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Constipação intestinal

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Constipação intestinal 
Introdução 
 Não é uma doença → é um SINTOMA! 
 Pode estar associado: 
 Doenças orgânicas (digestivas ou não) 
 Distúrbios funcionais das estruturas envolvidas na evacuação (condicionados 
por fatores ambientais, idade, sexo e hábitos pessoais). 
Nômade 
Alta ingesta de fibras 
Sedentarismo 
Estresse 
Efeitos de medicamentos 
Alimentação inadequada 
Definição 
↓ frequência: 
↓ 3x/semana Esforço 
evacuatório 
Fezes ressecadas 
Uso de 
laxantes, 
supositórios, 
enemas 
Sensação de 
evacuação 
incompleta 
Manobras digitais 
(retais/vaginais) para 
auxiliar na expulsão 
do bolo fecal 
Colégio Americano de Gastroenterologia: 
Defecação insatisfatória caracterizada por evacuações 
infrequentes, dificuldade na passagem das fezes, ou 
ambos. A dificuldade na passagem das fezes inclui 
esforço para defecar, sensação de dificuldade, 
evacuação incompleta, fezes duras, tempo prolongado 
de evacuação ou necessidades de manobras manuais 
para eliminar as fezes. 
Definição: Constipação funcional Roma III 
 Esforço evacuatório aumentado 
 Fezes duras ou grumosas 
 Sensação de evacuação incompleta 
 Sensação de bloqueio/obstrução anorretal 
 Manobras manuais 
 
 Menos de 3 evacuações por semana 
Em pelo menos 
 25% das defecações 
Critérios presentes há pelo menos 3 meses com 
início há pelo menos 6 meses 
Epidemiologia 
 Prevalência → 20% da população 
 Pode estar presente em todas as faixas etárias 
 Mais comum: mulheres, crianças, idosos, indivíduos de menor 
classe econômica. 
 
 Impacto da constipação (National Ambulatory Medical Care Survey): 
 Custo: 2.752 dólares por paciente na avaliação terciária 
 
Classificação 
 Funcional/ Primária 
 
 Orgânica / Secundária 
Classificação 
 Constipação funcional ou primária: 
 
 Anormalidade do esvaziamento colorretal, não associadas com 
alterações desses segmentos nem das outras vísceras do sistema 
digestório. 
 
 Ausência de sinais de alarme (febre, perda de peso, anemia, 
enterorragia, etc) 
 
 Sem etiologia reconhecida 
 
 Acomete preferencialmente jovens, início mal demarcado, 
evolução insidiosa, lentamente progressiva, longa duração, não 
compromete estado nutricional 
 
 Associada a: 
 Erros dietéticos 
 Erros comportamentais (horário inconstante, não atendimento ao reflexo, 
postura, desconcentração) 
Classificação 
 Constipação orgânica ou secundária 
 
 Mudanças estruturais do intestino grosso, anorretais ou perineais 
ou de seus elementos neuromotores 
 Inércia colônica 
 Disfunção do assoalho pélvico 
 Fissuras 
 Estenoses inflamatórias ou tumorais 
 AVC, trauma medular, Parkinson, doença de Chagas 
 
 Doença sistêmica 
 Diabetes mellitus 
 Hipotireoidismo 
 Hipocalcemia 
 Hipocalemia 
 Porfiria 
 Uremia 
 
 
Etiopatogenia da constipação funcional 
 Ingestão alimentar inadequada 
 
 
 
 
 Refeições balanceadas x lanches rápidos pobres em 
fibras, adiamento das refeições 
 Sedentarismo 
 Perda do reflexo da evacuação 
 Perda progressiva da sensibilidade do reto à sua distensão 
pelo bolo fecal 
 Postura incorreta no ato da defecação 
 Desconcentração durante o ato da evacuação 
Compromete o volume e a consistência das fezes 
↓estímulo 
↑ esforço para evacuar 
Etiopatogenia da constipação orgânica 
 Causas digestivas: 
 Trânsito lento (inércia colônica): 
 Tempo prolongado para o deslocamento das fezes do ceco ao reto, na 
ausência de lesões intraluminais ou dilatações de alguns dos seus 
segmentos  maior ação da flora bacteriana, mais intensa absorção de 
água e sais = ↓ frequência e ↓peso das evacuações 
Subdivisão 
Do ceco ao sigmóide: ↓ quantidade e 
qualidade dos movimentos de massa, 
Com acúmulo de fezes no cólon direito 
Incoordenação motora sigmoidorretal: 
Barreira funcional nessa área levando a estagnação 
do bolo fecal no cólon distal 
Frequentemente, compromete outras vísceras (↓ esvaziamento gástrico, hipocontratilidade vesicular) 
= sugere envolvimento mais amplo da motricidade digestiva 
Etiopatogenia da constipação orgânica 
 Alteração do assoalho pélvico 
 Falha na passagem do conteúdo do reto para o exterior 
 Falha no relaxamento dos esfíncteres anorretais ou do mm 
puborretal 
 
 
Etiopatogenia da constipação orgânica 
 Induzida por medicamentos 
 Ação direta sobre a musculatura ou através da 
inervação 
 AINE, anticolinérgicos, antidepressivos, antiparkinsonianos 
 Analgésicos opiáceos, betabloqueadores 
 Diuréticos, antipsicóticos, bloqueadores dos canais de Ca 
 
 Atenção!  laxativos de ação irritantes: 
 ↑ progressivo da espasticidade do cólon: exige doses cada vez 
maiores 
 Estimulação das terminações nervosas dos plexos intestinais: 
dessensibilização 
 
Etiopatogenia da constipação orgânica 
 Por questões psicológicas 
 Abusos físicos/sexuais, perda de parentes próximos, insatisfações 
pessoais, fobias, repulsa pelo ato de evacuar 
 
 Por alterações anatômicas 
 Oclusão mecânica: tumores, tuberculose, DC, RCUI, aderências 
 Fissuras, hemorróidas 
 Rupturas perineais, intervenções para tratamento fístulas/abscessos 
 Disfunções da parede do abdome (↓ manobra de pressão): 
obesidade, ascite, hérnias 
 
Etiopatogenia da constipação orgânica 
 Por causas endócrinas 
 Diabetes: neuropatia autonômica  transtornos motores 
 Hipotireoidismo 
 Hiperparatireoidismo 
 Porfiria 
 Uremia 
 Hipocalemia, hipomagnesemia 
 Gravidez 
 ↑ progesterona 
 Causas neuromusculares 
 Anormalidade sistema nervoso central e entérico 
 AVC, trauma medular e craniano, Parkinson, esclerose múltipla 
 Hirschsprung, Chagas 
 Doenças musculares 
 Esclerodermia, amiloidose 
Abordagem clínica 
 História clínica 
 Características das evacuações e do bolo fecal 
 
 Questionar: 
 Ritmo intestinal prévio 
 Presença de reflexo da evacuação (frequência, horário, atende ao 
reflexo? 
 Esforço evacuatório 
 Esvaziamento retal completo 
 Dor anal / abdominal 
 Sintomas digestivos altos 
 Flatulência, distensão abdominal 
 Sinais de alarme 
 Mudança de estilo de vida (trabalho, alimentação)? 
 Sedentarismo 
 Uso de medicamentos, cirurgias, antecedentes mórbidos 
 História familiar de câncer de cólon 
Exame físico 
 Avaliar: 
 Palidez cutâneo-mucosa 
 Estado nutricional 
 Alterações pulmonares/cardiocirculatórias/neuromusculares 
 Sinais de disfunção da tireoide 
 
 Exame abdominal 
 Sensibilidade à palpação 
 RHA 
 Presença de cicatrizes cirúrgicas, massas suspeitas 
 
 Exame proctológico 
 
 
Investigação complementar 
 Abordagem laboratorial 
 Hemograma, proteínas totais e frações 
 Se indicado: glicemia, Cr, K, Ca, P, T4/TSH 
 
 Abordagem radiológica 
 Rx simples de abdome (avaliar provável retenção de 
fezes, quantidade e distribuição 
 Acúmulo proximal  inércia do cólon 
 Acúmulo em sigmóide e reto  evacuação obstruída 
 Víscera inteira ocupada por fezes  associação de ambos 
 
 
Investigação complementar 
 Enema opaco 
 Pesquisar dilatações e alongamentos dos segmentos 
colorretais 
 Permite avaliar comprimento e calibre do cólon 
 
 Colonoscopia 
 
 
Investigação complementar 
 Tempo de trânsito de intestino delgado: 
 Indicação: constipação grave, investigação de comprometimento 
difuso do sistema nervoso entérico 
 
 Tempo de trânsito colônico: 
 Material radiopaco em capsula gelatinosa 
 Ingestão VO  desintegração gástrica  libera marcadores  
percorrem intestino e são eliminados intactos 
 Rx simples de abdome seguirão seu deslocamento 
 Eliminação de mais de 20% até o 5º dia 
 
Investigação complementar 
 Métodos de avaliação anorretal 
 Defecografia: disfunção do ato de evacuar. 
 
 Avaliação da dinâmica neuromuscular anorretal 
 Manometria 
 Expulsão do balão 
 Eletromiografia 
 
Tratamento 
20-30g de fibras/dia 
Consumoinicial pela manhã 
Tratamento 
Tratamento 
Baratos, fáceis de usar, bem tolerados 
Contem muciloide hidrofílico 
Fermentação no cólon 
Incorpora água  aumentando volume 
Aumento do bolo fecal 
Facilita deslizamento das fezes 
Demoram 2-5 dias para efeito 
Tratamento 
Aumento progressivo da espasticidade do cólon 
Exige doses crescentes do medicamento 
Tratamento 
Dissacarídeo: galactose e frutose 
Ácido lático: ↓ pH intraluminal 
Aumento dos movimentos peristálticos 
Diminuem a reabsorção de água 
Flatulência 
Distensão abdominal 
Diarreia 
Distúrbios eletrolíticos 
Tolerância 
Polietilenoglicol: 
 
Não absorvido e nem metabolizado 
Hidratação de fezes endurecidas 
Diminui período de trânsito 
Dilata paredes do intestino: Reflexo da defecação 
 
EA: distensão abdominal e cólica 
30 ml / dia 
Tratamento 
 Substância oleosa  lubrifica as fezes  facilita o 
deslizamento 
 Não digerida pelas enzimas humanas 
 Reação de corpo estranho na mucosa 
 Dificultar a absorção de vitaminas lipossolúveis 
 Aspiração  pneumonite 
 
5-15ml/dia 
Tratamento 
 Casos graves 
 Fecaloma 
 Enema umidificação do bolo fecal 
 
Tratamento 
Atividade enterocinética 
Estimula os movimentos do intestino 
Tratamento 
Tratamento 
Tratamento 
Agradeço a atenção!

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