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Tratamento Ortodontico Compensatorio do Padrao III uma nova abordagem terapeutica

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FUNORTE-FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS 
NÚCLEO NITERÓI-SMILE ODONTOLOGIA 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO ORTODÔNTICO COMPENSATÓRIO DO PADRÃO III- 
UMA NOVA ABORDAGEM TERAPÊUTICA 
 
 
 
 
 
ROBERTA FAUSTINO BABIO MEDEIROS 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Faculdade Unidas do 
Norte de Minas- Nucléo Niterói - Smile 
Odontologia, como parte dos requisitos para 
obtenção do título de Especialista em Ortodontia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2011 
FUNORTE-FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS 
NÚCLEO NITERÓI-SMILE ODONTOLOGIA 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO ORTODÔNTICO COMPENSATÓRIO DO PADRÃO III- 
UMA NOVA ABORDAGEM TERAPÊUTICA 
 
 
 
 
 
ROBERTA FAUSTINO BABIO MEDEIROS 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Faculdades Unidas do 
Norte de Minas- Nucléo Niterói - Smile 
Odontologia, como parte dos requisitos para 
obtenção do título de Especialista em Ortodontia. 
 
 
Orientador(a): PROFº. DR.FABIO GUEDES 
 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2011 
 
 
 
 
 
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO 
CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA 
AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO. 
 
 
Niterói, ____ / ____/ ______ 
 
 
Assinatura: _____________________________ 
e-mail: 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
MEDEIROS, Roberta Faustino Babio 
Tratamento ortodôntico compensatório do Padrão III- uma nova abordagem 
terapêutica/ Rio de Janeiro, 2011. 29 f. 
Orientador: Fabio Guedes 
Monografia (Especialização em Ortodontia - Odontologia) – FUNORTE-NÚCLEO 
NITERÓI 
1.Padrão III. 2.Ortodontia compensatória. 3. Individualização de braquetes. 
 I- Fabio Guedes 
II- Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE-NÚCLEO NITERÓI 
III- Tratamento ortodôntico compensatório do Padrão III: uma nova abordagem 
terapêutica 
 
 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
ROBERTA FAUSTINO BABIO MEDEIROS 
TRATAMENTO ORTODÔNTICO COMPESATÓRIO DO PADRÃO III- 
UMA NOVA ABORDAGEM TERAPÊUTICA 
 
Monografia apresentada como exigência parcial para a 
obtenção do título de especialista em Ortodontia, à 
comissão julgadora da FUNORTE- NÚCLEO 
NITERÓI-SMILE ODONTOLOGIA. 
 
 
Aprovada em ____ / ____ / ___ 
Banca Examinadora 
 
 
 
1) Prof(a). Dr(a): ..................................................................................................... 
 Julgamento: ......................................... Assinatura: ...................................... 
 
2) Prof(a). Dr(a): ..................................................................................................... 
 Julgamento: ......................................... Assinatura: ...................................... 
 
3) Prof(a). Dr(a): ..................................................................................................... 
 Julgamento: ......................................... Assinatura: ...................................... 
 
 
 
Resultado: ......................................................................................................... 
 
Dedicatória 
 
Dedico este trabalho, em primeiro lugar, ao Senhor Jesus, pois sem Ele nada 
seria possível em minha vida. 
Também quero estender minha gratidão, à minha querida mãe, Regina Maria 
Faustino, pelo incansável zelo na minha formação como profissional e pessoal. 
Tenho plena certeza que sem este importante alicerce nada seria construído. Minha 
eterna gratidão. 
Não poderia deixar de citar o inquestionável apoio da minha querida irmã, 
Giovana Faustino Babio Pitanga. O meu muito obrigado por sua especial presença 
,em todos os momentos de minha vida. Sem dúvida, este foi um dos maiores 
presentes que Senhor me deu. 
Dedico este trabalho também ao meu grande companheiro, amigo e pai de 
meus filhos, Alexandre de Matos Medeiros, pelo amor, dedicação, compreensão e 
respeito por minhas escolhas. Minha gratidão, amor incondicional e também 
desculpas por todos os momentos em que minha ausência se fez necessária em prol 
da Ortodontia, aos nossos amados filhos, Isabela Faustino Babio Medeiros e Rafael 
Faustino Babio Medeiros. 
Estendo todo meu carinho e agradecimento, àqueles que tiveram uma 
participação especial neste sonho profissional, meus amados sogros, Maurício da 
Costa Medeiros e Carmen Lúcia de Matos Medeiros, que além disso, sempre 
constituíram um exemplo de amor e respeito a minha família. 
Estou imensamente feliz em poder compartilhar este momento único com 
todos vocês. Meus sinceros agradecimentos a todos. 
Agradecimento especial 
 
 
 
 
A toda equipe de professores da disciplina de Ortodontia, em especial meu orientador Profº. 
Dr. Fabio Guedes : 
Agradeço pela paciência e zelo em ensinar a cada um de nós, muito mais do que ser bons 
profissionais, nos dando também incontáveis exemplos de humanidade e respeito àqueles que 
nos procuram profissionalmente. 
O sucesso desta conquista, inquestionavelmente tem a 
presença de cada um de vocês . 
 
Meus sinceros agradecimentos. 
 
 
Agradecimentos 
 
Á banca examinadora pelas valiosas sugestões e correções que engrandeceram 
consideravelmente este trabalho. 
Aos meus colegas de curso: Carolina Machado, Marília Guerra ,Danielle Domingues, 
Daniele Galvão, Érika Naegele, Tarcísio Jerônimo e Bernado Bosseli. Agradeço ao Senhor 
Jesus por ter me presenteado com a oportunidade de conhecê-los. 
 
 
 
Medeiros, R. F. B. Tratamento ortodôntico compensatório do Padrão III- uma nova 
abordagem terapêutica [Monografia]. Rio de Janeiro: Faculdades Unidas do Norte de 
Minas; 2011. 
 RESUMO 
O tratamento ortodôntico compensatório das más oclusões do Padrão III pode ser 
adotado quando a face do paciente é no mínimo aceitável. O objetivo dessa perspectiva de 
tratamento é, em essência, melhorar as relações dentárias e manter as relações faciais. O 
presente trabalho tem por objetivo ilustrar, por meio de um caso clínico, a sequência de 
tratamento compensatório de um paciente adulto jovem Padrão III, com deficiência maxilar 
moderada. 
Descritores: Padrão III. Ortodontia compensatória. Individualização de braquetes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medeiros, R. F. B. The compensatory orthodontic treatment of Pattern III- The new 
perspective. [Monografia]. Rio de Janeiro: Faculdades Unidas do Norte de Minas; 2011. 
ABSTRACT 
 
 The orthodontic treatment of malocclusions compensatory Pattern III may be adopted 
when the patient’s face is at least acceptable. This perspective the goal of treatment is, in 
essence, dental improve relations and maintaining relationships facial. This study aims to 
illustrate, through a clinical case, the sequence of compensatory treatment for a young adult 
Pattern III, with moderate maxillary deficiency. 
Descriptors: Pattern III. Compensatory orthodontics. Brackets individualization. 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1.(A-D) - Análise das relações faciais pré-tratamento................................17 
Figura 1 (E-I) - Análise das relações oclusais pré-tratamento ..............................17 
Figura 1J - Radiografia panorâmica pré-tratamento..............................................17 
Figura 1K - Radiografia lateral de face pré-tratamento..........................................18 
Figura 2 (A-G) - Mecânica interarcos.....................................................................19 
Figura 3 (A-E) – Mecânica de sobre-fio no arco inferior........................................20 
Figura 4A - Radiografia panorâmica final.............................................................21 
Figura 4B – Radiografia lateral de face final..........................................................21 
Fig. 5 (A-E) - Fase de finalização com uso de elásticos intermaxilares com vetor 
de Classe III.......................................................................................22Figura 6 (A-E)- Análise das relações oclusais pós-tratamento .............................23 
Figura 6 (F-I) – Análise das relações faciais pós-tratamento.................................23 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA ................................................ 12 
2 RELATO DE CASO CLÍNICO ........................................................................... 16 
3 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 24 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 27 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA 
 
Os indivíduos Padrão III são portadores de más oclusões resultantes do degrau 
sagital maxilomandibular diminuído entre maxila e mandíbula, provocado por 
retrusão maxilar e/ou protrusão mandibular, independente da relação molar que seus 
arcos dentários apresentam
5
. 
A relação molar mais frequente é a de Classe III, exigindo deste dente e dos 
demais do arco superior, que assumam uma posição mais vestibular - expansão dento-
alveolar compensatória - mas haverá situações em que será de Classe I e, mais 
raramente de Classe II. Outras características oclusais deste padrão de crescimento 
são: no arco superior os pré-molares apresentam-se com angulação mesial aumentada; 
os caninos tendem à maior angulação com diminuição do torque palatino e os 
incisivos apresentam uma inclinação vestibular aumentada. No arco inferior, os 
incisivos tendem a apresentar uma inclinação lingual aumentada, menor angulação e 
geralmente apresentam-se nivelados pelo canino; já os caninos giram no sentido 
mesiolingual e os pré-molares e molares apresentam inclinação lingual excessiva, 
também chamada de atresia dentoalveolar compensatória obrigatória
5
. 
O Padrão III caracteriza-se por apresentar uma das mais severas 
anormalidades dento-faciais, com uma incidência média de 3℅ na população geral
13
. 
Sendo mais frequente nos países asiáticos como Coréia e Japão, onde o seu 
tratamento representa uma porção significativa dos tratamentos ortodônticos e 
ortopédicos
9
. 
Infelizmente, a genética dessa má formação é relativamente pouco estudada e 
não permite conclusões. Os dados disponíveis são para prognatismo e deficiência 
 
maxilar ântero-posterior. Na realidade, a etiologia deste Padrão pode ser multifatorial 
e fatores ambientais influem na penetração e expressividade
5
. 
A análise morfológica da face é o principal recurso diagnóstico para 
determinação do padrão de crescimento, considerando a limitação das medidas faciais 
em expressar forma ou normalidade. A classificação do Padrão deve ser realizada pela 
avaliação subjetiva da face nas visões frontal e lateral
11
. 
Na análise facial de perfil, estes indivíduos apresentam convexidade reduzida, 
resultando em um perfil reto ou raramente côncavo devido à deficiência maxilar, ao 
prognatismo mandibular ou associação de ambos. Na análise facial frontal, o terço 
médio da face tende a parecer deficiente, mesmo que esteja normal, pois o excesso 
mandibular desloca para anterior o tecido mole da maxila, mascarando a leitura da 
projeção zigomática. O terço inferior tende ao aumento, principalmente no 
prognatismo e a linha queixo-pescoço apresenta-se normal nos deficientes maxilares 
ou em excesso nos prognatas. O sulco mentolabial encontra-se aberto devido à 
verticalização compensatória dos incisivos inferiores
11
. 
Os ortodontistas devem ter consciência de que os indivíduos Padrão III 
constroém sua morfologia facial a partir de uma face normal. Isso permite um 
reconhecimento pleno da rotina fisiológica e, associado à lenta evolução da doença, à 
busca de sua manutenção por meio do mecanismo compensatório que atinge dentes e 
outras estruturas menos condicionadas
5
. 
O Padrão III de crescimento apresenta um interesse especial para o 
ortodontista, apesar de sua pequena incidência na população, devido ao 
comportamento estético, prognóstico desfavorável à mecânica ortopédica / 
ortodôntica e, dificuldade na obtenção de estabilidade pós-tratamento
10
. 
 
O tratamento ortopédico para os indivíduos Padrão III pressupõe uma 
intervenção ativa sobre o crescimento, direção ou quantidade, capaz de estabelecer 
relações maxilomandibulares ideais e de caráter permanente. Estudos mostram ser 
possível tal intervenção ortopédica tanto na maxila quanto na mandíbula e essa 
possibilidade é expressa por números discretos, apesar de se mostrarem 
estatisticamente significantes
1
. 
O tratamento interceptivo das más oclusões do Padrão III, tanto na ocorrência 
de uma deficiência relativa da maxila, ou seja, apesar de ser classificada como 
normal, a maxila necessita de um incremento para poder se relacionar com a 
mandíbula, como na ocorrência de deficiência maxilar verdadeira, consiste de uma 
expansão rápida da maxila e tração maxilar, que é um rápido e excelente método de 
tratamento desta discrepância
7
. 
É importante considerar a época de indicação da expansão rápida da maxila e 
tração maxilar. O momento adequado seria próximo à troca dos incisivos superiores. 
Em termos de idade cronológica, isso compreenderia a fase dos 6 aos 9 anos de idade, 
admitindo-se, porém efeitos positivos após essa idade, até os 12 anos, mas com menos 
impacto na maxila basal
5
. 
Nos casos de pacientes com prognatismo, o tratamento interceptivo com o uso 
da mentoneira, tem cada vez menos adeptos, possivelmente por seu protocolo de 
utilização ser complicado pelo fator tempo de tratamento, estabilização e contenção 
dos resultados obtidos. Estudos mostram que para a mentoneira atingir seu objetivo, é 
necessário seu uso desde a dentadura mista até o fim do crescimento, ao mesmo 
tempo que definem sua limitação quando o objetivo for a melhora da estética. Por 
tudo isso, o uso deste recurso terapêutico parece, pelo menos na literatura, 
abandonado pelos ocidentais e adotado apenas pelos orientais
10
. 
 
Quando o tratamento compensatório é a opção de escolha do ortodontista e do 
paciente, este deverá somente ser iniciado após o surto pubertário de crescimento 
craniofacial. Isso significa pelo menos 18 meses após a menarca em meninas e após 
pubescência plena em meninos. As radiografias carpais servem de referência para 
determinar a época de tratar
4
. 
A observação sobre o posicionamento esperado para os dentes dos portadores 
de más oclusões do Padrão III compensados foram a base para determinar a 
prescrição dos braquetes individualizados na técnica de straight-wire
3
. 
Na análise dos arcos dentários dos pacientes Padrão III, as alterações 
compensatórias devem ser proporcionais à magnitude da má oclusão e em nível que 
for permitido acontecer. Como nestes pacientes, a rotina funcional quase sempre 
acontece, pelo menos de forma temporária, será exceção não encontrar essas 
alterações compensatórias
5
. 
Este trabalho visa expor, através de um caso clínico, uma nova abordagem no 
tratamento compensatório do Padrão III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. RELATO DE CASO CLÍNICO 
 
O paciente I.M.S.S., 18 anos e 5 meses de idade, sexo masculino, raça branca, 
procurou tratamento ortodôntico tendo como queixa principal melhorar a sua estética 
dentária. Na avaliação frontal da face, constatou-se: paciente Padrão III, deficiência 
maxilar moderada, discreta assimetria mandibular, face aceitável, terço inferior 
levemente aumentado, selamento labial passivo. Na avaliação de perfil, as seguintes 
características foram observadas: perfil reto, deficiência de projeção zigomática, 
depressão infra-orbitária pouco evidente, ângulo nasolabial normal, lábio inferior 
posicionado a frente do superior, sulco mentolabialdiminuído, linha e ângulo queixo-
pescoço normais (Fig. 1A-1D). 
Na avaliação oclusal, a relação sagital inter-arcos era de Classe III (1/4) 
bilateral, com mordida cruzada anterior (região dos elementos 12/13 e 42/43), 
apinhamento anterior inferior moderado e inclinação lingual aumentada nos incisivos, 
pré-molares e molares inferiores justificados pela diminuição do degrau 
maxilomandibular. A morfologia triangular presente no arco superior associada a 
correta posição vestíbulo lingual dos dentes posteriores denotava atresia maxilar de 
caráter esquelético. O corredor bucal estava aumentado devido à atresia maxilar. A 
linha média dentária inferior encontrava-se 0,5mm desviada para direita em relação à 
linha média da face (Fig.1E-1I), que coincidia com a linha média dentária superior. 
Ao avaliarmos a radiografia panorâmica, foi observada a presença de todos os 
dentes permanentes exceto os terceiros molares superiores e inferiores (Fig. 1J). Na 
avaliação morfológica da radiografia lateral da face, foi verificado um degrau 
maxilomandibular diminuído com moderada retrusão maxilar. O tamanho do ramo e 
corpo mandibular encontravam-se proporcionalmente equilibrados, com leve rotação 
 
do corpo mandibular e sínfise normal, o que permitiu uma manipulação dos incisivos 
inferiores com menor custo biológico. Os incisivos superiores apresentavam-se com 
inclinação vestibular aumentada e os incisivos inferiores com inclinação normal em 
relação às suas respectivas bases ósseas (Fig. 1K). 
A B C D 
 
E F G 
 
H I 
 
J 
 
 
 
K 
 
FIGURA 1- Diagnóstico baseado na análise facial (A–D) e oclusal (E–I), complementado 
pelas imagens das radiografias panorâmica (J) e lateral da face (K): paciente adulto jovem, 
Padrão III, deficiência maxilar moderada e face desagradável. A relação oclusal era de 1/4 
de Classe III bilateral, com mordida cruzada na região anterior do lado direito e na região 
posterior direita e, excessiva compensação transversal no arco inferior (inclinação lingual dos 
dentes posteriores). Os incisivos inferiores apresentavam-se com inclinação normal - com 
apinhamento presente nesta região - e os incisivos superiores com inclinação vestibular 
aumentada em relação às suas bases ósseas. 
Após realização do diagnóstico, o plano de tratamento foi elaborado. Com 
intenção compensatória, o diagrama C5-A4 foi utilizado como modelo de forma 
desejada. Esta atitude permitiu o aumento de perímetro do arco superior e restrição de 
perímetro do arco inferior, meta terapêutica pré-estabelecida no plano de tratamento. 
O tratamento iniciou-se no arco superior no intuito de não agravar o trespasse 
horizontal, onde foi realizada a colagem de braquetes prescrição Capelozza I
3
 nos 
incisivos superiores devido ao paciente ser da raça branca onde a vestibularização 
excessiva desses dentes afetaria negativamente a estética do sorriso. Já nos caninos 
superiores foram colados braquetes prescrição Capelozza III
3
 com intenção de manter 
 
e até mesmo, intensificar a angulação positiva aumentado o perímetro do arco 
superior, meta terapêutica pré-estabelecida no plano de tratamento. 
Após alinhamento e nivelamento pleno do arco superior iniciou-se a mecânica 
no arco inferior, onde foi realizada bandagem dos dentes 36 e 46 e colagem de 
braquetes prescrição Capelozza III
3
 somente nos caninos e, slice na distal dos caninos 
e mesial dos 1
os
 pré-molares inferiores. Em seguida, foi instalado um fio .016” NiTi 
passando somente pelos caninos e molares (Fig. 2A - 2E). Com intenção de 
verticalizar os caninos inferiores, elásticos de Classe III 5/16” leve foram utilizados 
(Fig. 2F e 2G). 
A B C 
 
D E 
 
F G 
 
FIGURA 2- Após alinhamento e nivelamento pleno do arco superior foi iniciada a mecânica 
no arco inferior. Note a mecânica realizada com intenção de restringir o perímetro do arco 
inferior, em outras palavras, não protruir. Foram realizados desgastes interproximais com 
broca 2200 entre os dentes 33/34 e 43/44 e elásticos 5/16 Light instalados. 
 
Após correção da relação canina, braquetes prescrição Capelozza III
3
 foram 
colados nos incisivos inferiores na mesma altura dos caninos inferiores com objetivo 
de melhorar o trespasse vertical na região anterior. Vale ressaltar que o nivelamento 
das faces incisais dos incisivos e caninos inferiores - provocado pela flexão lingual 
dos incisivos - é uma característica compensatória evidente nos indivíduos Padrão III 
com oclusão normal. Desgastes interproximais foram realizados de mesial de canino à 
mesial de canino do hemi-arco oposto e, uma mecânica com dois fios (sobre-fio), um 
.018” aço e um .016” NiTi, foi introduzida para evitar protrusão dos incisivos 
inferiores e manutenção da relação canina (Fig. 3A - 3E). 
A B C 
 
D E 
 
FIGURA 3- Mecânica de sobre-fio no arco inferior no intuito de alinhar e nivelar os incisivos. 
A colagem dos braquetes prescrição Capelozza III
3
 nos incisivos inferiores deve acompanhar 
a altura do braquete dos caninos inferiores para que haja uma melhora da relação vertical 
anterior. A mecânica envolveu um fio .018” aço passando pelos molares e caninos, um fio 
.016” NiTi de canino a canino e desgastes interproximais de mesial de canino à mesial de 
canino do hemi-arco oposto. Observe que os pré-molares inferiores não foram incluídos na 
mecânica, pois estavam bem posicionados, o que permitiu estes servirem como unidade de 
referência. 
Como recurso mecânico auxiliar foi instalado uma barra transpalatina soldada 
nas bandas dos dentes 17 e 27 com intenção de melhorar a relação transversal na 
 
região posterior, em outras palavras, mecânica de resgaste de forma. Neste caso, os 
2
os
 molares superiores são utilizados não somente como unidade de ancoragem, mas 
também, como unidade de referência, visto que, os mesmos se apresentavam bem 
posicionados. Radiografias panorâmica (Fig. 4A) e lateral da face (Fig. 4B) foram 
solicitadas no intuito de avaliar o paralelismo entre as raízes e os custos biológicos 
inerentes ao tratamento. 
A 
 
B 
 
FIGURA 4- A radiografia panorâmica final (A) mostrou paralelismo adequado entre as raízes 
dos dentes. Na radiografia lateral da face final (B), a compensação sagital dos arcos 
dentários pode ser observada. Houve um aumento da inclinação vestibular dos incisivos 
superiores e uma diminuição da inclinação vestibular dos incisivos inferiores. 
 
Na fase de finalização, foi colocado um fio .018” aço inferior com looping 
entre os dentes 32-33 e 42-43 e elástico de Classe III 3/16” médio, do gancho molar 
superior ao looping do arco inferior no intuito de melhorar o trespasse horizontal e 
vertical entre os arcos dentários (Fig. 5A - 5E). 
A B C 
 
D E 
 
FIGURA 5- Na fase de finalização houve a necessidade de utilizar elásticos intermaxilares 
com vetor de Classe III para permitir um melhor engrenamento oclusal. 
Após a remoção do aparelho, foram instaladas as contenções, placa de Hawley 
no arco superior e 3x3 no arco inferior (Fig. 6A - 6I). O paciente foi orientado sobre a 
necessidade de realizar consultas de controle pós-tratamento com finalidade de avaliar 
a estabilidade do tratamento e verificar a presença de eventuais contatos prematuros 
na região anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A BC 
 
D E 
 
F G H I 
 
FIGURA 6- O tratamento ortodôntico compensatório instituído devolveu as características de 
normalidade para a oclusão (A - E), mantendo as relações faciais (F - I). As relações oclusais 
obtidas foram muito satisfatórias, com forte compensação em ambos os arcos, expressa em 
aumento da angulação de incisivos e caninos superiores e diminuição da inclinação 
vestibular de incisivos inferiores. 
 
 
 
 
 
 
 
3. DISCUSSÃO 
 
O diagnóstico na Ortodontia já foi guiado pela oclusão como sendo o principal 
objetivo do tratamento ortodôntico, acreditando que uma ótima oclusão levaria, 
consequentemente , a uma estética facial ideal. Durante quase todo o século XX 
persistiu a idéia de oclusão em primeiro plano nos objetivos do tratamento, o qual era 
impulsionado pela cefalometria, que guiava o tratamento por meio do padrão de 
normalidade dento-esquelética. 
Atualmente, a utilização de conceitos de diagnóstico, através da análise 
morfológica da face, já estabelecidos pela literatura ortodôntica, aplicados sob uma 
nova perspectiva, permite maior previsibilidade aos tratamentos ortodônticos e 
tranquilidade ao profissional, que se torna apto a utilizá-los
11
. 
A análise morfológica da face é o principal recurso diagnóstico para a 
determinação do padrão facial, porém é imperativo um diagnóstico correto pelo 
ortodontista do seu paciente, para os benefícios dessa nova visão da Ortodontia. Nesta 
análise, a classificação do Padrão é realizada através da avaliação morfológica da face 
nas visões frontal e lateral
5, 11
. 
As medidas cefalométricas nem sempre concordam com a análise clínica, já 
que essas visões bidimensionais do esqueleto seriam reflexos imperfeitos do que 
existe clinicamente. Assim sendo, a análise facial sistematiza o diagnóstico 
ortodôntico e se associa à análise cefalométrica para oferecer ao paciente uma oclusão 
funcional com a melhor harmonia facial possível
2, 5
. 
No caso do referido paciente, os incisivos superiores foram colados com 
braquetes prescrição Capelozza I, pois foi seguida a orientação de individualização 
dos braquetes do professor Capelozza Filho
3
, que orienta adotar os braquetes com 
 
prescrição III para os incisivos superiores quando estes já estiverem com forte 
inclinação vestibular ou quando isto for absolutamente necessário para permitir o 
tratamento compensatório do paciente, em outras palavras, devemos concentrar a 
compensação da má oclusão de Classe III no arco inferior e assim repetir o que a 
natureza sabiamente faz. Isto não traz limitação estética, ao contrário da compensação 
criada com a forte inclinação vestibular dos incisivos superiores, que eleva a porção 
anterior do plano oclusal podendo prejudicar a leitura do sorriso do paciente. Estas 
limitações são inerentes a manipulação que se pretende introduzir e não podem ser 
evitadas
4
. 
O correto diagnóstico e planejamento dos casos, são importantes a fim de 
evitar severas iatrogenias, como aquelas observadas em estudos realizados com 
pacientes Padrão III com indicação de tratamento orto-cirúrgico que no entanto foram 
tratados apenas compensatoriamente, resultando em perda do suporte periodontal na 
região dos incisivos, devido ao excessivo movimento destes no processo alveolar
6
. 
 Com o advento do exame tomográfico de feixe cônico, pode-se avaliar a real 
relação que cada dente tem com as respectivas corticais ósseas vestibular e lingual. 
Na verdade, as metas não deverão mudar, porém a maneira de atingí-las devem 
permitir uma manutenção da saúde periodontal. Para isso, diante da necessidade de 
movimentação dos incisivos inferiores no sentido vestíbulo-lingual, o movimento 
dentário de inclinação deveria ser preferido em vez do movimento dentário de corpo. 
O movimento dentário de corpo movimentaria, além da coroa, também o ápice, 
podendo transgredir os limites de sua inserção óssea. Por outro lado, o movimento de 
inclinação (com o centro de rotação próximo ao ápice) poderia alterar a posição 
coronal dos incisivos inferiores, enquanto manteria o ápice na região com 
disponibilidade óssea
8
. Sendo assim, é importante entender que movimentos 
 
compensatórios são obtidos especialmente pela manipulação da angulação e 
inclinação (sem controle de torque). 
A estabilidade no tratamento do Padrão III está relacionada ao estágio de 
atuação do ortodontista e ao período de contenção pós-tratamento
13
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O tratamento ortodôntico compensatório primário das más oclusões do Padrão III 
busca melhoria das relações oclusais e manutenção das relações faciais. Este se torna 
indicado quando a face do paciente é no mínimo aceitável. No tratamento 
compensatório das más oclusões do Padrão III, onde a perspectiva é manter a essência 
e eliminar a excrescência, um protocolo de diagnóstico e de tratamento bem definido 
permite diminuição do tempo, menor custo biológico e um maior conforto, ou seja, 
maior eficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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