Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
TÉCNICO EM MINERAÇÃO MÓDULO III Operação de Mina OPERAÇÃO DE MINA Ficha Técnica Elabroração - João Monlevade Capa / Diagramação - Gabriel Araújo Galvão Diretor Pedagógico - Edilvo de Sousa Santos Índice Introdução .......................................................................................................05 Guia Prático para Calculo de Recursos e Reservas Minerais ..........05 Recurso Mineral .............................................................................................06 Reserva Mineral ..............................................................................................07 Estudo de Viabilidade - Modelo Proposto ............................................08 Conclusão .........................................................................................................09 5 Técnico em Mineração - Operação de Mina O investimento necessário para se iniciar uma mina é da ordem de dezenas a centenas de milhões de reais. Para que o investimento seja rentável, o potencial produtivo presente no solo deve conter quantias e qualidade ade- quadas para se justificar a decisão de investimento. Os sistemas de mineração e processamento mineral utilizado para se extrair os produtos devem operar de forma que produzam receitas que justifiquem o investimento planejado e pro- duza um lucro aceitável. Claramente, todas as tecnologias e decisões financeiras sobre a produção planejada são feitas se entendendo os bens minerais envolvidos. Assim, a estimativa de teor e localização do material no solo (recurso in situ) deve ser conhecida com um grau de confiança aceitável. Isso é especialmente verdade para depósitos de baixo teor, os quais o teor varia não muito sig- nificativamente abaixo do teor mínimo de lucro, e para alguns depósitos de metais preciosos, onde apenas uma peque- na porcentagem mineralizada pode ser minerada com lucro. Os Lucros da mineração são fortemente alavancados pelo preço do produto e pelo teor do material minerado. Uma pequena diferença entre o teor estimado e o teor realmente produzido, ou uma pequena mudança no preço do metal, podem promover um grande impacto no lucro de uma mina. Os três empreendimentos, estimativa de minério, planejamento de mina e controle de teor, são complementares em uma operação eficiente de mina e são naturalmente progressivas uma a outra0. A integração desses três componentes são importantes porque o sistema de controle de teor deve balancear com a estimativa de minério, assim como com o produto final da planta de operação, e os dois, estimativa e controle de teor são influenciados pelo planejamento operacional produzido. Se esse balanço não é alcançado, o investimento inicial pode estar em perigo. Reavaliações do inventário mineral podem ser necessários algumas vezes antes e durante a vida de uma mina.Procedimentos de esti- mação e viabilidade de recursos/reservas são comumente considerados em 2 categorias: Empírica e geoestatística. Esse curso é confinado nos principais métodos empíricos de estimação. O presente guia foi preparado no período de 2000 a 2003, e serviu como base de sugestão ao Código Brasi- leiro de Calculo de Recursos e Reservas ainda não publicado. Nos últimos anos nota-se uma tendência internacional para utilização, mesmo que com modificações, do esquema adotado pelas companhias de mineração da Austrália, que é o “Australasian Code for Reporting of Identified Mineral Resources and Ore Reserves”, ou “Australasian Code”, elaborado pelo “Joint Ore Reserves Committee (JORC)”; este comitê foi instituído pelos organismos denominados “The Australasian Institute of Mining and Metallurgy”, “Australian Institute of Geoscientists” e “Australian Mining Industry Council”, em 1989. A versão final deste código foi aprovada em 1999 (“JORC Code”), ocasião em que se transformou em “regulamento” oficial na Austrália. O que diferencia esta regulamentação australiana é que, além de apresentar a classificação e as definições para recursos e reservas, qualifica as “pessoas com competência” para conduzir todas as fases da exploração mineral, inclusive a avaliação; finalmente, estabelece diretrizes (“guidelines”), para reportar ou rever recursos e reservas minerais. 2.1 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA OPERAÇÃO E APLICAÇÃO DO GUIA PRÁTICO Os princípios fundamentais, que governam a operação e aplicação do guia são Competência , Transparência e Materialidade. Competência requer que o Relatório de Avaliação de Reservas e/ou Recursos Minerais seja baseado em traba- lho que é da responsabilidade de uma pessoa devidamente qualificada e experiente ( “Responsável Técnico”), subor- dinada às restrições do código de ética profissional”. Considera-se “pessoa devidamente qualificada e experiente” um especialista com um mínimo de cinco anos de experiência relevante com o estilo da mineralização e tipo de depósito sob consideração. Este especialista deve ser registrado em associações, que capacitem a atuação das pessoas com tal qualificação e experiência profissional e a reconheçam. 1. Introdução 2. Guia Prático para Calculo de Recursos e Reservas Minerais 6 Técnico em Mineração - Operação de Mina Transparência requer que um Relatório de Avaliação de Reservas e/ou Recursos Minerais esteja abastecido com informação suficiente, cuja apresentação é clara e não ambígua. A informação será considerada suficiente e a apresentação será considerada clara, para a fase da pesquisa mineral em que se está e para o tipo de depósito em estudo, a critério da “pessoa devidamente qualificada e experiente”. Materialidade requer que o Relatório de Avaliação de Reservas e/ou Recursos Minerais contenha todas as in- formações relevantes que investidores, consultores e autoridades, razoavelmente, poderiam requerer e, razoavelmen- te, esperam encontrar no relatório, visando fazer um julgamento racional e equilibrado, em relação à mineralização reportada. As informações serão consideradas relevantes, para a fase da pesquisa mineral em que se está e para o tipo de depósito em estudo, a critério da “pessoa devidamente qualificada e experiente. Os Relatórios de Informação de Exploração e Relatórios de Recursos e/ou são de responsabilidade da Diretoria da Empresa. Tais relatórios são basea- dos nas estimativas de Recursos Minerais e Reservas Minerais e na documentação de suporte, preparada pela “pessoa qualificada e experiente”, escolhida por essa Diretoria, logo, merecedora da sua confiança. Estes RELATÓRIOS devem fazer parte integrante do “Relatório parcial ou Final de Pesquisa”, a ser apresentado às autoridades competentes. Os Relatórios devem incluir descrição sobre as características e natureza da mineralização. A Empresa deve apresentar as informações relevantes referentes às situação e características do depósito mineral que podem influen- ciar no valor econômico do depósito e deve, também, reportar imediatamente quaisquer alterações em seus Recur- sos ou Reservas Minerais.Depósito mineral é uma concentração natural de qualquer substância útil, que apresente atributos geológicos de potencial interesse econômico, usualmente variáveis. Tais atributos incluem morfologia, teor, composição mineralógica, estrutura e textura, etc. 0 Recurso Mineral é uma concentração ou depósito na crosta da Terra, de material natural, sólido, em quanti- dade e teor e/ou qualidades tais que, uma vez pesquisado, exibe parâmetros mostrando, de modo razoável, que seu aproveitamento econômico é factível na atualidade ou no futuro.É uma mineralização estimada por pesquisa. Condi- ciona0ntes diversos farão com que o todo, ou uma parcela do mesmo, possa se tornar uma Reserva Mineral. A Pesquisa Mineral mostra que se trata de uma concentração ou depósito que possa ser economicamente aproveitado. A adequação dos parâmetros de quantidade e teor e/ou qualidades deve ser realizada, ou supervisiona- da, por um ou mais profissionais experientes e qualificados, que avaliam as características geológicas do material, tais como tonelagem ou volume, qualidade e/ou teor, espessura, atitude, etc. O Aproveitamento Econômico não é, necessariamente, alicerçado por estudos de viabilidade, mas podendo ser por comparação com outros depósitos bem conhecidos e, eventualmente, em lavra.A expressão “aproveitamento econômico”, aplicada às substâncias minerais, significa que sua extração é viável técnica e economicamente, observan- do-se certos condicionamentos relevantes, adotados no momento da avaliação, de tal modo que assegura o retorno do investimento, com lucro. O Conhecimento Geológico não especifica fatores econômicos, legais, de lavra, etc. Refere-se apenas a segu- rança da avaliação dos recursos (isto é, alicerça-se nos graus de exploração e reconhecimento). A exatidão dos cálculos e os erros inerentes dependem do grau de exploração (natureza, número e arranjo dos trabalhos de pesquisa). A preci- são maior ou menor na revelação do modelo empírico (ou condicionamento geológico) depende do grau de reconhe- cimento do depósito. O Grau de exploração define a exatidão dos cálculos e os erros inerentes aos mesmos, pelo que, em pesquisa mineral, depende da natureza, número e arranjo dos trabalhos de pesquisa.É definido pela precisão, maior ou menor, possível de ser obtida na pesquisa mineral, pelo que depende do condicionamento geológico do depósito em conside- ração. 3.1 – RECURSO MINERAL INFERIDO: Recurso Mineral Inferido é a parte do Recurso Mineral para a qual a tonelagem ou volume, o teor e/ou qua- lidades e conteúdo mineral são estimados com base em amostragem limitada e, portanto, com baixo nível de confia- bilidade. A inferência é feita a partir de informações suficientes (geológicas ou geoquímicas ou geofisicas, utilizadas em conjunto ou separadamente), admitindo-se, sem comprovação, que haja continuidade e persistência de teor e/ 3. Recurso Mineral 7 Técnico em Mineração - Operação de Mina ou qualidades, de tal modo que se pode ter um depósito de mérito econômico potencial. A pesquisa realizada não é detalhada (as estações de amostragem têm espaçamento relativamente amplo) e pode incluir exposições naturais e artificiais (estas em trincheiras, poços, galerias e furos de sonda). Um Nível de Confiabilidade é medido pelo intervalo de confiança que revelará a precisão da estimação ( é o rigor adotado na determinação dos parâmetros considerados na pesquisa mineral, com a determinação da faixa de sua variação, para mais ou para menos, do valor estimado, para um determinado nível de probabilidades.) e a sua acurácia (proximidade entre o valor medido experimentalmente e o valor real, no processo de medição de parâmetros).Esta- ções de amostragem são todos os pontos de coleta de amostras (locados a 3D), devidamente descritos quanto ao seu método de coleta e ao volume e geometria de cada amostra. 3.2 - RECURSO MINERAL INDICADO Recurso Mineral Indicado é a parte do Recurso Mineral para a qual a tonelagem ou volume, o teor e/ou quali- dades, conteúdo mineral, morfologia, continuidade e parâmetros físicos estão estabelecidos, de modo que as estimati- vas realizadas são confiáveis. Envolve pesquisa com amostragem direta em estações (afloramentos, trincheiras, poços, galerias e furos de sonda), adequadamente espaçadas. 3.3 - RECURSO MINERAL MEDIDO Recurso Mineral Medido é a parte do Recurso Mineral para a qual a tonelagem ou volume, o teor e/ou quali- dades, conteúdo mineral, morfologia, continuidade e parâmetros físicos são estabelecidos com elevado nível de con- fiabilidade. As estimativas são suportadas por amostragem direta em retículo denso (afloramentos, trincheiras, poços, galerias e furos de sonda), de modo que se comprova a permanência das propriedades. Reserva Mineral é a parte do recurso mineral para a qual demonstra-se viabilidade técnica e econômica para produção. Essa demonstração inclui considerações sobre elementos modificadores, tais como fatores de lavra e be- neficiamento, de economia e mercado, legais, ambientais e sociais, justificando-se a avaliação, envolvendo análise de lucratividade, em um dado tempo. A Análise de Lucratividade é um capítulo do estudo de viabilidade técnica e econômica, devendo ser efetuada sobre um fluxo de caixa descontado que represente o empreendimento em estudo, para todo o período da sua vida útil. 4.1 - RESERVA MINERAL INDICADA Reserva Mineral Indicada é a parcela economicamente lavrável do Recurso Mineral Indicado e, mais raramente, do Recurso Mineral Medido, para a qual a viabilidade técnica e econômica foi demonstrada; inclui perdas (e diluição) com a lavra e o beneficiamento. Avaliações apropriadas, além da viabilidade técnica e econômica, são efetuadas com- preendendo elementos modificadores, tais como fatores legais, ambientais e sociais. As avaliações são demonstradas para a época em que se reportam as reservas e razoavelmente justificadas. No caso de se adotar uma metodologia geoestatística para a estimação de recursos e reservas minerais, a malha de pesquisa citada deve estar compreendida entre 2/3 e 3/3 da amplitude variográfica e o ERKRIDAME deve ser < 50% (menor que cinquenta por cento).ERKRIDAME é o erro relativo percentual de estimação da média – “erro da krigagem da média”, para o nível de probabilidades de 95% (Nota: ERKRIDAME não é o “erro de krigagem médio”). 4.2 - RESERVA MINERAL MEDIDA Reserva Mineral Medida é a parcela economicamente lavrável do Recurso Mineral Medido, incluindo perdas (e diluição) com a lavra e o beneficiamento, para a qual a viabilidade técnica e econômica encontra-se tão bem es- tabelecida que há alto grau de confiabilidade nas conclusões. Os estudos abrangem análises dos diversos elementos 4. Reserva Mineral 8 Técnico em Mineração - Operação de Mina modificadores (tais como lavra, metalurgia, economia e mercado, fatores legais, ambientais e sociais) e demonstram que, na época em que se reportaram as reservas, sua extração era claramente justificável, bem como adequadas as hipóteses adotadas para investimentos. Entende-se por pesquisa mineral a atividade de exploração geológica que objetiva a descoberta de uma jazida.A pesquisa mineral envolve: • mapeamento, identificação dos depósitos, • na quantificação ou na estimativa do conteúdo mineralizado, na qualificação e na valoração do minério exis- tente em um determinado depósito mineral, passível de aproveitada economicamente. A prospecção de jazidas e a abertura de minas são negócios inseridos em mercados específicos, domésticos ou transnacionais, relacionados às diversas cadeias produtivas. Os resultados da pesquisa mineral devem ser submetidos ao (DNPM) para análise e eventual aprovação. O plano de aproveitamento econômico (PAE) da jazida deverá conter, obrigatoriamente, além dos projetos e anteprojetos referidos no Decreto-Lei 227/67, estudo em que se evidencie a comprovação da exequibilidade técnico- econômica da lavra, incluindo o plano de fechamento da mina. 5. Estudo de Viabilidade- Modelo Proposto 9 Técnico em Mineração - Operação de Mina Deverá descrever a metodologia adotada. Conter as informações geológicas necessárias à caracterização da jazida mineral, a descrição dos trabalhos de pesquisa, a estimativa e a classificação dos recursos minerais e da reserva base, a caracterização tecnológica do bem mineral. E indicar exeqüibilidade técnico-econômica do aproveitamento da jazida (preliminar). O projeto referente ao método de mineração, deverá ser apresentado ao DNPM acompanhado pelos seguintes documentos: • Relatório Técnico de Reservas • Plano de Lavra • Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica • Licença Ambiental de Instalação ou de operação emitida pelo órgão competente Para definir a Estimativa e Viabilidade de Recursos de uma Reserva de minério, espera-se que todos os obs- táculos econômicos, sociais e legais tenham sido corretamente identificados e abordados. Os relatórios produzidos devem identificar o trabalho realizado de forma clara e precisa e, se for pertinente, oferecer recomendações a fim de aperfeiçoar os futuros estudos. Conclusão 10 Técnico em Mineração - Operação de Mina • http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAClwAJ/exploracao-mineral# • www.dnpm.gov.br • http://www.geologo.com.br/JORC.ASP • Grossi Sad, J.H. e Valente, J., “Reservas e Recursos Minerais – Uma Revisão”, ed. IBRAM, Belo Horizonte (MG), Brasil, 1996; Bibliografia capa operação de mina PAGINA EM BRANCO Operação de Mina diagramado
Compartilhar