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Aula 2. Peculato artigos 312, 313 e 315 do CP18

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DIREITO PENAL IV
PROF. NELISSE JOSINO
nelissejosinof@gmail.com
99919-1925
PECULATO
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
TOPOGRAFIA DO ARTIGO
- peculato-apropriação: previsto na 1ª parte do caput do art. 312. É o denominado peculato próprio.
- peculato-desvio: previsto na 2ª parte do caput do art. 312. É também chamado de peculato próprio.
- peculato-furto: previsto no § 1º do art. 312. É chamado de peculato impróprio.
- peculato-culposo: § 2º do art. 312.
PECULATO APROPRIAÇÃO
Em que se consubstancia a ação nuclear típica do crime?
 No verbo apropriar. Assim como no crime de apropriação indébita, o agente tem a posse (ou detenção) lícita do bem móvel, público ou particular, e inverte esse título, pois passa a comportar-se como se dono fosse, isto é, consome-o, aliena-o etc.
Então, qual a diferença do crime de peculato do crime de apropriação indébita?
No peculato o agente tem a posse em razão do cargo (ratione officii), isto é, o agente é funcionário público, e em razão do ofício exerce a posse sobre bens públicos ou particulares que lhe são confiados.
Se o funcionário público não tiver a posse do bem em razão do cargo, como fica a situação?
Peculato-desvio
É o denominado peculato próprio. Está previsto na segunda parte do caput do art. 312.
Aqui o agente tem a posse da coisa e lhe dá destinação diversa da exigida por lei, agindo em proveito próprio ou de terceiro.
É possível a ocorrência de peculato desvio em relação a dinheiro?
Sujeito Ativo:
Somente o funcionário público e as pessoas a ele equiparadas legalmente podem praticar o delito em estudo. 
Se um particular pratica uma subtração de bens da Administração Pública, juntamente com o funcionário público?
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Sujeito Passivo?
Elemento Subjetivo: Dolo. 
Consumação: Crime Formal ou Crime Material?
Tentativa: É possível?
A apropriação de bens particulares por funcionário público configura que crime?
Configura o peculato-malversação.
PECULATO-FURTO
É o denominado peculato impróprio. 
Em que consiste esse tipo de peculato?
Estamos agora diante de um crime de furto, só que praticado por funcionário público, o qual se vale dessa qualidade para cometê-lo. A condição de funcionário, na espécie, não é causa, mas ocasião para o crime.
Aqui o agente não tem a posse ou detenção do bem como no peculato-apropriação ou desvio, mas se vale da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário público para realizar a subtração.
Se o funcionário público subtrai bem da Administração Pública sem se prevalecer da qualidade de funcionário público?
Se o funcionário público pratica o peculato furto juntamente com um particular, como fica a situação deste?
PECULATO CULPOSO
Pune-se aqui o funcionário público que por negligência, imprudência ou imperícia concorre para a prática do crime de outrem. 
Quem é esse terceiro que ele ajuda?
Pode ser um particular ou outro funcionário público.
Obviamente o funcionário público somente poderá responder por essa modalidade culposa se o crime praticado por 3º consumar-se. 
Extinção da Punibilidade E REDUÇÃO DE PENA PARA O PECULATO CULPOSO
FATO SENTENÇA IRRECORRIVEL
 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE REDUÇÃO DA METADE DA PENA IMPOSTA
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM OU PECULATO ESTELIONATO
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Nesse crime o funcionário induz a vítima a erro?
Não. Aqui o funcionário não induz a vítima em erro como no estelionato, mas se aproveita do erro em que ela sozinha incidiu para apropriar-se do bem.
Mas, se para isso, o sujeito ativo provocar o erro?
Obviamente, não deve o sujeito ativo provocar o erro, pois, se houver induzimento, o crime passa a ser outro: estelionato (art. 171 do CP).
Se o próprio funcionário público incida em erro, supondo, por exemplo, que tenha realmente competência para receber determinado pagamento, quando na realidade não o tem?
Nessa hipótese, não há falar no crime em tela.
Se, contudo, descobrir o engano e, ainda assim, não devolver o bem, aí sim haverá o delito em estudo.
Qual o objeto material do crime?
Dinheiro ou qualquer utilidade que tenha recebido no exercício do cargo. 
Deve a utilidade necessariamente ser uma coisa móvel de natureza patrimonial. 
 
O agente deve receber o dinheiro no exercício do cargo?
Sim. A figura criminosa em estudo somente se configurará se o agente receber o bem no exercício do cargo, pois, do contrário, o crime será outro: apropriação de coisa havida por erro (art. 169, 1ª parte do CP).
Sujeito Ativo:
Funcionário Público. Trata-se de crime próprio.
O particular pode ser partícipe do crime.
 
Sujeito Passivo:
- Estado – de forma direta.
- Indivíduo que sofreu a lesão patrimonial – de forma secundária.
Elemento Subjetivo:
Dolo. 
 
Consumação:
Consuma-se com a apropriação do bem e não com o mero recebimento deste, isto é, no momento em que o funcionário se apodera da coisa, agindo como se fosse, por exemplo, depositar em conta bancária o valor de um imposto pago erroneamente pelo contribuinte.
 
Tentativa:
É admissível.
 
Causa de aumento:
Tratando-se de funcionário público ocupante de cargo em comissão, função de direção ou de assessoramento em determinadas entidades, aplica-se a causa de aumento de pena prevista no art. 327, § 2º do CP. 
 
 
 
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
O que tutela esse crime?
A regularidade da atividade da Administração Pública, especialmente no que diz respeito ao emprego de verbas ou rendas públicas.
Conceito de Rendas e Verbas:
Verbas públicas são dinheiros especificamente destinados pela lei orçamentária (dotações) a este ou aquele serviço público ou fim de utilidade pública.
Rendas públicas são todos os dinheiros percebidos pela Fazenda Pública ou a este pertencentes, seja qual for a sua origem legal.
 
As verbas destinadas a um serviço não podem ser, total ou parcialmente, aplicadas em outro, 
As rendas não podem ser empregadas senão mediante determinações legais.
OBS.: Nesse crime, o numerário é empregado na própria Administração Pública, na satisfação de interesses públicos, só que em desacordo com as determinações legais.
Sujeito Ativo:
Crime próprio. É o funcionário público que tem o poder de dispor de verbas ou rendas públicas.
Sujeito Passivo:
- Estado;
- Entidade de direito público prejudicada pelo desvio do numerário.
 
Elemento Subjetivo: Dolo. 
 
Consumação:
Consuma-se com a aplicação das verbas ou rendas públicas de forma diversa da estabelecida em lei, isto é, com o efetivo emprego irregular das mesmas, sendo prescindível que ocorra dano ao erário.
Não basta a simples destinação que não é executada. É preciso, assim, que o serviçopúblico seja executado com as verbas ou rendas irregulares.
 
Tentativa: É possível.
Na hipótese em que há mera indicação ou destinação irregular dos fundos públicos, e cuja execução do serviço é impedida por circunstâncias alheias à vontade do agente, corre a tentativa.
É possível a alegação da excludente de ilicitude do Estado de Necessidade?
O emprego irregular de verbas ou rendas públicas não constituirá crime se presentes os requisitos do estado de necessidade (art. 24 do CP).
Assim, não haverá o delito se o desvio de verbas for realizado para evitar danos decorrentes de calamidades públicas como inundações, epidemias, incêndios.
O fato, no caso, é típico, mas não é ilícito, ante a presença daquela excludente da ilicitude.