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CARACTERIZAÇÃO DO CONSUMO DA CARNE CAPRINA NO MUNÍCPIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE CARACTERIZACIÓN DEL CONSUMO DE CARNE CAPRINA EN LA VICTORIA DE SANTO ANTÍO-PE CHARACTERIZATION OF CAPRINE MEAT CONSUMPTION IN THE VICTORY OF SANTO ANTÃO-PE Apresentação: Pôster Cristiane Maria dos Santos Costa1; Andréa Renilda Silva Soares2; Adalberto Francisco da Silva Júnior3; Mauricio da Silva Souza4; Anderson Ricardo Galdino da Silva5 Introdução A carne é considerada como sendo um dos alimentos de melhor composição nutricional para a alimentação humana em conjunto com o leite e o ovo. É caracterizada pela proteína de alto valor biológico tanto no aspecto qualitativo como quantitativo, além de serem ricas em aminoácidos essenciais de forma balanceada, a qual pode suprir cerca de 50% das necessidades diárias de proteína de um ser humano (ALBUQUERQUE et al., 2017). O não conhecimento da variação do comportamento do mercado de carnes dificulta o planejamento dos produtores rurais quanto à escala de produção e das características do produto de modo que atenda a demanda do local. Assim, comprometendo os resultados econômicos dos sistemas de produção (CARVALHO et al., 2016). A ovinocaprinocultura no Brasil está em desenvolvimento, sendo que a região semiárida do Brasil apresenta condições peculiares ambientais. A importância dos ovinos e caprinos como fonte de alimentos ricos em proteína nas regiões subdesenvolvidas e em desenvolvimento tem sido enfatizada ao longo dos últimos anos (GUERRA, 2019). Deste modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar o consumo de carne caprina no município de Vitória de Santo Antão-PE. 1 Agronomia, IFPE Campus Vitória de Santo Antão, cristianemscosta01@gmail.com 2 Agronomia, IFPE Campus Vitória de Santo Antão, andrearenildaagronomia@gmail.com 3 Agronomia, UFRPE, adalbertofrancisco75@gmail.com 4 Agronomia, IFPE Campus Vitória de Santo Antão, msouza04@gmail.com 5 Agronomia, IFPE Campus Vitória de Santo Antão, andersonrgs2013@gmail.com Fundamentação Teórica Os maiores rebanhos caprino no mundo em 2014 são a China, com 187.869.000 cabeças, a Índia, com 133.000.000 cabeças, e a Nigéria, com 71.000.000 cabeças. O Brasil se apresenta na 22ª posição no ranking em relação ao tamanho do rebanho, com um total de 8.851.879 cabeças. Já em relação aos maiores criadores de ovinos em 2014, se destacam a China como o maior rebanho com um total de 202.155.600 cabeças, seguido pela Austrália (72.612.000 cabeças) e Índia (63.000.000 cabeças). Enquanto que o Brasil apresenta o 18º maior rebanho ovino, com um total de 17.614.454 cabeças (FAOSTAT, 2015). A região Nordeste é a mais tradicional na criação de ovinos e caprinos no cenário brasileiro, sendo uma das atividades de grande importância econômica e social para a região. É a região do país com a maior concentração do rebanho caprino e ovino, concentrando 91,6% (8.109.672 cabeças) e 57,5% (10.126.799 cabeças) do rebanho caprino e ovino, respectivamente (IBGE, 2014). A caprinocultura no estado de Pernambuco concentra cerca de 51% do rebanho nacional distribuído na região do São Francisco, onde se destacam os municípios de Floresta e Petrolina representando 26% do total do rebanho do estado. Outro polo produtivo se encontra no Sertão, destacando as cidades de Sertânia, Custódia e Serra Talhada, com 13,45% do efetivo (CASTRO JÚNIOR, 2017). Metodologia O estudo foi realizado no município de Vitória de Santo Antão no nordeste do estado de Pernambuco. O município está localizado na mesorregião Mata e na Microrregião Vitória de Santo Antão do Estado de Pernambuco, tendo a área municipal de 345,7 km², correspondendo a 0,35% do Estado de Pernambuco e está distante 45,1 km da capital do estado (CPRM, 2005). Para o devido fim, foi utilizada uma pesquisa qualitativa visando obter uma visão detalhada e complexa por meio de uma análise científica do pesquisador. Esse tipo de pesquisa se preocupa com o significado dos fenômenos e processos sociais e se caracteriza como sendo uma pesquisa que busca entender os fenômenos humanos (KNECHTEL, 2014). A coleta dos dados foi realizada através do método survey, com perguntas abertas e fechadas com a finalidade de obter informação sobre o consumo da carne caprina no município. O questionário foi composto por blocos com perguntas estruturadas, com a finalidade de levantar informações do perfil socioeconômico dos consumidores, preferências de consumo de carne caprina, e dividido em níveis hierárquicos, sendo o primeiro bloco referindo sobre as variáveis socioeconômicas dos respondentes e o segundo, referindo sobre a demanda por carne suína. A definição do número de entrevistados (n=100) se baseou em um erro amostral máximo de 6% para a população de 129.974 habitantes do município (IBGE, 2010). Os entrevistados foram escolhidos aleatoriamente, dentre os frequentadores em açougues, feiras-livres, mercados e boutiques de carne, os quais responderam às perguntas relevantes ao tema proposto. As entrevistas foram realizadas durante o mês de agosto de 2019, realizadas por uma equipe de estudantes para a aplicação dos questionários. Os dados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Excel e posteriormente foram feitas as análises estatísticas descritivas e inferenciais. Resultados e Discussões O perfil socioeconômico dos entrevistados (n=100) foram 62,51% mulheres e 37,49% homens, ambos com idade média de 36 anos. Quanto à renda, os entrevistados foram classificados em classes, onde 2% da população apresentaram renda superior a cinco salários mínimos, 12% possuía até três salários mínimos, 24% até dois salários mínimos, 62% até um salário mínimo e 14% com renda inferior a um salário mínimo. A carne caprina é bem aceita no município, onde 70,37% afirmam consumir carne caprina e apenas 29,63% não consome. A justificativa do não consumo se dá por não gostar da carne (50,94%), doutrinas religiosas (16,21%), questões higiênicas e sanitárias (17,32%), por não ser saudável (11,59%), sabor (2,38%) e questão de doenças (1,56%) (Figura 1). A carne caprina ocupa a penúltima posição (0,31%) na preferência de consumo de carne da população de Vitória de Santo Antão (Figura 2), tendo como primeira opção o consumo da carne bovina (68,49%), seguido da carne de frango (28,23%), peixe (2,68%) e suína (0,29%). Em relação à preferência do local da compra da carne caprina no município, observa- se que a maioria dos entrevistados prefere adquiri-la em açougues (52,76%), em supermercados (21,29%), nas feiras-livre (11,24%), direto com o criador (14,5%) e boutique de carne (0,21%). Já Pessoa et al. (2018) avaliando o perfil do consumidor no município de Olho d’Água – PB, encontraram a preferência pela aquisição em feira livre (45,30%), supermercado (30,64%) e direto do produtor (24,06%). Figura 1: Justificativa do Não Consome de Carne Caprina e Ovina no Município de Vitória de Santo Antão. Fonte: Própria (2019). Figura 2: Preferência do Consumo de Carne pela População do Município de Vitória de Santo Antão. Fonte: Própria (2019). Em relação aos cortes de maior preferência pelos consumidores (Figura 3), observa-se que a tem maior apresso pelos cortes costela (52,13%), paleta (15,17%), lombo (15,9%), fraldinha (9,21%), peito (4,18%), pescoço (1,4%) e perna (2,01%). Quanto à frequência de consumo da população 41,69% da população estudada afirma ser ocasional o consumo de carne caprina, 27,31% afirma consumir mensalmente, o consumo semestral é de 13,24%, semanal é de 9,28%, quinzenal é de 0,3%, anualmente é de 0,61% e somente 0,15% 0 10 20 30 40 50 60 não gostar da carne doutrinas religiosas questões higiênicas e sanitárias não ser saudável sabor questão de doençasP o rc e n ta ge m d e en tr ev is ta d o ( % ) Justificativas do Não Consumo de Carne Caprinae Ovina % 0 10 20 30 40 50 60 70 80 bovina frango peixe caprina suína P o rc e n ta ge m d e en tr ev is ta d o ( % ) Preferência do consumo de carne % consomem diariamente. O preço médio pago pelo quilo da carne caprina no município é de R$ 18,00 reais, e a média de quilos comprados é de 1,27 por semana. Figura 3: Tipos de Cortes de Preferência dos Consumidores do Município de Vitória de Santo Antão. Fonte: Própria (2019). Conclusões A população tem boa aceitação pelo produto, porém ainda possui baixo consumo. Sendo necessário investir em divulgação dos seus benefícios e campanhas de maior visibilidade no município. Uma vez que a carne caprina ocupa a quarta colocação na preferencia do consumidor, e por isso possui potencial de crescimento na forma in natura ou de seus derivados. Referências ALBUQUERQUE, I. R. R.; GOIS, G. C.; CAMPOS, F. S.; SILVA, T. S.; MATIAS, A. G. S. Pesquisa de mercado: hábitos de compra e consumo de carne em Senhor do Bonfim – Bahia. Revista Eletrônica Nutritime, v. 14, p. 5024-5209, 2017. CARVALHO, G. A.; ALBUQUERQUE, C. C.; SOUSA, A. M.; LEITE, E. R.; LANDIM, A. V.; GOMES, T. C. L. Caracterização do mercado da carne ovina em sobral, estado do Ceará. Informações Econômicas, v. 46, p. 5-15, 2016. CASTRO JÚNIOO, A. C. Perfil do Consumidor de Carne Caprina e Ovina na Região Metropolitana do Recife. 2017. 74 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2017. 0 10 20 30 40 50 60 costela paleta lombo fraldinha peito pescoço perna P o rc e n ta ge m d e en rt ev is ta d o s (% ) Tipos de cortes de preferência dos consumidores % CPRM. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Vitória de Santo Antônio, estado de Pernambuco. Org. Mascarenhas, JC; Beltrão, BA; Souza Junior, LC; Galvão, MJTG; Pereira, SN; Miranda, JLF. 22p. il. 2005. FAOSTAT. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. 2015. Disponível em: <http://faostat.fao.org/site/291/default.aspx>. Acesso em: 24 ago 2019. KNECHTEL, M. R. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014002E GUERRA, L. O. Rendimento dos Não Constituintes de Carcaça de Caprinos e Ovinos e Custos de Produção de Pratos Regionais. 2019. 55 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Areia, 2019. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção da pecuária municipal, 2014. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em: 24 ago 2019.
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