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ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 IMOBILIZAÇÕES DEFINIÇÃO: Técnica que pode e deve ser utilizada no ambiente pré- hospitalar, unidade básica de saúde ou hospitalar em traumatismos leves ou em casos de maior gravidade. Pode ser realizada para o transporte de vítimas de trauma com suspeita de lesões osteomusculares, bem como para tratamento provisório ou definitivo das condições ortopédicas. Conceito mais claro: “manter um membro, ou apenas um segmento de um membro, imóvel, em repouso e na posição correta.” Conceito Rockwood e Green, Fraturas em Adultos 5a Ed, 2006, Manole. HISTÓRICO • Papiro de Imhotep (3000A.C.) – descrição de redução e imobilização de fraturas por meio de Talas de madeira e bandagens. • Hipócrates (400A.C.) – Descreveu técnicas de redução e enfaixamento. • Mathijesen (1852) - Cirurgião militar holandês, introduziu a bandagem gessada na imobilização de fraturas. • Pirogov (1852) - Cirurgião militar russo, introduziu o uso de imobilizações no transporte de feridos; • Sarmiento (1967) - Princípios protéticos e ortóticos inovadores nos sistemas de estabilização de fraturas dos MMII e MMSS. OBJETIVOS DAS IMOBILIZAÇÕES: • Diminuir ou eliminar a dor; • Transporte; • Reduzir e prevenir danos (proteção); • Neutralizar forças deformantes; • Tratamento provisório ou definitivo. • Conferir conforto a musculatura e proteção ao periósteo (importante para consolidação óssea) através de uma certa estabilidade. • Essa Tríade com essa base é a coisa mais importante. • A imobilização visa estabilizar o periósteo e musculatura SEMPRE conferindo ESTABILIDADE. PRINCÍPIOS DA IMOBILIZAÇÃO: • Proteção de saliências ósseas para evitar complicações cutâneas – úlceras de pressão e escaras. • Adequada pressão externa para evitar evolução para síndrome compartimental, devido a imobilizações malfeitas ou prolongadas. • Posição funcional das articulações. • Tempo de imobilização adequado para diminuir incidência de rigidez articular. Tem que saber fazer a imobilização conferindo a pressão adequada ao membro. • Fraturas diafisárias e metafisárias: Imobilizar as articulações proximal e distal ao segmento lesado. Ex: fraturou o úmero – tem que imobilizar uma articulação acima e abaixo. Aqui imobiliza ombro e cotovelo. • Lesões articulares: Imobilizar os dois segmentos do membro adjacentes à lesão. Ex: lesão no joelho – imobilização tem que passar pela perna e pela coxa. Tem que ancorar nesses 02 seguimentos. • Princípios dos três pontos de apoio: Um ponto no vértice da deformidade e dois pontos no lado oposto, obtidos em dois planos ortogonais. Tem uma deformidade na fratura, tem que fazer a imobilização de tal forma que ela apoie no ponto de vértice da fratura e faça outros 02 pontos de contra apoio no lado oposto do vértice da fratura. TIPOS DE IMOBILIZAÇÃO: • Provisórias: o Enfaixamentos (Colar cervical, Oito, Velpeau); Velpeau: une o membro ao tórax e enfaixa. o Esparadrapagens – iniciar fisioterapia e imobilizar dedos, principalmente do pé. o Tração (Cutânea / Esquelética) – usado para melhorar condições de partes moles do paciente até ele fazer a cirurgia definitiva. Tratamento provisório principalmente em pacientes com fratura de fêmur, acetábulo e quadril. § Pode ser tração cutânea, usado mais em criança. o Apoio (tipóia) – contra o próprio peso do membro, ou seja, descansa o peso sobre a tipóia. o Talafix – tala feita de material fibro-elástico – talas flexíveis com componentes metálicos. • Definitivas: o Talas gessadas e Gesso circular; o Órteses – tratamento definitivo – bota robofoot – possibilita em alguns casos colocar o pé no chão. INDICAÇÕES PARA IMOBILIZAÇÕES: FRATURAS TRAUMÁTICAS OU PATOLÓGICAS: qualquer alteração que fragiliza o arcabouço ósseo, que acomete o osso – ocorre uma fratura devido a insuficiência daquele osso decorrente da lesão que ele está sofrendo. Ex: tumor, osteoporose, mieloma múltiplo. ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 ENTORSES: significa que você sofreu um trauma torcional no seguimento geralmente articular – mecanismo giratório, geralmente, além da amplitude que o membro realiza, podendo ter lesão por estiramento ou rotura de ligamento ou da capsula que envolve a articulação. ENTORSE = LESÃO LIGAMENTAR TORSIONAL = ESTIRAMENTO OU RUPTURA DO LIGAMENTO. MUITO COMUM NO TORNOZELO A Entorse é classificado em graus. • Grau I – só distendeu; • Grau II – rompimento incompleto das fibras; • Grau III – rompimento completo, com uma solução de continuidade completa no ligamento. CONTUSÃO: é aquela pancada que fica com rubor, dor, calor e edema, porém não houve perda de relação articular, nem um mecanismo contorcional que rompeu ligamento e nem fratura. Não é indicação para imobilização. LUXAÇÕES: perda de continuidade, da congruência de uma articulação. • Há uma perda total das faces da articulação; • A articulação se desloca do lugar onde ele deveria estar – pode ser conceituada como um deslocamento. • Pode haver entorse com luxação. Estabilizador dinâmico – músculos em torno da articulação. Estabilizador estático – cápsulas e ligamentos. SUBLUXAÇÃO: fez uma perda parcial da congruência da articulação, mas há ainda uma relação entre as duas faces articulares. • INFECÇÕES OSTEOARTICULARES – controle da dor. • TENOSSINOVITE – inflamação tende a gerar dor. • ARTRITE AGUDA/GOTA – doença inflamatória causada por deposito de cristais de acido úrico. • FERIMENTOS PERIARTICULARES – apresenta uma dificuldade maior de cicatrizar pela mobilidade que a pele tem, impedindo a cicatrização. ARVORE DE ANDRY – PRINCÍPIO DOS TRÊS PONTOS Existe um vértice que está sendo tracionado pela tira e os dois outros pontos servem como anteparo, tendendo a fazer correção do desvio. • O anteparo serve como limitador do desvio. Esse princípio é o mesmo da manobra de redução: é justamente quando se quer trazer os fragmentos para o local que ele deveria estar (realinhar). Para você realinhar essa fratura, faz um ponto de apoio no vértice e faz 02 outros pontos de apoio opostos ao vértice. POSIÇÃO DE IMOBILIZAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES: MÃO E PUNHO Interfalangeana (IF) = + / - 20°. Metacarpofalangeana (MTC-F) = 70°a 90°. Punho = + / -20°. Exceções: posições especiais utilizadas na manutenção da redução de fraturas. • Em geral, se coloca em uma posição de repouso das articulações, pois em outra posição causaria dor. COTOVELO E OMBRO: Cotovelo = 90° Ombro = Rotação interna – adução / Rotação externa – abdução. Reparo da Manguito rotador: pode utilizar uma órtese ou uma tipóia e coloca uma almofada embaixo da axila para manter ele abduzido em rotação externa. É uma imobilização para proteger o reparo que foi feito. QUADRIL, JOELHO, TORNOZELO Quadril = + / - 20° Joelho = +/- 15° Tornozelo = 0° Exceções: • Fratura tíbia (início de tratamento). • Ruptura do tendão de Aquiles – faz tratamento conservador se quiser tratar sem cirurgia – faz imobilização seriada com o pe dorso fletido para que as duas pontas do tendão que foram partidas, se aproximem. Assim, haverá reorganização de fibras colágenas para que, aos poucos, diminuía-se essa aproximação até torná- la neutra de novo. * Cirurgia é contraindicada por conta dos riscos de infecção na pele para tabagista e etilista crônico. ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 IMOBILIZAÇÕES NO ATENDIMENTO PRÉ- HOSPITALAR: Mobilizações provisórias e improvisadas. • Pode usar revista com bandagem (pedaços de tecido) • Pode usar tiras de madeiras – acolchoar a madeira para trazer conforto. • Pode utilizar uma caixa de papelão. • Travesseiro. O objetivo é você evitar a mobilização daquele seguimento. COLUNA CERVICAL Colar cervical • Apoio mentoniano e torácico– usado no tratamento de fraturas estáveis da coluna cervical. MOBILIZAÇÃO DO PACIENTE EM BLOCO • Retirada em bloco do solo; • Utilizado para transportar o paciente. • Coxim entre as pernas e proeminências. Alinhamento prévio à imobilização (não realizar na suspeita de fratura exposta) – ligamentotaxia. **Essa figura será mostrada no caso clínico. É a redução ou alinhamento: fazem-se movimentos antagônicos, um de tração geralmente na porção distal, chamada de hiperfratura e a e o outro gera uma força de resistência chamada de força de contra-tração, o que permite anula a força deformante da musculatura. Não faz isso se tiver uma fratura exposta – faz o curativo estéril com o osso do lado de fora, imobiliza o seguimento e leva para o hospital. **Imobiliza um dedo no outro com esparadrapo. **Pode fazer a imobilização com o membro não lesado para apoiar o que foi lesado. ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 • Coloca lençóis entre os membros para que as proeminências ósseas não tenham a pressão aumentada; • Sempre utilizando os 03 princípios – uma perna contra a outra, coxim no meio e bandagens. IMOBILIZAÇÕES GESSADAS ATADURA GESSADA: bandagem endurecida em amido e impregnada com sulfato de cálcio semi-hidratado. • Ele aumenta a temperatura então temos que proteger essa pele. Reação exotérmica: CaSO4.H2O + H2O = CaSO4.2H2O + Calor* • AUMENTO da Temperatura da água = AUMENTO da Aceleração da estabilização * Cuidado com queimaduras! • É necessário haver água para dissipar reação. • Por liberar calor, deve se ter cuidado para não queimar a pele do paciente, utilizando proteções, para isso a imobilização é feita com outros componentes como a malha tubular, algodão ortopédico que é hidrofóbico (não deixa que a água penetre), atadura e crepom. No momento que mergulha na água ocorre uma reação de calor. A água precisa ser aquecida e com isso a reação libera o calor para que haja uma aceleração de estabilização do gesso. • Água quente – secagem rápida, maior risco de queimadura. • Gesso de secagem rápida (5-8 minutos). • Gesso de secagem ultrarrápida (2 -4 minutos) * • Leva mais de 1 dia para curagem (máxima resistência). • Extremidades superiores - usar 10-12 camadas. • Extremidades inferiores - usar 12-15 camadas. AVALIAÇÃO PRÉ IMOBILIZAÇÃO CONDIÇÕES DA PELE: • Limpeza; • Ferimentos; • Queimaduras; • Escoriações; • Hematomas. CIRCULAÇÃO: pulsos distais à lesão. EXAME NEUROLÓGICO: sensibilidade e motricidade. CUIDADOS NA CONFECÇÃO DO GESSO MODELAGEM APROPRIADA E BOM ACABAMENTO: boa modelagem, pontos de apoio (aparelhos gessados); espessura uniforme; liberação das articulações não envolvidas. PROTEÇÃO ÀS PROEMINÊNCIAS ÓSSEAS: acolchoar os calcâneos, maléolos, epicôndilos, olécranos, patela, cabeça da fíbula, crista e tuberosidade da tíbia, estilóides para evitar que hajam escaras. MATERIAL UTILIZADO MALHA TUBULAR: • Protege a pele; • Cortar mais longa que a tala, para acabamento. ALGODÃO ORTOPÉDICO: • 2-3 camadas, mais quando prevê maior edema. • Algodão extra sobre proeminências ósseas. • Acolchoar entre os dedos – para evitar sinéquias. • Evitar dobras ou enrugamentos – para evitar escaras. • Não apertar; evitar enfaixamento circular – isquemia! ATADURAS DE CREPOM, ESPARADRAPO OU FITA CREPE – Talas gessadas. TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE APARELHOS GESSADOS 1. Posição confortável e c/ fácil acesso ao material. 2. Aplicar a malha tubular. 3. Aplicar camada de algodão ortopédico, com acolchoamento extra nas proeminências ósseas. 4. Aplicação das ataduras gessadas, de distal p/ proximal em espiral–evitar circular. • A volta anterior tem que ser coberta até a metade pela volta subsequente. TIPOS DE APARELHOS GESSADOS: ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 Essa “calça” geralmente é feita em criança com até 5 anos, permanecendo no paciente por 6 a 8 semanas podendo chegar a 10/12 semanas. Atualmente é menos utilizando. TALAS GESSADAS Deve-se ter uma bancada para fazer a montagem: colocar o algodão ortopédico em cima, mede o gesso com 12 a 15 voltas e depois mergulha-se o gesso na água - se a água for quente ele fica hígido mais rápido. Depois molda-se o gesso e coloca-se sobre a tala. Por último, aplica a tala e envolve com atadura. TALAS GESSADAS = MMSS TALAS GESSADAS = MMII OITO GESSADO Atualmente pouco usado, mas sua indicação era fratura de clavícula ou luxação da articulação esterno-clavicular. O paciente permanece com adução da escapula. • Faz mais em criança em situações que não pode operar. VELPEAU/VELPEU DE "VERÃO" • Une o membro superior ao tronco/tórax e enfaixa. • Temos aqui uma fratura do úmero. • Na 2ª imagem temos um Velpeau de verão. • São duas modalidades para imobilização do seguimento superior – braço. TALA AXILO-PALMAR TALA EM “U” PARA ANTEBRAÇO • Indicações: o Fraturas distais do rádio e da ulna. o Previne a pronossupinação do antebraço. o Imobiliza o cotovelo. • Posicionamento: o Punho em posição funcional. o Cotovelo fletido a 90°. TALA EM "DUPLO U" PARA ANTEBRAÇO ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 TALA PARA PUNHO Veja que a metacarpofalangeanas estão livres. GOTEIRA ULNAR E GOTEIRA RADIAL TALA PARA POLEGAR * Tenossinovite de Quervain – é uma tendinite do extensor e abdutor do polegar. O teste de Finkelstein é patognomônico dessa lesão. Em raras vezes é cirúrgica, sendo tratado com imobilização, fisioterapia e analgesia. IMOBILIZAÇÃO PARA DEDOS • Podemos usar também talas metálicas – tem uma esponja por baixo, ela é moldável e usa o esparadrapo para fixar. BANDAGEM DE ROBERT JONES • Tem uma grande estabilidade; • Utilizada para conter a evolução do edema. • Faz uma contenção relativa da articulação. • Atentar como coloca a atadura para não fazer compressão (imagem acima). • Utilizada depois de cirurgias de fratura de tornozelo pois tem efeito compressivo evitando edema e alivia a dor – imobilização estável utilizando algodão ortopédico e atadura de crepom. • É não engessada. TALA SURO-PODÁLICA TALA EM “U” PARA TORNOZELO ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 ORIENTAÇÕES PÓS-IMOBILIZAÇÕES: *Mobilização das articulações não afetadas – mexer os dedos, para reduzir edema e evitar rigidez. – Se não for feito isso pode culminar com uma amputação. *Procurar assistência médica com urgência, porque esses são sinais de síndrome compartimental. ** Controle radiográfico seriado, porque pode haver perda de redução. RETIRADA DO APARELHO GESSADO COMPLICAÇÕES PRECOCES Síndrome compartimental: imobilização feita de forma inadequada e prolongada. SINDROME COMPARTIMENTAL Conceito: condição na qual a pressão aumentada dentro de um espaço anatômico limitado compromete a circulação e função tecidual dentro deste espaço. • Compartimento: espaço delimitado por uma facia e aponeurose, o qual apresenta um plexo que irriga e inerva aquele seguimento. • Pode haver necrose tecidual no músculo, tendão ou por um hipofluxo sanguíneo dentro daquele compartimento devido ao aumento interno da pressão. DIAGNOSTICO • Dor desproporcional; • Tensão à palpação do compartimento; • Dor com estiramento passivo dos dedos; • Parestesia / hipoestesia; • Paralisia; • Pulso fraco ou ausente / palidez * Ao tocar, o paciente sente uma dor desproporcional e também sentimos um endurecimento local. *Parestesia – dormência e formigamento. * Hipoestesia – redução da sensibilidade tátil. * Paralisia – completa paralização motora do seguimento. MANEJO CLÍNICO • Utilizar em sinais de alerta; • A pressão compartimental cai 30% quando o gesso é fendido de um lado. • Cai 65% quando o gesso é alargado após fendido. • Abriro acolchoamento reduz mais 10% e a remoção completa do gesso outros 15%. • Total de redução de 85-90% apenas retirando o gesso! • Se não melhorar – próxima medida – fasciotomia. *Mediante os sinais – Só em retirar o gesso já evita a Síndrome de Compartimento. FASCIOTOMIA DA PERNA ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 • Na perna se faz um corte lateral, cortando a facia do compartimento anterior e lateral e depois outro corte medial liberando o compartimento superficial e profundo. • Esse corte é bem profundo e deve ficar aberto para descomprimir a pele – diminuir a pressão do envelope de pele sobre o compartimento. FASCIOTOMIA DO ANTEBRAÇO • É mais extensa atingindo até a mão (nervo mediano até todo o compartimento flexor). • São feitos dois cortes: um no compartimento flexor e outro no extensor/dorsal. SEQUELAS TARDIAS • Contratura de Volkmann – não tem mais tratamento; • Dorsiflexores fracos; • Dedos em garra; • Perda sensitiva; o Distrofia simpática reflexa. • Dor crônica; • Amputação. COMPLICAÇÕES TARDIAS • “Doença da Fratura” ou distrofia simpática reflexa ou sudec, com osteólise por desuso. – é decorrente da imobilização prolongada. • Há osteólise, rigidez, dor, sinais de alteração de fâneros (pele, unha e pelos). • Sintomas: o Edema; o Atrofia muscular; o Osteoporose por desuso; o Rigidez articular. OUTROS TIPOS DE IMOBILIZAÇÃO – ÓRTESES MODELOS DE IMOBILIZAÇÃO: • TALA GESSADA PRONTA: 10-20 camadas de gesso acolchoado. • ÓRTESES. • FIBERGLASS (ORTHOGLASS): o Seca rapidamente (20 minutos). o Mais uniforme. o Mais forte, mais leve, menor umidade. o Menos moldável. § Fibra plástica que se aquece e faz a mobilização no momento. É algo caro. Tem as mesmas aplicações do gesso, porém é hidrofóbico podendo molhar. ÓRTESES SUMÁRIO CUIDADOS PRÉVIOS À IMOBILIZAÇÃO. • Ao imobilizar: 1. Cuidado ao realizar os enfaixamentos. 2. Proteger a pele e as proeminências ósseas. • Após a imobilização, orientar o paciente e a família. • Na dúvida sobre as condições de perfusão: fender, bivalvar ou retirar o gesso – Redução da pressão Compartimental. CASO CLÍNICO ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 Planos da imagem – AP e perfil, nos planos coronal (esquerda) e sagital (direita). Observamos uma tala de mobilização provisória. O Rx com gesso não é legal, pois deixa muito artefatos. Descrição da imagem - RX em incidência em AP ou coronal e em perfil sagital de um esqueleto maduro. • Se vê um artefato radiográfico ocasionado por imobilização gessada. • Tem uma fratura – solução de continuidade do terço distal do rádio na região meta-epifisária do rádio e da ulna e cominuição do dorso do rádio (fator de instabilidade). • Fratura da estiloide ulnar e da estiloide radial distal. • Fratura cominutiva, mas que manteve uma relação adequada dos fragmentos. Não temos aquelas fises (placa de crescimento) na imagem – denota aqui esqueleto maduro. Tratamento: tem duas fases, um é o tratamento cirúrgico com cirurgia percutânea e outro é a redução indireta – alinhamento anatômico e fazer uma imobilização. Essa fratura tem alguns critérios de instabilidade o que contraindicaria o tratamento conservador: • Dorso do rádio está cominuido. • Rádio está encurtado – o seguimento distal do rádio impactou – reduziu a altura do rádio. • Traço articular – evita tratamento conservador – se não abordar, o próprio peso da mão aumenta essa deformidade. REDUÇÃO INDIRETA • É uma redução fechada, sem ver o foco da fratura, não corta o paciente para visualizar o foco da fratura. • Precisa da preservação do ligamento. ARCO C – RX dinâmico focal que faz o RX na hora. Se não tiver satisfatória a redução faz novamente a manobra. Manobra – ela faz a tração e a contra-tração – existe um vetor divergente, cujo objetivo é distender o foco fraturado através do ligamentotaxia. Primeiro: ela gira um pouco para desimpactar os fragmentos e depois ela faz uma redução. • Ela faz um movimento de hiperfratura, como se fosse fraturar mais, ou seja, ela aumenta o alinhamento da fratura ou desvio da fratura (volar ulnar); • Depois trás ele para o lugar, justamente não só para desimpactar como também para liberar os ligamentos, o periósteo, o que houver de partes moles no foco da fratura que pode ter às vezes e que impeça de reduzir a fratura. • Então, ela faz uma hiperfratura 1º, depois ela faz um alongamento excessivo trazendo a fratura para a ligamentotaxia para o alinhamento anatômico e depois ela faz um desvio ulnar, pois o rádio é mais longo que a ulna. • A ulna tem uma angulação de 11 a 15º. Para poder reconstruir e reestabelecer essa angulação é necessário fazer esse desvio ulnar. Fios de kinchiner: são fios metálicos de pequeno diâmetro 1- 2mm que são utilizados de forma endireita (em foco fechado), percutâneo para fazer a fixação da fratura utilizando o intensificador de imagem ou o arco C (raio X focal dinâmico) – em tempo real se faz a fixação do osso sem cortar o paciente. LIGAMENTOTAXIA – nesse tipo de caso, o osso fraturou, mas os pedaços continuam ligados aos fragmentos. • Nos fragmentos da fratura existem ligamentos e ao fazermos essa tração e contra-tração os próprios ligamentos e musculatura que está ali inserida ela auxilia na redução – trazendo os fragmentos para o lugar onde eles deveriam estar. • É um princípio usado de estiramento, de alongamento dos ligamentos fazendo com que haja uma redução dos fragmentos de volta ao local que eles deveriam estar. IMAGENS PÓS REDUÇÃO • Dá para visualizar que existem fragmentos cuminuidos. • A ponta do rádio é mais alto que o da ulna. • Existe um aumento do espaço articular por conta da tração. • A parte mais importante nessa redução é o estiloide. Planos da imagem: Coronal (1a) e sagital (2a) Descrição da imagem: fratura reduzida e o fragmento que estava desviado voltou para o lugar dele - realinhou. Redução X estabilidade: Fez a redução indireta A partir de agora vamos partir para estabilizar essa redução. REDUÇÃO INDIRETA – OSTEOSSÍNTESE PERCUTÂNEA • Essa é a imagem do fio percutâneo através do arco C – ficara com a ponta para fora. ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA AULA xx - RODRIGO NUNES 06/04/2022 • Após a redução indireta vamos fazer a Osteossíntese percutânea para fixação usando fios de Kirschner. • A estabilidade é relativa. Osteossíntese percutânea: é quando se faz a síntese sem cortar a pele. Cirurgia minimamente invasiva. REDUÇÃO X ESTABILIDADE, PROGNÓSTICO E SEGUIMENTO • A redução foi mantida, ficou bem harmônica. • Ele fez uma redução indireta com a estabilidade relativa – vai existir um micromovimento no foco da fratura que é desejável, mas somente essa fixação não será suficiente para manter o grau mínimo de movimento que podemos ter, por isso, é feita a imobilização com tala gessada também. • Na hora de colocar a atadura sempre se gira para fora. A partir daí vamos conferir uma estabilidade adicional com a imobilização. Prognóstico: bom. Porém, quando temos uma fratura justarticular, ou seja, próximo a articulação ou dentro da articulação há sempre o risco de desenvolvimento de artrose. • O seguimento é feito semanalmente para vermos o controle – se está mantida a redução, se os fios estão no local e tópicos. • Curativo a cada 02 semanas reinstalando as talas. • Controle seriado radiográfico por semana. Geralmente com 04 semanas se retira os fios e a imobilização e começa o processo de reabilitação. • Espera-se que se forme calo ósseo; • Consolidação rápida; • Tira imobilização e se inicia fisioterapia. IMOBILIZAÇÃO: TALA GESSADA SUMÁRIO CUIDADOS PRÉVIOS À IMOBILIZAÇÃO. • Ao imobilizar: 1. Cuidado ao realizar os enfaixamentos. 2. Proteger a pele e as proeminênciasósseas. • Após a imobilização, orientar o paciente e a família. • Na dúvida sobre as condições de perfusão: fender, bivalvar ou retirar o gesso – Redução da pressão Compartimental. Em caso de alergia: coloca-se mais proteção ou coloca-se a fibra de vidro (mais caro) ou faz uma órtese. Porém é algo raro.