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1ºAula Tecnologia Educacional: Conceitos e Contexto Histórico Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender a relação das mudanças tecnológicas e a sua influência na educação; • compreender a relação da educação e tecnologia, ou seja, quais os pressupostos principais da educação tecnológica; • perceber e distinguir as concepções pedagógicas na educação mediada pela tecnologia; • compreender a importância do acesso à cultura digital. Caros(a) alunos(a), Para que possamos entender a relação entre tecnologia e aprendizagem, precisamos nos adentrar um pouco no surgimento das tecnologias. Para isso, vamos refletir sobre como estes recursos influenciam no modo de vida das pessoas e sobre a importância de se ter acesso à cultura digital. Vamos à aula então!!! Começaremos analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Boa aula! Bons estudos! 8Tecnologias Educacionais e Linguagem 1 - Tecnologia e Educação 2 - A tecnologia como recurso didático 3 – Surgimento das tecnologias modernas 4 – A importância do acesso à cultura digital e sua influência na educação 1 - Tecnologia e Educação A partir do final dos anos de 1970, a crise estrutural do capital vai gerir para as próximas décadas mudanças na ordem econômica, política, social e cultural no mundo. Vemos, a partir da década de 1980, novas formas de organização dessa economia, tratada a partir de então não apenas em um único estado, mas em nível global, pela totalidade dos países, sem se restringir a determinadas regiões do globo. Assim, as transformações ocorridas nessa fase do capitalismo nos remetem à vivência em redes, em um mundo agora globalizado, que se inter-relaciona e se reorganiza em uma dimensão planetária. É nesse contexto que essas transformações vão imprimir mudanças significativas, tanto nas relações sociais, econômicas, políticas quanto no que diz respeito especificamente à educação, impondo assim novas formas de ensinar e aprender. A escola sempre foi palco para a inserção de tecnologias que, como aponta Oliveira (2001, p. 101), “são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais, das quais dependem, mas que também são influenciadas por eles”. Assim, do “velho” quadro negro à informática, as novas tecnologias estão sendo incorporadas ao processo de ensino- aprendizagem, sendo as ferramentas atuais utilizadas por nossas escolas na construção do conhecimento. Para Pretto (1999), um dos conceitos-chave do mundo contemporâneo é o de rede. Não se trata de um conceito novo, surgido somente no final do milênio, mas a partir da segunda metade do século XX, quando se ampliou de forma considerável e passou a ter uma dimensão planetária. É importante aprofundá-lo, articulando-o com o desenvolvimento crescente das tecnologias de comunicação e informação, para com isso compreendermos sua relação com a educação. Em um pequeno histórico das mudanças na tecnologia da informática, podemos dizer que há três momentos distintos no seu desenvolvimento: o primeiro e o segundo ocorrem durante a década de 70. O primeiro ocorre quando a introdução da informática pareceu algo inusitado e até traumatizante, pois o acesso era restrito a um grupo pequeno e altamente especializado. Já o segundo momento, ocorre com o surgimento do microprocessador e da CPU, pois as mudanças começaram a desmantelar os sistemas centralizados. A terceira fase, na década de 1980, é marcada pelo aumento no processamento dos dados e pesquisas, bem como pelo barateamento dos equipamentos, fazendo com Seções de estudo que palavras como conexões em tempo real e redes interativas sejam citadas frequentemente. Com isso, a informática passa a ser um instrumento de uso frequente em salas de aula, na gestão escolar e nos demais locais de trabalho e estudo. Vale lembrar que tecnologia não se restringe apenas ao uso do computador. Por muito tempo, tivemos os cursos por correspondência, e os programas de rádio e televisão (sendo a TV Escola um grande exemplo). Assim, com o advento das novas tecnologias de comunicação e de informação, o convívio social passa a ter outras maneiras de se relacionar e de se organizar e também de fazer educação. Com isso, é necessário pensar nessa nova organização da sociedade, na qual as informações são passadas e se diluem como em um passe de mágica. Assim, se faz viável pensar além da tecnologia apresentada hoje às escolas, pois esse tema é bastante complexo, já que envolve não apenas o uso de computador. Também é necessário pensar na formação dos professores dentro desse novo cenário, bem como nas correntes teóricas para embasar esse processo de ensino, o acesso e a democratização do uso das novas tecnologias. 2 - A Tecnologia como Recurso Didático O uso da tecnologia tem promovido amplo debate acerca de sua relação com a educação. A inserção dos computadores no universo educacional brasileiro deu-se na década de 1970, por meio das universidades e, de lá para cá, a incorporação tem se intensificado, apresentando como um dos resultados a oferta de programas de educação a distância em várias instituições de ensino. À medida que a tecnologia aplicada à educação foi sendo ampliada, a regulamentação sobre a educação a distância também foi se corporificando, bem como o debate no campo da educação e sua interface com as novas tecnologias de comunicação. Um dos pontos discutidos é a aprendizagem que se processa nesse universo. Assim, dessa relação surgiram novas mediações entre a ação do professor e do aluno, conforme aponta Kenski: [...] a imagem, o som e o movimento oferecem informações mais realistas em relação ao que está sendo ensinado. Quando bem utilizadas, provocam alteração dos comportamentos de professores e alunos, levando-os ao melhor conhecimento e maior aprofundamento do conteúdo estudado(KENSKI, 2007, p. 45). De acordo com a autora, a escolha da tecnologia pode alterar a natureza do processo educacional e a maneira como a comunicação entre os sujeitos se realiza. Entretanto, em face do enraizamento do modelo de estrutura dos cursos, a tecnologia tem sido comumente utilizada como um recurso didático. Isso significa que ainda não mudaram, por exemplo, a articulação entre os conteúdos, as maneiras 9 como os professores trabalham didaticamente com os alunos, a permanência das aulas seriadas ligadas a uma única disciplina e “graduadas em níveis hierárquicos e lineares de aprofundamento dos conhecimentos em áreas específicas do saber” (id. Ibid.). Nesse processo em curso surgiram várias modalidades de educação online, tais como as indicadas por Okada apud Okada e Barros (2010, p. 21): [...] novas derivações e práticas adjacentes surgiram, tais como o e-learning, o b-learning e “open-learning”. O “e-learning” cujo significado está associado com aprendizagem eletrônica, é uma convergência da aprendizagem via tecnologias digitais e do ensino a distância baseado em Web. O “b-learning” cuja descrição é derivada de “blended learning” refere-se ao sistema de aprendizagem que combina situações online e também presenciais, daí a origem da designação “blended” como aprendizagem mista. Já o termo “open- learning” refere-se a aprendizagem aberta, onde recursos educacionais abertos REAs favorecem a construção colaborativa, socialização de processos e produtos visando a maior interação e autonomia da comunidade de aprendizes. Na análise das autoras, a educação pode ser potencializada por meio de tecnologias que estabeleçam a comunicação de todos, principalmente se considerar a usabilidade técnica e pedagógica da web. 2. Você sabia? O que são REA’s? Recursos Educacionais Abertos são “materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatostécnicos abertos facilita o acesso e reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Os REAs podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento” (Unesco e Commonwealth of Learning, 2015). Essa constatação resulta no entendimento de que a tecnologia tem possibilitado novas formas de relacionamento e comunicação que ensejam o desenvolvimento de competências para lidar com essas mudanças, notadamente com a existência das redes que se constituem em um universo rico e plural para a descoberta de novas informações. Tal navegabilidade implica em mudanças comportamentais dos alunos, tais como o imediatismo quanto ao retorno das informações, a pouca aceitação dos métodos de transmissão do saber em que a oralidade do professor é lenta ou monótona, cujas respostas às dúvidas são dadas após a fala do professor e a ansiedade frente às avaliações e autoavaliações. A pedagogia interativa necessária para adentrar no universo dos alunos que a cada dia estreitam sua convivência com as tecnologias de informação e comunicação deve romper, portanto, com essa prática assentada na transmissão, e compartilhar com os alunos a construção do conhecimento. Esse compartilhamento não significa, no entanto, que o aluno deva caminhar sozinho, sem referências e “solto” em razão de sua participação ativa. O professor deve compreender em que espaço esse processo se opera, com interconexões e sociabilidades diferenciadas para que o processo educativo seja materializado. A segunda geração da internet denominada web. 2, mais focada no usuário e propensa a desenvolver atividades colaborativas, bem como com uma grande convergência de mídias, tem promovido uma alteração no perfil do usuário que se torna mais ativo e interativo com novas formas de aprender. Essas formas diversas ocorrem tanto no âmbito da escolarização formal quanto na não formal, por meio de competências cognitivas não lineares, polissêmicas e não hierarquizadas. Para que ocorra de forma eficaz, necessita que sejam desenvolvidas as capacidades de compreensão, interpretação e de postura crítica em relação ao conteúdo acessado para que se possa selecionar o que é importante e relevante. Além da necessidade de forjar essa capacidade, há que se ressaltar a importância de uma prática pedagógica que seja rica na constituição do processo de aprendizagem, pois as vezes as instituições são sofisticadas do ponto de vista tecnológico, porém não elaboram ambientes que proporcionem a reflexão, a colaboração e agucem a capacidade criativa dos alunos. A abordagem teórica escolhida guiará o método de ensino e aprendizagem que, por sua vez, definirão quais serão as atividades a serem realizadas, por meio dos recursos e ferramentas apropriadas para o fim almejado. 3 - Surgimento das Tecnologias Modernas Os computadores modernos surgiram na década de 40, durante a Segunda Guerra Mundial. Na década de 60, nos Estados Unidos, surgiram os microcomputadores, mas somente na década de 90 a internet promoveu grandes mudanças nas esferas sociais e econômicas. Estas mudanças alteraram também a dinâmica escolar. Em 1970 era percebido um movimento da informática na educação, tanto no setor administrativo quanto em sistemas eletrônicos de informação. No Brasil, a década de 80 foi marcada por grandes investimentos governamentais de informática na educação. A partir da década de 1990, projetos e programas passam a ser criados ou são incluídos na agenda nacional com o objetivo de formar mão de obra e consumidores. Essas ações inseriram as tecnologias digitais na educação, mas não ofereciam a infraestrutura básica como rede elétrica e conectividade. Sendo nosso país grande como é, em muitas regiões ainda não havia (e ainda não há) rede de esgoto, água encanada, moradia digna, acesso à internet. Segundo Almeida, [...] a baixa conectividade de internet é fator de restrição ao uso nas escolas públicas. Muitas vezes é o professor que traz para dentro das escolas os dispositivos móveis para realizar o trabalho pedagógico: […] o professor está 10Tecnologias Educacionais e Linguagem trazendo para dentro da escola o instrumento da cultura que faz parte de seu cotidiano para auxiliar no trabalho pedagógico (2016, p.50). Infelizmente, essa é a realidade de muitas escolas, como nas de aldeias indígenas e de locais, muitas vezes, de difícil acesso. Não somente de escolas, mas também de locais de trabalho de diferentes ramos. Disponibilizar o acesso à internet é promover uma rede de trocas, em um processo de comunicação livre, de conhecimento cultural tão necessário à cidadania. De acordo com o FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação), o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) foi criado pelo Ministério da Educação, em 1997, para promover o uso da tecnologia como ferramenta de enriquecimento pedagógico no ensino público fundamental e médio (PROINFO-Portal do FNDE. Disponível em www.fnde.gov.br>programas. Acesso em: 10 nov. 2022). Um dos primeiros programas governamentais a levar as tecnologias digitais para as escolas de rede pública foi o PROINFO. Criado em 1997, através da portaria nº 522, como Programa Nacional de Informática na Educação, foi, a partir de dezembro de 2007, com o decreto n° 6.300, reformulado, passando a denominar-se Programa Nacional de Tecnologia Educacional. A partir dele são instalados laboratórios de informática nas escolas e criados, nos estados e municípios, os Núcleos de Tecnologia Educacional - NTE e NTM, onde atuavam profissionais da educação e especialistas em hardware e software responsáveis pela formação dos educadores, tendo como princípio promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas redes públicas de educação básica (BONILLA e CORDEIRO, 2018) (Disponível em: https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018- artigos-completos/178958.pdf. Acesso em: 10 nov. 2022). No ano de 2005, o governo desenvolveu o projeto: “UM COMPUTADOR POR ALUNO (UCA)”, com o objetivo de intensificar o uso da tecnologia da informação nas escolas. Após um longo processo de licitação, em 2008 o governo efetuou a compra de 150 mil laptops que contemplou 300 escolas brasileiras. Porém, nem todas as escolas tinham a estrutura necessária e nem os professores eram capacitados o suficiente para fazer uso de tal instrumento como processo de construção do conhecimento. Em 2008 teve início o PROUCA (Programa Um Computador por Aluno) sendo instituído pela Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010, sendo parte da política nacional de tecnologia educacional do Ministério da Educação. Neste ano, além da distribuição aos estudantes, os professores passaram por capacitação para uso do equipamento em projetos pedagógicos (MEC. Ministério da Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 10 nov. 2022). Oferecendo formação contextualizada e atualizada, o Estado tem investido em programas de instrumentalização dos ambientes escolares e cursos de formação de professores. Por exemplo, um dos programas acima citados e implantados pelo Ministério da Educação é o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), criado em 1997 e remodelado em 2007, passando a denominar-se PROINFO INTEGRADO, que visa auxiliar no processo pedagógico dos estudantes das escolas públicas de educação básica como na inclusão digital dos mesmos (BRASIL, 2007). Em 2013, as escolas de ensino público foram contempladas com TABLETS EDUCACIONAIS, intensificando o programa do Proinfo Integrado. Os pré- requisitos para as escolas serem contempladas eram: ser escola urbana de ensino médio, ter internet banda larga, laboratório do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) e rede sem fio (wi-fi). Estes recursos trouxeram avanços para as escolas e suas metodologias,mas há que equipá-las e preparar os professores para se fazer uso delas. O papel do professor é fundamental para tornar a tecnologia um recurso eficaz no ambiente escolar. Demo (2008, p.134) ressalta: Temos que cuidar do professor, pois todas as mudanças só entram bem na escola se entrarem pelo professor, ele é a figura fundamental. Não há como substituir o professor. Ele é a tecnologia das tecnologias, e deve se portar como tal (Apud ANDRADE, p.16). O professor sempre será necessário para o ensino, mas deve atualizar-se e acompanhar o ritmo moderno que a sociedade vive. A tecnologia da informação e comunicação foi se desenvolvendo no decorrer do tempo e se desenvolve a cada ano em uma velocidade que muitas vezes achamos difícil acompanhar. Podemos citar evoluções no rádio, na televisão, no radar, no computador, na energia nuclear, que são tecnologias do século XX e, atualmente, celular, notebook, televisão de plasma/LCD/LED, câmera digital, iPhone, cloud computing, Inteligência Artificial, robotização, equipamentos autônomos, relógios digitais, realidade virtual e muitas outras coisas. Há um vasto campo de exploração que é possível incorporar às metodologias educacionais, como por exemplo, as plataformas digitais. A conectividade entre as pessoas passa também pelo e-mail, as redes sociais, Facebook, Instagram, Twitter, Whatsapp, metaverso, e tantos outros mecanismos de conexão interativa. Fala-se com pessoas do outro lado do mundo apenas com clicks e/ou digitação. O telefone fixo se tornou obsoleto nos lares. A grande maioria da pulação tem pelo menos um celular e, através dele, realiza tarefa e chega a qualquer lugar que desejar. FIGURA 2- FERRAMENTA UTILIZADA COMO RECURSO TECNOLÓGICO Fonte: Disponível em: https://www.professordofuturo.com.br/tecnologia- educacional-uma-ferramenta-a-favor-do-ensino. Acesso em: 10 out. 2022. 11 4 - A Importância do Acesso à Cultura Digital e sua Influência na Educação Com o rápido desenvolvimento e transformações pelas quais passam a sociedade, é necessário uma visão ampla, crítica e evolutiva também na educação, para que se possa diminuir as diferenças, igualar as oportunidades educativas, o acesso às diferentes culturas e identidade nas diversas camadas da sociedade. É um direito humano. O não acesso ao mundo das tecnologias e do modo de vida da cultura digital contemporânea, leva à exclusão. De acordo com Franco (2009) Pode-se afirmar que o conhecimento é de propriedade coletiva, portanto, patrimônio da humanidade. Assim sendo, todas as tecnologias que foram produzidas como resultados do desenvolvimento humano, decorrente do trabalho coletivo, são de direito de todos. É patrimônio de toda Humanidade, toda a Humanidade tem direito, tornando-se, assim, um direito humano universal fundamental. Não por um desejo ético apriorístico, mas como uma consequência sócio-histórica (p.109-110). Corroborando o que diz o autor acima, o conhecimento é de propriedade coletiva e um direito de todos. Assim, promover a inclusão digital se faz necessário. Atualmente, mesmo pessoas deficientes visuais conseguem fazer uso das tecnologias, idosos fazem compras virtuais, acessam os bancos via internet, deficientes físicos não precisam ir a supermercados para fazerem suas compras, qualquer pessoa pode fazer cursos on-line, inclusive, à distância. Através desta inclusão, as atividades se tornam mais rápidas, facilita as atividades diárias, aumenta a produtividade, melhora a comunicação, promove a autonomia, dentre outras vantagens. A inclusão digital representa garantir que os cidadãos e instituições disponham de meios e capacitação para acessar, utilizar, produzir e distribuir informações e conhecimento, por meio das TIC, de forma que possam participar de maneira efetiva e crítica da sociedade da informação (CGPID, 2010). A utilização das tecnologias, em todos os contextos, faz emergir novas práticas sociais, principalmente na forma de se produzir e consumir informação. Estas práticas interferem diretamente nos modos de pensamento e de valores, nas técnicas e atitudes dos indivíduos (LÉVY, 1999) formando o que chamamos de cultura digital. O uso das tecnologias na educação não pode ser considerado apenas como uma mudança tecnológica, pois não se trata simplesmente de substituir o quadro preto ou o livro pelo computador; mas está associado à mudança do modo como se aprende; das formas de interação entre aluno e professor e do modo como se reflete sobre a natureza do conhecimento (TEODORO, 2008). A necessidade de transformação perpassa pela necessidade de informações qualificadas para saber agir, a fim de se obter uma educação de qualidade. A capacitação do corpo docente indica direções fundamentais para a nova realidade escolar. O professor, junto com seus alunos, pode criar possibilidades interessantes e diversas, criando, partilhando, reinventando e construindo saberes. As tecnologias oferecem facilidades para se fazer gráficos, textos, mapas mentais, reuniões, salas de bate-papo, podcast e tantas outras possibilidades. Fazendo uso das tecnologias digitais em uma imensidão de recursos, potencializa-se o conhecimento. Desta maneira, constrói-se a cidadania em um novo tempo. A inserção e acesso à tecnologia no currículo das escolas não depende apenas da instituição, dos gestores ou corpo docente. Depende de fatores como implantação de infraestrutura tecnológica, inserção dos envolvidos no mundo das tecnologias e políticas públicas voltadas para esta nova realidade. Finalizamos nossa primeira aula. Espero que tenham gostado, pois o assunto é muito interessante, não é mesmo? Desta maneira, vamos relembrar um pouco o que vimos? Chegamos, assim, ao final de nossa aula. Espera-se que agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês sobre Tecnologia Educacional: conceitos e contexto histórico. Vamos, então, recordar? Retomando a aula 1 - Tecnologia e educação Nesta seção, vimos que as mudanças na tecnologia da informática têm três momentos distintos no seu desenvolvimento: o primeiro e o segundo ocorrem durante a década de 70. O primeiro ocorreu quando a introdução da informática pareceu algo inusitado e até traumatizante, pois o acesso era restrito a um grupo pequeno e altamente especializado; já o segundo momento ocorreu com o surgimento do microprocessador e da CPU, cujas mudanças começaram a desmantelar os sistemas centralizados. Também vimos que hoje em dia a sociedade tecnológica se organiza em rede e é importante pensar em estratégias para fazer uso deste recurso. 2 - A tecnologia como recurso didático Nesta seção discutimos a tecnologia aplicada à educação e sua relação com a aprendizagem. Vimos também alguns exemplos de novas tecnologias de comunicação, que podem ser aplicadas em várias situações, inclusive são muito usadas, principalmente na educação na modalidade a distância. 3 – Surgimento das tecnologias modernas Nesta seção estudamos que desde a década de 40 os computadores já existiam e através das novas e modernas tecnologias podemos ensinar e aprender, tornando estes recursos fundamentais para atingir um grande número de pessoas no mundo todo. 12Tecnologias Educacionais e Linguagem 4 - A importância do acesso à cultura digital e sua influência na educação Nesta última seção, vimos que o acesso à cultura digital é um direito de todos e um dever de toda a sociedade engajar- se em prol de uma educação de qualidade que contemple a todos. Vimos que fazendo uso das tecnologias digitais em uma imensidão de recursos, potencializa-se o conhecimento. Desta maneira, constrói-se a cidadania em um novo tempo. Vale a pena ler Vale a pena PRETTO, Nelson de Lucca. 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Vale a pena acessar Obs: Não se esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” para se comunicarem com o(a) professor(a). ANDRADE, Ana Paula Rocha de. Uso das tecnologias na educação: computador e internet. (monografia) Universidade Estadual de Goiás. Brasília, 2011. CYSNEIROS, Paulo Gileno. Novas Tecnologias Na Sala De Aula: Melhoria do Ensino Ou Inovação Conservadora? Informática Educativa Vol 12, No, 1, 1999. UNIANDES/ LIDIE pp 11-24. Disponível em: https://aedmoodle.ufpa. br/pluginfile.php/247582/mod_resource/content/0/34- melhoria_do_ensino_ou_inovacao_conservadora_ CYSNEIROS.pdf. Acesso em: 05 out. 2022. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2007. Disponível em: http:www.portal.mec.gov.br. Acesso em: 10 out. 2018. ______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. ______. Constituição (1988). 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