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P R I N C Í P I O S D e f i n i r o o b j e t i v o S e l e c i o n a r o a g e n t e i m o b i l i z a d o r C o n s i d e r a r i d a d e , r a ç a , a t i v i d a d e A v a l i a r t e m p e r a m e n t o e c o m p l i c a ç õ e s M a n t e r n o p e r í o d o n e c e s s á r i o C o n t r o l e r a d i o g r á f i c o Imobilização externa CORREÇÃO DA FRATURA A correção da fratura, visa manter o osso alinhado, sem comprometer a vascularização, até que ocorra a cicatrização (lenta e variável, pois depende da espécie, idade, localização da fratura, grau de comprometimento de tecidos moles e técnica usada para correção). talas e bandagens Redução anatômica dos fragmentos da fratura; Fixação estável que efetivamente neutralize as forças que atuam sobre o osso fraturado; Preservação do aporte vascular e nervoso; Retorno precoce da movimentação de músculos e articulações. O tratamento da fratura prima por quatro quesitos: 1. 2. 3. 4. Até 1940, muitas fraturas eram reduzidas e estabilizadas por meios externos como talas e gessos. A vantagem desse método é a mínima interferência em aporte vascular e poucos danos teciduais. Já as desvantagens estão relacionadas com a imobilização deficiente, necessidade de repouso, higiene frequente, risco de lesões cutâneas e cuidados gerais por parte do proprietário limitam o uso desta técnica. MÉTODO DE CONTENÇÃO Depende das forças mecânicas básicas que atuam sobre o osso fraturado, e a capacidade da técnica em neutralizar estas forças. Dependem também da espécie, idade, tipo e localização da fratura, experiência do cirurgião e características do proprietário como poder aquisitivo e cuidados pós- operatórios. Dividem-se os métodos em imobilizações do membro (talas, bandagens, muletas, gessos, entre outros) e imobilizações ósseas (pinos intramedulares, fixadores esqueléticos externos, placas e parafusos, e hastes bloqueadoras). R E Q U I S I T O S : O b t e r i m o b i l i z a ç ã o p r e c i s a e e s t á v e l ; M a n i p u l a ç ã o e f e t i v a p a r a c o n s e g u i r a r e d u ç ã o ; P r e s e r v a r s u p r i m e n t o s a n g u í n e o ; Imobilização externa IMOBILIZAÇÃO DO MEMBRO Fraturas fechadas abaixo do cotovelo e joelho; Fraturas estáveis após redução relativa; Fratura onde se espera consolidação rápida; Fraturas em galho-verde; Fraturas de ossos longos com periósteo intacto; Fraturas por compactação; As principais indicações para uso de imobilização do membro são: No geral, pacientes jovens são melhores candidatos a correção de fraturas por imobilização. Normalmente, com o objetivo de reduzir o edema, limitar movimentação, maior conforto e auxiliar na estabilização. Para isso, rotineiramente emprega-se a atadura de Robert Jones modificada. talas e bandagens Indicações: fratura com espasmo muscular, fratura intracapsular, união retardada e não união, corrigir mau alinhamento, remover sequestro ou implante e para osteossíntese. Métodos: alavanca, força direta ou combinada. Vantagens: redução mais acurada, rígida fixação, previne lesão de nervo ou vaso, menor envolvimento com o paciente. Desvantagens: risco de infecção, interfere com a cicatrização e descola de inserções e periósteo. Tipos - Aberta: Quando se estabilizar a fratura com osteossíntese ou não se consiga a redução pelo método fechado. REDUÇÃO DA FRATURA Indicações: fraturas recentes e estáveis, animais de pequeno porte. Métodos: manipulação, angulação, tração e contração. Tipos - Fechada: ATADURAS E TALAS Canaletas: Indicadas para fraturas expostas, simples de ossos longos, cominutiva grave ou para fixação auxiliar. Podem ser de PVC, alumínio, metal, acrílico ou madeira. Cuidados necessários: tricotomia para pelo longo, lavar e desengordurar o membro, imobilizar articulações adjacentes, pressão homogênea, mantê-las limpas e secas, observar pele adjacente e revisar semanalmente. Imobilização externa Sinais de complicação: dor, tumefação, edema, irritação local, dormência, depressão, perda de apetite, hipertermia e mastigação do molde. As canaletas moldadas com cano de PVC podem ser usadas para para fraturas distais ao cotovelo. Seu uso é recomendado como fixação auxiliar após imobilização óssea por pinos intramedulares. A canaleta deve estender-se da articulação úmero-rádio-ulnar até as extremidades distais do membro. Aplica-se uma camada de algodão em toda extensão do membro, a seguir adapta-se a tala e fixa-a com esparadrapo. Atadura de Robert-Jones: Serve para prevenir ou tratar o edema. Indicada no pós-operatório de cirurgias de joelho e cotovelo. Pode ser usada como imobilização temporária de fraturas até que se realize a cirurgia. Oferece maior conforto ao paciente e evita lesões adicionais a tecidos moles. Acolchoa-se abundantemente o membro com algodão ortopédico e na sequência evolva-o com faixa e esparadrapo. Esta bandagem é feita com, no mínimo 500g de algodão ortopédico sobreposto em diferentes camadas presas por atadura elástica. talas e bandagens Tala de Schoreder-Thomas: É uma tala utilizada para imobilização do cotovelo, joelho e estruturas distais a estas articulações. Deve-se tomar cuidado em manter a tala curta o suficiente para permitir o apoio do membro, isto é conseguido mantendo todas as articulações do membro em ângulos funcionais. Esta tala pode ser confeccionada com uma haste de liga de alumínio resistente, mas moldável. A tala é fixa ao membro com auxílio de faixas e esparadrapos É indicada para: imobilização temporária ou definitiva, método auxiliar, cirurgia articular e lesão tendínea (exceto fêmur, úmero proximal e falanges). Material necessário: fio de alumínio (1/8, 3/16, 3/8), algodão ortopédico, fita adesiva, alicate, torno. Cuidados: manter aparelho limpo e seco, detectar edema ou dor, revisar a cada 7-10 dias e detectar complicações (má união ou alinhamento, não união, ulceração ou dermatite, e afrouxamento. Confeccionadas sob medida e de forma que acompanhem a anatomia de um membro sadio. Devem manter a fratura reduzida sem estressar o membro e/ou o animal. As adquiridas prontas, nem sempre permitem adequada antagonização das forças. Imobilização externa Tipóia de Ehmer: É utilizada para imobilizar parcialmente a articulação coxofemoral, para prevenir a sustentação do peso ou forçar o apoio do membro contralateral. Recomenda-se após procedimentos em articulação coxofemoral. Tipóia de Velpeau: Pode ser usada para lesões escapulares pouco severas ou quando o objetivo é simplesmente a prevenção da sustentação do peso. Peias: Consiste em atar os membros pélvicos em distância fisiológica com objetivo de evitar abdução dos membros, sendo particularmente útil em fraturas de púbis ou em filhotes com luxação coxofemoral. talas e bandagens S i n a i s c l í n i c o s d e c o n s o l i d a ç ã o : A u s ê n c i a d e d o r o u m o v i m e n t o ; R e s t a u r a ç ã o d a f u n ç ã o ; P a l p a ç ã o d e c a l o e x t e r n o ; S i n a i s r a d i o g r á f i c o s d e c o n s o l i d a ç ã o : A u s ê n c i a d e l i n h a d e f r a t u r a ; C a n a l m e d u l a r i n d i s t i n g u í v e l ; C a l o o p a c o e d e n s i d a d e h o m o g ê n e a C a l o e x t e r n o e n v o l v e n d o a f r a t u r a ; M o n i t o r a ç ã o p e r i ó d i c a – d e t e c t a r : A f r o u x a m e n t o , i r r i t a ç ã o o u f e r i d a , e d e m a , d e r m a t i t e e r i g i d e z a r t i c u l a r . CONSOLIDAÇÃO DA FRATURA Imobilização interna Os vários métodos de fixação óssea ganharam maior importância à medida que se desenvolveram técnicas assépticas na cirurgia veterinária e abordagens para vários ossos e articulações de forma detalhada. princípios da osteossíntese Epífise proximal; Epífise distal; Canal medular cerclagem, ou mais pinos intramedulares. É necessário que o pino tenha: flexibilidade (certa flexibilidade), resistência, não ser carcinogênico, inoxidável e preserve o endósteo e periósteo. PONTOS DE ESTABILIZAÇÃO:Número de pinos: 2 pinos (5 pontos de estabilização). Os pinos podem ser inseridos pela técnica normógrada ou retrógrada; técnica aberta (facilidade de alinhamento mas alteração no microambiente da fratura, maior risco de infecção e danos teciduais) ou fechada (as vantagens são as desvantagens do aberto e vice-versa). PÓS OPERATÓRIO: Remoção dos pinos? Imobilização externa? A princípio só como curativo (2-3 dias). Exercícios e fisioterapia podem ser realizados, mas sem exageros. PINOS INTRAMEDULARES Pinos Steinmann: acima de 1mm. Pinos Kirschner: até 1mm. Pinos Rush: já vem “curvado”. Atualmente é uma forma comum de fixação interna na cirurgia ortopédica veterinária. Pinos são hastes metálicas que podem ser com e sem rosca. Principais implantes intramedulares (dentro do canal medular): Os pinos são classificados quanto as pontas: 3 faces (cortante) 4 faces: (deslizante). O pino de Steinmann isolado é indicado no tratamento das fraturas estáveis. Neutraliza de forma eficiente a força de flexão, mas tem pouca resistência ao encurtamento e rotação. Deve-se evitar preencher mais de 80% do canal medular para não comprometer a cicatrização, haja vista que o endósteo é o principal responsável pelo reparo. A estabilidade pode ser melhorada associando o pino intramedular com fixador externo, cerclagem ou hemi- Imobilização interna princípios da osteossíntese CERCLAGENS E BANDAS DE TENSÃO Cerclagem completa: a cerclagem completa envolve toda espessura do osso. Cerclagem interfragmentar: a cerclagem interfragmentar vale-se de um orifício em um dos fragmentos para garantir maior estabilidade (hemicerclagem) ou um orifício em cada fragmento (anti- rotacional). Cerclagens são arames de aço inoxidável de diâmetro variável usados como método único de reparo de fraturas ou como forma auxiliar. São usadas em pequenas fissuras e fraturas oblíquas, sendo que, quanto mais longa a linha de fratura, melhor será o efeito da cerclagem. O nó é feito com auxílio de retorcedores (deve-se puxar de maneira igual os fios, se não irá apertar mais de um lado que do outro). Geralmente é usado associado a outras técnicas, não de maneira isolada. Já a banda de tensão é indicada para o tratamento de fraturas por avulsão de extremidades ósseas como olecrano e trocânter maior. A banda de tensão neutraliza a força exercida pelo tendão ou ligamento com compressão no foco de fratura. FIXADORES ESQUELÉTICOS EXTENOS Os fixadores esqueléticos externos (FEE) têm sido usados para o tratamento de fraturas desde a antiguidade. É um método de imobilização interna! Os componentes dos fixadores são: pinos, clamps e barras de conexão (acrílica ou metálica). Os fixadores esqueléticos externos são indicados para fraturas estáveis, instáveis expostas (não coloca metal na linha de fratura) para mandíbula, osteotomias corretivas (não-união ou união retardada), artrodeses, fixação articular temporária, reparo de ligamentos e tendões e como meio auxiliar para outros métodos de osteossíntese. Vantagens: fácil aplicação e remoção, rápida cicatrização óssea, fácil acesso a ferida cirúrgica, compatível com outros métodos de fixação, bom alinhamento anatômico, bem tolerado por cães e gatos, custo razoável, possibilidade de utilização tanto pelo método aberto como fechado. T I P O S T I P O I : 1 B A R R A ( F Ê M U R , R A M O D A M A N D Í B U L A ) T I P O I I : 2 B A R R A S ( R Á D I O , T Í B I A ) T I P O I I I : 3 B A R R A S T I P O I L I Z A R O V : C I R C U L A R . I M O B I L I Z A Ç Ã O E Q U I V A L E N T E A P L A C A S . Imobilização interna princípios da osteossíntese Número mínimo de pinos por fragmento (2) = 4 no total, apenas 1 pino não anula a força de rotação. Diâmetro dos pinos: 20%-30% da espessura óssea (menos que isso = pino frágil, torce; mais que isso = força em demasia). Distribuição uniforme dos pinos nos fragmentos = Distribuição da força. Trabalhar com angulação em pino liso (se não desliza). PÓS OPERATÓRIO: Precisa de cuidados enquanto estiver com o FEE (mínimo 45 dias). Trocar os curativos a cada 2 dias. Manutenção analgésica de 3-5 dias. COMPLICAÇÕES: Secreção no local de inserção dos pinos (infecção nos tecidos moles; osteomielite focal; sequestro ósseo); Afrouxamento dos pinos; Fratura iatrogênica; Lesões neurovasculares ou musculares.