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Farmacologia da Dor → De acordo com a sociedade brasileira de estudos da dor, ao menos 37% da população brasileira, ou seja, mais ou menos cerca de 60 milhões de pessoas relatam sentir dor de forma crônica → Entre as dores mais comuns está a enxaqueca, que só no Brasil atinge torno de 34 milhões de pessoas, ou seja, 1 em cada 7 → A dor nas costas é a responsável por mais de 20% dos afastamentos do trabalho e pedido de entrada no benefício do INSS. → A OMS diz que 80% dos adultos irão sofrer pelo menos uma crise aguda de dor nas costas durante a vida, sendo que 90% das pessoas poderão ter mais de uma vez. → Diante desse número tão crescente, a enfermidade está muito associada a redução da qualidade de vida do paciente e alto custo financeiro para o paciente e para sociedade. → Brasileiros tem costume de praticar a automedicação, principalmente em caso de dor e nós sabemos que automedicação deve ser condenada e contra indicada pois os medicamentos podem apresentar efeitos adversos. Conceito → DOR: Experiência sensorial e emocional desagradável associada ou não a uma lesão tecidual verdadeira ou potencial Tipos de dor → Dor Nociceptiva: Causada por ativação das fibras nervosas nociceptivas (fibras Aδ e fibras C) através de estímulos dolorosos que podem ser mecânicos, térmicos ou químicos. → Dor Neuropática: É o fruto de uma lesão ou de uma disfunção do SNC ou SNP e persiste por longo tempo após o evento • Pode ser consequência de alguma doença degenerativa • Se manifesta de várias formas: sensação de queimação, peso, agulhadas, choques, ferroadas, formigamento ou não, parestesia ou não → Dor Aguda • Duração < 3 meses • Origem e manutenção dada pela lesão tecidual • Menos mecanismos centrais de manutenção – modulação mais periférica • Diretamente relacionada com a cura do dano tecidual – cicatrização e reparo → melhora da dor • Localização bem definida → Dor Crônica • Duração > 3 meses • A lesão tecidual tem menor relevância na manutenção • Os mecanismos centrais são mais importantes • Localização mal definida Dor → Em praticamente todas as doenças, a dor se faz presente como sintoma, mas em certas doenças a dor é mais frequente e intensa → Em algumas situações a dor é considerada a própria doença, como por exemplo na enxaqueca → A dor é sempre um sinal de alerta; → Deve ser investigada e o tratamento deve ser realizado com orientação médica. A dor pode ser: → Sintoma comum a muitas doenças • Inespecífico • Identifica a doença – especifico → Sintoma comum em traumatismos / cirurgia • Indica lesão tecidual/inflamação • Cessa com a cicatrização → Sintoma recorrente e típico de algumas doenças • Enxaqueca • Artrite Reumatoide • Câncer → Sintoma persistente = crônico = DOENÇA! • Fibromialgia • Lombalgia crônica • Dor neuropática • Enxaquecas Etiologia da dor Trauma Câncer e seu tratamento Infecção Doença inflamatória Idiopática Fisiopatologia da dor → Tudo se inicia com um estímulo periférico → Liberação de neurotransmissores (principalmente glutamato): ativa receptores do neurônio de projeção (2° ordem) → Liberação de mediadores: sensibilização dos nociceptores (neurônio aferente primário sensorial) que capta o estímulo → Estimulo periférico → Lesão tecidual → Mediadores da inflamação (bradicinina, prostaglandina) → Sensibiliza os nociceptores (neurônio aferente primário) → Informação adentra o corno dorsal da medula → Sinapse com o neurônio de 2ª ordem (neurônio de projeção) na substancia gelatinosa na lamina 1 e 2 do corno dorsal → Terminal nociceptivo: presença de vários tipos de receptores Síntese de prostaglandinas → É uma via metabólica do organismo que utiliza o ácido araquidônico para síntese dos mediadores eicosanoides, ou seja, as prostaglandinas. → Lesão (química, física ou mecânica) → Ativação da fosfolipase A2 → Quebra o ácido araquidônico e libera para o citosol (precursor), então acontece a síntese e formação das prostaglandinas → COX-1 (constitutiva): prostaglandinas essenciais para a homeostasia → ex: células parietais da mucosa gástrica → COX-2 (resposta inflamatória): prostaglandinas da resposta inflamatória → objetivo dos fármacos é inibi-la → PGE2: causadora da resposta inflamatória → objetivo dos AINES é inibir a síntese de PGE2 - Vasodilatação - Hiperalgesia - Febre Mecanismo medular Via ascendente → Como podemos observar no neurônio de projeção há presença de vários tipos de receptores como: glutamato, GABA, opioide, 5HT e NE. → Por esta razão, esses sistemas de NTs do corno dorsal são visados como alvos por drogas que aliviam a dor → Estímulo doloroso → Ativação neurônio aferente primário ou nociceptor → Potencial de ação → Abertura do canal de cálcio (cálcio entra e faz a exocitose do neurotransmissor) → Glutamato é provavelmente o grande responsavel por causar a dor Mecanismo supramedular Via descendente → PAG (Substância Cinzenta Periaquedutal) é o local de origem e de regulação de parte da via descente inibitória da dor que se projeta em sentido medula → Algumas dessas vias liberam as endorfinas que agem através de receptores opioidérgicos inibindo a transmissão dos NAP → Outras 2 vias inibitórias descendentes são: NA e 5-HT → Que adentram o corno dorsal da medula → Modulatória inibitória: modula a resposta da dor pela liberação do GABA → Via descendente estão ativas normalmente para modular a percepção do estímulo doloroso → NA inibe a liberação de NTs dos nociceptores e o NAP através da ação sobre receptores α2 (-) → 5-HT inibe a liberação de NTs dos nociceptores e o NAP através da ação sobre receptores 5HT1B/D (-) → Presença de 5HT3 (+): não recomendado ISRS + GABA - Serotonina e Noradrenalina: + Dor - GABA + Serotonina e Noradrenalina: - Dor → Quanto mais serotonina e noradrenalina, menor é o estimulo da dor → Porém só modular o nível de serotonina não é capaz de diminuir a dor Fármacos utilizados no tratamento da dor → Analgésicos simples e AINES → Opioides → Antidepressivo → Antiepiléptico Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) → Classe de medicamentos usada para dor leve a moderada, com mais caráter nociceptivo (muitas vezes não responde a dor neuropática Mecanismo de ação AINES → Os estados inflamatórios estão frequentemente associados à produção de PGs, que são importantes mediadores da sensibilização à dor tanto periférica quanto central → Inflamação a nível periférico: suprarregulação da COX-2 → produção de prostaglandinas → sensibiliza os terminais periféricos → hiperalgesia, febre e vasodilatação → Nível central: liberação de citocinas → suprarregulação da COX-2 → prostaglandinas → atua nos receptores de PGE2 → aumenta a despolarização dos neurônios sensoriais → aumenta a percepção da dor → O fármaco atua inibindo a COX-2 (seletivos) e COX-1 e COX-2 (não seletivos) Efeitos adversos → Gastrintestinais (inibe COX-1 célula parietal) • Úlcera péptica • Gastrite erosiva • Não há necessidade de IBP em todos os pacientes → Cardiovasculares • Seletivos COX-2: aumenta o risco cardiovascular (↓ PGI2 endotelial: vasodilatadora e antiagregante plaquetária) → Renal (PGs inibe ação do ADH) • AINEs ↓ PGs e aumenta ação ADH • Retenção de sódio e água, edema e piora da função renal (ICC, doença renal) • Cautela em pacientes que já possuem problemas renais → Hepático • Doses excessivas causam efeito hepatotoxico (exemplo do paracetamol) Indicações → Dor aguda inflamatória → Dor crônica – por curtos períodos Analgésicos simples Aspirina (Ácido acetilsalicílico) → Dor leve a moderada → Dose: 1 comprimido (500mg) a cada 4h Dorde cabeça, dor de dente, dor de garganta, dor menstrual, dor muscular, dor nas articulações, dor nas costas. Tylenol (Paracetamol) → Dor leve a moderada e febre → Dose: 1 comprimido (750mg) 6/6h Dores associadas a resfriados, dor de cabeça, dor no corpo, dor de dente, dor nas costas, dores musculares, dores leves associadas a artrites, cólicas menstruais. Novalgina (Dipirona monoidratada) → Dor e febre → Dose: 1 comprimido (500mg) 6/6h Dores em geral, Febre Melocox (Meloxicam) → A dose diária é 15 mg Artrite reumatoide (doenças das articulações), aliviando a dor e a inflamação. Voltaren (Diclofenaco sódico) → Dor moderada a intensa → Dose: 1 comprimido (50mg) 3x/dia Dor reumática, dor nas costas, cotovelo de tenista, crises de gota; entorses, distensões e outras lesões; dor após a cirurgia; condições inflamatórias dolorosas em ginecologia infecções do ouvido, nariz e garganta. Profenid (Cetoprofeno) → Dor moderada a intensa → Dose: 1 cápsula (50mg) 3x/dia Tratamento de inflamações dores decorrentes de processos reumáticos (doenças que podem afetar músculos, articulações e esqueleto), traumatismos dores em geral. Alivium (Ibuprofeno) → Dor moderada a intensa e febre → Dose: 1 comp. 400mg, 4x/dia Dores decorrentes de resfriados, dor de garganta, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, cólicas menstruais dores musculares. Flanax (Naproxeno Sódico) → Dor moderada a intensa → Dose: 1 comp. 275mg, 2x/dia Dores agudas: dor de garganta; dor de dente, dor abdominal e pélvica, dor de cabeça, sintomas de gripe e resfriado; Dores musculares e articulares dor nas costas e nas pernas cotovelo do tenista, dor reumática; Dor após traumas: entorses, distensões, contusões, lesões leves decorrentes de prática esportiva Indocid (Indometacina) → A dose diária ou fracionada é 50 a 200 mg Artrite reumatoide, osteartrite, distúrbios musculoesqueléticos agudos, como bursite, tendinite, entorses e distensões, lombalgia, inflamação, dor e edema após procedimentos odontológicos. Dor e edema após procedimentos cirúrgicos ortopédicos. Dor e sintomas associados da dismenorreia primária. Toragesic (Trometol cetorolaco) → Dor moderada a intensa → Dose: 10mg a cada 6-8h Tratamento a curto prazo, da dor aguda de moderada a severa intensidade. Ponstan (Ácido mefenámico) → Dor moderada a intensa → Dose: 1 comp. 500mg, 3x/dia Artrite reumatoide dor muscular, traumática, dentária, dor de cabeça de várias origens, pós-operatória e pós- parto, dismenorreia primária menorragia (fluxo menstrual muito abundante) Específicos COX-2 → Desenvolvidos com o objetivo de melhor a eficácia terapêutica e diminuir os efeitos colaterais, sendo indicado não usar por períodos longos Arcoxia (Etoricoxib) → A dose é 60 mg ou 90mg/dia Osteoartrite; artrite reumatoide; espondilite anquilosante (inflamação da coluna e de grandes articulações); dor aguda após cirurgia dentária; dor aguda após cirurgia ginecológica e abdominal. Celebra (Celecoxibe) → A dose é 200mg, 2x/dia Osteoartrite: 200 mg em dose única ou 100 mg, 2x/dia; Artrite reumatoide: 100 ou 200 mg 2x/ ao dia; Lombalgia: 200 mg ou 400 mg em dose única ou 2x de 100 mg ou 200 mg Analgésicos Opioides → Os opioides foram, durante centenas de anos, o principal recurso no tratamento da dor, uma posição que ocupam até hoje - atividade potente analgésica, mas nem sempre pode-se usar por conta dos efeitos adversos → Os opiáceos naturais extraídos do ópio, codeina e a morfina, exercem seus efeitos mimetizando substâncias de ocorrência natural, chamados de peptídeos opioides endógenos ou endorfinas – as endorfinas precisam de receptores, que estão espalhados pelo corpo → Seu papel sensorial é importante, em inibir as respostas aos estímulos dolorosos → Uma poderosa propriedade dos opioides é de determinar vício e busca de recompensa. História do ópio → Palavra ópio deriva de opos, vocábulo grego para “suco” → Opiáceo – compostos relacionados com o ópio → Papaver somnifernum: a flor de onde se extrai o ópio (papoula) – seiva que origina o ópio → Elimina a dor e induz o sono → Sertürner: isolada pela primeira vez em 1803 pelo farmacêutico alemão – pegou a purificação do ópio, isolando as substâncias → atividades analgésicas → Morfina refere-se a Morpheus → antigo deus grego dos sonhos – a morfina traz leveza e bem estar → O ópio é um extrato da seiva da papoula Papaver somniferum que foi usado para fins sociais e médicos por milhares de anos como um agente produtor de euforia, analgesia e sono e para impedir a diarreia → Foi introduzida na Inglaterra no final do sec. XVII, em geral tomado por via oral como tintura de láudano → Seu uso aumentou drasticamente após o desenvolvimento da agulha hipodérmica na década de 1850 → Na década de 70: Os efeitos da morfina, da heroína e dos outros opioides como substâncias antinociceptivas e causadoras de dependência estavam bem descritas → Mecanismos responsáveis eram desconhecidos. → Nessa época descobriram múltiplos receptores opioides: 3 principais grupos (μ / δ / κ) → peptídeos opioides endógenos → reconhece os fármacos Peptídeos Opioides Endógenos Ligantes naturais para receptores opioides → Β-endorfinas, encefalinas, dinorfinas são produzidas pelos neurônios opioidergicos → receptores se ligam a elas → Famílias de receptores: mu (μ) kappa (κ) delta (δ) sigma (σ) épsilon (ε) Exemplos Dimorf (Sulfato de morfina) → Dor moderada a intensa, aguda e crônica → Dose: 5 a 30 mg, a cada 4 horas Mytedom (Cloridato de metadona) → Dor aguda e crônica → Dose: 2,5 a 10 mg, a cada 3 h – IM ou SC Demerol (Meperidina) → Dor moderada a intensa → Dose: 50 a 150 mg, a cada 4 horas Doloff® (Hidrocodona) → Dor moderada a intensa Codein (Fosfato de codeína) → Dor leve a moderada → Dose: 15 a 60 mg, a cada 4 ou 6 horas Doloxene-A (Propoxifeno) → Dor leve a moderada Fentanyl Citrate (Fentanila) → Dose: 1 comprimido (500mg) a cada 4 horas Oxycontin (Oxicodona) → Dor moderada a intensa → Dose: 10 mg a cada 12 horas Tramal (Tramadol) → Dor moderada a intensa → Dose: 50 a 100 mg, a cada 8 horas Mecanismo de ação → Os receptores opiodérgicos são receptores endógenos, que não foram feitos para os fármacos, mas sim para os ligantes endógenos, que são as endorfinas. Porém, os fármacos conseguem reconhecer esses receptores e se ligar neles. → Todos esses receptores são acoplados a proteína Gi (inibitória), que diminui a atividade do efetor que é a adenilato-ciclase e diminui as concentrações de AMPcíclico. → Essa redução nas concentrações de AMPcíclico vai exercer um efeito sobre os canais iônicos, promovendo a abertura dos canais de potássio, acontecendo o efluxo de potássio e inibem os canais de cálcio, para que não aconteça o influxo de cálcio. → Assim, terá uma hiperpolarização dos neurônios de projeção → Cessado o influxo de cálcio não haverá exocitose para liberar o glutamato. Então, não tem estimulo no neurônio de projeção, diminuindo a transmissão da dor para os centros superiores. Via ascendente • Corno dorsal da medula – modulação na 1ª sinapse do neurônio primário com o de projeção • Os receptores opioidérgicos estão presentes tanto no neurônio primário quanto no neurônio de projeção • Os opioides promovem a abertura de canais de potássio e inibem a abertura de canais de cálcio → atua pré-sinapticamente (inibindo a atividade do neurônio aferente primário) e pós-sinápticamente (se liga nos receptores do neurônio de projeção, hiperpolarizando a célula) • Hoje acredita-se que o mecanismo primordial dos opioides é na via ascendente Via descendente • Atuamna substância cinzenta periaquedutal de onde partem os neurônios que adentram o corno dorsal da medula, nessa região tem Interneurônios GABAérgicos fazendo sinapse com os neurônios descendentes • O opioide se liga nesse interneurônio e inibe a sua atividade pois seu receptor é acoplado a uma proteína Gi, diminuindo a liberação de GABA. • Se não tem GABA, não se liga nos neurônios descendentes e aumenta a liberação de serotonina e noradrenalina no corno dorsal da medula. • A serotonina se liga em receptores 5HT1B e 5HT1D e vai inibe o neurônio de projeção, inibindo a informação dolorosa que é enviada para o córtex. • A noradrenalina se liga em receptores alfa 2, também presentes no neurônio de projeção que vai ser inibido, inibindo a transmissão dolorosa para os centros superiores. Principais reações adversas: → Miose Iluminação na pupila ativa arco reflexo → ativa parassimpático → acetilcolina faz constrição do músculo ciliar → miose A estimulação parassimpática pode ser regulada pelo GABA Opioides bloqueiam inibição mediada pelo GABA → miose extrema (nem precisa de iluminação, de tão sensível) → Constipação Diminui a atividade pró-pulsátil do intestino delgado e grosso Para melhorar a constipação: Imosec® (Ioperamida antidiarreica) → Náuseas e vômitos Estimula diretamente a ZQG situado na área postrema do bulbo → Alterações humor e propriedades gratificantes: euforia, reforço do uso, gratificação e motivação. Ativação do sistema dopaminérgico mesolímbico Área: ATV → núcleo acummbes (via dopaminérgica) Opioide inibe interneurônio GABA na ATV (suprimi via GABA e aumento excessivo DA – gratificante) → Hipotensão → Convulsões Inibição de interneurônios inibitórios GABAérgicos Aumento da atividade glutamatérgica → Depressão respiratória Efeito depressor direto no ritmo e frequência da respiração Quimiossensores bulbares no tronco: captam nível CO2 Ocorre depressão dos neurônios quimiosensores do troco Ocorre inibição dos neurônios em resposta à elevação CO2 PCO2 ↑: CO2 ativa quimiossensores bulbares: ↑ freq/ventilação: remoção CO2 Perde a sensibilidade ao aumento da PCO2 para aumentar a ventilação → Supressão da tosse: Opioide deprime o reflexo da tosse Efeito sobre o centro bulbar da tosse → Febre: Opioide altera o ponto de equilíbrio termorregulador hipotalâmico. Aguda: temperatura diminui ligeiramente Crônica: temperatura corporal aumenta Indicações: → Dor oncológica → Dor crônica → Dor neuropática → Dor aguda Antidepressivos Tricíclicos e Atípicos → Tricíclicos: Imipramina, Clomipramina, amitriptilina e nortriptilina; → Atípicos: Venlafaxina e duloxetina; → Os atípicos são mais “limpos” e causam menos efeitos colaterais se comparados com os antidepressivos tricíclicos. Os fármacos tricíclicos são mais “sujos”, pois reconhecem receptores histaminérgicos, adrenérgicos, colinérgicos e além de causar os efeitos terapêuticos causam muitos efeitos colaterais. Mecanismo de ação → Atípicos: são fármacos mais seletivos – inibe bomba de recaptação de serotonina e noradrenalina → o efeito final é aumentar a serotonina e a noradrenalina na fenda → Tricíclicos: reconhece as bombas de recaptação de serotonina e noradrenalina, mas reconhece também M1, α1, H1, canais de sódio (fármaco sujo) → mais efeitos colaterais → Inibidores de bomba de serotonina e noradrenalina → aumentando suas concentrações a nível de corno dorsal da medula → modula os receptores do neurônio de projeção → 5HT1B/D e α2 Efeitos Adversos Hipotensão Tontura Constipação Visão turva Boca seca Sonolência Aumento de peso Arritmias – pode ser fatal Anticonvulsivantes/ Neuromoduladores Mecanismo de ação Ligantes de canais de cálcio α2δ → Gabapentina e pregabalina: atuam inibindo e bloqueando os canais de cálcio do tipo alfa 2, que estão presentes no terminal sináptico do nociceptor. → Com isso, não tem o influxo de cálcio, consequentemente não tem a exocitose das vesículas com glutamato e outros neurotransmissores, e assim não há a ativação do neurônio de projeção não levando a informação dolorosa a níveis superiores. → Já a carbamazepina ao invés de fazer o bloqueio de canais de cálcio que estão presentes no terminal sináptico, bloqueia canais de sódio e assim não ocorre a despolarização do neurônio aferente primário, com isso não há a abertura dos canais de cálcio e nem a exocitose do glutamato. E por fim, não há a ativação do neurônio de projeção e não irá levar os estímulos dolorosos a nível de centros superiores. Indicações: Dor crônica Dor neuropática