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U N O P A R Q U ÍM IC A C A P ILA R Química capilar Claudia Stoeglehner Sahd Vânia Aparecida Malachias Terra Química capilar Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sahd, Claudia Stoeglehner ISBN 978-85-522-0319-3 1. Cabelo – cuidado e higiene. I. Malachias, Vânia Aparecida Terra. II. Título. CDD 646.724 Vânia Aparecida Terra Malachias. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. 144 p. S131q Química capilar / Claudia Stoeglehner Sahd, © 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente Acadêmico de Graduação Mário Ghio Júnior Conselho Acadêmico Alberto S. Santana Ana Lucia Jankovic Barduchi Camila Cardoso Rotella Danielly Nunes Andrade Noé Grasiele Aparecida Lourenço Isabel Cristina Chagas Barbin Lidiane Cristina Vivaldini Olo Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro Revisora Técnica Priscila Cassolla Editorial Adilson Braga Fontes André Augusto de Andrade Ramos Leticia Bento Pieroni Lidiane Cristina Vivaldini Olo 2018 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Sumário Unidade 1 | Conceitos de colorimetria Seção 1 - Identificação da cor e tom dos cabelos naturais 1.1 | A estrutura da cor capilar 1.1.1 | Melanócitos 1.1.2 | Melanina 1.2 I A coloração natural nos cabelos 1.3 I Canície Seção 2 - Os conceitos dentro da colorimetria 2.1 | Colorimetria 2.2 | Histórico 2.3 I Teoria das cores 2.3.1 I Conceito da teoria das cores 2.3.2 I Histórico da teoria das cores 2.4 I Defi nição da cor 2.5 I Espectro visível 2.6 I Fisiologia da cor 2.7 I Tricromia 2.8 I Sistemas colorimétricos 2.8.1 I Modelo RGB 2.8.2 I Modelo CMYK 2.9 I Estrela de Oswald 2.10 I Nível ou saturação da cor (altura de tom) 2.11 I Tonalidade ou nuance da cor (refl exos da cor) 2.12 I Referências das cores em colorimetria Seção 3 - A composição bioquímica das colorações capilares 3.1 | Histórico 3.2 I Composição bioquímica Seção 4 - Colorações capilares 4.1 | Processo de coloração 4.2 I Coloração oxidante 4.2.1 I Semipermanente 4.2.2 I Permanente 4.3 I Coloração não oxidante 4.3.1 I Temporárias 4.3.2 I Henna 4.4 I Técnicas de coloração 4.4.1 I Técnicas de coloração oxidantes (semipermanente) 4.4.2 I Técnicas de coloração oxidantes (permanente) 4.4.3 I Técnicas de coloração não oxidantes (temporária) 4.4.4 I Técnicas de coloração não oxidantes (henna) Unidade 2 | Processos de descoloração capilar Seção 1 - Processo de clareamento capilar 1.1 | Clareamento capilar 1.2 | Estágios de descoloração 1.3 | Reação de oxidação 1.4 | pH e o clareamento capilar 9 13 13 15 15 17 18 20 20 20 21 22 22 24 25 26 28 29 29 30 31 32 32 32 35 35 37 40 40 41 41 43 44 44 46 48 48 48 49 49 55 58 58 60 61 62 Seção 2 - A composição bioquímica do descolorante capilar 2.1 | Histórico 2.2 | Composição bioquímica 2.3 | Uso de clareadores 2.3.1 | Clareadores de couro cabeludo 2.3.2 | Clareadores para haste capilar Seção 3 - Técnicas de clareamento capilar 3.1 | Introdução 3.2 | Técnica de luzes 3.3 | Técnica de mechas 3.4 | Técnica de refl exo 3.5 | Técnica de balaiagem 3.6 | Técnica de mechas californianas 3.7 | Técnica de ombré hair 3.8 | Técnica de mechas 3D 3.9 | Técnica de mechas invertidas 3.10 | Técnica de matização Seção 4 - Efeitos do clareamento capilar 4.1 | Oxidantes em uso 4.2 | Efeito dos clareamentos 4.2.1 | Perda proteica 4.3 | Segurança no clareamento capilar Unidade 3 | Transformações capilares Seção 1 - Considerações gerais sobre os transformadores capilares 1.1 | Histórico 1.2.1 | Escova progressiva (alisamento) 1.2.2 | Relaxamento capilar 1.2.3 | Permanente capilar 1.3 | Tipos de escova progressiva (nomes comerciais) 1.3.1 | Escova defi nitiva 1.3.2 | Escova inteligente 1.3.3 | Escova marroquina Seção 2 - Modo de ação dos transformadores capilares 2.1 | Modo de ação 2.2 | Agentes redutores 2.2.1 | Tioglicolato de amônia 2.2.2 | Hidróxidos 2.2.3 | Hidróxido de sódio 2.2.4 | Hidróxido de cálcio 2.2.5 | Hidróxido de guanidina 2.2.6 | Hidróxido de lítio 2.2.7 | Ácido glioxílico 2.2.8 | Ácido tioglicólico Seção 3 - Técnicas de transformações capilares 3.1 | Técnicas de aplicação 3.2 | Técnica de permanente capilar 3.2.1 | Técnica do permanente tradicional 3.3 | Técnica de relaxamento 3.4 | Técnica de progressiva (alisamento) Seção 4 - Efeitos das transformações capilares 4.1 | Efeitos causados nos fi os 4.2 | Teste de mecha 4.3 | Precauções 4.4 | Cuidados 64 64 65 67 67 67 68 68 68 69 80 70 71 71 72 72 73 75 75 75 77 77 85 88 88 90 90 91 92 92 93 93 94 94 97 97 97 98 98 99 99 99 99 101 101 101 102 104 105 107 107 108 109 109 Unidade 4 | Efeitos fi siológicos da coloração no organismo Seção 1 - Processo de clareamento capilar 1.1 | A toxicidade dos corantes 1.2 | Estudos sobre a toxicidade dos colorantes 1.3 | Métodos analíticos para a determinação de corantes de cabelo 1.4 | Descrição da rotulagem das colorações capilares Seção 2- Efeitos fisiológicos das colorações 2.1 | Efeitos fi siológicos 2.2 | Danos à saúde 115 118 118 119 121 124 128 128 130 Caro aluno, é um prazer apresentar a você este material elaborado especialmente para a disciplina Química Capilar. Esperamos contribuir para a construção do conhecimento dos conteúdos abordados neste livro, sendo de grande valia para a sua formação profissional. O embelezamento está diretamente ligado à saúde. As pessoas consideradas com excelente saúde são as que mais estimam o cuidado com a aparência e bem-estar. Entre esses cuidados estão a prática de atividade física ou comparecimento assíduo em centros de embelezamento facial, corporal e capilar. Os cuidados com a face e o corpo existem desde os tempos da pré- história, quando o homem já dispunha de artifícios para cuidados com o cabelo. A área da química capilar está em permanente crescimento, visto que vivemos em uma sociedade que cultua o belo e a beleza que sempre deve estar em sintonia com a qualidade de vida e a busca incansável pela eterna juventude. Neste material, você, aluno, irá estudar pontos fundamentais da química capilar, conceitos de colorimetria, processos de descoloração capilar, transformações capilares e os efeitos fisiológicos da tintura no organismo. Na Unidade 1, será possível conhecer e saber identificar os conceitos de colorimetria e compreender como os pigmentos são produzidos, além de aprender a composição bioquímica das colorações e as técnicas empregadas para sua realização. Na Unidade 2, vamos conhecer e identificar os processos de clareamento capilar, a composição bioquímica do descolorante capilar, as técnicas de clareamento e os efeitos do clareamento nos fios. Na unidade 3 será proposto o conhecimento sobre a identificação dos processos de transformações capilares, o modo de ação dos agentes redutores, as técnicas e os efeitos dos transformadores capilares nos fios. A unidade 4 aborda a importância de conhecer e identificar os efeitos fisiológicos da coloração no organismo e os danos causados à fibra capilar. Espero que você desfrute desse material que foi desenvolvido com todo o cuidado! Apresentação Conceitos de colorimetria A proposta da presente unidade é que você, aluno, saiba conhecer e identificar os conceitos de colorimetria e compreender como os pigmentos são produzidos, além de saber a composição bioquímica das colorações e as técnicas empregadas para sua realização. É de extrema importância que o profissional da área do embelezamentotenha domínio da parte dos conceitos envolvidos dentro da colorimetria, buscando o entendimento a respeito da teoria das cores, definição e fisiologia da cor, pois é preciso conhecer a formulação bioquímica dos colorantes e como agem nos cabelos, para que se possa entender as técnicas de coloração e suas diferenças. Objetivos de aprendizagem Claudia Stoeglehner Sahd Unidade 1 Abordaremos, durante esta unidade, os conceitos envolvidos dentro da colorimetria; como os pigmentos agem e se fixam aos fios;a canície e como ocorre; as composições químicas dos colorantes empregados no mercado cosmético; e as diferenças entre os métodos de coloração. A parte mais volumosa da haste capilar é o córtex, tendo como constituição células fusiformes queratinizadas formadas por macrofibrilas e microfibrilas, nas quais encontramos os grânulos de pigmento (melanina) que são responsáveis pela cor dos fios capilares. A canície é a perda da pigmentação dos cabelos, conhecida popularmente como cabelos brancos. Em geral, surge gradualmente após a terceira década de vida. Muitos fatores estão envolvidos e podem acarretar a canície precoce, por exemplo, a genética e a Síndrome de Werner. Entretanto, há a necessidade de estudar as suas características e as formas de se obter o aperfeiçoamento da aparência dos fios capilares e proporcionar um aprimoramento da qualidade de vida com aumento da autoestima. Colorimetria é a ciência e o conjunto de tecnologias desenvolvidas para a quantificação e a investigação física do fenômeno de percepção de cores pelos seres humanos. E uma análise quantitativa que tem como base a comparação da cor de uma solução com a cor de outras que possuem concentrações conhecidas e tomadas como padrão. Na Seção 1.1, conheceremos a identificação da cor e tom dos cabelos naturais. Durante a Seção 1.2, abordaremos os conceitos dentro da colorimetria. No decorrer da Seção 1.3, falaremos sobre as composições bioquímicas das colorações. Na Seção 1.4, discorreremos sobre as colorações capilares e suas técnicas de aplicação. Lembrando sempre que, para se tratar de qualquer procedimento capilar, deve-se ter conhecimentos fisiológicos capilares e de todos os procedimentos a fundo. Assim, será muito mais simples e fácil conseguir tratamentos terapêuticos e modificações químicas que sejam realmente coerentes àquela alteração realizada. Esperamos que você, aluno, aproveite ao máximo esse recurso didático e tenha uma ótima leitura! Introdução à unidade Nesta seção, abordaremos a identificação e a tonalidade da cor nos cabelos e como são produzidos os pigmentos. Além de falarmos sobre a canície e como ocorre nos fios de cabelo. Seção 1 | Identificação da cor e tom dos cabelos naturais Nesta seção, abordaremos sobre a colorimetria, teoria das cores, definição da cor, espectro visível, fisiologia da cor e sistemas colorimétricos. Além de abordarmos o nível ou saturação e a tonalidade ou nuance da cor. Seção 2 | Os conceitos dentro da colorimetria Nesta seção, falaremos sobre a formulação bioquímica das colorações capilares, mostrando toda a parte histórica, além de compreender a composição química das colorações oxidantes e não oxidantes. Seção 3 | A composição bioquímica das colorações capilares Nesta seção, discorreremos sobre o processo de coloração, para compreender as colorações oxidantes e não oxidantes e trataremos das técnicas de colorações e como são realizadas. Seção 4 | Colorações capilares U1 - Conceitos de colorimetria 13 Identificação da cor e tom dos cabelos naturais Introdução à seção Seção 1 Nesta seção, abordaremos a identificação e a tonalidade da cor nos cabelos, descrevendo a estrutura da cor capilar, como são produzidos os pigmentos que proporcionam cor aos cabelos, os melanócitos, e compreendendo sobre a melanina e sua classificação de acordo com suas estruturas químicas, além de falarmos sobre a canície e como ocorre nos fios de cabelo. 1.1 A estrutura da cor capilar Na estrutura capilar, a haste do fio de cabelo tem como constituição três camadas: cutícula, córtex e medula. A superfície externa e protetora dos fios é a cutícula, não pigmentada e formada por escamas recobertas diversas vezes umas pelas outras, sendo constituída de três partes: epicutícula (membrana que envolve as escamas), exocutícula (região medial e frágil) e endocutícula (região interior e muito resistente). A parte mais volumosa da haste capilar é o córtex, tendo como constituição células fusiformes queratinizadas formadas por macrofibrilas e microfibrilas, nas quais encontramos os grânulos de pigmento (melanina) que são responsáveis pela cor dos fios capilares. A última porção da haste capilar é formada por células anucleadas, denominadas medula, suas funções não são específicas com relação às propriedades físicas e químicas que desempenham nos fios. Fonte: <https://bqafrica.wordpress.com/atividade-5/>. Acesso em: 19 jul. 2017. Figura 1.1 | Estrutura da haste capilar U1 - Conceitos de colorimetria 14 1.1.1 Melanócitos Os melanócitos são células de tamanho grande que se encontram presas no topo da papila dérmica. Elas produzem o pigmento melanina e o alterar: transfere aos queratinócitos, que constituem o córtex da fibra capilar. Os melanócitos utilizam seus dendritos para inserir os pequenos grânulos de pigmento. Dessa maneira, o cabelo é incolor no início. Ao contrário da pele, os melanócitos do folículo piloso não necessitam de luz solar para produzir melanina. Os melanossomos são organelas especializadas, presentes dentro dos melanócitos, nos quais é realizada a produção da melanina.Esse processo é conhecido como melanogênese. A transferência dos melanossomos dos melanócitos para os queratinócitos acontece por um processo que ainda não foi totalmente esclarecido. As hipóteses são de que o melanossoma é inserido diretamente no queratinócito ou então que ocorreu uma fagocitose da organela na extremidade dendrítica do melanócito. O melanócito da pele consegue munir até 40 queratinócitos, já os melanócitos capilares apenas quatro ou cinco. As diferenças na coloração são devido às diferenças no número, tamanho e arranjo dos melanossomos. Fonte: <https://classconnection.s3.amazonaws.com/682/flashcards/3453682/png/picture9-148BF7A4B3264FC13C8. png>. Acesso em: 19 jul. 2017. Figura 1.2 | Melanócito e melanossomos Nucleus Basement lamina Melanocyte Melanosomes Keratinocyte Melanization Melanofilaments U1 - Conceitos de colorimetria 15 Questão para reflexão O albinismo é uma doença hereditária, em que o indivíduo apresenta pele, olhos e cabelos com tonalidade muito clara. Você sabia que no albinismo ocorre uma incapacidade na produção de melanina em virtude de uma deficiência na ação da tirosinase ou uma impossibilidade de transporte da tirosina para o interior celular dos melanócitos? 1.1.2 Melanina A palavra melanina tem origem grega e significa escuro. Acerca das melaninas naturais, estas se distinguem por suas origens, por exemplo, olho bovino, melanoma e sépia melanina. Comumente apresentam- se em forma de partículas granulares, denominadas de melanossomas e são produtos liberados por células produtoras de pigmentos, os melanócitos. A melanina consegue revelar um fascinante conjunto de propriedades químicas que atua como um efetivo polímero redutor (troca de elétrons), troca de íons e varredores de radicais e por revelar uma intensa tendência para se ligar com compostos aromáticos e lipofílicos. De maneira oposta à maioria dos alcaloides, as reações de melaninas são heterogêneas e abrangem tanto a superfície como a parte interior das partículas. Pertinente a essas reações químicas heterogêneas, a classificação das melaninas é baseada em suas estruturas químicas: eumelaninas, feomelaninas, neuromelaninas e alomelaninas. As eumelaninas (poli 5-6 indolquinonas) são as formas mais comuns das melaninas de coloração marrom ou preta, são insolúveis em água e encontradasnos olhos, pele e cabelos, devido à sua atividade fotoprotetora. Nos vertebrados, a eumelanina contribui no processo metabólico por meio da conversão da luz em calor (temperatura), por exemplo, em anfíbios e répteis. As feomelaninas (poli-dihidrobenzothiazina) são as formas menos comuns das melaninas de coloração vermelha ou laranja e estão mais presentes nos seres humanos ruivos. Seu diferencial em relação às eumelaninas está na adição da molécula de cisteína no decorrer do processo da melanogênese. U1 - Conceitos de colorimetria 16 Fonte: <https://farm9.staticflickr.com/8600/16029554137_c3f01a9722_c.jpg>. Acesso em: 19 jul. 2017. Figura 1.3 | Cabelo ruivo (feomelanina) O terceiro tipo de melanina presente nos mamíferos é a neuromelanina, encontrada no cérebro, sendo uma melanina composta de feomelanina e eumelanina, sendo que a feomelanina está disposta no núcleo enquanto a eumelanina na superfície. Ela tem como função o transporte de impulsos elétricos entre os neurônios e a falta de produção desse pigmento está diretamente relacionada ao mal de Parkinson. Como quarto tipo de melaninas, temos as alomelaninas que são encontradas nos fungos. Essas se referem às DHF-melaninas, ou seja, melaninas que provêm do dihidroxifumarato. Os outros três tipos de melaninas citadas são derivados da DOPA, ou DOPA-melaninas. A eumelanina e a feomelanina apresentam propriedades químicas e físicas semelhantes no corpo humano. Quanto a doenças como Parkinson, esquizofrenia, câncer e surdez, a alteração da estrutura da melanina pode ser relevante para se evitar ou auxiliar no progresso de doenças, como no caso do câncer de pele e da doença do mal de Parkinson. Outra função biológica da melanina está ligada à quelação de íons metálicos, que está relacionada diretamente com a doença do mal de Parkinson e também à propriedade de ligação da melanina com remédios, dessa maneira, o tempo de permanência do medicamento dentro do corpo do indivíduo se torna maior. U1 - Conceitos de colorimetria 17 Questão para reflexão Por que estudar a coloração capilar? 1.2 A coloração natural nos cabelos O número de grânulos de pigmento se torna importante pelo fato de não apenas afetar a cor do cabelo, mas por poder tornar a mudança da cor mais fácil ou difícil. O cabelo preto, normalmente, está associado aos afro-americanos, tendo o mesmo tipo de melanina que o cabelo castanho caucasiano. A diferença é que os grânulos da melanina são maiores no cabelo preto, sendo esta a diferença que proporciona uma densidade mais alta ao pigmento. O cabelo loiro possui menos e menores grânulos de feomelanina, estando bem espalhados pelo córtex. Dessa maneira, se torna mais fácil mascarar os efeitos desses pigmentos (baixa densidade) do que cobrir os grânulos de eumelanina que se encontram bem unidos. O clareamento capilar erradica os grânulos de melanina e removendo, assim, a influência de sua coloração. Questão para reflexão No momento em que o número de grânulos de pigmento começa a decrescer naturalmente, os cabelos com tonalidade grisalha se tornam perceptíveis. Normalmente ocorre dos 28 aos 42 anos de idade. Os cabelos grisalhos apontam o indicativo de que os melanócitos estão ficando tardios e produzindo menos melanina. Novas pesquisas têm mostrado que a produção de melanina culmina por completo durante as fases catágena e telógena. A coloração natural dos cabelos muda notadamente dos 13 aos 20 anos de idade. Essa mudança é mais evidente em cabelos com tonalidades loiro, ruivo e castanho-claro, que constantemente tendem a escurecer em virtude do aumento na produção de melanina. Quanto maior a densidade do pigmento, maior será o seu escurecimento. Ao que tudo indica, os melanócitos variam a quantidade de pigmento que produzem de acordo com a idade. U1 - Conceitos de colorimetria 18 1.3 Canície A canície é a perda da pigmentação dos cabelos, conhecida popularmente como cabelos brancos e surge gradualmente após a terceira década de vida. Muitos fatores estão envolvidos e podem acarretar a canície precoce, por exemplo, a genética e a Síndrome de Werner. A síntese da melanina se completa no melanossomo e já não existe atividade enzimática, a partir desde momento está formado o grão de melanina. Os melanócitos presentes no folículo piloso perdem seu poder melanogênico. Essas alterações não estão presentes nos melanócitos da epiderme. A atividade da papila dérmica cessa na fase catágena, considerada a fase de repouso e na qual também ocorre a síntese da tirosinase. Após os trinta anos de idade se torna mais difícil a recuperação da atividade no folículo piloso. Outra explicação para a canície pode ser pela incapacidade do melanócito em produzir o pigmento ou de transferi-lo aos queratinócitos, o que pode ser um fator genético. O tipo e a quantidade de melanina são determinados por meio dos genes. Com o passar dos anos as células pigmentares localizadas no fundo do folículo piloso cessam a produção da melanina, e os cabelos se tornam brancos. Fonte: <https://alopeciaareatabrasil.files.wordpress.com/2010/05/cabelo-branco1.jpg>. Acesso em: 19 jul. 2017. Figura 1.4 | Canície U1 - Conceitos de colorimetria 19 Não existe uma glândula no corpo humano que produza a melanina. A melanina é produzida em cada um dos folículos pilosos capilares, então, cada haste capilar fica branca individualmente, isso explica porque os cabelos vão ficando brancos aos poucos, e não todos de uma só vez. 1. A melanina consegue revelar um fascinante conjunto de propriedades químicas que atuam como um efetivo polímero redutor (troca de elétrons), troca de íons e varredores de radicais e por revelar uma intensa tendência para se ligar com compostos aromáticos e lipofílicos. De maneira oposta à maioria dos alcaloides, as reações de melaninas são heterogêneas e abrangem tanto a superfície como a parte interior das partículas. Pertinente a essas reações químicas heterogêneas, a classificação das melaninas acontece de acordo com suas estruturas químicas. Quais são elas? 2. Os melanossomos são organelas especializadas, presentes dentro dos melanócitos, nos quais é realizada a produção da melanina, esse processo é conhecido como melanogênese. A transferência dos melanossomos dos melanócitos para os queratinócitos acontece por um processo que ainda não foi totalmente esclarecido. Algumas hipóteses foram levantadas acerca do mecanismo de transferência dos melanossomos aos queratinócitos, quais são essas hipóteses? Atividades de aprendizagem U1 - Conceitos de colorimetria 20 Os conceitos dentro da colorimetria Introdução à seção Nesta seção, abordaremos a colorimetria, teoria das cores, definição da cor, espectro visível, fisiologia da cor e sistemas colorimétricos, o envolvimento histórico baseado na cor, sua origem, como a cor passa pelo olho e assim se torna possível distingui-la e as duas teorias de cores existentes dentro do sistema colorimétrico. Além de estudarmos o nível ou saturação e a tonalidade ou nuance da cor. 2.1 Colorimetria Colorimetria é a ciência e o conjunto de tecnologias que estão envolvidas tanto na quantificação como na investigação física do fenômeno de percepção de cores pelos seres humanos, sendo uma análise quantitativa que tem como base a comparação da cor de uma solução com a cor de outras que possuem concentrações conhecidas e tomadas como padrão. Quando aplicada nos cabelos, chamamos essa técnica de colorimetria capilar. Sua origem deriva do latim, color (cor) e metria (medida), indicando se tratar da determinação da temperatura da cor, luminosidade, saturação e de seu grau de matiz. Está relacionada também à proporção do espectro relativo à radiação da cor, sendo emitida em luz ou refletida. A psicologia da cor tem como objetivo o estudo dos seus elementos e da composição estética que pertence à cromática, essa é a ciência que estuda a harmonia entre as cores. Em suma, a cromática tem como base de estudo as coresem suas dimensões. 2.2 Histórico O ato de colorir os cabelos é uma arte muito antiga, que remonta no mínimo há 4000 anos. Os primeiros registros foram achados no Egito, onde múmias encontradas tinham seu cabelo colorido com “henna”. Assim, considera-se que os egípcios foram os precursores no desenvolvimento da arte de tingir os cabelos. Já no Império Romano, pentes de chumbo eram mergulhados no vinagre para serem utilizados no escurecimento dos cabelos grisalhos. Seção 2 U1 - Conceitos de colorimetria 21 A partir do século XVII, inúmeras receitas foram surgindo e também livros sobre cosméticos. Nessa época, surgiram os profissionais da cosmética e em suas prescrições eram incluídos banhos de vinho ou de leite. Até o século XIX, a coloração capilar era feita à base de plantas e compostos metálicos, que provocavam muitos danos ao organismo. Atualmente, os produtos de coloração capilar executam um papel muito importante em nosso cotidiano. 2.3 Teoria das cores Interpretada pelo cérebro e pelos sinais nervosos provenientes do olho, a cor é decorrente da reemissão da luz oriunda de um determinado objeto que foi emanado por uma fonte luminosa através de ondas eletromagnéticas, condizente a uma parte do espectro eletromagnético visível (380 a 700 nanômetros). A cor não é considerada como um fenômeno físico, pois um comprimento de ondas pode ser verificado diferentemente por indivíduos distintos, desse modo, a cor gera um fenômeno fisiológico de caráter subjetivo e individual. Fonte: <https://goo.gl/Ui8t6F>. Acesso em: 19 jul. 2017. Figura 1.5 | Ondas eletromagnéticas e emissão de luz U1 - Conceitos de colorimetria 22 2.3.1 Conceito da teoria das cores A teoria das cores certifica que a cor é um fenômeno físico e está relacionado à existência da luz, sendo assim, se a luz não existisse, as cores não existiriam. A cor preta só é percebida quando algo absorve quase que totalmente a luz que a atinge. Já a cor branca se constata em algo que possa refletir todas as faixas de luz. Pode-se, então, dizer que as cores branca e preta não são cores propriamente, mas, sim, a presença ou a ausência da reflexão de luz. 2.3.2 Histórico da teoria das cores O primeiro momento em que se mencionou sobre a teoria das cores, foi quando o filósofo Aristóteles chegou à conclusão de que as cores são derivadas dos objetos, assim como textura, material e peso. Pautado pelo universo e pelos números, ele defendeu a existência de seis cores distintas: branco, vermelho, preto, verde, azul e amarelo. Em 302 a.C., surgiu o estudo da refração com Euclides e o conceito da relação entre cor e luz. Na Idade Média, o estudo das cores foi impulsionado por aspectos culturais e psicológicos. Plínio teorizou que haviam três cores consideradas básicas: ametista, vermelho vivo e uma que denominou de conchífera. O amarelo foi eliminado naquela época visto que era associado às mulheres, pois usava messa cor no véu nupcial. No século XV, Leonardo da Vinci dizia que existia um consentimento na afirmação de que todas as outras cores conseguiriam se formar a partir do amarelo, verde, azul e vermelho. Afirmava que o branco e o preto não eram cores, mas extremidades da luz. Da Vinci observou que a sombra poderia ser colorida, pesquisando a visão estereoscópica e, assim, tentou fabricarum fotômetro. Para saber mais A luz disponível é fundamental na análise da cor do cabelo? Sim, sempre utilizar da luz natural. Se dirija com o cliente até um ambiente externo e efetue a análise da cor dos cabelos. A luz artificial afeta a percepção da cor, isso se aplica especialmente à luz fluorescente, que pode distorcer a cor drasticamente. U1 - Conceitos de colorimetria 23 Isaac Newton (1642-1727) julgava coerente a teoria corpuscular da luz. Foi provado que a teoria de Newton não elucidava satisfatoriamente esse fenômeno da cor e foi aceita devido ao seu conhecimento pela gravitação. Em 1672, Newton apresentou seu conceito de que a luz é “uma mistura heterogênea de raios com diferentes refrangibilidades” (NEWTON, 1672a, p. 321). - cada cor correspondendo a uma diferente refrangibilidade. Apresentou também vários experimentos para corroborar sua teoria. No primeiro, um feixe de luz solar passava através de um prisma, formando uma mancha em uma parede. Considerando, então, que as cores eram pertinentes ao tamanho da partícula de luz. Fonte: <https://goo.gl/qdXsZL>. Acesso em: 19 jul. 2017. Figura 1.6 | Prisma de Newton Newton notou que a mancha não era circular como o disco solar - ela era alongada. Para explicar este efeito, assumiu que a luz branca do sol era composta de muitos raios diferentes. Cada tipo de raio seria refratado em uma direção diferente e associado a uma cor diferente: “os raios menos refrangíveis são dispostos a exibir a cor vermelha, e [...] os raios mais refrangíveis são todos dispostos a exibir uma cor violeta profunda” (NEWTON, 1672a, p. 321). No século XIX, o famoso poeta Goethe se encantou pelo assunto relacionado à cor e passou vários anos buscando finalizar o que considerava sua obra máxima: uma tratativa sobre as cores que conduziria para baixo a teoria de Newton. A eminente objeção de Goethe à teoria de Newton foi de que a luz branca não conseguiria ser constituída por cores, cada uma delas seria mais escura que o branco. luz branca prisma vermelho alaranjado amarelo verde azul anil violeta U1 - Conceitos de colorimetria 24 Fonte: <https://tomdesign89.files.wordpress.com/2011/10/goethe24.jpg>. Acesso em: 19 jul. 2017. Figura 1.7 | Roda criada por Goethe em 1810 2.4 Definição da cor A ideia de cor varia de acordo com sua área de enfoque, alguns indivíduos definem a cor de um modo que entrelace todos os componentes (objeto, luz, órgão da visão e cérebro). A cor consiste em uma informação visual, promovida por um estímulo físico, notado pelos olhos e decifrado pelo cérebro. As cores executam uma interpretação de percepção e cognição contínua na experiência humana. Existem três eixos para discussão do fenômeno cromático: • Dimensão de discriminação: relacionada ao aspecto visual das cores (a estrutura da aparência das cores), por exemplo, bola vermelha na grama verde. • Poder de expressão: as cores como atributos percebidos das coisas do mundo, por exemplo, atingem a alma. • Capacidade de significar: discutidas como categoria experiencial, por exemplo, aplicação simbólica. Questão para reflexão Você sabia que uma das maiores dificuldades dos profissionais da área capilar tem sido o fato de não saberem como corrigir uma cor? U1 - Conceitos de colorimetria 25 2.5 Espectro visível Segundo Einstein (1926), a luz tem característica dual, pois possui comportamento corpuscular e também ondulatório. Apesar desse comportamento corpuscular, a luz não é considerada matéria, pois não possui massa. A luz visível é energia e o que vemos é resultado da detecção de onda de radiação eletromagnética. O comprimento de onda define o tipo de radiação eletromagnética, e a luz visível encontra-se numa estreita faixa de comprimento de ondas. Ondas de rádio, micro-ondas, calor infravermelho e raios-X são exemplos de ondas eletromagnéticas invisíveis, porque o comprimento está além ou aquém do espectro de luz visível. A luz visível é uma pequena porção do espectro eletromagnético com comprimento de onda entre 400 e 750 nm. Fonte: <https://goo.gl/r45hks>. Acesso em: 31 jul. 2017. Figura 1.8 | Espectro visível A luz violeta tem o comprimento de onda mais curto e a vermelha mais longo. As luzes infravermelhas e ultravioletas não são luzes, mas, sim, raios de radiação eletromagnética com comprimentos de onda que estão, respectivamente, além e aquém do espectro visível. Para saber mais O espectro visível sofre variação de uma espécie para outra. Os cães e os gatos enxergam geralmente com muita nitidez o preto e o branco, numa nuance de cinzas. Já os humanos enxergam, do espectro visível, apenas as subfaixas do azulà amarela. U1 - Conceitos de colorimetria 26 A luz visível ou radiação visível é uma energia em forma de ondas eletromagnéticas que tem a capacidade de excitar o sistema humano (olhos-cérebro), resultando uma sensação visual. 2.6 Fisiologia da cor A luz adentra o olho humano por meio da córnea, passando pela pupila. Devido à atribuição da menor ou maior quantidade de luz que penetra nos olhos, os músculos da íris sofrem uma contração ou expansão, para que dessa maneira, controle a intensidade luminosa que entra no globo ocular, funcionando do mesmo modo que um diafragma de uma máquina fotográfica. Após a entrada, essa luz é assentida e logo depois captada por três distintos elementos refratores: o humor aquoso, o cristalino e o humor vítreo. Fonte: <https://www.blogdebiologia.com/wp-content/uploads/2014/11/img-34.jpg>. Acesso em: 31 jul. 2017. Figura 1.9 | Fisiologia da visão Na parte posterior do olho, encontram-se camadas de células que possuem como especialidade a formação da retina. A camada com maior relevância neste sistema para que se obtenha o reconhecimento cromático é integrada por fotorreceptores denominados bastonetes (rods) e cones, numa proporção de 16:1. Esclerótica Coroides Retina Ponto cego Artéria e veia Nervo óptico Fóvea (centro do campo visual) Músculo Ligamento Ligamento Iris Pupila Cristalino Humor vitreo Humor acuoso U1 - Conceitos de colorimetria 27 Fonte: <https://www.blogdebiologia.com/wp-content/uploads/2014/11/img-44.jpg>. Acesso em: 31 jul. 2017. Figura 1.10 | Esquema da retina com fotorreceptores Os bastonetes são incumbidos pela visão acromática e são os fotorreceptores mais sensíveis, de modo que são ativados mesmo quando em condições de baixa luminosidade. Devido a eles, temos as percepções das formas, brilho e dimensões das imagens visuais, mesmo que produzindo uma imagem desfocada, com pouca precisão. Os cones estão associados à visão em condições de alta luminosidade e cores, classificados em três tipos distintos, baseados no tipo de pigmento que possuem e gama de comprimentos de ondas de luz que cada um tem a capacidade de absorver, sendo divididos em L, M e S (long, middle e shortwavelength), pois absorvem na faixa do vermelho, verde e azul de maneira respectiva (cores primárias). Os cones e os bastonetes transduzem a energia luminosa em mensagens eletroquímicas que são processadas por outras células na retina e conduzidas até o córtex visual do cérebro por meio do nervo óptico, local em que ocorre o processamento visual final das Questão para reflexão O que são e qual papel exercem os fotorreceptores? U1 - Conceitos de colorimetria 28 imagens com forma, volume, escala e cor. 2.7 Tricromia Em 1801, o físico inglês Thomas Young propôs a teoria tricromática que dizia que todas as sensações de cor são formadas pela reação dos três comprimentos de ondas eletromagnéticas vigente nos cones. A leitura cromática é gerada por impulsos das células ganglionares relacionadas aos cones. Eles têm eficácia na distinção do vermelho com o verde; do azul com o amarelo; do branco com o preto, vetando assim uma cor e intensificando outra. Como exemplo, temos a cor violeta, esta desponta da ativação lumínica dos cones vermelhos e inibição dos cones verdes, tendo a ativação dos azuis por inibição dos amarelos, portanto, na percepção cromática não perdura a cor vermelha esverdeada, nem a cor azul amarelada. A colorimetria foi embasada no princípio de que todas as cores podem ser reproduzidas a partir da composição de cores básicas. Essas cores são decorrentes de dois sistemas de combinação: • Sistema aditivo: quando empregada a combinação de luzes, tendo como cores básicas azul, verde e vermelho. • Sistema subtrativo: quando empregada à combinação de pigmentos (tintas), tendo como cores básicas azul (ciano), amarelo, magenta (cor-pigmento primária e cor-luz secundária, decorrente da mistura das luzes azul e vermelha, sendo sua cor complementar o verde) e o preto. Fonte: <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/65/dd/2d/65dd2dafb5453cef166b8b9a9ab977fe.jpg>. Acesso em: 31 jul. 2017. Figura 1.11 | Sistemas de combinação Sistema subtrativo U1 - Conceitos de colorimetria 29 2.8 Sistemas colorimétricos A cor resulta da combinação de três elementos distintos: • Uma fonte de luz. • Objeto cuja cor será avaliada. • Um observador. Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/383609/3/images/24/Elementos+da+cor+X+X+observador+fonte+de+luz+obj eto.jpg>. Acesso em: 31 jul. 2017. Figura 1.12 | Sistemas de combinação Os serviços de coloração química alteram a estrutura do cabelo, de forma que ele absorva algumas ondas e reflitam outras, portanto, a cor que vemos no cabelo é exatamente a dos comprimentos de ondas de luz disponíveis e refletidas por sua superfície. Qualquer mudança na luz disponível resultará em uma mudança de percepção correspondente na cor que vemos no cabelo. A cor dos cabelos do indivíduo parecerá mais quente sob a luz do sol e da luz incandescente, apresentando aspecto mais frio sob a luz fluorescente. A lei da cor é baseada na ciência e adaptada à arte. Ela interage como um guia que determina como algumas cores básicas podem se misturar para criar uma variedade ilimitada de outras novas cores. Existem basicamente duas teorias de cores: cor-luz ou sistema RGB, e cor-pigmento ou sistema CMYK. 2.8.1 Modelo RGB Este modelo tem como base as mesmas propriedades fundamentais de luz que ocorrem na natureza e é o modelo de cores mais utilizado. É baseado no princípio de que diversos efeitos cromáticos são obtidos pela projeção da luz branca através dos U1 - Conceitos de colorimetria 30 filtros vermelhos, verde e azul e pela superposição de círculos nas cores projetadas. - Cores primárias: são cores puras e não podem ser produzidas por qualquer mistura, as quais são o vermelho (R), verde (G) e azul (B). Todas as outras são criadas pela associação entre elas. - Cores secundárias: são obtidas através da mistura de quantidades iguais de duas cores primárias quaisquer. 2.8.2 Modelo CMYK Tem como fundamento a cor-pigmento, determinando a concepção de leitura e interpretação usada pelos profissionais do setor cosmético, assim como por todo o setor da beleza. Os profissionais da área capilar se orientam por esse sistema para definir suas escolhas em um processo de mudança de cor do cabelo de seus clientes. Os pigmentos são classificados em duas categorias: acromáticos e cromáticos. O branco, o preto e os tons cinza, produzidos pela mistura do preto e do branco, são acromáticos porque não contêm cor. Todos os outros pigmentos são cromáticos. Os cromáticos são classificados em três categorias: - Cores primárias: vermelho, amarelo e o azul. - Cores secundárias: obtidas pela combinação das primárias, duas a duas, em proporções iguais, violeta, laranja e verde. - Cores terciárias: todas as demais cores, isto é, quando uma cor não é primária e nem secundária, ela é terciária. Fonte: <http://transphorma.com.br/wp-content/uploads/2016/07/GUIA-CONVERS%C3%83O-CORES-RGB-CMYK.jpg>. Acesso em: 31 jul. 2017. Figura 1.13 | Modelo RGB e CMYK U1 - Conceitos de colorimetria 31 2.9 Estrela de Oswald É uma forma de dominar a manipulação de cores, sobre como elas se misturam e como se apagam. Em outras palavras, atua para o processo de coloração e neutralização de tons que se tornam indesejáveis. Logo, funciona como uma tabela de orientação que surgiu com o disco ou roda de Goethe, e atualmente é denominada disco de cores ou mesmo Estrela de Oswald. Estrela de Oswald é uma estrela de seis pontas possuindo no seu centro um núcleo. Cada uma dessas seis pontas indicará uma nuance. No meio das linhas indicadas, encontra-se o nuance marrom (considerada a cor neutra dos cabelos, ou seja, seja, todos os cabelos contêm a cor marrom). O profissional da área capilar emprega o uso da Estrela de Oswald para eliminar tons que são inadequados para oprocedimento que se deseja obter ou para conseguir criar uma nova cor. Fonte: <http://www.bsg-world.com/upload/arquivos/2011/09/13/21262/21262.jpg>. Acesso em: 31 jul. 2017. Figura 1.14 | Estrela de Oswald A cor tem dois componentes separados: o nível ou saturação (também conhecido como altura de tom), e a tonalidade ou nuance (também conhecida como reflexos da cor, que podem ser primários, secundários e terciários, como é o caso da colorimetria usada nos grandes centros de beleza e estética). U1 - Conceitos de colorimetria 32 2.10 Nível ou saturação da cor (altura de tom) Saturação pode ser entendida como nível da cor ou concentração de cor. Ela nos informa a intensidade da cor, ou seja, a quantidade de cor. Saturação indica o quanto uma cor é clara ou escura. Proporções iguais e puras das três cores pigmento primárias resultam em preto ou cinza, dependendo da concentração e, a ausência da cor pigmento resulta em branco. Preto e cinza são as mesmas cores, mas possuem níveis diferentes de concentração. 2.11 Tonalidade ou nuance da cor (reflexos da cor) A tonalidade ou nuance de cor é justamente determinada por um pequeno desequilíbrio de cores, e por isso determina o que, na prática, conhecemos como os reflexos primários e secundários. A tonalidade, ou nuance, informa-nos a proporção da quantidade de cores, ou seja, quais cores. Proporções desiguais das três cores pigmentos primárias resultam em variações de castanhos e louros, dependendo da concentração ou saturação da cor. O cabelo de tons castanho ou louro pode ser composto por variações de amarelo, vermelho e azul, conforme a variação de reflexo desejada. No mercado, nomes fantasia são dados para expressar uma tonalidade ou nuance da cor. Alguns exemplos são: louro morango, castanho claro dourado e vermelho intenso. Muitas empresas especializadas em coloração capilar utilizam letras para indicar a nuance da cor. Exemplos: G para dourado (gold); R para vermelho (red); OR para laranja-avermelhado (orange-red) ou RV para vermelho- violeta (red-violet). 2.12 Referências das cores em colorimetria As cores são representadas nas colorações sintéticas por: • Reflexos frios: 1. Acinzentado 2. Irisado Questão para reflexão Você sabe o que significa a numeração que vem na caixa da coloração, e qual a diferença entre os números antes e depois do ponto? U1 - Conceitos de colorimetria 33 • Reflexos quentes: 3. Dourado 4. Acobreado 5. Acaju 6. Avermelhado 7. Esverdeado • Tom natural - classificados em uma escala de 1 a 10, sendo a cor mais escura o 1 e a cor mais clara o 10. 1. Preto azulado 2. Preto 3. Castanho escuro 4. Castanho médio 5. Castanho claro 6. Louro escuro 7. Louro médio 8. Louro claro 9. Louro muito claro 10. Louro claríssimo • Nuance ou reflexo emitido em uma coloração: 1. Cinza (azul) 2. Mate ou irisado (verde) 3. Dourado (amarelo) 4. Acobreado (laranja) 5. Acaju (roxo ou violeta) 6. Vermelho 7. Marrom As empresas fabricantes de colorações para cabelos dificilmente mudam a numeração das cores básicas, mas costumam mudar a numeração das nuances, portanto, fique atento à cor correspondente apresentada pela empresa. Como ler os números das nuances: O primeiro número indica a cor principal, exemplo: 8 louro claro. O segundo número indica o reflexo principal: exemplo: acaju. U1 - Conceitos de colorimetria 34 O terceiro número indica o reflexo secundário: exemplo: 3 dourado. Resultado: 8.53 = Louro O reflexo principal é reforçado pelo reflexo secundário. Após a vírgula o zero suaviza o reflexo principal. 1. A cor é a decomposição da luz, portanto, é ela que nos permite ver a cor. O olho humano só consegue enxergar uma pequena parte da energia eletromagnética que nos circunda, conseguimos enxergar apenas as sete cores básicas do espectro visível. No sistema colorimétrico, a cor existe por causa de três elementos. Quais são eles? 2. Como os pigmentos são classificados? Atividades de aprendizagem U1 - Conceitos de colorimetria 35 A composição bioquímica das colorações capilares Introdução à seção Nesta seção, falaremos sobre a formulação bioquímica das colorações capilares, conheceremos toda a parte histórica, desde o início, como eram usadas as colorações e suas composições, como surgiram as primeiras colorações industriais e suas propriedades químicas, além de compreender a composição química das colorações oxidantes e não oxidantes. 3.1 Histórico Colorir os cabelos é uma arte muito antiga, que remete aos tempos dos faraós. Há pelo menos três mil anos, os egípcios introduziram e deram início à técnica de coloração de tecidos e cabelos, com o uso de inúmeros corantes que eram extraídos tanto da matéria animal, como vegetal (camomila, henna e índigo). Estes corantes foram manuseados por muitas civilizações no decorrer dos séculos e são utilizados até os dias atuais. A técnica de coloração capilar foi disseminada pelos gregos, romanos, hebreus assírios, persas, chineses e hindus. Os romanos utilizaram velhas formulações de sacerdotes gregos para promover o hábito da coloração nos cabelos. As pessoas que faziam o preparo e a plicação das colorações eram denominadas de “cinofles”. As colorações na Antiguidade eram preparadas com amoras esmagadas e extratos de plantas, dessa maneira eram aplicadas sobre os cabelos como um creme rinse. Nos séculos XVII e XVIII, as mulheres realizavam a aplicação de pó e óleo aos cabelos, de modo a conseguir uma coloração mais clara. Em 1600, nas cidades de Veneza, Firenze e Salerno havia uma competição das melhores técnicas de estilo e perfumação para o corpo e cabelos. O conceito da estética capilar, dentro da beleza veneziana, preconiza horas de tratamento nos terraços, onde se borrifava nos cabelos um preparado clareador denominado "a loira", enquanto os cabelos ficavam expostos ao sol e como resultado, se obtinha uma coloração castanho amarelado que era denominada, louro veneziano. Seção 3 U1 - Conceitos de colorimetria 36 Em 1863 surgiram as primeiras colorações industriais, o químico alemão August Wilhelm Von Hoffmann descobriu as propriedades de coloração do Paraphenylene-diamine (PPD). Alguns anos depois outro químico alemão verificou a propriedade que o Paraphenylene-diamine possuía de colorir a queratina do cabelo, de modo que nos dias atuais, essa substância constitui a base dos colorantes. Os avanços tecnológicos nessa área foram intensos e o desenvolvimento de colorantes sintéticos, conhecidos como tinta de anilina, têm sido utilizados em larga escala ultimamente: Metato-Luilen- Diamina, a Parato-Nylene-Diamine, a Dimetil-Para-Fenileno-Diamine e Amino-Fenóis. Em 1907, o químico francês Eugène Schueller inventou a primeira tintura de cabelo e, alguns anos mais tarde, fundou a L'Oréal. Após esse marco, a indústria cosmética alavancou suas pesquisas e desenvolveu produtos com eficiência e praticidade. Em 1924 foi lançado o primeiro shampoo tonalizante, e logo depois, em 1953, entrou no mercado o creme tonalizante com ação muito mais rápida. O setor cosmético nos últimos trinta anos tem investido muito em tecnologias para aprimorar a qualidade e os resultados da coloração capilar. Em 2007, desenvolveram um produto com capacidade de descolorir e colorir os cabelos em apenas dez minutos e que ainda não causava muitos danos aos fios. Recentemente, no ano de 2015, foi desenvolvida uma molécula que age com maior rapidez do que o oxigênio presente no peróxido de hidrogênio. Essa descoberta ocasionou a produção de colorações que protegem a integridade da fibra capilar, agindo apenas para efetuar a alteração da cor. Para saber mais Você sabia que a nanotecnologia está sendo empregada nas tinturas capilares? O pigmento é adsorvido (aderidos na superfície) das nanopartículas, onde penetra na estrutura do fio mais rapidamente, atingindo a matriz do fio e colorindo em pouco tempo. U1 - Conceitos de colorimetria 37 Atualmente, os produtos detintura capilar executam um papel muito importante em nosso cotidiano, devido ao grande desejo de melhorar a aparência que o ser humano tem. As empresas, diante desse mercado que está em constante ascensão, estão sempre buscando o desenvolvimento de produtos inovadores e proporcionando que não ofereçam nenhum tipo de risco à saúde de seus consumidores. 3.2 Composição bioquímica A composição bioquímica de uma coloração se diferencia conforme sua categoria (oxidante e não oxidante). Nas colorações oxidantes, encontramos em sua composição: Base, suporte ou veículo: em que os outros componentes da fórmula são incorporados. Sendo em creme, gel, óleo, emulsão e outros. Substâncias colorantes: estes componentes se tornam colorantes após ocorrer a oxidação. Sendo chamados de intermediários principais, pois são os maiores químicos que produzem cor e classificados como: • Primários: que determinam a altura do tom. • Secundários: que formam os reflexos e aumentam a fixação no fio. Dentro de uma formulação de cores, raramente encontramos menos que dois intermediários principais, em algumas podemos encontrar quatro ou mais. Dentro das substâncias colorantes, podemos encontrar os modificadores ou acopladores que são incluídos para criar complexas misturas de cores. Para se obter cores secundárias e terciárias, é necessário de quatro a seis modificadores. Alcalinos (amônia): possuem uma função dupla: 1° abrir as escamas da cutícula do fio de cabelo permitindo a penetração da cor, e 2° facilitar a produção do oxigênio dentro do fio, eliminando o ambiente ácido no qual é estabilizado. A escolha do agente alcalinizante pode interferir no mecanismo de ação do produto, o que poderá influenciar no resultado final da cor. Finalmente, estabilizantes antioxidantes são adicionados para prevenir a oxidação prematura. Esses aditivos previnem que as moléculas finais do produto sejam construídas até que a cor seja ativada com o peróxido de hidrogênio contido nos reveladores. Substâncias oxidantes: emulsão oxidante (peróxido de U1 - Conceitos de colorimetria 38 hidrogênio) em creme. Promove a oxidação das substâncias colorantes (intermediários principais) originando os pigmentos artificiais. Elas são utilizadas também para clarear o pigmento natural. Substâncias de tratamento: a aplicação destas substâncias hidratantes proporcionará um cabelo forte, luminoso e sedoso, favorecendo também a tonalização e a fixação da cor. As reações químicas que criam a molécula final que é determinante da cor são extremamente complexas. Os cientistas e os pesquisadores ainda não as entendem clara e completamente. Antes da produção da cor final, essas formulações de cores passam por dezenas de diferentes reações químicas. As evoluções mais recentes da indústria cosmética nessa área de colorações por oxidação estão vinculadas aos estudos de interação de diferentes bases dilatadoras com corantes de alto desempenho. Essa constante evolução vem sendo impulsionada pelos novos hábitos e conceitos de harmonia em beleza. Nas colorações não oxidantes, encontramos dois métodos distintos de alteração da cor capilar, a henna e as colorações temporárias. A henna possui em sua composição: Ingrediente ativo – Lawsone, quimicamente 2-hydroxy-1,4- Para saber mais Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2000), o índice máximo de hidróxido de amônia que uma tintura de cabelo pode apresentar é de 6%, e quando superior a 2% deve estar indicado na embalagem. Para saber mais Você sabia que uma percepção do profissional da área capilar tem influenciado e, portanto, reorienta os critérios de mudanças nas imagens das pessoas? U1 - Conceitos de colorimetria 39 naphthoquinone. Princípios ativos – óleos essenciais (alfa e beta-iononas). Naftoquinonas – (Lawsona -1,4 naphtoquinonas, herosídeos). Flavonoides – (epigenina, luteonina). Xantonas – (laxantona I, II e III). Cumarina – (5-aliloxi-7-hidroxicumarina). Ácido tânico. A coloração temporária possui em sua composição: Base, suporte ou veículo: em que os outros componentes da fórmula são incorporados. Sendo em creme, gel, óleo, emulsão e outros. Substâncias colorantes: estes componentes se tornam colorantes, chamados de intermediários principais, pois são os maiores químicos que produzem cor e classificados como: • Primários: que determinam a altura do tom. • Secundários: que formam os reflexos e aumentam a fixação no fio. Substâncias de tratamento: a aplicação destas substâncias hidratantes proporcionará um cabelo forte, luminoso e sedoso, favorecendo também a tonalização e a fixação da cor. As colorações temporárias podem ser de dois tipos diferentes: Existem colorações temporárias cujas moléculas são demasiadamente grandes e fixam-se apenas sobre a cutícula, ex.: spray, mouse, géis, rímel. Agem como uma rinsagem, ou seja, creme condicionador mais molécula colorante. 1. Quais são os tipos de coloração não oxidantes? 2. O que são as substâncias de tratamento encontradas na composição das colorações oxidantes? Atividades de aprendizagem U1 - Conceitos de colorimetria 40 Colorações capilares Introdução à seção Nesta seção, abordaremos o processo de coloração, visando compreender as colorações oxidantes e não oxidantes, além de falarmos a respeito das técnicas de colorações e como são realizadas. 4.1 Processo de coloração Muitos corantes atualmente são superiores àqueles extraídosde substâncias naturais, o que se comprova pelas inúmeras cores que conhecemos, mas existe uma adversidade em relação às colorações utilizadas para cabelo humano: a cutícula apresenta diversas camadas de escamas que são interligadas; para que a cor não seja retirada do cabelo ou saia com facilidade nas lavagens, as moléculas do corante necessitam adentrar a cutícula e serem absorvidas no córtex. Diferente dos tecidos que conseguem ser tingidos em altas temperaturas e por várias horas, o cabelo humano deverá ser tingido em temperatura ambiente, com um determinado período de aplicação em proporção de curto tempo. O creme contendo o material colorante (como os protetores de corantes e os acopladores) e a amônia é misturado ao produto contendo peróxido de hidrogênio (chamado de emulsão ou base reveladora). A mistura obtida é alcalina (por conter amônia) e oxidante (por conter peróxido de hidrogênio). Nesse momento já se inicia a oxidação dos precursores de corantes, embora esse processo só se complete nos cabelos. A mistura é aplicada sobre os cabelos. A amônia provoca inchamento, abrindo as cutículas e permitindo a absorção dos corantes e do peróxido de hidrogênio. Com o peróxido de hidrogênio (H2O2 - água oxigenada) o cabelo é também clareado (até três tons), pois o (H2O2) tem o poder de oxidar também a melanina natural presente no cabelo. Após a aplicação e durante o período de pausa, no qual o cabelo está interagindo com a tintura, as reações químicas se completam: o peróxido de hidrogênio clareia o cabelo; os precursores de corantes Seção 4 U1 - Conceitos de colorimetria 41 são oxidados e tornam se corantes; os agentes acopladores reagem com os corantes formados, produzindo a cor final com suas nuances e reflexos (na verdade, os agentes acopladores modificam a cor original dos corantes principais); os corantes são plenamente absorvidos pelo cabelo, dando-lhe cor definitiva. Logo após a pausa, os cabelos são enxaguados para que se retire completamente os resíduos de produtos, e um condicionador é aplicado para restabelecer o pH natural, fechando novamente as cutículas. Assim, as moléculas adentram a cutícula e conseguem se difundir de maneira rápida, mostrando desse modo que as moléculas que estão presentes nas colorações capilares devem ser pequenas, mas para que consigam colorir de modo suficiente e serem usadas como corante, as moléculas precisam ser relativamente grandes. 4.2 Coloração oxidante As colorações oxidantes dependemda mistura de dois componentes. Não são usadas diretamente como vêm na embalagem; antes de usá-las devem ser misturadas a um revelador ou ativador, também conhecido como creme oxidante, que são emulsões condicionadoras com doses específicas de (H 2 O 2 ) que predeterminaram suas volumagens. Os agentes oxidantes (H 2 O 2 ) do revelador causam uma reação química que revelará a cor. Essas colorações são instáveis até serem reveladas e depositadas no cabelo enquanto se formam. A cor no frasco não é a mesma depositada no cabelo. A cor final se revela no cabelo durante o processamento. Colorações que agem por oxidação permanente podem depositar cor e clarear o cabelo em uma aplicação. Elas criam uma mudança química de forma que o cabelo não desbote com as primeiras lavadas tão rápido quanto às cores não oxidantes. Encontramos dois tipos: semipermanentes e permanentes. 4.2.1 Semipermanente Conhecidas também como demipermanentes, depositam cor de longa duração sem o poder de clarear a cor natural dos cabelos. Elas podem ser usadas para cobrir os fios brancos ou realçar a cor do pigmento do cabelo. Essas colorações normalmente duram entre quatro e seis semanas. Colorações de oxidação semipermanente, em geral, são mais suaves que as oxidantes permanentes. Elas promovem a oxidação dos corantes entre camadas de cutículas e com pouca U1 - Conceitos de colorimetria 42 interação com o córtex, por exercerem baixo poder de dilatação da estrutura externa. Os corantes utilizados são moléculas de dimensão reduzida, cuja estrutura possui uma boa afinidade com a fibra capilar. Essas moléculas penetram até a periferia do córtex e são eliminadas gradativamente pela lavagem, porém, nas colorações semipermanentes são utilizadas moléculas de tamanho intermediário. Um determinado número de materiais expressa tamanho molecular pequeno para conseguir penetrar no cabelo, mesmo sendo grandes para serem utilizadas como colorações. Uma particularidade notada nesse sistema de coloração é que para cada cor existem dois corantes que podem ser usados, um que possua peso molecular baixo e outro com peso maior. Estes corantes penetram na cutícula capilar e são depositados no córtex. Não sendo removidos após uma lavagem. Como esses corantes são pequenos, para que se difundam da cutícula para o córtex, é notável que retornem novamente para fora, e a utilização de shampoos acabe removendo – os gradualmente. De modo geral, são retirados do cabelo com apenas cinco ou seis aplicações de shampoo. Fonte: <http://www.freedom.inf.br/artigos_tecnicos/hc25/imagens/kosmoscience/figura_6.gif>. Acesso em: 1 ago. 2017. Figura 1.15 | Mecanismo de sistema de coloração semipermanente Para saber mais Estas colorações semipermanentes proporcionam abertura das cutículas, necessária para aperfeiçoar a absorção dos corantes pelo córtex. Como consequência deste mecanismo, há diminuição da maciez, brilho, aumento do esforço necessário para pentear, atributos indispensáveis e desejados em um cabelo saudável. U1 - Conceitos de colorimetria 43 4.2.2 Permanente As colorações permanentes oferecem muitas vantagens, pois podem clarear e promover a mudança de tonalidade da cor ao mesmo tempo, em um único processo. Elas são capazes de clarear a cor natural do cabelo porque são mais alcalinas que as semipermanentes, e normalmente são misturadas com um revelador de volumagem alta. O nível de dilatação da estrutura e também o nível de oxidação dos corantes são controlados pelo pH da coloração e pela concentração de peróxido de hidrogênio no revelador. O nível de dilatação aumenta, enquanto o pH da coloração e a concentração de peróxido se elevam. A maioria das colorações permanentes são misturas com o peróxido em partes iguais, na razão de 1:1 efeito dessa proporção de mistura uma vantagem competitiva. As colorações permanentes por oxidação, em geral, quando misturadas nas proporções determinadas pelos fabricantes com o peróxido de hidrogênio a 20 volumes, elevam sua capacidade de clareamento em um ou dois níveis. A coloração por oxidação é a sobreposição de duas cores, a cor do cabelo (natural ou artificial) que será a base a ser colorida, mais os pigmentos trazidos pela tinta. A coloração por oxidação ou permanente cobre cabelos brancos e muda a cor dos cabelos. Neste tipo de coloração o tempo de pausa é fundamental, o período de oxidação em uma coloração é de 30 a 50 minutos. Formadas por substâncias intermediárias ou precursoras de cor e acopladores, as substâncias intermediárias atuam como corantes depois de oxidadas, sofrendo ligação aos acopladores e propiciando a cor esperada. O processo tem como base reações de precursores e pigmentos que ocorrem no interior da fibra capilar, em meio alcalino com pH 8 a 10. A amônia possibilita a tumefação e abertura das cutículas, concedendo a absorção dos corantes e do peróxido de hidrogênio. De acordo com as proporções de oxidante (H 2 O 2 ), precursores e acopladores, obtém-se tonalidades mais claras ou escuras. Os corantes precursores são derivados da anilina. Os precursores são derivados de di-funcionais, orto, para-diaminas ou aminofenóis que são oxidados para diimina p-quinona. Estes produtos proporcionam uma abertura intensa das cutículas, sendo necessária para a absorção dos corantes pelo córtex, contudo, têm como consequência diminuição da maciez, brilho e aumento do esforço para pentear, atributos indispensáveis e desejados em um cabelo saudável. U1 - Conceitos de colorimetria 44 Fonte: <http://www.freedom.inf.br/artigos_tecnicos/hc25/imagens/kosmoscience/figura_2.gif>. Acesso em: 1 ago. 2017. Figura 1.16 | Mecanismo de sistema de coloração permanente 4.3 Coloração não oxidante As colorações não oxidantes contêm apenas um componente. Elas são usadas diretamente como saem da embalagem e não são misturadas com revelador ou ativador. Não envolvem reações químicas e não há formação de novos químicos. A mudança no cabelo é apenas física. Esse tipo de coloração deposita corantes estáveis e diretos que se formaram antes da aplicação do produto. A cor no frasco é a mesma depositada no cabelo. Essas colorações só podem depositar cor e não são capazes de clarear a cor natural do cabelo. Elas proporcionam mudanças físicas no cabelo e saem após um número predeterminado de lavagens sem deixar exposto um notável crescimento. Encontramos dois tipos: temporárias e henna. 4.3.1 Temporárias Estas são corantes que possuem moléculas grandes em sua composição, excessivamente grandes que não conseguem atravessar a cutícula do cabelo perante condições normais. Os produtos de coloração capilar que utilizam tais corantes são aplicados por processo de deposição, deixandoa solução de corante secar sobre os cabelos, Questão para reflexão Quais são os tipos de coloração com reflexos naturais? U1 - Conceitos de colorimetria 45 assim os corantes se depositam sobre a superfície da cutícula. Elas são consideradas cosméticos, no mais puro sentido da palavra. A coloração ocorre por deposição na superfície do cabelo, atraída, na maioria das vezes, por diferença de polaridade, sem mudar quimicamente a estrutura capilar. O cabelo é revestido com o pigmento que absorve e reflete a luz no espectro diferente de sua cor natural. Há vantagens e desvantagens em produtos desse tipo de coloração, pois são máscaras de cor, cobrem a cor natural e refletem diferentes ondas de luz visíveis, não podem deixar os cabelos mais claros que a cor original, porque a estrutura química capilar não é alterada, e lavar os cabelos algumas vezes provocará o desbotamento da cor, fazendo voltar à original. Embora os produtos de coloração temporária não clareiem a cor natural do cabelo, são fáceis de usar e podem ser facilmente removidos com a lavagem. Algumas desvantagens estão associadas às colorações temporárias, como: os corantes são removidos dos fios pelo uso de shampoo, a exposição à chuva pode transferir o corante paraas roupas ou colorir a pele e o corante pode manchar superfícies como roupas de cama. Fonte: <http://www.freedom.inf.br/artigos_tecnicos/hc25/imagens/kosmoscience/figura_7.gif>. Acesso em: 1 ago. 2017. Figura 1.17 | Mecanismo de sistema de coloração temporária U1 - Conceitos de colorimetria 46 As colorações temporárias agem como uma rinsagem, ou seja, creme condicionador mais a molécula colorante, pois quando um cabelo está poroso, esse tipo de rinsagem pode fixar-se entre a cutícula e o córtex, e não ficar sobre ela, então são utilizadas para neutralizarem reflexos indesejados, principalmente em processos de descoloração em mechas. 4.3.2 Henna A hena é uma coloração em pó obtida de uma planta, que ultrapassou a barreira do tempo e ainda é usada ocasionalmente em forma de pasta. O nome egípcio para essa planta é Henna. Uma planta pequena com uma casca esbranquiçada, folhas verdes claras e flores brancas cheirosas. As folhas secas trituradas são misturadas com água para formar uma pasta. Essa mistura dá ao cabelo escuro e sem tratamento um tom castanho avermelhado. Esse mecanismo de coloração ainda é usado em larga escala no Oriente Médio e na Índia. Fonte: <http://madlyluv.com/wp-content/uploads/2016/01/henna-powder-and-leave-1024x658.jpg>. Acesso em: 1 ago. 2017. Figura 1.18 | Folhas e pó da Lawsonia inermis (Henna) A Henna ainda é útil hoje, mas tem desvantagens. As substâncias encontradas naturalmente na Henna nunca são puras, pois as plantas contêm centenas de químicos diferentes desconhecidos. A Lawsonia, o agente de cor da Henna, é um dos muitos químicos encontrados na folha de Henn, ela equivale apenas a 1% da folha. O ácido tânico, também encontrado nessa planta, só contribui um pouco na cor do cabelo. Esse químico fica escuro ao ser exposto à luz. Infelizmente, ele também aumenta a dureza do cabelo. A Henna aumenta o corpo do cabelo fino. O uso em excesso pode deixar o cabelo ressecado e áspero. Ela tem uma importante afinidade com as U1 - Conceitos de colorimetria 47 ligações salinas e pode atingir a primeira camada do córtex em alguns casos, como em cabelos muito finos ou descoloridos. Essa desvantagem faz com que a Henna se acumule na superfície do cabelo e na primeira camada do córtex, dificultando a ação de soluções para ondulações permanentes. Essa coloração não é estável, e lavar os cabelos repetidamente fará com que a cor se desbote gradualmente, como é o perfil de uma coloração temporária. A Henna pode dar uma tonalidade esverdeada aos cabelos descoloridos e, embora seja segura e geralmente não sensibilizante, suas desvantagens limitam muito seu uso. Fonte: <http://www.freedom.inf.br/artigos_tecnicos/hc25/imagens/kosmoscience/figura_7.gif>. Acesso em: 1 ago. 2017. Figura 1.19 | Mecanismo de sistema de coloração de henna Entre as funções e a aplicabilidade da hena, podemos afirmar que possui moléculas demasiadamente grandes e por isso fixam-se apenas sobre a cutícula, são colorantes apenas para colorir a superfície e saem nas primeiras lavagens. Para saber mais Antes de aplicar a Henna nos cabelos, é necessário certificar-se que ele está o mais saudável possível, mantendo uma rotina de cuidados capilares antes e depois da coloração, para que o cabelo mantenha um bom aspecto e saúde. U1 - Conceitos de colorimetria 48 4.4 Técnicas de coloração Inúmeras são as técnicas de aplicação das colorações capilares, tanto oxidantes como não oxidantes: 4.4.1 Técnicas de coloração oxidantes (semipermanente) A sequência para a aplicação: 1. Separe o material e prepare o cliente. 2. Divida o cabelo em mechas (de quatro a seis). 3. Aplique a coloração e aguarde o tempo de pausa (cinco a trinta minutos, conforme recomendação do fabricante). Efeitos durante esse período: as cutículas são abertas pela ação da alcalinidade do produto, e os corantes são absorvidos e impregnam os cabelos (cutícula), colorindo-os diretamente. 4. O produto é então enxaguado, retirando-se todo o excesso de pigmento. Não use shampoo, mas um pouco de condicionador, para que o cabelo recupere seu pH natural. 5. Dê os retoques finais (secagem, penteado etc.). 4.4.2 Técnicas de coloração oxidantes (permanente) A sequência para a aplicação: 1. Separe o material e prepare o cliente. 2. Prepare a tintura: coloque a tintura-creme e o revelador com água oxigenada em um recipiente não metálico e misture até obter um creme homogêneo. 3. Determine o ponto de partida para a aplicação do produto. O ideal é iniciá-la a partir da região da nuca ou a partir do local com maior número de fios brancos a cobrir. 4. Divida o cabelo em mechas (de quatro a seis). 5. Coloque as luvas e aplique a tintura da raiz às pontas com o auxílio de um pincel, mecha por mecha, de forma rápida e ritmada. Aguarde o tempo de pausa do produto e enxágue o cabelo com bastante água. 6. Aplique o condicionador e o bálsamo neutralizante. 7. Dê os retoques finais (secagem, penteado etc.). U1 - Conceitos de colorimetria 49 4.4.3 Técnicas de coloração não oxidantes (temporária) A sequência para a aplicação: 1. Separe o material e prepare o cliente (o cabelo poderá ser lavado com shampoo suave). 2. Prepare o produto misturando o shampoo (contendo os corantes) ao revelador (contendo peróxido de hidrogênio). 3. Divida o cabelo em mechas (de quatro a seis). 4. Coloque as luvas de plástico ou de borracha e aplique o shampoo, depois massageie os cabelos. 5. Aguarde o tempo de pausa sugerido pelo fabricante e retire o produto, enxaguando os cabelos com água. 6. Aplique o condicionador para reequilibrar o pH dos cabelos. 7. Dê os retoques finais (secagem, penteado etc.) 4.4.4 Técnicas de coloração não oxidantes (henna) A sequência para a aplicação: 1. Separe o material e prepare o cliente (o cabelo pode ser molhado). 2. Divida o cabelo em mechas (de quatro a seis). 3. É necessário fazer a mistura da Henna com água morna. 4. A Henna necessita de um tempo de descanso para que seu pigmento possa ser liberado. Esse tempo varia de três até vinte e quatro horas, dependendo da temperatura ambiente. 5. Aplique a coloração e aguarde o tempo de pausa. 6. Quanto mais concentrada a mistura, maior a quantidade de pigmentos. 7. Quanto maior for o tempo de pausa, maior será a intensificação da coloração. 8. O produto é, então, enxaguado, retirando-se todo o excesso de pigmento. Não use shampoo, mas um pouco de condicionador para que o cabelo recupere seu pH natural. 9. Dê os retoques finais (secagem, penteado etc.). U1 - Conceitos de colorimetria 50 1. As tinturas tradicionais são conhecidas como coloração permanente. Descreva as características dessas colorações. 2. As tinturas mais antigas eram preparadas com amoras ou plantas e aplicadas nos cabelos como um creme capilar. As tinturas são divididas em colorantes oxidantes e não oxidantes. Escreva sobre cada um dos colorantes. Nesta unidade, você aprendeu sobre a identificação da cor e tom dos cabelos naturais, os conceitos dentro da colorimetria, a composição bioquímica das colorações capilares e as colorações capilares. Além disso, estudou a identificação e a tonalidade da cor nos cabelos e como são produzidos os pigmentos e conheceu sobre a canície e como ocorre nos fios de cabelo. Então, vimos o que é a colorimetria, teoria das cores, definição da cor, espectro visível, fisiologia da cor e sistemas colorimétricos, bem como abordamos o nível ou saturação e a tonalidade ou nuance da cor. Esclarecemos sobre a formulação bioquímica das colorações capilares, mostrando toda a parte histórica. Além de compreender a composição química das colorações oxidantes e não oxidantes e o processo de coloração. Desenvolveu o raciocínio de que o entendimento sobre os conceitos envolvidos dentro da colorimetria são essenciais tanto para o embelezamento como para a qualidade de vida, são recursos cada dia mais usados nos centros estéticos e de embelezamento, já que esta área capilar se encontraem alta, sendo um dos mercados que mais cresce, principalmente, no Brasil. É fundamental saber sobre o universo da química capilar, desde a Antiguidade e toda sua evolução até os dias atuais, no intuito de compreender a importância de conhecer as colorações e de como agem nos fios. Atividades de aprendizagem Fique ligado U1 - Conceitos de colorimetria 51 Diante do que aprendemos nesta unidade, concluímos que os conceitos de colorimetria são essenciais para o atendimento dos profissionais da área capilar. Desse modo, verifica-se a importância de conhecimentos específicos e profundos voltados à área capilar. Sugerimos como conclusão do estudo desta unidade que você faça uma avaliação das pessoas do seu convívio para conhecer melhor como são realizadas as técnicas de coloração estudadas aqui, e que, baseado nessa avaliação, possa orientar as possibilidades que existem para uma melhor aplicabilidade dos conceitos envolvidos dentro da colorimetria. 1. Para empregar a Estrela de Oswald no seu trabalho, o profissional precisa ter um entendimento correto e preciso dela. Podemos dizer então: I- Elimina tons inadequados para o procedimento que se deseja realizar. II- Consegue criar a cor esperada para os cabelos. III- Utilizada para que a cliente escolha a cor desejada. Está correto o que se afirma em: a) I apenas. b) II e III apenas. c) II apenas. d) I,II e III. e) I e II apenas. 2. O ato de colorir os cabelos também possui um momento histórico relativo à teoria das cores: I- Há 4.000 anos no Egito foram encontrados os primeiros registros, onde múmias tinham o cabelo colorido com “henna”. II- Os chineses foram os precursores no desenvolvimento da arte de tingir os cabelos. III- No Império Romano, pentes de chumbo eram mergulhados no vinagre e utilizados no escurecimento dos cabelos grisalhos. Está correto o que se afirma em: a) I apenas. b) II e III apenas. c) III apenas. d) I,II e III. e) I e III apenas. Para concluir o estudo da unidade Para concluir o estudo da unidade U1 - Conceitos de colorimetria 52 3. Quando o cliente se dirige ao salão de beleza ou centro de embelezamento para realização de uma coloração de cabelos, há duas categorias de produtos, as colorações oxidantes e as não oxidantes. De acordo com as colorações, relacione as colunas: 1-Não oxidante / 2-Oxidante ( ) Ação temporária. ( ) Semipermanentes. ( ) Permanentes. ( ) Atuante por deposição. a) 1/2/1/2. b) 2/2/1/1. c) 1/2/2/1. d) 1/1/2/2. e) 2/1/1/2. 4. Sobre a categoria das colorações que possuem uma cor duradoura, clareia e promove a mudança da cor ao mesmo tempo, elas podem ser alcalinas e são misturadas com um revelador de volumagem específico. Qual seria a essa coloração de oxidação? a) Semipermanente. b) Henna. c) Permanente. d) Não oxidante e) Temporária. 5. Conseguimos enxergar uma pequena parte da energia eletromagnética que nos circunda, apenas as sete cores básicas do espectro visível. A luz existe e pode ser vista por causa de três entidades: a) Luz; objeto visualizado; observador. b) Olho; objeto visualizado; luz. c) Luz; binóculo; observador. d) Objeto visualizado; luz; lente. e) Observador; óculos; objeto visualizado. U1 - Conceitos de colorimetria 53 ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial da União de 31 de agosto de 2000. Resolução RDC nº 79, de 28 de agosto de 2000. Estabelece a definição e Classificação de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes e outros com abrangência neste contexto, 2000. BEDIN, V. Produtos capilares. Cosmetics & Toiletries, v. 18, 2006. COTRAN, R. S. et al. Patologia estrutural e funcional. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2000. EINSTEIN, A. Investigations on the theory of the brownian motion. Nova York: Dover, 1956 [edição original: 1926]. EINSTEIN, A. Quanta, vol. l., Oeuvres choisies. Paris: Seuil, 1989. GOMES, A. L. Uso da tecnologia cosmética no trabalho do profissional cabeleireiro. São Paulo: SENAC, 2006. HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1999. ______. Histologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2011. KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Patologia: bases patológicas das doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. LOSSOW, J. F. Anatomia e fisiologia humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara e Koogan, 1990. MARTINS, R. A. A "Nova teoria sobre luz e cores" de Isaac Newton: uma tradução comentada. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 18, p. 313- 327, 1996. NEWTON, I. A letter of Mr. Isaac Newton, professor of the Mathematicks in the University of Cambridge; containing his new theory about light and colours; sent by the author to the publisher from Cambridge, Febr. 6. 1671/72; in order to be communicated to the R. Society’, Philosophical Transactions of the Royal Society, v. 6, n. 80, p. 3075-3087, 1672a. Traduzido em SILVA, C. C, & NEWTON, I. Mr. Isaac Newton answer to some considerations upon his doctrine of light and colours; which doctrine was printed in Numb. 80 of these Tracts’, Philosophical Transactions of the Royal Society, v. 7, p. 5084-5103, 1672b. Reimpresso em: COHEN, I. B. & SCHOFIELD, R. E. (eds.). Isaac Newton’s papers & letters on natural philosophy. 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Processos de descoloração capilar A proposta da presente unidade é que você, aluno, saiba conhecer e identificar os processos de clareamento capilar, a composição bioquímica do descolorante capilar, as técnicas de clareamento e os efeitos do clareamento nos fios. É de extrema importância que o profissional da área do embelezamento tenha o domínio da parte dos conceitos envolvidos dentro dos estágios da descoloração e saiba como ocorrem a reação de oxidação, o pH e o clareamento capilar. Além disso, ele deve conhecer com propriedade a formulação bioquímica dos descolorantes capilares e as técnicas de clareamento capilar, além de saber sobre os oxidantes em uso, os efeitos dos clareadores capilares e a segurança no clareamento capilar. Objetivos de aprendizagem Nesta seção, abordaremos como acontece o clareamento capilar, quais são os estágios da descoloração e como ocorre a reação de oxidação, além de falarmos sobre o pH e o clareamento capilar. Seção 1 | Processo de clareamento capilar Nesta seção, falaremos sobre a formulação bioquímica dos descolorantes capilares, mostrando toda a parte histórica, desde o início de como eram usadas as descolorações e suas composições, bem como compreenderemos o uso dos clareadores para couro cabeludo e extensão capilar. Seção 2 | A composição bioquímica do descolorante capilar Vânia Aparecida Malachias Terra Unidade 2 Nesta seção, falaremos sobre as técnicas de clareamento capilar, luzes, mechas, reflexo, balaiagem, californiana, ombré hair, mechas 3D e invertidas, Além de conhecermos sobre o procedimento de matização e sua importância após as descolorações. Seção 3 | Técnicas de clareamento capilar Nesta seção, discorreremos sobre os oxidantes em uso e os efeitos dos clareadores capilares e também falaremos a respeito da segurança no clareamento
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