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Prévia do material em texto

Focus Concursos 
www.focusconcursos.com.br | 1 | 
 
 
 
 
 
Direito Penal 
Arts. 312 e 313 
Focus Concursos 
www.focusconcursos.com.br | 2 | 
1 Apresentação 
 
Sejam bem-vindos a mais uma aula de direito penal! 
É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus 
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem 
didática e assertiva para a sua compreensão. 
 
Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do 
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa 
equipe Pedagógica do Focus Concursos. 
 
A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter 
informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é 
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem 
menos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Focus Concursos 
www.focusconcursos.com.br | 3 | 
2 Roteiro do PDF FOCADO 
 
Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho 
certo. Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que 
passa a ser o seu maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma: 
 
Estrutura do PDF FOCADO: 
 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das 
videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em 
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com 
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.); 
 Questões Comentadas (são questões extras/bônus, para fixar o conteúdo 
durante a parte teórica. Essas questões fazem parte apenas do material em 
PDF, logo não são resolvidas em videoaulas); 
 Questões para Treinar (são questões extras/bônus ao final da apostila, para 
o aluno treinar e fixar o conteúdo aprendido. Essas questões fazem parte 
apenas do material em PDF, logo não são exibidas e nem resolvidas em 
videoaulas). 
 
 
Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs 
para complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas! 
 
E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. 
VAMOS NESSA! 
 
 
 
 
 
 
Focus Concursos 
www.focusconcursos.com.br | 4 | 
3 Conteúdo Programático 
1 Apresentação ....................................................................................................................... 2 
2 Roteiro do PDF FOCADO ....................................................................................................... 3 
4 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................................. 5 
4.1 Crimes funcionais ........................................................................................................................ 5 
4.2 Funcionário Público..................................................................................................................... 8 
5 PECULATO .......................................................................................................................... 13 
6 PECULATO CULPOSO .......................................................................................................... 14 
7 PECULATO PRÓPRIO ........................................................................................................... 17 
7.1 Peculato Apropriação ................................................................................................................ 19 
7.2 Peculato Desvio ........................................................................................................................ 21 
8 PECULATO-FURTO .............................................................................................................. 23 
9 PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM ........................................................................... 28 
10 INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES ............................................ 32 
11 MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES ............. 37 
12 QUESTÕES PARA TREINAR .................................................................................................. 42 
12.1 Gabarito ............................................................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Focus Concursos 
www.focusconcursos.com.br | 5 | 
4 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
A partir de agora trataremos sobre os crimes contra a administração pública, que são 
aqueles praticados por funcionário público – os chamados crimes funcionais. 
 
4.1 Crimes funcionais 
 
Os CRIMES FUNCIONAIS previstos no Título XI podem ser praticados por 
funcionário público, (a exemplo de peculato, concussão, abandono de função, etc), 
há outros, conforme destaca Capez (2020) que somente podem ser praticados por 
particular (como usurpação de função pública, corrupção ativa, resistência, etc). Os 
primeiros constituem os crimes próprios, visto que são praticados com 
exclusividade por aqueles que detêm a qualidade especial de funcionário público. 
Dividem-se em: 
 
 CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS: são os que exigem do sujeito ativo a 
condição de funcionário público, caso contrário o fato torna-se atípico. 
 
 CRIMES FUNCIONAIS IMPRÓPRIOS são os que, pela ausência da qualidade 
de funcionário público não torna o fato atípico, mas sim abre a possibilidade 
de constituir outro crime. Nesse sentido, Capez (2020) explica que o crime 
de peculato nada mais é que um crime de apropriação indébita ou furto, 
praticado por funcionário público em razão do cargo e, que se ao tempo da 
prática do delito o agente havia, por exemplo, sido exonerado do cargo, o 
delito por ele cometido passa a ser contra a Administração Pública e poderá 
configurar um dos crimes contra o patrimônio. 
CRIMES 
FUNCIONAIS 
PRÓPRIOS ART 319 CP 
IMPRÓPRIOS ART 312, §1º CP 
Focus Concursos 
www.focusconcursos.com.br | 6 | 
Mas, para esclarecer todas as dúvidas, iremos analisar cada um desses crimes de 
forma individualizada, para tanto, voltemos aos CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS. 
Aqui, como vimos, a função pública do indivíduo é elemento essencial. Uma vez 
que você não tenha a qualidade de funcionário público, se torna indiferente penal, 
fato atípico, não é crime. 
 
 
 
 
A título de exemplificação, trago aqui para vocês o art. 319 do Código Penal, que 
tem o crime de PREVARICAÇÃO. 
O artigo traz, “Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício (...)” 
infringindo dever legal por interesse. O crime só pode ser praticado por 
funcionário público, mas atenção, pois, não é qualquer funcionário público, mas 
sim aquele que tem a ATRIBUIÇÃO PARA AGIR DE OFÍCIO. Tirando a qualidade de 
funcionário público, se torna um indiferente penal. 
Outro exemplo é o previsto art. 320 do Código Penal, com o crime de 
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA. Este, também é um crime funcional próprio e, só 
pode praticar esse crime o superior hierárquico que evitou uma ciência que o seu 
subordinado praticou uma falta administrativa. 
Então, incorre no crime do art. 320, Código Penal, aquele superior hierárquico que 
tenha atribuição para responsabilizar o subordinado e, por indulgência deixa de 
fazê-lo, ou ainda, o funcionário que não tenha atribuição para aplicar a penalidade, 
mas deixa de levar esse fato para aquele que tem essa atribuição. 
Então só pode praticar esse crime, o FUNCIONÁRIO PÚBLICO SUPERIOR DO 
SUBORDINADO que praticou a falta administrativa, beleza pessoal?! 
CRIMES 
FUNCIONAIS 
PRÓPRIOS 
ELEMENTO 
ESSENCIAL 
FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO 
Focus Concursos 
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Se você traz essa situação para a vida privada, logo você nota que não tem como 
incidir no art. 320 do Código Penal. Imagina o seguinte: 
 
Você trabalha em uma empresa e tem um supervisor. Você praticauma falta 
dentro da empresa e, conforme o estatuto da empresa, é atribuição do 
supervisor aplicar uma penalidade para aquele indivíduo que comete falta. O 
supervisor, que deveria lhe aplicar a penalidade, deixa de fazê-lo, por 
indulgência (consideração, compaixão). 
 
Aí eu te pergunto: esse supervisor vai responder por condescendência 
criminosa? NÃO! Porque ele não é funcionário público. A empresa é privada, o ato 
se torna indiferente penal e a conduta dele não vai ser crime. 
 
O CRIME FUNCIONAL PRÓPRIO só pode ser praticado por FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO! Tirou a qualidade de funcionário público, se torna o indiferente penal. 
 
Muito bem, avancemos para os CRIMES FUNCIONAIS IMPRÓPRIOS. Aqui, o fato de 
você tirar a qualidade de funcionário público vai incorrer em uma atipicidade 
relativa. 
 
Como assim, Professor? Ocorre que ao invés de tornar o fato atípico, vamos poder 
encaixar a conduta dele em outro tipo penal. 
 
 
O artigo 312, §1º do Código Penal, traz o crime de PECULATO FURTO. O crime de 
Peculato furto é um Crime Funcional Impróprio. Então, o funcionário público que 
se prevalecer das funcionalidades, da facilidade que o cargo lhe proporciona, para 
transitar normalmente dentro de uma administração pública e utilizar essa facilidade 
para subtrair um bem da administração pública ou um bem que esteja sob a 
guarda da administração pública, pode responder pelo crime de peculato furto. 
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Beleza?! Mas vamos supor agora que seja um particular que entre na repartição 
pública. Não vai se prevalecer da facilidade de transitar no lugar porque não é 
funcionário público, entretanto o faz e subtrai algum bem da administração pública 
ou um bem particular, que esteja sob a guarda da administração pública. 
 
Observe que como não há a qualidade de funcionário público, o particular vai 
responder, nessa situação hipotética, pelo crime de Furto previsto do art. 155 do 
Código Penal. 
 
 
Seguindo com nossos EXEMPLOS de Crime Funcional Impróprio, temos o art. 312 
do Código Penal, mas agora como PECULATO APROPRIAÇÃO. Então, o Peculato 
Apropriação só pode ser praticado pelo funcionário público que detém a guarda, 
a posse de um bem da administração pública ou de um bem particular que esteja 
sob guarda da administração pública. 
Imagine que um particular se aproprie de um bem da administração pública. Esse 
particular não vai ficar sem responder só porque não é funcionário público. Não 
responde por Peculato Apropriação, mas sim pelo art. 168 do Código Penal, que 
traz o crime de Apropriação Indébita. Não fica totalmente impune, sua conduta não 
vai ser totalmente atípica. 
Tem, portanto, uma TIPICIDADE RELATIVA tendo em vista que podemos enquadrar 
no artigo 168 do Código Penal. 
 
4.2 Funcionário Público 
 
Para avançarmos, é importante compreender o conceito de Funcionário Público. 
 
Funcionário Público é o agente público, que pode ser qualquer pessoa que exerça 
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função pública, ainda que sem remuneração ou transitoriamente. 
 
Para efeitos penais, o art. 327 do Código Penal traz o conceito legal de funcionário 
público determinando que CONSIDERA-SE FUNCIONÁRIO PÚBLICO, para os 
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce 
cargo, emprego ou função pública. 
 
 
 
 
Geralmente quando cai em prova, as bancas tentam confundir dizendo que é 
Funcionário Público aquele exerce cargo permanente remunerado. Errado! A lei é 
clara! É considerado funcionário público, mesmo que trabalhe de forma 
transitória ou sem remuneração. 
 
Nesse sentido, observe que em época de eleição, o mesário exerce uma função 
pública, de forma transitória e sem remuneração, mas pode ser considerado 
funcionário público para fins penais. 
 
O STJ decidiu que o indivíduo que vem a trabalhar na condição de médico no 
Sistema Único de Saúde, ainda que seja um hospital privado, pode ser considerado 
FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO 
cargo 
emprego 
função pública 
aquele que de forma 
TRANSITÓRIA ou SEM 
REMUNERAÇÃO 
exerce 
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para fins penais, Funcionário Público por equiparação e, é isso que o §1º 
apresenta. 
 
Dessa forma, equipara-se a Funcionário Público quem EXERCE cargo, emprego 
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para a empresa prestadora de 
serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública. 
 
 
Outro exemplo que pode ser visualizado como e que JÁ CAIU EM PROVA, é o caso 
do indivíduo que atuou como voluntário, ajudando, auxiliando o governo em época 
de calamidade pública, onde se questionava se esse indivíduo poderia ou não ser 
considerado funcionário público por equiparação, e a resposta é afirmativa, vez que 
está ajudando o poder público. 
Mesma coisa em relação ao estagiário. Inclusive, também com decisão do STJ, um 
estagiário que trabalhava para uma autarquia e que desviou valores da Bolsa Família, 
acabou respondendo por peculato desvio, tendo em vista ser um funcionário 
público por equiparação. 
 
O §2º do art. 327 do Código Penal, traz Causa de Aumento de Pena para o 
Funcionário Público. Dessa forma a PENA será aumentada até a terça parte, 
quando os autores dos crimes previstos neste capítulo forem ocupantes de cargos 
em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da 
administração direta, sociedade de economia mista, a empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público. 
 
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E a autarquia? O texto legal não fala nada sobre a autarquia, entretanto, o STJ tem 
o entendimento de que, quem exerce cargo comissionado, função, direção, 
assessoramento em uma autarquia, vai incidir essa causa de aumento de pena. 
 
Outro entendimento jurisprudencial é do Supremo Tribunal Federal, EM RELAÇÃO 
AO CHEFE DO PODER EXECUTIVO. Ele não exerce cargo comissionado, função, 
direção nem assessoramento, mas nomeia alguém para um cargo comissionado, 
uma função direção ao assessoramento. 
 
Eis a pergunta: Pode o Chefe do Executivo ser responsabilizado, visto que ele 
não exerce, mas sim nomeia as pessoas para tal? O STF entende que, apesar da lei 
falar em cargo comissionado, o Chefe do Poder Executivo PODE SIM vir a ser 
responsabilizado por essa causa de aumento de pena. 
 
O que você vai LEVAR PARA A PROVA é que existe esse entendimento do STF, em 
que quando o Presidente da República, Governador do Estado, venha a praticar um 
crime, por exemplo, de peculato, pode sim essa causa de aumento de pena. 
 
 
Tratando-se de Prefeito, existe o Decreto 201/1967 que possui as condutas de 
Prefeitos que podem ser responsabilizadas e vai então, ser analisado o Decreto com 
AUTORES 
adminstração diretas 
PENA 
aumenta até terça 
parte 
sociedade de economia 
mista 
empresa pública 
PENA 
aumenta até terça parte 
OCUPANTES DE 
CARGOS EM 
COMISSÃO 
OCUPANTES DE 
FUNÇÃO DE 
DIREÇÃO OU 
ASSESSORAMENTO 
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base no princípio da Especialidade. 
 
Outro detalhe pessoal, é que aqui a pena é aumentada a terça parte dos crimes 
praticados neste Capítulo, ou seja, do art. 312 até o 327 do Código Penal, uma 
norma explicativa. 
 
 Questão 01: Assinale a alternativa correta em relação a funcionário público de 
acordo com o Código Penal. 
 
A) A pena será aumentada pela metade se o agente for ocupante de cargo em 
comissão ou função de direção ou assessoramento de órgão da administração 
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo 
poder público. 
B) Considera-se funcionário público quem, embora transitoriamente, exerce cargo, 
emprego ou função pública. 
C) Consideram-se funcionários públicos: vereadores, peritos judiciais, serventuários 
da justiça, defensor dativoe o auditor da Receita Federal. 
D) Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente e sempre com remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública. 
E) Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em 
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço 
contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração 
Privada. 
 
COMENTÁRIO: 
a) Na verdade, será aumentada de UM TERÇO e não pela metade (art. 327 §2º). 
b) Considera-se funcionário público quem, embora transitoriamente, exerce cargo, emprego 
ou função pública. (CORRETO- caput do art. 327) 
c) O defensor dativo não é considerado funcionário público para fins penais. 
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d) Há casos em que NÃO há remuneração, como no caso do mesário nas eleições. 
e) Empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade 
típica da Administração PÚBLICA, não privada. 
 
Portanto, a alternativa B é a correta. 
 
Finalizada esta parte, agora sim, podemos ir para a parte criminal e analisar os 
artigos. 
 
5 PECULATO 
 
A doutrina vai trazer vários tipos penais e condenar ações correlatas ao crime de 
peculato, mas antes disso, é importante esclarecer o que vem a ser o crime de 
Peculato. 
 
 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou 
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a 
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, 
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário. 
 
 
Capez (2020) explica que a origem do crime de Peculato pode ter se dado em Roma, 
onde à subtração de coisas pertencentes ao Estado, chamava-se peculatos ou 
depeculatus. Naquela época, a riqueza do Estado não era em ouro ou nem moeda, 
mas sim em bois e carneiros, portanto, estes bois e carneiros – pecus – consistiam na 
riqueza pública. 
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O Crime de Peculato é tipificado no nosso estatuto penal de diversas formas, 
subdividindo-se em: 
 
Peculato apropriação Art. 312, caput, primeira 
parte 
Peculato desvio Art. 312, caput, segunda 
parte 
Peculato furto Art. 312, §1º 
Peculato culposo Art. 312, §2º 
Peculato mediante erro de outrem / 
Peculato Estelionato 
Art. 313 
Peculato Eletrônico Art. 313 – A ; 313 - B 
 
 
 
O único que traz aqui a CULPA como elemento subjetivo é o Peculato Culposo. Nos 
demais, seja Peculato Apropriação, Peculato Desvio, Peculato Furto, Peculato 
Estelionato e o Peculato Eletrônico, são praticados a título de DOLO. 
 
Vejamos a seguir. 
 
6 PECULATO CULPOSO 
 
O Peculato Culposo vai ser assim classificado tendo em vista o seu elemento 
subjetivo, que é a CULPA. Previsto no §2º do art. 312 do Código Penal, ficou 
determinado que se o funcionário concorre culposamente para o crime de 
outrem, incorre em Peculato Culposo, onde a PENA passa a ser de detenção, de 
três meses a um ano. E é uma infração de menor potencial ofensivo, visto que a 
pena máxima não ultrapassa dois anos. 
 
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Do art. 312 até o 327, O ÚNICO crime que cabe a título de CULPA, é o Peculato 
Culposo, presente no art. 312, § 2, do Código Penal, os demais, somente a título de 
DOLO! 
 
 
Art. 312 - § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença 
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena 
imposta. 
 
 
Claro que você vai ter que fazer uma diferenciação em cima do elemento subjetivo, 
ou seja, vai ter alguns que tem o especial fim de agir para você saber diferenciar. 
 
Pune-se o Funcionário Público que, por imprudência, negligência ou imperícia 
concorre para a prática de crime de outra pessoa, podendo este, ser particular ou até 
mesmo outro funcionário público. 
 
Capez (2020) explica que quando o Funcionário Público contribui culposamente para 
a prática de crime realizado por um particular, teremos um crime de apropriação 
indébita ou de furto. Quando contribuir culposamente para a prática de crime 
cometido por outro funcionário público, estará contribuindo para a prática de crime 
de peculato-apropriação, peculato-desvio ou peculato-furto. 
 
 
Agora, se esse agente público concorre para a prática do crime, deixando a porta 
aberta para outra pessoa entrar, PORQUE QUIS, porque SABE que outra pessoa vai 
entrar no local para subtrair um objeto, ele vai ser responsabilizado pelo Peculato 
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Doloso. 
 
Aqui no Peculato Culposo, o agente concorre deixando uma porta aberta na sala 
onde que ele tem responsabilidade, deixando um cofre aberto, mas por negligência, 
imprudência ou imperícia. Prática essas ações por mero descuido. 
 
 
 
 
 
 
• Tutela-se a moralidade e o patrimônio da Administração 
Pública. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
• Trata-se de crime próprio, só podendo ser cometido por 
funcionário público (no sentido amplo trazido pelo artigo 
327 do Código Penal). 
SUJEITO ATIVO 
• Será o Estado, lesado no seu patrimônio, material ou 
moralmente. Se o bem apropriado for de particular, 
também este será vítima do crime (secundária). 
SUJEITO PASSIVO 
• Será punido o funcionário público que concorrer 
culposamente para que, através de manifesta negligência, 
imprudência ou imperícia, infringindo dever de cuidado 
objetivo, criar condições favoráveis à prática do peculato 
doloso, em qualquer de suas modalidades (apropriação, 
desvio ou subtração). 
CONDUTA 
• Culpa. TIPO SUBJETIVO 
• Consuma-se no momento em que se aperfeiçoa a 
conduta dolosa do terceiro, havendo necessidade da 
existência de nexo causal entre os delitos, de maneira que 
o primeiro tenha possibilitado a prática do segundo. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
 
Na hipótese do peculato culposo, reparado o dano antes do trânsito em julgado da 
sentença ou do acórdão condenatório, extingue-se a punibilidade. Caso a 
reparação ocorra após esse limite legal, reduz-se a pena pela metade. 
 
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7 PECULATO PRÓPRIO 
 
De início já trago para vocês que a doutrina classifica o Peculato Apropriação e o 
Peculato Desvio como PECULATO PRÓPRIO, porém, dentro da classificação de 
Crimes Funcionais que você viu acima, são crimes funcionais impróprios. 
 
Portanto, Peculato Apropriação e o Peculato Desvio são crimes funcionais 
Impróprios! Uma vez ausente a qualidade de funcionário público, o indivíduo vai 
responder por outro crime. 
 
Ainda está confuso? Calma! Você vai conseguir visualizar o Peculato Apropriação 
na primeira parte do caput do art. 312 e, o Peculato Desvio, na segunda parte do 
caput do artigo. 
 
Muito bem. Dito isto, analisemos o art. 312 do Código Penal que determina que 
comete o crime de Peculato o Funcionário Público que APROPRIA-SE de 
dinheiro, valor ou qualquer bem móvel, público ou particular, de quem tem a 
posse em razão do cargo, ou o DESVIA, em proveito próprio ou alheio. 
A PENA para o agente é de dois a doze anos de reclusão, além da aplicação de 
multa. 
 
 
Analisando o caput do artigo, é possível visualizar que a primeira conduta 
incriminadora aqui é apropriar-se (Peculato Apropriação) e, na segunda parte do 
caput, temos a conduta, desviar (Peculato Desvio). Conforme Capez (2020) o 
Apropriar-se de 
Público ou particular, de quem tem a 
posse em razão do cargo 
De dinheiro 
Valor 
Qualquer bem móvel 
Desviar Em proveitopróprio ou alheio 
Dinheiro 
Valor 
Qualquer bem móvel 
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OBJETO JURÍDICO aqui tutelado é a moralidade da Administração Pública bem 
como seu patrimônio. 
 
Quanto aos SUJEITOS DO CRIME temos de início o Sujeito Ativo, que no crime de 
Peculato Apropriação ou Peculato Desvio não pode ser qualquer pessoa, tem que 
ser um funcionário público, portanto, este é um crime próprio. Uma vez que tire a 
qualidade de funcionário público, pode qualificar um crime de apropriação indébita. 
 
Agora eu te pergunto: Se o sujeito ativo for um particular, em hipótese alguma 
ele pode responder pelo crime de Peculato? ERRADO! Uma vez que o particular 
atue conjuntamente com o funcionário público, sabendo dessa condição, pode vir a 
responder por peculato. Então sim, excepcionalmente particulares podem 
responder pelo crime de peculato. 
 
Isso ocorre porque a condição de funcionário público é uma parte elementar do 
crime, portanto, vai se comunicar na forma do art. 30 do Código Penal. Então, 
excepcionalmente, particular pode ser sujeito ativo do crime de peculato como 
coautor ou partícipe. 
 
Muito bem! Agora, quanto ao Sujeito Passivo nós temos a administração pública 
que vai figurar como sujeito passivo imediato, isso porque vai depender de quem 
está figurando nesse polo, podendo ser uma administração direta, município, 
estado, Distrito Federal, União, podendo inclusive, ser também órgãos pertencentes 
à administração indireta. 
 
De forma secundária, mediata, temos o particular, isso porque haverá situações em 
que algum bem desse particular vai estar sob a guarda da administração pública. 
 
 
O particular tem seu veículo apreendido. Este bem particular vai ficar sob a guarda 
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da administração pública. Suponhamos que esse veículo foi para o depósito e lá, um 
funcionário público que trabalha no depósito, subtrai as rodas do veículo. Aqui, o 
funcionário se prevaleceu da facilidade que o cargo lhe proporciona, para 
subtrair as rodas do veículo, portanto, Peculato Furto. 
A vítima imediata, vai ser a Administração pública e, secundariamente, o particular 
que teve as rodas subtraída. 
 
 
7.1 Peculato Apropriação 
 
No Peculato Apropriação, a conduta, como já mencionado é “apropriar-se”. Para 
praticar esse crime, o Sujeito ativo tem que ter a guarda ou a posse da coisa em 
razão do cargo, e aqui ele utiliza a coisa como se fosse dele. 
 
A diferença de crime de Peculato para crime contra o patrimônio está no fato de que 
o agente tem posse do bem em razão do cargo e, conforme Capez (2020), exerce 
a posse sobre bens públicos e particulares que lhe são confiados. 
 
 
NÃO EXISTE O PECULATO DE USO como crime. O Peculato de uso pode gerar uma 
improbidade administrativa, mas, não é crime. Vejamos: 
Conforme Capez (2020) no Peculato de uso o funcionário público recebe a posse de 
um bem em razão do cargo, dele se utiliza temporariamente, mas o restitui. Não 
comete Peculato em razão da ausência do elemento subjetivo do tipo, ou seja, o 
DOLO de apropriar-se definitivamente do bem. 
Nessa hipótese, o indivíduo responde por Improbidade Administrativa prevista no 
artigo 9°, IV, da Lei 8.429/92. A EXCEÇÃO para essa suposição, se dá quando o 
bem era infungível, ou seja, quando há, por exemplo, o emprego de dinheiro do 
Estado para fins particulares. Aqui, o agente responderá por Peculato Desvio. 
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Ex¹: O sujeito – funcionário público – utiliza da viatura para ir até a academia, ao 
mercado, etc; e depois a devolve. Em tese, praticou Peculato de uso, que é ato de 
improbidade, mas não é crime. 
No Peculato Apropriação você vai utilizar coisa que você tem a guarda como se 
fosse sua, para você ou para outrem. 
 
Ex²: Funcionário público tem em sua sala de trabalho a posse de computadores, 
impressoras e cadeiras de luxo. Em determinada ocasião, decide levar uma dessas 
cadeiras para casa, por ser muito confortável sendo que isso facilitaria o trabalho em 
casa e, passou a usá-la como se fosse sua. Aqui temos configurado o Peculato 
Apropriação. A partir do momento que o funcionário público começa a utilizar coisa 
como se sua fosse, resta configurado o art. 312 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7.2 Peculato Desvio 
No Peculato Desvio, como o próprio nome já diz, o sujeito ativo que tem a posse da 
coisa vai desviá-la, em benefício próprio ou alheio. Capez (2020), defende que este é 
o denominado Peculato Próprio. 
 
Previsto na segunda parte do caput do art. 312, incide neste delito o funcionário 
público que tiver posse da coisa e desviá-la, em proveito próprio ou alheio, dando 
destinação diversa da definida por lei. 
 
• Tutela-se a moralidade e o patrimônio da 
Administração Pública. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
• Tem que ser um funcionário público, portanto, este é 
um crime próprio. 
SUJEITO ATIVO 
• Administração pública será o sujeito imediato e o 
particular o sujeito mediato. 
SUJEITO PASSIVO 
• Agente se apodera de coisa que tem sob sua posse 
legítima, passando, arbitrariamente, a comportar-se 
como se dono fosse. 
CONDUTA 
• Pune-se a CONDUTA dolosa, expressa pela vontade 
consciente do agente em transformar a posse da coisa 
em domínio (peculato apropriação) ou desviá-la em 
proveito próprio ou de terceiro (peculato desvio). 
TIPO SUBJETIVO 
• Consuma-se no momento em que o funcionário 
público se apropria do dinheiro, valor ou bem móvel 
de que tem posse em razão do cargo. A tentativa é 
admissível. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
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Ex 1: Suponhamos que o agente trabalha em uma penitenciária. Lá atua também 
tomando conta do armamento que fica em uma sala determinada. Tem, portanto, 
posse daquelas armas que estão sob sua guarda e decide desviá-las para vender. 
 
Ex 2: O sujeito trabalha na rua como fiscal, e uma de suas funções é apreender a 
mercadoria. Essa mercadoria já tem um destino certo. Ocorre então que ao invés de 
levar para esse destino certo, leva a mercadoria toda ou parte dela para sua casa. 
Aqui ele desviou a mercadoria, configurando o Peculato Desvio. 
 
Ex 3: Um policial que toma conta do depósito cheio de drogas apreendidas. Todas as 
drogas ilícitas vão para esse depósito e depois para uma outra destinação 
(queimada, por exemplo). Por ser de fácil acesso e diante de uma quantia tão grande 
de drogas ilícitas, esse agente desvia uma determinada quantia de droga, praticando 
o Peculato Desvio. 
 
A CONSUMAÇÃO do Peculato Desvio pode ser observada no momento em que o 
funcionário público dá à coisa, destino diferente do que previsto em lei. A obtenção 
de benefício próprio ou alheio não é requisito necessário para a consumação. 
 
 
Peculato Desvio e Emprego irregular de verba pública são coisas DISTINTAS. 
Veja só, quando se tem uma verba destinada para ser aplicada por exemplo, na 
educação, e essa verba é aplicada na saúde, ocorreu o Emprego Irregular de 
Verbas ou Rendas Públicas. 
Ocorre que esse dinheiro, apesar de ser aplicado de forma irregular, não gerou 
prejuízo para a administração pública. 
No Peculato Desvio, a coisa não vai ser aplicada de forma irregular, mas sim vai SAIR 
da administração pública. 
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8 PECULATO-FURTO 
 
Denominado também como Peculato Impróprio, o Peculato Furto se encontra no 
§1º do art. 312 em que será aplicada a PENA do caput, ou seja, reclusão, de 2 a 12 
anos, e multa para o Funcionário Público que, embora não tendo posse do 
dinheiro, subtrai valor ou bem, ou concorre para que seja subtraído, em proveito 
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. 
 
• Tutela-se a moralidadee o patrimônio da 
Administração Pública. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
• Tem que ser um funcionário público, portanto, este é 
um crime próprio. 
SUJEITO ATIVO 
• Administração pública será o sujeito imediato e o 
particular o sujeito mediato. 
SUJEITO PASSIVO 
• Funcionário confere destinação diversa à coisa, em 
benefício próprio ou de outrem, com a obtenção de 
proveito material ou moral, auferindo vantagem outra 
que não necessariamente a de natureza econômica. 
CONDUTA 
• Pune-se a CONDUTA dolosa, expressa pela vontade 
consciente do agente em transformar a posse da coisa 
em domínio (peculato apropriação) ou desviá-la em 
proveito próprio ou de terceiro (peculato desvio). 
TIPO SUBJETIVO 
• Consuma-se quando o funcionário altera o destino 
normal da coisa, pública ou particular, empregando-se 
em fins outros que não o próprio. A tentativa é 
admissível. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
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Observe que em um primeiro momento, temos um funcionário público que 
concorre dolosamente, para outro subtrair. Que é o exemplo do funcionário 
público que deixa a porta de um depósito destrancada, para que outro realize o 
furto. 
 
Podemos também ter o Peculato Furto quando o funcionário público, dolosamente 
subtrai coisa pertencente à Administração Pública ou de particular, que esteja sob a 
guarda da Administração Pública, se prevalecendo da facilidade que o cargo lhe 
proporciona. Agora, se ele realiza a conduta de forma que qualquer outra pessoa 
pudesse praticar, responde somente pelo furto. 
 
 
Ex¹: Um Escrivão de polícia transita dentro da delegacia com facilidade, de forma 
livre e tranquila tendo acesso a diferentes áreas da delegacia, em razão de sua 
função. Em determinada ocasião observa a porta de uma sessão da delegacia aberta, 
entra e subtrai o numerário. Nessa hipótese, temos o Peculato Furto. 
 
Ex²: Um indivíduo entra na delegacia por trás, pula o muro e utilizando uma chave 
falsa destranca um depósito e subtrai os objetos que ali se encontravam. Nessa 
hipótese temos um crime que qualquer um poderia praticar. Mesmo sendo 
funcionário público não vai responder por Peculato Furto, porque não se utilizou da 
FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO 
subtrai valor ou 
bem 
concorre para 
que seja 
subtraído 
em proveito 
próprio ou alheio 
RECLUSÃO 
2 A 12 ANOS E 
MULTA 
não tendo posse 
do dinheiro 
se valendo da 
qualidade de 
funcionário 
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facilidade de transitar no local. Então, visto que qualquer pessoa poderia ter 
praticado o furto da forma que foi descrita, vai responder pelo Furto qualificado, 
por ter se utilizado de escalada mediante emprego chave falsa. 
 
Para finalizar as modalidades Peculato, é importante você saber que o Peculato Furto 
é um CRIME DOLOSO e é classificado pela doutrina como Peculato Impróprio! 
 
O Peculato Furto é um crime funcional impróprio e é chamado pela doutrina 
também de peculato impróprio. 
 
Já o Peculato Desvio e o Peculato Apropriação são crimes funcionais impróprios, 
mas são chamados peculato próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PECULATO FURTO 
§1º, ART 312 
CRIME 
FUNCIONAL 
IMPRÓPRIO 
PECULATO 
IMPRÓPRIO 
PECULATO DESVIO E 
PECULATO APROPRIAÇÃO 
ART 312, caput 
CRIMES 
FUNCIONAIS 
IMPRÓPRIOS 
PECULATO 
PRÓPRIO 
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Questão 02: Verônica, funcionária da Defensoria Pública do Estado que tem a posse 
de um telefone celular de propriedade da Defensoria Pública, pelo qual é 
responsável, em determinado dia de trabalho ao sair para almoçar esqueceu este 
telefone em cima de sua mesa de trabalho. Vagner, seu colega de trabalho na 
mesma função, nota o descuido e subtrai o aparelho celular. Nesta situação 
hipotética, diante do Código Penal brasileiro é correto afirmar que Verônica 
a) e Vagner cometeram crime de peculato, se sujeitando às mesmas 
penalidades, pois ambos concorreram para o crime. 
b) cometeu o crime de peculato mediante erro de outrem enquanto Vagner 
cometeu o crime de peculato doloso. 
c) não cometeu nenhum crime e Vagner cometeu o crime de peculato, pois se 
apropriou de bem móvel público de que tem a posse em razão do cargo em 
• Tutela-se a moralidade e o patrimônio da 
Administração Pública. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
• Tem que ser um funcionário público, portanto, este é 
um crime próprio. 
SUJEITO ATIVO 
• Administração pública será o sujeito imediato e o 
particular o sujeito mediato. 
SUJEITO PASSIVO 
• Subtração de coisa sob a guarda ou custódia da 
Administração. 
CONDUTA 
•É o dolo consistente no especial fim de obter proveito 
próprio ou alheio. 
TIPO SUBJETIVO 
• A consumação se perfaz com a subtração do bem visado e 
a tentativa é admissível. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
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proveito próprio ou alheio. 
d) não cometeu nenhum crime e Vagner cometeu o crime de peculato 
culposo. 
e) cometeu o crime de peculato culposo e Vagner cometeu o crime de 
peculato, pois ele não estava em posse do bem, mas mesmo assim o subtraiu, 
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário. 
Gabarito: E 
 
Questão 03: Claus, servidor público de uma secretaria de fazenda, estava sozinho 
em seu departamento de trabalho, ao final do expediente, quando um cidadão 
dirigiu-se até ele, insistindo em efetuar pagamento em dinheiro referente a dívida 
que Claus verificou ser inexistente junto àquela secretaria. Aproveitando-se do 
equívoco, Claus recebeu e apropriou-se do valor, sem alertar o devedor de que o 
pagamento deveria ser efetuado em outro órgão. 
A conduta de Claus o sujeita a responder por 
a) peculato desvio. 
b) peculato culposo. 
c) excesso de exação. 
d) peculato mediante erro de outrem. 
e) emprego irregular de verbas ou rendas públicas. 
Gabarito: E 
 
Questão 04: No que concerne ao peculato, é correto afirmar que, se o funcionário 
público concorre culposamente para o crime de outrem, 
a) fica sujeito a pena de detenção. 
b) fica sujeito a pena de reclusão e multa. 
c) a reparação do dano ocorrida depois do trânsito em julgado de sentença 
condenatória não tem qualquer consequência penal. 
d) a reparação do dano ocorrida antes do trânsito em julgado de sentença 
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condenatória reduz de metade a pena imposta. 
e) a conduta é considerada atípica, por não haver expressa previsão legal para 
punição por crime culposo. 
Gabarito: A 
 
9 PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM 
 
O Peculato Mediante Erro de Outrem, também chamado pela doutrina de 
Peculato Estelionato, se encontra no art. 313 do Código Penal. Pune com reclusão 
de um a quatro anos e multa, o sujeito que apropriar-se de DINHEIRO ou 
QUALQUER UTILIDADE que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. 
 
 
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do 
cargo, recebeu por erro de outrem: 
 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
 
 
De início já conseguimos identificar a CONDUTA, que é o apropriar-se de dinheiro 
ou de qualquer utilidade que tenha recebido de terceiro, mediante erro. O sujeito 
ativo aqui, que necessariamente precisa ser Funcionário Público, não induz a vítima a 
erro como no estelionato, mas se aproveita do erro que ela incidiu sozinha e 
apropria-se do bem. 
 
APROPRIAR-SE 
que recebeu por 
erro de outrem 
RECLUSÃO 
1 a 4 anos e MULTA DINHEIRO 
QUALQUER 
UTILIDADE 
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No que diz respeito ao objeto material do crime, vai ser o DINHEIRO ou 
QUALQUER UTILIDADE que tenha recebido no exercício do cargo. Capez (2020) 
destaca que é necessário que o objeto material seja coisa móvel de natureza 
patrimonial, sendo que o crime somente se configurará se o agente receber o 
objeto no exercíciodo cargo, caso contrário, incidirá no crime de apropriação de 
coisa havida por erro, presente no art. 169, primeira parte. 
 
No que diz respeito aos SUJEITOS DO CRIME, temos o Sujeito ativo que não pode 
ser qualquer pessoa, mas sim o Funcionário Público que recebeu a coisa por erro de 
outrem. Assim sendo, é um crime próprio. 
 
E o particular, pode praticar o crime? SIM. Excepcionalmente particular pode 
responder pela prática desse crime desde que atue conjuntamente com o 
Funcionário Público e saiba dessa condição. Aplica-se então, o art. 30 do Código 
Penal. Se for alguém que recebeu por exercer função de cargo comissionado - 
função de direção, assessoramento - a pena vai ser aumentada de terça parte. 
 
No SUJEITO PASSIVO, diretamente temos a Administração Pública. A pessoa, o 
particular que entregou dinheiro ou qualquer utilidade para o funcionário público, 
vai ser sujeito passivo também, porém, não de forma imediata. 
 
 
 
A CONDUTA é trazida pelo verbo apropriar-se. Ocorre quando o sujeito recebe a 
coisa por erro de outrem e decide se apropriar dela, usando como se fosse sua. 
Percebe o erro do sujeito passivo e silencia quanto a isso, apoderando-se do valor 
ou da coisa. 
SUJEITO 
ATIVO 
Funcionário 
Público 
SUJEITO 
PASSIVO 
Administração 
Pública 
(direta) 
Particular 
(secundariamente) 
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Em seu estudo, Capez (2020) traz as hipóteses de erro em que a vítima pode incidir, 
sendo que podem versar sobre: a coisa que é entregue; sobre a obrigação que deu 
causa à entrega e; sobre a pessoa a quem se fez a entrega. 
 
Observa-se que o sujeito ativo não deve provocar o erro, caso contrário incide no 
tipo penal de Estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal. 
 
 
Se um Funcionário Público afirmar falsamente que tem competência para receber 
pagamento de determinado imposto, incide no delito de Estelionato do artigo 171 
do CP. Isso porque, conforme Capez (2020) houve um efetivo induzimento a erro 
com a finalidade de obter da vítima, vantagem econômica indevida. 
 
O ELEMENTO SUBJETIVO do crime de Peculato mediante erro de outrem é o 
DOLO. Deve, portanto, haver a intenção de assenhoreamento definitivo do bem, que 
ocorre quando o agente ao constatar o engano, toma como seu o objeto ou o valor. 
 
Como bem observa Capez (2020) o funcionário público deve ter ciência de que a 
vítima está incidindo em erro ao lhe pagar determinado valor ou lhe entregar o 
objeto pois, caso esteja também convencido de que tem competência para receber 
o valor ou o bem, não haverá incidência do crime em análise. 
 
A CONSUMAÇÃO ocorre com a apropriação do bem ou do valor, e não com o mero 
recebimento deste. Então, a partir do momento que o sujeito utiliza a coisa como se 
fosse dele, o crime está consumado. Temos, portanto, um crime material, em que a 
TENTATIVA é cabível. 
 
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E para finalizar, destaco que a AÇÃO PENAL é pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Admite-se a participação de terceiros alheios aos quadros da Administração, 
de acordo com o artigo 30 do Código Penal. 
 O erro do ofendido deve ser espontâneo, pois, se provocado pelo 
funcionário, poderá configurar o crime de estelionato – artigo 171 do Código 
Penal. 
• Tutela-se a moralidade e o patrimônio da 
Administração Pública. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
• Tem que ser um funcionário público, portanto, este é 
um crime próprio. 
SUJEITO ATIVO 
• Administração pública será o sujeito imediato e o 
particular o sujeito mediato. 
SUJEITO PASSIVO 
•Inversão, no exercício do seu cargo, da posse de valores 
recebidos por erro de terceiro. 
CONDUTA 
•Conduta dolosa, ou seja, a vontade consciente do 
funcionário de apropriar-se de dinheiro (ou qualquer 
utilidade móvel) que recebeu por erro de outrem, ciente do 
engano cometido. 
TIPO SUBJETIVO 
•Momento em que o agente percebe o erro de terceiro e 
não o desfaz. A tentativa é admitida, por ser o delito 
plurissubsistente. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
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10 INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE 
INFORMAÇÕES 
 
O artigo 313-A foi inserido no Código Penal pela Lei 9.983/2000. O artigo pune o 
funcionário autorizado que inserir ou facilitar a inserção de dados falsos, alterar 
ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos 
de dados da Administração Pública com o fim de obter VANTAGEM INDEVIDA 
para si ou para outrem ou para CAUSAR DANO. A PENA para quem incide nesse 
delito é de reclusão de dois a doze anos, além da aplicação de multa. 
 
 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, 
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou 
bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida 
para si ou para outrem ou para causar dano: 
 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
 
 
 
Aqui no artigo 313 A, o que está sendo protegido são os DADOS da 
Administração Pública, o agente aqui responde pela inserção de dados falsos, ou 
também quando altera ou exclui esses dados. 
 
 Funcionário 
autorizado 
que 
INSERIR ou 
FACILITAR 
Inserção de 
dados falsos 
Alterar ou 
excluir 
Indevidamente DADOS 
CORRETOS NOS 
SISTEMAS 
INFORMATIZADOS OU 
BANCOS DE DADOS da 
administração pública 
Com o fim de 
OBTER 
VANTAGEM 
INDEVIDA ou 
CAUSAR 
DANO 
Reclusão 
2 a 12 anos e 
MULTA 
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A doutrina, entretanto, classifica esse artigo, o chamando de PECULATO 
ELETRÔNICO. 
 
Conforme Capez (2020) este é um crime de ação múltipla, por isso a prática de várias 
CONDUTAS configura esse delito único. As ações nucleares aqui são quatro: Inserir 
e Facilitar a inserção de dados falsos e; alterar ou excluir indevidamente dados 
corretos dos sistemas informatizados da Administração Pública. 
 
 
 
Seguindo no artigo, verificamos que o SUJEITO ATIVO aqui, tem que ser o 
Funcionário Autorizado! Diferente da regra do art. 327 do Código Penal, aqui não 
pode ser qualquer funcionário, tem que ser, especificamente o FUNCIONÁRIO 
AUTORIZADO. 
 
Então quando esse funcionário autorizado insere ou facilita a inserção de dados 
falsos, altera ou exclui indevidamente dados corretos no sistema informatizado 
bancos e da administração pública, incide no Peculato Eletrônico. 
 
O sujeito passivo por sua vez, é o Estado e, sendo ainda possível, conforme Capez 
(2020) que o particular também figure no polo passivo quando a conduta do 
funcionário público lhe causar algum prejuízo. 
 
Inserir 
Inserção de 
dados 
falsos 
Facilitar 
Inserção de 
dados 
falsos 
Alterar 
Indevidame
nte dados 
corretos 
Excluir 
Indevidame
nte dados 
corretos 
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Observe que o OBJETO MATERIAL desse crime não é o sistema de informações, 
mas sim os dados/arquivos da Administração Pública que se encontram no sistema 
informatizado. 
 
Outro fator importante a ser observado aqui, é o ESPECIAL FIM DE AGIR. O sujeito 
vai inserir dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos 
sistemas informatizado da administração pública, COM O FIM DE obter vantagem 
indevida, seja para ele ou para outrem, ou ainda para causar dano. 
 
Então, no que diz respeito ao ELEMTENTO SUBJETIVO do tipo, temos a presença 
do DOLO e o ESPECIAL FIM DE AGIR. 
 
 
 
Não há nesse delito, previsão da modalidade dolosa! 
 
Por ser crime formal, a CONSUMAÇÃO dá-se com a prática das condutas. Ou seja, 
vai ocorrer com a inserção, alteração ou exclusão de dados corretos e de forma 
indevida, dos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração 
Pública, sendo ainda irrelevante a obtenção pelo funcionário público, de vantagem 
indevida para si ou para outrem. No quediz respeito à TENTATIVA, é perfeitamente 
cabível. 
 
Dolo 
Vontade livre e 
consciente de 
inserir ou facilitar 
a inserção de 
dados falsos ou; 
Excluir ou 
alterar 
indevidamente 
dados corretos 
Elemento 
subjetivo 
Finalidade de 
obter vantagem 
indevida para si 
ou para outrem 
Ou ainda, de 
causar dano 
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A AÇÃO PENAL do artigo 313-A, é pública incondicionada. 
 
 
Quando o agente fez a inserção de dados falsos, alterou ou excluiu os dados 
corretos, precisa de ter obtido a vantagem? Não! Precisa de ter causado danos? 
Não! Isso porque temos aqui um Crime Formal que se consuma com a prática da 
conduta. 
 
 
 
 
 
 
 
• Tutela-se a Administração Pública no que concerne à 
guarda de dados nos sistemas informatizados ou banco de 
dados. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
•Trata-se de crime próprio, que somente poderá ser 
praticado pelo funcionário público autorizado, isto é, 
aquele que estiver lotado na repartição encarregada de 
cuidar dos sistemas informatizados ou banco de dados da 
Administração Pública. 
SUJEITO ATIVO 
• Administração pública será o sujeito imediato e o 
particular o sujeito mediato. 
SUJEITO PASSIVO 
•a) inserir (introduzir, incluir, alimentar o sistema) ou 
facilitar a inserção (tornar possível, fácil, permitir), ou seja, 
que outrem insira dados falsos; 
•b) alterar (mudar, modificar) ou excluir (retirar, eliminar, 
remover), indevidamente, dados corretos dos sistemas 
informatizados ou bancos de dados da Administração 
Pública. 
CONDUTA 
•É o dolo caracterizado pela vontade consciente de praticar 
as condutas típicas, aliado ao fim específico de obter 
vantagem indevida para si ou para outrem, ou para causar 
dano (elemento subjetivo especial). 
TIPO SUBJETIVO 
•Consuma-se com a prática de qualquer um dos núcleos do 
tipo, independente da obtenção da indevida vantagem ou 
dano buscado pelo agente (delito formal ou de 
consumação antecipada). A tentativa é admissível. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
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Questão 05: Sobre o crime de inserção de dados falsos em sistema de informações, 
tipificado no artigo 313-A do Código Penal, assinale a alternativa correta. 
a) É crime funcional próprio e admite modalidade culposa. 
b) É crime material, não sendo suficiente apenas que se dê a inserção ou 
 
SE LIGUE! 
 
Não é qualquer funcionário público que pode cometer o presente delito, mas 
somente o funcionário público autorizado a inserir, alterar ou excluir dados nos 
sistemas informatizados ou banco de dados. 
 
Outros funcionários, que não os autorizados, equiparam-se a particulares, só 
respondendo por este crime na condição de coautor ou partícipe – artigo 30 do 
Código Penal. 
 
 
Outros funcionários, que não os autorizados, equiparam-se a particulares, só 
respondendo por este crime na condição de coautor ou partícipe – artigo 30 do 
Código Penal. 
 
 
Qualquer das condutas tem de demonstrar a finalidade específica de obter vantagem 
indevida para si ou para outrem ou, simplesmente, causar dano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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modificação dos dados para que seja consumado. 
c) É aplicável apenas ao sistema previdenciário, não se admitindo sua 
aplicação a toda a Administração Pública. 
d) Não admite tentativa. 
e) Requer um fim especial de agir consistente na obtenção de vantagem 
indevida para si ou para outrem ou para causar dano. 
Gabarito: E 
 
Questão 06: Luiz foi denunciado pela prática do crime do artigo 313-A do Código 
Penal, que tipifica a conduta do funcionário de inserir ou facilitar a inserção de 
dados falsos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração 
Pública, com o fim de obter indevida vantagem para si ou para outrem ou para 
causar dano. A infração penal mencionada ostenta a natureza de crime: 
a) próprio com relação ao sujeito passivo; 
b) próprio com relação ao sujeito ativo, não sendo possível a 
responsabilização do particular em qualquer hipótese; 
c) doloso ou culposo, dependente do elemento subjetivo do agente, sendo 
ambas puníveis; 
d) que admite, em tese, a tentativa; 
e) comum, sendo dispensável a presença de funcionário público. 
Gabarito: D 
 
11 MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE 
SISTEMA DE INFORMAÇÕES 
 
O art. 313-B também é chamado pela doutrina de PECULATO ELETRÔNICO. Define 
que o funcionário que, modificar ou alterar o, sistema de informações ou programa 
de informática SEM AUTORIZAÇÃO ou SOLICITAÇÃO de autoridade competente. A 
PENA para quem incide nesse delito, é de detenção, de três meses a dois anos, e 
multa. 
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Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou 
programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade 
competente: 
 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da 
modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o 
administrado. 
 
 
Como bem analisa Capez (2020), esse crime tem pouca semelhança com o crime de 
Peculato. Os fatores em comum são o fato de que devem ser praticados por 
funcionário público contra a Administração Pública. Vamos à esquematização: 
 
 
 
Quando as CONDUTAS, temos aqui a modificação ou alteração de sistema de 
informações ou programa de informática que devem ser realizadas SEM 
AUTORIZAÇÃO OU solicitação de autoridade competente. 
Outro detalhe, é que aqui o sujeito ativo pode ser qualquer funcionário, desde que 
seja funcionário público. A doutrina explica que, diferentemente do artigo anterior, 
aqui o sujeito ativo não precisa ser aquele autorizado para atuar em determinada 
repartição, mas sim, que seja funcionário público. 
 
Como o sujeito ativo vai atuar modificando ou alterando sistema de informações ou 
programa de informática, o OBJETO MATERIAL aqui, também se difere do artigo 
FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO 
SEM 
AUTORIZAÇÃO 
ou 
SOLICITAÇÃO de 
autoridade 
competente 
sistema de 
informações ou 
programa de 
informática 
DETENÇÃO 
3 meses a 2 anos 
e MULTA 
MODIFICAR OU 
ALTERAR 
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313-A, que passa a ser o próprio sistema de informações ou programa de 
informática. 
 
 
Sempre importante lembrar que o sujeito ativo vai ter que agir SEM 
AUTORIZAÇÃO OU SOLICITAÇÃO da autoridade competente, caso contrário, a 
conduta é atípica. 
 
O sujeito passivo no art. 313-B é o ESTADO. O particular, conforme Capez (2020) 
pode também figurar como sujeito passivo quando a conduta do agente público lhe 
acarretar algum dano. 
 
No que diz respeito ao ELEMENTO SUBJETIVO e, diferentemente do artigo anterior 
em que o agente age visando obter vantagem indevida, aqui isso não é necessário, 
bastando tão somente o DOLO. 
 
A CONSUMAÇÃO do delito com base no caput do art. 313-B, ocorre com a 
modificação ou alteração, seja parcial ou total, do sistema de informação ou 
programa de informática. A TENTATIVA é admissível. 
 
ENTRETANTO, se no exaurimento da conduta - quando ele modificar ou alterar o 
sistema de informação ou programa de informática - GERAR UM PREJUÍZO OU 
DANO para a Administração Pública, a pena dele pode ser aumentada, como prevê 
o parágrafo único do art. 313-B. 
 
O parágrafo único define então, que as PENAS são AUMENTADAS de um terço 
até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração 
Pública ou para o administrado. 
 
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Para finalizar, vou deixar aqui uma tabela com as Principais Diferenças entre os arts 
313-A e 313-B do Código Penal: 
 
 ART 313-A ART 313-B 
SUJEITO ATIVO FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
AUTORIZADO 
 
 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
OBJETO MATERIAL DADOS/ARQUIVODA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
SISTEMA DE INFORMAÇÕES 
OU PROGRAMA DE 
INFORMÁTICA 
ELEMENTO SUBJETIVO DOLO + VANTAGEM 
INDEVIDA OU DANO À 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
SOMENTE DOLO 
PENA RECLUSÃO, DE 2 A 12 ANOS 
E MULTA 
DETENÇÃO, DE 3 MESES A 2 
ANOS E MULTA 
• Tutela-se a Administração Pública, mais especificamente 
seus sistemas de informações ou programas de informática. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
• Tem que ser um funcionário público, portanto, este é 
um crime próprio. 
SUJEITO ATIVO 
• Administração pública será o sujeito imediato e o 
particular o sujeito mediato. 
SUJEITO PASSIVO 
•Modificar (transformar, dar novo conteúdo, “produzir” de 
forma distinta) ou alterar (mudar, dar nova configuração, 
modificar o acesso) o sistema de informações ou programa 
de informática da Administração Pública. 
CONDUTA 
•É o dolo, ou seja, a vontade consciente de praticar os 
núcleos do tipo, sem autorização ou solicitação da 
autoridade competente. 
TIPO SUBJETIVO 
•Consuma-se com a prática de qualquer um dos núcleos do 
tipo (modificação ou alteração). A tentativa é, 
teoricamente, admissível. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
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SE LIGUE! 
 
Ao contrário do artigo 313-A, o tipo em questão não limita a incriminação ao 
servidor autorizado a atuar em sistemas de informática. 
 
É possível a participação do particular, desde que saiba, por ocasião dos fatos, da 
condição especial ostentada pelo funcionário autor – artigo 30 do Código Penal. 
 
A eventual existência de dano ser como causa de aumento de pena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 QUESTÕES PARA TREINAR 
 
QUESTÃO 01 Se o funcionário público se apropria de bem particular de quem tem 
a posse em razão do cargo, comete furto e não peculato, pois esse último só se 
configura em caso de subtração de bem público. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 02 A conduta criminosa de peculato corresponde à seguinte definição 
legal: apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, 
em proveito próprio ou alheio. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 03 Funcionário público, responsável por receber cadáveres no Instituto 
Médico Legal, que se apropria de relógio que estava no pulso de pessoa falecida 
encaminhada à necrópsia comete corrupção passiva. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 04 O crime de peculato consiste em solicitar ou receber, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 05 Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel público ou particular de que tem a posse em razão do cargo, ou 
desviá-lo em proveito próprio, caracteriza o crime de peculato. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 06 Sobre o crime de peculato, previsto no Código Penal, verifica-se que, 
na modalidade apropriação, pode se dar em favor de terceira pessoa. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
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QUESTÃO 07 No tocante aos crimes praticados por funcionário público contra a 
Administração em geral, a legislação penal expressamente admite a prática do 
seguinte crime na modalidade culposa: Inserção de dados falsos em sistema de 
informações. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 08 Na hipótese de crime de peculato doloso, o ressarcimento do dano 
exclui a punibilidade. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 09 A conduta de apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no 
exercício do cargo, recebeu por erro de outrem configura o crime de corrupção 
ativa. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 10 Há o crime de modificação ou alteração não autorizada de sistema de 
informações em modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou 
programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12.1 Gabarito 
 
01 ERRADO 08 ERRADO 
02 CERTO 09 ERRADO 
03 ERRADO 10 CERTO 
04 ERRADO 
05 CERTO 
06 CERTO 
07 ERRADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bons estudos! 
Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam 
na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt). 
 
Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos. 
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