Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANEMIAS VISÃO GERAL ANEMIA = Síndrome clínica que ocorre por diminuição do hematócrito, concentração de hemoglobina ou concentração de hemácias por unidade de volume • Níveis de hemoglobina variam com as fases do desenvolvimento • Em homens abaixo de 13 g/dl • Mulheres abaixo de 12 g/dl • Gestantes abaixo de 11 g/dl • Hematócrito: porcentagem do volume total do sangue que é composta por eritrócitos • Homens: de 40 a 52% • Mulheres de 36 a 48% • Anemia verdadeira – quando há diminuição da massa eritrocitária • Anemia relativa/diluição – aumento do volume plasmático, sem correspondente aumento das hemácias. EX: gestação • Anemia não é sinônimo de deficiência de ferro • Número de eritrócitos: número de hemácias encontradas por litro de sangue • Homens: 4,5 a 6,5 x 10.12/L • Mulheres: 3,9 a 5,6 x 10.12/L ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS • VCM: volume corpuscular médio → medida direta do tamanho médio da população eritrocitária. Valor de referência: de 80 a 98. Permite dividir as anemias em microcíticas, normocíticas e macrocíticas. • HCM: hemoglobina corpuscular média → peso médio da hemoglobina dentro dos eritrócitos. Valor de referência: de 27 a 33 • CHCM: concentração de hemoglobina corpuscular média → dentro de cada hemácia. Valor de referência: de 33 a 36% • RDW: amplitude de distribuição dos eritrócitos → avalia a variação de tamanho entre as hemácias, sendo essa variação denominada anisocitose. Valor de referência: de 11 a 15% Também pode-se solicitar número de eritrócitos e número ou porcentagem de reticulócitos. É importante verificar os índices hematimétricos pois se há alteração, eles permitem definir que o defeito é na MO, ou seja, de produção. CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS VCM • Microcítica: inferior a 80 → pode ser anemia ferropriva • Normocítica: entre 80 e 98 → pode ser deficiência de B12 ou ácido fólico • Macrocítica: maior que 98 HCM • Hemoglobina média presente em cada hemácia • Referência: de 27 a 33 • Hipocrômicas: abaixo de 27 • Normocrômicoas: de 27 a 33 • Hipercrômicas: acima de 33 CHCM • Concentração média de hemoglobina em 100ml de eritrócitos • Leva em conta apenas o volume celular e não o número de eritrócitos • De 30 a 35 • Avaliação da coloração • Acima de 36% = hipercrômica • Abaixo de 36% = hipocrômica RDW • Índice de variação do tamanho dos eritrócitos • Entre 12 a 14% • Indica anisocitose = diferença no tamanho das hemácias Número de reticulócitos • São eritrócitos imaturos • Indica a atividade medular de produção de eritrócitos • Representa ou sangramento ou hemólise • Indica estados hiperproliferativos ou hipoproliferativos • Reticulócitos aumentados = paciente hemolisando ou sangrando → anemia hiperregenerativa ou hiperproliferativa • Reticulócitos diminuídos = dificuldade de produção (neoplasia, aplasia de MO, síntese alterada de DNA, produção insuficiente de EPO) → anemia hiporregenerativa ou hipoproliferativa • Solicitado separadamente • Normal é de 0,5% a 2,5% • Contagem absoluta de 25 a 150 x 10 na 3 Correção da porcentagem de reticulócitos • A porcentagem é em relação ao hematócrito anêmico, pro exemplo. Portanto, é necessário fazer correção. • Cálculo = % de reticulócitos x Ht do paciente / Ht normal ANEMIA HIPOPROLIFERATIVA – DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO • Carência de vitamina – vit B12 ou ferro • Anemia aplásica – pane da medula • Aplasia eritroide – parada na produção de hemácias somente • Infiltração da medula por neoplasia, linfoma etc ANEMIA HIPERPROLIFERATIVA - AUMENTO DA DESTRUIÇÃO • Sangramento • Hemólise intrínseca – forma da hemácia errada (anemia falciforme), talassemia (alteração da Hb) • Hemólise extrínseca – fagocitose no baço, prótese valvar mecânica Carbamazepina – pode causar macrocitose VCM é o melhor parâmetro para diagnóstico diferencial das anemias • Microcitose = redução da hemoglobinização → ferropriva, traço talassêmico, anemia de doença crônica • Normocitose = sangramento, hemólise, defeito de produção, anemia da IRC • Macrocitose = defeito na proliferação → anemias megaloblásticas, doenças medulares, hepatopatia, uso de medicamentos DIAGNÓSTICO DE anemia • Anamnese e exame físico • Hemograma completo • Contagem de reticulócitos • Esfregaço de sangue periférico SINTOMAS DE ANEMIA • Fraqueza, palpitação, dispneia, tontura, cefaleia, síncope. • Importante avaliar o tempo de evolução • Em idosos pode apresentar sintomas de insuficiência cardíaca, angina, claudicação e confusão mental • Distúrbios visuais – especialmente se de instalação aguda • Importante revisão de sistemas, comorbidades, uso de medicamentos, dieta e HF EXAME FÍSICO • Palidez, quelite angular, icterícia, coiliníquia, esplenomegalia, alterações sensitivas em extremidades * Deficiência de vitamina B12 pode cursar com neuropatia * Coiliníquia = depressão central da lâmina ungueal com elevação das bordas, conferindo aspecto de colher. OUTROS DADOS DO HEMOGRAMA LEUCOGRAMA • Leucograma pode sugerir doença subjacente à anemia • Leucopenia = anemia aplásica, deficiência de B12, deficiência de ácido fólico • Leucocitose = inflamção, infecção, neoplasia • Monocitose = síndrome mielodisplásica • Linfopenia = infecção viral • Neutrófilos hipersegmentados = anemia megaloblástica por deficiência de B12 PLAQUETOGRAMA • São fragmentos do megacariócito • Valor de referência: 150.000 a 450.000 • Trombocitopenia = anemia aplásica, deficiência de B12, hiperesplenismo • Trombocitose = deficiência de ferro, anemia de doença crônica, neoplasia e sepse ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO • Analisa a forma, cor, número e inclusões citoplasmáticas • Qualquer alteração de forma = poiquilocitose • Hemácia em alvo = comum na talassemia, pode estar presente na anemia ferropriva • Drepanócitos = hemácias em foice – anemia falciforme • Esquizócitos = hemácias que não tem forma esférico. Presente na purpura trombocitopênica trombótica • Dacriócitos = hemácias em lágrimas – presente na mielofibrose • Corpúsculo de Howell-Jolly = são hemácias muito velhas que não foram removidas da circulação. Apresentam pontos azuis • Hemácia em Rouleaux: alteração da disposição da hemácia. Hemácias ficam empilhadas, ocorre quando há aumento de paraproteínas. Ocorre no mieloma múltiplo ou em outras hemopatias clonais. Há aumento de imunoglobulina e faz com que as hemácias fiquem grudadas TIPOS DE ANEMIA • Anemia ferropriva • Anemia de doença crônica • Anemia megaloblástica • Anemia hemolítica ANEMIA FERROPRIVA • Forma mais comum • Causas: sangramento TGI e outras causas, má absorção, aumento da demanda de ferro (gestação, crianças) • Principal diagnóstico diferencial: talassemia e anemia de doença crônica • ANEMIA MICROCÍTICA E HIPOCRÔMICA METABOLISMO DO FERO • Principal fonte são os alimentos: proteínas (ferro heme) e ferro inorgânico • É absorvido pelo intestino: no duodeno e jejuno proximal • Maior parte do ferro é excretado pelas fezes • Substância que facilitam a absorção de ferro: vitamina C, ácidos orgânicos, proteínas da carne • Substâncias que dificultam a absorção: fitatos (presente nos cereais), oxalatos (presente no cacau e outras frutas), antiácidos (pois diminui o pH do estômago e o cálcio Ferritina • Principal reserva de ferro do organismo • Presente em praticamente todo o organismo Absorção de ferro • Para absorver o ferro é necessária a ferroportina, a qual sofre ação da hepcídina que é produzida no fígado e regula o transporte de ferro para o plasma, uma vez que inibe a ferroportina. Logo, quanto maior a ação da hepcidina, menor a absorção de ferro. • A hepcidina será inibida em situações que o organismos necessita de ferro, como hipóxia, anemia etc Transporte de ferro • O ferro não pode ser transportado livremente no plasma• Precisa se ligar à transferrina • Tecido que mais recebe ferro é a MO • Na MO o ferro pode ter 2 destinos = ser utilizado para produção das células sanguíneas ou ser estocado como ferritina • Após o ciclo de vida das hemácias, quando há hemólise natural pelo baço, há reaproveitamento do ferro • Ou seja, o ferro circula por muito tempo dentro do organismo PERDA CRÔNICA DE SANGUE • Menstruação • TGI – ulcera péptica, gastrite, varizes esofágicas, gastrectomia, paciente com cirurgia bariátrica (apesar de usar ferro VO, o paciente não melhora, precisa repor ferro parenteral), doença diverticular – podem cursar com microsangramentos • Hematúria, hemossiderose, hemoglobinúria MO necessita de ferro para produção celular CAUSAS DE ANEMIA FERROPRIVA • Ingesta menor que a demanda • Gravidez • Tratamento com EPO • Má absorção: enteropatia induzida por glúten, cirurgia bariátrica • Sangramento: principal etiologia. Especialmente no TGI e uterino pelo alto fluxo menstrual QUADRO CLÍNCO • Há consumo do estoque de ferro do organismo • Sinais de anemia: fadiga, palidez, dispneia aos esforços • Glossite indolor • Estomatite angular • Unhas frágeis e quebradiças – coiliníquia • Queda de cabelo • Perversão do apetite – paciente come erva, gelo, terra INVESTIGAR • Perda de sangue: sintomas de TGI - dor abdominal, mudança de habito intestinal, perda de peso, disfagia • Uso de medicamentos • História familiar de malignidade (associação com CA de cólon) e de doença celíaca ACHADOS • Eritrócitos HIPOCRÔMICOS E MICROCÍTICOS • Pode apresentar hemácias em alvo • Aumento do índice de RDW • Hematócrito baixo • VCM baixo • Reticulocitopenia • Pode ter trombocitose reacional – uma das causas de aumento de plaquetas é deficiência de ferro Laboratório do ferro na anemia ferropriva • Ferritina = primeiro marcador a alterar e é o melhor indicador laboratorial do estoque de ferro • Ferritina diminuída – menor que 30 = ferropenia • Todavia, ferritina é um marcador de fase aguda, ou seja, pode estar aumentada em alguma inflamação • Ferro sérico baixo • Saturação de transferrina baixa • Capacidade total de ligação do ferro está aumentada • Capacidade ferropéxica total aumento e saturação fica abaixo de 20% Ferritina entre 30 a 100 – falso positivo = devido ao marcador de inflamação *Se ferritina maior que 200 – dificilmente será ferropênico Não utiliza ferro sérico para avaliar estoque de ferro TRATAMENTO • Anemia deve sempre ser investigada pois geralmente é um sinal de outra doença • Objetivo: melhorar a anemia e repor estoque de ferro • 150 a 200 mg de ferro elementar ao dia por VO → administrar com o estômago vazio e junto com substância ácida (suco de laranja) → efeitos colaterais: náuseas, dor abdominal, constipação/diarreia, gosto amargo na boca e fezes escurecidas • Incialmente ferro melhora anemia (30 a 60 dias), após necessita complementar/repor estoques de ferro (4 a 6 meses) • Ferro parenteral: indicado para paciente que não tolera ferro VO, possui má absorção, tem histórico de cirurgia bariátrica. Utiliza-se: Noripurun ou Ferinject ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA • Síndrome clínica caracterizada por anemia em paciente com doença crônica, inflamatória ou neoplásica • Não consegue utilizar o ferro, pois fica retido no sistema reticuloendotelial pelos macrófagos • HIV, Chron, doenças reumatológicas, doenças neoplásicas Hepcidina • É um hormônio sintetizado pelo fígado, o qual tem papel central na regulação do metabolismo do ferro – diminuindo a sua absorção • Esse hormônio tem sua produção estimulada por: ferro, citocinas inflamatórias, interleucinas • Além disso, a hepcidina consegue inibir a liberação de ferro dos estoques do organismo • Também, como é associada a citocinas inflamatórias, ela reduz a vida média dos eritrócitos, reduz a produção renal de eritropoetina e diminui a resposta ao estímulo da EPO Etiologia • Diminuição da sobrevida das hemácias, resposta medular inadequada e distúrbios de metabolismo No paciente com ADC pode ocorrer: • A eritropoese encontra-se normal ou levemente aumentada • Contagem de reticulócitos normal ou pouco aumentada • Secreção baixa de EPO • Citocinas inflamatórias inibem a síntese das hemácias QUADRO CLÍNICO • Sintomas leves • Relacionados a doença de base • Anemia de instalação lenta • Diagnóstico difícil: paciente pode também ter deficiência nutricional e sangramentos crônicos DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL • Correlação positiva entre anemia e doença crônica • Geralmente, ADC cursa com anemia normocítica e normocrômica • Reticulócitos diminuídos • Marcadores inflamatórios estarão elevados: VHS, PCR, fibrinogênio Laboratório do ferro • Ferro sérico baixo • Capacidade total de ligação do ferro/TIBC baixa • Saturação de transferrina normal ou levemente diminuída • Ferritina normal ou elevada. Pois, o estoque de ferro na ADC é normal, o problema é que o organismo não consegue mobilizar e utilizar esse ferro, bem como pode estar elevada por ser uma proteína de fase aguda da inflamação • Em alguns casos é necessário avaliar o ferro na MO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Deficiência de ferro, deficiente de folato e ou vit B12, hemólise, diminuição de EPO por IRC • Se ferritina serica inferior a 12 = confirma deficiência de ferro • Valores acima de 200 excluem o diagnóstico TRATAMENTO • Tratar a doença de base, a fim de diminuir a atividade inflamatório, para que diminua hepcidina e assim o ferro seja liberado e utilizado normalmente • Não responde à reposição de ferro • Em alguns casos pode utilizar EPO Anemia da IRC • Rim produz EPO • No doente renal crônico, há diminuição da produção da EPO, que causa diminuição da eritropoese → leva a menos oxigenação dos tecidos e, consequentemente, leva a piora da DRC • Tratamento: reposição de EPO - dose SC 3x na semana Anemia da hepatopatia • Anemia macrocítica • Hemácias em alvo • Pacientes com mais propensão de sangramentos – por varizes e deficiência de vitamina K (fatores de coagulação vit K dependente: II, VII, IX e X) • Também podem apresentar deficiência de ferro e folato por dieta inadequada, bem como o álcool possui efeito tóxico na hematopoese • Podem apresentar esplenomegalia congestiva e aumento das células do sangue ANEMIA MEGALOBLÁSTICA • Deficiência de vitamina B12 e ácido fólico – pode ser causado por falta de ingesta nutricional (veganos), má absorção (causas gástricas, anemia perniciosa, falta congênita do fator intrínseco que auxilia na absorção) • Doença de intestino delgado • Doença celíaca • Doença de Chron Metabolismo da vitamina B12 • Vitamina B12 (cobalamina) é obtido a partir de alimentos de origem animal • Após a digestão das proteínas, há produção pelas células parietais do fator intrínseco, o qual é fundamental para a absorção da vitamina B12 e protege contra a degradação da vitamina • Após a absorção da B12 ocorre destruição do fator intrínseco • No plasma a vitamina B12 se liga a proteínas que permitem o transporte dela no plasma • O estoque de vitamina B12 ocorre primordialmente no fígado Metabolismo dos folatos • São derivados do ácido fólico, encontrado nos vegetais verdes, fígado e frutas • Absorvido no duodeno e jejuno proximal ANEMIA PERNICIOSA • Anemia macrocítica • Acomete mais mulheres, especialmente na 7º década de vida • Associada a outras doenças autoimunes • É a principal causa de deficiência de B12 • Caracterizada por uma agressão autoimune à mucosa gástrica • A maioria dos pacientes apresentam anticorpos contra as células parietais, ocorrendo diminuição da produção do fator intrínseco • Não há secreção do fator intrínseco, não havendo absorção da vitamina B12 • Alguns pacientes apresentes anticorpos que inibem aligação do fator intrínseca à vitamina B12 • A minoria dos pacientes apresenta anticorpos contra a ligação do fator intrínseco ao seu receptor no íleo • Se realizar anatomopatológico da mucosa: infiltrado linfoplasmocitário e metaplasia intestinal • Além disso, podem apresentar acloridia, diminuição ou ausência da secreção do fator intrínseco, bem como 2 a 3% dos pacientes evoluem para carcinoma de estômago • H. pylori pode causar em jovens deficiência de ferro e em idosos pode cursar com deficiência de Vitamina B12 por diminuição do fator intrínseco • Necessário dosar anticorpos • Condições associadas: tireotoxicose, vitiligo, doença de Addison, doença de Hashimoto OUTRAS ETIOLOGIAS DA DEFICIÊNCIA DE B12 • Veganos • Ausência ou anormalidades congênitas do fator intrínseco: primeira manifestação aos 2 anos de idade, pois é quando há o fim do estoque adquirido intra-útero • Mutações dos receptores do complexo FI + B12 e cubilina QUADROS COM QUEDA DE B12 SEM ANEMIA NECESSARIAMENTE • Idosos com gastrite atrófica • Uso prolongado de inibidores de bomba • Uso de metformina DEFICIÊNCIA DE FOLATO • Processo de má absorção, gestação, alcoolismo • Causas: dieta com baixa ingesta, aumento do consumo corporal (gravidez, lactação e prematuridade), situações com grande turn-over celular (doenças oncológicas, anemias hemolíticas, doenças inflamatórias crônicas) • Alguns medicamentos podem causar: asnticonvulsivantes, sulfassalazina MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Anemia de instalação insidiosa: pois existem estoques no organismo e por isso a anemia demora a se instalar • Neuropatia progressiva – em quadros de deficiência severa de B12 ocorre degeneração subaguda combinada da medula espinal - há formigamento, parestesia e ataxia • Também pode apresentar sintomas psiquiátricos • Sintomas de anemia (fraqueza, palidez, quelite angular etc) • Glossite – língua vermelha e lisa – queixa de queimação • Icterícia (aumento bilirrubina indireta por hemólise) • Perda ponderal • Quando há deficiência de B12 ou folato em gestantes pode ocorrer defeitos de tubo neural nos fetos: anencefalia, espinha bífida e encefalocele ACHADOS LABORATORIAIS • Anemia macrocítica – VCM elevado • Reticulócito baixo – pois não tem vitamina para produção • Neutrófilos hiperssegmentados • Células muito grandes e com forma anormal devido à falta de vitamina B12 – causa hemólise e aumento da bilirrubina indireta. A lise ocorre dentro da MO • LDH aumentado devido à lise celular • Deficiência de vitamina B12 dificulta a produção de plaquetas = paciente pode cursar com plaquetopenia • Pode haver leucopenia também • Ou seja, paciente pode apresentar pancitopenia • Achados de mielograma: medula hipercelular, com falha de maturação dos eritoblastos • Vitamina B12 ou folato baixos INVESTIGAR • Alimentação do paciente • EDA • Gastrina sérica • Dosar anticorpo anti-transglutaminase e anti-endomísio TRATAMENTO • Maioria dos casos é totalmente reversível com reposição de B12/folato • Vitamina B12 IM, atualmente existe sublingual – geralmente contínuo • Uso profilático de Vitamina B12: gastrectomia total, ressecção de íleo, paciente com cirurgia bariátrica (monitorar ferritina) • Acido fólico com reposição VO. Reposição na gravidez, prematuridade etc. • No Brasil, a farinha é enriquecida com acido fólico para aumentas os níveis em mulheres em idade fértil e assim evitar defeitos de doenças do tubo neural OUTRAS CAUSAS DE MACROCITOSE ALÉM DE ANEMIA MEGALOBLÁSTICA • Etilismo • Hepatopaita • Hipotireoidismo • Síndromes mielodisplásicas • Anemia aplástica • Gravidez • Tabagismo • Reticulocitose • Mieloma • Neonatal ANEMIA HEMOLÍTICA • Resultante do aumento do ritmo de destruição dos eritrócitos • Degradação excessiva de hemoglobina leva ao aumento da excreção biliar dos pigmentos e também à presença de urobilinogênio fecal Podem ser hereditárias ou adquiridas Causas hereditárias • Problemas na membrana → esferocitose hereditária • Problema no metabolismo – deficiência de piruvatoquinase • Alteração da síntese da hemoglobina: Hb S e C, Hb instável Causas adquiridas • Imunológica: autoimune • Por infecções: malária • Associada a fármacos Manifestações clínicas • Palidez • Icterícia • Esplenomegalia • Urina mais escura por excesso de urobilinogênio • Litíase biliar • VCM e HCM geralmente aumentados • Reticulócitos geralmente aumentados • LDH aumentado • Haptoglobina reduzida ou ausente Realiza contagem de reticulócitos se tiver alto, dosa bilirrubina. • Se bilirrubina alta = hemólise • Se bilirrubina normal = hemorragia Teste de Coombs • Indica se há anticorpo ligado à superfície da hemácia • Se positivo = anemia hemolítica autoimune • Se negativo = outras causas de anemia hemolítica Achados laboratoriais • Aumento de bilirrubina sérica não conjugada • Aumento de urobilinogênio urinário • Reticulócitos • LDH • Haptoglobina – diminuição LER no Harrison sobre anemia hemolítica → saber as causas Literatura: Harrison ou Cecil Anemias hemolíticas autoimunes • Mecanismo de destruição: fixação de imunoglobulinas ou complemento na superfície da membrana das hemácias ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE MEDIADA POR IGM • Reage a temperatura ambiente • Anticorpos a frio • Acomete extremidades e partes mais frias do organismo • Frio: causa uma mudança de conformidade estrutural dos sítios antigênicos das hemácias • Tronam-se reativos a IGM • Ocorre aglutinação das hemácias nas extremidades • QD: quadro de hemólise intravascular. Aparência cianótica de nariz, orelhas e dedos, palidez, fadiga, ICC e esplenomegalia • É necessária investigar nesses pacientes: Mycopplasma pneumoniae, mononucleose, HIV, hepatite, doença linfoproliferativa • Achados laboratoriais: anemia, autoaglutinação espontânea, reticulocitose • TRATAMENTO: transfusão de concentrado de hemocomponentes aquecidos, aquecimento das extremidades do paciente, plasmaférese, corticoide (pouca melhora) . ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE MEDIADA POR IGG • Reage a temperatura corpórea • Anticorpos a quente • Maioria dos casos • Pode ser primária ou secundária • Destruição mediada por monócitos e macrófagos no baço, principalmente • A hemácia é sensibilidade e sofre uma fagocitose parcial, assim ela retorna à circulação com perda da forma e menor volume – fica em forma discoide → esferócito • Assim, no exame de sangue, encontrar-se-á esferocitose • QD: palidez, icterícia e esplenomegalia • Exame laboratorial: queda da hemoglobina, esferocitose, reticulocitose (pois MO tenta compensar a hemólise) e hiperplasia eritroblástica da MO. Também as provas de hemólise vão estar aumentadas: bilirrubina indireta, LDH, queda da haptoglobina e teste de coombs direto positivo • Tratamento: transfusão de concentrado de hemácias em algumas situações e com alguns critérios específicos; corticoide • Se é um caso de hemólise fulminante pode-se utilizar metilprednisona EV • Refratários ao tratamento: esplenectomia ou biológicos DOENÇA DA AGLUTININA A FRIO • Rara • Maiores de 60 anos • Quadro acentuado de acrocianose • Associado a doença linfoproliferativa • Tratamento: proteção ao frio, uso de agentes alquilantes e controle da doença linfoproliferativa AHAI por anticorpos a frio após infecção • Rara • Adultos e crianças • Mycoplasma pneumoniae • Condição transitória e benigna • Tratamento: suporte ANEMIA HEMOLÍTICA INDUZIDA POR DROGAS • Penicilina: droga liga-se a proteínas de membrana eritrocitária e ocorre a formação de anticorpos contra a droga ligada a hemácia → leva à hemólise extravascular • Adsroção de imunocomplementos: anticorpos reagem com a droga e formam imunocomplexos • Indução de autoimunidade Quando anemia hemolítica autoimune → tratamento com corticoide
Compartilhar