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Rev Clin DPress 2008, Distalizacoes de molares, H Villela

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40 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
Caso Clínico
Distalização de molares utilizando 
microparafusos ortodônticos de 
titânio autoperfurantes
Henrique Mascarenhas Villela*, Andréa Lacerda Santos Sampaio**, 
Leandro Neiva Lemos***, Évelin Rocha Limoeiro****
 * Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela ABO-BA. Professor dos cursos de aperfeiçoamento e especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO-BA.
 ** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela ABO-BA. Professora dos cursos de aperfeiçoamento e especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO-BA.
 *** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela ABO-BA.
 ***** Aluna do curso Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial pela ABO-BA.
Resumo
A distalização de molares superiores con-
siste numa excelente estratégia de trata-
mento para a correção das más oclusões 
de Classe II de natureza dentoalveolar ou 
para a compensação das más oclusões de 
Classe II de natureza esquelética modera-
da, reduzindo o número de indicações de 
extrações de pré-molares superiores. Esta 
abordagem vem sendo cada vez mais uti-
lizada por meio de dispositivos que não 
dependem da colaboração do paciente, 
com o intuito de tornar os tratamentos 
mais previsíveis. Os dispositivos intra-
bucais convencionais de ancoragem não 
Palavras-chave: Microparafusos ortodônticos. Mini-implantes. Ancoragem. 
Distalização de molares. Autoperfurantes.
são capazes de oferecer total eficiência, 
resultando em movimentações dentárias 
indesejadas, que podem comprometer o 
resultado final ou aumentar o tempo to-
tal de tratamento. Com a utilização dos 
microparafusos como unidade de anco-
ragem, as distalizações são executadas 
eficientemente, sem efeitos colaterais in-
desejados. Este artigo tem como objetivo 
apresentar uma forma de tratamento da 
Classe II com a distalização de molares, 
utilizando um cursor associado à ancora-
gem esquelética por meio de micropara-
fusos ortodônticos.
Rogerio
Highlight
Henrique Mascarenhas Villela, Andréa Lacerda Santos Sampaio, Leandro Neiva Lemos, Évelin Rocha Limoeiro
41Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
INTRoDuÇÃo
Dentre as más oclusões existentes, a Classe II tem grande pre-
valência. Essa anomalia pode ser de natureza dentária, quando 
se limita a alterações dentoalveolares, ou esquelética, quando há 
envolvimento ósseo. A má oclusão de Classe II esquelética carac-
teriza-se por alterações nas bases ósseas, como protrusão maxilar, 
retrusão mandibular ou associação dos dois quadros, sendo a defi-
ciência mandibular o problema mais freqüente18. 
No tratamento da Classe II dentária sem extrações, é necessário 
o movimento do arco superior para distal, o movimento anterior do 
arco inferior ou a combinação de ambos24. O tratamento pode ser 
realizado com o uso de aparelhos extrabucais, aparelhos distaliza-
dores intrabucais, extrações de pré-molares superiores ou apare-
lhos propulsores mandibulares1.
Aparelhos como o extrabucal e as mecânicas com elásticos de 
Classe II estão indicados para a distalização dos molares e redução 
do overjet, no entanto, a necessidade da colaboração do paciente 
limita a sua eficiência19.
Os aparelhos distalizadores de colaboração mínima, ou intra-
bucais, são mecanismos muito utilizados pelos ortodontistas, pois 
permitem maior controle mecânico e previsibilidade do resultado1. 
Como exemplo desses aparelhos, temos: Pendulum11, Pendex1, Dis-
tal-Jet5, Jones Jig16, entre outros.
Os dispositivos de distalização de molares que não dependem 
da colaboração do paciente e se utilizam do suporte dento-mu-
coso são muito utilizados na correção das más oclusões de Classe 
II de natureza dentoalveolar em pacientes adultos e não-colabo-
radores2,6 (Fig. 1). Atualmente, existem diversos tipos e modelos 
de dispositivos que efetuam a distalização dos molares. A maioria 
destes aparelhos utiliza como sistema de ancoragem o botão de 
Nance associado ao apoio dentário11 (Fig. 2). A ancoragem ofere-
cida por este sistema não é capaz de evitar totalmente as forças 
de reação, resultando num componente de força que produz mo-
vimento para mesial dos pré-molares e caninos, e para vestibular 
FIGURA 1 - Imagens intrabucais de uma má oclusão de Classe II subdivisão esquerda. Relação de Classe I do lado direito e ½ de Classe II do lado esquerdo.
FIGURA 2 - Instalação do aparelho Pêndulo com ativação unilateral.
Distalização de molares utilizando microparafusos ortodônticos de titânio autoperfurantes
42 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
dos incisivos (Fig. 3). Este efeito colateral indesejado pode acarre-
tar num aumento do tempo de tratamento, pois estas unidades 
terão que ser movimentadas novamente no sentido contrário, 
para distal23.
Recentemente, com o advento dos microparafusos ortodônti-
cos como dispositivos temporários de ancoragem, muitas pesqui-
sas vêm surgindo na literatura, no intuito de descrever a sua utili-
zação como ancoragem para a distalização de molares superiores 
e inferiores10,12,20,22,23. 
Modificações do aparelho Pendulum foram propostas, utilizan-
do um implante osteointegrado no palato, substituindo o Botão 
de Nance, com o objetivo de corrigir as más oclusões de Classe II 
que não se beneficiavam de extrações21. Outros aparelhos surgiram 
com uma filosofia semelhante, porém utilizando microparafusos 
com a finalidade de ancorar o botão de acrílico do Pendulum7,9.
A possibilidade de escolha da localização mais adequada para a 
instalação dos microparafusos ortodônticos facilita a mecânica de 
distalização do molar, simplificando a técnica14,26,29. Um diagnósti-
co minucioso e um planejamento preciso são imprescindíveis para 
um resultado seguro da movimentação, sem efeitos colaterais ou 
lesões às estruturas adjacentes3,4.
DIsTalIzaÇÃo De molaRes uTIlIzaNDo um cuRsoR 
assocIaDo ao mIcRopaRafuso oRToDôNTIco
Existem, atualmente, diversas estratégias para fazer a distali-
zação de molares utilizando os microparafusos como recurso de 
ancoragem. Esta nova abordagem descrita no presente artigo é 
eficiente e de fácil aplicação clínica. 
protocolo de distalização
A distalização de molares realizada com um cursor associado 
ao microparafuso pode ser executada seguindo um protocolo 
simples, que consiste nos seguintes passos: (a) nivelamento e 
alinhamento do arco; (b) instalação do microparafuso; (c) uti-
lização do cursor; (d) contenção do molar; (e) instalação de um 
novo microparafuso; (f) retração anterior.
Nivelamento e alinhamento do arco
O nivelamento do arco superior deve ser feito até o fio de aço 
inoxidável 0,019” x 0,025” e, para efetuar a distalização, o fio deve 
ser trocado por um 0,017” x 0,025” de aço. O objetivo é minimi-
zar as irregularidades, alinhando as canaletas até um fio de maior 
calibre e, em seguida, reduzir a espessura do fio, para diminuir a 
resistência ao deslocamento dos molares para distal. Este nivela-
mento inicial está indicado para os casos em que não há grandes 
apinhamentos. Quando existir apinhamento severo na região ante-
rior, este nivelamento pode ser postergado ou, se possível, deve-se 
evitar incorporar os dentes muito severamente mal posicionados. 
Quando estiverem irrompidos, os segundos molares devem ser in-
cluídos no nivelamento e alinhamento.
Instalação do microparafuso
O local de eleição para a instalação encontra-se entre o pri-
meiro molar e o segundo pré-molar superior. A avaliação do es-
paço interradicular é realizada por meio de uma radiografia pe-
riapical. O microparafuso deve ser posicionado a uma distância de 
7 a 8 milímetros, apicalmente, em relação ao arco, de preferência 
FIGURA 3 - Distalização dos molares, com grande 
componente colateral de mesialização indesejado 
nos demais dentes.
Henrique Mascarenhas Villela, Andréa Lacerda Santos Sampaio, Leandro Neiva Lemos, Évelin Rocha Limoeiro
43Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008em mucosa ceratinizada. A altura de instalação do microparafuso 
influencia na determinação da linha de ação de força, que deve 
passar próxima ao centro de resistência do molar para efetuar a 
distalização de corpo.
utilização do cursor
O cursor é confeccionado com um fio de aço inoxidável 0,017” x 
0,025” e encaixado no tubo acessório do primeiro molar. Neste mo-
lar deve ser utilizado um tubo duplo retangular ou triplo. A porção 
posterior do cursor é encaixada no tubo acessório do molar, que se 
encontra posicionado à gengival do tubo principal. A ativação do 
cursor é feita com uma mola de NiTi conectada ao microparafuso 
e à porção anterior do cursor. A mola representa a linha de ação 
de força, que deve ficar horizontal, ou seja, paralela ao arco ou 
suavemente inclinada, com a porção anterior do gancho um pouco 
mais à oclusal, em relação ao microparafuso. Para isto, o gancho 
anterior do cursor deve ficar numa distância de 7 a 8 milímetros 
do arco. Esta altura deve ser igual, ou ligeiramente menor, à altura 
do microparafuso. A porção anterior do cursor fica posicionada na 
distal do canino, ou distal do incisivo lateral, se houver ausência do 
primeiro pré-molar. A primeira ativação não deve ultrapassar 200g 
de força. Nos meses subseqüentes, a força da mola é aumentada, 
de forma gradual. A quantidade de deslocamento do molar pode 
ser observada pelo espaço que surge entre o primeiro molar e o se-
gundo pré-molar ou por meio do deslocamento da porção anterior 
do cursor, em relação ao canino ou ao incisivo lateral.
contenção do molar
Uma radiografia periapical é realizada, para avaliar a qualida-
de do deslocamento do molar para distal, observando-se o espaço 
ósseo à mesial da raiz do molar. Quando a movimentação do molar 
for satisfatória, faz-se uma dobra em forma de “V” (V bend) no 
fio à mesial do tubo dos primeiros molares, para servir de trava, 
impedindo o movimento de recidiva. O microparafuso é removido 
e aguarda-se dois meses para a instalação de um novo micropa-
rafuso. Este tempo é necessário para que se forme um osso mais 
organizado na região mesial ao primeiro molar. Neste período de 
espera, normalmente, os segundos pré-molares tendem a movi-
mentar-se para distal, devido à ação das fibras gengivais. 
Instalação de um novo microparafuso
Um novo microparafuso é instalado mais próximo à mesial da 
raiz do primeiro molar. Esta nova posição não pode impedir a dis-
talização do segundo pré-molar. Normalmente, a mucosa ceratini-
zada apresenta uma pequena marca cicatricial do microparafuso 
anterior, podendo ajudar na escolha do local de instalação do novo 
microparafuso. Após a instalação, deve-se fazer uma avaliação do 
mesmo, por meio de uma radiografia periapical. 
Retração dos pré-molares e dentes anteriores
Para efetuar a retração anterior, é necessário trocar o arco 
destinado a conter o molar e instalar um arco de retração com 
ganchos. A retração pode ser feita em uma única etapa, com a 
aplicação de força diretamente no gancho do arco, por meio de 
uma mola de NiTi ancorada no microparafuso. Não é necessário 
tracionar os dentes individualmente, pois esta movimentação será 
efetuada com ancoragem direta no microparafuso, sem incidência 
de forças de reação e sem risco de movimentos para mesial dos 
dentes posteriores. Terminada a retração e o fechamento dos espa-
ços, faz-se a remoção dos microparafusos.
Vantagens deste sistema de distalização
1) Não há efeitos colaterais indesejados, pois as forças de reação 
durante todo o processo de distalização são aplicadas nos micro-
parafusos e, desta maneira, os dentes anteriores não sofrem movi-
mentações indesejadas.
2) O cursor é simples, cômodo e de fácil confecção, dispensan-
do a aquisição de kits e sistemas pré-fabricados ou passos labora-
toriais.
3) O dispositivo é aplicado a qualquer tipo de sistema de arco 
contínuo.
4) A distalização do primeiro molar é feita sem a necessidade 
de efetuar a distalização prévia do segundo molar. Os molares são 
distalizados numa mesma etapa.
5) Dispensa a colaboração do paciente com o uso de elásticos 
intermaxilares ou aparelho extrabucal.
6) A distalização pode ser feita unilateralmente.
7) Durante o processo de retração anterior, os dentes posterio-
res, recém-movimentados, não são utilizados na unidade de anco-
ragem.
8) A distalização do molar é feita de corpo.
9) Toda a mecânica é aplicada por vestibular, por oferecer:
 a) conforto para o paciente, em relação aos dispositivos 
palatinos;
 b) maior facilidade de acesso para instalação manual do 
microparafuso, dispensando o uso de contra-ângulo e motor de 
implante;
 c) facilidade para ativação e manutenção do cursor;
 d) facilidade de higienização.
A única desvantagem que poderia ser apontada neste sistema 
de distalização é a necessidade de troca do microparafuso. Esta 
desvantagem, quando comparada com os outros sistemas de dis-
Distalização de molares utilizando microparafusos ortodônticos de titânio autoperfurantes
44 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
talização que utilizam a ancoragem esquelética, é irrelevante, pois 
o protocolo cirúrgico de instalação e remoção dos microparafusos 
autoperfurantes na região vestibular é simples27,28.
Este sistema apresenta vantagens em relação aos sistemas de 
distalização que utilizam microparafusos no palato e dispensam a 
troca dos mesmos. A instalação do microparafuso no palato neces-
sita de um protocolo cirúrgico mais complexo, com uso de motor 
de implante e contra-ângulo. Os dispositivos, por estarem locali-
zados no palato, dificultam o manuseio, a instalação, a ativação e 
a higienização. Sua aplicação unilateral se torna mais complexa22. 
Além disto, provocam mais incômodo aos pacientes.
A utilização dos microparafusos na região posterior da maxila 
ou da mandíbula, apesar de dispensar a troca do microparafuso, 
apresenta algumas desvantagens. Na maxila, a região do túber é 
formada por um osso de baixa densidade, que oferece pouca re-
sistência mecânica à aplicação da força13. A instalação na região 
posterior da maxila é de difícil acesso e necessita do uso de motor 
de implante e contra-ângulo22. Na mandíbula, a região retromolar 
oferece um osso de alta densidade13, com mucosa alveolar que ne-
cessita de um protocolo mais complexo para sua instalação, com: 
incisão, fresagem, uso de motor e contra-ângulo. A instalação do 
microparafuso em mucosa alveolar gera inflamações e incômodo 
aos pacientes13,15. Outra grande desvantagem desta localização 
mais posterior é o difícil acesso para aplicação e ativação da mecâ-
nica ortodôntica, além disso, provoca efeitos colaterais indesejados 
como a constrição dos arcos24. 
O sistema de distalização com a utilização de miniplacas8,25 
apresenta desvantagens como: custo elevado, protocolo cirúrgico 
mais complexo e desconforto para o paciente12.
A utilização dos microparafusos em uma região mais apical à 
raiz dos pré-molares, com o intuito de evitar a troca dos mesmos, 
traz algumas desvantagens como: protocolo cirúrgico mais comple-
xo, devido a esta região se encontrar em área de mucosa alveolar; 
dificuldade no controle de higienização e manutenção da saúde dos 
tecidos ao redor do parafuso; dificuldade de utilizar uma mecânica 
ortodôntica convencional, devido à sua localização mais apical15,17. 
protocolo cirúrgico para instalação do microparafuso por 
vestibular
Os microparafusos autoperfurantes, como sistema de anco-
ragem esquelética em Ortodontia, trouxeram novos conceitos de 
planejamento e tratamento, com protocolo cirúrgico mais simples 
e seguro, reduzindo drasticamente a necessidade de realização de 
osteotomia com utilização de motor e de contra-ângulo27.
Os microparafusos autoperfurantes apresentam desenho côni-
co do corpo, com uma ponta perfurante, reduzindo a necessidade 
do uso da fresagem com motor para efetuar a descorticalização 
inicial. Na região vestibular, a cortical, normalmente, apresenta 
uma espessura delgada, simplificandoo protocolo cirúrgico e faci-
litando a instalação do parafuso28.
O protocolo cirúrgico, apesar de simples, deve ser criterioso, 
consistindo nas seguintes etapas: 
avaliação clínica e radiográfica do local de instalação do 
microparafuso 
A avaliação clínica deve quantificar a extensão da mucosa ce-
ratinizada, pois a instalação do microparafuso (MPO) deve ser feita 
neste tipo de mucosa, já que esta oferece condições favoráveis à 
manutenção da saúde dos tecidos em torno do microparafuso. A 
radiografia periapical avalia a quantidade de espaço interradicular, 
que deve ter de 1 a 1,5 milímetro a mais do que o diâmetro do 
microparafuso a ser instalado (Fig. 4, 5, 6).
marcação do local de instalação 
O local de instalação do microparafuso deve ser avaliado e de-
marcado. A marcação da mucosa ceratinizada deve ser efetuada 
FIGURA 4 - Vista lateral de uma má oclusão com 
¾ de Classe II.
FIGURA 5 - Inspeção clínica da faixa de mucosa 
ceratinizada no local de instalação do MPO.
FIGURA 6 - Avaliação radiográfica do espaço in-
terradicular no local de instalação do MPO.
Henrique Mascarenhas Villela, Andréa Lacerda Santos Sampaio, Leandro Neiva Lemos, Évelin Rocha Limoeiro
45Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
suavemente utilizando uma sonda milimetrada. A sonda é posicio-
nada na ameia, que serve como referência para orientar a escolha 
do local de instalação do microparafuso. Desta forma, pode-se evi-
tar a utilização de guias, uma vez que o espaço interradicular com 
maior disponibilidade óssea se encontra, na maioria das vezes, na 
direção da ameia. A altura ideal para a instalação do microparafuso 
nos casos de distalização deve ser em torno de 7 a 8 milímetros, 
apicalmente, em relação ao arco ortodôntico, e deve ser medida 
por meio da sonda milimetrada (Fig. 7).
anestesia infiltrativa subperiosteal 
É recomendada a realização de uma anestesia infiltrativa 
subperiosteal, limitada à região da instalação do microparafuso e 
correspondente a, aproximadamente, 1:16 do conteúdo do tubete 
anestésico. Com este cuidado, torna-se mais segura a realização do 
procedimento cirúrgico. O paciente responderá com sensibilidade 
dolorosa, caso o microparafuso se aproxime das raízes dos den-
tes adjacentes, devido à superficialidade da infiltração anestésica27 
(Fig. 8).
avaliação e perfuração da cortical vestibular
No local previamente selecionado, faz-se uma avaliação da 
densidade da cortical, com uma tentativa de perfuração utilizan-
do uma sonda exploradora. Nos casos onde a cortical vestibular 
apresentar uma espessura maior e a sonda exploradora não for 
capaz de efetuar a perfuração da cortical, pode-se lançar mão da 
utilização de uma fresa lança manual para fazer uma marcação 
inicial, diminuindo os riscos de fratura da ponta do MPO, que é afi-
lada. Esta marcação óssea deve ser feita manualmente, com a fresa 
lança, evitando o uso de contra-ângulo e diminuindo os riscos de 
aquecimento e necrose celular (Fig. 9, 10). 
seleção do microparafuso
O microparafuso deve ser selecionado conforme as caracterís-
ticas da região onde será instalado. O comprimento e o diâmetro 
do corpo do parafuso são escolhidos de acordo com as caracte-
rísticas da densidade e disponibilidade óssea interradicular. Na 
maxila, normalmente, 8mm de comprimento e 1,6mm de diâmetro 
do corpo são eficientes para oferecer excelente ancoragem esque-
lética. Pode-se escolher um diâmetro menor, como, por exemplo, 
1,4mm, se houver um menor espaço interradicular. A seleção do 
perfil transmucoso é feita de acordo com a espessura da mucosa 
que, na região vestibular, normalmente, é bem delgada, em torno 
de 0,5mm a 0,7mm. O comprimento do perfil transmucoso mais 
adequado para a região vestibular é de 1mm. Com isso, as caracte-
rísticas ideais de um parafuso para oferecer esta ancoragem devem 
ser de 1mm de perfil transmucoso, 8mm de comprimento e 1,6mm 
de diâmetro de corpo (Fig. 11).
FIGURA 7 - Marcação da mucosa com uma sonda 
milimetrada.
FIGURA 9 - Avaliação da espessura da cortical 
óssea vestibular com uma sonda exploradora.
FIGURA 8 - Anestesia subperiosteal no local de 
instalação do MPO.
FIGURA 10 - Marcação da cortical vestibular com 
a fresa lança manual.
FIGURA 11 - A) Seleção do microparafuso com 8mm de comprimento de corpo, 1,6mm de diâmetro de 
corpo e 1mm de perfil transmucoso. B) Visão do microparafuso encaixado na chave.
A B
Distalização de molares utilizando microparafusos ortodônticos de titânio autoperfurantes
46 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
Instalação do microparafuso
A instalação dos microparafusos autoperfurantes deve ser feita, 
preferencialmente, de forma manual, com a chave longa. Durante o 
processo de inserção é necessário determinar a angulação de insta-
lação, manter a mão firme e, lentamente, introduzir o microparafuso, 
sem modificar a trajetória de inserção. As angulações de instalação 
podem variar conforme as características das diferentes regiões27,28,29. 
Na maxila, o ângulo de instalação do microparafuso deve ser de 80º 
em relação ao longo eixo do dente ou perpendicular à cortical ves-
tibular. Desta forma, a extremidade da cabeça do parafuso ficará 
localizada na direção do local de escolha para instalação do micro-
parafuso. A instalação mais perpendicular do microparafuso facilita 
a aplicação da mecânica na altura planejada, afasta de maneira mais 
efetiva os dispositivos ortodônticos da mucosa e propicia melhores 
condições para higienização da sua cabeça (Fig. 12, 13).
avaliação clínica e radiográfica do microparafuso 
instalado
A avaliação clínica da estabilidade primária deve ser feita, cui-
dadosamente, com uma sonda exploradora. O microparafuso não 
deve apresentar nenhuma mobilidade (Fig. 14). A radiografia peria-
pical final deve avaliar o posicionamento do parafuso em relação 
às raízes dos dentes adjacentes. Deve-se considerar as distorções 
e possibilidade de superposição de imagens, características deste 
exame. Em caso de dúvida, se for necessário, faz-se uma nova ra-
diografia (Fig. 15).
estímulo do microparafuso com carga imediata
O microparafuso deve ser estimulado com carga imediata após 
sua instalação, preferencialmente com uma mola de NiTi. A força 
inicial não deve ultrapassar 200g e deve ser mensurada por meio 
de um dinamômetro. A carga pode ser aumentada, de forma gra-
dual, em intervalos de três semanas. O molar desloca-se de corpo 
para distal e seu movimento deve ser acompanhado clinicamente e 
radiograficamente. A mola de NiTi é reduzida em seu comprimento, 
de acordo com a movimentação do molar, para manter a carga de 
força otimizada (Fig. 16-21).
O protocolo cirúrgico mais simples e seguro estimula a utili-
zação da ancoragem esquelética nos planejamentos ortodônticos 
atuais. Os próprios ortodontistas podem efetuar a instalação dos 
microparafusos, ingressando nesta nova vertente, de forma defi-
nitiva. Mesmo tratando-se de um procedimento simples, todos os 
cuidados inerentes ao procedimento cirúrgico devem ser adotados 
de maneira efetiva.
FIGURA 12 - A) Instalação manual do microparafuso. B) A instalação deve parar quando a plataforma da 
cabeça do MPO chegar próximo à mucosa.
FIGURA 13 - Microparafuso instalado perpendi-
cularmente à cortical vestibular.
FIGURA 14 - Avaliação da estabilidade primária 
do MPO com uma sonda exploradora.
A B
Henrique Mascarenhas Villela, Andréa Lacerda Santos Sampaio, Leandro Neiva Lemos, Évelin Rocha Limoeiro
47Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
FIGURA 15 - Radiografia periapical do micropa-
rafuso instalado.
FIGURA 16 - Instalação do cursor. FIGURA 17 - Seleção do comprimento da mola 
de NiTi.
FIGURA 18 - A, B) Utilização do dinamômetro 
para aferir a força da mola.
FIGURA 20 - Visualização clínica da distalização 
dos molares.
FIGURA 19 - Cursor ativado com a mola de NiTi 
ancorada no MPO.
FIGURA 21 - Radiografia periapical após a dista-
lização dos molares.A
B
confecção do cursor de distalização
O cursor é confeccionado facilmente, direto no paciente, 
sem a necessidade de passos laboratoriais e de forma individu-
alizada, conforme descrito a seguir:
a) Utiliza-se um fio de aço inoxidável 0,017” x 0,025”.
b) O cursor encaixa-se, por gengival, no tubo acessório re-
tangular (Fig. 22). Faz-se a primeira dobra em 90º para apical e 
a segunda para mesial. Estas dobras têm como objetivo servir de 
trava na mesial do tubo do primeiro molar e distanciar o cursor 
dos ganchos dos pré-molares (Fig. 23, 24).
c) A terceira dobra é feita em 90º para oclusal na distal do 
braquete do canino (Fig. 25).
d) Para vestibular, dobra-se o fio na sua porção mais larga 
e faz-se o contorno na altura do arco, transpassando os fios 
(Fig. 26).
e) Logo após o encontro dos fios, faz-se um gancho, voltado 
para distal, para encaixar a mola. A altura deste gancho deve ser 
mais para oclusal ou igual à altura do microparafuso (Fig. 27).
f) Depois de confeccionado o cursor, o fio retangular deve 
passar por dentro de sua porção anterior (Fig. 28, 29).
Distalização de molares utilizando microparafusos ortodônticos de titânio autoperfurantes
48 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
FIGURA 22 - Primeiro molar com tubo acessório 
retangular por gengival.
FIGURA 25 - Dobra para oclusal no fio, à distal 
do canino.
FIGURA 28 - Introdução do cursor através do fio 
principal.
FIGURA 23 - Dobra para gengival no fio.
FIGURA 26 - Dobra para gengival no fio, passan-
do por vestibular.
FIGURA 29 - Cursor de distalização com a mola 
encaixada e ancorada no microparafuso.
FIGURA 24 - Dobra para mesial no fio.
FIGURA 27 - Confecção do gancho voltado para 
distal.
caso clíNIco
Paciente do gênero masculino, 28 anos de idade. A análise fa-
cial apresentou boa relação vertical dos terços, convexidade facial 
suavemente aumentada, linha queixo-pescoço reduzida, incisivos 
superiores protruídos e vestibularizados, com interposição entre os 
lábios, e desvio da linha média dentária superior para a esquerda, 
em relação à linha média facial. O sorriso apresentou boa relação 
vertical entre incisivos e lábios (Fig. 30).
A análise dos arcos dentários revelou uma má oclusão de Clas-
se II-1, subdivisão direita, relação de ¾ de Classe II dos caninos 
do lado direito, presença de diastemas anteriores no arco superior, 
desvio da linha média superior para a esquerda, em relação à linha 
média inferior, e mordida profunda com curva de Spee acentuada 
no arco inferior. A relação de molares e caninos do lado esquerdo 
se apresentou em Classe I (Fig. 31).
A análise da radiografia panorâmica mostrou reabsorção óssea 
alveolar do tipo horizontal na região anterior superior e inferior, e 
presença dos terceiros molares retidos (Fig. 32). 
A análise cefalométrica inicial revelou um bom posicionamento 
da maxila e da mandíbula em relação à base do crânio, altura do 
terço inferior da face reduzida, incisivos superiores protruídos e 
com inclinação excessiva para vestibular, incisivos inferiores bem 
posicionados e com boa inclinação (Fig. 33, Tab. 1). 
O plano de tratamento ortodôntico consistiu, num primeiro 
estágio, de nivelamento e alinhamento dos arcos para corrigir os 
problemas verticais e, depois, corrigir os problemas horizontais e a 
Henrique Mascarenhas Villela, Andréa Lacerda Santos Sampaio, Leandro Neiva Lemos, Évelin Rocha Limoeiro
49Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
FIGURA 31 - Vistas intrabucais iniciais de paciente com má oclusão de Classe II-1, subdivisão direita.
FIGURA 30 - Vistas extrabucais iniciais: frente, perfil e sorrindo.
FIGURA 32 - Radiografia panorâmica inicial em 
protrusiva.
FIGURA 33 - Telerradiografia de perfil inicial.
tABeLA 1 - Valores cefalométricos pré-trata-
mento (3/2005).
medidas valores
SNA 83,5º
SNB 81,5º
ANB 2º
GoGn.SN 23º
AFAI 57,5mm
IS.NA 43º
IS-NA 11,5mm
II.NB 25,5º
II-NB 5,5mm
IMPA 100º
Distalização de molares utilizando microparafusos ortodônticos de titânio autoperfurantes
50 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
relação de Classe II do lado direito, por meio de distalização supe-
rior unilateral.
O nivelamento e o alinhamento do arco inferior foram efetua-
dos com auxílio de um batente anterior de acrílico, fixo nos molares 
superiores, que permitiu a instalação da aparatologia fixa no arco 
inferior. Foram realizados pequenos desgastes interproximais nos 
dentes ântero-inferiores, para minimizar a inclinação dos incisivos 
para vestibular (Fig. 34). 
Após o alinhamento e nivelamento do arco inferior, foi realizado 
o nivelamento e a redução de alguns diastemas do arco superior. A 
relação de Classe II do lado direito permaneceu e, para corrigir este 
problema, foi planejada a distalização unilateral dos molares. 
A movimentação para distal foi obtida com a utilização de um 
cursor associado a um microparafuso entre o primeiro molar e o 
segundo pré-molar superior direito. O cursor foi conectado ao mi-
croparafuso por meio de uma mola de NiTi e a força aplicada no 
cursor foi transferida ao primeiro molar (Fig. 35). Avaliações com 
radiografias periapicais foram realizadas antes e depois da instala-
ção do microparafuso. A radiografia inicial mostrou um excelente 
espaço interradicular entre o primeiro molar e o segundo pré-mo-
lar. A segunda radiografia apresentou um bom posicionamento do 
microparafuso instalado (Fig. 36).
FIGURA 34 - Nivelamento do arco inferior, auxi-
liado por um batente fixo superior.
FIGURA 35 - Utilização do cursor com uma mola, 
ancorada no microparafuso, para efetuar a distali-
zação dos molares.
Henrique Mascarenhas Villela, Andréa Lacerda Santos Sampaio, Leandro Neiva Lemos, Évelin Rocha Limoeiro
51Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
FIGURA 37 - Avaliação clínica da distalização dos molares, com abertura de espaços entre as coroas.
FIGURA 36 - A) Radiografia periapical para avaliar o espaço interradicular. B) Radiografia periapical com 
o microparafuso instalado.
FIGURA 38 - Avaliação radiográfica da distalização, com a movimentação de 
corpo do molar.
A distalização unilateral pode ser observada pelo desloca-
mento da porção anterior do cursor em relação ao canino, ou 
por meio dos espaços que surgem entre o segundo pré-molar e o 
primeiro molar (Fig. 37). A radiografia periapical foi realizada para 
avaliar o deslocamento do molar, que apresentou um movimento 
de translação. Pode-se observar a abertura de espaço entre as 
coroas (Fig. 38). 
Concluída a distalização dos molares do lado direito, foi feita a 
contenção destes dentes por meio de dobras no fio (V bend) na me-
sial dos tubos dos primeiros molares direito e esquerdo, evitando 
o movimento de recidiva. Neste momento, o microparafuso foi re-
movido. Os pré-molares movimentaram-se para distal, em direção 
ao molar - por ação das fibras gengivais - e foi aplicada uma cadeia 
elástica, para finalizar esta aproximação (Fig. 39). 
A radiografia periapical feita imediatamente após a remoção 
do microparafuso mostra a movimentação espontânea da coroa do 
pré-molar em direção ao molar (Fig. 40).
Aguardados dois meses, foi instalado um novo microparafuso 
entre o primeiro molar e segundo pré-molar. A retração anterior 
assimétrica foi efetivada por meio de uma mola de NiTi ancorada 
ao novo microparafuso e conectada a um gancho na região ante-
rior do arco (Fig. 41). A radiografia periapical mostrou um bom po-
sicionamento do novo microparafuso, neste momento, mais próxi-
mo à raiz mesial do primeiro molar, para permitir a movimentação 
da raiz do segundo pré-molar para distal (Fig. 42). 
A retração anterior foi efetuada sem a necessidade de movi-
mentações prévias dos pré-molares e caninos, evitando fazer mo-
vimentos “dente a dente”. Com isso o tempo total de tratamento 
foi reduzido, pois, observou-se o fechamento dos espaços em um 
único tempo (Fig. 43).
A B
Distalizaçãode molares utilizando microparafusos ortodônticos de titânio autoperfurantes
52 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
FIGURA 39 - Estabilização dos molares.
FIGURA 41 - Retração anterior unilateral.
FIGURA 40 - Avaliação radiográfica após dois 
meses de estabilização.
FIGURA 42 - Avaliação radiográfica após a insta-
lação do novo microparafuso.
Henrique Mascarenhas Villela, Andréa Lacerda Santos Sampaio, Leandro Neiva Lemos, Évelin Rocha Limoeiro
53Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
FIGURA 43 - Finalizada a retração anterior unilateral.
FIGURA 44 - Imagens intrabucais pós-tratamento.
FIGURA 45 - Radiografia panorâmica final pro-
trusiva. 
FIGURA 46 - Imagens extrabucais finais: frente, perfil e sorrindo.
Distalização de molares utilizando microparafusos ortodônticos de titânio autoperfurantes
54 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
Molars distalization using orthodontic self-drilling titanium 
microscrews
Maxillary molars distalization consists in an excellent 
strategy of treatment for dentoalveolar Class II maloc-
clusions or for the compensation of moderate skeletal 
Class II malocclusions, by reducing the number of in-
dications of maxillary premolars extractions. Such ap-
proach has been increasingly used by devices that do not 
rely on the patient’s compliance, with the objective of 
making the treatments more predictable. The intrabuccal 
appliances of conventional anchorage are not capable 
of providing total efficiency, which results in unwanted 
dental movements that may compromise the final re-
sults or increase the total time of treatment. By using 
microscrews as an anchorage unit, the distalizations are 
effectively performed with no undesirable side effects. 
This article aims to present a type of Class II treatment 
with molars distalization that makes use of a cursor, 
associated with skeletal anchorage achieved through 
orthodontic microscrews.
key words: Orthodontic microscrew. Mini-implants. Anchorage. Molar distalization. Self-driling screws.
Abstract
Ao final do tratamento, a relação de molares se encontrava 
em Classe I. A oclusão apresentou coincidência das linhas médias 
superior e inferior, boa relação de caninos de ambos os lados e 
trespasse horizontal e vertical dos incisivos normalizados (Fig. 44). 
A análise da radiografia panorâmica final não apresentou nenhu-
ma alteração significativa em relação à radiografia inicial (Fig. 45). 
Facialmente, houve modificações positivas, devido à correção do 
posicionamento dos incisivos superiores e uma melhora do sorriso, 
decorrente do fechamento dos diastemas. A linha média dentária 
superior ficou coincidente com a linha média facial (Fig. 46). Ce-
falometricamente, as alterações mais relevantes envolveram o po-
sicionamento dos incisivos: retração e verticalização dos incisivos 
superiores e intrusão dos incisivos inferiores (Fig. 47, Tab. 2). 
FIGURA 47 - Telerradiografia de perfil final.
tABeLA 2 - Valores cefalométricos pós-tratamento (4/2007).
medidas valores
SNA 85º
SNB 81,5º
ANB 3,5º
GoGn.SN 23,5º
AFAI 57,5mm
IS.NA 20º
IS-NA 1,0mm
II.NB 27,5º
II-NB 6,5mm
IMPA 102º
coNsIDeRaÇões fINaIs
A utilização dos microparafusos como ancoragem esquelética, 
associada ao cursor aplicado por vestibular, se mostrou eficiente 
para efetuar a distalização de molares na correção das más oclu-
sões de Classe II. Esta nova abordagem quando associada ao micro-
parafuso autoperfurante, que proporciona um protocolo cirúrgico 
seguro e simples. Apresenta, ainda, vantagens como: simplificação 
da mecânica ortodôntica, dispensa moldagens e passos laborato-
riais, ausência de efeitos colaterais, eliminação da necessidade de 
colaboração do paciente e redução do tempo total de tratamento. 
O sucesso desta nova abordagem necessita de conhecimentos es-
pecíficos que norteiam a utilização dos microparafusos como ele-
mento de ancoragem na Ortodontia contemporânea.
Henrique Mascarenhas Villela, Andréa Lacerda Santos Sampaio, Leandro Neiva Lemos, Évelin Rocha Limoeiro
55Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 7, n. 4 - ago./set. 2008
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