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Lyzandra Linhares Introdução: A doença arterial coronariana estável (DAC) pode ser caracterizada como uma alteração anatômica e/ou funcional, levando à isquemia do músculo cardíaco, quase sempre reversível e, muitas vezes, relacionadas aos esforços. São diversas as situações clínicas que podem levar ao distúrbio entre a oferta e a demanda de oxigênio, sendo a mais comum a aterosclerose. Outros mecanismos incluem: o vasoespasmo de artérias, seja com ou sem a presença de placas ateroscleróticas; a disfunção microvascular; e a insuficiência ventricular esquerda causada por infarto prévio ou pelo fenômeno de hibernação do miocárdio (cardiomiopatia isquêmica). Essas condições ainda podem ser agravadas por outras doenças clínicas sistêmicas. Patogênese da Aterosclerose: a aterosclerose trata-se de uma doença inflamatória crônica sistêmica de grande complexidade que ocorre sobretudo na camada íntima das artérias, mas também envolvendo as camadas média e adventícia. O processo de crescimento e de desenvolvimento da doença aterosclerótica se dá de maneira silenciosa e ao longo de décadas, iniciando-se com a formação da estria gordurosa em crianças e adolescentes, progredindo para formação de placas complexas na idade adulta; a partir disso, pode desenvolver um quadro sintomático. Múltiplas evidencias apontam a inflamação como processo chave no desenvolvimento da aterosclerose. Logo, esse processo inflamatório modula as seguintes ações na aterogênese: ativação do endotélio e recrutamento monolinfocitário; a captação e oxidação das partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL); a produção local e sistêmica de citocinas pró-inflamatórias; a produção de proteases e a degradação da capa fibrótica, responsáveis pela desestabilização da placa; a indução da apoptose das células da placa; e o controle da coagulação após rotura da placa, aumentando fatores pró-coagulantes tanto no núcleo lipídico quanto no sangue. Os dois tipos celulares predominantes em uma artéria normal e que têm importância fundamental na gênese da placa aterosclerótica são as células endoteliais (CE), localizadas na camada intima do vaso (em contato direto com o sangue), e as células musculares lisas (CML). As células endoteliais possuem constitutivamente moléculas responsáveis pela propriedade fundamental de manutenção do fluxo sanguínea, sendo que ainda há propriedades endócrinas (secretam NO) capazes de promover o relaxamento das células musculares lisas da túnica media e inibir a agregação plaquetária. Além disso, as CE também possuem importância na expressão de moléculas de adesão celular, como a molécula de adesão celular vascular 1 (VCAM-1), responsável pela adesão e internalização de células inflamatórias do lúmen vascular para o interior de sua parede. Já as CML possuem propriedade de contração e relaxamento, sendo, assim, capazes de regular o fluxo de sangue em diversos territórios arteriais. Essas células também sintetizam matriz extracelular (sobretudo colágeno) e podem migrar para a camada íntima durante o desenvolvimento da placa aterosclerótica. Fase Inicial da Aterogênese: Em seu estado normal, as CE não permitem a adesão de células sanguíneas como os leucócitos. Entretanto, fatores de risco ou desencadeadores da aterosclerose como dislipidemia, fumo, hipertensão, hiperglicemia, dieta rica em gorduras saturadas, obesidade ou resistência à insulina podem instigar a expressão de moléculas de adesão pelas CE, permitindo a adesão dos leucócitos à parede arterial. Um dos responsáveis por permitir a adesão das células sanguíneas ao endotélio é a molécula de adesão celular vascular 1(VCAM-1). A VCAM-1 liga-se a monócitos e linfócitos T, os dois tipos principais de leucócitos encontrados na fase inicial da placa aterosclerótica. A expressão de VCAM-1 é induzida por diversas substâncias, sendo os lipídios oxidados e as citocinas pró- inflamatórias, como interleucina 1 (IL-1) e fator de necrose tumoral-α (TNF-α). Sabe-se também que a formação de placas é influenciada pelo tipo de fluxo sanguíneo. Em áreas onde o fluxo é turbulento, há uma maior propensão para formação de placas ateroscleróticas. Já em áreas com fluxo laminar, mecanismos antiaterogênicos são deflagrados, como a expressão de uma enzima antioxidante, a superóxido dismutase, e a produção de oxido nítrico, um potente vasodilatador (limita a expressão de VCAM-1). Também nessa fase inicial, observa-se a ocorrência de acúmulo extracelular de lípides na íntima, com a ligação das partículas de LDL aos proteoglicanos da matriz extracelular arterial. Outros mecanismos responsáveis pela retenção das LDL na íntima seriam a ação da lipoproteína lipase local da íntima e a ação de fosfolipases. Uma vez no espaço da intima, as lipoproteínas apresentam suscetibilidade aumentada à oxidação, dada a escassez de antioxidantes nessa região, sendo que o processo inflamatório inicial contribui para essa oxidação. De maneira complementar, a LDL-oxidada também pode ser capaz de amplificar o processo inflamatório inicial local. As células inflamatórias passam a se aderir ao endotélio, inicialmente por uma fase de rolamento, mediada por moléculas endoteliais de adesão denominadas selectinas. Em seguida, os monócitos passam para a fase de adesão firme e penetram, por meio do endotélio, na íntima do vaso por diapedese, processo dependente de gradiente quimiotático, gerado, por exemplo, pela proteína quimiotática de monócito (MCP-1). Placas de ateroma hiperexpressam MCP-1 e essa citocina é responsável por recrutar monócitos de caráter inflamatório, presentes nos estágios iniciais da placa de ateroma. Fase de desenvolvimento da estria gordurosa: Na intima das artérias, monócitos maturam–se em macrófagos que permitem a internalização excessiva de lipídios modificados, principalmente a LDL-oxidada. Ésteres de colesterol acumulam-se no citoplasma e, assim, os macrófagos tornam-se células espumosas, características desse estágio da aterogênese. Os macrófagos multiplicam-se e liberam vários fatores de crescimento e citocinas, amplificando e sustentando os sinais pró-inflamatórios. Um mediador importante para esse processo é o fator estimulador de colônia de macrófago (M-CSF) que é hiperexpresso em placas ateroscleróticas humanas. A presença de numerosos macrófagos transformados em células espumosas na íntima vascular caracteriza uma lesão aterosclerótica precursora conhecida como estria gordurosa que, nesse estágio, ainda pode ser reversível e não causar repercussões clínicas. As ações de fagocitose e de liberação de citocinas exercidas por estes macrófagos são componentes da chamada resposta imunológica inata (não necessita da ativação e interação entre linfócitos T e B). Hoje, sabe-se que essas outras funções do sistema imunológico, chamadas de resposta imune adaptativa, também contribuem para a aterogênese. Vale ressaltar que inúmeras outras moléculas de adesão, quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento participam desse processo. Porém, VCAM-1, MCP-1, e M-CSF são os mediadores chaves para o início e progressão da placa de ateroma. Fase de progressão para placa complexa: Enquanto o conjunto de células espumosas é característico da estria gordurosa, a deposição do tecido fibroso define a lesão aterosclerótica mais avançada. Os macrófagos e linfócitos T infiltram as lesões ateroscleróticas e localizam preferencialmente na borda do ateroma, onde a atividade inflamatória é mais ativa e por onde se dá o crescimento da placa. Na fase de progressão da placa, as CML sintetizam a matriz extracelular. Essas células migram da túnica média para a íntima em resposta à produção de fator de crescimento derivado de plaqueta (PDGF) secretado pelos macrófagos ativados e pelas CE. Uma vez na íntima, as CML proliferam sob influência de vários fatoresde crescimento e secretam proteínas da matriz extracelular, entre eles o colágeno intersticial. Associado a esse processo, essas CML podem proliferar e sofrer metaplasia para se tornar células semelhantes a macrófagos, com atividade inflamatória intensa. Além de formação de matriz, também ocorre nesse momento a mineralização (calcificação) da placa, também por ação das CML. Outro processo importante para a progressão da aterogênese é a formação de novos vasos sanguíneos a partir da vasa vasorum, processo conhecido como neovascularização. Os neovasos permitem a progressão da placa aterosclerótica por facilitarem a entrada de mais leucócitos nas placas já estabelecidas (através da hiperexpressão de VCAM-1) e por possibilitarem o aporte de nutrientes para regiões mais centrais da placa e, por isso, mais afastadas do lúmen vascular original. Os neovasos favorecem também a hemorragia intraplaca e trombose in situ, visto que são vasos pequenos e friáveis. Nesse fenômeno, há a produção de trombina, que promove a ativação de CE, de monócitos e macrófagos, de CML e de plaquetas, e essas células secretam mediadores inflamatórios. Progressão inexorável do ateroma: O longo de todo o caminho de progressão da aterogênese, no qual há a transformação de uma placa rica em gordura para uma placa fibrosa e muitas vezes calcificada, pode haver estenose do lúmen do vaso. Considera-se que, em geral, no início do desenvolvimento das lesões ateroscleróticas, o crescimento da placa se dá num sentido contrário à luz vascular, aumentando, assim, a espessura total da parede do vaso. Esse processo é conhecido como remodelamento positivo, sendo mediado, sobretudo, pelos diversos ciclos de secreção e degradação da matriz extracelular secretada pelas CML. Acredita-se que quando a placa atinge um determinado tamanho a lesão passe a crescer em direção à luz do vaso, podendo assim, causar lesões estenóticas. Essa progressão lenta da lesão em geral é responsável por quadros clínicos crônicos, como a angina estável. Fase de rotura da placa: A rotura da placa com sua trombose é a complicação mais temida da aterosclerose, estando por trás da fisiopatologia de grande parte das síndromes coronárias agudas (SCA). Nas tromboses agudas que ocorrem na luz das artérias coronárias, a placa geralmente não causa obstrução ao fluxo sanguíneo. A SCA, em particular, pode mais frequentemente resultar de dois mecanismos distintos em relação à fase final de estabilização da placa: rotura da capa fibrosa ou erosão superficial da íntima, o que acaba por permitir que o sangue tenha contato com o material trombogênico do core lipídico ou com espaço subendotelial da íntima. Acredita-se que, para que a rotura aconteça, deva haver um desequilíbrio entre produção e degradação de matriz extracelular que compõe a capa fibrosa, sendo que, no cômputo final, haja predomínio da degradação da matriz, enfraquecimento da capa e rotura. A inflamação, mais uma vez, seria o processo básico que faria essa regulação, sendo que a degradação da capa fibrosa se dá essencialmente por enzimas (metaloproteinases e catepsinas) liberadas pelos macrófagos. Com a rotura, as moléculas de fator tecidual do núcleo lipídico exposto, proveniente das células espumosas e de partículas apoptóticas de CML, irão interagir com moléculas de fibrinogênio e inibidor do ativador plasminogênio (PAI-1) presentes no sangue, levando à formação de um trombo sobre a placa rota. Este trombo pode tanto levar a uma obstrução total do fluxo sanguíneo como pode ser não oclusivo e transitório. Outro mecanismo de rompimento da placa (conhecido como erosão superficial) não envolve fissura ou ruptura da capa fibrosa da placa, mas sim uma descontinuidade no revestimento endotelial da íntima. Nesses casos, encontram-se erosões no endotélio da placa, expondo ao sangue uma camada íntima rica em CML e proteoglicanos, sem haver, entretanto, exposição do núcleo lipídico. Os mecanismos de erosão envolvem lesão endotelial, a participação de leucócitos polimorfonucleares e armadilhas extracelulares de neutrófilos como um contribuinte local para a formação e propagação do trombo. Essa erosão superficial possivelmente está relacionada à apoptose das CE. A partir disso, plaquetas seriam atraídas para a região, dando início à formação do trombo. Ao se comparar placas que sofreram erosão endotelial versus rotura, observa-se que o processo inflamatório é menos intenso na erosão superficial, com predomínio neutrofílico, em vez de macrófagos ou linfócitos T. Também se observa maior quantidade de colágeno e um menor núcleo lipídico nas placas acometidas por erosão superficial. Exame: Eletrocardiograma e Marcadores Laboratoriais: Além de anamnese e exame físico cuidadosos, a avaliação dos pacientes com cardiopatia isquêmica estável inclui um eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações, a medição de marcadores bioquímicos e inflamatórios e exames complementares não invasivos. Eletrocardiograma em Repouso: Embora a resposta possa ser focal, os achados diagnósticos de infradesnivelamento do segmento ST ou inversões da onda T no ECG em repouso de pacientes com cardiopatia isquêmica estável, mesmo aqueles com doença anatômica extensa da artéria coronária podem ter um traçado normal de ECG em repouso. Além da isquemia miocárdica, outras condições que podem produzir anormalidades da onda ST-T incluem hipertrofia e dilatação do VE. O achado de novas alterações do segmento ST e da onda T no ECG em repouso, no entanto, pode ser útil no diagnóstico de DAC e pode estar correlacionado com a gravidade da cardiopatia subjacente. Além de anormalidades focais no segmento ST e na onda T, o ECG pode revelar diversas alterações da condução, mais frequentemente bloqueio de ramo esquerdo (BRE) e bloqueio fascicular anterior esquerdo. O achado de ondas Q anormais é relativamente específico de IAM prévio, mas não ajuda a determinar quando tal evento ocorreu. Arritmias, especialmente extrassístoles ventriculares, podem ser encontradas no ECG, mas têm baixa sensibilidade e especificidade para DAC. Durante um episódio espontâneo de angina pectoris ou durante esforço ou estresse, o ECG torna-se anormal em 50% ou mais dos pacientes com ECG normais em repouso. A anormalidade mais comumente observada é o infradesnivelamento focal do segmento ST, geralmente em um ou mais grupos de derivações do ECG, o que significa isquemia subendocárdica. Ocasionalmente, supradesnivelamento transitório e mínimo do segmento ST e normalização do infradesnivelamento ou inversão de ST-T prévia em ECG de repouso (pseudonormalização) ocorrem durante angina e isquemia crônicas, embora supradesnivelamento do segmento ST seja muito mais comumente observado em pacientes com SCA com ruptura de placa. Exames laboratoriais: Em pacientes com início recente ou agravamento dos sintomas, as medições seriadas da troponina conseguem distinguir IAM e SCA da cardiopatia isquêmica estável. Os níveis plasmáticos de peptídeo natriurético cerebral, que aumenta em resposta a isquemia espontânea ou provocada, não distinguem com confiança a cardiopatia isquêmica estável da cardiopatia instável, mas estão associados ao risco de eventos cardiovasculares futuros em pacientes que correm risco de cardiopatia isquêmica. Todos os pacientes com angina pectoris crônica devem ter uma avaliação bioquímica do colesterol total, lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), triglicerídeos, creatinina sérica (filtração glomerular estimada), além da glicemia em jejum. Outros marcadores bioquímicos que não são recomendados rotineiramente, mas estão associados a maior risco de eventos cardiovasculares futuros, incluem lipoproteína (a), apolipoproteína B, LDL-colesterol pequeno e denso e fosfolipase A2 associada à lipoproteína. Os níveis de homocisteína estão correlacionados com o risco de desenvolvimento de cardiopatia isquêmica, mas os ensaios randomizados não conseguiram demonstrar redução dos eventos clínicos quando os níveis elevados de homocisteína são reduzidos; como resultado, o rastreamento de rotina para um nível elevado de homocisteína não é recomendado. A proteína C reativa de alta sensibilidade, um reagente de fase aguda da inflamação, tem uma relação forte e consistente para o risco de eventos cardiovasculares futuros e um nível elevado justifica avaliação diagnóstica e terapia mais agressivas. Da mesma forma, níveis elevados de peptídio natriurético N-terminal pró-tipo B conseguem predizer desfechos piores em pacientes com cardiopatia isquêmica estável. Eletrocardiografia de esforço: Um ECG de esforço é o teste preferido em pacientes com suspeita de angina pectoris e que sejam considerados como tendo uma probabilidade moderada de DAC se o ECG de repouso for interpretável (i. e., os segmentos ST não estão obscurecidos por cardiopatia estrutural ou medicação), desde que os indivíduos consigam atingir uma carga de trabalho adequada. A interpretação do ECG de esforço deve incluir a capacidade de exercício alcançada (duração e equivalentes metabólicos do trabalho realizado), a magnitude e a extensão do desvio do segmento ST, as respostas clínicas e hemodinâmicas ao exercício e a rapidez com que a frequência cardíaca retorna ao normal após o exercício (fase de recuperação). O protocolo de teste de esforço é geralmente ajustado à tolerância do paciente, visando 6 a 12 minutos de tempo de exercício para atingir o consumo máximo de oxigênio e obter evidências objetivas de isquemia induzida, se existente. As contraindicações são IAM, arritmias sintomáticas, embolia pulmonar aguda e suspeita de dissecção aórtica aguda. Contraindicações relativas são hipertensão arterial com PA sistólica superior a 200 mmHg ou PA diastólica superior a 110 mmHg, estenose aórtica significativa, miocardiopatia hipertrófica e bloqueio atrioventricular (BAV) de alto grau. Tratamento da DAC: A decisão terapêutica no paciente com doença coronariana depende de vários fatores: intensidade de sintomas, resultados de testes não invasivos, risco de morte (estratificação de risco) e a possibilidade de intervenção, seja percutânea ou cirúrgica. As modificações do estilo de vida (dieta adequada, perda de peso se necessária e prática regular de atividades físicas, além da cessação do tabagismo) devem sempre ser recomendadas para todos os indivíduos. Medicamentos de primeira linha para o controle sintomático dos pacientes: Nitratos de curta ação por via sublingual: utilizados no momento do episódio de angina. Betabloqueadores: devem ser prescritos a todos os pacientes sintomáticos, salvo contraindicações. Bloqueadores dos canais de cálcio: utilizados como alternativa aos betabloqueadores ou associados aos mesmos quando os sintomas persistem. Nitratos de longa ação: associados ao betabloqueador e/ou ao bloqueador de cálcio ou mesmo isoladamente quando existem contraindicação a esses últimos. Há disponíveis também medicamentos que associados aos de primeira linha ou até isoladamente, trazem benefício seja controlando os sintomas, reduzindo a necessidade de nitrato sublingual ou melhorando a tolerância aos esforços. Entre eles se incluem o nicorandil, a ranolazina, a ivabradina e a trimetazidina. Medicamentos utilizados para prevenção de infarto agudo do miocárdio ou óbito: Antiplaquetários: Betabloqueadores: tem indicação prioritária nos pacientes após infarto e naqueles que apresentam disfunção ventricular esquerda ou insuficiência cardíaca. Estatinas e outros agentes hipolipemiantes: fundamentais para redução dos níveis de LDL-colesterol estabelecidos como meta, associados à dieta. Inibidores da ECA ou bloqueadores da angiotensina: principalmente indicados em pacientes com disfunção de ventrículo esquerdo e nos portadores de coronariopatia difusa particularmente em diabéticos. Anticoagulantes orais: preferencialmente os novos anticoagulantes orais deverão ser utilizados nos pacientes portadores de fibrilação atrial ou com outra indicação formal a esses medicamentos, associados aos antiplaquetários pós-procedimento intervencionistas. O ácido acetilsalicílico (antiplaquetário; diminui a produção de tromboxano, o qual consiste em um tipo de lipídeo que favorece a agregação plaquetária.) deve ser indicado a todos os pacientes portadores de DAC. Os inibidores dos receptores das membranas das plaquetas são utilizados isoladamente como alternativa ao ácido acetilsalicílico por impossibilidade de seu uso ou associado a este após procedimento de angioplastia com stent ou no tratamento clínico de evento isquêmico agudo. Revascularização: Para que o tratamento por revascularização seja indicado, há diversos aspectos que precisam ser considerados: quantidade de vasos envolvidos, local da estenose, presença de disfunção ventricular, área do miocárdio sob risco e a possibilidade de realização do procedimento. Este último aspecto se destaca, uma vez que seja por motivos técnicos, seja por motivos médicos ou até mesmo sociais, quando não há a possibilidade de se realizar a intervenção, ou de manejar suas eventuais complicações, ela não deverá ser indicada. Referências: JATENE, Ieda B.; FERREIRA, João Fernando M.; DRAGER, Luciano F.; e outros Tratado de cardiologia SOCESP. São Paulo: Editora Manole, 2022. GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. Rio de Janeiro: Grupo GEN, cap. 62, 2022. Lyzandra Linhares
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