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Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka INTRODUÇÃO Parâmetros Equinos Bovinos FC 28 – 40 60 – 80 FR 8 – 6 10 – 30 TR 37,5 – 38,5 37,8 – 39,2 Frequência Respiratória – Movimentos respiratórios por minuto, reflete a troca gasosa entre organismo e o ambiente externo. Pode ser medida observando movimentos das narinas, tórax, abdômen, flanco ou pela auscultação dos brônquios ou base da traqueia com estetoscópio. Frequência Cardíaca – Número de batimentos por minuto (bpm). Alterações da FC em repouso podem indicar dores ou doenças, porém a medição deve ser feita com muito cuidado, mantendo o animal calmo. O ponto mais fácil de sentir o pulso do animal é através de sua artéria mandibular. Temperatura Retal – Indica o equilíbrio de trocas de calor do meio exterior e o corpo do animal. Por isso, é muito importante que ela se mantenha estável, mas pode sofrer alterações em infecções, inflamações, estresse, níveis hormonais ou clima. PRINCIPAIS ENFERMIDADES DO DIA A DIA DOS CAVALOS DE PASSEIO E ESPORTE Cavalos de Passeio X Esporte – Enquanto cavalos de passeio se relacionam ao amadorismo, os cavalos de esporte são voltados ao profissionalismo, dependendo de maior capacidade técnica e conhecimento. Porém, o ramo de cavalos de passeio teve sua demanda aumentada ultimamente, o que pode gerar problemáticas como, por exemplo, apenas um cavalo para toda uma família montar e manejar de maneira incorreta. Cavalos sem o biotipo correto para atividades específicas podem desenvolver problemas clínicos. !! Em cavalos ainda não é comprovada a diabetes, mas o impedimento da glicose de se ligar no seu receptor levando a resistência insulinêmica. Síndrome de Cushing e Hipotireoidismo são síndromes metabólicas comuns. Utilização dos Animais – Definir a atividade equestre e escolher o indivíduo por raça, temperamento e linhagens de melhor aptidão para tal função. Nível de equitação em modalidade clássica (hipismo, exige mais técnica e experiência do cavaleiro e treinamento do cavalo) e western (tambor, pode levar a problemas locomotores por não se levar em consideração o nível de equitação). Sistema de Criação – Se divide em tipos diferentes de manejo, como intensivo (animal confinado em baia), extensivo (animal solto no pasto) e semi-intensivo (ideal, confinado algumas horas do dia e solto em piquetes com pasto). Fatores Psicológicos – Equinos precisam de rotina, pessoas, outros animais, exercícios e controle de estresse. Manejo, nutrição, sanidade, treinamento e genética andam juntos para uma boa saúde do animal. Desafios Atuais na Equinocultura – Envolvimento emocional, excesso de humanização e utilização. Conhecimento da espécie, hábitos alimentares e necessidades, doenças metabólicas, resistência insulinêmica, métodos diagnósticos e diferenciais e treinamento. Falha de manejo e comunicação. !! Hoje em dia, possuímos tecnologias para amenizar os impactos do exercício, como faixas feitas para carpos e tarsos além de aparelhos para o casco e musculatura geral. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Aparelhos Mais Acometidos – Em ordem de maior causuística temos enfermidades em aparelho gastrintestinais (boca, estômago e intestinos, “cólica”), músculo-esquelético, respiratório, circulatório, traumatismos, dermatopatias, distúrbios de comportamento, além da associação com outros casos como trauma, fraturas, dermatites e outros. Enfermidades Músculo-Esqueléticas: • Miosite – Inflamação dos músculos por trauma direto ou esforço. Animal apresenta rabdomiólise, mioglobinúria paralítica e ação do ácido lático. Quando há exercício intenso, repentino e excessivo ocorre concentração de CHO. • Tendinite – Inflamação dos tendões, podendo haver lesão por ruptura. • Desmite – Inflamação dos ligamentos. • Artrite – Inflamação das articulações, doenças articulares degenerativas. • Fisiologia do Exercicio – Força, impacto, explosão, resistência, superfície e equitação. Enfermidades Respiratórias: !! A vacinação atualizada é indispensável para os equinos, porém modula os sinais clínicos os deixando mais brandos e podendo complicar o fechamento do diagnóstico. • Adenite equina • Influenza equina • Pneumonia • Fatores climáticos e ambientais • Hemorragia pulmonar induzida por esforço • Doença inflamatória das vias aéreas • Obstrução recorrente das vias aéreas pode ser causada por alergias Enfermidades Circulatórias: • Coagulação intravascular disseminada • Síndrome da resposta inflamatória • Flebite e tromboflebite (unilateral ou bilateral, essa ultima sendo mais grave), comum pela via de acesso de opção para coleta de sangue e colocação de cateteres ser sempre a jugular. Enfermidades Por Traumatismos: • Lesões superficiais, sinais de inflamação e contaminação • Lesões perfurantes e rupturas, em tendão, músculo, ligamento e articulação • Fraturas • Linfangite, processo inflamatório das estruturas linfáticas. Comum de ocorrer com acometimento de tecidos como a pele por exemplo, pode ainda ser inflamatória e infecciosa Enfermidades Dermatológicas: • Dermatofitose por fungo ou bactéria • Dermatite de quartela, causada por umidade, material e falha na higienização • Dermatite alérgica desencadeada por fatores de hipersensibilidade causada por ambiente, moscas e alimentos Enfermidades Comportamentais: • Coprofagia • Aerofagia, pode causar emagrecimento progressivo e gastrite • Lignofagia, ato de comer madeira • Síndrome do urso, animal fica se balançando e mudando de apoio lateral • Polidipsia psicogênica e poliúria • Pode indicar sinais de estresse Enfermidades Gastrintestinais: • Problemas odontológicos e na boca, fratura, atrofia muscular, oclusão e outros • Gastrite e úlcera gástrica, temperamento, manejo e perda de peso • Cólica Equina é a principal enfermidade equina, por fermentação gástrica, compactação e parasitas http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka DIAGNÓSTICOS Métodos diagnósticos são fechados através de uma boa anamnese, exame físico e exames complementares. Um diagnóstico equivocado gera uma terapêutica equivocada. Etapas do Exame Clínico: • Identificação do paciente • Identificação do proprietário • Anamnese • Exame físico geral e específico • Exames complementares • Diagnóstico e prognóstico • Tratamento Parâmetros Fisiológicos dos Equídeos: Avaliação Valores de Referência em Adultos Valores de Referência em Jovens Frequência Cardíaca 28 – 44 bpm 40 – 80 bpm (nascimento) 120 – 150 bpm (primeiras horas) 80 – 100 bpm (semana) Frequência Respiratória 8 – 16 mpm 60 – 80 mpm (nascimento) 30 – 35 mpm (primeiras horas) Coloração de Mucosa Normocorada Normocorada, rósea brilhante TPC 2 segundos 1 – 2 segundos Prega de Pele 2 segundos 2 segundos Pulso Cheio e Forte Cheio e Forte Motilidade Intestinal Movimento em Todos Segmentos Movimento em Todos Segmentos Temperatura Retal 37,5 – 38,5ºC 37 – 39ºC Diagnóstico – Se classifica em clínico (observa o sinal e correlaciona com a doença), anatômico (especifica o tipo e local da lesão), etiológico (determina o agente que provocaa lesão) e funcional (indica a alteração da função do órgão). Exames Necessários Para Transporte – Influenza equina, tétano, encefalomielite, babesiose, erliquiose, anemia infecciosa equina, mormo e leptospirose. ADENITE EQUINA Garrotilho O Que É? – Enfermidade infecctocontagiosa purulenta, apresentando secreção, causada pela bactéria Streptococcus equi. Sinais Clínicos – Queda de desempenho, diminuição ou dificuldade da ingestão de alimentos, hiporexia, disfagia e febre. Predisposição – Acomete principalmente animais jovens, com baixa resistência do organismo, estresse (por treinamento, transporte e concentração de animais). Contágio – Por corrimento nasal de infectados, tosse (relincho), água, ar e alimentos contaminados. Tratamento – Antitérmico, antibioticoterapia, mucolíticos, antiinflamatório e curativo local. Prevenção – Vacinação é discutível cientificamente, com baixa capacidade imunogênica. 50% dos animais vacinados adquirem proteção satisfatória, teste imunoenzimático (ELISA) para controle de Adenite Equina. Após a contaminação, os animais desenvolvem imunidade. Animais vacinados apresentam sinais clínicos de forma amena, reduzindo sua gravidade. Diagnóstico Diferencial – Sinusite primária e secundária, empiema de bolsa gutural, obstrução de ducto parotídeo, EHV (rinopneumonite), faringite e laringite, obstrução esofágica e pneumonia. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka SINUSITE PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA • O Que É? – Enfermidade inflamatória e infecciosa que aparece no seio nasal e paranasais. Pode ser primária (através de infecções respiratórias) ou secundária (derivado de problemas dentários e outros). • Sinais Clínicos – Deformidade do seio nasal e corrimento nasal com pus. • Diagnóstico – Avaliação de sinais clínicos, exame de imagem de seios paranasais ou endoscópico de vias aéreas. Aspiração de conteúdo sinusal para citologia ou cultivo. • Tratamento e Profilaxia – Lavagem diária por centese, anti-séptico ou antibiótico. EMPIEMA DE BOLSA GUTURAL • O Que É? – A bolsa gutural pode acumular secreção purulenta, levando a uma diminuição no desempenho do animal. • Sinais Clínicos – Acontecem pela distensão da bolsa interferir mecânicamente em nervos craniais. Paralisia facial, síndrome de Horner, dificuldades na deglutição e respiração, disfagia e secreção nasal. • Diagnóstico – Radiografia, endoscopia, centese cutânea e aspiração de material. • Tratamento e Profilaxia – Remoção do material purulento, erradicação das infecções e redução da inflamação. Alívio da angústia respiratória e suporte. Isolamento de animais com suspeita de secreção, evitando infecção. OBSTRUÇÃO DE DUCTO PAROTÍDEO • O Que É? – Afecção de glândulas salivares ou seus ductos, caracterizada pela presença de estruturas calcificadas. • Sinais Clínicos – Sinais de dor, dificuldade para engolir, inchaço na região. • Diagnóstico – Exame clínico e raio-x. • Tratamento e Profilaxia – Cirúrgico ou estimulantes salivares. EHV / RINOPNEUMONITE • O Que É? – Causado pelo herpervírus equino. Se relaciona com o sistema imune do animal, que pode variar conforme estresse, idade e outras questões. • Sinais Clínicos – Acomete vias respiratórias mas pode causar manifestações em outros locais como membros, SN e até aborto. • Diagnóstico – Baseado em sinais clínicos e na detecção viral laboratorial. • Tratamento e Profilaxia – Não há tratamento estabelecido para infectados, mas sim medidas profiláticas de higiene. OBSTRUÇÃO ESOFÁGICA • O Que É? – Causada por alimentos ou corpo estranho preso ao esôfago. Como o cavalo não vomita, pode sufocar e impedir a respiração. • Sinais Clínicos – Disfagia, inquietação, inapetência, tosse. • Diagnóstico – Exame clínico, histórico e raio-x, dificuldade de passagem de sonda nasogástrica. • Tratamento e Profilaxia – Lavagens esofágicas com água morna e administração de medicamentos que relaxa a musculatura esofágica e redução da ansiedade do animal. PNEUMONIA • O Que É? – Enfermidade onde ocorre inflamação do parênquima pulmonar por infecções ou aspirações de conteúdo estranho. Pode ser viral ou bacteriana. • Sinais Clínicos – Febre, tosse seca, corrimento nasal seroso, depressão, perda de apetite e fraqueza. • Diagnóstico – Clínico e histórico. • Tratamento e Profilaxia – Higiene e vacinação, tratamento suporte ao animal, broncodilatador e mucolítico. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS !! Estímulo da dor pode ser mecânico, químico ou térmico. O Que Devemos Se Atentar? – Exame clínico, histórico, semiologia, infecciosas, congênitas, tratamento, trauma, intoxicação, exames. Alterações Neurológicas – Meloencefalite protozoária, leucoencefalomalácia, raiva, tétano, botulismo, trauma encefálico e melopatia estenótica (síndrome de wobbler). Simetria – Atente-se com a simetria do animal referente ao seu andar, membros e outros. MIELOENCEFALITE PROTOZOÁRIA EQUINA O Que É? – Enfermidade neurológica onde o equino é o hospedeiro acidental não infectante, podendo ser assintomático ou sintomático. Conhecida como bambeira. Hospedeiros – Intermediário sendo tatu, raposa, pombo e outros. Definitivo gambá. Patogênese – Sarcocystis neurona, interior dos leucócitos escapam de anticorpos. Sinais Clínicos – Iniciam por volta de três semanas, acometendo áreas do SNC como cérebro (depressão, convulsão e alterações do comportamento), tronco encefálico ou medula espinhal (alterações locomotoras e incoordenação). Diagnóstico – Evolução da enfermidade, avaliação clínica, exames complementares (baixa especificidade, titulação de anticorpo) e animal responsivo ao tratamento. Tratamento – Vários protocolos são utilizados, como pirimetanina, sulfadiazina e coccidiostáticos (diclazuril, efetivo no estágio primário da doença e toltrazuril, efetivo em estágios mais tardios da doença). Além disso, também poderá entrar com administração de antiinflamatórios (DMSO, fenilbutazona e flunixin meglumine) e suplementos (vitamina do complexo B e vitamina E). Prognóstico – Favorável quando o animal volta ao trabalho, reservado quando apresenta sequelas e desfavorável com óbito. LEUCOENCEFALOMALÁCIA O Que É? – Enfermidade neurológica que vai piorando com o passar do tempo, acometido por uma micotoxina que pode estar presente em milhos. Para diagnosticar, é necessário realização de necrópsia. Animal pode ir a óbito ou ser eutanasiado em alguns casos. Contaminação – O animal pode acabar se alimentando com algo contaminado pelo fungo, como grãos de milho por exemplo. Importante garantir a qualidade do alimento. Sinais Clínicos – Incoordenação, ataxia, ptose auricular, palpebral ou labial. A evolução no encéfalo é muito rápida, podendo levar a convulsão e até mesmo óbito. !! Na contaminação, ideal parar de fornecer o alimento com todos animais do local. Pode haver lesão no encéfalo por trauma também. MIELOPATIA ESTENÓTICA CERVICAL Síndrome de Wobbler O Que É? – Compreesão da medula espinhal cervical, gerando bloqueio da condução nervosa no animal. Pode ser oriunda de fatores genéticos ou ambientais. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka ClínicaMédica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Sinais Clínicos – Ataxia, hipermetria, fraqueza. Maior acometimento em jovens. Diagnóstico e Tratamento – Mielografia, raio- x latero-lateral. Tratamento clínico é difícil, mas não impossível, enquanto o cirúrgico é realizado somente se tiver uma chance de recuperação. Prognóstico dependerá da fase da doença, eutanásia ás vezes necessária. TÉTANO O Que É? – Cavalos são mais sensíveis ao tétano, em casos tardios perde-se o animal, em casos precoces é tratável. Sinais Clínicos – Rigidez dos membros, trismo labial, espasmos musculares, hiperestesia, levantamento de cauda e projeção palpebral. RAIVA O Que É? – Uma das principais causas de mortes em equinos. Causada por um vírus, transmitida pela mordedura de animais infectados, normalmente morcegos. Precaução por vacinação. O animal é eutanasiado, material histológico coletado para realização de diagnóstico. Sinais Clínicos – Mudança repentina de comportamento, claudicação, pressionamento de cabeça, dor ou dificuldade em urinar, tremores, convulsões musculares, perda de apetite e sinais neurológicos. BOTULISMO O Que É? – Enfermidade neurológica causada pela ação da toxina produzida pela bactéria Clostrdium botulinum, podendo levar a óbito. O agente pode ser encontrado em vários ambientes, principalmente em forragens contaminadas, solo ou produtos. Sinais Clínicos – Paralisação de partes dos membros, debilidade acentuada, salivação excessiva, dificuldade na deglutição, baixo apetite, tremores musculares e outros. Diagnóstico e Tratamento - A identificação ou diagnóstico não é tão fácil, já que os sinais são muito parecidos com outras doenças, como a raiva, por exemplo. Diante disso recomenda- se uma análise das fezes e dos alimentos que o animal ingeriu. Sendo bastante complicado, o tratamento se baseia na internação do animal afetado, que precisa ter uma nutrição especial por meio de intubação, em virtude de sua debilidade. É necessário em alguns casos ainda que o animal seja mantido suspenso com apoios especiais, além de evacuar e urinar com ajuda manual. Tudo isso atrelado a ministração de medicamentos por meio de soros. A prevenção passa por uma alimentação de qualidade, eliminação de carcaças de animais mortos e higienização de ambientes possivelmente contaminados. ALTERAÇÕES OSTEOARTICULARES E MUSCULOESQUELÉTICAS Músculos – Promove contração e relaxamento. Movimentos básicos de flexão, extensão, adução, abdução e rotação. !! A ranilha do casco ajuda na circulação do sangue do casco ao coração. Preocupação e participação com as extremidades. Movimentação e Locomoção – Perda harmonizada do equilíbrio estático. Vários sistemas se relacionam, como nervoso, esqueleto, ligamentos, articulações, tendões e músculos (principal, promovendo contração e relaxamento além dos movimentos básicos). http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Lesão – Pelo excesso de esforço e impactos, como saltos, excesso de exercício e outros, comum casos e alterações do tipo. Exame Físico – Observar movimentos e efusão fazendo teste de pressionamento. Presença de dor, verificar articulações. Se atentar com questões musculares e termo regulação (contração, calor e temperatura). Músculo Esquelético – Composto na maior parte por água e proteínas. Volume total dos músculos compõe de 75 a 90% de miofibras, além de gordura, vasos capilares e nervos. Metabolismo Muscular – Contração e relaxamento dependente de cálcio e ATP. Metabolismo aeróbio, presença de 02 e mitocôndria. Metabolismo anaeróbio, ausência de 02, glicogênio muscular e hepático, produção de lactato. Síndrome Podotroclear – Navicular. Indicativa de origem degenerativa ou vascular, podendo estar relacionada a alterações biomecânicas do dígito na flexão anormal da articulação metacárpica, que aumenta a pressão dos ossos e ligamentos. Cavalos entre 4-15 anos possuem predisposição pela conformação do casco, ambiente em que se exercitam, castração e esportes. Síndrome da Exaustão Equina – Pode acometer qualquer cavalo, onde a intensidade do exercício leve a fadiga. Comum em cavalgadas, enduro e corridas. Cuidado com animais sem condicionamento físico. Etiopatogenia de calor, URA, transpiração e desidratação (sódio, cloreto, potássio e cálcio). Sinais Clínicos – Alcalose, desidratação e hemoconcentração, depressão, ataxia, taquicardia, taquipneia e hipertermia. Tratamento – Reposição hidroeletrolítica (solução salina + Ca + K + Mg), AINES e ducha fria para o resfriamento do animal. Flutter Diafragmático Sincrônico – Secundário a síndrome de exaustão. Alcalose metabólica, sincronismo de FC e FR e músculo diafragmático. Tratamento com equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-base, não usar ringer com lactato devido à alcalose metabólica. Mioglobinúria Paralítica – Azotúria, doença da segunda-feira e rabdomiólise Sinais Clínicos – Fadiga muscular, rigidez a locomoção, incoordenação motora, dor, tremores musculares e hipertermia. Mioglobinúria, urina apresentará diferentes colorações conforme a severidade. Patogenia – Lesões musculares, excesso de ácido lático e destruição de células musculares. Libera mioglobina, que filtrada nos rins gera a liberação na urina. Diagnóstico – Aparecimento dos sinais após exercícios, animais superalimentados ou em repouso e condicionamento. Tratamento – Clínico, fluidoterapia, antiinflamatório, relaxantes musculares e repouso absoluto. Prognóstico – Depende da agressividade da lesão muscular. Individualidade do animal, enfermidades secundárias com problema renal e laminite. !! Identificar os limites individuais. Instituir um protocolo de condicionamento. Verificar sempre condição corporal e peso. Termorregulação, tecido adiposo e hidratação. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka TIMPANISMO RUMINAL Distúrbio metabólico caracterizado pela dificuldade de eliminação de gases da fermentação ruminal, gerando distensão acentuada de rúmen e retículo, dificuldade respiratória e circulatória podendo levar ao óbito. Se classifica em: • PRIMÁRIO: Alterações na produção de saliva e aumento da produção de bolhas, timpanismo espumoso; • SECUNDÁRIO: Distensão ruminal por excesso de gás livre, dificuldade de eructação, timpanismo gasoso; Timpanismo Espumoso – Dietas que promovem a formação de espuma dentro do rúmen. Ocorre rápida distensão do rúmen, falta do apetite, animal deita e levanta com frequência. Aumento de viscosidade do líquido ruminal, presença de bolhas por períodos prolongados sem eliminação. Alteração de salivação, modificação do pH ruminal e estabilidade da espuma. Origem da espuma pelo aumento da população de bactérias produtoras de muco, retenção de gases produzidos por alimentos finamente moídos e armazenamento do gás produzido. !! Animais que produzem menos saliva são susceptíveis, pois o bicarbonato neutraliza ácidos ruminais pelo pH ruminal, além de que mucoproteínas salivares aumentam a viscosidade e mucinas salivares diminuem Timpanismo Gasoso – Produção em excesso de gás e diminuição do pH ruminal por dietas, ou dificuldade de eructação gerando bolsa de gás livre no rúmen. Pode tambémocorrer falha na eructação por causas extra-ruminais, parada respiratória, obstrução física em região esofágica ou faríngea, corpos estranhos, tumores, abscessos, linfonodos aumentados ou lesões em vias nervosas. Fisiopatologia – Receptores presentes na mucosa do rúmen facilitam a contração quando estimulados, distensões acima do limiar para os receptores inibem as contrações. No timpanismo espumoso, ocorre pela ingestão de leguminosas viscosas e úmidas (alfafas), concentrados que se alojam entre as bolhas de gás e impedem a junção delas. A viscosidade evita a eliminação dos gases, assim como impede a eructação (obstrui o cárdia) e impede seu relaxamento. Já no timpanismo gasoso, ocorre pela ingestão de grande quantidade de alimento, produção de alta taxa de AGV e pela fermentação, diminuindo o pH e produzindo ácido láctico, inibindo contrações e acumulando gás. Também pode ocorrer por causas extra- ruminais como obstrução esôfágica, anormalidades e fármacos (xilazina). Sinais Clínicos – Assimetria abdominal esquerda, distensão da fossa paralombar. Cólica, micção e defecação frequentes, protrusão de língua. Contrações ruminais aumentadas, com ruídos diminuídos até cessar completamente, parada da eructação. Taquipnéia, cianose e colapso respiratório. Diagnóstico – Sinais clínicos, colheita e análise do líquido ruminal para verificar presença de espuma e análise do pH que deve estar entre 5,5 a 7,4 variando conforme a alimentação. Diagnóstico Diferencial – Carbúnculo sintomático ou hemático, edema maligno, hemoglobinúria bacilar. Tratamento – Para timpanismo gasoso, sondagem, trocartização, ruminotomia e retirada da pastagem. Para timpanismo espumoso, administração de anti espumantes, surfactantes ou óleos minerais, sondagem calibrosa, trocartização, estimulador de salivação e ruminotomia. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Prevenção e Controle – Utilização de surfactantes na dieta, pulverizados ou aplicados nos animais com poloxaleno. Ionóforos, redução dos timpanismos gasosos por inibição da atividade dos microorganismos. Diminuição e inibição de G+, estímulo de G-. Maior propionato, diminuição de butirato e acetato, eficiência no metabolismo protéico-energético de bactérias ruminais. Fornecimento de quantidade adequada de fibras na dieta e administração de grãos com trituração média. ACIDOSE LÁCTICA RUMINAL Distúrbio fermentativo ruminorreticular, causado pela ingestão de grande quantidade de carboidratos fermentáveis. Associa-se com alterações da dieta, comum em animais sob criação intensiva. Tem alta morbidade e mortalidade, principalmente em não tratados. Fatores Determinantes – Rápida ingestão de grãos fermentáveis, mudança no concentrado sem o período de adaptação adequado, consumo acidental e ingestão além da capacidade em vacas recém-paridas (balanço energético negativo e adaptação ruminal). Patogenia: 1. Acidose Ruminal – Mudança na microflora e população microbiana ruminal e Streptococcus bovis (que digere carboidrato e produz ácido láctico). Diminuição acentuada do pH, morte das bactérias celulolíticas e protozoários. 2. Acidose Láctica Ruminal: Aumento na concentração dos AGV, diminuindo pH ruminal. Ação dos lactobacilos sobre carboidratos, produção de ácido láctico que aumenta osmolalidade ruminal, gerando diarréia e desidratação por sequestrar líquido da circulação. 3. Acidose Metábolica: Sistêmica, absorção do ácido láctico para a circulação. Tamponado pelo bicarbonato do plasma. Redução das reservas de bicarbonato em casos graves, diminuição do pH sanguíneo, pressão arterial, redução na perfusão do oxigênio tecidual e maior produção de ácido láctico. Sinais Clínicos – Variam conforme a rapidez da fermentação e adaptação da microflora ruminal. Podem ser moderados (acidose, taquipneia e taquicardia, distensão e desconforto ruminal, diarréia acinzentada ou amarelada) ou graves (anorexia, depressão, ataxia, cegueira, desidratação, hipertermia, mucosas pálidas, respiração acelerada, perda de estratificação ruminal, diarréia profusa, decúbito permanente, coma e óbito), além de crônica (timpanismo irregular recidivante, quadros de laminite, crescimento anormal dos cascos e claudicação). Patologia: • Macroscopicamente: Conteúdo ruminal líquido e amarelado, sangue escurecido. Ruminite química aguda, manchas azuladas em saco ventral do rúmen, retículo e omaso. • Microscopicamente: Aumento de papilas ruminais, vaucolização citoplasmática de células epiteliais. Infiltrado inflamatório em mucosa e submucosa. Áreas de erosão e ulceração. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Diagnóstico Diferencial – Indigestão simples, enterotoxemia em bezerros, acetonemia, paresia puerperal hipocalcêmica, poliencefalomalácia e peritonites. Prognóstico – Favorável em casos leves, reservado em casos moderados e desfavorável em casos graves. Tratamento – Corrigir a acidose ruminal com lavagens com água ou agentes alcalinizantes, utilizando hidróxido de magnésio. Corrirgir a acidose sistêmica com bicarbonato IV a 5% e depois bicarbonato a 1,3%. Restaurar o líquido e eletrólitos perdidos, estimular a motilidade ruminal e intestinal e fornecer fibras altamente palatáveis, exercitar o animal e em alguns casos ruminotomia. Prevenção – Período de adaptação gradual ao fornecimento de grãos. Uso de ionóforos, salinomicina, monensina e lasalocida. Estímulo de gram – e inibição de gram +. RETICULITE TRAUMÁTICA Comum em bovinos e raros em pequenos ruminantes. Perfuração da parede do retículo por corpo estranho pontiagudo. Pode ser localizada ou generalizada. Fisiopatogenia – Hábitos de ingestão, mucosa do retículo. Alojamento do corpo estranho na porção inferior do saco ventral do rúmen. 1. Penetração no Retículo – Laceração sem ruptura da serosa, assintomática e CE poderá ser corroído. Laceração da erosa e mucosa, reticulite com ou sem peritonite. 2. Peritonite Local Aguda – Sinais aparecem 24hrs após a perfuração. Desenvolve aderências fibrosas que podem ser graves, diminuindo a motilidade reticular e gerando abscessos. Sem aderências pode ocorrer peritonite local persistente, com sinais clínicos evidentes. 3. Peritonite Generalizada e Extensão da Doença – Geralmente em animais com a lesão e que foram deslocados, forçados a andar. Corpo estranho pode perfurar o saco pleural ou pericárdico, causando pericardites, indigestão vagal, hérnia diafragmática, abscessos hepáticos e esplênicos. Disseminação via hematógena, causando endocardite, artrites, nefrites e abscessos pulmonares. Sinais Clínicos – Relutância em andar, subir ou descer. Queda na produção de leite, dorso arqueado, abdução dos cotovelos, febre, anorexia, taquicardia, diminuição da frequência ruminal e dor abdominal. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Diagnóstico – Provas de sensibilidade do retículo, prova do bastão, percussão dolorosa e prova dos planos inclinados. Hemograma normal em casos iniciais, leucocitose por neutrofilia com desvio a esquerdaregenerativo em casos mais avançados e hiperproteinemia. Abdominocentese, pericardiocentese. Radiografias do retículo e ferroscopia (aparelho detector de metais para verificar corpos estranhos metálicos perfurantes ou não, associando com as provas de dor). Provas Complementares – Ferroscopia, palpação interna, ruminotomia, laparoscopia reticular e radiografia em animais pequenos. Tratamento – Conservatido, ímas enjaulados. Antibioticoterapia (penicilina e antibióticos de amplo espectro), confinamento, ruminotomia e drenagem dos abscessos com US. DESLOCAMENTO DO ABOMASO À ESQUERDA Maior frequência em vacas adultas e de grande porte, com alta produção de leite no período pós-parto. Tem alta relação com balanço energético negativo, aumento da produção de AGV e diminuição da motilidade abomasal, gerando distensão e deslocamento. Fatores Predisponentes – Retenção de placenta, metrites e hipocalcemia pós-parto, cetose e toxemias mastíticas. Diminuição do tamanho ruminal gera diminuição do apetite, facilitando o deslocamento. Sinais Clínicos – Inapetência, anorexia, queda na produção leiteira, cetose, apetite seletivo, diminuição de movimentos ruminais, presença de sons metálicos, dor, distensão abdominal e aumento de volume na fossa paralombar esquerda. Exames Complementares – Aumento nos níveis sanguíneos de AST e B-hidroxibutirato (indicando lesão hepática e cetose), abomasocentese (Ph ácido e ausência de protozoários) e palpação retal (vazio na porção ventral direita do abdômen, rúmen diminuído de tamanho e abomaso deslocado). Tratamento – Gluconato de cálcio IV, fluidoterapia com eletrólitos e glicose, metaclorpramina, neostigmina. Abomasopexia paralombar e paramediana, omentopexia paralombar, técnica de sutura fechada, rolamento da vaca, laparoscopia e tratar cetose com glicose e propilenoglicol. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka DESLOCAMENTO DO ABOMASO À DIREITA Causas semelhantes ao DAE, associada ao vôlvulo abomasal. Causas por atonia abomasal, com dilatação e deslocamento. Produção excessiva de gases e AGV com dieta rica em grãos. Acometem vacas leiteiras adultas bastante alimentadas após o parto. Fisiopatogenia: 1. Dilatação e Deslocamento – Atonia abomasal, acúmulo de líquido e gás com distensão e deslocamento na direção caudal. Secreção contínua de ácido clorídrico, cloreto de sódio e potássio para dentro do abomaso. Desidratação e alcalose metabólica, hipocloremia e hipocalemia. 2. Vôlvulo – Abomaso distendido pode se torcer no sentido horário ou anti horário, em até 270º. Sinais Clínicos – Dilatação e deslocamento, inapetência, queda na produção leiteira, fezes reduzidas, depressão, desidratação, fraqueza muscular, mucosas secas e pálidas, atonia ruminal com conteúdo pastoso, aumento de volume abdominal direito e pings na percussão auscultatória, aumento do órgão notado na palpação retal. Fraqueza, taquicardia, e até morte em 48 a 96 horas com choque e ruptura do órgão. Exames Complementares – Bioquímica sérica (hiperproteinemia, alcalose metabólica, hipocloremia e hipocalemia), hemograma (leucopenia com neutropenia e desvio a esquerda, necrose e peritonite), abomasocentese (pH 2 a 4, sangue quando vôlvulo, presença de líquido). Tratamento – Gluconato de cálcio, feno de boa qualidade, reposição hidroeletrolítica, soluções isotônicas de cloreto de potássio e de amônio. Laparatomia para liberar gás e corrigir o vôlvulo. HIPOCALCEMIA PUERPERAL Febre do leite ou febre vitular É uma doença metabólico-nutricional, onde ocorre um desequilíbrio de cálcio sanguíneo do periparto até 72hrs pós parto. Cerca de 50% dos casos possuem hipocalcemia subclínica ou com hipomotilidade ruminal e abomasal, queda no consumo alimentar e redução temporária de Vitamina D. Ocorrem perdas econômicas, complicações secundárias, alto custo do tratamento e possíveis mortes. Sinais de atonia ruminal, mastite, metrite e retenção de placenta. !! Comprometimento da regulação de cálcio, desequilíbrio cátion e ânion. Com aumento de cátions no sangue, ocorre alcalinização do pH, gerando uma menor ligação do PTH com receptores no tecido ósseo e renal, ocasionando uma menor reabsorção de cálcio. Durante o parto, a vaca tem necessidade de altas concentrações de cálcio pelas contrações musculares, para uma rápida reposição dos níveis plasmáticos. !! Paratireóide secreta pouco PTH em virtude da baixa demanda de cálcio pré parto. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Sinais Clínicos: 1. Primeiro Estágio: Aproximadamente nas primeiras 8 horas. No sistema músculo- esquelético, ocorre relutância em locomover-se. Rigidez, ataxia e anorexia. Espasmos musculares e debilidade. Excitação e hipersensibilidade. Temperatura e frequência ruminal com ligeiro aumento. 2. Segundo Estágio: Decúbito esternal, incapacidade de se levantar, paralisia flácida na musculatura. Estase gastrointestinal e timpanismo secundário, constipação, relaxamento do ânus e perda do reflexo anal. Inércia uterina, retenção placentária e interrupção da parição. No sistema nervoso, sinais de depressão, sonolência, bruxismo, insensibilidade cutânea, posição de auto- auscultação e dor, olhos secos e fixos, pupilas dilatadas, reflexo pupilar à luz ausente ou diminuído. Aumento de FC com hipofonese, diminuição do pulso arterial e pressão venosa, muflo seco, pele e extremidades frias. 3. Terceiro Estágio: Temperatura abaixo de 36ºC, FC alta com hipofonese, pulso não perceptível. Timpanismo marcante, decúbito lateral, flacidez muscular, perda da consciência e estado de coma. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Tratamento – Gluconato de cálcio, administrando lentamente sob auscultação cardíaca. Interromper em casos de arritmias, bradicardias e taquicardias. Associar com MgSO4. Gel de propionato de cálcio, cloreto de cálcio e análogo da Vitamina D3. Prognóstico – Bom quando tem resposta positiva ao tratamento. Mau em casos de decúbito prolongado, lesão muscular e CPK persistente. Prevenção e Controle – Controlar a administração de Ca/P na dieta pré-parto. Reduzir o teor de K na dieta pré-parto. Divisão do período de secagem, cuidado com efeitos colaterais da Vitamina D durante o pré-parto e PTH intra-muscular seis dias pré-paro. Dieta aniônica com sulfato e cloreto, fontes de enxofre e cloro, formulação e controle do pH. CETOSE Actonemia, acetonúria e hipoglicemia Desordem no metabolismo de carboidratos e gorduras. Ocorre normalmente antes e durante o pico de lactação. Presença de elevados níveis de corpos cetônicos e ácidos graxos livres no plasma sanguíneo, levando o animal a transtornos metabólicos. Necessidade de mobilização de gordura para atender a demanda energética pós parto, gerando um balanço energético negativo. !! Animais de alta produção leiteira estão em balanço energético negativo na fase inicial da lactação. Alguns não são capazes de retirar essa energia de suas reservas orgânicas, pois estão sendo exigidos em um consumo energético muito menordo que a necessidade energética. O fígado não consegue transformar essa grande quantidade, acumulam-se ácidos graxos livres no fígado sob a forma de triglicerídeos e uma parte é convertida em corpos cetônicos, gerando aumento deles mas uma diminuição de glicose no sangue. Manifestações Clínicas – Hipofagia, emagrecimento, hipogalaxia, relutância na locomoção, depressão, odor cetônico no leite e cavidade oral, além de comprometimento do sistema nervoso central como incoordenação, ataxia, agressividade, pressão da cabeça etc. Diagnóstico – Manifestações clínicas, monitoramento e exames laboratoriais. Pesquisa de corpos cetônicos no leite, na urina, prova rothera posititiva. Hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia, aumento de enzimas hepática,s biópsia e histopatoógico com esteatose hepática e prova de flutuação do tecido hepático. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Tratamento – Glicose via parenteral, precursores de glicose em excesso, avaliar necessidade de transferência de líquido ruminal, glicocorticóides, insulina humana. Prevenção – Consumo de alimento no pré- parto tendo 3,6 a 4,1kg de concentrado. Aumento gradual no pós parto até duas semanas após. Uso de ionóforos. TOXEMIA DA PRENHEZ Doença do Sono, Doença dos Partos Duplos ou Toxemia da Gestação Caracterizada por hipoglicemia, cetose e acidose metabólica. Como fatores predisponentes, citamos o manejo nutricional inadequado, subalimentação ou superalimentação. Ocorre normalmente no terço final da gestação, girando uma hipoglicemia por aumento dos corpos cetônicos no fluídos orgânicos. • Toxemia Primária – Mais comum em rebanhos. Alteração nutricional no final da gestação, período de jejum. Condições de estresse associados a transporte, mudança de ambiente e estabulação. • Toxemia Por ECC Elevado – Condição corpórea aumentada, ECC acima de 4. Diminuição ruminal por excesso de gordura abdominal e pressão dos fetos em desenvolvimento, queda da ingestão voluntária alimentar. Metabolização de gorduras alterada, hipocalcemia e hipercetonemia. • Toxemia Por Inanição – Animais em pastejo extensivo, muitos magros que utilizam reservas de gordura corporal. Secas prolongadas, sem suplementação. É a forma menos comum. • Toxemia Secundária – Comprometimento da ingestão derivada de doenças como podridão dos cascos, haemoncoso e outras verminoses. Sinais Clínicos – Inicialmente devemos realizar a separação do lote ao notar sinais de inapetência, cegueira aparente, estado de alerta, relutância à locomoção, constipação, fezes escassas e ranger de dentes. Podem ocorrer lesões a nível cerebelar, diencéfalo ou do córtex cerebral, gerando sinais como cambaleios, depressão, salivação, surdez cortical, hiporexia, abortamentos entre outros até coma e morte. Diagnóstico – Associar anamnese com sinais clínicos e exames laboratoriais que indicarão cetose, cetonúria, pH mais ácido, hipoglicemia e aumento de enzimas hepáticas. Tratamento – Ineficaz se houver lesão encefálica. Deve-se realizar a correção da acidose metabólica, realizando lavagem com água e agentes alcalinizantes. Correção da hipoglicemia. Terapia oral com substratos gliconeogênicos. Estimular apetite e induzir parto com utilização de dexametasona. Prevenção e Controle – Evitar alterações repentinas na alimentação do animal. Evitar estresse de transporte no final da gestação. Animais com ECC alto devem ser soltos em piquetes entre 2 a 4 horas diárias, monitorando fêmeas gestantes sempre. Garantir aumento nutricional na segunda metade da gestação. Separar lotes por idade gestacional e ver quantidade de fetos por US. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka TUBERCULOSE BOVINA Enfermidade infectocontagiosa granulomatosa crônica de caráter progressivo. É uma zoonose, acometendo principalmente bovinos e bubalinos. Controle realizado pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT). Animais apresentam lesões nodulares em qualquer órgão ou tecido. Etiologia – Bactérias do gênero Mycobacterium. Sobrevivem e multiplicam-se em macrófagos, resistentes à lise fagocitária. M. bovis e M. tuberculosis podem causar tuberculose humana. Vias de Eliminação – Secreções respiratórias principalmente. Leite e colostro (principal fonte para o homem), fezes, urina e sêmen. Vias de Transmissão – Aerossóis, água e alimentos contaminados, ou leite contaminado para os bezerros. Fisiopatogenia – Após ingresso no organismo via respiratória, ocorre multiplicação nas células fagocitárias, formando nódulos. Ocorre lesão em órgãos parenquimatosos e linfonodos regionais. Em via digestiva, multiplicação ocorre na mucosa intestinal. Não há formação de nódulos, ocorrendo renovação epitelial interstinal. Sinais Clínicos – Perda de peso, queda de produção leiteira, debilidade, anorexia, caquexia, manifestações respiratórias como tosse crônica, corrimento, dispnéia e taquipnéia, temperatura oscilante. Exame Clínico – Buscar alterações em linfonodos uni ou bilateralmente, alterações respiratórias, neurológicas, alterações em glândulas mamárias ou características do leite, alterações no genitourinário como odor amoniacal, proteinúria, corrimentos e outros. Buscar alterações oculares, ossos e articulações, examinando o animal no geral. Diagnóstico – Identificação e isolamento do agente em material biológico ou com resposta imunológica do hospedeiro. Inspeção de carcaça pela necrópsia, com nódulos a partir de 1cm de diâmetro com aspecto purulento ou caseoso, encapsulados. Diagnóstico alérgico-cutâneo a partir de 3 a 8 semanas de pós exposição, pelo métdo de tuberculinização com aplicação intradérmica de PPD para evidenciar a sensibilidade alérgica a proteínas específicas. Teste da cervical simples e comparativo. Controle e Profilaxia – Conhecer a situação sanitária do rebanho. Rotina de testes tuberculínicos, comprar animais com testes negativos recentes. Realizar quarentenas, repetindo testes antes da introdução no lote. Instalações adequadas com ventilação e exposição solar. Higienização e notificação de animais positivos com interdição da propriedade e eutanásia dos reagentes. PNEUMONIAS Causada por agentes virais, parasitários ou bacterianos, associadas a animais com baixa imunidade e bezerros. É a inflamação do parênquima pulmonar, geralmente acompanhada por inflamação de bronquíolos e pleuras. Se classificam em brônquicas (invasão de agentes patogênicos, penetram nos http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka pulmões e causam depressão, febre, hiperemia, ingurgitação de vasos), intersticiais (reação após ingestão ou inalação de toxinas ou alérgenos, clinicamente atípicas e sem resposta a antibióticos, infecções virais isoladas) ou metastásicas (sinais de septicemia, ruídos e lesões disseminadas, hemoptise, embolia séptica dos pulmões causadas por outros focos no organismo). Fatores Predisponentes – Falha na transferência de imunidade passiva, volume e qualidade de colostro fornecido. Deficiências nutricionais.Condições ambientais adversas. Alojamento e superlotação. PASTEURELOSE PULMONAR BOVINA Febre do Transporte ou Febre do Embarque Causada pela bactéria Pasteurella multocida e Mannheimia haemolytica. São habitantes do trato respiratório anterior de animais sadios, onde após estresse ou infecção viral, tem um rápido aumento na taxa de replicação resultando em colonização bacteriana no pulmão. Acomete bovinos de qualquer raça, sexo ou faixa etária, com maior predisposição em bezerros ou exposição ao estresse. Sinais Clínicos – Depressão, anorexia, hipertermia, descarga nasal serosa a mucopurulenta, respiração rápida, tosse, pleurite, alterações na ausculta pulmonar. Prevenção – O manejo deve ser adequado para diminuir ao máximo o estresse, evitando modificações de ambiente. Imunização. Diagnóstico – Anamnese, sinais clínicos, isolamento e identificação do agente infeccioso, lavado traqueobrônquico e tecido pulmonar, lesões de necrópsia com intumescimento e vermelhidão em lobo cranial pulmonar. Tratamento – Isolamento, antibacterianos de amplo espectro. Medicação em massa no alimento e água tem utilização limitada. !! O vírus Parainfluenza-3 e Paramyxoviridae pode, estar como invasor secundário de Pasteurella, causando sinais como febre, anorexia, lacrimejamento, tosse e descarga nasal serosa. Profilaxia com antibióticos, higienização, corticosteróides e anti-histamínicos. PLEUROPNEUMONIA CONTAGIOSA Causada pela bactéria Mycoplasma spp, responsável por outras enfermidades reprodutivas em ruminantes. Zoonose pela ingestão de leite contaminado. Altamente contagiosa, caracterizada por extensas lesões supurativas envolvendo pulmões, pleura e pericárdio. Tem morbidade alta. Animais curados continuam portadores. Sinais Clínicos – Hipertermia, anorexia, respiração dolorosa, dificuldade de locomoção, isolamento, dispneia, tosse, salivação intensa e corrimento nasal mucopurulento. Diagnóstico – Fixação de complemento, necrópsia e sinais clínicos. Tratamento e Controle – Indicado em áreas endêmicas e portadores. Notificação compulsória, abate de positivos. Quarentena, sorologia e imunização. DICTIOCAULOSE Causada pelo parasita Dictyocaulus viviparus ou filaria, sendo a principal causa de bronquite parasitária bovina. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka Alex Dinis Júnior – 8º Período | @vet.baka Clínica Médica de Grandes Animais I Profº Me. Fábio André Ferreira Custódio Profº Me. Paulo José Sanchez Alex Dinis Júnior – 8º Período @vet.baka Sinais Clínicos – Variação de tosse intermitente pelo esforço físico, taquipnéia grave, dispneia, auscultação com chiados. Diagnóstico – Exame parasitológico de fezes, necrópsia e verificação do parasita. Tratamento – Antihelmínticos. RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA BOVINA Causada pelo vírus de família Herpesviridae. É um vírus envelopado, muito sensível a detergentes, desinfetantes e solventes lipídicos. Instável no meio ambiente. Transmitido por descargas e secreções. Causa destruição do epitélio ciliar, compromete o trato respiratório. Sinais Clínicos – Anorexia, hipertermia, mucosas hiperêmicas, corrimento seroso em olhos e narinas, agitação e tosse, morte. Diagnóstico – Histórico da propriedade, isolamento viral e sorologia. Tratamento – Antibioticoterapia em casos de infecção bacteriana. Ineficaz em processos virais, tratando sintomas. Profilaxia – Vacinação inativa ou atenuada. http://www.instagram.com/vet.baka http://www.instagram.com/vet.baka
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