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COMPETÊNCIAS-E-PROFISSIONALISMO-NO-AMBIENTE-INFANTIL

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 
2 COMPETÊNCIAS NA EDUCAÇÃO ................................................................. 4 
2.1 Currículo por competências: possibilidades pedagógicas .......................... 6 
2.2 Limitações na organização curricular por competências ............................ 9 
3 ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................. 11 
3.1 Código de ética do profissional pedagogo ............................................... 11 
3.2 A ética profissional e o ambiente de trabalho do pedagogo ..................... 18 
3.3 Código de ética e atuação profissional..................................................... 21 
4 O LEGADO HISTÓRICO SOBRE O CUIDAR E O EDUCAR NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL .............................................................................................................. 24 
4.1 O cuidar e o educar: aspectos indissociáveis na educação infantil .......... 27 
4.1.1 O educar ............................................................................................ 28 
4.1.2 O cuidar ............................................................................................. 29 
4.1.3 O papel do professor ......................................................................... 30 
4.1.4 O perfil do professor da educação infantil ......................................... 31 
4.1.5 Atuação docente ................................................................................ 32 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 COMPETÊNCIAS NA EDUCAÇÃO 
Segundo Perrenoud (2013), competência é a faculdade de mobilizar um 
conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações) a fim de 
encontrar soluções com eficácia para situações da vida diária, como, por exemplo, 
saber se orientar em uma cidade desconhecida, mobilizando a capacidade de ler 
um mapa, pedir informações ou conselhos, além de ter noção de escala, elementos 
de topografia e referências geográficas. 
As competências estão ligadas a contextos profissionais, culturais e sociais 
e podem envolver outras situações e espaços, pois os seres humanos vivem 
situações diferentes, desenvolvendo suas competências na adaptação às suas 
realidades — algumas das competências se desenvolvem, em grande parte, na 
escola. 
 
 
Fonte: https://educacaoinfantil.aix.com.br/ 
 
 
 
 
5 
 
A escola se preocupa em formar competências geralmente priorizando os 
recursos, os objetos, que envolvem certas competências, em vez de contextualizá-
las com situações complexas. Esse fenômeno da escolaridade começa no ensino 
básico, quando se aprende a ler, escrever, contar, raciocinar, explicar, resumir, 
observar e muitas outras capacidades gerais; então, passam por assimilação dos 
conhecimentos disciplinares, como matemática, ciências, geografia e outros; no 
entanto, a escola não se preocupa em ligar, aproximar esses recursos das situações 
da vida (PERRENOUD, 2013). 
Quando se questiona a escola em relação a pôr que se ensina determinado 
conteúdo, a justificativa sempre se baseia nas regras, que determinam uma 
sequência a ser seguida, como, por exemplo, quando se aprende gramática a fim 
de redigir um texto. 
No modelo atual de escola, o aluno é preparado para atingir o ensino 
superior, sendo treinado em testes e exames nacionais e desenvolvendo, assim, 
competências ligadas a habilidades específicas de saberes que são trabalhados de 
forma disciplinar na teoria, muitas vezes não relacionados ao contexto real da vida. 
Para que esse modelo seja superado, é necessário que a escola signifique o 
aprendizado, fornecendo as bases com múltiplos conhecimentos que possam ser 
utilizados pelo aluno na sua vida cotidiana e não fiquem relegados apenas à 
apresentação de conteúdos que sejam aprofundados posteriormente, nas 
universidades (PERRENOUD, 2013) 
Segundo Perrenoud (2013), as questões que envolvam os princípios de 
cidadania e democracia, sustentabilidade, convivência e diversidade cultural 
implicam no desenvolvimento de novas competências, e o currículo educacional 
deve ser um instrumento que a designe, mobilizando, para isso, múltiplos recursos 
cognitivos no enfretamento e na solução dessas problemáticas. 
Perrenoud (2000) define as seguintes oito categorias de competências 
fundamentais para a autonomia das pessoas: 
 
 
 
 
 
6 
 
• saber identificar, avaliar e valorizar suas possibilidades, seus direitos, 
seus limites e suas necessidades; 
• saber formar e conduzir projetos e desenvolver estratégias, 
individualmente ou em grupo; 
• saber analisar situações, relações e campos de força de forma 
sistêmica; 
• saber cooperar, agir em sinergia, participar de uma atividade coletiva 
e partilhar liderança; 
• saber construir e estimular organizações e sistemas de ação coletiva 
do tipo democrático; 
• saber gerenciar e superar conflitos; 
• saber conviver com regras, servir-se delas e elaborá-las; 
• saber construir normas negociadas de convivência que superem 
diferenças culturais. 
Em cada grupo dessas grandes categorias, é necessário especificar grupos 
de situações que exemplifiquem a prática dessas competências, como, por 
exemplo, saber desenvolver estratégias para manter o emprego em situações de 
reorganização de uma empresa. 
2.1 Currículo por competências: possibilidades pedagógicas 
O objetivo prioritário da atividade escolar não deve ser como sempre foi, isto 
é, baseado em acumulação de dados ou informações pelo estudante na sua 
memória a curto prazo, para, então, reproduzi-los de forma fiel em uma prova. Pelo 
contrário, deve possibilitar a construção de ideias, modelos mentais e teorias 
comparadas que permitam ao aluno buscar, selecionar e utilizar o volume 
inesgotável de dados acumulados nas redes de informação para interpretar e 
intervir da melhor maneira possível na realidade (SACRISTÁN et al., 2011). 
 
 
 
 
7 
 
 
Fonte: sejatrainee.com.br/ 
Veja, a seguir, alguns princípios e dicas que podem nortear as práticas 
pedagógicas para o desenvolvimento do currículo com base em competências 
(SACRISTÁN et al., 2011). 
• Levar em conta a vida cotidiana, as informações e os recursos do meio 
ambiente para relacionar a experiência do sujeito com as aprendizagens escolares 
sem cair em localismos limitadores ou ficar dependente do livro didático. Além disso, 
estimular as várias formas de expressão nas atividades e nos trabalhos dos alunos, 
de modo que o principal foco deve ser ensinar a aprender e querer aprender. 
• Organizar globalmente os conteúdos em unidadescomplexas e que 
exijam a coordenação de professores — e inclusive à docência colaborativa. Nesse 
sentido, também utilizar conexões interdisciplinares de conteúdos junto a atividades 
e meios em unidades temáticas com complexidade e tempo de desenvolvimento e 
ter plena consciência de que as escolas não são o único local para contato com a 
cultura ou informação úteis na composição do currículo. 
• Explorar todos os tipos de aprendizagens possíveis em cada unidade 
— conhecimentos, habilidades, hábitos, aquisição de atitudes e valores —, propiciar 
o diálogo com diferentes opiniões e estimular virtudes como tolerância e 
cooperação, construindo um ambiente educacional motivador, que permita a 
 
 
 
8 
 
autonomia do aluno e o respeito ao ritmo de desenvolvimento individual dos 
mesmos. 
 
 
Fonte: ibedf.com.br/ 
Segundo Sacristán et al. (2011), por meio desses princípios, podem ser 
desenvolvidas infinitas possibilidades pedagógicas de encontrar temas que 
busquem o desenvolvimento de competências. 
Madelaine Walker (2007 apud SACRISTÁN et al., 2011) também define 
algumas prioridades educacionais e destaca, como você confere a seguir, 
qualidades humanas fundamentais como objetivos últimos da prática educacional. 
• Raciocínio prático: ser capaz de fazer e de tomar decisões reflexivas, 
bem pensadas, informadas, independentes, intelectualmente rigorosas e 
socialmente responsáveis. 
• Implicação educacional: ser capaz de levar a vida do estudo, do 
trabalho e das relações sociais com perseverança, resistindo a frustrações e 
aproveitando as oportunidades, tendo esperança de um futuro melhor. 
• Conhecimento e imaginação: ser capaz de construir conhecimento 
acadêmico e profissional, desenvolver procedimentos de busca rigorosa, análise, 
comparação e síntese e, ao mesmo tempo, usar a imaginação e o conhecimento 
para compreender as diferentes posições e opiniões, debatendo princípios 
 
 
 
9 
 
complexos, adquirindo conhecimento por prazer e para entender e agir de maneira 
justa e adequada. 
• Disposição em direção à aprendizagem: ter curiosidade, desejo de 
aprender e confiança na própria capacidade de aprender, tornando-se um 
pesquisador ativo, sendo, para isso, capaz de participar de grupos sociais, 
resolvendo problemas de forma conjunta, respeitando a si mesmo e aos outros. 
• Respeito, dignidade e reconhecimento: ser tratado e tratar com 
dignidade, valorizar outras línguas, outros costumes, outras religiões e outras 
filosofias de vida, demonstrando compaixão, empatia, justiça e generosidade, 
desenvolvendo competência na comunicação intercultural. 
• Integridade emocional: não estar submetido à ansiedade e ao medo, 
que impedem a aprendizagem, ser capaz de desenvolver maturidade emocional 
para a compreensão do outro e de si mesmo na complexidade e na incerteza. Além 
disso, ter segurança e liberdade física e de movimentos. 
Assim, no contexto do uso das competências no desenvolvimento do 
currículo, dentro das dimensões práticas do ensinar e aprender, deve-se estimular 
nos alunos o princípio do “aprender fazendo” (learning by doing), transformando a 
aprendizagem em um processo ativo de indagação, pesquisa e intervenção na 
prática. 
A aprendizagem, para ser significativa, deve ser estabelecida nas práticas da 
vida real, em que os conceitos, ideias e princípios se tornam funcionais e são, 
consequentemente, recursos estimáveis para o aluno. Ainda é necessário propor 
atividades e recursos que estimulem a metacognição como um meio para 
desenvolver a capacidade de autonomia e autorregulação da aprendizagem, isto é, 
aprender como aprende, conhecendo as próprias fraquezas em cada âmbito do 
saber e do fazer (SACRISTÁN et al., 2011). 
2.2 Limitações na organização curricular por competências 
O uso das aprendizagens baseadas em competências pode ser abrangente, 
promovendo uma abordagem interdisciplinar, mas, dependendo da maneira como 
 
 
 
10 
 
elas são interpretadas didática e pedagogicamente, podem tornar-se apenas uma 
nova forma de enunciar os objetivos que se pretende ensinar nas disciplinas. 
As críticas que foram feitas à proposta da formação baseada em 
competências se ligam ao fato de que a sociedade evolui permanentemente, e as 
competências de hoje são provisórias e mutantes. Além disso, os profissionais, em 
certos momentos, têm que resistir a certas mudanças, mas, ao mesmo tempo, 
participar dela de forma ativa, a fim de manter a subsistência de sua área 
profissional com novos modos de ação (SACRISTÁN et al., 2011). Quando as 
competências são consideradas como comportamentos e capacidades para agir de 
maneiras desejadas e definida por outros, acontece a redução da autenticidade e 
da indeterminação da ação humana. 
 
 
Fonte: escolasexponenciais.com.br/ 
As competências se identificam por si mesmas independentemente do 
processo de aprendizagem ou dos conteúdos que o condicionam, pois, no contexto 
exterior e real, esse conteúdo situado é parte da competência, e não algo separado 
dela (SACRISTÁN et al., 2011). 
 
 
 
11 
 
Segundo Sacristán et al. (2011), outro ponto muito relevante quando se fala 
nas limitações encontradas na organização curricular por competências se refere à 
abordagem das competências principais a partir da perspectiva das disciplinas 
acadêmicas e da abordagem com enfoque multidisciplinar, pois ambas têm 
dificuldade de levar a uma base de trabalho amplo e conceitual — é ingênuo pensar 
que esses duas propostas unidas levem a uma formação coerente, já que também 
é preciso manter um diálogo entre prática, conhecimento e decisões políticas 
curriculares de forma permanente. 
Os países em que a implantação das competências alcançou maior 
desenvolvimento e eficácia acabaram gerando complicados sistemas orientados a 
normatização e certificação, bem como a formação; por isso, deve-se considerar 
que a normalização deve ter como propósito formular normas de competência, 
acordadas entre sindicatos, empresários e outros atores vinculados a um 
determinado setor produtivo e cuja utilização posterior seja voluntária, não podendo 
ser um procedimento elitista, corporativo ou de decisões aristocrática — essas 
normas precisam ser permanentemente atualizadas e constituir referência básica 
dos sistemas de competências (SACRISTÁN et al., 2011). 
3 ÉTICA PROFISSIONAL 
3.1 Código de ética do profissional pedagogo 
O Código de Ética é um instrumento que se apresenta na forma de um 
documento que pretende expor os princípios e a missão, bem como os valores de 
uma determinada profissão, constituindo, dessa maneira, uma ferramenta 
norteadora para a funcionalidade de todo e qualquer profissional. Como a profissão 
do pedagogo pode promover a sustentação para o caminho que os sujeitos 
percorrem na ampliação de seus saberes e o desenvolvimento de seu 
amadurecimento nas mais variadas instâncias, torna-se de extrema importância e 
necessidade a efetivação de um Código de Ética na vida funcional de um 
profissional de Pedagogia. 
 
 
 
12 
 
 
 
Fonte: sebraeinteligenciasetorial.com.br/ 
O profissional pedagogo ainda não tem um Código de Ética organizado por 
conselhos federais ou regionais de Pedagogia. A profissão de pedagogo foi 
regulamentada no final do ano de 2017, com a aprovação do Projeto de Lei nº 
6.847/17, pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. 
No entanto, existe um Código de Ética organizado por estudantes e 
pedagogos da Associação Universitária de Pedagogia do Brasil (AUNIPEDAG.BR), 
o qual propõe algumas diretrizes para a profissão do pedagogo e foi criado a partir 
de documentos legais, como a Constituição Federal do Brasil (1988), a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 9.394 – LDB e Diretrizes 
Curriculares para o curso de Pedagogia (Resolução nº 1 do MEC/CNE, de 05 de 
maio de 2006), entre outras resoluções. 
A AUNIPEDAG.BR, situada no município de SãoPaulo/SP, organizou por 
iniciativa própria, em 2009, o Código de Ética do Profissional Pedagogo, no qual 
estão presentes as questões fundamentais para o exercício do profissional 
pedagogo, tais como: princípios, deveres fundamentais, impedimentos, direitos, 
sigilo profissional, trabalho científico, divulgação, relações profissionais, medidas 
disciplinares e disposições gerais (ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015). 
 
 
 
13 
 
Composto por 22 artigos, o Código de Ética Profissional do pedagogo, da 
AUNIPEDAG.BR, reúne fundamentos que orientam as condutas do pedagogo, 
valorizando a Pedagogia enquanto campo científico profissional. Ancorado nas 
legislações que conduzem a Pedagogia, a educação, a formação do pedagogo e 
sua prática, tais como a Constituição Federal do Brasil de 1988, a LDBEN – Lei nº 
9.394/96 e as Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia, Resolução nº 1 do 
MEC/CNE de 2006, bem como as resoluções que complementam essas legislações 
(ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015). 
O Artigo 1º se refere aos requisitos para atuar como profissional pedagogo, 
conferindo ao profissional licenciado em Pedagogia a atuação junto à docência na 
Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino 
Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional, na área de 
serviços e apoio escolar, bem como nas demais áreas em que sejam solicitados 
conhecimentos pedagógicos. O profissional pedagogo pode atuar tanto em 
contextos escolares, ou não escolares, além de também estar capacitado para atuar 
como profissional da educação na administração, no planejamento, na inspeção, na 
supervisão e na orientação educacional, conforme referenciado no Artigo 64º da 
LDB, Lei nº 9.394/96 (ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015). 
Dessa maneira, o Código de Ética, conforme organizado pela 
AUNIPEDAG.BR, indica que a prática profissional do pedagogo será conduzida: 
a) No respeito, na dignidade e na integridade do ser humano, objetivando 
o desenvolvimento harmônico do Ser e dos seus valores, munindo-se de 
técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e a qualidade 
satisfatória da educação; 
b) Na defesa da democracia, respeitando as posições filosóficas, políticas, 
religiosas e culturais, analisando crítica e historicamente a realidade em 
que atua, buscando a socialização do saber; 
c) Na promoção do bem-estar dos sujeitos e da comunidade atuando a 
favor destes com aplicação de várias áreas do conhecimento humano, 
selecionando métodos, técnicas e práticas que possibilitem a consecução 
do ato de educar; 
d) Na responsabilidade profissional por meio de um constante 
desenvolvimento pessoal, científico, técnico e ético; 
e) Na definição de suas responsabilidades, direitos e deveres de acordo 
com os princípios estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, no Estatuto da Criança, Adolescente e no Estatuto do Idoso na 
legislação educacional em vigor (ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015, 
p. 11). 
 
 
 
14 
 
Em uma atuação com coerência, dignidade, honestidade e respeito ao ser 
humano, ao sujeito que se dispõe como aprendiz e a sociedade como um todo, 
fazendo de sua prática um instrumento para a mudança e se disponibilizando como 
facilitador para as transformações que se apresentarem necessárias. 
Constituindo, assim, conforme consta no segundo capítulo, sobre os deveres 
fundamentais, em sua prática profissional, tais como: 
• respeitar a dignidade e os direitos fundamentais da pessoa humana; 
• atuar com elevado padrão de competência, senso de 
responsabilidade, zelo, discrição e honestidade; 
• manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos, 
corroborando com pesquisas que tratem o fenômeno do desenvolvimento humano; 
• colocar-se a serviço do bem comum da sociedade, sem permitir que 
prevaleça qualquer interesse particular ou de classe; 
• ter uma filosofia de vida que permita o respeito à justiça, a transmissão 
de segurança e a firmeza para todos aqueles com quem se relaciona 
profissionalmente; 
• respeitar os códigos sociais e as expectativas morais das 
comunidades com as quais realize seu trabalho; 
• assumir somente a responsabilidade de tarefas para as quais está 
capacitado, recorrendo a outros especialistas sempre que for necessário; 
• zelar para que o exercício profissional seja efetuado com a máxima 
dignidade, recusando e denunciando situações em que o indivíduo esteja correndo 
risco ou o exercício profissional esteja sendo aviltado; 
• prestar serviços profissionais, desinteressadamente, em campanhas 
educativas e situações de emergência dentro de suas possibilidades; 
• manter a atitude de colaboração e solidariedade com colegas; 
• denunciar ao Conselho Federal e/ou Regional de Pedagogia as 
instituições públicas ou privadas onde as condições de trabalho não sejam dignas 
ou depreciem, monetária e moralmente, nas diferentes mídias, a formação e a 
atuação do profissional pedagogo; 
 
 
 
 
15 
 
• dar conhecimento ao Conselho Federal e/ou Regional de Pedagogia 
as instituições públicas e particulares que tenham atos que possam prejudicar 
alunos, suas famílias, membros da comunidade ou outros profissionais; 
• lutar pela expansão da Pedagogia e defender a qualidade na sua 
profissão; 
• denunciar falhas em regulamentos, normas e programas da instituição 
em que trabalha, quando estes estiverem ferindo os princípios e as diretrizes 
curriculares do Curso de Pedagogia, bem como o Código de Ética, mobilizando, 
inclusive, o Conselho Regional caso seja necessário; 
• denunciar ao Conselho Regional os profissionais Pedagogos e/ou as 
Instituições que não atendam aos preceitos científicos da profissão e que, 
notoriamente, ferem o Código e outros parâmetros legais; 
• empregar com transparência as verbas sob a sua responsabilidade, 
de acordo com os interesses e as necessidades coletivas dos usuários 
(ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015). 
O Artigo 3° se refere aos impedimentos do pedagogo, no que compreende o 
favorecimento de qualquer forma existente, e de pessoas que exerçam ilegalmente 
a profissão de pedagogo e em desacordo com o Código de Ética, bem como: 
• usar títulos que não possua; 
• usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função para 
fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais; 
• desviar, para atendimento particular próprio, os casos da instituição 
onde trabalha; 
• usar ou permitir tráfico de influência para obtenção de emprego, 
desrespeitando concursos ou processos seletivos; 
• induzir a convicções políticas, filosóficas, morais ou religiosas no 
exercício de suas funções profissionais; 
• adulterar, interferir em resultados e fazer declarações falsas; 
• apresentar publicamente os resultados de desempenho que 
depreciem indivíduos ou grupos; 
 
 
 
16 
 
• exercer sua autoridade de maneira a limitar ou cercear o direito de 
participação do próximo; 
• decidir, livremente, sobre seus interesses, sem anuência destes. 
O pedagogo deve cumprir as normas técnicas e os princípios teóricos que 
embasam a ação do profissional pedagogo, não deixando de divulgar os 
conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos inerentes à profissão 
(ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015). 
Os direitos do pedagogo estão presentes no Artigo 4º e contemplam a 
disposição de condições de trabalho dignas, sejam em entidades públicas ou 
privadas, de forma a garantir a qualidade do exercício profissional, bem como a 
busca pela valorização profissional, como garantida pela Constituição Federal de 
1988, com planos de carreira, ingresso exclusivamente por concursos públicos de 
provas e títulos, quando a atuação se der em redes públicas e o respeito e a 
valorização a suas atividades forem desenvolvidas no âmbito da educação escolar 
e não escolar. É, ainda, direito de o pedagogo fazer cumprir a aplicação do Inciso II 
do Parágrafo Único do Artigo 22º da Lei nº 11.494/2007referente à destinação de, 
pelo menos, 60% dos recursos anuais totais aos fundos de pagamento da 
remuneração dos profissionais do magistério da Educação Básica em efetivo 
exercício na rede pública, bem como a garantia do piso salarial da categoria, 
conforme legislação em vigor (ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015). 
No Código de Ética descrito pela AUNIPEDAG.BR consta, ainda, no Artigo 
5º, o resguardo de sigilo de tudo que o pedagogo constituir de conhecimento 
decorrente de sua atividade profissional, salvo em casos que constitua perigo 
eminente. No artigo 6º, há a divulgação do resultado de investigações e 
experiências, quando isso gerar benefício no desenvolvimento educacional e no 
artigo 7º a observação, nas divulgações dos trabalhos científicos, quanto às normas 
referentes à identificação e à autorização dos envolvidos e às normas científicas 
que regulamentam a publicação em questão (ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 
2015). 
As medidas disciplinares sobre a categoria referentes à associação do 
profissional pedagogo em associações profissionais e cientificas, bem como a sua 
 
 
 
17 
 
postura crítica e protetiva sobre a Pedagogia na promoção de sua qualidade 
profissional, estão presentes no Artigo 8º. Contudo, o Código também prevê 
medidas disciplinares, mas dessa vez sobre infrações e sanções disciplinares 
relacionadas à postura profissional do pedagogo em sua diversidade de contextos, 
como conta no Artigo 9º (ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015). 
Medidas referentes a transgressões, sanções, advertências, multas, 
suspensões, exclusões e outras penalidades a respeito do mau uso da titulação de 
pedagogo e da má conduta profissional estão presentes nos Artigos 10º ao 18º, nos 
quais estão referidas, também, quais medidas serão fiscalizadas e regulamentadas 
conforme inferência dos conselhos regionais, da mesma maneira que toda e 
qualquer alteração nesse Código pode ser realizada pelos Conselhos Regionais de 
Pedagogia, por iniciativa própria ou da categoria, como está presente no Artigo 19º. 
Do Artigo 20º ao 22º estão previstas as disposições gerais referentes à sua 
disponibilidade para entrar em vigor a partir de 28 de março do ano de 2009, bem 
como a sua divulgação e o cumprimento como obrigação das entidades de classe 
(ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015). 
A criação de um Código de Ética que proporciona o norteamento de direitos 
e deveres para os pedagogos vai além da criação de órgãos representativos, pois 
se busca permear a profissão de pedagogo, a fim de constituir limites nesse 
exercício (ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA..., 2015), disponibilizando, dessa forma, 
um olhar para a expansão do campo de atuação do pedagogo. 
 
Fique atento: 
A Constituição Federal de 1988 prevê, em seu Artigo 206º, as bases para o 
ensino nos seguintes princípios: 
I. Igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola; 
II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a 
arte e o saber; 
III. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino; 
IV. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
 
 
 
18 
 
V. Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na 
forma da lei, por planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso 
público de provas e títulos, aos das redes públicas; 
VI. Gestão democrática do ensino público na forma da lei; 
VII. Garantia de padrão de qualidade; 
VIII. Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação 
escolar pública nos termos de lei federal. 
Parágrafo único: A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores 
considerados profissionais da Educação Básica e sobre a fixação de prazo para a 
elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 1988). 
Constituindo, assim, as bases fundamentais para o ensino e para a formação 
e a construção de um Código de Ética para o profissional pedagogo. 
3.2 A ética profissional e o ambiente de trabalho do pedagogo 
Para compreendermos a dimensão da ética profissional no ambiente de 
trabalho do pedagogo, é necessário entendermos o conceito de ética relacionada 
ao âmbito profissional. A ética profissional diz respeito a um conjunto de normas 
morais utilizadas pelos sujeitos com objetivo de orientar suas condutas 
profissionais. Sendo a ética norteadora para todos os sujeitos em todas as 
instâncias, como individuais, sociais, profissionais, entre outros, a ética profissional 
medeia princípios e valores próprios do sujeito para a sua atuação em atividades 
relacionadas ao trabalho (CHAUÍ, 1995). 
Souza (2009) referência sobre um ramo da ética chamado de Deontologia, 
um termo criado em 1834, por Jeremy Bentham, o qual se propõe ao estudo dos 
fundamentos do dever e das normas morais. Sendo compreendida como a ciência 
dos deveres, em especial dos deveres profissionais, constituindo assim um conjunto 
de normativas para as condutas profissionais, categorizando um Código de Ética 
Profissional, no qual são explicitados os direitos, os deveres e as responsabilidades 
de membros de uma determinada categoria profissional. 
 
 
 
19 
 
Quadro 1. Conceitos de ética, deontologia e códigos deontológicos. 
 
Ética versus Deontologia versus Códigos Deontológicos 
Do grego ethiké, ou do 
latim ethica (ciência 
relativa aos costumes), a 
ética é o domínio da 
Filosofia que tem por 
objetivo o juízo de 
apreciação que distingue 
o bem e o mal e os 
comportamentos correto 
e incorreto. 
Os princípios éticos se 
constituem enquanto 
diretrizes, pelas quais o 
homem rege o seu 
comportamento, tendo 
em vista uma Filosofia 
moral dignificante 
(CHAUÍ, 1995). 
O termo Deontologia 
surgiu das palavras gregas 
déon (déontos, que 
significa dever) e lógos, 
que se traduz por discurso 
ou tratado. 
Ou seja, a deontologia é 
um tratado do dever ou o 
conjunto de deveres, 
princípios e normas 
adotadas por um 
determinado grupo 
profissional. A deontologia 
é uma disciplina da ética 
adaptada ao exercício de 
uma profissão (CHAUÍ, 
1995). 
Há inúmeros códigos de 
deontologia, sendo essa 
codificação a da 
responsabilidade de 
associações ou ordens 
profissionais. Os códigos 
deontológicos têm por 
base as grandes 
declarações universais e 
se esforçam para traduzir o 
sentimento ético expresso 
nestas, adaptando-os, no 
entanto, às 
particularidades de cada 
país e de cada grupo 
profissional (CHAUÍ, 
1995). 
 
A pedagogia como campo de conhecimento que investiga a natureza e as 
finalidades da educação na sociedade, resguardando suas especificidades e ainda 
refletindo sobre os meios apropriados de formação e desenvolvimento dos sujeitos, 
pode ser concebida como a ciência da prática que tende a clarificar objetivos e 
modos de intervir, metodológica e organizativamente, nos âmbitos da atividade 
educativa implicados na transição e na assimilação ativa de saberes e modos de 
ação, tendo, ainda, acentuada relevância nos processos de formação dos cidadãos, 
pois dispõe da educação como seu objeto de estudo (LIBÂNEO, 2001). 
Assim sendo, a educação, enquanto objeto de estudo da Pedagogia, articula 
 
 
 
20 
 
a teoria com a prática no ambiente de trabalho do pedagogo, tanto em ambiente 
escolar ou não escolar, estabelecendo um processo por meio do qual exista o 
planejamento dado a partir de uma análise teórica, mas que produza o 
desenvolvimento de ações concretas e efetivas, sendo essas ações responsáveis 
tanto pela oferta de ampliação dos conhecimentos, quanto pela oferta de inserção 
dos sujeitos no contexto de sua realidade sociocultural (VEIGA et al., 1997). 
Compreendendo que a educação é o objeto de estudo do pedagogo, o qual 
tem como objeto de trabalho os processos de ensino-aprendizagem, podemos 
contemplar o ambiente de trabalho do pedagogo comomultifacetado, podendo 
variar, dentro do ambiente escolar, como professor, gestor educacional, 
coordenador, supervisor, orientador, inspetor, entre outros, da mesma maneira que 
expandindo sua variabilidade de atuação em ambientes não escolares, como em 
empresas, hospitais ou na área social no atendimento às comunidades. A 
complexidade e a variabilidade do ambiente de trabalho do pedagogo acompanham 
seu compromisso ético profissional, anexando composições flexíveis e adaptativas 
à atuação profissional do pedagogo, ou seja, as diretrizes éticas do pedagogo 
acompanham e se alinham à realidade do seu ambiente de trabalho (RAMAL, 2002). 
A atuação dos pedagogos possibilita uma vinculação mais iminente da 
Pedagogia com a ética, pois carrega consigo uma intencionalidade voltada para as 
finalidades condutivas, formativas, implicadas e com comprometimento. O ambiente 
de trabalho do pedagogo, independente do contexto, se escolar ou não escolar, 
resguarda uma atuação como, primordialmente, educacional. Nesse sentido, a ética 
profissional do pedagogo prioriza a formação de sujeitos racionais mediante a 
valorização da razão crítica, o resgate do sentido da busca da autonomia e a 
afirmação de uma ciência pedagógica conectada ao contexto social, cultural, 
econômico e político (VEIGA; ARAUJO; KAPUZINIAK, 2005). 
Como podemos compreender, a ética profissional é de extrema importância 
em todas as áreas de atuação profissional, no entanto, especialmente na área da 
educação, a ética profissional tem uma potência com ímpetos ainda maiores. Nesse 
sentido, Ortega e Santiago (2009) referem que no ambiente profissional do 
pedagogo, ao atuar com pessoas, habilidades, competências, limitações, desafios, 
 
 
 
21 
 
sentimentos e valores em uma dinâmica de constante transformação e ampliação 
da complexidade do campo prático, torna-se necessariamente urgente a reflexão e 
a discussão das melhores formas de agir diante das circunstâncias que se 
apresentam, muitas vezes caracterizando dilemas éticos. 
3.3 Código de ética e atuação profissional 
Com a regulamentação da profissão de pedagogo aprovada pela Comissão 
de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), no Projeto de Lei (PL) 
n° 6.847/17, a profissão será privativa aos portadores de diploma de curso de 
Graduação em Pedagogia para exercerem à docência, bem como as atividades nas 
quais sejam exigidos conhecimentos pedagógicos, além de: planejar, efetuar e 
avaliar programas e projetos educativos em diferentes espaços organizacionais; 
gerir o trabalho pedagógico e a prática educativa em espaços escolares e não 
escolares; avaliar e implementar, nas instituições de ensino, as políticas públicas 
criadas pelo Poder Executivo; elaborar, planejar, administrar, coordenar, 
acompanhar, inspecionar, supervisionar e orientar os processos educacionais; 
ministrar as disciplinas pedagógicas e afins nos cursos de formação de professores; 
realizar o recrutamento e a seleção nos programas de treinamento em instituições 
de natureza educacional e não educacional; desenvolver tecnologias educacionais 
nas diversas áreas do conhecimento (GOULART, 2017). 
O objetivo da criação da regulamentação da profissão de pedagogo é 
estabelecer critérios relativos à sua formação e às suas atribuições para o contexto 
de sua atuação, considerando que sua atuação profissional exige conhecimentos 
teóricos e técnicos, ou seja, pode ser exercida apenas por profissionais graduados 
em cursos de Pedagogia reconhecidos pelo Ministério da Educação, alertando-se 
para as consequências do mau exercício da profissão como um potencial produtor 
de riscos e danos sociais para a educação. Para a fiscalização da orientação, o 
Projeto de Lei nº 6847/17 prevê a criação do Conselho Federal de Pedagogia para 
atuar em conjunto com os conselhos regionais. A proposta desse PL ainda tramita 
 
 
 
22 
 
em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania 
(CCJC) (GOULART, 2017). 
A regulamentação da profissão de pedagogo, apesar da enorme discussão 
levantada que refere a sua inconstitucionalidade por não ser uma profissão 
causadora de riscos, busca o reconhecimento e a inclusão de profissionais 
qualificados representantes de uma área de grande importância, especialmente em 
ambientes escolares, levando em conta a sua contribuição para o início da formação 
educacional. Sua relevância se amplia quando entendemos o caráter 
profundamente transformador, considerando que a atuação profissional 
compreende constantes atualizações e qualificações, as quais são indispensáveis 
à proteção da coletividade e dos interesses da sociedade, e ainda inclui a formação 
de futuros pedagogos (GOULART, 2017). 
Assim, a atuação profissional do pedagogo contribui para o desenvolvimento 
integral dos sujeitos por meio de práticas educativas. Ou seja, a prática do 
pedagogo diz respeito à formação do desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e 
moral dos sujeitos, sendo o pedagogo o profissional responsável pela formação de 
pessoas e personalidades, o construtor de valores e virtudes, da liberdade, da moral 
e da consciência, tornando-se imperioso também ser possuidor dos seus próprios 
valores, por meio de uma consciência ética de sua prática (LIBÂNEO, 2011). 
Dessa maneira, o pedagogo deve, preferencialmente, conhecer os princípios 
que regem a ética universal, bem como ser ético na sua prática diária. Sendo assim, 
a ética profissional do pedagogo está no exercício consciente de sua profissão. Por 
exemplo: o pedagogo profissionalmente ético reconhece que os conteúdos íntimos 
referentes à história pregressa de seu público-alvo devem ser protegidos e 
resguardados, implicando a ruptura da confiança caso sejam indevidamente 
expostos, podendo também acarretar danos morais, sociais e emocionais se o 
pedagogo não conduzir de forma ética esses conteúdos (LIBÂNEO, 2011). 
O exemplo acima também está previsto no Artigo 9°, inciso b do Código de 
Ética do profissional de Pedagogia, organizado pela AUNIPEDAG.BR, que se refere 
aos impedimentos do pedagogo em violar, sem justa causa, o sigilo profissional. No 
entanto, o valor ético do pedagogo não se restringe a um código, mas, sim, à sua 
 
 
 
23 
 
conduta e sua postura conscientes e responsáveis (ASSOCIAÇÃO 
UNIVERSITÁRIA..., 2015). 
O pedagogo deve encarar a profissão com dignidade, respeito e integridade. 
A ética profissional do pedagogo traz a existência de uma consciência, por meio dos 
saberes pedagógicos e da pluralidade das práticas educativas democráticas, sobre 
o conhecimento na criança e no jovem, o que auxilia no pleno desenvolvimento de 
mentes pensantes para a estruturação de sujeitos socialmente críticos e atuantes. 
A ética do profissional pedagogo deriva de sua formação pessoal compreendida 
pela virtude, pelo caráter, pela conduta, pela moral, pela tolerância, pela presença 
e pelo afeto. O sujeito que se dispõe a ser pedagogo necessita compreender que a 
sua existência será norteada pelo exercício das suas atividades profissionais no seu 
dia a dia (LIBÂNEO, 2011). 
Piaget (1978) refere sobre a importância da formação contínua dos 
pedagogos, afirmando que organizar programas e construir teorias é tão essencial 
quanto realizar reformas pedagógicas eficazes e (re)valorizar o corpo docente por 
meio de constante formação intelectual e moral do corpo docente. Ou seja, para 
que a prática do pedagogo seja contemplada eticamente, faz-se necessária a 
progressiva e ininterrupta ampliação da formação do pedagogo, tendo em vista os 
processos decorrentes das múltiplas mudanças nos modos de existir na sociedade, 
pois é a partir da constante atualização formativa que o pedagogo poderá atuar, 
efetivando assim a sua ética profissional. 
 
Exemplo: 
É inegável que existem conhecimentos e teorias que tendem a não ser 
modificadas ou que permaneçam imutáveis durante muito tempo, como as fórmulas 
físicase matemáticas. No entanto, o pedagogo necessita estar atento aos 
processos de aprendizagem no momento em que disponibiliza um conteúdo. Por 
exemplo, um pedagogo que atua em uma empresa ou em um hospital em 2018 não 
utiliza a mesma linguagem, ou recursos de interação, que um pedagogo utilizou em 
1998. Apesar de muitas vezes utilizar o mesmo aporte teórico, os meios de ensino 
são outros, com recursos tecnológicos, sociais e culturais diferentes. 
 
 
 
24 
 
4 O LEGADO HISTÓRICO SOBRE O CUIDAR E O EDUCAR NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
Para compreender a relação entre o cuidar e o educar na educação infantil, 
você precisa conhecer o percurso histórico dessa relação e a legislação que a 
ampara. De acordo com o Parecer CNE nº 20/2009 (BRASIL, 2009, documento on-
line): 
A construção da identidade das creches e pré-escolas a partir do século 
XIX em nosso país insere-se no contexto da história das políticas de 
atendimento à infância, marcado por diferenciações em relação à classe 
social das crianças. Enquanto para as mais pobres essa história foi 
caracterizada pela vinculação aos órgãos de assistência social, para as 
crianças das classes mais abastadas, outro modelo se desenvolveu no 
diálogo com práticas escolares. Essa vinculação institucional diferenciada 
refletia uma fragmentação nas concepções sobre educação das crianças 
em espaços coletivos, compreendendo o cuidar como atividade 
meramente ligada ao corpo e destinada às crianças mais pobres, e o 
educar como experiência de promoção intelectual reservada aos filhos dos 
grupos socialmente privilegiados. 
Isso posto, fica claro que as creches foram concebidas com um caráter mais 
assistencialista, vinculadas aos cuidados. Já as pré-escolas foram concebidas 
vinculadas à educação. 
A creche é uma instituição em expansão desde os anos 1970 no Brasil, 
quando houve um movimento social intitulado Luta por Creches. O movimento 
resultou na ampliação da oferta de vagas para atender à demanda criada pelas 
mães inseridas há pouco no mercado de trabalho. Veja: 
o histórico de sua implantação é marcado por omissão estatal, filantropia, 
ausência de orientação pedagógica, entre tantos outros problemas que 
contribuíram para que as creches fossem vistas como locais de 
acolhimento — guarda e proteção — das crianças carentes, cujas mães 
eram absorvidas pelo mercado de trabalho e, portanto, não poderiam 
assumir a responsabilidade pelos cuidados com a criança (SPADA, 2005, 
p. 2). 
Antes do surgimento do capitalismo industrial, boa parte das famílias 
brasileiras eram patriarcais, cabendo ao homem o papel de provedor e à mulher, o 
de cuidadora do lar e das crianças. As mudanças sociais e nas relações de trabalho 
 
 
 
25 
 
demandaram que a mulher saísse de casa para trabalhar e ajudar no sustento 
doméstico. Nesse cenário, surgem as creches, com o objetivo principal de substituir 
as atividades maternas enquanto as mães trabalhavam. Quando isso ocorreu, as 
escolas de educação infantil se voltaram para os cuidados antes realizados no 
ambiente doméstico: a alimentação, a higiene e o repouso. 
A omissão do Estado no atendimento a essa demanda fez com que a creche 
permanecesse, por muitos anos, com caráter assistencialista, dificultando a 
construção de uma identidade bem definida. Considere o seguinte: 
O uso de creches e de programas pré-escolares como estratégia para 
combater a pobreza e resolver problemas ligados à sobrevivência das 
crianças foi, durante muitos anos, justificativa para a existência de 
atendimentos de baixo custo, com aplicações orçamentárias insuficientes, 
escassez de recursos materiais; precariedade de instalações; formação 
insuficiente de seus profissionais e alta proporção de crianças por adulto 
(BRASIL, 1998, p. 17). 
A Constituição Federal de 1988 trouxe importantes mudanças em relação ao 
conceito e à oferta de atendimento educacional voltado à criança pequena. Em sua 
escrita inicial, está posto que as crianças de 0 a 6 anos de idade têm direito à 
educação e que é dever do Estado oferecê-la. Como a matrícula não era obrigatória, 
a família poderia escolher entre matricular ou não suas crianças. Todavia, o Estado 
passou a ter a obrigação de oferecer vagas para o atendimento desse grupo etário. 
A obrigatoriedade de matrícula em todas as etapas da educação básica ficou 
estabelecida a partir da promulgação da Emenda Constitucional nº 59, de 11 de 
novembro de 2009 (BRASIL, 2009). O art. 208 da Constituição Federal de 1988 
garante “[...] educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os 
que a ela não tiveram acesso na idade própria” (BRASIL, 1988, documento on-line). 
Outra mudança significativa presente na Constituição de 1988 diz respeito à 
concepção de educação infantil. Enquanto as constituições anteriores viam essa 
etapa da escolarização como assistencialista, a nova Constituição garante que ela 
seja também educacional. É a partir da Constituição de 1988 que a criança para a 
ser reconhecida como um sujeito de direitos. 
 
 
 
26 
 
Essa mudança é reafirmada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que inicialmente fez 
referência à educação infantil voltada para o atendimento de crianças de 0 a 6 anos 
de idade. Atualmente, a LDB destaca a educação infantil voltada ao atendimento de 
crianças de 0 a 5 anos de idade. 
 
 
Fonte: fce.edu.br/ 
A Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, que altera a Lei nº 9.394, assegura, 
em seu art. 4º: 
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) 
anos de idade, organizada da seguinte forma: 
a) pré-escola; 
b) ensino fundamental; 
c) ensino médio; 
II – educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; 
III – atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV – acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos 
os que não os concluíram na idade própria; [...] 
VIII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, 
por meio de programas suplementares de material didático-escolar, 
 
 
 
27 
 
transporte, alimentação e assistência à saúde (BRASIL, 1996, documento 
on-line). 
A modificação legal, por si só, não foi suficiente para que houvesse 
mudanças efetivas nas práticas educativas. Para que isso ocorresse, fez-se 
necessário atentar para questões como: a especificidade da educação infantil, a 
concepção de infância, as relações entre as classes sociais, as responsabilidades 
da sociedade e o papel do Estado diante das crianças pequenas. 
4.1 O cuidar e o educar: aspectos indissociáveis na educação infantil 
A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. Assim, é o início 
e a base do processo educacional. Para a maioria das crianças, a entrada na creche 
ou na pré-escola significa a primeira separação do seu espaço familiar para a 
inserção em uma situação de socialização estruturada. 
Desde as mudanças legais introduzidas pela Constituição Federal de 1988, 
vem se consolidando, no Brasil, a concepção que compreende o cuidar e o educar 
como indissociáveis no processo educativo. Veja: 
Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os 
conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e no 
contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas 
pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, 
conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e 
consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à 
educação familiar — especialmente quando se trata da educação dos 
bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito 
próximas aos doiscontextos (familiar e escolar), como a socialização, a 
autonomia e a comunicação (BRASIL, 2017, p. 36). 
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica do Ministério da 
Educação (BRASIL, 2010), fixadas pela Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 
2009, reforçam a ideia do duplo objetivo da educação infantil: cuidar e educar, de 
modo indissociável. 
 
 
 
 
 
28 
 
4.1.1 O educar 
 
Nas últimas décadas, debates e pesquisas no cenário educacional do País 
têm apontado para a necessidade de que as instituições de educação infantil 
desenvolvam práticas educativas que incorporem, de maneira integrada, as funções 
de educar e cuidar. 
As práticas educativas devem envolver, sempre, padrões de qualidade. A 
qualidade, na educação infantil: 
[...] advém de concepções de desenvolvimento que consideram as 
crianças nos seus contextos sociais, ambientais, culturais e, mais 
concretamente, nas interações e práticas sociais que lhes fornecem 
elementos relacionados às mais diversas linguagens e ao contato com os 
mais variados conhecimentos para a construção de uma identidade 
autônoma (BRASIL, 1998, p. 23). 
As instituições de educação infantil devem assumir o seu papel e tornar 
acessíveis a todas as crianças elementos culturais que promovam avanços nos 
seus processos de desenvolvimento e que ampliem seus instrumentos de inserção 
social. 
As aprendizagens oportunizadas devem levar em conta uma visão de criança 
que participa ativamente do processo de construção de conhecimentos, que é ativa 
e pensante, sendo capaz de construir novos saberes na interação com os objetos 
de conhecimento disponíveis no meio no qual está inserida. Essa visão de criança 
deve ser levada em conta para que ela seja colocada como protagonista do seu 
percurso de aprendizagens. 
Para que as aprendizagens ocorram, as práticas educativas devem ter como 
eixos estruturantes as interações e a brincadeira. Educar significa, nessa 
perspectiva, proporcionar situações de cuidados, interações, brincadeiras e 
aprendizagens orientadas e que: 
[...] possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de 
relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica 
de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos 
conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (BRASIL, 1998, 
p. 23). 
 
 
 
29 
 
Nesse processo, a educação escolar oportunizará experiências que auxiliem 
o desenvolvimento infantil, no que diz respeito aos aspectos corporais, afetivos, 
emocionais, estéticos, éticos e cognitivos. 
 
4.1.2 O cuidar 
 
O cuidado deve ser um dos aspectos contemplados pelas escolas de 
educação infantil. Reconhecer essa necessidade significa concebê-lo como parte 
integrante do processo educativo. Você deve perceber, no entanto, que cuidar de 
bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas requer conhecimentos sobre 
as especificidades dessas etapas do desenvolvimento. 
Como você já viu anteriormente, em um primeiro momento, como as 
instituições de educação infantil tinham caráter assistencialista, as pessoas que 
atuavam nelas não precisavam ter qualquer tipo de formação específica. A partir do 
momento em que o cuidar e o educar passam a ser vistos como aspectos 
indissociáveis do processo educativo, eles devem ser realizados por profissionais 
qualificados, que tenham conhecimentos específicos sobre essa etapa do 
desenvolvimento humano. Assim: 
A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se 
desenvolver como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a 
desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si 
próprio que possui uma dimensão expressiva e implica procedimentos 
específicos. O desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados 
relacionais, que envolvem a dimensão afetiva, dos cuidados com os 
aspectos biológicos do corpo, como a qualidade da alimentação, e dos 
cuidados com a saúde quanto da forma como esses cuidados são 
oferecidos e das oportunidades de acesso a conhecimentos variados 
(BRASIL, 1998, p. 24). 
As necessidades, embora comuns, são influenciadas por crenças e valores 
em torno da saúde, da educação e do desenvolvimento infantil. Assim, os cuidados 
com as crianças podem variar de acordo com o contexto social, histórico e cultural 
no qual elas estiverem inseridas. 
 
 
 
 
30 
 
4.1.3 O papel do professor 
 
A presença de profissionais qualificados trabalhando nos estabelecimentos 
de educação infantil no Brasil é relativamente recente. Os docentes estiveram 
presentes nas escolas infantis desde os primeiros jardins da infância, sem, no 
entanto, nenhuma formação específica. Isso porque o cuidar e o educar não eram 
vistos como responsabilidades educacionais, e sim como um direito assistencial das 
famílias. 
 
 
Fonte: educacaoinfantil.aix.com.br/ 
Foi a LDB que trouxe, pela primeira vez, a obrigatoriedade de que 
professores da educação infantil tivessem formação superior. Em seu título VI, art. 
62, essa lei dispõe que: 
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível 
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades 
e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para 
o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries 
do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal 
(BRASIL, 1996, documento on-line). 
 
 
 
31 
 
O prazo de uma década foi estabelecido para a transição, ou seja, para a 
incorporação dos profissionais cuja escolaridade ainda não era a exigida. O Plano 
Nacional de Educação estabeleceu metas específicas relacionadas à formação dos 
professores em todo o País, partindo do pressuposto de que essa é uma condição 
fundamental para a qualidade do ensino. 
O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2018 (CRUZ, 2018) trouxe dados 
que demonstram que essa exigência ainda não foi plenamente cumprida no País 
(Figura 1). Além disso, os índices de conclusão do curso superior pelos profissionais 
da educação têm tido um crescimento bastante lento, com dificuldades de 
ultrapassar o patamar dos 80%. A defasagem em relação ao ideal de 100% é ainda 
maior na educação infantil. Os números apresentam diferenças entre os distintos 
estados e regiões do País. 
 
Figura 1. Número de professores da educação infantil por escolaridade. 
 
 
Fonte: Cruz (2018). 
4.1.4 O perfil do professor da educação infantil 
 
O trabalho com crianças de 0 a 5 anos requer que o professor seja 
polivalente. Isso significa que ele deve ser capaz de trabalhar com conteúdo de 
naturezas diversas, que abarcam desde os cuidados básicos infantis até 
conhecimentos específicos, advindos de diferentes áreas do conhecimento. 
 
 
 
 
32 
 
 
Fonte: gestaoescolar.org.br/ 
A atuação docente, nesse contexto, exige uma formação bastante ampla. A 
formação inicial constitui-se como um ponto de partida para outras reflexões e 
formações continuadas que emergem do cotidiano da sala de aula. São elementos 
dessa formação continuada: a constante reflexão do professor sobre suas ações e 
os resultados obtidos, a escuta atenta das crianças, a interação e a troca de saberes 
com seus pares, bem como a interação com as famílias. São instrumentos 
fundamentais para a reflexão sobre a prática docente: a observação, o registro, o 
planejamento e a avaliação. 
 
4.1.5 Atuação docente 
 
Cabe ao professor da educação infantil cuidar e educar as crianças inseridas 
no contexto escolar. Isso decorre das ações docentes em diferentes espaços e 
tempos escolares, de maneira integrada. Considere também o seguinte: 
[...] educar não se restringe ao ato de ensinar, este muitas vezes alicerçado 
em bases técnicas de ensino ou métodos pedagógicos universais. Distante 
disso, está postulado na esfera da relação humana com um caráter 
artesanal, pois é uma ação humana e contempla o reconhecimento da 
individualidade constitucionalde cada criança. Educar/cuidar é também 
 
 
 
33 
 
uma experiência relacional entre adultos e crianças, experiência está 
marcada pelas subjetividades de cada uma dessas pessoas. Nessa 
relação intersubjetiva, todos e todas ensinam e aprendem, e a(o) 
professora(or) tem um papel fundamental nesse processo educativo de 
cada criança (SOMMERHALDER, 2015, p. 28). 
A atuação docente deve estar comprometida com as necessidades e 
particularidades das crianças, tendo em vista suas possibilidades de aprendizagem 
e de desenvolvimento. O professor deve oferecer para as crianças experiências 
ricas e diversas, em um espaço estruturado para a construção da sua autonomia. 
No seu planejamento, o professor deve sempre considerar as interações e a 
ludicidade como eixos estruturantes de suas práticas pedagógicas. As crianças 
devem conviver com seus pares, com crianças de outras idades e com adultos. Nas 
interações, as crianças ampliam seus conhecimentos sobre as relações sociais, 
trocam saberes já construídos anteriormente e constroem novos conhecimentos. 
O grau do desafio das atividades propostas deve ser pensado de maneira a 
motivar as crianças e a instrumentalizá-las para a generalização dos conhecimentos 
aprendidos, tornando-os aplicáveis a situações diversas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ASSOCIAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE PEDAGOGIA DO BRASIL (AUNIPEDAG.BR). 
Código de ética do profissional pedagogo. 2015. Disponível em: 
<http://aunipedag.com.br/arquivos/Revista_Aunipedag_20_10_15.pdf>. Acesso 
em: 26 mar. 2018. 
 
BARBOSA. M. C. S. Práticas cotidianas na educação infantil: bases para a 
reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília: MEC, 2009. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 
14 jan. 2019. 
 
BRASIL. Emenda constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Acrescenta 
§ 3º ao art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, 
anualmente, a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das 
Receitas da União incidente sobre os recursos destinados à manutenção e 
desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova 
redação aos incisos I e VII do art. 208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino 
de quatro a dezessete anos e ampliar a abrangência dos programas suplementares 
para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e 
ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso 
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