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FISIOLOGIA E CONTROLE DA DOR O que a dor desencadeia no indivíduo: ansiedade, sofrimento, dificuldade de concentração, falta de apetite E se a gente não sentisse mais dor? A dor é um mecanismo de defesa do organismo, ela existe para que a gente sinta que se algo está causando lesão, a gente evite o que está causando essa dor: ex: pisar na brasa Existe uma condição em que indivíduos não sentem dor – então acabam tendo várias lesões e fraturas, pois a dor não avisa que o indivíduo está em perigo. Hoje fazemos o controle da dor que estão com processos dolorosos para ter qualidade de vida e conforto. DOR - é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada à dano tecidual real ou potencial – IASP - dor como quinto sinal vital da medicina humana e o quarto sinal vital na veterinária – (FC, FR, T, DOR) - nocicepção: parte fisiológica da dor A dor envolve consciência – um animal anestesiado não tem dor, pois não tem consciência, ele tem nocicepção – a dor propriamente dita envolve ativação do córtex tem a ativação de todo o mecanismo fisiológico da dor, mas a sua percepção não pois esta com depressão do SNC. FISIOLOGIA DA DOR E DA NOCICEPÇÃO NOCICEPÇÃO Envolve 4 eventos principais: ocorre um estímulo externo que vai ativar receptores periféricos (pele ou superfícies de vísceras) – ativar os receptores nociceptores (essa ativação é chamada de transdução – transformação de um estímulo externo em um potencial de ação celular ) transporte da periferia pelos nervos periféricos até o corno dorsal da medula – TRANSMISSÃO faz sinapse no corno dorsal e acontece a MODULAÇÃO a informação é transportada pra áreas supras espinhas pelo neurônio de segunda ordem e chega no córtex onde temos a PERCEPÇÃO da dor. O neurônio de primeira ordem – pseudounipolar e o corpo desse neurônio fica no gânglio da raiz dorsal que é uma parte que sai da medula e fica ao lado dela. TODO ESSE PROCESSO CHAMA NOCICEPÇÃO TRANSDUÇÃO Envolve a ativação de receptores periféricos que carregam a informação da dor: nociceptores: alto limiar ou seja não são ativados por qualquer motivo e sim por estímulos maiores. - a ativação do nociceptor gera um potencial de ação - ativação repetida ocorre potencialização da resposta dolorosa - intensificação da resposta a transdução, isso ocorre quando tem lesão tecidual ou quando mantenho o estímulo doloroso TRANSMISSÃO Transporte da informação dos nociceptores até o corno dorsal da medula e isso se dá por meio dos axônios dos neurônios – neurônio de primeira ordem – fibras aferentes primárias – Temos receptores periféricos que transportam estímulos não dolorosos e dolorosos. As fibras que carregam a informação para o corno dorsal também tem essa característica. Para a informação não dolorosa são fibras altamente mielinizadas e que atingem altas velocidades. Bainha de mielina não permite dissipação de energia, e quando ela existe, a info é transportada de forma saltatória, fazendo com que a velocidade de transporte seja muito mais rápida. Fibras aferentes primárias - ABeta: não dolorosas: mielinizadas e atingem altas velocidades * toque, pressão e propriocepção - ADelta: dolorosas: mielinizadas (mielina menor), condução intermediária * dor primária, rápida, dor aguda de intensidade maior e percebida de forma mais rápida – ex: bater o dedinho na quina - C: dolorosas: não mielinizadas, baixa velocidade, dificuldade de localização, mais difícil de ser identificadas – ex: dor visceral, não consegue identificar onde dói * dor secundária, lenta, difusa - Todas essas fibras elas convergem, pro corno dorsal da medula e lá vai haver uma sinapse com a liberação de neurotransmissores excitatórios – a ativação desses receptores vai transportar a informação pra um nível acima Aalfa: fazem o transporte de informações motoras. A sinapse vai acontecer no corno dorsal da medula – vários neurônios e coisarada – final da fase de transmissão da dor. MODULAÇÃO - processamento - condução para áreas supra-espinhais - neurotransmissores - receptores Envolve o processamento da informação na medula – pode ter a ativação de receptores inibitórios ou excitatórios e o que vai definir isso vai ser o grau de estímulo e o grau de lesão tecidual. TEORIA DO PORTAL DA DOR – é um dos mecanismos de modulação da dor: várias fibras chegam no corno dorsal da medula, chega primeiro a fibra mais rápida (AB – não dolorosa), se estimularmos fibras não nociceptivas, vamos inibir as fibras do estímulo da dor: ex: bater a canela e esfregar para o alívio da dor – massagem – modulação inibitória da dor. Ou seja, a ativação de fibras AB por ser mais rápida, acabam levando a informação antes e inibindo as fibras ADelta (dolorosas). Temos a ativação de opioides endógenos também – inibir a dor Em caso de muita lesão tecidual teremos ativação dos receptores excitatórios. Os neurotransmissores inibitórios se ligam aos receptores GABA e Glicina - modulação inibitória Modulação excitatória: receptores AMPA, KAI e NMDA, principal é glutamato PERCEPÇÃO Acontece em área supra-espinhais, ou seja, encefálicas. Envolve: - integração da informação - processamento - reconhecimento - Para isso, vai ocorrer a ativação de diversas áreas específicas Por exemplo: região do tálamo recebe muitos estímulos dolorosos e a partir dela tem o processamento e o encaminhamento da informação pro córtex onde vai acontecer o reconhecimento da dor – no córtex há substância cinzenta periaquedutal e nessa região também tem mecanismo inibitório da dor, pois é rica em opioides endógenos. HIPERSENSIBILIZAÇÃO - Sensibilização periférica: envolve a ativação de receptores periféricos e liberação de substâncias algogênicas – em uma substancia chamada SOPA INFLAMATÓRIA – quando há lesão inflamatória ocorre lesão de parede celular e liberação de histamina, pg, serotonina, cininas, substancias P, íons (H, K) e isso acaba reduzindo o limiar nociceptivo nos nociceptores periféricos então quando ocorre essa sopa, ocorre um mecanismo chamado hiperalgesia primária – dói no local da lesão e nos arredores da lesão. - Sensibilização central: ativa receptores periféricos de forma repetida, que leva a informação de forma acelerada e repetida pelos neurônios primários e chega no corno dorsal da medula e vai ter liberação de neurotransmissores: GLUTAMATO que ativa outros receptores e isso desencadeia dois mecanismos: HIPERALGESIA SECUNDÁRIA que envolve a disseminação da dor em uma área mais extensa (membro todo por exemplo) – e também a liberação excessiva de glutamato ativa as fibras Abeta – fibras que não transportavam estímulo doloroso passam a transportar e essa situação chama ALODINIA – EXEMPLO DE ALODINIA: ex queimadura de sol – quando toma banho a água bate, toque do lençol, tudo isso causa dor . IDENTIFICAÇÃO DA DOR NOS ANIMAIS TIPOS DE DOR Evolução - A dor pode ser classificada de dois tipos: - Aguda: sintoma de uma doença – curta duração ex: fratura, quando estabiliza – já ameniza a dor, uma dor aguda não tratada pode sensibilizar o SNC e pode desencadear a dor crônica. - Crônica: de evolução mais longa, deixa de ser sintoma e passa a ser a doença. Ex: displasia coxofemoral, instabilidade articular e dor que vai acompanhar o paciente pro resto da vida dele se não fizermos nada. Na dor crônica temos respostas fisiológicas menos evidentes, pois o organismo faz compensações, sem estresse agudo, cortisol, contrário do que acontece na dor aguda. A dor pode ser classificada em dois outros tipos: - Nociceptiva: ativação de receptores periféricos - somática: ativação de nociceptores na pele, músculos e ossos, e esse nociceptor está ligado as fibras ADelta (velocidade alta) e C (baixa velocidade); - visceral: nociceptores ligados à fibra C, por isso dores visceral são mais difusas na identificação do que a muscular, óssea, devido à ligação a fibra não mielinizadas. Não nociceptiva: outros mecanismos que não envolvem os periféricos, ela envolve a ativação da fibra nervosa diretamente, com dois tipos principais: - Neuropática: extrusão de disco, lesão denervo – não envolve a ativação de nociceptores periféricos e sim a lesão da fibra nervosa diretamente. - Psicogênica: dificuldade de identificar na veterinária SINAIS DE DOR aguda Ativação de respostas simpáticas - aumento da FC - vasoconstrição – se fizer analgésico e for dor a mucosa fica rósea após analgesia - aumento da temperatura corporal - aumento da PAM - aumento cortisol – causa aumento da glicemia – hiperglicemia - diminuição da liberação de insulina – também leva a hiperglicemia - aumento da glicose - diminuição da filtração glomerular – devido à vasoconstrição - diminui motilidade intestinal – bem evidente em equinos - mudança de comportamento – carnívoros demonstram mais dor que os animais que são presas naturais AVALIAÇÃO DA DOR - Trans-operatório/Trans-anestésico – paciente está inconsciente, então nesse momento não estamos avaliando a dor, e sim a nocicepção. Avaliam-se parâmetros fisiológicos pra sinalizar dor ou não, mas não pode ser confundido com plano anestésico (avaliar reflexos pra ver profundidade) – está profundo e mesmo assim com alterações dos parâmetros, fazer analgésico no trans-operatório, por exemplo um bólus de opioide intravenoso - metadona ou fentanil, ou infusão contínua de analgésicos. -Pós-operatório/Ambulatório: avaliar comportamento por escalas específicas da espécie ou escalas subjetivas. Nunca subestimar o sofrimento do indivíduo. Escala descritiva simples, escala numérica simples e análoga visual. Escala descritiva simples Escala numérica simples Escala análoga visual Comportamentos patológicos/sinal de dor: Equinos: rolar no chão- dor abdominal Todas as espécies: levantar o membro: dor no membro Pequenos animais: posição de prece: dor abdômen cranial Proteção de uma região: sinal de dor em todas as espécies, deitado, olha pro local Sifose: arqueamento dorsal, dor abdominal, coluna membros – todas as espécies NA DÚVIDA: o que dói em mim, também dói no meu paciente Outra ferramenta, são as escalas de grau de dor conforme o procedimento EFEITOS DA DOR NÃO TRATADA - causa alteração do estado geral do paciente - aumento do cortisol sérico aumenta o tempo de cicatrização - aumento do risco de infecção cirúrgica - aumento da motilidade do TGI, pode levar a translocação bacteriana/sepse - aumento de FR pode fazer eliminação de grandes quantidades de co2 e fazer alcalose respiratória – altera homeostasia - auto-mutilação - inapetência e emagrecimento - dor crônica - não tratar a dor é um problema ético TRATAMENTO DA DOR NOS ANIMAIS pt 1 ANALGESIA Ausência de dor não é total, mas reduz a dor para dar conforto Analgesia preemptiva: começa a administração de opioides antes do estímulo doloroso propriamente dito. Começa antes do procedimento cirúrgico e se prolonga no trans e pós operatório durante o período necessário. Anestesia balanceada: analgesia multimodal – deve permitir o bloqueio de várias vias da dor – bloquear desde a transdução até a percepção, impede a liberação de glutamato e receptores, previne efeitos deletérios, dor crônica, reduz analgésicos no pós-operatório. Assim, consegue: - prevenção de sensibilização central- liberação de grandes quantidades de glutamato - dor crônica - controle da dor pós-operatória ANALGESIA MULTIMODAL Anestésicos gerais vão agir apenas na percepção da dor, então não são completos, ele desliga SNC e o animal não vai perceber a dor, mas todo o caminho está acontecendo com liberação de neurotransmissores com efeitos deletérios no SNC; Opioides atuam na percepção, modulação e alguns na transdução AINES – atuam na transdução (periférico) e na modulação (central) Alfa2agonistas: transmissão, modulação e na percepção Alguns anticonvulsivantes, antidepressivos, antagonista NMDA são classes que originalmente não são analgésicos, mas atuam na modulação como adjuvantes de outros fármacos. Anestésicos locais – atuam na transdução e na transmissão (perifericamente), e centralmente tanto via peridural ou infusão continua irão ajudar na modulação. Benzo e fenotiazinicos – apenas CENTRALMENTE – sedativos que não tem ação analgésica – reduzem percepção da dor OPIOIDES Principais representantes de analgésicos – MORFINA principal representante Vão agir perifericamente na transdução, modulação no corno dorsal da medula e na percepção no SNC. Os efeitos ocorrem no neurônio pré e pós sináptico: Opioide liga-se ao receptor – ativação da proteína G inibição da adenilciclase supressão de corrente de cálcio e inibição do impulso nociceptivo – não tem liberação de neutrotransmissor na fenda sináptica. No neurônio pós-sinaptico a ligação do opioide ao receptor vai causar a ativação de correntes de potássio, célula hiperpolarizada e inibe o impulso nociceptivo. - reduz sensibilização centralCães – mais sensíveis aos opioides que equinos e felinos Equinos e felinos - risco maior de excitação usar doses mais conservadoras para evitar esse efeito – equinos é recomendado usar um sedativo com opiode – alfa-2 - reduz hiperexcitabilidade do SNC - aumenta limiar da dor - depressão do SNC e analgesia – grau da sedação depende da espécie, dose e de qual opioide utilizado/ cães são mais sensíveis aos efeitos depressores do que os equinos e os felinos que tem mais risco de excitação – ou seja gatos e cavalos doses conservadoras e intervalos menores de administração, em cavalos prefere-se usar opioide junto com sedativo geralmente opioide com alfa2 - variação entre espécies – cães, cavalos e gatos - indicações e efeitos colaterais · Tramadol: dor moderada; · Morfina, metadona, fentanil pode ser utilizado no controle da dor de moderada a intensa no pré, trans e no pós-operatório; · Meperidina – curta duração de ação, pode-se utilizar como analgésico em procedimento de curta duração; · Buprenorfina e butorfanol – efeito teto, ação analgésica mais limitada – utiliza em dor moderada. AINES Quando tem dor associada a processo inflamatório ( caso de lesão tecidual) - inflamação - dor visceral (cólicas) e somática, articulares, ortopédicas - tem ação anti-térmica – hipertermia - dor no pré e pós operatório - na dor crônica Agem na transdução e na modulação da dor. Células possuem fosfolipase A, e quando tem lesão tecidual vai liberar acido aracdonico, um precursor de mediadores pro-inflamatórios, ele será convertido em prostaglandina, tromboxano e leucotrienos. Para qual ele sera convertido dependerá da via que sera ativada. Duas principais: VIA DA LIPOXIGENASE que transforma o ácido aracdônico em leucotrienos e a VIA DA CICLOXIGENASE que transforma o ácido aracdônico em prostaglandinas e tromboxanos ( todas as 3 são mediadores pro- inflamatórios) Uso de AINES agem inibindo a transformação COX-1(FISIOLÓGICA- agem aumentando proteção de mucosa, fluxo sanguíneo renal e coagulação) – COX2 (INDUTÍVEL por processos inflamatórios – agem aumentando inflamação, dor e causando febre) PORTANTO inibe liberação de PGS, tem mais efeitos colaterais pois inibe cox 1, aumenta risco de gastrite, distúrbios renais e de coagulação. Coxibs - AINES que inibem preferencialmente COX-2, vão agir inibindo apenas pgs relacionadas com processos inflamatórios – tem menos riscos de efeitos colaterais e podem ser usados por mais tempo. Gatos são mais sensíveis aos AINES – intoxicação por fármaco, pois tem dificuldade de metabolização de fármacos. COX 3 – age inibindo sensibilização do SNC (dipirona, paracetamol) – lembrando que parecetamol é tóxico para felinos Contra-indicações de AINES - Não deve ser usado em situações que já há distúrbios no TGI, até os COX2 podem ter efeito cox1 aumentando risco de gastrite - hipotensão Podem ter prejuízos na perfusão renal - pode causar lesão renal e IRA - hipovolemia - desidratação - insuficiência renal - insuficiente hepático – AINES tem metabolização hepática - asma – causam broncoespasmo – então esses que tem asma recebem AIES – corticosteroides - coagulopatias – inibem agregação plaquetária – sangramento - corticosteroides – não podem receber AINES, pois agem na mesma cascata da inflamação, não usa concomitanteQuando administrar? No pré-operatório, pode fazer meloxicam no MPA, ter certeza que não tem contraindicação, conferir PA, pois se fizer hipovolemia no trans, o AINE vai potencializar a lesão renal. O AINE não age imediatamente, o efeito ocorre 30 minutos após – ou seja, melhor fazer na MPA, no hv ela aplica no pós imediato – reduzir risco no pós. Carprofeno, firocoxib e meloxicam – mais específicos Os menos específicos tem mais efeitos colaterais: piroxicam, cetoprofeno Dipirona inibe COX 3 – age inibindo sensibilização central e pode ser associada a outros AINES (tipo meloxicam) porque os mecanismos de analgesia são diferentes. Piroxicam e firocoxib são muito usados em casos de carcinoma inflamatório – age reduzindo inflamação e controlando carcinoma. TRATAMENTO DA DOR pt 2 TERAPIAS ADJUVANTES Fármacos que não são originalmente analgésicos e atuam principalmente na modulação da dor: - antidepressivos tricíclicos – inibe a recaptação da serotonina – mais serotonina na fenda *amitriptilina – VO - anticonvulsivantes – potencializa a neurotransmissão inibitória * gabapentina – controla principalmente a dor neuropática no mecanismo de modulação - VO - Antagonista NMDA: inibe a ligação do glutamato ao receptor NMDA *amantadina - originalmente usado em tratamento de mal de Parkinson – ajuda na modulação da dor – dor somática, precisa pelo menos 2 semanas pro inicio do efeito – VO para pacientes com dor crônica para ter beneficio a longo prazo. * cetamina – dor somática – causa alteração de consciência, então não é bom em internamento em uso prolongado ou para casa, tem inicio de ação imediata. Todos são via oral então recomendados para CASA. Sempre associados a opioides/AINES para potencialização dos efeitos. ANESTÉSICOS LOCAIS – causa dessensibilização Cocaína foi o primeiro, e foi administrado como colírio; LIDOCAÍNA E BUPIVACAÍNA Podem ser utilizados como infiltrações locais – região toda Bloqueios perineurais – toda região inervada por aquele nervo Peridural – sensibiliza toda a região de onde sai aqueles nervos Infusão contínua - com esses meios age na transmissão e na transdução da dor. Peridural e infusão continua age na modulação da dor. - lidocaína também pode ser adm por via intravenosa e por infusão contínua – ação antiendotoxicêmica, pró cineptica, aumentando motilidade intestinal e fazendo analgesia por modulação da dor. Transdução, transmissão (bloqueio locorregionais), peridural e infusão agem na modulação; ASSOCIAÇÕES DE FÁRMACOS Podemos combinar por vias diferentes ou por infusões continuas intravenosas; Infusões contínuas podem ser tudo numa bolsinha/sopão (vantagem: bomba de infusão ou tudo na bolsa e ajusta gotejamento, desvantagem: velocidade é uma só, ou seja, doses e taxas pré-determinadas) ou cada um numa seringa diferente e administro na velocidade desejada, bombas de infusão posso administrar 4-5 fármacos diferentes - MLK – morfina, lidocaína e cetamina, geralmente usa bólus inicial para aumentar concentração plasmática rapidamente e em seguida começa a infusão. Com MLK vamos ter ação dos opioides na transdução, modulação e percepção da dor, a lidocaína agindo na modulação e a cetamina também. * Bolus: 0,5 mg/kg morfina + 0,5mg/kg lidocaína + 0,25mg/kg cetamina – pode puxar na mesma seringa se quiser- fazer em 5 minutos, não muito rápido pra evitar apneia/redução brusca da FC. * Infusão:Para os cálculos professora usa taxa 1 ou 2 ml/kg/h – ela prefere taxas bem baixas para não limitar a fluidoterapia no transoperatório - 0,2 mg/kg/h morfina - 3mg/kg/h lidocaína - 0,6mg/kg/h cetamina Opiodes agindo na transdução, modulação e percepção da dor (morfina). Lidocaina agindo na modulação da dor, e cetamina atuando na modulação também pois nessa dose não atinge percepção, exceto se forem infusões muito prolongadas. - FLK – fentanil, lidocaína e cetamina *bolus: 1-3ug/kg fentanil + 0,5mg/kg lidocaína + 0,25mg/kg cetamina * infusão:Ao invés de morfina utiliza um bolus inicial de fentanil + infusão - 2,5-10ug/kg/h fentanil - 3mg/kg/h lidocaína - 0,6 mg/kg/h cetamina Fentanil se tiver intervalo de dose maior vai ter mais depressão respiratória, pode ser usada no trans e pode ser usada no pós, mas cuidado com depressão respiratória também causada por cetamina prolongada (eliminação é mais lenta do que o deposito do fármaco) – delírios e vocalização Equinos: cuidado no pós, cavalo com lidocaína faz ataxia e se estiver em estação fica meio bambo. Geralmente utiliza essas combinações no trans e suspende a administração 30 min antes do fim da cirurgia pra evitar comprometimento da recuperação anestésica. ESCADA DE TRATAMENTO DA DOR Dor leve: AINE + terapia adjuvante, se necessário, que pode ser fisioterapia ou acupuntura. Dor moderada: opioide leve (ex: tramadol ou buprenorfina) + AINE + terapia adjuvante se necessário Dor intensa: opioide forte (morfina ou metadona) + AINE + terapia adjuvante se necessário aqui geralmente farmacológico como amitriptilina, gabapentina, mantadina, cetamina, infusão de lidocaína etc MLK CÁLCULO: Morfina: 10mg/ml Lidocaína: 2% Cetamina: 10% - mg/ml Fazer um bólus inicial pra subir concentração plasmática e consegue manter com infusão contínua com doses baixas. Bolus: morfina: 0,5mg/kg Lidocaína: 1mg/kg Cetamina: 0,5 mg/kg CÃO 12 kg: MORFINA: 0,5 X 12/10 = 0,6mL LIDOCAÍNA: 1 x 12/ 20 = 0,5 mL Cetamina: 0,5 x 12/100 = 0,06mL Cálculo da Infusão Contínua: Morfina: 0,2mg/kg/h x 12/10 = 0,24mL/hora Lidocaína: 3mg/kg/h x 12/20 = 1,8mL/hora Cetamina: 0,6mg/kg/h x 12/100 = 0,072 mL/hora Se for seringa usa os resultados acima, mas na maioria das vezes não teremos bomba de seringa para usar individualmente; Diluição em bolsa de soro: 100, 250 , 500 ou 1 litro, escolher a mais específica; - professora prefere infusões continuas em volumes bem reduzidos porque assim o volume da infusão de analgésico não sobrecarrega o paciente – taxas muito altas podem causar hemodiluição, edema pulmonar, etc. 1 ml/kg/h Taxa: 1ml/kg/hora x 12 = 12mL/h de fluído DENTRO DOS 12 ML tenho 0,24 ml de morfina e assim por diante pra cada fármaco; 12mL – 0,24mL morfina 100mL (bolsa) – x X=2mL de morfina 12mL – 1,8mL lidocaína 100 ml – x X=15mL de lidocaína 12mL – 0,072ml cetamina 100ml – x X= 0,6 ml de cetamina Dentro de uma bolsa de 100 mL, adiciono 2mL de morfina, 15mL de lidocaína e 0,6 mL de cetamina, somando 17,6 mL de fármacos apenas, então tira 17, 6 mL de soro da bolsa e colocar as quantidades adequadas de fármacos; Cálculo taxa de gotejamento Tx: 1ml/kg/h x 12 = 12mL por hora /60 = 0,2mL/ min – se for MACRO x 20 = 4 gotas/min, se for MICRO x 60= 12 gotas/min; Se o paciente iniciar com sinais de nocicepção e o plano anestésico está adequado – posso aumentar a taxa – ajusta a velocidade com base na resposta do paciente! VASOATIVOS – NOREPINEFRINA – age em receptores alfa aumentando a vasoconstrição Recomendada em paciente séptico, que receberam peridural, altas doses de acepromazina situações que tem vasodilatação. Os vasoativos quando em infusão contínuas não precisam de bólus inicial, pois a meia-vida plasmática é curta e consegue atingir concentração plasmática terapêutica só com a infusão. Geralmente começa com dose menor e vai aumentando conforme a necessidade. Recomendado deixar calculado várias doses diferentes. 0,1 mcg/kg/min 0,2 mcg/kg/min 0,3 mcg/kg/min 0,4 mcg/kg/min 0,5 mcg/kg/min Norepinefrina vem com uma ampola de 4 mL a 1,0 mg/ml então 1 ampola = 4mg 1 ampola em 500 mL 4mg/500mL = 0,008mg/mL x 1000 = 8mcg/mL nova diluição criada ao colocar os 4 mg em 500 ml CÃO 10 Kg 0,1 mcg/kg/min X 10/8 = 0,125ml/min 0,2 mcg/kg/min x 10/8 = 0,25 mL/min 0,3 mcg/kg/min x 10/8 = 0,375 ml/min 0,4 mcg/kg/min x 10/8 = 0,5ml/min 0,5 mcg/kg/min x 10/8 = 0,625ml/min Se for bomba de infusão multiplica o resultado por 60 que temosa velocidade em mL por hora. Começo com a dose menor e vou aumentando caso o paciente não esteja respondendo. Como é um fármaco que causa vasoconstrição, quero aumentar a pressão arterial com o mínimo de vasoconstrição sistêmica possível, pois ela pode significar redução da perfusão renal/hepática/miocárdio. SE FOR GOTEJAMENTO: 0,125 x 20 se for macro= 12,5 macrogotas/ minuto 0,125 x 60 se for micro = 7,5 microgotas/min image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image1.png image2.png image3.png