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O ensaio apresentado sobre a obra “Os Problemas da Filosofia” de Bertrand Russell com a proposta de avaliação individual e produção textual do graduando Francisco Jefferson Ribeiro da Costa, referente a matrícula: 385913, relativo ao 6°semestre, para disciplina: História da Filosofia IV (Contemporânea 2). Prof. LUIS FELIPE ESTEVINHA TEMA: Explicitar os conceitos em jogo, indique e critique a relação entre conhecimento e universais estabelecida por Russell. Penso que diferentes problemas filosóficos separados se ligam entre si e pode-se dar uma ideia melhor de sua importância relativa. O Conjunto dos Universais englobam as premissas e as coisas que nele estão, como objetos materiais e imateriais, senso comum, corpo, mente (consciência), etc. É visto que dentro do Universo inclui também as coisas que não sabemos que possa estar nele e as coisas importantes que estes vários tipos de coisas estão relacionados entre si. O primeiro e o mais importante problema filosófico é dar uma descrição geral de todo o Universo, pois o conjunto dos universais engloba um número enorme de objetos materiais e imateriais que existem, além do que não sabemos que existe que, portanto, possa estar nele. As muitas perspectivas que o senso comum contém, veio ao longo da humanidade mudando, algumas vezes, o que muitos filósofos concluem que por mais perspectivas o senso comum pode ter, não se iguala o Conjunto dos Universais, pois este com inúmeras perspectivas e um grande número de objetos materiais permaneceu, pelo que sabemos, o mesmo. Penso que os muitos fatores que estão dentro do Universo se interligam de diversas formas, as quais compõem diversas outras coisas que também estão no Universo. Dentro do próprio Conjunto Universo os objetos materiais, nele presente, podem estar dentro de um espaço, o qual corresponde a um fator distância, por exemplo a terra falando em modo geral) a tantos milhões de milhas de distância do sol em uma direção, e a muito milhões de milhas da estrela polar em outra direção. Segundo Russell, para entendermos uma proposição é necessário que ela seja composta de elementos constitutivos dos quais tenhamos um conhecimento por familiaridade. E só podemos ter conhecimento por familiaridade quando temos conhecimento direto do objeto, quando o objeto for apresentado diretamente à nossa frente, ou seja, é aquele em que aprendemos diretamente ao objeto. Russell entende que o conhecimento por familiaridade são os aprendidos diretamente pelos sentidos como as cores, os odores e os sabores. O conhecimento por familiaridade não é passível de dúvida, é um conhecimento certo. Temos o conhecimento direto de algo quando sabemos diretamente dele, sem nenhum intermediário, ou seja, sem haver algum processo de interferência, por exemplo o conhecimento das cores, grandezas, sabores e odores, é direto. O pressuposto epistemológico lançado por Russell é o de que, para conhecermos um complexo, temos que ter familiaridade com cada um de seus componentes. Afirma ele que "não é fácil dizer se é possível conhecer um complexo sem tomar conhecimento dos seus componentes". Disso decorre, segundo Russell, que ninguém tem conhecimento do "eu". Segundo Russell os objetos físicos somente são conhecidos por familiaridade. Nesse caso, uma cadeira ou uma mesa seriam uma construção lógica de dados sensoriais em que o indivíduo teve em contato. Russell conclui que é na estrutura e forma lógica que encontramos os elementos que compõe os objetos. Logo, fonte de conhecimento é obtida unicamente por vias dos sentidos e todo o conhecimento envolve ou pressupõe uma relação direta do sujeito cognoscente com algum objeto. Assim, para entender uma palavra é necessário que se tenha conhecimento por familiaridade do que ela significa. Russel coloca os universais como imóveis e eternos, mas escapa-lhe a dimensão do universal, que não é ser eterno, mas ser uma essência geral, que engloba numerosos particulares. Um microrganismo pode ter apenas dez segundos de vida e não deixa de ser um universal porque se traduz em bilhões de exemplares vivos que duram dez segundos cada um é a lei da multiplicação de cópias que faz uma coisa ou conceito ser universal e não a sua eternidade. Assim, Russel não contempla o conceito de universal instantâneo que deve integrar a noção de universal, há universais intemporais e universais temporais. Entretanto tem-se conhecimento direto e imediato de um objeto ou de uma coisa quando esse conhecimento não é o resultado de qualquer processo de inferência. Algo é conhecido direta e imediatamente, pois, quando se oferece numa relação de familiaridade, aquele que conhece sem ser por intermédio de qualquer outra coisa. Russell mantém que temos conhecimento direto e imediato dos nossos dados dos sentidos, de propriedades universais e de relações. Ele alerta ainda para o fato de que “entre os objetos dos quais temos conhecimento direto e imediato não estão incluídos objetos físicos, nem as mentes de outras pessoas. Não podemos ter conhecimento direto e imediato objetos físicos porque simples inferências não podem constituir o objeto de nenhuma familiaridade feita nesses termos.’’ Em quase toda a nossa discussão anterior nos preocupamos com a tentativa de lançar luz sobre nossos dados no processo do conhecimento da existência, pois que coisas existem no universo cuja existência nos é conhecida porque temos um conhecimento direto delas? Até aqui nossa resposta foi que temos um conhecimento direto dos nossos dados dos sentidos, e, provavelmente, de nós mesmos. Sabemos que isso existe e os dados dos sentidos passados que recordamos, sabemos que existiram no passado. Mas se quisermos fazer inferências destes dados, se quisermos conhecer a existência da matéria, de outras pessoas, do passado anterior ao começo de nossa memória individual, devemos conhecer princípios gerais de algum gênero por meio dos quais possamos fazer as inferências. Devemos saber que a existência de uma espécie de coisa, A, é um sinal da existência de uma outra espécie de coisa, B, seja ao mesmo tempo que A, seja em algum tempo anterior ou posterior, como, por exemplo, o trovão é um sinal da existência anterior do relâmpago. Se acaso não conhecêssemos isso, nunca poderíamos ampliar nosso conhecimento para além da esfera de nossa experiência e esta esfera, como temos visto, é limitada. Russell faz a reflexão crítica acerca da indução, diz ele que para além da experiência que nos é dada diretamente pelos sentidos, todo o resto depende do conhecimento gerais. A crença de que o Sol renascerá amanhã afirma na convicção de que as leis da natureza continuarão inalteradas porque é isso que, até agora, sempre se têm verificado. Outro caso pertinente é o dos cisnes, foi observado por muito tempo que havia apenas cisnes de cor branca, no entanto, bastou aparecer um cisne negro que todas as perspectivas daquela premissa indutiva não ser mais considerada, assim um número qualquer de casos do passado em que a lei se verificou não garante a sua verificação no futuro, as nossas expectativas serão apenas prováveis. Não há, pois, que procurar provas de que as expectativas se realizarão, há apenas que obter razões para apoiar a nossa crença de que será verdadeira que se verifiquem. Apesar mesmo tendo presente o êxito conseguido pela ciência no seu objetivo de encontrar leis que, no âmbito da nossa experiência, não apresentam exceção a validez desta probabilidade depende do princípio da indução. Russell acrescenta: "Toda a sorte de conhecimento que, tomando a experiência como fundamento, pretende revelar-nos alguma coisa sobre o que não foi experienciado, tem a sua base numa crença... A existência e justificação de crenças, de que o princípio indutivo é um dos exemplos, evoca problemas dos mais difíceis, dos mais debatidos da filosofia". A indução propõe talvez o mais difícil problema em toda a teoria do conhecimento. Toda lei científica é estabelecida por seu intermédio, e, no entanto, é difícil ver porque a julgaríamos um processo lógico válido. Aindução, em seu fundamento, consiste do seguinte argumento, já que A e B têm sido encontrados juntos muitas vezes, e jamais separados, quando A for encontrado outra vez, B provavelmente o será também. Isto ocorre, primeiro, como "inferência fisiológica", e como tal é praticado por animais. Quando começamos a refletir, nós nos descobrimos a fazer induções no sentido fisiológico, por exemplo, à espera de que o alimento que vemos possua um certo gosto. Com frequência só nos damos conta dessa expectativa quando ela nos desaponta, isto é, se provamos sal julgando ser açúcar. Ao abraçar a ciência, a humanidade tentou formular princípios lógicos justificadores desse gênero de inferência. Estou convencido de que a indução deve ter alguma validade, até certo grau, mas o problema de mostrar como ou por que ela pode ser válida continua insolúvel. Enquanto isso não for resolvido, o homem racional duvidará se o alimento o nutrirá, e se o Sol se erguerá amanhã. E mesmo que não possamos ser completamente racionais, faríamos o possível, sem dúvida alguma, para sermos mais racionais do que somos. Nenhum dos problemas que levantamos são novos, bastam para indicar que nossas opiniões cotidianas sobre o mundo e nossas relações com ele são insatisfatórias. Talvez descobríssemos ter ideias erradas a respeito do conhecimento, e que nossas dificuldades crescem menos quando dispomos, neste particular, de ideias mais corretas. Penso que deveríamos iniciar nossa fase filosófica pela tentativa de compreender o conhecimento como parte da relação do homem com sua ambiência, esquecendo, por enquanto, as dúvidas fundamentais que estivemos a considerar. Talvez a ciência moderna nos capacite a ver problemas filosóficos sob uma nova luz. Nessa esperança, vamos examinar a relação do homem com o seu meio, com o intuito de chegar a uma visão cientifica do que constitui o conhecimento. Referências Bibliográficas RUSSEL, Bertrand. Problemas fundamentais de filosofia. In: RUSSELL, Bertrand. Lógica e conhecimento. 1°. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1974. cap. I, XI e XII, p. 363-415. v. 5