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MATERIAL COMPLEMENTAR Estudos Disciplinares Tema: Métodos Eletroquímicos, Eletroforéticos e Bioanalisadores Empregados em Análises Bioquímicas e Clínicas Professor: Luiz Carlos Nevez POTENCIOMETRIA A potenciometria corresponde a uma técnica eletroanalítica de análise química fundamentada no uso de eletrodos para realizar medidas de diferença de potencial (voltagem) de uma célula eletroquímica (pilha) na ausência de corrente elétrica. Essa técnica permite determinar a presença de um constituinte em uma amostra, através da medida de potencial. Os métodos potenciométricos são métodos de baixo custo, com equipamentos que apresentam ótimo desempenho e alta durabilidade, além de serem métodos de baixa complexidade. Os componentes de um equipamento utilizado na potenciometria são os eletrodos de referência e indicador e o potenciômetro. Os eletrodos são dispositivos que permitem realizar a determinação da concentração da espécie química. O eletrodo de referência é o eletrodo que mantém o potencial constante em relação ao eletrodo indicador, e eletrodo indicador é o eletrodo cujo potencial será medido e a sua resposta depende da concentração do analito. O potenciômetro corresponde ao instrumento de medida da diferença de voltagem (potencial) entre o eletrodo de referência e o eletrodo indicador. Essa diferença de potencial será relacionada à concentração do analito em solução. A diferença de potencial será gerada em função da capacidade dos eletrodos em sofrerem oxidação (perda de elétrons que ocorre no eletrodo denominado ânodo – eletrodo negativo) e redução (ganho de elétrons que ocorre no eletrodo denominado cátodo – eletrodo positivo). Os eletrodos de referência mais utilizados são o eletrodo padrão de hidrogênio, o eletrodo de prata/cloreto de prata e o eletrodo de calomelano. Os eletrodos indicadores mais comuns são os eletrodos metálicos e os eletrodos de membrana. O eletrodo de membrana de vidro consiste em uma membrana semipermeável, sensível a cátions, principalmente a íons H+. Os eletrodos de íons seletivos são eletrodos sensíveis cátions (H+, Na+, Ag+, NH4+, Rb+, Cs+) de acordo com a composição do vidro. O eletrodo utilizado para a determinação de pH de soluções são eletrodos sensíveis aos íons hidrônio (H+) presentes em solução. Eles são constituídos por dois tubos de vidro concêntricos, sendo que no tubo interno há uma solução referência de ácido clorídrico com concentração de íons H+ na concentração 0,1 mol/L. No tubo externo, há uma solução saturada de cloreto de prata. Os eletrodos são dois fios de prata recobertos com cloreto de prata, sendo que cada fio está localizado em um dos tubos. A determinação do pH é realizada pela membrana de vidro localizada na parte inferior do eletrodo, membrana esta que deverá ser totalmente mergulhada na solução de trabalho, como se observa na figura. SENSORES QUÍMICOS Sensores químicos são dispositivos que permitem medir a concentração de uma espécie química (analito) em solução, produzindo um sinal elétrico mensurável. Esses dispositivos são menos precisos, menos sensíveis e menos seletivos que os métodos instrumentais, entretanto, permitem a obtenção de informações in situ e em tempo real e apresentam fácil portabilidade, facilidade de automação, possibilidade de miniaturização e baixo custo. A obtenção de informação analítica depende da capacidade da membrana, usualmente posicionada na extremidade do dispositivo, em reconhecer a espécie de interesse de maneira seletiva. SENSORES BIOLÓGICOS (BIOSSENSORES) Os sensores biológicos são dispositivos integrados e autônomos capazes de fornecer informações semiquantitativas e para quantificar a concentração, utilizando elementos de reconhecimento biológico (receptores biológicos: enzima, microrganismo, ácido nucleico, anticorpo etc.). Esses sensores são classificados em função da forma que fornecem a resposta. Nos sensores de resposta direta, a espécie química ou bioquímica fornece um sinal que é proporcional à concentração em solução, enquanto que nos sensores de resposta indireta, a espécie química é submetida a uma reação química anterior e o sinal obtido é função da concentração do produto dessa reação. Os componentes de um biossensor são: analitos (correspondem às espécies químicas cujas concentrações podem ser determinadas como células, íons, proteínas etc.) e suporte (biorreceptores que serão acoplados ao transdutor e que têm afinidade com o elemento biológico presente no analito a ser analisado). A imobilização do componente biológico na superfície do sensor corresponde à etapa mais importante do processo de determinação da concentração do analito e consiste no processo de ligação do analito na superfície do suporte biológico. Nessa etapa, os sítios ativos da molécula devem ser preservados, a fim de não prejudicar a reação com o analito de interesse, sendo um um processo seletivo na qual o suporte reconhece apenas um analito. As principais técnicas de imobilização são: Adsorção física: estabelecimento de ligações químicas e/ou interações intermoleculares entre o analito e o suporte biológico. Encapsulação: o material biológico fica dentro de uma cápsula com membrana semipermeável que permite a passagem de produtos racionais. Ligação covalente cruzada: formação de ligações intermoleculares entre os componentes biológicos, formando uma rede tridimensional. Ligação covalente: ligações químicas entre o analito e os grupos biológicos do suporte. Oclusão: formação de uma rede polimérica com espaços vazios onde o componente biológico se encaixa. Os transdutores são os componentes responsáveis por detectar a concentração do analito na superfície do suporte. Esses transdutores podem ser eletroquímicos, ópticos, calorimétricos e piezoelétricos. Os biossensores são aplicados na área de saúde, para determinação de glicose, lactose, ureia, creatina, colesterol etc.; na pecuária, para detectar e determinar a presença de drogas veterinárias (hormônios esteroides em animais destinados para abate); na agricultura, para detectar patógenos e presença de pesticidas; na indústria alimentar, para detectar compostos químicos e biológicos como ingredientes geneticamente modificados, vitaminas e minerais e organismos patogênicos; dentre outras. As principais vantagens dos biossensores são: análise em tempo real, fácil manuseio, tempo de análise curto, baixo custo, seletividade e sensibilidade. BIOANALISADORES Os bioanalisadores são equipamentos dotados de eletrodos, cristais ou fibras ópticas, contendo enzimas ou outros componentes biológicos imobilizados em suportes e que irão atuar como biossensores acoplados a computadores e que terão a leitura do sinal elétrico convertido em quantidade de metabólito analisado por meio de um software. As enzimas e demais componentes biológicos imobilizados estarão presentes no eletrodo de trabalho. ENZIMAS IMOBILIZADAS As enzimas são proteínas com atividade catalítica que poderão ser aprisionadas em suportes no interior de eletrodos por meio de processos de imobilização. A imobilização da enzima garante a sua reutilização, bem como melhora sua estabilidade diante do contato com o substrato no momento da realização de uma bioanálise. A imobilização de uma enzima pode ser realizada por enredamento, encapsulamento, adsorção. BIOSSENSORES ANALÍTICOS Um biossensor consiste em um dispositivo analítico que contém um componente biológico (antígenos, anticorpos, enzimas, ácidos nucleicos, receptores, células e suas organelas) que garante a especificidade e produz uma resposta, que é traduzida pelo componente físico em um sinal óptico ou elétrico. A primeira discussão sobre os biossensores analíticos surgiu em 1962, através da explicação de Leland C. Clark sobre os eletrodos baseados em enzimas. Entre o biossensor analítico mais clássico, temos o utilizado para detecção de glicose em amostras humanas de pessoas com diabetes. O biossensor analítico de glicose utiliza a enzima glicose oxidase imobilizada sobre um eletrodo de platina. Os componentes biológicos dos biossensores são capazes de produzir respostas específicas a vários analitos. Os componentes físicos são diversos, como fibras ópticas, dispositivos acústicos, cristais piezoelétricos, além de diversos tipos de eletrodos modificados quimicamente. RESSONÂNCIA DE PLASMON DE SUPERFÍCIE A primeira observação registrada sobre os Plasmons de Superfície (SPs) foi em 1902, quando o professor R. W. Wood notou que, ao se incidir luz em uma grade de difração metálica, algumas faixas escuras eram detectadas e a magnitude da refletância correspondente era reduzida. Os SPs são ondas que se propagam em toda extensão da superfície de metal. Tratam-se de ondas de luz confinadas na superfície devido à sua interação com elétrons da banda de condução do metal. Nessa interação, os elétrons livres respondem coletivamente por oscilações em ressonância com a onda luminosa. O elemento de reconhecimento biomolecular (ex.: antígeno) presente na superfície da nanopartícula do metal reconhece e captura o analito (ex.: antígeno) presente na amostra líquida e, com isso, será produzido um aumento local no índice de refração da superfície do metal. O aumento no índice de refração irá induzir a uma mudança no pico de comprimento de onda do espectro de extinção. A ressonância de plasmon de superfície apresenta aplicações na área médica (monitoramento das condições de pacientes portadores de doenças crônicas), biomédica (diagnósticos rápidos e precisos em tempo real), farmacêutica (monitoramento in vivo da ação de fármacos e toxinas). BIOANALISADORES PARA MICROBIOLOGIA Os bioanalisadores para microbiologia consistem em equipamentos de análise rápida e não destrutiva que permitem continuar a cultivar os microrganismos depois de terem sido corados, a fim de identificá-los utilizando qualquer tecnologia de identificação padrão. Esses equipamentos possibilitam a utilização de uma mesma amostra para detectar situações de contaminação microbiana ou determinação de MIC, permitindo uma abordagem flexível baseada na filtração por membrana padrão e incubação reduzida em placa de meio de cultivo. AUTOMAÇÃO LABORATORIAL A palavra “automação” tem origem no latim automatus e pode ser traduzida como mover-se por si. Atualmente, corresponde à espinha dorsal do funcionamento de um laboratório de análises clínicas, sendo um processo customizado que inicia na automação de uma etapa do processo pré-analítico e termina na automação total do laboratório. A automação nos laboratórios clínicos tem seu auge na década de 1940, nos Estados Unidos, quando o número de exames laboratoriais começou a crescer de maneira exponencial. O processo de automação laboratorial corresponde à aplicação de técnicas computadorizadas ou mecânicas em laboratórios de análises clínicas para tornar o processo de análise clínica mais eficiente; reduzir custos com burocracia; diminuir o índice de erros dos operadores e do processo; reduzir o desperdício de tempo, reagentes e materiais; maximizar a produção e aumentar o ritmo de rotinas laboratoriais; proporcionar segurança aos pacientes do laboratório; reduzir custos operacionais e reduzir o custo dos exames para os pacientes. A automação de um laboratório permite a aplicação de procedimentos automatizando desde a recepção dos clientes, triagem de amostras, abertura dos tubos de amostras, processamento das amostras (centrifugação, fracionamento, entrega das amostras aos analisadores, fechamento dos tubos de amostras), armazenamento das amostras analisadas e registro das amostras (localização e recuperação de uma amostra para eventual repetição ou realização de novos testes). As vantagens estão relacionadas ao aumento da segurança dos profissionais do laboratório, aumento da produtividade dos profissionais, redução do tempo de obtenção dos resultados, eliminação do erro humano e redução das etapas de manipulação das amostras. A automação laboratorial total se divide em três fases: a fase pré-analítica, a fase analítica e a fase pós-analítica. A fase pré-analítica corresponde aos procedimentos anteriores à realização dos ensaios laboratoriais, como coleta das amostras, identificação das amostras por códigos de barras, manipulação das amostras, processamento das amostras e entrega das amostras aos analisadores. A fase analítica inclui todos os procedimentos realizados durante o processo de análise do material coletado. Essa fase apresenta a maior evolução tecnológica de um laboratório de análises clínicas, proporcionando um aumento da produtividade do laboratório; aumento da qualidade dos resultados obtidos durante as análises; diminuição da interferência do operador, diminuindo os erros de procedimentos; diminuição dos custos e aumento da competitividade; diminuição da mão de obra; redução na quantidade de reagentes e insumos; diminuição da quantidade de amostras; melhoria na sensibilidade das análises, obtendo resultados mais precisos. A fase pós-analítica compreende o armazenamento das amostras (soroteca), segundo determinados padrões previamente definidos pelos órgãos reguladores (Anvisa, Inmetro, ISSO, dentre outros). Essa fase inclui os processos de validação e liberação de laudos para que o médico possa receber o resultado final e interpretá-lo, permitindo agilizar a comunicação entre médico e paciente devido à disponibilidade dos resultados de forma on-line. Também inclui o armazenamento de amostras para serem reanalisadas, se necessário, proporcionando ganho de produtividade e avaliação das não conformidades, como resultados ilegíveis e laudos incompletos. A automação laboratorial promove o aumento na velocidade de fornecimento de diagnósticos e prevenção de doenças; aumento da quantidade de exames realizados; otimização da eficiência dos laboratórios clínicos; segurança dos pacientes e dos funcionários; e expansão da gestão da qualidade, pois necessita de pessoal capacitado. Portanto, a implementação de um sistema de análises clínicas baseado na automação laboratorial é uma tendência para os próximos anos, pois reduz gastos, aumenta a qualidade dos serviços, atende de forma integral às necessidades dos pacientes. PROPRIEDADES COLIGATIVAS As propriedades coligativas são propriedades físicas que variam com a presença de um ou mais solutos não voláteis dissolvidos em um solvente adequado, normalmente água. Essas propriedades dependem única e exclusivamente do número de partículas (moléculas ou íons) dispersas na solução, portanto, dependem da concentração de partículas de soluto dissolvidas na solução e não dependem da natureza do soluto. Isso significa que a quantidade, e não a natureza das partículas presentes na solução, irá influenciar nas propriedades coligativas. Uma das propriedades coligativas fundamentais para os sistemas biológicos é a osmose. A osmose corresponde ao movimento preferencial de solvente (geralmente água) entre dois meios que apresentam concentrações diferentes, através de uma membrana semipermeável. Na osmose, a membrana semipermeável é seletiva às partículas de soluto, ou seja, as partículas do soluto não atravessam a membrana, mas as moléculas do solvente atravessam os poros da membrana semipermeável. O fluxo das moléculas do solvente é da solução mais diluída para a solução mais concentrada, com o objetivo de igualar as concentrações das duas soluções e equilibrar o sistema. O processo de osmose é a passagem do solvente da solução mais diluída para a solução mais concentrada, até que se encontre um equilíbrio, é um processo espontâneo. O solvente movimenta-se sempre do meio hipotônico (menos concentrado em soluto) para o meio hipertônico (mais concentrado em soluto). Com esse movimento, o sistema atinge o equilíbrio químico quando as concentração dos dois compartimentos separados pela membrana se igualam (meios isotônicos). A pressão osmótica () corresponde à força que deve ser exercida sobre o meio mais concentrado para impedir que o processo de osmose ocorra, sendo a força necessária para mover o solvente através da membrana semipermeável de uma solução contendo uma baixa concentração de solutos para outra com alta concentração de solutos. A pressão osmótica pode ser calculada pela expressão: = M . R. T Em que: = pressão osmótica M = concentração em mol por litro (mol L-1) R = constante universal dos gases (R = 0,082 L atm K−1 mol−1 ou R = 62,3 L mmHg K−1 mol−1) T = temperatura absoluta em Kelvin A pressão osmótica pode ser utilizada para determinar a massa molar de substâncias pouco solúveis em um solvente; determinação de massa molar de espécies que apresentam massas molares altas, como proteínas, polímeros, coloides. A importância da pressão osmótica pode ser observada no sangue humano e no comportamento de fluxo de água dentro das células do corpo humano. O soro fisiológico é uma solução de NaCl com 0,9% em massa (ou seja, a cada 100 mL da solução aquosa há 0,9 grama do sal) ou 0,15 mol/L. Desse modo, o soro é isotônico em relação às células sanguíneas e aos líquidos corporais. Do contrário, isso afetaria de maneira grave o organismo do paciente. A pressão osmótica normal do sangue é de, aproximadamente, 7,7 atm, assim como a pressão osmótica das hemácias (glóbulos vermelhos) também é do mesmo valor. Isso permite que as moléculas de água entrem e saiam dos glóbulos vermelhos com a mesma facilidade, garantindo seu funcionamento normal. Se o meio for hipotônico (mais diluído que dentro da hemácia), a água entrará na célula com maior facilidade, fazendo com que ela inche e venha até a explodir (hemólise). Se o meio for hipertônico (mais concentrado que dentro da hemácia), ela murchará devido à perda de água. Os equipamentos utilizados para a determinação da pressão osmótica são constituídos por uma membrana semipermeável, um recipiente contendo uma solução de açúcar 1,0 mol L-1. Esse recipiente da solução é submergido em outro recipiente preparado com água destilada. O solvente puro desloca-se para dentro do osmômetro, sob uma pressão que é maior em seu exterior, e a água que sobe pelo “caninho” devido à diferença de pressão (pressão turgor – PT). Quando as pressões do solvente e da solução se igualam é obtido o estado de equilíbrio. A pressão osmótica pode ser calculada pela expressão: = . g. h Em que: = pressão osmótica (em pascal) = densidade da solução de sacarose 1,0 mol L-1 1,088 g mL-1 (0,001088 kg m3) g = aceleração da gravidade (9,81 m s-2) h = altura da coluna de líquido (em metros) ELETROFORESE A eletroforese corresponde a um método analítico usado para separação e purificação de macromoléculas orgânicas (ácidos nucleicos, lipoproteínas e proteínas). Essas macromoléculas são submetidas a um campo elétrico, no qual migram do ânodo para o cátodo, portanto, envolve a migração de moléculas orgânicas carregadas (disperso) em um meio líquido (dispensante) sob a influência de um campo elétrico. Com a passagem da corrente elétrica através de um gel (meio dispersante), no qual estão dissolvidas as moléculas, estas são separadas. O fluxo migratório é determinado pelo peso molecular, no qual moléculas de menor peso migram mais rápido que as de maior peso, formando as bandas características que serão visualizadas posteriormente. A eletroforese foi utilizada pela primeira vez em 1937, pelo bioquímico Arne Tisélius, para realizar a separação de macromoléculas, como DNA, RNA, proteínas e enzimas com tamanhos e cargas diferentes. A eletroforese pode ser classificada em vários tipos, sendo eles: Eletroforese em gel de agarose: a agarose é um polissacarídeo que forma uma rede e prende as partículas impedindo seu movimento. É utilizada para separar macromoléculas, como DNA ou proteínas. Eletroforese em gel de poliacrilamida: a poliacrilamida é um polímero. É utilizada para separar macromoléculas biológicas (proteínas, ácidos nucleicos) de acordo com a mobilidade. Eletroforese desnaturante: realizada em gel de agarose no qual se adiciona um agente desnaturante. É utilizada para diferenciação de estruturas secundárias de macromoléculas. Eletroforese capilar: realizada em gel introduzido em um capilar. É utilizada em sequenciamento de DNA. Os equipamentos e materiais utilizados na eletroforese em gel são: Agarose: polissacarídeo extraído de algas marinhas. Na preparação do gel de agarose, mistura-se o pó de agarose com a solução tampão e aquece. Ao resfriar, forma-se o gel. Solução tampão: tem a função de controlar o pH do sistema. Marcador de peso molecular: produtos constituídos de PCR (proteína C reativa) ou plasmídeos digeridos com enzimas de restrição. Padrão de referência tem a função de servir como ponto de referência e monitoramento para a eletroforese. Corante: utilizado para visualizar o movimento das partículas do soluto sob a radiação ultravioleta. Cuba de eletroforese e fonte de eletroforese: possibilita o preparo do gel e fornece a corrente necessária para uma corrida uniforme. Transiluminador: fonte de luz UV ou LED usada para visualizar o resultado da corrida de eletroforese. O médico pode solicitar um exame de eletroforese para verificar a quantidade de proteínas no organismo, permitindo investigar possíveis alterações biológicas e algumas doenças, como desidratação, mieloma múltiplo, inflamações, cirrose, lúpus eritematoso sistêmico, hipertensão, ascite, glomerulonefrite, síndrome de cushing, enfisema, doenças hepáticas, anemia, pancreatite. Nesse exame, a amostra de sangue coletada é encaminhada para o laboratório, onde é realizada a separação dos glóbulos vermelhos e do plasma. Em seguida, o plasma é transferido para a placa de eletroforese, juntamente com um corante e o marcador de cada uma das proteínas, e, em seguida, é aplicada uma corrente elétrica para estimular a separação das proteínas e, após a separação, as proteínas conseguem ser visualizadas por meio de um padrão de bandas, indicando a presença ou a ausência das proteínas. Por último, as proteínas são quantificadas em um aparelho que determina a concentração. A eletroforese pode ser utilizada em análise laboratorial e pesquisas científicas. Na ciência forense, para comparar amostras de DNA encontradas no local do crime com amostras de possíveis suspeitos do crime. Na genética, para realizar testes de paternidade, diferenciação de espécies ou linhagens e engenharia genética. Na microbiologia, para detectar diferentes organismos patógenos, como vírus, bactérias e fungos. Na bioquímica, para detectar a presença de proteínas. about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank GASOMETRIA ARTERIAL O exame de gasometria arterial normalmente é realizado em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para avaliar as condições respiratórias do paciente. Os objetivos desse exame são: verificar se as trocas gasosas estão ocorrendo corretamente; avaliar a necessidade de administração de oxigênio extra; auxiliar no diagnóstico de doenças respiratórias, renais ou infecções graves; verificar a eficácia do tratamento e ajudar na decisão de alta do paciente; verificar a função pulmonar; avaliar o pH e a acidez do sangue e o funcionamento do metabolismo. Nesse exame, são determinados os valores de pH sanguíneo, pressão parcial de gás carbônico (PCO2), pressão de oxigênio (PO2), concentração de íons bicarbonato (HCO3ꟷ), saturação da oxi-hemoglobina (SaO2). Os valores de pH normais do sangue devem estar entre 7,35 e 7,45 e permitem determinar se o paciente está desenvolvendo uma acidose ou uma alcalose. A pressão parcial de oxigênio (PaO2 ou PO2) deve estar entre 80 e 100 mmHg e expressa a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares. A pressão parcial de gás carbônico (PaCO2 ou PCO2) deve estar entre 35 e 45 mmHg e indica a eficácia da ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, uma vez que este gás apresenta alta difusão no organismo. A concentração de íons bicarbonato deve estar entre 22 e 26 mEq L-1 e as alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos. Os valores de Base Excess (BE) normais devem estar entre -3 e +3 mEq L-1 e esses valores sinalizam o excesso ou o déficit de bases dissolvidas no plasma sanguíneo. Esse exame é utilizado para verificar se os seus pulmões são capazes de mover o oxigênio dos alvéolos para o sangue e remover o dióxido de carbono do sangue. A saturação de gás oxigênio (SaO2) deve ser maior que 95% e indica a porcentagem de oxi-hemoglobina (hemoglobina do oxigênio-limite) no sangue, sendo um parâmetro vital para definir o índice de oxigênio do sangue e a entrega do oxigênio, pois cada molécula da hemoglobina contém quatro grupos do heme que podem rapidamente se ligar a quatro moléculas de oxigênio molecular presente no sangue. DENSITOMETRIA ÓSSEA A matriz óssea do corpo humano é formada por elementos orgânicos e inorgânicos, sendo que os elementos inorgânicos representam 69% de toda a composição óssea, dos quais 99% correspondem à hidroxiapatita – Ca10(PO4)6(OH)2. Os elementos orgânicos representam 22% da matriz óssea, sendo que os principais constituintes são colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas, além de água e lipídeos. A Densidade Mineral Óssea (DMO) apresenta o valor máxino na terceira década de vida e, depois dessa fase, observa-se um período de estabilidade da densidade óssea seguida de um desequilíbrio entre produção e reabsorção de células ósseas. A partir dessa fase, a densidade óssea começa a ficar prejudicada e os ossos se tornam mais fracos e porosos. Esse processo afeta homens e mulheres, mas as mulheres são mais vulneráveis à perda da densidade óssea. As principais causas são o envelhecimento (causa dificuldade na absorção do cálcio), fatores genéticos e hereditários, sedentarismo, desnutrição, pouca exposição ao Sol. As principais doenças relacionadas à diminuição da densidade óssea são a osteoporose e a osteopenia. A osteopenia corresponde ao estágio precoce da doença que causa diminuição progressiva da densidade óssea, enquanto que a osteoporose corresponde ao estágio avançado da doença, quando o osso fica fragilizado. O exame de densitometria óssea permite identificar a presença de osteoporose e osteopenia e doenças dos ossos, sendo utilizado para medir a densidade de minerais dos ossos (DMO). A densitometria óssea é o exame mais confiável para determinar se existe perda de massa óssea e é um exame relativamente simples para ser realizado e não são necessários grandes preparativos para o paciente. O paciente fica deitado sobre uma mesa e os raios X do aparelho de densitometria passam em ziguezague sobre o paciente, digitalizando os ossos. RESSONÂNCIA PARAMAGNÉTICA ELETRÔNICA (EPR) A ressonância paramagnética eletrônica (EPR) permite detectar a presença de elétrons desemparelhados (espécies paramagnéticas) em amostras, portanto, permite detectar se uma determinada espécie química é um radical livre, uma molécula orgânica ou se a estrutura química apresenta metal de transição. Essa técnica é importante na medicina e na biologia, pois permite identificar e caracterizar a estrutura de metaloproteínas, podendo ser utilizada em análise de produtos naturais, bioquímica, física-médica, farmacologia, biologia celular, e outras áreas da ciência e da tecnologia. O espectrômetro de EPR é constituído por um ímã que produz um campo magnético sobre toda a amostra. A radiação gerada é transmitida através do T- mágico. O sinal é transmitido ao detector e enviado ao registrador. REFERÊNCIAS FURONI, R. M. F.; PINTO NETO, S. M.; GIORGI, R. B.; GUERRA, E. M. M. Distúrbios do equilíbrio ácido-básico. Rev. Fac. Ciênc. Méd. v. 12. n. 1. p. 5-12. 2010. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/RFCMS/article/viewFile/2407/pdf. Acesso em: 15 abr. 2021. HAGE, D. S.; CARR, J. D. Química analítica e análise quantitativa. 5. ed. São Paulo: Pearson Editora, 2011. HARRIS, D. C. Análise química quantitativa. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2001. LEÃO, R. Osmose, osmolaridade e tonicidade: transporte de água e regulação do volume celular. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/256592/mod_resource/content/3/Aula%203 %20Med%20osmose.pdf. Acesso em: 22 abr. 2021. MENDHAM, J.; DENNEY, R. C.; BARNES, J. D.; THOMAS, M. J. K. Vogel análise química quantitativa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2002. NAOUM, P. C. Eletroforeses. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2010. Disponível em: https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/livros/acesso_gratuito/Liv ro_completo%20-%20Eletroforese.pdf. Acesso em: 23 abr. 2021. NEDER, J. A.; BERTON, D. C.; DONNELL, D. E. Gasometria arterial no diagnóstico diferencial de hipoxemia. J Bras Pneumol. v. 46. n. 5. p. 1-2. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v46n5/pt_1806-3756-jbpneu-46-05-e20200505.pdf. Acesso em: 15 abr. 2021. OPLUSTILL, C. P.; CAMPANA, G. A. Conceitos de automação na medicina laboratorial: revisão da literatura. J. Bras. Patol. Med. Lab. v. 47. n. 2. p. 119-127. 2011.
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