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Direito Penal 
Arts. 328 ao 330 
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1 Apresentação 
 
Sejam bem-vindos a mais uma aula de direito penal! 
É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus 
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem 
didática e assertiva para a sua compreensão. 
 
Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do 
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa 
equipe Pedagógica do Focus Concursos. 
 
A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter 
informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é 
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem 
menos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 Roteiro do PDF FOCADO 
 
Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho 
certo. Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que 
passa a ser o seu maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma: 
 
Estrutura do PDF FOCADO: 
 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das 
videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em 
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com 
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.); 
 Questões Comentadas e Gabaritadas (são questões extras/bônus, para fixar 
o conteúdo durante a parte teórica. Essas questões fazem parte apenas do 
material em PDF, logo não são resolvidas em videoaulas); 
 Questões para Treinar (são questões extras/bônus ao final da apostila, para 
o aluno treinar e fixar o conteúdo aprendido. Essas questões fazem parte 
apenas do material em PDF, logo não são exibidas e nem resolvidas em 
videoaulas). 
 
 
Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs 
para complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas! 
 
E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. 
VAMOS NESSA! 
 
 
 
 
 
 
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3 Conteúdo Programático 
1 Apresentação ....................................................................................................................... 2 
2 Roteiro do PDF FOCADO ....................................................................................................... 3 
4 DOS CRIMES DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM 
GERAL .......................................................................................................................................... 5 
4.1 Usurpação de função pública....................................................................................................... 5 
4.2 Resistência ................................................................................................................................. 7 
4.3 Desobediência .......................................................................................................................... 13 
5 QUESTÕES PARA TREINAR .................................................................................................. 18 
5.1 Gabarito ................................................................................................................................... 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 DOS CRIMES DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
 
4.1 Usurpação de função pública 
 
O crime de Usurpação de Função Pública encontra previsão no artigo 328 do 
Código Penal e pune o sujeito que agir de forma a usurpar função pública. A PENA 
para quem incorre nesse delito é de detenção de três meses a dois anos, e multa. 
 
 
Observe que com isso temos uma Infração De Menor Potencial Ofensivo visto que 
a pena máxima não ultrapassa dois anos. 
 
 
 
O BEM JURÍDICO aqui tutelado é o interesse relativo ao bom funcionamento e 
atuação da Função Pública, além do interesse do Estado em nomear seus 
funcionários. 
 
Agora, em relação à CONFIGURAÇÃO do delito de Usurpação de Função Pública 
ocorre com a prática do verbo, usurpar, ou seja, tomar, apoderar-se. Capez (2020) 
explica que aqui, o particular executa atos de ofício sem a devida legitimidade, sem 
USURPAR FUNÇÃO PÚBLICA 
DETENÇÃO 
3 meses a 2 anos e MULTA 
 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
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que detenha a qualidade de funcionário público. 
 
E aqui eu destaco: é NECESSÁRIO que o particular pratique algum ato funcional. 
Isso porque a mera atribuição da qualidade de funcionário público incide em 
Contravenção Penal disposta no art. 45 da Lei de Contravenções Penais. 
 
No que diz respeito aos SUJEITOS do crime, por tratar-se de crime comum, o 
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Quanto ao Sujeito Passivo temos mais 
uma vez a Administração Pública. 
Outro fator ao qual você precisa ficar atento é em relação ao ELEMENTO 
SUBJETIVO do crime. Aqui na Usurpação de Função Pública é necessário a 
existência do DOLO, onde o sujeito ativo, conforme Capez (2020) age 
consubstanciado na vontade livre e consciente de usurpar o exercício de função 
pública. 
 
Destaco aqui que o agente deve ter ciência de que exerce ilegitimamente, ou seja, 
de forma ilegal, a função pública. 
 
A CONSUMAÇÃO desse delito ocorre com a prática de algum ato de ofício que 
deva ser exercido por funcionário público. Lembre-se que não basta o particular 
atribuir a si a função de funcionário público. É necessário que ele pratique algum 
ato de ofício como se fosse um legítimo funcionário. 
 
Agora, quando do ato de Usurpação de Função Pública o agente conseguir 
AUFERIR VANTAGEM, teremos a MODALIDADE QUALIFICADA, onde a pena 
passa a ser de RECLUSÃO, de dois a cinco anos e multa, conforme previsão no 
parágrafo único do artigo. 
 
Capez (2020) ensina que a vantagem pode ser patrimonial ou moral, que o agente 
pode obter para si ou para outrem. 
 
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Outro detalhe IMPORTANTE que você pode observar, é o fato de que não há 
emprego de violência ou grave ameaça contra o sujeito passivo, caso contrário 
muda a situação, podendo ser enquadrado por exemplo, no crime de Extorsão nos 
termos do art. 158 do Código Penal. 
 
 
 
 
4.2 Resistência 
 
Avançando para o artigo 329 do Código Penal, temos o crime de Resistência. 
Incide portanto, em crime de Resistência o sujeito que OPOR-SE à execução de ato 
legal, mediante violência ou ameaça empregada à funcionário competente para 
• Tutela-se o normal e regular funcionamento das 
atividades administrativas. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
• Qualquer pessoa (crime comum), inclusive o servidor 
público, desde que a função usurpada não esteja 
entre as atribuições do cargo que ocupa. 
SUJEITO ATIVO 
• Será a Administração Pública. Também poderá ser 
vítima eventual particular prejudicado pela ação 
criminosa do agente. 
SUJEITO PASSIVO 
• Pune-se a conduta usurpar (assumir, exercer ou 
desempenhar indevidamente), uma atividade pública, 
de natureza civil ou militar, gratuita ou remunerada, 
permanente ou temporária, executando atos 
inerentes ao ofício arbitrariamente ocupado. 
CONDUTA 
• É o dolo, consistente na consciente vontade de 
desempenhar o agente, ilegitimamente, uma função 
pública, pouco importando, em princípio, o motivo da 
usurpação. 
TIPO SUBJETIVO 
• Prática de ato exclusivo, que só pode ser praticado 
por pessoa legalmenteinvestida no ofício usurpado. A 
tentativa pode ocorrer na hipótese de o agente ser 
impedido de executar ato de ofício por circunstâncias 
alheias à sua vontade. 
CONSUMAÇÃO E 
TENTATIVA 
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executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio. 
 
 
A PENA para quem incide nesse crime, é de DETENÇÃO de dois meses a dois anos. 
 
 
Com base na pena que é inferior a dois anos, temos no crime de Resistência uma 
Infração de Menor Potencial Ofensivo. Esse é o crime de Resistência em sua forma 
simples. 
 
A CONDUTA típica que CONFIGURA o delito do artigo 329 consiste em o 
particular opor-se, resistir de forma ativa à execução de ato legal mediante o 
emprego de violência ou ameaça. Capez (2020) exemplifica com o ato de indivíduo 
OPOR-SE a execução 
de ATO LEGAL 
funcionário 
competente para 
executá-la 
quem esteja lhe 
prestando auxílio 
DETENÇÃO 
2 meses a 2 anos 
mediante VIOLÊNCIA 
OU AMEAÇA 
 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando 
auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à 
violência. 
 
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que, ao ser preso em flagrante, desfere pontapés contra o policial, ou atira objetos 
contra ele. 
 
Observe que a violência ou ameaça devem ser desferidas contra o funcionário 
público DURANTE a execução do ato funcional. Caso ocorra antes ou após a 
execução do ato, pode configurar crime diverso, como ameaça ou lesão corporal. 
 
Por tratar-se de crime comum, o Sujeito ativo aqui pode ser qualquer pessoa. O 
Sujeito passivo, por sua vez, é o Estado e, secundariamente, o funcionário público 
ou particular que esteja auxiliando esse funcionário. 
 
No que diz respeito ao ELEMENTO SUBJETIVO desse crime, tem que ser o DOLO, 
ok pessoal? O agente deve então agir com dolo ao empregar violência ou grave 
ameaça contra o funcionário ou contra quem esteja lhe auxiliando. É ainda 
necessário, que o agente tenha CONSCIÊNCIA da condição de funcionário público 
que este emprega. 
 
Além do dolo, doutrina majoritária defende a existência do chamado elemento 
subjetivo do tipo que nada mais é que o ato de oposição à execução do ato legal. 
Na ausência desse elemento subjetivo do tipo, outros crimes que não o de 
Resistência, podem ser configurados, como por exemplo o crime de ameaça ou de 
lesão corporal. (Capez, 2020). 
 
 
A doutrina e jurisprudência se questionam a respeito da consumação do crime em 
estudo, quando o agente encontra-se em estado de Embriaguez. 
 
Capez (2020) a respeito disso compreende que mesmo estando o agente em estado 
de embriaguez, a intoxicação aguda é incapaz de retirar a consciência, a vontade e a 
culpabilidade. Portanto, não há o que se falar em exclusão do DOLO. A exceção a 
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isso se dá quando a embriaguez é provocada por caso fortuito ou força maior. 
 
Damásio E. de Jesus (apud Capez, 2020), em sentido contrário, compreende que a 
embriaguez excluirá o dolo quando o agente, em decorrência da intoxicação aguda 
causada pela embriaguez, não tiver condições de compreender o caráter ilícito de 
seu comportamento. 
 
A CONSUMAÇÃO do delito ocorre quando o agente emprega violência ou grave 
ameaça contra o funcionário público ou com aquele que esteja lhe auxiliando. A 
TENTATIVA é cabível. 
 
 
A Resistência Passiva NÃO CONFIGURA crime de resistência, mas sim o de 
Desobediência, disposto no art. 330 do Código Penal. 
 
Um exemplo de resistência passiva, poderia ser do sujeito que, ao receber a voz de 
prisão, se recusa, opõe-se a ela, mas de maneira passiva, (agarrando-se a um poste 
para tentar evitar que os funcionários o levem preso) sem o emprego de violência ou 
ameaça para com os funcionários públicos. 
 
Agora, no §1º você vai encontrar o crime de Resistência na sua forma 
QUALIFICADA. Dispõe o parágrafo primeiro que se o ato não se consuma em razão 
da resistência do agente, incide a qualificadora, onde a PENA passa a ser de 
reclusão, de um a três anos. Você vai notar que em relação a esse parágrafo, o 
legislador apenas previu como qualificadora o mero exaurimento do crime. Além do 
descumprimento da lei, a desmoralização do funcionário público aqui pode 
incentivar que outros repitam o comportamento e é nesse sentido que se aplica a 
qualificadora, para que outros não venham a repetir esse comportamento. (Capez, 
2020) 
 
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Já o §2º aborda sobre a existência de CONCURSO DE CRIMES. As penas desse 
artigo, são aplicadas sem prejuízo das correspondentes violências. Isso significa dizer 
que também podem ser aplicadas as penas correspondentes à violência em 
concurso material. 
 
O concurso material ocorre entre o crime de Resistência e os demais delitos que 
resultarem do emprego de violência contra o funcionário público ou contra aquele 
que esteja lhe auxiliando. A exemplo disso Capez (2020) cita os crimes de lesão 
corporal, na sua forma leve ou gravíssima e até mesmo o crime de homicídio. 
 
 
O legislador afastou a hipótese de concurso formal de crimes e, em razão disso, as 
vias de fato acabam absorvidas pelo crime de Resistência. 
 
Vou deixar aqui elencado algumas hipóteses de CONCURSO DE CRIME: 
 
 
 
Desacato e 
Resistência 
OCORRE QUANDO O AGENTE 
XINGA E EMPREGA 
VIOLÊNCIA CONTRA O 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
DESACATO FICA 
ABSORVIDO PELO CRIME 
DE RESISTÊNCIA 
Roubo e 
Resistência 
No crime de ROUBO há 
emprego DE VIOLÊNCIA OU 
AMEAÇA CONTRA A VÍTIMA; 
No crime de RESISTÊNCIA, ela 
é aplicada CONTRA O 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
EX: APÓS ACONSUMAÇÃO DO 
CRIME DE ROUBO E, PRESO EM 
FLAGRANTE, O AGENTE AGRIDE O 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA 
EVITAR DE SER PRESO 
Desobediência 
e Resistência 
O CRIME DE DESOBEDIÊNCIA 
SE CONSUMA PELO ATO DE 
NÃO ACATAR ORDEM LEGAL 
DADA POR FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO 
O CRIME DE DESOBEDIÊNCIA 
TAMBÉM É ABSORVIDO PELO 
CRIME DE RESISTÊNCIA 
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Agora vamos à algumas considerações: No que diz respeito ao crime de Desacato, 
você precisa ter a consciência de que há uma divergência jurisprudencial e também 
doutrinária. A pena do crime de Resistência é de detenção de dois meses a dois 
anos, enquanto a pena do crime de Desacato a detenção de seis meses a dois 
anos. 
 
Por essa razão, há parte da doutrina que entende que o crime de Desacato é mais 
grave que o crime de Resistência, em divergência, há a outra parte da doutrina que 
entende que a Resistência, pelo fato de ter violência ameaça, seria mais grave. 
Apesar de a pena mínima no crime de Resistência ser menor, a jurisprudência 
firmou entendimento de que o crime de Desacato fica absorvido pelo crime de 
Resistência. Então é isso que você precisa levar para sua prova! 
 
E para finalizar, no que diz respeito à AÇÃO PENAL, vai ser Pública Incondicionada. 
 
 
Questão 01: Wilson, réu em ação penal, resistiu ao cumprimento de mandado 
judicial, de forma omissiva, recusando-se a abrir o portão de sua casa, para evitar o 
ingresso do oficial de justiça no imóvel e a execução do mandado judicial. Nessa 
situação, Wilson cometeu crime de resistência, em sua forma qualificada. 
 
COMENTÁRIO: No crime de Resistência o sujeito ativo deve manifestar um 
comportamento ativo. Para configurar a Resistência passiva, o indivíduo 
poderia agarrar-se à maçaneta da porta ou ao portão para tentar impedir o ato 
da prisão. Na questão acima apenas deixa de abrir o portão. Age, portanto, 
desobedecendo a ordem do agente. 
Deixo aqui um esquema mnemônico para te ajudar a gravar essa ideia: 
Crime de ResisTência: Tem ViolênciaCrime de DeSobediência: Sem Violência 
 Portanto, a questão está errada. 
 
 
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4.3 Desobediência 
 
O crime de Desobediência é abordado pelo artigo 330 do Código Penal e reza que 
o sujeito que desobedecer a ordem legal de funcionário público incorre em crime, 
estando sujeito a PENA acaba sendo uma Infração de Menor Potencial Ofensivo, vez 
que é de detenção, de quinze dias a seis meses. A pena de multa pode aqui ser 
aplicada cumulativamente. 
• Tutela-se a preservação do prestígio e da autoridade 
inerentes às atividades desempenhadas pelos 
funcionários da Administração Pública. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
•Qualquer pessoa (crime comum). SUJEITO ATIVO 
• A vítima direta e principal será o Estado. 
Secundariamente, também será vítima o funcionário 
público agredido ou ameaçado pela resistência e 
também, ainda, eventual particular que o auxilie. 
SUJEITO PASSIVO 
• A conduta consubstancia-se em se opor, 
positivamente, à execução de ato legal, mediante 
violência (emprego de força física) ou ameaça 
(constrangimento moral, não necessariamente 
grave), contra a pessoa do funcionário executor ou 
terceiro que o auxilia, representantes da força 
pública. 
CONDUTA 
• É o dolo de opor-se a execução de ato legal. TIPO SUBJETIVO 
• Consuma-se com o ato (ação) que caracterize a 
oposição, sendo esta contra a pessoa do funcionário 
executor ou terceiro que o auxilia.A tentativa é, 
teoricamente, admitida. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
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Primeiro detalhe que você deve se atentar quanto ao crime de Desobediência, é que 
o sujeito passivo responde criminalmente quando desobedecer ORDEM LEGAL 
emanada por Funcionário Público competente. Se a ordem dada pelo funcionário 
público não for legal, o indivíduo não é obrigado a cumpri-la. 
 
A CONDUTA, portanto, é ato de desobedecer, ou seja, desatender, não aceitar, não 
se submeter à ordem dada pelo funcionário público. Aqui não há violência e o 
sujeito acaba incidindo no crime ao recusar-se a abrir a porta da residência para o 
oficial de justiça dar cumprimento de mandado judicial, por exemplo. 
 
Quanto aos SUJEITOS do crime, por ser crime comum o Sujeito Ativo pode ser 
qualquer pessoa, desde que, conforme Capez (2020) tenha o dever jurídico de 
cumprir ou não a ordem legal. 
 
Discute-se na doutrina a possibilidade de funcionário público responder pelo crime 
de Desobediência. Vale, portanto lembrar, que o delito em estudo encontra-se no 
capítulo dos crimes praticados por PARTICULAR contra a Administração em geral. 
 
Nesse sentido, Capez (2020) assim como parte majoritária da doutrina, entende que 
o funcionário público pode ser sujeito ativo no crime de Desobediência quando a 
DESOBEDECER Ordem Legal 
de 
FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO 
DETENÇÃO 
15 dias a 6 
meses e MULTA 
 
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
 
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ordem recebida não se relacionar com suas funções, ou seja, não esteja incluída 
em seus deveres funcionais, pois caso esteja, o crime que este comete é o de 
Prevaricação. 
 
No que diz respeito ao Sujeito Passivo, é a Administração Pública no primeiro 
momento e, secundariamente, o funcionário público competente para emitir a 
ordem. 
 
 
Cabe ressaltar que tudo depende do tipo da ordem. Se o sujeito, na condição de 
agressor, desobedece Medidas Protetivas de Urgência que foram fixadas, vai 
responder pelo artigo 24-A da Lei 11.3340/2006. O descumprimento de medida 
protetiva está previsto na Lei Maria da Penha e pode ser fixado judicialmente tanto 
pelo Juízo Cível, Juízo Criminal. 
 
Se o indivíduo desobedecer uma ordem judicial vai pode responder pelo crime 
quanto à administração da Justiça. Agora, a desobediência de uma ordem legal de 
funcionário público, incide no crime em estudo. 
 
Muito bem! No que diz respeito ao ELEMENTO SUBJETIVO do crime de 
Desobediência, vai ser o DOLO. Conforme Capez (2020) exige-se que o sujeito ativo 
tenha consciência da legalidade da ordem e da competência do funcionário público 
para expedi-la. O erro do agente exclui o dolo. 
 
 
O estado de Embriaguez não exclui o dolo. Em caso de Embriaguez completa ou 
decorrente de estado fortuito ou força maior, atua como mera excludente de 
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culpabilidade. (CAPEZ, 2020). 
 
A CONSUMAÇÃO ocorre com a desobediência, e a TENTATIVA somente é possível 
na forma comissiva do descumprimento da ordem legal. Nesse delito cabe a Ação 
Penal Pública Incondicionada. 
 
 
Questão 02: Em relação ao inquérito policial e à ação penal, julgue o item seguinte. 
Segundo o STJ, a recusa da autoridade policial em cumprir requisição judicial relativa 
a cumprimento de diligências configura o crime de desobediência. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
Gabarito: Errado 
Questão 03: Comete crime de desobediência o 
a) motociclista que deixa de atender ordem de parada emanada de policial 
que não está no exercício do cargo. 
b) advogado que desatende intimação judicial que lhe ordena fornecer o 
endereço residencial de seu constituinte. 
c) médico que se recusa a fornecer informações a respeito do tratamento a 
que foi submetida determinada pessoa. 
d) particular que se recusa a obedecer a ordem arbitrária de funcionário 
público. 
e) motorista que se recusa a apresentar os documentos do veículo que dirige 
quando solicitados por policial de trânsito. 
Gabarito: E 
 
 
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• Tutela-se a preservação do prestígio e da autoridade 
inerentes às atividades desempenhadas pelos 
funcionários da Administração Pública. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
•Qualquer pessoa (crime comum). SUJEITO ATIVO 
• O Estado, desprestigiado na sua autoridade, e 
secundariamente, o funcionário autor da ordem 
desobedecida. 
SUJEITO PASSIVO 
• Pune-se a conduta do agente que deliberadamente 
desobedece (descumpre, não atende) a ordem legal 
de funcionário público competente para cumpri-la. 
CONDUTA 
• É o dolo, que consiste na vontade consciente de não 
atender a ordem legal emanada de funcionário 
público. 
TIPO SUBJETIVO 
• Desobediência da ordem legal: a) se a ordem 
consistir em dar ou fazer algo, consuma-se com a 
omissão do agente; b) se a ordem consiste em não 
fazer algo, o delito se consuma com a ação proibida. 
A tentativa só é admitida na forma comissiva, ou seja, 
com a ação proibida. 
CONSUMAÇÃO E 
TENTATIVA 
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5 QUESTÕES PARA TREINAR 
QUESTÃO 01 No que diz respeito ao crime de resistência, é correto afirmar que 
a) pode ser sujeito passivo do crime a pessoa que esteja prestando auxílio ao 
funcionário que executa o ato. 
b) se configura quando o agente desobedece a ordem legal de funcionário 
público competente. 
c) a pena máxima prevista é de quatro anos se o ato, em razão da resistência, 
não se executa. 
d) somente se consuma se o ato, em razão da resistência, não se executa. 
e) as penas pelo crime são aplicáveis sem prejuízo das penas correspondentes 
à ameaça. 
 
QUESTÃO 02 A pena prevista pelo Código Penal para o crime de “resistência” (CP, 
art. 329), por expressa disposição legal, é 
a) de reclusão e de multa. 
b) de reclusão, de seis meses a um ano. 
c) maior, se o funcionário público, em razão da violência, fica afastado do 
cargo. 
d) maior se o ato, em razão da resistência, não se executa. 
e) diminuída de um a dois terços se a resistência não é praticada com 
violência. 
 
QUESTÃO 03 Durante uma passeata na Esplanada dos Ministérios, um manifestante, 
logo após ter sido alertado por um agente da polícia legislativa de que deveria se 
afastar do local, arremessou pedras em direção ao Congresso Nacional, o que 
resultouna quebra de vidraças da Câmara dos Deputados. O manifestante foi preso 
em flagrante e, na delegacia, confessou a prática do delito. 
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Com base na situação hipotética acima, julgue o item seguinte, relativo à prova, à 
prisão preventiva e aos crimes previstos na parte especial do Código Penal. 
O fato de o manifestante não ter cumprido a ordem legal dada pelo agente de 
polícia legislativa não configura crime de desobediência, uma vez que a ordem não 
foi emitida por autoridade judiciária, o que constitui requisito específico do tipo 
penal. 
 
QUESTÃO 04 A fuga do réu após a ordem de parada dos policiais para abordagem 
configura crime de desobediência. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 05 Constitui crime de resistência bloquear o ingresso de oficial de justiça 
munido de mandado de intimação no domicílio durante o período noturno do 
sábado. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
QUESTÃO 06 Astolfo, é surpreendido na prática de crime de roubo e recebe ordem 
de prisão por dois policiais militares do Estado X que estão devidamente fardados e 
com viatura. Para evitar a prisão, Astolfo arremessa pedras em direção aos policiais 
ferindo a ambos que, ainda assim, conseguem prendê-lo com o uso da força 
necessária. Em relação à ação contra a execução de ordem legal praticada por 
Astolfo, sem prejuízo de outros crimes decorrentes da violência, ele poderá 
responder pelo crime de 
 
A) Desacato. 
B) Desobediência. 
C) Resistência. 
D) Obstrução à justiça. 
E) Desinteligência. 
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5.1 Gabarito 
 
01 A 
02 D 
03 ERRADO 
04 CERTO 
05 ERRADO 
06 C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bons estudos! 
Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam 
na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt). 
 
Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos. 
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