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Português Instrumental 1. COMPETÊNCIA 01 | ADQUIRIR CONCEITOS DE LÍNGUA, TEXTO E GÊNEROS TEXTUAIS PARA DESENVOLVIMENTO DE TEXTOS DIVERSOS E DOCUMENTOS PERTINENTES À ATUAÇÃO PROFISSIONAL. Olá! Vamos dar início à nossa disciplina de Português Técnico, estudando as características da língua falada e da língua escrita, para depois chegarmos a uma definição do que é texto. Vamos entender os elementos constituintes de um texto (palavra, frase e parágrafo) e estudaremos técnicas de construção textual. Finalizaremos estudando os gêneros textuais e algumas formas padrão de documentos. Vamos aos estudos? Bom aproveitamento! 1.1 Linguagem, Língua e Texto As noções de língua e linguagem, que abordaremos a seguir, estão relacionadas à comunicação entre os seres. Todos os seres se comunicam; logo, todos os seres possuem linguagem. Mas nem todos os seres possuem língua. Como assim? Entenderemos melhor essa relação quando analisarmos os conceitos de linguagem e língua a seguir. Esses conceitos serão importantes para compreendermos as noções de texto e gêneros textuais, os quais trabalharão mais adiante. 1.1.1 Linguagem e Língua Observe a placa a seguir: Figura1- Linguagem não verbal Competência 01 Fonte: http://afilanossadecadadia.wordpress.com/2010/06/13/e-proibido-fumar/ Olhando a placa, você saberia dizer qual a mensagem que ela comunica? Se você respondeu que a placa indica que é proibido fumar em determinado ambiente, você acertou o que por sua vez significa que você conseguiu “ler” a mensagem da placa. Agora, observe novamente: Figura2 - Linguagem verbal Fonte: www.thony.com.br/placa-aberto-fechado-(frente-verso)-6,5x30cm Certamente, observando essa última placa, você facilmente saberá dizer qual mensagem ela comunica. Observe agora as duas placas dos dois exemplos. Você conseguiria dizer qual a principal diferença com relação à forma como elas comunicam suas mensagens? Se você respondeu que a primeira placa não usa palavras e a segunda usa palavras, você acertou novamente. A observação dessas duas placas nos auxiliará na conceituação de linguagem e língua. 1.1.2 Linguagem Linguagem é um sistema organizado de sinais ou signos que servem para comunicar uma mensagem ou para que indivíduos se comuniquem. Esses sinais ou signos, conforme vimos na observação das placas podem ser: ● Signos verbais: São as palavras da língua em que a mensagem é veiculada. Isso significa dizer que toda e qualquer palavra é um signo verbal. http://afilanossadecadadia.wordpress.com/2010/06/13/e-proibido-fumar/ http://www.thony.com.br/placa-aberto-fechado-(frente-verso)-6%2C5x30cm ● Signos não verbais: São os outros signos que não as palavras, ou seja, figuras, imagens, gestos, cores etc. Toda mensagem que não use palavras se utiliza de signos não verbais. 1.1.3 Língua Língua é o sistema de linguagem verbal utilizada em determinados contextos de comunicação ou por determinados grupos. Para que se efetue uma comunicação, a língua deve ser composta de signos conhecidos pelos atores da comunicação. Por exemplo: se você enviar um e mail em português para uma pessoa que só fale chinês, provavelmente não haverá comunicação, pois ela não entenderá a mensagem. A língua adquire características de acordo com a situação de comunicação na qual é utilizada. Assim, uma comunicação falada provavelmente terá uma linguagem verbal bem diferente da de uma comunicação escrita, assim como uma mensagem formal para um colega de trabalho será diferente de uma mensagem informal para um amigo. Essas características podem ser compreendidas como níveis de linguagem, que veremos a seguir. 1.1.3.1 Língua Falada e Língua Escrita A língua escrita tem como finalidade representar graficamente alíngua falada. No entanto, você consegue ver alguma diferença entre os dois níveis de língua? Observe os textos a seguir: 1. Mãe, tou saindo pra escola, viu? Chegando na escola eu aviso. 2. Mãe, estou saindo para a escola. Quando eu chegar lá, aviso. Com base na experiência que temos com a língua portuguesa, tenderemos a dizer que o texto 1 é característico da língua falada, enquanto o texto 2 é próprio da língua escrita. Apesar de, no caso desses textos, nunca podermos afirmar que um foi dito e outro escrito, estaremos corretos em nossas inferências, pois o texto 1 é fortemente carregado de marcas de oralidade, enquanto o texto 2 não é. Para entendermos as marcas da oralidade, observemos os seguintes planos, com algumas marcas de oralidade: FALA ESCRITA Não planejada Planejada Liberdade com uso de termos Linguagem mas formal Marca de ênfase Linguagem “enxuta” TEXTO 1 TEXTO 2 Não planejada: a repetição do termo Evita a redundância do termo “ escola” “escola” reflete a falta de planejamento Para articular uma mensagem concisa. O verbo esta é conjugada na maneira Verbo conjugado de maneira correta e “tou”, indicando supressão da palavra. Formal Após comunicar que está saindo, há a Linguagem sem marcas de ênfase. Presença do termo “viu”, para enfatizar o Entendimento por parte da mãe de que a Soneto da separação Vinicius de Moraes De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. Pessoa está saindo. Tabela 1 - Comprativo entre língua falada e língua escrita Fonte: o autor (2013) 1.1.3.2 Língua Culta e Língua Informal Entendendo a língua como um sistema de signos verbais usados por determinados grupos ou em determinadas situações comunicativas, podemos pensar que a forma de uso da língua está relacionada com a necessidade da situação. Por exemplo: numa redação de vestibular, procuramos demonstrar um uso da língua que se adéque às formas propostas na escola e na academia, buscando ao máximo adequá-la às normas gramaticais. Diferentemente de quando falamos em um bate-papo com um amigo, em que usamos uma linguagem que tem por prioridade comunicar. Assim, podemos dizer que a língua formal é a ensinada nas escolas e serve de instrumento para a comunicação formal. Já a língua informal é a usada de forma espontânea, priorizando a comunicação. Muitas vezes, mostra-se rebelde à norma gramatical e aos padrões, pois é carregada de“vícios de linguagem” e gírias. Figura 3 - língua informal. 1.1.4 Texto O conceito de texto está proximamente relacionado com o conceito de comunicação pela linguagem. No Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa 3.0, um dos significados de texto é “conjunto das palavras escritas, em livro, folheto, documento etc. [...]; redação original de qualquer obra escrita”. Acrescentemos a isso que um texto pode se concretizar por meio de uma linguagem verbal ou não verbal, o que nos autoriza a dizer que uma placa de trânsito é também um texto, na medida em que ela comunica uma mensagem através de um sistema de signos escritos. Dessa forma, podemos dizer que texto é encadeamento lógico de ideias concretizada em uma linguagem que pode ser traduzida por meio da fala ou por meio da escrita. Vejamos: Figura 4 - Poesia concretista. Fonte: http://planetaifsc.blogspot.com.br/2010/06/nem-luxo-nem-lixo.html Para ficarem bem claro as relações do que estudamos até agora, podemos afirmar que usamos a linguagem para fazer um texto e entendemos esse texto através da linguagem. / Figura 5 - O bicho, de Manuel Bandeira Fonte: http://aparecidinhafala.blogspot.com.br/2011/05/o-bicho-manuel-bandeira.html Umtexto não existe simplesmente porque há um encadeamento de ideias. Ele é dotado também de uma intencionalidade comunicativa, ou seja, um texto é o resultado também da intenção do enunciador com o enunciatário. Veremos isso mais adiante, quando abordarmos os gêneros textuais. http://planetaifsc.blogspot.com.br/2010/06/nem-luxo-nem-lixo.html http://aparecidinhafala.blogspot.com.br/2011/05/o-bicho-manuel-bandeira.html 1.1.4.1 Para se Fazer um Bom Texto: Correção, Clareza, Concisão, Coerência e Coesão Não há uma fórmula mágica para se escrever um bom texto. A fluência na escrita, que dá segurança na hora de escrever um texto, só pode ser adquirida através da leitura e da prática da escrita. No entanto, alguns elementos textuais podem contribuir para um bom texto. Vamos conhecê-los? a) Correção Um bom texto deve ter atenção às regras de funcionamento da língua. Isso quer dizer que, em um texto formal, deve-se ter atenção às normas gramaticais. b) Clareza Um texto que quer comunicar algo deve ser claro e levar em consideração o leitor a quem está destinado. Um médico tem uma forma de falar com outros médicos, usando muitas vezes de vocabulário técnico, mas ao falar com o paciente deve dizer tudo de maneira que ele entenda. Uma boa dica para a clareza textual é evitar palavras incomuns, principalmente se você não tiver segurança de usá-la. Evite frases longas e tente sempre encadear as ideias de maneira direta, como é próprio da língua portuguesa (sujeito + predicado + complemento). Obviamente, se você já tem uma boa prática, nada impede de que você faça intercalações (sujeito — que tem determinada característica — + predicado + complemento). Mais adiante, abordaremos as orações intercaladas. Figura 6 - Reportagem - Revista Mundo Estranho, ano 08 nº10 Editora Abril S/A. São Paulo 2009. Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=13547 c) Concisão É a habilidade de selecionar palavras com significado preciso para transmitir ideias de forma sucinta. Evite ao máximo a prolixidade. d) Coerência A coerência é a capacidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, a coerência faz com que o texto tenha sentido para o leitor. Para haver coerência em um texto, é preciso que se estabeleça alguma forma de unidade ou uma relação entre seus elementos. Para que haja coerência, devemos evitar alguns aspectos, tais como: ● Contradições entre frases, parágrafos ou ideias - Se você for escrever um texto condenando o capitalismo, seria inocente citar os avanços tecnológicos proporcionados por empresas privadas. ● Falta de encadeamento de idéias – Os argumentos precisam se relacionar entre si de forma harmônica e de maneira a construir uma unidade. Você pode alcançar isso selecionando evidências, exemplos e justificativas que tenham relação entre si e com o tema. ● Conclusão não decorrente do que foi exposto ao longo do texto – É importante ordenar logicamente as idéias, encadeá-las coerentemente. Para tanto, não se pode perder de vista a ideia central do texto (em torno da qual todos os argumentos devem girar). e) Coesão A coesão se refere ao uso de elementos lingüísticos que vão conectar palavras, frases, períodos e parágrafos de forma a construir uma cadência e continuidade argumentativa, conferindo unidade ao texto. Essa conexão é obtida pelo emprego correto de conjunções, preposições, pronomes e advérbios, que são chamados de elementos de ligação.ss Fique atento aos principais: ● e, além de, além disso, ainda, bem como, também – acrescentam ideias, argumentos. Ex.: Além da derrota para o Fortaleza, o Santa Cruz saiu perdendo também por outro fator. Ou melhor: outros fatores. Cinco jogadores estão fora da próxima partida, diante do Águia de Marabá-PA, no próximo domingo, no Arruda. Todos suspensos.1 ● embora, não obstante, apesar de, a despeito de – estabelecem relação de concessão, de resignação. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=13547 Ex.: Embora fosse muito cedo, resolveu seguir direto para o trabalho. ● mas, porém, contudo, entretanto, no entanto – estabelecem oposição entre as ideias. Ex.: Era bastante jovem, entretanto demonstrava maturidade. assim, dessa forma, portanto, desse modo, por fim, enfim – complementam e concluem ideias. Ex.: Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos). (Fernando Pessoa) ● assim como, da mesma forma que, como, tal qual, bem como – estabelecem relação de comparação, de semelhança. Ex.: Letícia, bem como suas amigas, aprecia a leitura de grandes clássicos. de fato, realmente, é verdade que, evidentemente, obviamente, está clara que – são usados para fazer constatações ou para se admitir um fato. Ex.: É realmente lamentável que certas empresas não respeitem o meio ambiente! ● porque, devido a, em virtude de – introduzem explicações. Ex.: Não fui ao evento devido a uma indisposição repentina. ● antes de mais nada, sobretudo, principalmente, especialmente – são usados para dar ênfase ou destaque a algum fato ou idéia. Ex.: É natural que o povo vá às ruas em busca de melhores condições de vida, sobretudo com o fantasma da inflação rondando novamente. ● antes que, enquanto, depois que, quando, no momento em que - estabelecem relação de temporalidade. Ex.: Antes que você reclame, vou logo dizer: não sou de direita. ● conforme, de acordo com – estabelecem relação de conformidade. Ex.: Conforme foi avisado, a biblioteca reabrirá na próxima semana. 1.1.4.2 Elementos do Texto Observamos que, para se comunicar, utilizamos a linguagem e, que essa linguagem,pode ser constituída de elementos verbais e não verbais. Na nossa disciplina, interessa-nos especialmente a linguagem verbal, aquela que se utiliza de palavras para construir sua mensagem. Também vimos que um texto é um encadeamento lógico de ideias que pode ser “decifrado” pelo usuário-leitor. Vamos ver agora quais elementos constituem um texto verbal e como eles podem ser trabalhados em um texto para que este alcance o seu objetivo: comunicar claramente uma mensagem. 1http://globoesporte.globo.com/futebol/times/santa-cruz/noticia/2013/09/alem-de-amargar-derrota-santa-deixa-fortaleza-com-cinco-suspensos.html. Acesso em 15.09.2013. 1) Palavra As palavras são unidades de linguagem. Podemos pensar a relação das palavras com o texto como os tijolos de uma parede: uma palavra ligada à outra, de maneira a formar um todo lógico e coerente. Observe os textos a seguir: Texto 1 Fonte: o autor Uma sequência de palavras não constitui obrigatoriamente um texto. Para que haja texto, é preciso que as palavras expressem uma mensagem. Muitas vezes, essa mensagem só pode ser decodificada quanto contextualizada, ou seja, quando entendida dentro de um contexto. Com base nessas informações, você poderia identificar os contextos de produção dos textos 1 e 2? Se você pensou no texto 1 como uma lista de compras, parabéns! Você conseguiu contextualizar bem o texto. Observe que nesse texto não há encadeamento de ideias, porém, dentro de uma situação de compras, a simples relação de palavras constitui um texto, pois comunica o que é http://globoesporte.globo.com/futebol/times/santa-cruz/noticia/2013/09/alem-de-amargar-derrota-santa-deixa-fortaleza-com-cinco-suspensos.html preciso comprar. Se você pensou no texto 2 como um e-mail comercial, parabéns novamente! Observe que, nesse texto, há um encadeamento de palavras, formando um todo (que é a mensagem). 2) Frase O Aulete Dicionário Digital traz a seguinte definição para frase: “Unidade de comunicação linguística dotada de uma estrutura e com sentido completo”. Pensemos na imagem da parede(Figura 7), que usamos para explicar a palavra. Se a palavra é o tijolo, a frase poderiaser cada linha de tijolos que compõe a parede. Figura 7 - O texto é o conjunto de palavras, frases e parágrafos que comunica uma mensagem. Fonte: O autor (2013) A frase pode ser brevíssima (composta mesmo de apenas uma palavra) ou longa, composta de várias orações (oração é a frase que possui pelo menos um verbo). Agora observemos os tipos e as formas de frase: Figura 8 – Tipo e forma de frases Fonte: Brandão (2012) 3) Parágrafo O parágrafo é o conjunto de frases que pode ser interpretado como blocos argumentativos dentro de um texto. Não há nenhum critério preestabelecido para a separação de um texto em parágrafos. A construção dos parágrafos dentro de um texto depende muito da habilidade do autor. Em textos dissertativos, costuma-se estruturar os parágrafos segundo o seguinte sistema: ● Introdução: Parágrafo que apresenta a idéia principal do texto, geralmente adiantando o que se argumentará adiante. Desenvolvimento: Após apresentado o assunto, este tópico amplia a discussão a respeito dele. Aqui, vão os argumentos que comprovam a idéia do autor, fundamentando-a. ● Conclusão: É a finalização do texto, no qual o autor tenta mostrar que, segundo seus argumentos, pode-se dizer algo. Traz uma retomada da idéia central associando-a aos argumentos do desenvolvimento. 1.1.4.3 Redação Técnica Na nossa vivência diária, nós nos comunicamos de muitas maneiras por meio da escrita. Um bilhete deixado na geladeira, um e-mail, um convite para uma festa, assim como um artigo científico, um artigo de revista ou mesmo uma carta para um cliente, todos são exemplos de textos escritos. É de se perceber que esses textos exigem uma redação específica cada um. Essa redação é, muitas vezes, marcada por formas fixas de uso, o que de certa forma facilita na hora de construir esses textos. Figura 9 - Gênero textual jornalístico. Fonte: www.ig.com.br No texto acima, algumas marcas identificam o texto como jornalístico. Se você percebeu marcas como título, subtítulo, nome do autor do texto logo abaixo do subtítulo, jornal em que foi publicado, data, parabéns! Você observou bem certas marcas do texto jornalístico. Agora observe novamente: http://www.ig.com.br/ Figura 10 - Exemplo de carta manuscrita. Fonte: http://abespa-piaui.blogspot.com.br/p/catequese.html Esse texto também possui marcas que identificam o gênero textual ao qual pertence. Observe que o texto começa pelo local de onde se escreve a data, a saudação e depois o texto. O clássico modelo de carta. A noção de gêneros textuais está relacionada ao uso de determinadas marcas textuais presentes nos textos, que, por sua vez, estão relacionadas ao contexto da comunicação e a quem se destina a mensagem. Observe o texto da Revista Nova Escola, disponível no site http://revistaescola.abril.com.br/, acessado em 25 de setembro de 2013: http://abespa-piaui.blogspot.com.br/p/catequese.html http://revistaescola.abril.com.br/ Como nos ensina Bakhtin, gêneros textuais definem-se principalmente por sua função social. São textos que se realizam por uma (ou mais de uma) razão determinada em uma situação comunicativa (um contexto) para promover uma interação específica. Trata-se de unidades definidas por seus conteúdos, suas propriedades funcionais, estilo e composição organizados em razão do objetivo que cumprem na situação comunicativa. Explicando melhor: isso significa que, a cada vez produzo um texto, seleciono um gênero... ...em função daquilo que desejo comunicar; ...em função do efeito que desejo produzir em meu interlocutor; ...em função da ação que desejo produzir no meio em que me inscrevo. Isso vale das trocas mais prosaicas do cotidiano, nos bilhetes registrados em post-its colados nas geladeiras, passando pelas mensagens eletrônicas, entrevistas (orais e escritas), bulas de remédio, orações, cordéis, dissertações, romances, piadas etc. Uma das principais características dos gêneros é o fato de serem enunciados que apresentam relativa estabilidade. É esse aspecto que permite, justamente, com que sejam compreendidos. Um exemplo extremo disso está no gênero "bula de remédio". Nos idos dos anos 1980, a linguista francesa Sophie Moirand mostrou como a estabilidade desse tipo de enunciado permitiria que qualquer falante do francês sem conhecimento nenhum de grego pudesse localizar informações (nome comercial, princípio ativo e posologia, por exemplo). Com base nisso, abordemos as modalidades redacionais, tão importantes para a comunicação em uma instituição. 1.1.4.3.2 Uma Breve Noção das Modalidades Redacionais As modalidades redacionais básicas são descrição, narração e dissertação. No entanto, seja qual for a modalidade empregada em um texto, há criação de conteúdo (nível de ideias, mensagem, assunto), estrutura (organização das ideias, distribuição adequada em: introdução, desenvolvimento e conclusão), linguagem (expressividade, seleção de vocabulário) e gramática (adequação à norma culta da língua). Observe os fragmentos de textos a seguir, que exemplificam as modalidades narração, descrição e dissertação: a) Descrição Figura11 – Descrição de texto manuscrito Fonte: Brandão (2012) Como se pode perceber, a descrição visa dar ao leitor um visão de algo, focando principalmente em suas características e aspectos que identifiquem o objeto descrito. b) Narração Figura12 – Narração Fonte: Brandão (2012) Narrar é contar. Assim, quando utilizamos a modalidade narrativa, estamos contando uma história, um fato, uma notícia, um acontecimento, seja este real ou inventado. Observe que, de modo geral, a narrativa, por contar algo que já ocorreu se utiliza principalmente de verbos no passado, conforme se pode observar no texto acima. c) Dissertação Figura13 – Dissertação Fonte: Brandão (2012) Em um texto dissertativo, desenvolvemos um argumento para provar determinado ponto de vista. Esses argumentos podem ter como base fatos, descrições, referências à ideias estabelecidas. Observe as partes: “A informação hoje é, mais do que nunca, essencial para todo bom estudante, profissional e cidadão”; “No entanto, é preciso ter em mente que mais importante que o conhecimento em si é a sua qualidade e a sua veracidade”. Dissertar é argumentar, expor e discutir ideias sobre um determinado tema, buscando na conclusão um pensamento que valide seu ponto de vista. 1.1.4.3.3 Comunicação Formal Escrita: Carta Comercial, Ofício, Circular Interna, Requerimento, Relatório Segundo o Manual de elaboração de textos do Senado Federal do Brasil, a comunicação formal deve ser pautada pelos seguintes itens, já abordados anteriormente nessa competência: a) clareza, deixando o texto inteligível. Para isso, deve-se ter em mente os seguintes fatores: ● uso de palavras e expressões em seu sentido comum, salvo quando o assunto for de natureza técnica, hipótese em que se empregarão a nomenclatura e terminologia próprias da área; ● construção de orações na ordem direta, evitando preciosismos, neologismos, intercalações excessivas, jargão técnico, lugares-comuns, modismos e termos coloquiais; ● do uso do tempo verbal, de maneira uniforme, em todo o texto; ● do emprego dos sinais de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos estilísticos. b) precisão, que complementa a clareza e se caracteriza por: articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da idéia veiculada no texto; ● manifestação do pensamento ou da idéia com as mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico; ● escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto; ● escolha de termos que tenham o mesmo sentido e significado em todo o território nacional ou na maior parte dele, evitando o emprego de expressões regionais ou locais. c) coerência, que implica a exposição de idéiasbem elaboradas, que tratam do mesmo tema do início ao fim do texto em seqüência lógica e ordenada. Isso significa que o texto deve conter apenas as idéias pertinentes ao assunto proposto. d) concisão, alcançada quando se apresenta a idéia com o mínimo de palavras possível, o que importa no uso de frases breves, na eliminação dos vocábulos desnecessários e na substituição de palavras e termos longos por outros mais curtos. e) consistência, decorrente do emprego do mesmo padrão e do mesmo estilo na redação do texto, o que evita a contradição ou dubiedade entre as idéias expostas. Com base nesses itens, vejamos os tipos mais comuns de redação técnica formal e seus particulares. Memorando no 1, em (dia) de (mês) de (ano). Ao Senhor (nome e/ou cargo) Assunto: Aquisição de Equipamentos de Informática Nos termos do plano de estratégia estabelecido na reunião mensal de julho deste ano, solicitamos a Vossa Senhoria a tomada de orçamentos para aquisição de equipamentos novos de informática para o departamento de Recursos Humanos. As especificações deverão ser obtidas junto ao departamento de informática, e os orçamentos deverão ser apresentados na próxima reunião que ocorrerá no próximo dia 28 para deliberação. Atenciosamente, (assinatura) (nome completo) (Cargo) 1) Memorando O memorando é geralmente usado em uma comunicação interna, entre unidades administrativas de um mesmo órgão, de níveis hierárquicos iguais ou diferentes. Deve ser objetivo, ou seja, seu discurso deve conter uma linguagem breve, precisa e direta. Seus componentes são ● Timbre da instituição; ● Número do memorando; ● Remetente; ● Destinatário, sendo este mencionado pelo cargo que ocupa; ● Indicação do assunto; ● Local e data; ● Corpo da mensagem, ou seja, o próprio texto; ● Despedida; Assinatura e cargo. Fonte: www.tudobox.com/153/modelo_de_memorando.html http://www.tudobox.com/153/modelo_de_memorando.html Ordem de serviço nº 01 O Departamento de Logística informa a seus funcionários que, a partir do dia 1º do próximo mês, será obrigatório o uso do crachá nas dependências do setor. Certo de não haver dúvidas. Em 25 de janeiro de 2009. Chefe do Departamento de Logística 2) Ordem de serviço Documento que comunica uma determinação de um órgão ou autoridade a outros órgãos hierarquicamente inferiores. É uma correspondência oficial interna, deve ser numerada, datada e assinada pela autoridade expeditora. Seu texto é sucinto, direto e não inclui fórmulas de cortesias. 3) Circular A circular é um documeto interno remetido por chefe da repartição ou do departamento e objetiva transmitir normas, ordens, avisos e pedidos a funcionários de um determinado setor. Este documento oficial deve ter: ● Timbre, com identificação da instituição; ● Título e número; ● Data (sem nome da cidade); ● Ementa (síntese do assunto abordado); ● Vocativo (usando-se o pronome de tratamento adequado); ● Texto (claro e direto); ● Despedida breve ● Assinatura / Figura 14 – Exemplo de circular Fonte: www.copeve.ufal.br/index.php?opcao=concurso&idConcurso=24 http://www.copeve.ufal.br/index.php?opcao=concurso&idConcurso=24 4) Ata A ata é um documento que registra reuniões, deliberações em grupo ou uma atividade qualquer em uma instituição. Veja o exemplo a seguir: Figura 15 – Exemplo de Ata de reunião Fonte: www.joinville.udesc.br/portal/estagios/atas.php http://www.joinville.udesc.br/portal/estagios/atas.php 5) Declaração Documento bastante comum em situações cotidianas. Como o próprio nome diz, constitui-se num relato que alguém dá sobre outra pessoa, geralmente favorável, procurando comprovar um fato. Figura 16 – Exemplo de Declaração Fonte: www.axias.com.br/page_1155095674962.html 6) Relatório O relatório é um documento que deve apresentar resultados parciais ou totais de uma atividade, um experimento, um projeto, um pesquisa etc., finalizado ou em andamento, com o objetivo de prestar contas. Caracteriza-se por se utilizar de uma linguagem descritiva, na medida em que deve descrever os acontecimentos e relacionar ações, gastos, custos, processos e tudo o mais que contribuir para descrever de forma abrangente o objeto do relatório. http://www.axias.com.br/page_1155095674962.html Veja o exemplo: Figura 17 – Exemplo de Relatório Fonte: www.santander.com.br/portal/wps/gcm/package/relacoes_com_investidores/ra_portugues020811_68806/relatorio-de- asseguracao-limitada.html http://www.santander.com.br/portal/wps/gcm/package/relacoes_com_investidores/ra_portugues020811_68806/relatorio-de-asseguracao-limitada.html http://www.santander.com.br/portal/wps/gcm/package/relacoes_com_investidores/ra_portugues020811_68806/relatorio-de-asseguracao-limitada.html Não há um modelo específico para um relatório. No entanto, alguns itens devem sempre ser levados em consideração. São eles: ● Identificação do órgão ou pessoa que está fazendo o relatório; ● Data; ● Introdução, contextualizando o objeto do relatório (pode conter um resumo teórico do assunto); ● Descrição de processos e materiais usados, se for o caso; ● Relação de gastos e ações; ● Conclusões, apresentando os resultados finais tanto relacionados aos avanços técnicos, desenvolvimento de produtos, inovações e outros itens alcançados como o resumo financeiro ● Bibliografia, no caso de a ação ter gerado publicações ou exigir uma bibliografia básica para sua execução. 7) Email O e-mail é um tipo de comunicação bastante comum atualmente, muitas vezes sendo até mais utilizado que os outros tipos de documento. Por isso, é interessante ver algumas dicas de como utilizá-lo corretamente. Confira abaixo: Parte do texto use negrito, cor ou sublinhado. DOCUMENTO O e-mail deve ser encarado como um documento, pois tudo que for redigido fica registrado no endereço eletrônico de quem recebê-lo. O que for escrito pode ser usado contra/a favor de quem escreveu. Além disso, por ser uma forma de comunicação que tende igualmente ao formal e ao informal, deve ser escrito de forma clara, objetiva e concisa. RESPEITO Não utilize CAIXA ALTA nas mensagens de e-mail. Esse tipo de formatação pode dar a impressão, em vários idiomas, de que o locutor está "gritando". Para destacar algum aparte do texto, use negrito, cor ou sublinhado. SAUDAÇÕES Use sempre em seu e-mail a saudação inicial e a final, utilizando o grau de formalidade adequado. "Prezado" e "atenciosamente" são maneiras polidas e formais para se usar. "Bom dia", "olá" e "abraços" são maneiras menos formais, mas condizentes com mensagens para interlocutores mais próximo-conhecidos. Reconheça seu interlocutor. OBJETIVO Deixe claro o objetivo da mensagem e procure escrever uma frase final para retomá-lo. Por exemplo, se solicitou uma ação ou informação, encerre o e-mail com a frase "aguardo seu retorno"; se informou algo, finalize com "qualquer dúvida, estou à disposição". CONCISÃO Seja conciso e procure escrever frases curtas. E-mails longos, com períodos extensos, tornam a mensagem menos clara e menos atrativa ao leitor. Escreva em tópicos, se necessário, para garantir melhor organização das idéias e concisão. Dê espaço entre os parágrafos, para facilitar a leitura. Evite palavras abreviadas --principalmente em e-mails formais. Fica a impressão de pressa e/ou falta de cuidado com o interlocutor. Fonte:http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/1191959-confira-5-dicas-para-escrever-e-mail-cor por ativo- corretamente.shtml. Acesso em 15/09/2013. http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/1191959-confira-5-dicas-para-escrever-e-mail-cor 2. COMPETÊNCIA 02 | COMPREENDER OS NÍVEIS DE LINGUAGEM (ESCRITA E FALADA) E REDIGIR TEXTOS DE ACORDO COM OS CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DAS MODALIDADES REDACIONAIS Prezado/a aluno/a,Nesta segunda competência, vamos estudar mais atentamente a frase, a oração e o período, pois são essenciais na construção de um texto. Também observaremos o uso de conectivos na estruturação das frases, elementos fundamentais para a clareza das ideias apresentadas em um texto. Dando continuidade à competência, estudaremos pontuação e, finalmente, o novo acordo ortográfico de língua portuguesa, muito importante na comunicação profissional. Então, vamos aos estudos? Bom aproveitamento! 2.1 Tipos de Frase Conforme conceituamos na primeira competência, a frase é um enunciado com sentido completo, capaz de comunicar uma mensagem. Vamos agora observar os tipos de frase. Observe as frases a seguir: Ex.1: “Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.” (José de Alencar) Ex.2: Você viu a chave que estava aqui? Ex.3: “Ora! Seu Alberto não se enxerga!” (Artur Azevedo) Ex.4: Compre agora e ganhe desconto de 20%! Ex.5: Tomara que tudo dê certo! Os exemplos acima apresentam os tipos de frase da língua portuguesa. São elas: ● Declarativa: faz uma declaração sobre algo ou alguém. “Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.” ● Interrogativa: faz uma pergunta, uma interrogação sobre algo ou alguém. Você viu a chave que estava aqui? ● Exclamativa: Expressa sentimento, um susto, uma ênfase. “Ora! Seu Alberto não se enxerga!” ● Imperativa: Exprime uma ordem, um pedido veemente. Compre agora e ganhe desconto de 20%! ● Optativa: expressa um desejo, uma vontade, um voto. Tomara que tudo dê certo! Observe que a pontuação é um aspecto muito importante na caracterização do tipo de frase. Na frase declarativa, usa-se comumente o ponto-final. Na interrogativa, usamos sempre uma interrogação. Na imperativa e na exclamativa, usamos sempre a exclamação. Já na optativa, podemos usar a exclamação ou o ponto-final. Observe os exemplos a seguir. Figura 18 – Pontuação Fonte: Calvin e Haroldo — Nosso time ganhou. — Nosso time ganhou? — Nosso time ganhou! Você é capaz de perceber a diferença de entonação das frases? Então, certamente saberá qual das frases exprime uma reação de espanto ao saber da vitória do time: a terceira frase. Observemos agora as orações. 2.2 Oração Todo enunciado que possui verbo ou locução verbal é uma oração. Observe: Exemplos: ● A loja vendeu bastante hoje. ● Todas as pessoas são iguais perante a lei. 2.2.1 Tipos de Oração Em um texto longo, usamos várias frases e orações, que se agrupam e se completam para formar uma unidade textual. Essas orações podem ser coordenadas ou subordinadas. a) Orações Coordenadas As orações coordenadas são as orações independentes sintaticamente, ou seja, possuem sentido completo sem depender da outra. Ex.1: Fui comprar pão, mas a padaria estava fechada. Essa frase é composta de duas orações, que, apesar de estarem ligadas por uma unidade, são independentes. Fui comprar pão. A padaria estava fechada. Ex.2: Figura 19 – Poema “O Bicho” – Manuel Bandeira Fonte: http://artedasustentabilidade.blogspot.com.br/2012/09/sarau-poetico .ht ml http://artedasustentabilidade.blogspot.com.br/2012/09/sarau-poetico O poema do nosso grande pernambucano Manuel Bandeira pode ser lido sintaticamente da seguinte maneira, com orações coordenadas: “Ontem eu vi um bicho na imundície do pátio. O bicho catava comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, não examinava. Não cheirava. Comia com voracidade.” b) Orações Subordinadas As orações subordinadas são orações que exercem uma função sintática com relação a outra oração. Observe: Ex.1: Eu enfatizei as coisas que você disse na aula passada. Nesse exemplo, temos uma frase e duas orações: "Eu enfatizei" e "as coisas que você disse na aula passada". Observe que a oração "as coisas que você disse na aula passada" está completando o sentido de um verbo transitivo direto, “enfatizar”. Esta oração, portanto, exerce função sintática do objeto direto. Ex.2: "Desejo que todos tenham ótimo desempenho em língua portuguesa." 2.3 Usos de Conectivos para Coesão Textual Vimos, neste curso, que nos comunicamos verbalmente e de modo escrito principalmente através de textos. Os textos são compostos de orações, frases e parágrafos. Vimos os tipos de frase e orações que podemos formar dentro de um texto. Importa-nos agora saber que as orações são ligadas por conectivos, e que esses conectivos são em grande parte responsáveis pela harmoniosa ligação entre as idéias, de modo a formar um todo compreensível. Observe: “Embora não conhecesse todos os convidados, compareceu à festa.” (Compareceu à festa embora não conhecesse todos os convidados). Observe que há duas orações na frase: “Compareceu à festa” e “não conhecia todos os convidados”. E há um termo que liga essas duas orações: esse termo é a palavra embora. Os conectivos são recursos importantes para a construção de um texto, porque interferem na clareza da mensagem. Os conectivos podem ser: “Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita fui a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. “Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.” (Clarice Lispector) Preposições (a, de, para, com); ● Conjunções (que, enquanto, embora, mas, porém, todavia); ● Pronomes (ele, ela, sua, este, aquele, o qual); ● Advérbios e locuções adverbiais (aqui, lá, logo, antes, dessa maneira, aos poucos) ● Palavras denotativas (afinal, inclusive, senão, apenas, então, entre outras). Não há uma regra fixa para o uso de conectivos. Porém, é importante perceber o sentido que eles podem dar ao texto. 2.4 Pontuação Um outro elemento que pode trazer bastante clareza ao seu texto é a pontuação. A pontuação serve principalmente para organizar o discurso com relação a pausas e entonações. É importante, no entanto, observar algumas regras básicas no uso da pontuação. Vejamos aqui alguns empregos: 1) Vírgula ( , ) a) Separa termos que possuem mesma função sintática na oração. Ex.: A criança chorou, esperneou, deu escândalo e, enfim, dormiu. Observe que a vírgula está separando os verbos na oração. b) Isola o vocativo. Ex.: Pois é, minha cara, há muito mais do que você imagina! c) Isola o aposto. Ex.: Bel, ex-vocalista do Chiclete com Banana, deu entrevista e mostrou-se feliz com a saída da banda. d) Isola termos que aparecem deslocados na oração, como complemento ou adjunto. Ex.: De todas as bandas que tocaram no Rock in Rio, eu gostei mais do Metallica. e) Separa expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc. f) Separa os nomes dos locais de datas: Recife, 15 de fevereiro de 2013. g) Isola orações intercaladas, geralmente adjetivas explicativas. Ex.: O ator, que já ganhou um Oscar, foi indicado novamente ao prêmio. Figura 20 - Vírgula Fonte: http://edinanarede.webnode.com.br/products/a-import%C3%A2ncia-da-virgula/ 2) Ponto-final ( . ) É o ponto usado para encerrar as frases declarativas. Ex.: Estou pronto para a reunião. Também usado em abreviaturas: Sr., Ltda., num., adj., obs. etc. 3) Ponto de Interrogação ( ? ) O ponto de interrogação é usado em: a) Perguntas: http://edinanarede.webnode.com.br/products/a-import%C3%A2ncia-da-virgula/ Ex.: Você quer ir ao cinema hoje? Todos irão àfesta de confraternização? b) Para expressar surpresa, indignação ou expectativa: Ex.: O quê? Não acredito nisso! Será que mereço tantos elogios? Qual será o resultado da prova? Será que eu passo? 4) Ponto de Exclamação ( ! ) Sinal usado em: a) Frases que expressem entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto. Ex.: Não acredito que iremos viajar! Por favor, não me deixe aqui! Não demore! b) Depois de vocativos e algumas interjeições. Ex.: Opa! como vai? Que coisa feia, menino! c) Frases que exprimem desejo: Ex.: Oh, Deus, ajude-me! 5) Ponto e vírgula ( ; ) É usado para: a) separar itens enumerados: A Matemática tem, como principais subáreas de conhecimento: ● geometria; ● álgebra; ● trigonometria; ● financeira. b) separar um período dividido por vírgulas. Ex.: Ele permaneceu calado, olhando o horizonte, o vento sacudindo seus cabelos; queria guardar um instante de tudo aquilo. 6) Dois-pontos ( : ) Usam-se os dois-pontos para: a) Introduzir uma citação ou uma fala de personagem: Ex.: Ele disse: — Não precisa de tanta comida, estou bem! b) Fazer uma enumeração: Ex.: Os ingredientes do bolo são: farinha de trigo, ovo, açúcar e leite. 7) Aspas ( “ “) São usadas para indicar: a) Citação direta: “O conhecimento só é conhecimento enquanto organização, relacionado com as informações e inserido no contexto destas” (MORIN, 2003, p.16). 8) Reticências ( ... ) São usadas para indicar supressão ou interrupção de uma fala ou ideia: Ex.: Gostei bastante da nova casa, mas o quintal... 9) Parênteses ( ) São usados para introduzir uma explicação ou uma indicação. Ex.: Ele foi bastante enfático (pra não dizer chato) nas suas ordens. Nas redações dissertativas de artigos, monografias, dissertações e teses, usa-se o parêntese para indicar a referência ao autor ou obra à qual se quer fazer uma referência. Ex.: O advento da escrita intensificou esse processo de organização social. A escrita pode ser considerada divisora de águas na história da humanidade, foi mais que uma ferramenta de organização social: a partir dela, o homem se multiplicou pelos séculos, extrapolou o limite de sua vida biológica e passou a habitar o universo assíncrono da existência, permitindo-se o poder de recordar e acumular seu próprio passado, possuí-lo e aproveitá-lo em prol de si (ORTEGA Y GASSET, 1997). 10) Travessão ( — ) Usa-se o travessão para: a) Indicar mudança de interlocutor em um diálogo: Ex.: JEREMIAS, entrando cauteloso — Aqui não há ninguém para me perturbar. JOHN, para Bolingbrok — Silêncio! (Passeiam pela frente do tablado.) JEREMIAS, à parte — Quem serão estes dois? (Aproximando-se deles.) Perecem ingleses... Tenho quase certeza. Quase certeza... É riqueza que não falta por aqui. Não gostam do Brasil, “Brésil non preste”! E vão chegando sempre mais para ganhar dinheiro... BOLINGBROK, para John — “Yes.” Martins Pena, As casadas solteiras. b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses: Ex.: O caso — que vinha se arrastando por meses — finalmente teve desfecho. c) Evidenciar uma frase, expressão ou palavra: Ex.: Restou a ele o grande prêmio — o amor de sua amada! 2.5 Novo Acordo Ortográfico Você ainda tem dúvidas sobre isso? Já procurou saber mais sobre o assunto? Vamos entender melhor sobre o tão polêmico Acordo Ortográfico? Assinado em 1990 por oito países de língua portuguesa (Angola, Brasil Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), teve a sua implantação no Brasil assim escalonada: 2009 – vigência ainda não obrigatória; entre 2010 e 2012 – adaptação completa dos livros didáticos às novas regras; a partir de 2013 – observância plena e geral dos termos do acordo. O Acordo tem como finalidade unificar a escrita da Língua Portuguesa, simplificar as suas regras ortográficas e, com isso, aumentar o prestígio internacional da língua. Esclareceu algumas dúvidas? Esperamos que sim. Então, vamos ver algumas destas novas regras. Figura 21 - Novo acordo ortográfico Fonte: Editora Abril 2.5.1 Acentuação Gráfica → Vejamos agora o que muda com o novo acordo ortográfico: a) Trema Não se usa mais o trema na letra u, para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que e qui: aguentar, arguir, frequência, tranquilo. Figura 22: Novo acordo ortográfico Fonte: Calvin e Haroldo – Bill Watterson Leia a tirinha acima (Figura18) e descubra qual é o exemplo que estamos mostrando. E aí, descobriu? Creio que sim. b) Ditongos abertos EI e OI de palavras paroxítonas: ideia, colmeia, apoia, celuloide. Figura 23 - Grump e o Acordo ortográfico Fonte: http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html Figura 24 - Grump e o Acordo ortográfico Fonte: http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html c) I e U tônico depois de ditongos em palavras paroxítonas: baiuca, feiura, maoismo, teoismo. Figura 25 - Grump e o Acordo ortográfico Fonte: http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html d) Em palavras terminadas em EEM e OO(S) não se usam mais o acento circunflexo: abençoo, leem, creem, deem, doo, enjoo, veem, voos. Figura 26 - Grump e o Acordo ortográfico //////////////// Fonte: http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html → E agora o que permanece no novo acordo ortográfico: a) O trema em palavras estrangeiras e em suas derivações: Müller, mülleriano, Hübner, hüberiano, Bündchen. b) As palavras monossílabas e as palavras oxítonas terminadas em ÉIS, ÉU(S),ÓI(S): PAPÉIS,TROFÉU, HERÓI. Figura 27 -Tirinha – Pablo Mayer Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/braboscomics/ E neste quadrinho acima (Figura27), qual palavra faz parte desta regra? Sim, a palavra réu. c) As palavras oxítonas com I e U na posição final de um ditongo: Piauí, tuiuiú, teiú. d) Permanece o acento diferencial nos pares: pôde / pode, pôr / por, têm / tem, vêm / vem; e derivados de ter e vir (mantém / mantêm, convém / convêm). http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html http://wp.clicrbs.com.br/braboscomics/ 2.5.2 Vejamos as Novas Regras para Usar Hífen a) Diante de h: anti-higiênico, sub-humano, super-homem. Veja um bom exemplo na ilustração (Figura28): Figura 28 - Almanaque dos Super-Heróis - Disney (Editora Abril) Fonte: http://andrey-quadrinhosdisney.blogspot.com.br/2012 _ 01 _01_%20archive.html b) Prefixo terminado em vogal diante de mesma vogal: anti-inflamatório, micro-ondas, sobre- elevar, supra-auricular. C) Os prefixos pré, pró e vice diante de palavra iniciada por qualquer letra: pré-vestibular, pró- europeu, vice-almirante (Figura 29). Figura 29 - Prefixos Pre Fonte: www.universohq.com/quadrinhos/2009/n24092009_01.cfm d) Prefixos terminados em consoante diante de mesma consoante: inter-regional, sub-biblioteca, mal-limpo, super-revista. Prefixo sub diante de palavra iniciada por r: sub-raça, sub-região. Prefixo ad diante de palavra iniciada por d ou r: ad-digital, ad-renal. http://andrey-quadrinhosdisney.blogspot.com.br/2012 http://www.universohq.com/quadrinhos/2009/n24092009_01.cfm E quando não podemos usar hífen? (ver Figura Figura 30 - Grump e o Acordo ortográfico Fonte: http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html a) Prefixo CO e RE diante de palavra iniciada por O e E: coobrigação, coordenação, cooperar, coautor, reeditar, reescrever, reencarnar. Na Figura 31, você pode encontrar mais um exemplo do uso correto do prefixo re. Figura 31 - Tirinha – Certo dia, num reencontro em Cabul Fonte:Manuel Diogo b) Palavras sentidas como unidades: girassol, madressilva, paraquedas, pontapé. http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-01-11_2009-01-17.html 3. COMPETÊNCIA 03| REDIGIR TEXTOS COM CLAREZA, COESÃO, CONCISÃO, COERÊNCIA E OBJETIVIDADE, E FAZER USO DAS TÉCNICAS REDACIONAIS DE DOCUMENTOS EMPRESARIAIS E OFICIAIS EM SEU AMBIENTE PROFISSIONAL Prezado/a aluno/a, Chegamos a terceira e última competência, que abordará regência verbal e nominal, uso da crase e alguns pronomes de tratamento. A regência verbal, conforme você verá nesta seção, tem um peso grande na construção da mensagem escrita, assim como a regência nominal e a crase. É importante, nesse momento, atentar para tudo o que construímos até agora, que pode ser usado como base para novos conhecimentos em língua portuguesa. Então, vamos aos estudos? Bom aproveitamento! 3.1 Regência Verbal A regência verbal estabelece a relação entre o verbo e seu complemento, no sentido do emprego da preposição. Em outras palavras, a regência ocupa-se do estudo da relação entre os verbos e os elementos que possam ser regidos por eles, sejam estes objetos, ou, ainda, adjuntos adverbiais. 3.1.1 Verbos Intransitivos Há verbos, no entanto, que não exigem nenhum complemento. Estes verbos são os intransitivos. Os verbos intransitivos não possuem complemento. Eles possuem, em alguns casos, sentido completo. Ex.: Meu antigo professor de português morreu. O verbo morrer não precisa de complemento, ele tem significado completo. Ex.: Meu antigo professor de português morreu ontem. A palavra ontem constitui um adjunto adverbial, mas não um objeto direto ou indireto. 3.1.2 Verbos Transitivos Diretos Os verbos transitivos diretos são os que não exigem preposição com relação ao seu complemento, ou seja, o complemento se liga ao verbo sem o auxílio de um conectivo. Competência 03 abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. Ex.: Ela ama aquele homem. Podemos também utilizar os pronomes oblíquos o, a, os, as como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em –r, -s ou –z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais). Observe: Ex.: Ela ama aquele homem. / Ela o ama. Ela disse que queria amar aquele homem para sempre. / Ela disse que queria amá-lo para sempre. São verbos transitivos diretos, dentre outros 3.1.3 Verbos Transitivos Indiretos Os verbos transitivos diretos são os que exigem preposição com relação ao seu complemento, ou seja, o complemento se liga ao verbo com o auxílio de um conectivo. Ex.: Assisti ao filme no cinema e gostei muito. Alguns verbos transitivos indiretos: a) CONSISTIR Tem complemento introduzido pela preposição "em". Ex.: A cidadania consisteem direitos iguais para todos. c) OBEDECER E DESOBEDECER: Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a". Ex.: Devemos obedeceraos nossos princípios. Eles desobedeceramàs leis do trânsito. d) RESPONDER Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a quem" ou "ao que" se responde. Ex.: Respondi ao gerente. Respondemos às perguntas. Respondeu-lhe à altura. e) SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com". Ex.: Antipatizo com aquela atriz. Simpatizo com os que governam para o bem da maioria. 3.1.4 Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Os verbos transitivos diretos e indiretos são os que apresentam um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: AGRADECER, PERDOAR E PAGAR Ex.: Agradeço aos voluntários as doações. Objeto Indireto Objeto Direto É preciso perdoar o pecado ao pecador. Objeto Direto Objeto Indireto Paguei o débito ao cobrador. Objeto Direto Objeto Indireto 3.1.5 Verbos Transitivos Diretos Ou Indiretos Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso implique modificações de sentido. Dentre os principais, temos: a) ABDICAR Abdicou as vantagens do emprego. / Abdicou das vantagens do emprego. b) AJUDAR O primogênito ajudou seus irmãos. / O primogênito ajudou aos seus irmãos. c) ANTECEDER Sua decisão antecedeu uma série de fatos. / Sua decisão antecedeu a uma série de fatos. d) ATENDER Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos. e) ATENTAR Atente esta forma de estudar. / Atente nesta forma de estudar. / Atente para esta forma de estudar. f) GOZAR Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde. g) PRECEDER Intensas manifestações precederam a mudança de regime./ Intensas manifestações precederam à mudança de regime. h) PRESIDIR Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro. i) RENUNCIAR Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta. j) SATISFAZER Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe. - Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois, além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão: AGRADAR Exemplo 1: Sempre agrada o filho quando o revê. A menina não perde oportunidade de agradar o gato. 1) Agradar, no sentido de fazer carinhos, acariciar, é transitivo direto. Exemplo 2: O jantar não agradou aos convidados. O jantar não lhes agradou. 2) Agradar, no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a, é transitivo indireto, e rege complemento introduzido pela preposição "a". ASPIRAR Exemplo 1: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) 1) Aspirar, no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar, é transitivo direto. Exemplo 2: Aspiravam a melhores condições de vida. (Aspiravam a elas) 2) Aspirar, no sentido de desejar, ter como ambição, é transitivo indireto. ASSISTIR Exemplo 1: As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. 1) Assistir, no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar, é transitivo direto. Exemplos 2: Assistimos ao documentário. Não assisti às últimas sessões. Essa lei assiste ao inquilino 2) Assistir, no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer, é transitivo indireto. Exemplo 3: Assistimos numa conturbada cidade. 3) No sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é transitivo indireto, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição "em". CHAMAR Exemplos 1: Por gentileza, vá chamar sua prima. Chamei-a várias vezes. 1) Chamar, no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de, é transitivo direto. Exemplos 2: A torcida chamou o jogador mercenário. A torcida chamou ao jogador mercenário. A torcida chamou o jogador de mercenário. A torcida chamou ao jogador de mercenário. 2) Chamar no sentido de denominar, apelidar, é transitivo direto ou indireto. IMPLICAR 1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: a) dar a entender, fazer supor, pressupor Por exemplo: Suas atitudes implicavam um firme propósito. b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar Por exemplo: Liberdade de escolha implica amadurecimento. 2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver Por exemplo: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. Obs.: No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com" Por Exemplo: Implicava comquem não trabalhasse arduamente. - 3.2 Regência Nominal Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e o seu complemento. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. SUBSTANTIVOS Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de Aversão a, para, por Doutor em Obediência a Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por Bacharel em Horror a Proeminência sobre Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por ADJETIVOS Acessível a Diferente de Necessário a Acostumado a, com Entendido em Nocivo a Afável com, para com Equivalente a Paralelo a Agradável a Escasso de Parco em, de Alheio a, de Essencial a, para Passível de Análogo a Fácil de Preferível a Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a Apto a, para Favorável a Prestes a Ávido de Generoso com Propício a Benéfico a Grato a, por Próximo a Capaz de, para Hábil em Relacionado com Compatível com Habituado a Relativo a Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por Contíguo a Impróprio para Semelhante a Contrário a Indeciso em Sensível a Curioso de, por Insensível a Sito em Descontente com Liberal com Suspeito de Desejoso de Natural de Vazio de ADVÉRBIOS Longe de Perto de Figura 32 – Lista de Substantivos, Adjetivos e Advérbios Fonte: www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint71.php Obs.: Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a. http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint71.php 3.2.1 Crase Vamos compreender este termo? A palavra crase vem do grego krasis, isto é, “fusão, mistura”. Crase é a fusão de dois fonemas vocálicos idênticos aa, com a finalidade de evitar uma pronúncia desarmoniosa. Trata-se da contração da preposição a com o artigo definido a(s), ou com os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo, fenômeno graficamente indicado pelo acento grave ( ` ): à(s), àquele(s), àquela(s) e àquilo. Vejamos algumas das regras para a ocorrência da crase: ● Contração da preposição a com o artigo feminino a Comparando as frases “Naquelas férias fui à Grécia”(I) e “Naquelas férias fui a Israel”(II), percebemos que em (I) aparece um “a” com acento grave (à), o mesmo não ocorre na frase (II). Isso acontece porque, apesar de as duas frases apresentarem o verbo fui (e quem vai, vai a algum lugar), os substantivos Grécia e Israel possuem uma diferença. Grécia admite, antes dela, o artigo feminino “a” (estou vindo da Grécia); ao passo que Israel não admite antes dele o artigo “a” (estou vindo de Israel). ● Locuções adverbiais femininas Exemplos: À noite, à tarde, à vontade, às claras, às escondidas, etc. Figura 33 - Uso da crase em locuções adverbiais Fonte: http://fernandocabral.blogspot.com.br/2011/10/prefeito-haroldo-cria-final-de-se mana.html#axzz1rI 7AzasN Você observou que a locução adverbial ‘à vontade’ está perfeitamente bem empregada na Figura 33? http://fernandocabral.blogspot.com.br/2011/10/prefeito-haroldo-cria-final-de-se ● Locuções prepositivas Exemplos: À espera de, à prova de, à custa de, à procura de, etc. O mesmo ocorre com a locução prepositiva ‘à prova de’ na charge da Figura 34. Figura 34 - Uso da crase em locuções prepositivas Fonte: http://emirlarangeira.blogspot.com.br/2010_09_01_archive. html Locuções conjuntivas Exemplos: À medida que, à proporção que Figura 35 - Exemplo de crase em locução conjuntiva Fonte: Brandão, 2012 Aqui também temos um bom exemplo com a locução conjuntiva ‘à medida que’ no quadrinho acima. ● A expressão à moda de Exemplos: Bife à milanesa. Estilo à (maneira) Rui Barbosa. http://emirlarangeira.blogspot.com.br/2010_09_01_archive ● Os pronomes de tratamento: senhora, senhorita, dona e madame Exemplos: Agradeço à senhora a oportunidade que me foi dada. Peço à senhorita que refaça o teste. E alguns exemplos de quando não ocorre crase: Figura 36 – Mafalda (Quino) Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br/ Você percebeu que, além do ótimo exemplo da não ocorrência da crase, ‘graças a Deus’, temos também um excelente exemplo de ocorrência da crase ‘cheguei à primavera’, pois quem chega, chega a algum lugar, e o verbo pede esse complemento (Figura 36). ● Antes de verbo infinitivo Exemplo: Pus-me a reclamar da situação. Figura 37 – Crase e verbo no infinitivo Fonte: http://dukechargista.com.br/charges/ Lembre-se de que diante de verbos no infinitivo não ocorre crase. Confira na charge (figura 37) ‘disposto a defender você’. http://clubedamafalda.blogspot.com.br/ http://dukechargista.com.br/charges/ ● Antes de nomes de cidade Exemplos: Fui a Curitiba visitar meus avós Figura 38 – Uso da Crase Fonte: Brandão, Tereza (2012) Preste atenção neste aviso (figura 38) ‘Bem – vindo à Itabuna’, trata-se de nome de uma cidade e, com algumas cidades, quando substituímos pela preposição ‘vindo de Itabuna’ não admite a preposição da , ou seja, o uso da crase nestaplaca de aviso está incorreto. Nas expressões formadas por palavras repetidas Exemplo: Os inimigos encontram-se cara a cara. Figura 39 – Uso da Crase Fonte: http://dukechargista.com.br/charges/ Temos na charge (figura 39) a expressão ‘pau a pau’ a qual não ocorre crase e está muito bem contextualizada. http://dukechargista.com.br/charges/ 3.3 Pronomes de Tratamento Você sabe o porquê de estudarmos os pronomes de tratamento? Utilizamos alguns deles em documentos comerciais e oficiais. Os pronomes pessoais de tratamento são usados para as pessoas com que sem fala. São muito utilizados quando determinada situação exige maior formalidade ou cerimônia. Os verbos utilizados nesses casos sempre são empregados na 3ª pessoa. Utilizaremos a forma SUA se estivermos falando sobre a pessoa (3ª pessoa) e não com a pessoa. Ex.: Sua Santidade, o Papa, repousa em seus aposentos. Figura 40 - Pronomes de Tratamento Fonte: Brandão (2012)
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