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Unidade III ECONOMIA Prof. Mário Guerreiro Agregados monetários Na teoria monetária se contemplam os agregados monetários, ou seja: a) M1 = PME + depósitos à vista. b) M2 = M1 + depósitos em poupança + títulos emitidos por bancos comerciais e caixas econômicas. c) M3 = M2 + fundos de renda fixa. d) M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez. PME (Papel-Moeda Emitido) ou moeda corrente = moedas (cédulas) e moeda metálica em poder do público. Continuação O controle da oferta total de moeda por parte do Banco Central é realizado dentro deste conceito: Se a economia estiver em um processo inflacionário, haverá uma diminuição na relação entre M1 e M4, pois haverá uma menor retenção de moeda por parte das pessoas que optarão em investir no mercado financeiro (rendimento de juros), o que é denominado de desmonetização. Quando a taxa inflacionária diminui há o processo inverso, havendo maior retenção de moeda pela população, e a relação entre M1 e M4 aumenta: é a monetização. Funções do Banco Central O Bacen foi criado em 1964 em substituição à Sumoc (Superintendência de Moeda e Crédito), e sua instrução normativa diz: 1. Formador de política monetária. 2. Fiscalizador do sistema financeiro. 3. Promover “socorro” financeiro aos bancos comerciais através de operação de redesconto (juros menores). 4. Controlar o depósito compulsório que os bancos remetem ao Bacen. 5. Efetuar o controle de reservas cambiais. 6. Projetar e estipular o valor da Selic. Demanda de moeda No âmbito da política monetária, temos a demanda de moeda, na qual os agentes econômicos detêm uma parcela do estoque de moeda a fim de operacionalizar três funções: a) Transações: os agentes econômicos necessitam reter moedas para compras, aluguel, transporte. b) Precaução: os agentes econômicos necessitam reter moedas para despesas inesperadas ou por recebimentos postergados. Continuação c) Especulação: os agentes econômicos efetuam um portfólio de investimentos a fim de diluir os investimentos e também reduzir os riscos. Os agentes econômicos verificam quais títulos estão mais rentáveis no mercado e, assim, efetuam aplicações. Velocidade-renda da moeda ou velocidade de circulação da moeda Conceito: é o número de vezes que determinado estoque nominal de moeda passa de indivíduo a indivíduo em um determinado período de tempo a fim de gerar produção e renda. Por convenção: a velocidade – renda da moeda – se expressa pelo PIB nominal ou monetário dividido pelo saldo dos agregados monetários ou meios de pagamentos. V = PIB nominal (monetário) / saldo dos meios de pagamento PIB nominal (monetário) = PIB real x nível geral de preços Continuação Supondo: PIB nominal = R$ 800 bilhões Saldo dos meios de pagamento = R$ 100 bilhões V = 800 / 100 = 8 Este resultado mostra que R$ 100 bilhões de meios de pagamento “giraram” 8 vezes a fim de produzir R$ 800 bilhões de produto e renda (PIB). Origem e evolução da moeda Nos primórdios, cada núcleo familiar dedicou-se a uma área, como caça, plantio de alimentos, pesca, ou seja, em caráter primitivo, iniciou-se a primeira divisão do trabalho e especialização, e o excedente produzido começou a ser trocado com os próprios núcleos ou até com outros dentro de um modelo de escambo, isto é, a troca de uma mercadoria por outra. Com a evolução da sociedade e a maior complexidade das relações, houve a necessidade de eleger um produto como referencial das trocas. Este produto deveria possuir aceitabilidade e (cont.) Continuação (cont.) ser de utilidade para todos. Neste sentido, a mercadoria foi denominada de moeda. A partir desse momento, vários produtos foram utilizados como meio de troca, como o gado, sal, fumo, azeite de oliva, escravos etc. A moeda deve possuir algumas características, como durabilidade, divisibilidade e transporte. Algumas moedas não apresentavam esses condicionantes. Neste contexto, surgiu a moeda metálica. Inicialmente, os metais foram cobre, ferro, bronze. Pela sua própria perda de valor, ou seja, pela (cont.) Continuação (cont.) sua abundância, foram substituídos por metais mais nobres, como o ouro e a prata. Com o passar do tempo, o transporte dessas moedas por grandes distâncias aumentou os riscos de assaltos e, então, surgiu a moeda-papel. Essa moeda-papel e as moedas metálicas eram depositadas em casas de custódia, que emitiam um certificado de depósito, o qual os comerciantes carregavam. Economia brasileira 1987: o Plano Bresser foi um pacote híbrido com componentes ortodoxos e heterodoxos. Os salários e os aluguéis foram congelados no patamar de 12 de junho de 1987; criou-se a URP (Unidade Referencial de Preços) indexador para corrigir os ajustes salariais. Houve uma desvalorização cambial da ordem de 9,5% e políticas fiscal e monetária rigorosas. Houve o congelamento dos preços por três meses, todavia a inflação continuou elevada e houve aumento dos preços antes de terminar o congelamento. Em dezembro, a inflação atingiu 14,14%. Diante disso, pediu demissão o ministro Bresser Pereira. Interatividade A moeda sofreu uma série de modificações ao longo do tempo, no sentido de se adequar aos graus de complexidade vivenciados pela sociedade. Nesse contexto, aponte a alternativa que mostra como foi o seu surgimento. a) Os chineses descobriram a utilidade do papel nas transações comerciais e, assim, criaram a moeda. b) China e Roma apresentavam laços culturais e efetuaram acordos comerciais. c) Através da expansão do comércio, uma vez que os comerciantes depositavam ouro e prata em casas de custódia e recebiam certificados que eram posteriormente utilizados para pagamento a fornecedores. d) Por determinação do Conselho Real Britânico, no sentido de evitar o roubo de ouro e prata, que eram utilizados como moeda na época. e) Como forma de homenagear grandes personalidades da história, como César, imperador romano. Resposta c) Através da expansão do comércio, uma vez que os comerciantes depositavam ouro e prata em casas de custódia e recebiam certificados que eram posteriormente utilizados para pagamento a fornecedores. Economia internacional No tocante à dívida externa, podemos caracterizar: Dívida pública consolidada externa: é a dívida externa correspondente à consolidação de todos os compromissos presentes e futuros assumidos pelo país em relação ao exterior e cujo pagamento por convenção internacional deverá ser feito em moeda estrangeira. De acordo com o FMI, conceitua-se pública a dívida decorrente de compromissos assumidos pelo Governo Central, suas subdivisões políticas, orgãos subordinados a qualquer um deles, empresas públicas, sociedades de (cont.) Continuação (cont.) economia mista e empresas privadas, tendo como garantia o próprio governo e/ ou organismos de crédito internacional, como: FMI, BIRD, BID, EXIM Bank/USA, EXIM Bank/Japan. Esses organismos supranacionais têm como objetivo oferecer suporte ao sistema econômico-financeiro internacional. Em 1944, em Bretton Woods, nos USA, foram criados o FMI e o BIRD. As finalidades do FMI estão elencadas em seu estatuto a seguir. Art. 1º- Promover a cooperação monetária internacional; Continuação Art. 2º- Facilitar a expansão e o desenvolvimento equilibrado do comércio internacional; Art. 3º- Promover a estabilidade do câmbio; Art. 4º- Auxiliar o estabelecimento de um sistema multilateral de pagamento e transações correntes; Art. 5º- Inspirar confiança nos países membros; Art. 6º- Reduzir o grau de desequilíbrio nas balanças internacionais de pagamentos dos membros; Seção 8 - Opinião do FMI sobre as economias. Dívida bruta Conceito: a dívida externa está expressa em termossomatórios e por isso mesmo constitui, em última análise, a dívida externa bruta ou simplesmente dívida bruta. Em termos de contas nacionais, a dívida bruta corresponde ao déficit de conta de transações correntes mais o serviço da dívida, da conta de transações de capital do balanço de pagamentos. Dívida bruta = déficit em conta corrente + serviço da dívida. Continuação A conta de transações correntes é composta, principalmente, pelos resultados das balanças comerciais e das transferências unilaterais. Por outro lado, o serviço da dívida externa se constitui da soma da amortização do principal emprestado do exterior mais os juros devidos ao mesmo e que constam na conta de transações de capital. Serviço da dívida = amortização + juros. O serviço da dívida corresponde à contrapartida financeira das chamadas importações invisíveis, ou seja, do empréstimo de capitais. Continuação Um dos aspectos mais importantes a serem considerados em relação à dívida externa é a composição dessa dívida. Nesse sentido, países que adotam a política de endividamento externo como alavanca para o crescimento devem garantir persistentes superávits em transações correntes com o exterior (balança comercial e de serviço) que lhe possibilitem a amortização da dívida e o pagamento dos juros. Exemplo: Brasil dos anos 70 (séc. XX). Se o serviço da dívida supera essa geração de recursos, há o comprometimento dessa economia. Continuação É, portanto, condição básica, a manutenção de altas taxas de crescimento das exportações. A dívida externa bruta corresponde à demanda global do país por recursos externos, ou seja, corresponde ao total de poupanças externas a serem captadas no exterior, de modo a possibilitar a execução dos programas propostos pelo sistema econômico. Torna-se importante o conhecimento conceitual do que seja a dívida externa, pois ele indica a quantidade de recursos financeiros necessários ao atendimento dos compromissos já assumidos e aqueles projetados. Dívida líquida Dívida líquida = dívida bruta – reservas cambiais. A dívida líquida constitui, portanto, o montante de compromissos que ainda restam a saldar, uma vez utilizadas as reservas cambiais do país. As reservas cambiais ou reservas internacionais correspondem ao total de ativos financeiros à disposição do governo, de modo a gerir as relações comerciais do país com o exterior. Economia brasileira 1988: Maílson da Nóbrega substituiu Bresser Pereira e praticou uma política econômica tímida com orientação ortodoxa, conhecida como “política do feijão com arroz”. O seu foco era cortar o déficit operacional de 8% para 4% e provocar a redução da inflação para 15% a.m. Outro fator foi suspender o reajuste do funcionalismo público e o adiamento dos preços administrados. Em julho de 1988, a inflação estava em 24% a.m. Em novembro, tentou-se um pacto social entre governo, empresários e trabalhadores, mas não houve êxito e o Plano não teve sucesso. Interatividade A dívida líquida tem um papel preponderante na composição do grau de vulnerabilidade e volatilidade da economia, pois engloba fatores essenciais para que um país tenha sustentabilidade. Assim sendo, como a dívida líquida pode ser descrita? a) Dívida bruta – divisas conversíveis. b) Dívida bruta – reservas cambiais. c) Dívida bruta – serviço da dívida. d) Dívida bruta – conta corrente. e) Reservas cambiais – serviço da dívida. Resposta b) Dívida bruta – reservas cambiais. Reservas cambiais ou internacionais Da reserva cambial, constam diferentes tipos de haveres financeiros. De acordo com o conceito de liquidez internacional do FMI, esses ativos são constituídos principalmente de ouro, direitos especiais de saque (moeda do FMI), direitos ordinários de saque (tranche-ouro) e divisas conversíveis (moedas conversíveis). 1. Reservas em ouro: custodiadas no Bacen. São utilizadas de modo a dar suporte às operações financeiras e comerciais do país. Quando da necessidade, essas reservas são negociadas no mercado financeiro internacional. Continuação Nesse instante, seu valor depende da maior ou menor quantidade desse metal, ofertado ou procurado nesse mercado. 2. Direitos ordinários de saque ou tranche- ouro: o direito ordinário de saque corresponde à sua cota participação no FMI. O Banco Central de cada país é o depositário do FMI no próprio país. Continuação Dependendo dessa cota de participação, o país tem direitos normais de saque que estão estabelecidos até o limite equivalente a 200% da cota. Entretanto,esses saques somente poderão ser realizados sob determinadas condições: a) Cada membro somente pode sacar 25% da cota ao ano. b) O primeiro saque tem o nome de tranche-ouro e pode ser feito sem maiores explicações ao fundo, somente comunicando-o. Continuação c) O segundo saque é denominado de tranche de crédito e, para ser feito, pressupõe a necessidade da adoção de medidas econômicas impostas pelo FMI ao país, como, por exemplo: desvalorização da moeda de, no máximo, 10% ao ano; variação cambial da moeda de, no máximo, 3% ao ano; o último dos créditos é o stand-by ou “crédito de emergência”. Continuação 3. Direitos especiais de saque: criados em 1969 e utilizados em 1981, correspondem à moeda escritural do FMI. Essa “moeda” foi criada em reunião do FMI, no Rio de Janeiro. O DES foi criado devido à falta de liquidez do mercado internacional de moeda na ocasião. Foram, então, emitidos US$ 9 bilhões de DES, e cada país participante do FMI recebeu parte dos mesmos em proporção à sua cota participação nesse organismo. Continuação O DES corresponde, portanto, à moeda da linha de créditos compensatórios do FMI. Essa linha de crédito destina-se a auxiliar os países membros do FMI a enfrentar quedas nas exportações e dificuldades transitórias de pagamentos. O valor unitário do DES era estabelecido por uma cesta de moedas fortes, ou seja, dólar, marco, libra, franco e o iene. Hoje, esta cesta é estabelecida pelo dólar americano, o euro, a libra e o iene. O yuan chinês está em estudo para adentrar esse grupo. Continuação Divisas conversíveis: Correspondem às principais moedas fortes acumuladas no país, resultantes das exportações e operações financeiras realizadas com o exterior. As moedas estrangeiras, em síntese, correspondem às obrigações de outras economias em relação ao importador das mesmas. As divisas conversíveis são utilizadas principalmente na importação de bens finais e intermediários não produzidos no país e necessários à sua atividade econômica. Podem, entretanto, ser aplicadas no mercado financeiro internacional com o objetivo de auferir renda de capital (juros). Taxas de juros internacionais Em economia, a utilização de qualquer recurso de produção subentende a remuneração ao mesmo devida por essa utilização. Na utilização do capital, também se utiliza esse modelo, ou seja, sobre o capital emprestado incide uma determinada taxa que se destina a remunerar o possuidor do mesmo. O eixo financeiro internacional passa pelos USA e Inglaterra, e é nesses países que se formam as taxas de juros. Em realidade, as taxas de juros internacionais têm por base as taxas vigentes no mercado dos USA. Continuação A taxa de juros no mercado norte-americano A taxa de juros nos USA é composta de duas parcelas, ou seja, uma fixa e outra flutuante. Taxa de juros = prime rate + spread. A prime rate (prime = principal; rate = taxa) constitui a taxa de juros que incide sobre o principal ou capital emprestado. A prime rate corresponde à parcela flutuante da taxa. Corresponde à parcela da taxa de juros que os bancos norte-americanos aplicam sobre os empréstimos aos seusmelhores clientes. Essa taxa determina o nível das taxas dentro e fora dos USA. Continuação Spread (spread = extensão): constitui a parcela fixa das taxas de juros com que são contratadas as operações financeiras. O spread constitui a taxa de risco da operação. Ele mede o grau de risco que o tomador representa para o investidor. Neste sentido, quanto maior o risco do empréstimo, maior será o spread. Segundo a definição do Banco Central do Brasil, spread é a diferença entre a taxa de empréstimo e a média ponderada das taxas de captação de CDBs (Certificados de Depósitos Bancários). Continuação A taxa de juros no mercado europeu (Londres) Desde o século XVI, a Inglaterra é um polo financeiro mundial, todavia é a partir da década de 60 (século XX) que o mercado europeu como um todo – o euromercado – se constituiu em mercado financeiro. Os USA injetaram uma grande quantidade de dólares na Europa (Plano Marshall) após a Segunda Guerra Mundial no sentido de reconstruí-la, surgindo, assim, espontaneamente, o mercado de eurodólar, isto é, uma intensidade de dólares que circulam livremente na (cont.) Continuação (cont.) Europa. Esses dólares, hoje disponíveis, são ofertados no mercado financeiro internacional. A partir de 1999, com a implementação do euro, esse mercado tem uma nova variável. LIBOR = London Interbank Offered Rate: constitui a taxa interbancária em eurodólares oferecida aos tomadores no mercado de Londres. Essa é, portanto, a taxa que vigora no mercado financeiro internacional com base em Londres. O LIBOR acompanha, invariavelmente, qualquer oscilação que ocorra na prime rate de Nova York. Economia brasileira 1989: foi implementado o Plano Verão, que era um misto de políticas ortodoxas e heterodoxas. Foi criada uma nova unidade monetária, o Cruzado Novo. O propósito do Plano era contrair a demanda agregada e, no médio prazo, reduzir a inflação. Os mecanismos utilizados foram os juros reais elevados, restrição do crédito ao setor privado e promessa de ajuste fiscal. Os preços foram congelados por tempo indeterminado. Extinguiram-se a OTN e a URP, indexadores da economia. Em setembro, a indexação voltou com o BTN: suspendeu-se o pagamento dos juros externos, e a inflação foi de 1.764,86%. Interatividade Os países fazem reserva de valor a fim de se proteger de oscilações econômicas mundiais. Em quais dos itens a seguir a composição das reservas cambiais se engloba? a) Ouro, DES, DOS e reservas cambiais. b) Ouro, reservas cambiais, DOS e DES. c) Ouro, DES, DOS e divisas conversíveis. d) Ouro, DES, divisas conversíveis e reservas cambiais. e) CFRC, serviço da dívida, DOS e DES. Resposta c) Ouro, DES, DOS e divisas conversíveis. Economia – Mercado de capitais O primeiro enfoque a ser analisado é o de ativos derivativos. Constituem operações que são originárias de outras operações, ou seja, como ativos e títulos denominados de ativos-objetos. As ações e os commodities agropecuários são exemplos de derivativos. Quando produtores e intermediários financeiros precisam se proteger contra a volatilidade de cotações futuras de suas produções, eles buscam se resguardar através do hedging. Continuação Podemos caracterizar como exemplos de ativo-objeto, ou seja, um commodity: uma ação, uma moeda, um instrumento financeiro. A venda ou opção de compra de uma ação, optar por um commodity ou um contrato futuro são características de um derivativo. Podemos elucidar que futuros e opções são valores mobiliários derivativos, isto é, são títulos que derivam seu valor de um ativo-objeto. Continuação Nos primórdios, a negociação estava balizada em mercadorias em geral ou produtos primários, como: laranja, milho, soja (commodities). Com o passar do tempo, foram tornando- se mais sofisticadas as operações em que outros produtos/ativos foram inseridos, como metais preciosos, ouro, títulos do governo, moedas estrangeiras, madeira, petróleo, suco de laranja etc. Mercado futuro Quando os produtores começaram a ter necessidade de se proteger (hedgear), na época da colheita, contra a volatilidade e baixa de preços de mercado, nasce o que denominamos de mercado futuro. Dentro do mesmo raciocínio, os consumidores também desejam garantir os preços do período de entressafra. Continuação O modelo é dimensionado da seguinte forma: o agricultor planta e assume os riscos do plantio. Terceiros assumem os riscos como protecionismo aos negócios no âmbito do comércio, beneficiamento e transformação. O conceito de hedge é um instrumento jurídico legítimo que atende às necessidades econômicas. Caracteriza- se por um contrato que tem como fundamentação a proteção de risco de variação de preços. Câmaras de compensação As câmaras de compensação bancárias têm como foco a compensação de cheques. E as de compensação de títulos organizam registros, compensação das bolsas financeiras, conclusão de transações de bolsa de valores e liquidação. Financiamento através da capitalização Quando uma empresa opta pela abertura de seu capital, ela estará se inserindo em um mercado em que o volume de variáveis é maior. Neste sentido, há uma série de etapas a serem observadas: 1. Registro na CVM e na Bolsa de Valores. 2. Marketing da operação. 3. Política de disclosure (informações dos fatos ocorridos e formas de leituras acessíveis ao público (demonstrações financeiras). 4. Montante a ser captado. 5. Definição do preço da emissão. 6. Contratação de uma instituição. Abertura de capital e suas vantagens A partir do momento em que uma empresa opta pela abertura de capital, haverá pontos positivos e negativos, ou seja, subdividindo-os em aspectos vantajosos e desvantajosos. Observemos então: Vantagens: com o aporte de um novo capital, haverá a renovação econômica da empresa e também a projeção desta. Desvantagens: a participação dos acionistas minoritários, no tocante aos dividendos, pode ser questionada, e pode haver também discussões jurídicas no âmbito das impugnações. Continuação A globalização financeira conduziu o mercado a um patamar de competição muito acirrada, ou seja, a sobrevivência das empresas está assentada na utilização da tecnologia de informações e na forte competitividade entre as empresas. O financiamento do capital apresenta as seguintes vertentes: a) Capital de terceiros, isto é, empréstimos bancários, emissão de debêntures, antecipação de recebíveis. b) Redução do rating (risco) e elevação do capital com a entrada de novos acionistas. Continuação A partir do momento em que a abertura de capital foi aprovada, há de ser verificar qual forma será adotada, ou seja: a) Companhia aberta: os recursos são provenientes do público externo em geral. b) Companhia fechada: caracteriza-se por serem os acionistas mesmos ou pessoas bem próximas. Continuação Quando uma empresa opta por abrir seu capital, ela está se inserindo em um “mundo” totalmente oposto ao universo em que vive atualmente, ou seja, estará enfrentando outras variáveis, todavia, quando esta empresa adia abrir seu capital, poderá enfrentar desafios e transtornos quanto à sua competitividade. Neste sentido, podemos caracterizar: a) Hipótese otimista: poderá deixar de disputar o mercado. b) Hipótese provável: inviabilizar-se economicamente. Continuação c) Hipótese pessimista: tornar-se irreversivelmente inviável economicamente. No tocante à abertura do capital, teremos, no âmbito da empresa, algumas vantagens competitivas que podemos elucidar abaixo: a) O risco do negócio é diluído com os outros acionistas. b) A abertura do capital fortalece a empresa no tocante à obtenção de novas fontes de recursos. c) A capacidade deendividamento se eleva. Continuação d) Haverá a consolidação da imagem institucional da empresa perante o sistema financeiro. e) O patrimônio dos acionistas tenderá a apresentar maior liquidez. Continuação Temos discutido quais são as vantagens dessa abertura de capital, mas como se prepara essa abertura, quais são os “passos”? a) É conveniente abrir o capital neste momento. b) Há de se realizar uma pesquisa, ou seja, verificar se aumenta ou não o patrimônio com a venda das ações. c) Posição da empresa e projeções de ganhos frente à concorrência. d) Avaliação dos stakehorlders. Economia brasileira 1990: o Plano Collor I efetuou o confisco dos depósitos à vista e aplicações financeiras, com prefixação da correção dos preços e salários, câmbio flutuante, tributação sobre as aplicações financeiras e reforma administrativa com grande demissão de funcionários públicos. Houve redução da dívida interna, atingindo um superávit primário de 4,5% do PIB, todavia esses efeitos foram passageiros, e o superávit caiu pela metade em 1991. O Plano Collor II (1991) foi adotado diante de uma forte aceleração da inflação. As denúncias de corrupção no governo levaram ao impeachment do presidente Collor (1992). Interatividade Segundo Francisco Cavalcante “Quando um empresário dimensiona seu empreendimento, ele está especulando sobre o volume de negócios que o capital ali aplicado vai gerar. Ainda que os objetivos empresariais se assemelhem, as expectativas de cada um podem ser completamente diferentes. Quem determina essas diferenças são os potenciais de risco e retorno assumidos em cada caso, e o volume de recursos que financiará o empreendimento. A atividade econômica é especulativa por natureza. Produtores e usuários de bens e mercadorias dependem uns dos outros para seu próprio suprimento. Entre eles surgem os primeiros indícios de riscos permanentes do negócio, tais como: risco de produzir, ser suprido e de preço. Esses riscos são assumidos pelo próprio empresário. Em determinados mercados, como nos de matérias primas agrárias e alguns ativos financeiros, existem formas de transferir esse risco: são as operações de mercado futuro.” Neste momento, dos determinados mercados, quem assume esses riscos ? a) O especulador, b) O hedgear, c) Os contratos futuros, d) A apólice securitária, e) O especulador e o hedgear Resposta Alteranativa correta “e”. e) O especulador e o hedgear ATÉ A PRÓXIMA!
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