíduo ou um grupo. A didática faz parte da ciência pedagógica, sendo responsável por estudar os processos de ensino e aprendizagem. Fenômeno que faz parte da pedagogia, a aprendizagem é uma modificação do comportamento do indivíduo em função da experiência. A aprendizagem escolar se distingue pelo caráter sistemático e intencional e pela organização das atividades (estímulos) que a desencadeiam, atividades que se inserem em um quadro de finalidades e exigências determinadas pela instituição escolar. “[...] a aprendizagem refere-se à aquisição cognitiva, física e emocional, e ao processamento de habilidades e conhecimento em diversas profundidades, ou seja, o quantouma pessoa é capaz de compreender, manipular, aplicar e /ou comunicar esse conhecimento e essas habilidades” (DE AQUINO, 2007, p. 6). “Qualquer processo que, em organismos vivos, leve a uma mudança permanente em capacidades e que não se deva unicamente ao amadurecimento biológico ou ao envelhecimento” (ILLERIS, 2013, p. 3). 5 Como podemos ver no Quadro 1, a didática é o modo pelo qual o Ensino e a Aprendizagem se conectam, pois ela estabelece os métodos, técnicas e processos através dos quais o processo pedagógico se estabelece. Ou seja, é através da compreensão das técnicas e metodologias sobre o ensino que o link entre ele a aprendizagem se estabelece. Assim, “A didática fornece ferramentas de como o professor media essa relação entre aluno e objeto do conhecimento” (NUNES, 2017, s.p.), a fim de promover a aprendizagem significativa. Dito de outro modo, para que seja feita a conexão entre o aprendiz e o conhecimento, a fim de gerar a aquisição deste conhecimento, é necessário que sejam pensados métodos que façam a intermediação entre o aluno e aquilo que é o objetivo da aprendizagem. Para explicar como se dá a relação entre ensino, didática, aprendizagem e o aprendiz/professor no processo de ensino e aprendizagem, elaboramos o esquema a seguir: FIGURA 1 – ESQUEMA DE ENSINO, DIDÁTICA E APRENDIZAGEM FONTE: Os autores (2022) Observe que o esquema pressupõe uma relação de mão dupla entre os diferentes elementos que o compõe, isso porque, nos processos de ensino e aprendizagem, as relações estabelecidas nunca serão estanques, pois, a conexão feita através dos conceitos integrantes do esquema se modifica na prática docente, na forma como eles interagem entre si a fim de proporcionar ao aprendiz a aquisição do que foi proposto em um processo específico de aprendizagem. Inclusive proporcionando a reflexão e a alteração de metodologias e técnicas caso o aprendiz ou o professor percebam que o objetivo proposto para aquela sala de aula não está sendo atingido. 6 O conceito de sala de aula evoluiu a partir da noção de um espaço físico em que ocorriam as aulas para a ideia de que ela é “[...]um local onde se manifesta, em plenitude, a educação como fenômeno social. Isso nos faz pensar que a sala de aula não está constituída só por estudantes, docentes e saberes, mas também por ações/relações que se estabelecem neste tema” (BECK, 2017, s.p.). Assim, ao nos referirmos à sala de aula estamos, na verdade, remetendo ao todo que envolve a educação na perspectiva de uma ação social. Assim, é tanto o local, quanto as relações estabelecidas entre as pessoas que o compõem e as ações através das quais estes agentes interagem a fim de proporcionar a aprendizagem como bem social. NOTA Para exemplificar, vamos pensar em uma aula de Língua Portuguesa em que o sexto ano tenha como objetivo a seguinte habilidade da BNCC: Num exemplo simples, pensemos o seguinte esquema do processo de aprendizagem em ciclo contínuo: FIGURA 2 – EXEMPLO DE PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM CICLO CONTÍNUO FONTE: Os autores (2022) (EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais, considerando o gênero textual e a intenção comunicativa. 7 A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é, atualmente, o documento norteador das escolas no Brasil. Nela são apresentadas as habilidades básicas para todos os níveis da Educação Básica (pré-escolas, Ensino Fundamental e Ensino Médio). As abordagens teóricas sobre o processo de ensino e aprendizagem serão detalhadas no próximo subtópico. NOTA ESTUDOS FUTUROS Observe que, neste esquema, a refl exão do professor e dos alunos sobre o processo de ensino e aprendizagem motivou a alteração na perspectiva didática adotada, de modo que a mesma habilidade fosse trabalhada de modo diverso do tradicional a fi m de adequar o ensino, através da didática para que a aprendizagem fosse proporcionada. 3 TEORIAS DA APRENDIZAGEM Ao longo da história, muitas abordagens teóricas sobre o ensino e a aprendizagem foram desenvolvidas, desde que as pessoas ensinam e aprendem existem indivíduos tentando entender como isso acontece e delimitando compreensões que demonstram visões de mundo, de sociedade, de indivíduo e sobre os demais elementos que se inter-relacionam durante o desenvolvimento das atividades didáticas. De acordo com Mizukami (2019, s.p.), cada abordagem, carrega em si “[...] diferentes concepções de ser humano, sociedade, conhecimento e escola”, logo, todas as teorias sobre ensino e aprendizagem também são refl exos das percepções que cada teórico apresenta sobre o fazer pedagógico e o que ele envolve. Além disso, a autora destaca que “cada uma delas foi defendida por determinados autores e todas nos trazem contribuições válidas para refl etirmos sobre a Educação contemporânea” (MIZUKAMI, 2019, s.p.). Assim, os enfoques dados pelos autores que se fi liaram a cada uma das vertentes têm valor para que possamos debater sobre os atravessamentos teóricos e metodológicos que emergem nas compreensões sobre Ensino e Aprendizagem na atualidade. Além disso, é necessário compreendermos como estas teorias são presentes nas realidades escolares, mesmo que mescladas, mixadas e rearranjadas de acordo com o fazer pedagógico de cada docente e das orientações de cada instituição de ensino ou mantenedora pública ou privada. 8 As abordagens teóricas apresentadas por Mizukami (2019) são as seguintes: Observe que a cada uma delas foi atribuído um símbolo, sendo que estas imagens representam a principal característica das visões conceituais debatidas: • Tradicional: maçã e livros, remete ao combo clássico da professora que recebe maçãs dos alunos e utiliza apenas materiais clássicos de ensino. • Comportamentalista: as engrenagens rementem à visão de que o indivíduo frequenta a escola para aprender a se inserir no sistema social vigente. • Humanista: a digital demonstra o ponto de vista em que o indivíduo é o centro do processo de ensino e aprendizagem. • Cognitivista: a lupa e a mão são características dos detetives clássicos, seres solitários que utilizam o seu raciocínio para compreender, interpretar e depreender o conhecimento a partir da sua mente, as pequenas “células cinzentas”, como diz a personagem Hercule Poirot, o célebre detetive criado por Agatha Christie. • Sociocultural: três punhos erguidos que fazem referência à aprendizagem vinculada ao entorno social e à perspectiva que envolve a consciência social, histórica e pedagógica do sujeito. Assim, a compreensão dos símbolos pode nos auxiliar na fixação e entendimento das principais características que as percepções teóricas têm sobre o desenvolvimento dos tópicos vinculado ao ensinar e ao aprender, pois são bastante emblemáticas na representação a que se propõem. A seguir, apresentamos um quadro em que características dadas as cinco abordagens teóricas foram categorizadas a partir de elementos vinculados à compreensão didático-pedagógica delas e dos constituintes do processo pedagógico: FIGURA 3 – SÍMBOLOS PARA AS PRINCIPAIS ABORDAGENS TEÓRICAS SOBRE ENSINO E APRENDIZAGEM FONTE: Mizukami (2019, s.p.) 9 QUADRO 2 – QUADRO COMPARATIVO ENTRE AS ABORDAGENS TEÓRICAS SOBRE ENSINO E APRENDIZAGEM Para fazer o quadro com as abordagens teóricas sobre ensino e aprendizagem, utilizamos um Recurso Educacional Digital (REA), elaborado por Mizukami (2019), que é um jogo de cartas. Nele, são dadas as características de cada abordagem teórica como se fossem pessoas e precisamos identificar através delas a qual teoria pertence a carta. Vale a pena verificar! Nome do REA: Que Teoria Sou Eu? Acesse: https://apps.univesp.br/que- teoria-sou-eu/. DICA TEORIA TRADICIO- NAL A partir do século XVIII COMPORTAMEN- TALISTA Aproximada- mente 1950 HUMANISTA Entre 1960 e 1970 COGNITIVISTA A partir de 1950 SOCIOCUL- TURAL A partir de 1970 Ser humano Indiví- duo Cultura Socie- dade Uma tábula rasa, um receptor passivo que acumula in- formações e as reproduz.A sociedade perpetua a ordem estabelecida por meio da reprodução do conheci- mento. O indivíduo é consequência das influências ou forças existentes no ambiente. A cultura é re- presentada pelos costumes domi- nantes e pelos comportamentos reforçados na medida em que servem ao poder. A Sociedade pode ser planejada e controlada para o bem-estar das pessoas, aplican- do- se a teoria do reforço. Não aceita um projeto de pla- nificação social, nem o controle e a manipulação das pessoas. Acredita que cada pessoa no mundo é única, portanto, não existem mo- delos prontos ou regras a seguir. Não trata espe- cificamente de sociedade, mas se preocupa com a pessoa, a confian- ça no humano e no pequeno grupo. A sociedade deve caminhar no sentido da democracia, com a participação ativa na elabo- ração de regras comuns para grupo. O desenvolvi- mento do ser humano ocorre por fases que se inter-relacionam e se sucedem (estágios). Toda atividade humana envolve inteligência e afetividade Prioriza o sujeito ativo e o desen- volvimento da inteligência. A partici- pação do ser humano como sujeito na sociedade, na cultura e na História se faz na medida de sua cons- cientização. Busca superar a dicotomia sujeito-ob- jeto. https://apps.univesp.br/que-teoria-sou-eu/ https://apps.univesp.br/que-teoria-sou-eu/ 10 Educa- ção Um pro- duto, com resultados e modelos pré-estabe- lecidos. A Educação é a transmis- são cultural de conhecimentos e comportamentos, por isso, tenta prever e controlar o comportamento, que acredita ser regido por leis identificadas e perpassadas atra- vés da Educação. A Educação assume poder controlador, cuja finalidade é pro- mover mudanças desejáveis em direção ao auto- controle e à maior liberdade. Educação demo- crática, centrada no aluno, incenti- vando a autono- mia, o espírito livre e criativo. O objetivo da educação é que o aluno aprenda por si próprio (autonomia intelectual). Educação como um todo indisso- ciável formado pelos elementos intelectual e moral. A Educa- ção não é neutra, mas sim um ato político que não é restrito à escola. Educação problema- tizadora, em que o ensino e a aprendiza- gem devem buscar superar a relação opressor- -oprimido. A Educação tem caráter utópico. Escola Escola deve ser um ambiente austero, onde o aluno não se distraia. As relações, na escola, são verticais e individua- listas. Restrita a um processo de transmissão de ideias e informações. Uma instituição que atua em conjunto com outras agências controladoras da sociedade (governo, política, economia). Uma agência educacional de controle de com- portamentos que pretende instalar e manter. A escola deve res- peitar a criança e oferecer condições para que ela se desenvolva. A escola deve possibilitar ao aluno o desen- volvimento de suas possibili- dades (moto- ras, ‘verbais e mentais) para que ele possa intervir e inovar a sociedade. Deve pos- sibilitar o crescimento mútuo de professores e alunos. Uma insti- tuição que existe num contexto histórico de uma de- terminada sociedade. 11 Aula Meto- dologia Modelo ex- positivo, com conteúdo pronto é alu- no passivo. Método mai- êutico: o pro- fessor dirige a classe a um resultado desejado, seguindo passos para chegar a um objetivo proposto. As práticas de ensino incluem a especificação de objetivos, o fee- dback constante e o ensino modular. Método é não diretivo: dirigir a pessoa a sua pró- pria experiência, para que ela possa estruturar-se e agir. Processo progressivo de assimilação, acomodação e superação. Antes da ação edu- cativa, re- flete sobre o homem e analisa o meio de vida desse homem concre- to, que é sujeito da educação. Ensino e Apren- diza- gem Aprendiza- gem padroni- zada, a rotina e memoriza- ção. Ensinar é planejar condicionantes que assegurem a aquisição do comportamento desejável (elogios, notas, diplomas). A aprendizagem como mudança comportamental e/ou mental na vida do indivíduo, resultado de uma prática reforçada. As práticas de ensino estimulam a curiosidade, o aluno escolhe o que quer aprender, e o conteúdo deve ser significativo. Despreza a padronização de produtos de aprendizagem e competências. O objetivo básico é liberar no aluno a capacidade de autoaprendizagem (desenvolvimento intelectual e emo- cional). Didática é base- ada na inves- tigação, com experiências e jogos feitos pelos alunos em um ambiente desafiador. O ensino e a aprendizagem se baseiam em ensaio e erro, na pesquisa, na investigação e na solução de problemas. Divide a aquisi- ção do conheci- mento em duas fases: exógena (cópia, repetição) e endógena (compreensão). Práticas de ensino são ativas, dialógicas e críticas. 12 Profes- sor/ Aluno Professor detém o po- der decisório quanto à metodologia, ao conteúdo e à avaliação, conduzindo alunos e transmitindo conhecimen- tos (relação vertical). O professor deve ser como um engenheiro com- portamental, con- trolando os passos e percursos de aprendizagem. O relacionamento entre professor e aluno é pessoal étnico. O docente como uma personalidade única, que assume a função de facili- tador da aprendi- zagem. Livre cooperação dos alunos entre si não apenas entre profes- sor e aluno. O professor também deve ser pesquisador, investigador. Relação professor aluno que seja hori- zontal. O profes- sor deve valorizar a linguagem e a cultura do aluno e, junto a ele, questiona a cultura dominante. Conhe- cimen- to Inteli- gência Caráter cumulativo do conhe- cimento humano, que é adquirido por meio da transmissão (educação formal/es- cola). Inteligência é a capacidade de acumular / armazenar informações, das mais simples às mais comple- xas. O conhecimento é resultado direto da experiência planejada, já que é possível controlar o comportamento observável. Ao experienciar, o sujeito conhece. O conhecimento é construído na ex- periência pessoal e subjetiva. O conhecimento é construído no de- correr do processo de vir a ser da pessoa humana. Conhecimento como fruto da interação entre mundo, sujeito e objeto. Conhe- cimento como cons- cientiza- ção, isto é, progressivo desvela- mento da realidade (reflexão crítica). O ser hu- mano como o sujeito da Educação, o elaborador e criador do conheci- mento. Avalia- ção A avaliação mede a quantidade e a exatidão de informações que o aluno consegue reproduzir. As notas obtidas pelo aluno são de- monstração de patrimônio cultural. A avaliação con- siste em constatar se o aluno atingiu os objetivos propostos no início, no decorrer do processo e no final. A autoavaliação com critérios: só o indivíduo pode co- nhecer sua própria experiência. A avaliação deve ser apoiada em múltiplos crité- rios, consideran- do a assimilação e a aplicação do conhecimento. Autoava- liação e/ou avaliação mútua e perma- nente, por professor e aluno. 13 Prin- cipais autores Durkheim Chartier Snyders Glaser Papay Madsen. Skinner Popham, Gerlach Briggs Alexander Neill Erich Fromm Jean Piaget Jerome Bruner Henry Wallon Vygotsky Álvaro Viera Pinto Paulo Freire FONTE: Adpatado de Mizukami (2019, s.p.) A partir da análise do quadro exposto, pode-se perceber que as visões teóricas abordadas apresentam características que vão desde as mais centradas na perspectiva tradicional verticalizada, até uma compreensão horizontal da relação entre professor e aluno; ou seja, partem do modo de ensino em que o aluno não tem autonomia com relação ao seu próprio processo de aprendizagem, até aqueles pontos de vista em que o aprendiz é visto como um indivíduo social capaz de ser um elemento ativo da sua própria aprendizagem.Quando refletimos no modo como estas abordagens teóricas se inserem na realidade das instituições de ensino, é necessário compreender que é muito complicado utilizar apenas uma compreensão teórico-metodológica, pois o espaço escolar é atravessado por inúmeros outros fatores que irão influenciar no modo como o processo de Ensino/Aprendizagem. Deste modo, o mais comum é encontrarmos diferentes mesclas metodológicas e diversos modos de as pessoas que fazem parte conduzirem o desenvolvimento didático-pedagógico. Isso porque os seres humanos são complexos e diversos, logo, as suas vivências, experiências e formações também serão bastante intrincadas, logo, o fazer pedagógico também acaba por, mesmo que de modo inconsciente, trazer à tona aquilo que os sujeitos conheceram e experimentaram ao longo de sua caminhada na educação, seja como alunos, seja como professores. Assim, existe uma influência pessoal em toda a escolha teórico-metodológica estabelecida, ousamos dizer que, quando a pressão se acumula, o docente retorna ao modelo de ensino com o qual mais tem afinidade. Ou são criadas colchas de retalho em que partes do programa de ensino são feitas através de diferentes perspectivas teóricas, o que demonstra a necessidade de formação continuada, orientação e supervisão para que possam proporcionar um ensino mais ativo, criativo, colaborativo e significativo aos aprendizes, tendo em vista a necessidade de adequar o Processo de Ensino e Aprendizagem às exigências de um mundo que constrói sua relação com o conhecimento de modo cada vez menos tradicional e cada vez mais hiperconectado, em rede e com a necessidade de compreensão ecológica da vida em sociedade. Com relação às abordagens apresentadas, poderíamos classificá-las numa escala da mais tradicional para a menos tradicional: 14 FIGURA 4 – ESQUEMA CLASSIFICAÇÃO DAS ABORDAGENS TEÓRICAS SOBRE ENSINO E APRENDIZAGEM FONTE: Os autores (2022) Como podemos ver no esquema acima, as abordagens vão deste a compreensão individual, pessoal e tradicional por si, apresentada pelo ensino Tradicional, até, no outro extremo, a percepção Sociocultural da Educação, em que o indivíduo é indissociável da sociedade. Acadêmico, a seguir, veremos alguns dos entendimentos sobre o modo através do qual ao ensino e aprendizagem se desenvolvem. No entanto, antes de prosseguirmos, gostaríamos de salientar que a neutralidade não existe, pois todas as concepções elaboradas pelos seres humanos são permeadas pelas crenças, valores, vivências e experiências de cada pessoa, logo, as abordagens teóricas sobre educação também carregam em si os entendimentos, as crenças e os conceitos prévios de cada pessoa que contribuiu para com os desdobramentos teóricos de cada vertente. 4 COMO SE DESENVOLVE A APRENDIZAGEM? Como vimos nos subtópicos anteriores, o processo de aprendizagem se desenvolve a partir de diferentes compreensões didáticas e metodológicas que trazem em seu centro o entendimento que cada teoria tem sobre o indivíduo e a sociedade. Ademais, cada abordagem também apresenta refl exões sobre o papel da escola, do professor e da aquisição de conhecimento dentro da percepção social em que se insere. Neste subtópico, iremos estudar algumas das respostas possíveis para a pergunta-título, ou seja, veremos como a aprendizagem se desenvolve a partir de diferentes perspectivas. No link, a seguir, você poderá ver uma apresentação interativa que resume as visões de ensino no Brasil desde o período Pré-Colonial (antes de 1500) até a atualidade. Vale a pena verifi car! Acesse: https://prezi.com/p/ nzx7hxnaipys/linha-do-tempo-da-didatica-no-brasil/. DICA 15 Com relação ao ensino Tradicional, o ciclo da aprendizagem é uma repetição centrada na aula expositiva em que: 1ª Apresentação: o professor apresenta o conteúdo a partir do conceito e exemplos ou modelos de uso. 2ª Exercitação: o aluno realiza exercícios em que deve reproduzir o conteúdo apresentado pelo professor, ou fazer a aplicação específica em contextos de repetição do que foi ensinado. 3ª Correção: o professor corrige os exercícios fornecendo a única resposta correta, delimitando as demais como erradas. 4ª Avaliação: o estudante faz uma avaliação que reproduz os exercícios dados e seu valor é mensurado pelo resultado obtido. 5ª Repetição: começa tudo novamente, até, no final do período letivo, o estudante é aprovado ou reprovado pela quantidade de acertos ao longo das avaliações feitas. Deste modo, o ciclo de aprendizagem, na abordagem teórica vinculada a uma perspectiva tradicional, é composto por etapas repetidas em um ciclo predefinido em que os conteúdos se sucedem e o conhecimento adquirido é medido através de testes padronizados em que as respostas são dadas apenas para aferição de memorização e aplicação em contextos específicos previamente dados. Com relação à perspectiva que compreende a aprendizagem como aquisição de comportamentos esperados através de estímulo e resposta, Oliveira (1973, p. 88) coloca as seguintes etapas de input (aquisição de comportamentos válidos socialmente) vinculadas ao Comportamentalismo: 1) Estímulo: evento que afeta os sentidos do aprendiz. 2) Reforço: evento que resulta no aumento da probabilidade de inci- dência do ato que o precedeu. 3) Contingência de reforço: arranjo de uma situação para o apren- diz, na qual a ocorrência de reforço é tomada contingente à ocorrên- cia imediatamente anterior de uma resposta a ser aprendida. Deste modo, a abordagem Comportamentalista vê a aprendizagem como uma sequência de incentivos que, quando adequados, deverão ser reforçados para que sejam repetidos, demonstrando, assim, a aprendizagem de comportamentos desejáveis. Além disso, são organizadas situações em que o aluno é exposto a momentos em que o reforço acontece apenas através da possibilidade de acontecimento imediatamente anterior a uma reposta a ser demonstrada pelo aprendiz. Dito de outro modo, a contingência é a reação entre a ocasião da resposta, a própria resposta e as consequências que reforçam ou não a resposta esperada (SKINNER, 1975). Por exemplo: 16 QUADRO 3 – CONTIGÊNCIA DE ESTÍMULO RESPOSTA FONTE: Adaptado de Skinner (1975) Assim, a contingência remete às possibilidades de estímulo resposta presentes na relação estabelecida entre o que o aprendiz faz, a resposta e a consequência conectados ao comportamento a ser aprendido. Ou seja, a aprendizagem é uma sequência de comportamentos aprendidos através de estímulos e respostas previsíveis que podem ser reforçados ou não através das ações do professor. Observe que as duas abordagens vistas até aqui (Tradicional e Comportamental) são aquelas mais conservadoras em que a aprendizagem é estabelecida através das ações do professor e controlada a partir delas, em ciclos de ações semelhantes que não pressupõe alterações nas vivências dos aprendizes, mas que estabelecem parâmetros de conteúdos ou comportamentos a serem repetidos pelo estudante, sem que isso leve a modificações nas relações de ensino e aprendizagem ou que sejam levadas em consideração as características pessoais dos estudantes. Em oposição a estas compreensões, a abordagem da Educação proposta por Delors em 1997, apresenta uma visão humanista, em que o objetivo do Ensino e aprendizagem é a formação integral do ser humano num ciclo em que é necessário aprender a fazer, ser, conviver e conhecer. Deste modo, o conhecimento é apenas uma das facetas da educação e está conectado com relação à experiência, à empatia e à autorregulação de modo não hierárquico. Dito de outro modo, a relação com os demais seres, a atividade concreta e o autoconhecimento são tão importantes quanto o conhecimento, servindo este como motivação para aprendizagem. Assim, a aprendizagem se desenvolve através da conexão entre os quatro pilares que sustentam a educação e não apenas tendo como meta o conhecimento em contextos artificiais (como o Ensino Tradicional) ou os comportamentos adequados (como a abordagemComportamental), mas a percepção destes quatro elementos basilares que envolvem o aprendiz, o conhecimento de si, o conhecimento do outro, o conhecimento acumulado e o conhecimento aplicado. Observe o esquema a seguir, retirado de Faria (2015, s.p.). Ocasião Resposta Consequência Aula expositiva em que é necessário ficar sentado na cadeira. Ficar sentado na cadeira. Ganhar uma estrela ao lado do seu nome no mural da turma. Aula expositiva em que é necessário ficar sentado na cadeira. Correr por cima das classes. Não ganhar uma estrela ao lado do seu nome no mural da turma. 17 FIGURA 5 – OS 4 PILARES DA EDUCAÇÃO FONTE: Faria (2015, s.p.) Neste esquema, é evidenciado o caráter global da percepção da aprendizagem em que o aluno é visto como centro do processo de Ensino e Aprendizagem, sendo ele inserido num contexto de Educação em que as habilidades cognitivas, autorregulatórias, empáticas e práticas se correlacionam na prática docente. Outra compreensão que discute o modo como o aprendizado ocorre é a cognição, nela, a ideia do fazer mental envolvido para a apreensão do conhecimento ganha destaque e a percepção do Ensino e Aprendizagem com relação à evolução do conhecimento é percebida em uma relação de espiral. Analise a espiral a seguir, retirada de Beber, Silva, Bonfiglio (2014, p. 146) FONTE: Beber, Silva, Bonfiglio (2014, p. 146) FIGURA 6 – A ESPIRAL DA EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO 18 Observe que situação de aprendizado é o centro do processo, por isso, é, ao mesmo tempo a base e a menor parte da espiral, após, aparecem as atividades relacionadas ao raciocínio lógico e ao produto mental decorrente da situação de aprendizagem; a seguir, numa parte mais ampla da espiral, o emergir do raciocínio mental que envolve a compreensão de como o próprio conhecimento do aprendizado estabelece a compreensão sobre si e sobre o processo de aprendizagem. Deste modo, a compreensão Cognitivista percebe a aprendizagem como a oportunidade de vivenciar situações que irão reverberar através do processo de raciocínio mental a ponto de proporcionar ao aprendiz a reflexão sobre o processo em que está inserido. Assim, vimos, até este momento do texto, como o Ensino Tradicional, a abordagem comportamental, a dimensão humana dos quatro pilares e a compreensão mental da visão Cognitiva respondem à pergunta: como a aprendizagem ocorre? Pois bem, a seguir será apresentado um quadro em que são apresentadas mais quatro visões sobre as fases do desenvolvimento do Ensino e da Aprendizagem de acordo com outras compreensões teóricas: QUADRO 4 – PERSPECTIVAS SOBRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM PIAGET (COGNITIVISTA) VIGOTISKY (SOCIOCULTURAL) A Programação Neurolinguística (PNL) de Bandler e Grinder (HUMANISTA) As etapas para assimilação de conteúdo de Vic- tor Hugo Ferreira Júnior (SOCIOCULTURAL) 1) Primeiro período: o sensório-motor e o começo da percepção: 0 a 2 anos, a criança começa a desenvolver a fala, a capacidade de controlar os seus reflexos, as suas ações motoras e a percepção do mundo físico. A interação do indivíduo com outros indivíduos e com o meio (a interação entre as pessoas resulta em novas experiências e, por consequência, na possibilidade de aquisição de conhecimento). 1) Incompetência inconsciente: o indivíduo não tem consciência do que não sabe e está satisfeito com o que já conhece. 1) Compreender: o indivíduo é exposto ao conhecimento. 19 2) Segundo período: o pré- operatório e a representação: 2 a 7 anos, capacidade de desenvolver o pensamento simbólico e de comunicar-se de forma verbal. Aprendizagem é uma experiência social, mediada tanto pelo uso de instrumentos e signos – este último refere-se a algo que significaria alguma coisa para o indivíduo (é o caso da linguagem falada e da escrita, por exemplo) – quanto pela interação entre a linguagem e a ação. 2) Incompetência consciente: o indivíduo passa a entender que não possui conhecimento ou habilidade para executar certas funções ou atividades. 2) Reter: a informação ou ensinamento é fixado. 3) Terceiro período: as operações concretas e o pensamento lógico: 07 a 12 anos, desenvolvimento de conceitos, da aplicação dos princípios e da lógica, da capacidade de realizar ações em seus pensamentos. Para que aconteça a aprendizagem, essa interação social precisa acontecer dentro da chamada Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). 3) Competência consciente: o indivíduo tem consciência de uma determinada capacidade. 3) Praticar: colocar em prática aquilo que se compreendeu e conseguiu reter. 20 4) Quarto período: as operações formais e a assimilação do conteúdo: a partir 12 anos, já existe a capacidade de administrar o pensamento abstrato, bem como de gerar hipóteses e investigar suas possíveis consequências. O adolescente adquire, aqui, o pensamento científico – ele consegue ir além das coisas reais, sendo capaz de desenvolver suas próprias teorias e ideias sobre o mundo. Necessidade de possibilitar a criação de ambientes de participação, de atividades colaborativas e troca de ideias, e com constantes desafios. 4) Competência inconsciente: já se domina uma habilidade ao ponto de executar uma certa tarefa de maneira natural. 4) Disseminar: Além de ensinar aos outros, esta também é uma maneira de fixar ainda mais o que se aprendeu. 5) Criar: gerar novos conhecimentos a partir daqueles adquiridos. FONTE: Adaptado de Sophia (2020, s.p.) Ao analisarmos o quadro, podemos perceber que as abordagens apresentadas estabelecem períodos, condições, etapas e fases para que o processo de Ensino e Aprendizagem ocorra, assim, delimitam as partes que compõem o desenvolvimento didático-pedagógico do aprendiz a partir de compreensões dos elementos que fazem parte dele. Assim, demonstram a perspectiva de que a aprendizagem pode ser estabelecida a partir de unidades menores de estágios não excludentes e repetíveis. Contudo, estes estágios não são delimitados de forma a limitar a aprendizagem, mas pretendem compreender como ela ocorre, tendo uma visão mais descritiva do que prescritiva do processo. A partir do que discutimos neste subtópico, podemos afirmar que as visões Tradicional e Comportamental estão dentro de uma visão prescritiva do aprendizado, em que a teoria subjacente pretende delimitar como o curso da aprendizagem deve 21 se dar, sem levar em consideração as especificidades do educando e nem prever como o conhecimento adquirido pode ser utilizado em outros contextos ou em outras percepções da realidade. Já nas demais abordagens, a ideia principal é descritiva, pois procuram descrever o processo de desenvolvimento do indivíduo dentro da perspectiva de ensino e aprendizagem através da compreensão de que um ser humano está inserido socialmente. Assim, na compreensão de uma Sala de Aula Inovadora, é importante termos em mente a necessidade de revisitarmos as práticas vivenciadas como estudantes para entendermos que as abordagens mais clássicas, que delimitam os objetivos educacionais de modo mais prescritivo, não combinam de maneira alguma com a uma didática de sala de aula que se pretenda criativa, inovadora e significativa para o ensino e a aprendizagem. 5 ESTILOS DE APRENDIZAGEM Acadêmico, neste subtópico, nós iremos discutir brevemente as noções que são permeadas pela concepção de que cada estudante tem seu modo de aprender. Assim, a aprendizagem precisa ser mediada através de perspectivas que levem em consideração as diferentes formas através das quais os alunos aprendem, o modo como se organizam e o estilo de apresentação dos desafios educacionais que mais se adequa ao público- alvo a ser atendido. Antes de prosseguir, é interessante destacar que todo o processo de ensino e aprendizagem pressupõe papéis diferentes para os professores e alunos, com a responsabilidade por estruturar as possibilidadesde aprendizagem do educando, porém, nas abordagens didáticas não prescritivas, o professor ganha o papel de mediador do conhecimento, deixando de lado a ideia de ser o único detentor dele. Para que esta mediação possa acontecer, um dos aspectos mais importantes é a noção de que cada indivíduo tem as suas potencialidades e dificuldades, que ninguém é único ou aprende de um único modo. Neste contexto, observe como a figura a seguir representa as potencialidades e dificuldades de cada pessoa: 22 FIGURA 7 – DIFERENTES APRENDIZAGENS FONTE: <https://bit.ly/3OhtoyS>. Acesso em: 4 fev. 2022. Podemos perceber que as duas pessoas representadas têm acesso a todos os símbolos que representam diferentes áreas dos conhecimentos, por exemplo, o telescópio representando algo ligado à astronomia ou as letras que rementem a um conhecimento linguístico. Contudo, mesmo que as setas relacionem os elementos simbólicos às duas pessoas, os desenhos deles estão mais próximos ou mais afastados de uma das pessoas, observe, por exemplo, a paleta de tinta com o pincel, ela está mais próxima da figura à direita da imagem, assim mesmo conectada às duas pessoas, a ideia de conhecimento artístico está mais perto de uma das representações humanas. Logo, a figura representa que a arte pode ser explorada pelos dois indivíduos, mas um deles terá mais facilidade para compreender as aprendizagens que sejam mediadas pela percepção artística. Observe também que existem elementos que se repetem perto das duas figuras humanas, como a silhueta de uma pessoa que está com um livro aberto, estes elementos representam os alguns dos modos de acesso às aprendizagens, pois seriam os suportes através dos quais podemos aprender. Logo, a figura representa a noção de que cada indivíduo pode ter acesso aos diferentes conhecimentos, através de diferentes suportes e modos de apresentação, ao mesmo tempo, deixa em destaque que alguns indivíduos terão maior facilidade se o conhecimento se der a partir da área que ele tem maior afinidade. Ainda sobre os estilos de aprendizagem, a Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, traz a compreensão de que cada indivíduo apresenta o predomínio de um tipo de inteligência, ou seja, os seres humanos têm um tipo de inteligência que prevalece na sua relação com o conhecimento. Assim, o ensino e a aprendizagem deverão levar em consideração os deferentes tipos de inteligência, e não apenas a Linguística e a Lógico-Matemática como a escola tradicional prioriza. 23 Inicialmente, a abordagem apresentava oito tipos de inteligência, na versão revisada aparecem nove categorias, e, alguns autores ainda inserem a inteligência tecnológica, como a capacidade de adquirir e gerenciar conhecimentos tecnológicos. Na figura a seguir, são apresentadas as nove inteligências detalhadas pela maioria dos autores: FIGURA 8 – TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS FONTE: <https://www.coladaweb.com/pedagogia/inteligencias-multiplas>. Acesso em: 4 fev. 2022. Perceba que a estruturação em círculo permite o entendimento de que as diferentes inteligências estão correlacionadas, porque elas estão presentes em todas as pessoas em diferentes graus. A importância desta teoria é que ela pressupõe a compreensão de que todas as inteligências e estilos de pensamento são importantes para a aprendizagem, sem dar ênfase a apenas algumas delas, logo, o professor poderá identificar os estilos de aprendizagem de cada um dos estudantes e elaborar atividades que priorizem diversos tipos de inteligência. Por exemplo, ao trabalhar um conteúdo vinculado à interpretação de texto (inteligência linguística), o professor poderá proporcionar que a análise textual possa ser apresentada através de expressões artísticas como escultura, pintura ou a transformação do texto em uma música (inteligência Espacial/Musical) ou ainda promover momentos em que os estudantes precisem se estruturar em grupos em que cada um tenha um papel na elaboração de um produto final, assim, emergiria a liderança da inteligência emocional ou interpessoal. https://www.coladaweb.com/pedagogia/inteligencias-multiplas 24 Desta maneira, a importância de se compreender que existem diversos modos de se perceber e interpretar a realidade para o entendimento do Ensino e Aprendizagem é que se possibilita o acolhimento dos estudantes em suas mais variadas combinações entre as diferentes inteligências, assim, as potencialidades dos estudantes podem ser combinadas para a aprendizagem que não segue os moldes do Ensino Tradicional. A seguir, veremos a diferença entre a aprendizagem ativa e passiva e, por fim, apresentaremos as características da aprendizagem, criativa, significativa e colaborativa. 5.1 APRENDIZAGEM ATIVA E PASSIVA A aprendizagem ativa, de acordo com Titton (2021), é uma abordagem didática em que o aluno tem uma postura ativa na construção do conhecimento, pois é, ao mesmo tempo receptor, pensador e produtor de seu processo de aprendizagem, neste processo feito ativamente o professor é mediador do conhecimento, sendo aquele que orienta a atividade, aquele que faz a intermediação entre o estudante e a aprendizagem, nunca tendo todas as respostas, mas auxiliando no desenrolar do processo de modo a encaminhar e aconselhar sem restringir. Além disso, na aprendizagem ativa a criatividade, inovação e colaboração são ferramentas que tornam possível ao estudante a participação ativa na compreensão, aplicação e inovação do conhecimento. Deste modo, a perspectiva ativa do processo de Ensino e Aprendizagem está no extremo oposto daquilo que o ensino tradicional prescreve, tendo em vista que esta prima por uma estrutura passiva de aquisição do conhecimento, em que o professor é o detentor de todas as respostas, sendo estas previsíveis, modelares e individuais e ao aluno cabe o papel de mero receptor das informações dadas pelo docente, logo, este aprendiz também tem a reprodução de conteúdos como meta, não sendo desafiado a criar, colaborar ou significar aquilo que está sendo estudado. De acordo com o teórico William Glasser (apud ANGELIS, 2020, s.p.), a aprendi- zagem está relacionada às ações que o aprendiz executa. Sobre quanto cada uma das ações contribui para a aprendizagem, observe a figura a seguir, em que apresentamos a pirâmide da aprendizagem proposta por Glasser (apud ANGELIS, 2020, s.p.). 25 FONTE: Adaptado de Angelis (2020, s.p.) Ao analisar a pirâmide acima, podemos observar que as ações vinculadas às metodologias passivas são aquelas em que aparecem verbos vinculados ao ensino tradicional e que são, por si mesmos, aqueles relativos a ações passivas, ou seja, que envolvem pouca interação, reorganização e reelaboração do conhecimento. Já as ações que têm maior retenção da aprendizagem, são aquelas conectadas a propostas ativas de aprendizagem e são aquelas vinculadas aos verbos que identificam situações em que o conhecimento foi compartilhado, reestruturado, reelaborado, ensinado e transformado em outra forma de execução, como ilustrar aquilo que foi estudado através de imagens ou mapas conceituais. Deste modo, a aprendizagem ativa está ligada as noções de criatividade, significado e colaboração, pois depreendem a necessidade de envolver os aprendizes na resolução da atividade de modo a provocar a reflexão, reelaboração e compreensão da situação de aprendizagem em que estão inseridos. Cabendo lembrar que esta deverá estar relacionada à vivência dos estudantes para ter significância dentro do contexto específico de inserção pedagógica. 5.2 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, CRIATIVA E COLABORATIVA A noção de significado está conectada com a ideia de propósito, de algo que ressoa nas experiências do indivíduo de maneira que o conhecimento a ser aprendido e apreendido é perpassado pelas vivências anteriores e interpretado pelo sujeito a partir delas. Segundo Machado (2016, p. 37), esta aprendizagem se torna significativa porque “[...] é esse conhecimento específico, existente na estruturade conhecimentos do FIGURA 9 – COMO APRENDEMOS: PIRÂMIDE DE WILLIAM GLASSER 26 sujeito, que permite dar significado a um novo conhecimento, seja de forma mediada, seja pela própria inferência do sujeito”. Em outas palavras, o conhecimento prévio do indivíduo irá fazer com que ele dê sentido ao que está aprendendo, seja com o auxílio do professor ou através de suas próprias conclusões. Assim, “a aprendizagem significativa ocorre quando ideias expressas simbolicamente interagem de maneira substantiva e não arbitrária com aquilo que o aprendente já sabe” (BRASIL, 2018, s.p.) Logo, é na conexão coordenada e orgânica entre as noções conceituais e os saberes dos educandos que a aprendizagem ocorre. De acordo com Garofalo (2019, s.p.), o link existente entre a aprendizagem criativa e a aprendizagem significativa é que “a aprendizagem criativa considera que o aluno terá um aprendizado mais efetivo, a partir do momento que estiver engajado na construção deste aprendizado e que esse aprendizado seja significativo para ele”. Assim, o aprendizado será efetivo quando o estudante estiver comprometido com a proposta de aprendizagem, sendo que este compromisso é atravessado pela inter-relação entre os saberes a serem aprendidos e aqueles que ele já tem. Dito de outro modo, a criatividade aplicada à aprendizagem torna o processo de ensino mais conectado às vivências dos aprendizes e, quando isso ocorre, a aprendizagem ganha sentido e propósito, o que proporciona a aprendizagem de fato. Ainda segundo a autora, a aprendizagem criativa permite que o estudante construa a partir de uma experimentação concreta e ativa, ou seja, na prática. Esse movimento aprendizado, com erros e acertos, acontece dentro da construção cognitiva e é isso que chamamos de aprendizagem criativa (GAROFALO, 2019). Ou seja, a metodologia de aprendizagem criativa utiliza do saber motivado e palpável, dando espaço para a reflexão motivada pelos resultados obtidos independentemente de acertos ou erros. A aprendizagem criativa se estrutura do seguinte modo: 27 FONTE: Garofalo (2019, s.p.) A partir do esquema da aprendizagem criativa exposto, podemos perceber que as etapas desta aprendizagem se relacionam num ciclo de desenvolvimento contínuo que pode ser revisado inúmeras vezes para que seja estabelecido um processo sucessivo de aprendizagem que envolve planejamento, emoções, sujeito e interações entre estes sujeitos. Deste modo, a aprendizagem criativa engloba a compreensão da colaboração como estratégia de aplicação, logo, se relaciona com a aprendizagem colaborativa, pois o conceito dela contém: [...] um entendimento da aprendizagem como um processo que ocorre não a partir de indivíduos isolados, possuidores de aspirações e motivações pessoais, mas sim a partir de uma dinâmica de compartilhamento de metas, de resolução de problemas em conjunto e compreensão dos impactos positivos que o trabalho de colaboração, dotado de toda sua complexidade, pode proporcionar à aprendizagem (MACHADO, 2016, p. 36-37). Assim, a aprendizagem colaborativa compreende a percepção de que os indivíduos aprendem na interação com seus pares e com a mediação do professor, sendo que este último também irá aprender na interação com os aprendizes. Assim, o papel do professor é ao mesmo tempo de orientar a colaboração e participar verdadeiramente dela. Segundo Machado (2016, p. 37): FIGURA 10 – OS QUATRO Ps DA APRENDIZAGEM CRIATIVA: PROJECT (PROJETO), PASSION (PAIXÃO), PEOPLE (PESSOAS) E PLAY (BRINCAR) 28 Tal reconhecimento é respaldado pela crescente confirmação da aprendizagem como um processo de engajamento social e, paralelamente, à defesa de que os professores devem desempenhar um papel não de detentores do saber, mas sim de facilitadores e coaprendizes. Nesse sentido, o processo de disseminação e democratização da produção de conhecimento envolve profunda revisão de conceitos. Assim, a aprendizagem é um processo de mudança de paradigmas em que todos os envolvidos estão verdadeiramente interagindo através do desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Logo, o compromisso com a aprendizagem é colaborativo porque necessita da participação engajada e verdadeira de todos os sujeitos que estão envolvidos nela, ou seja, de uma situação em que o resultado não é conhecido previamente por nenhuma das pessoas participantes, tendo em vista que emerge da situação específica, vivenciada por um grupo específico, num momento de tempo delimitado. Aqui encerramos as discussões sobre aprendizagem apresentadas neste tópico, em que vimos, a compressão da didática como intermediadora da relação entre ensino e aprendizagem, as abordagens teóricas mais recorrentes sobre a aprendizagem, as compreensões sobre estilos de aprendizagem e as aprendizagens mais passivas e prescritivas e as mais ativas e mais livres. Por fim, encerramos o debate, com a breve conceituação e conexão da aprendizagem em que as dimensões significativas, criativas e colaborativas estão interconectadas. 29 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • A didática é o modo pelo qual o ensino e a aprendizagem se conectam, pois ela estabelece os métodos, técnicas e processos através dos quais o processo pedagógico se estabelece. • Nos processos de ensino e aprendizagem, as relações estabelecidas nunca serão estanques. • Ao longo da história, muitas abordagens teóricas sobre o ensino e a aprendizagem foram desenvolvidas, desde que as pessoas ensinam e aprendem existem indivíduos tentando entender como isso acontece. • Todas as teorias sobre ensino e aprendizagem também são reflexos das percepções que cada teórico apresenta sobre o fazer pedagógico e o que ele envolve. • O fazer pedagógico também acaba por, mesmo que de modo inconsciente, trazer à tona aquilo que os sujeitos conheceram e experimentaram ao longo de sua caminhada na educação, seja como alunos, seja como professores. • Todas as concepções elaboradas pelos seres humanos são permeadas pelas crenças, valores, vivências e experiências de cada pessoa. • O processo de aprendizagem se desenvolve a partir de diferentes compreensões didáticas e metodológicas que trazem em seu centro o entendimento que cada teoria tem sobre o indivíduo e a sociedade. • O ciclo de aprendizagem, na abordagem teórica vinculada à uma perspectiva Tradicional, é composto por etapas repetidas em um ciclo predefinido em que os conteúdos se sucedem e o conhecimento adquirido é medido através de testes padronizados. • A abordagem Comportamentalista vê a aprendizagem como uma sequência de incentivos que, quando adequados, deverão ser reforçados para que sejam repetidos, demonstrando, assim, a aprendizagem de comportamentos desejáveis. • Delors, em 1997, apresentou uma visão humanista, em que o objetivo do ensino e aprendizagem é a formação integral do ser humano num ciclo em que é necessário aprender a fazer, ser, conviver e conhecer. RESUMO DO TÓPICO 1 30 • A compreensão Cognitivista percebe a aprendizagem como a oportunidade de vivenciar situações que irão reverberar através do processo de raciocínio mental a ponto de proporcionar ao aprendiz a reflexão sobre o processo em que está inserido. • Nas abordagens didáticas não prescritivas, o professor ganha o papel de mediador do conhecimento, deixando de lado a ideia de ser o único detentor dele. • Cada indivíduo tem as suas potencialidades e dificuldades, que ninguém é único ou aprende de um único modo. • A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, traz a compreensão de que cada indivíduo apresenta o predomínio de um tipo de inteligência. • O Ensino e a Aprendizagem deverão levar em consideração os diferentes tipos de inteligência, e não apenas a Linguística e a Lógico-Matemática como a escola tradicional prioriza. • A importância de se compreender que existem diversos modos de se perceber e interpretar a realidade para o entendimento do Ensino e Aprendizagem é que se possibilita o acolhimentodos estudantes em suas mais variadas combinações entre as diferentes inteligências. • A aprendizagem ativa, de acordo com Titton (2021), é uma abordagem didática em que o aluno tem uma postura ativa na construção do conhecimento. • A aprendizagem significativa ocorre quando ideias expressas simbolicamente interagem de maneira substantiva e não arbitrária com aquilo que o aprendente já sabe. • A aprendizagem criativa permite que o estudante construa a partir de uma experimentação concreta e ativa, ou seja, na prática. • A aprendizagem colaborativa compreende a percepção de que os indivíduos aprendem na interação com seus pares e com a mediação do professor. 31 1 A compreensão dos símbolos pode nos auxiliar na fixação e entendimento das principais características que as percepções teóricas têm sobre o desenvolvimento dos tópicos vinculado ao ensinar e ao aprender, pois são bastante emblemáticas na representação a que se propõem. Sobre o exposto, associe os itens, utilizando o código a seguir: Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) III – V – II – I – IV. b) ( ) II – I – V – IV – III. c) ( ) III – I – II – IV – V. d) ( ) IV – III – I – V – II. 2 Ao longo da história, muitas abordagens teóricas sobre o ensino e a aprendizagem foram desenvolvidas, desde que as pessoas ensinam e aprendem, existem indivíduos tentando entender como isso acontece e delimitando compreensões que demonstram visões de mundo, de sociedade, de indivíduo e sobre os demais elementos que se inter-relacionam durante o desenvolvimento das atividades didáticas. Analisando visões teóricas relacionadas ao aspecto social, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: AUTOATIVIDADE I- Tradicional. ( ) A lupa e a mão são características dos detetives clássicos, que utilizam o seu raciocínio para compreender, interpretar e depreender o conhecimento a partir da sua mente. II- Comportamentalista. ( ) A digital demonstra o ponto de vista em que o indivíduo é o centro do processo de ensino e aprendizagem. III- Humanista. ( ) A maçã e livros remete ao combo clássico da professora que recebe maçãs dos alunos e utiliza apenas materiais clássicos de ensino. IV- Cognitivista. ( ) Três punhos erguidos que fazem referência à aprendizagem vinculada ao entorno social e à perspectiva que envolve a consciência social, histórica e pedagógica do sujeito. V- Sociocultural. ( ) As engrenagens rementem à visão de que o indivíduo frequenta a escola para aprender a se inserir no sistema social vigente. 32 ( ) Na teoria tradicional, a sociedade jamais perpetua a ordem estabelecida por meio da reprodução do conhecimento. ( ) Na teoria comportamentalista, a sociedade pode ser planejada e controlada para o bem-estar das pessoas, aplicando-se a teoria do reforço. ( ) A teoria humanista não trata especificamente de sociedade, mas se preocupa com a pessoa, a confiança no humano e no pequeno grupo. ( ) Na teoria cognitivista, a sociedade deve caminhar no sentido da democracia, com a participação ativa na elaboração de regras comuns para grupo. ( ) Na teoria sociocultural, a participação do ser humano como sujeito na sociedade, na cultura e na história não se faz na medida de sua conscientização. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) F – V – F – F – V. b) ( ) V – F – F – V – V. c) ( ) V – V – V – F – F. d) ( ) F – V – V – V – F. 3 O processo de aprendizagem se desenvolve a partir de diferentes compreensões didáticas e metodológicas que trazem em seu centro o entendimento que cada teoria tem sobre o indivíduo e a sociedade. Ademais, cada abordagem também apresenta reflexões sobre o papel da escola, do professor e da aquisição de conhecimento dentro da percepção social em que se insere. Sobre o exposto, analise as sentenças a seguir: I- O ciclo de aprendizagem, na abordagem teórica vinculada à uma perspectiva Tradicional, é composto por etapas repetidas em um ciclo predefinido em que os conteúdos se sucedem e o conhecimento adquirido é medido através de testes padronizados. II- A abordagem Comportamentalista vê a aprendizagem como uma sequência de incentivos que, quando adequados, deverão ser reforçados para que sejam repetidos, demonstrando, assim, a aprendizagem de comportamentos desejáveis. III- Delors, em 1997, apresenta uma visão humanista, em que o objetivo do Ensino e aprendizagem é a formação parcial do ser humano num ciclo em que é necessário aprender a fazer, ser, conviver e conhecer. IV- A compreensão Cognitivista percebe a aprendizagem como a oportunidade de vivenciar situações que irão reverberar através do processo de raciocínio mental a ponto de proporcionar ao aprendiz a reflexão sobre o processo em que está inserido. V- A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, traz a compreensão de que cada indivíduo apresenta o predomínio de um tipo de inteligência. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I, II, III e IV estão corretas. b) ( ) As sentenças I, II, III e V estão corretas. 33 c) ( ) As sentenças II, III, IV e V estão corretas. d) ( ) As sentenças I, II, IV e V estão corretas. 4 Segundo Machado (2016, p. 37), a aprendizagem se torna significativa porque “é esse conhecimento específico, existente na estrutura de conhecimentos do sujeito, que permite dar significado a um novo conhecimento, seja de forma mediada, seja pela própria inferência do sujeito”. Quando ocorre a aprendizagem significativa, de acordo com a BNCC? Justifique. FONTE: MACHADO, D. A. O. Aprendizagem criativa-colaborativa e liderança musical: princípios e práticas. 2016. Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Música, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AAGS-AGWGR7/1/daniel_augusto___ disserta__o_de_mestrado___2016.pdf. Acesso em: 31 jan. 2022. 5 A aprendizagem criativa engloba a compreensão da colaboração como estratégia de aplicação, logo, se relaciona com a aprendizagem colaborativa. Portanto, descreva o conceito de aprendizagem colaborativa, segundo Machado (2016). FONTE: MACHADO, D. A. O. Aprendizagem criativa-colaborativa e liderança musical: princípios e práticas. 2016. Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Música, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AAGS-AGWGR7/1/daniel_augusto___disserta__o_ de_mestrado___2016.pdf. Acesso em: 31 jan. 2022. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AAGS-AGWGR7/1/daniel_augusto___disserta__o_de_mestrado___2016.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AAGS-AGWGR7/1/daniel_augusto___disserta__o_de_mestrado___2016.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AAGS-AGWGR7/1/daniel_augusto___disserta__o_de_mestrado___2016.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AAGS-AGWGR7/1/daniel_augusto___disserta__o_de_mestrado___2016.pdf 34 35 PLANEJAMENTO DIDÁTICO- PEDAGÓGICO E APRENDIZAGEM 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico! No tópico anterior, debatemos as perspectivas e detalhamentos sobre o Ensino e a Aprendizagem, bem como discutimos alguns dos estilos de aprendizagem. Ao final das discussões, pudemos perceber que as práticas didático-pedagógicas passivas estão fora da abordagem em que a Sala de Aula seja criativa e inovadora, tendo em vista que a criatividade, a inovação e o significado surgem na colaboração, elaboração e reelaboração do que foi aprendido, ou seja, eles necessitam de um ambiente de aprendizagem que seja ativo, colaborativo e não demarcado previamente. A partir destas discussões anteriormente feitas, fica evidente a necessidade de um planejamento didático-pedagógico que seja capaz de lidar com as demandas que emergem nas interações entre o conhecimento, os professores e os alunos. Deste modo, é necessário pensarmos quais as instâncias que compõem a gestão escolar e como se relacionam com a gestão da aprendizagem
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