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Deontologia, Ética e Bioética

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DOCTUM DE TEÓFILO OTONI
GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
ANA LUISA NASCIMENTO SILVA
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTE DENTÁRIO
TEÓFILO OTONI
2023
Ana Luisa Nascimento Silva
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTE DENTÁRIO
Artigo apresentado a UNIDOCTUM, como requisito
parcial de notas para o Curso de Graduação em
Odontologia.
TEÓFILO OTONI
2023
Sumário
Introdução 4
Desenvolvimento 5
Transplante de órgãos dentários 6
Conclusão 7
Referências Bibliográficas 9
https://docs.google.com/document/d/141UZfsQE-FStgVsd9iDLXyroe1mKJMO2bJ-9SF90fk4/edit#heading=h.px8ldrd2r15m
Introdução
O transplante de órgão é uma opção de tratamento onde visa melhorar a qualidade de
vida humana em todas as faixas etárias, estes geralmente apresentam doença crônica
irreversível e avançada. O primeiro transplante realizado foi em 1954, desde então houve um
avanço no tratamento de doenças em diversos órgãos como rim, pâncreas, fígado, coração,
pulmão, intestino e dentes. O desenvolvimento dos transplantes e sua aplicação nas doenças
terminais possuem um grande êxito na área da saúde.
A odontologia utiliza-se de diversos meios terapêuticos para reabilitar oralmente um
paciente. Dentre os meios, temos o transplante dentário como alternativa viável à recuperação
de ausências dentárias. Este consiste na transposição de um dente hígido para um novo
alvéolo onde precocemente houve uma perda dentária. Ademais, o transplante dentário pode
atuar como coadjuvante no tratamento ortodôntico, objetivando induzir a movimentação
dentária (BARROS ET AL., 2012) (EDUARDO et al., 2021).
Desenvolvimento
O processo de transplante é de extrema importância para a população, ele permite o
retorno do paciente ao cotidiano e ao trabalho, além de aumentar a sua sobrevida, tendo como
objetivo salvar ou melhorar a qualidade de vida daquele que recebeu. Os profissionais de
saúde e a população precisam receber informações a respeito do assunto para entender, por
exemplo, como se dá a distribuição de órgãos, que o comércio é proibido, que todas as
religiões apoiam a doação, que o corpo do doador não fica mutilado, entre muitas outras
questões que devem ser esclarecidas.
Vale ressaltar que o Sistema Nacional de Transplantes está constantemente
aumentando os índices cirúrgicos na população que precisa dos transplantes. Logo, devemos
ter profissionais capacitados envolvidos neste processo, visando progredir com o número de
doações e reduzir a fila de espera. Porém, não há órgãos disponíveis para todos resultando em
significativa mortalidade destes pacientes. Entretanto, o processo de doação é complexo, onde
o profissional identifica o doador e a família do doador deve concordar com o processo. Se os
envolvidos não tiverem conhecimento a respeito do assunto ou se o doador nunca manifestou
sua opinião a respeito da doação, provavelmente, a resposta da família será negativa. Dessa
forma, muitos não recebem a chance de um transplante.
O baixo número de doações tem sido relacionado à falta de consciência da população
a respeito dessa necessidade. Dessa forma, a desinformação quanto à seriedade e à
complexidade do sistema de saúde na captação de órgãos também é relevante. Vale ressaltar
que o Brasil possui índice elevado de analfabetismo e pessoas semi alfabetizadas,
comprometendo a autonomia, visto que a desinformação limita as decisões.
Transplante de órgãos dentários
A reabilitação, recuperação de uma perda dentária e função estomatognática e um dos
vieses a serem sanados a longo prazo por cirurgiões dentistas, visto que a ausência dental leva
o acometimento de reveses como: baixo nível ósseo alveolar, alterações no sistema
estomatognático, interferências oclusais, comprometimento estético, dentre outros. O sucesso
dos transplantes dentais está associado a fatores como, seleção correta de casos, estágio inicial
de desenvolvimento da raiz e uso de técnicas assépticas e atraumáticas (INTRA et al., 2014).
Houve o surgimento do transplante dentário autógeno como possibilidade terapêutica
para a perda precoce dos dentes, consiste na transposição dentária de um elemento dental em
um mesmo indivíduo (impactado ou erupcionado) para um novo alvéolo, utilizando germes
de terceiros molares, pré-molares e caninos. Esta é reconstrutora, pois preserva o crescimento
orofacial, estruturas ósseas e periodontais na cavidade bucal além de permitir movimentações
ortodônticas. Além do transplante autógeno, temos o homógeno onde transplanta o órgão
dentário de um humano para outro humano e o heterógeno onde transporta o órgão de um
animal (boi, porco etc) para uma pessoa. Entretanto, esses tipos de transplante são menos
comuns.
A revascularização e a reinervação, é mais frequente em dentes com rizogênese
incompleta. Nestes casos, há regeneração pulpar e do ligamento periodontal; já na rizogênese
completa, faz se o tratamento endodôntico, pois nestes não há regeneração pulpar
Temos como indicações: 1. Cavidades profundas onde o dente não pode ser
restaurado; 2. Agenesia; 3. Dentes ausentes, perdidos por cáries extensas, anquilosados ou
malformados; 4. Fratura dentária que impede sua restauração; 5. Iatrogênese indicando a
extração; 6. Falha no tratamento endodôntico; 7. Dentes ectópicos; 8. Prótese inviável por
razões econômicas (ILAN VINITZKY BRENER et al, 2016); 9. Reabsorção radicular. E
contra-indicações: 1. Dente que pode ser reabilitado; 2. Má higiene; 3. Alta taxa de cárie; 4.
Doença periodontal generalizada; 5. Doenças sistêmicas que contraindicam a cirurgia; 6.
Paciente não cooperativo ou psicologicamente incapaz; 7. Dente doador não pode ser extraído
(ILAN VINITZKY BRENER et al, 2016).
O exame radiográfico deve ser feito na seleção e indicação da cirurgia, principalmente
para a mensuração do alvéolo receptor com relação ao tamanho do germe. A cirurgia deve ser
realizada rapidamente com intervalo de tempo inferior a 18 minutos, aumentando as taxas de
sobrevida do implante dentário (AÉCIO ABNER, 2018). Após a transposição do agregado
plaquetário é necessário acompanhamento clínico e radiográfico a longo prazo.
Os fatores de risco estão associados a avaliação não criteriosa e não se atentar aos
passos cirúrgicos, o que poderá contribuir para o insucesso e ter uma ação inflamatória,
gerando a reabsorção radicular. Ademais, os riscos se relacionam ao compromisso de higiene
do paciente, às recomendações pós-operatórias, visto que a inflamação está relacionada à
atividade osteoclástica e aos fatores mediadores desencadeados por um processo inflamatório.
Testes de sensibilidade avaliam a revascularização pulpar, sendo eficazes de três a
quatro meses após o transplante. Porém, sua ausência não implica afirma necrose, devendo-se
aguardar um sinal clínico-radiográfico para que faça a endodontia.
Conclusão
As indicações para os transplantes estão progredindo e tornando-se cada vez mais
liberais, ampliando, consequentemente, o número de possíveis receptores. Porém, o aumento
da demanda não acompanhou o aumento proporcional de órgãos disponíveis. A escassez de
doadores permanece sendo o maior obstáculo para o desenvolvimento dos transplantes,
elevando a mortalidade de pacientes que estão na fila de espera. Essa carência decorre não
apenas da desproporção dos pacientes aguardando transplante e o número de pessoas que
evolui para morte encefálica, mas também da baixa identificação dos potenciais doadores. A
sociedade ativamente nesse processo, fornecendo os órgãos e beneficiando-se dos
transplantes. Logo, deve-se aumentar a conscientização destes a respeito da importância do
processo de doação-transplante
Estudos demonstram que as taxas de sobrevida dos transplantes dentários aumentam
significativamente quando associados com metodologias tecnológicas, em específico, sua
combinação com a fibrina rica em plaquetas e leucócitos. Com a popularidade dos implantes,
esta técnica tem sido menos indicada, mas não abandonada, pois reúnem condições
favoráveis, como momento ideal,compatibilidade entre germe e área doadora, o transplante
dental pode ser realizado com possibilidades de sucesso, prevenindo possíveis problemas.
Referências Bibliográficas
FARIA, Natasha. Transplante dentário autógeno associado à LPR-F: revisão de literatura. Centro
Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC, Gama-DF, v.1, p.1-16,
novembro, 2021. Acesso dia 18 de março de 2023.
GARCIA, Clotilde et al. Doação e transplante de órgãos e tecidos. São Paulo-SP: Segmento Farma,
2015. Acesso dia 18 de março de 2023.
MENDES, Karina et al. TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS: RESPONSABILIDADES DO
ENFERMEIRO. P.1-9. Acesso dia 18 de março de 2023.
CONSOLARO, Alberto et al. Transplantes dentários autógenos: uma solução para casos ortodônticos
e uma casuística brasileira. Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 13, n. 2, p. 23-28, mar./abr.
2008. Acesso dia 18 de março de 2023.
CONCI, Ricardo et al. Transplante dental – relato de um caso clínico. RFO, Passo Fundo, v. 16, n. 3,
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PEIXOTO, Aline et al. Transplante dentário: atualização da literatura e relato de caso. Rev. Cir.
Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.13, n.2, p. 75-80 , abr./jun. 2013. Acesso dia 18 de março
de 2023.

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