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PRINCÍPIOS DA CRIOPRESERVAÇÃO DE ESPERMATOZÓIDES Criopreservação: manutenção da viabilidade de órgãos, tecidos e células através de estocagem a temperaturas extremamente baixas por período indefinido; Os sptz foram as primeiras células estudadas para a congelação; devido a possibilidade de definir se a célula está movel ou não (por meio da viabilidade), pelo interesse pela inseminação artificial (demanda da produção animal), e pela facilidade de obtenção de amostras; HISTÓRICO: O primeiro estudo de criopreservação foi iniciado por Spallanzani, onde foi observado que a redução na temperatura diminuía reversivelmente a atividade metabólica do sptz possibilitando o seu armazenamento; porém foi com uma descoberta acidental de que o glicerol atuava como crioprotetor (atuando impedindo a formação de gelo intracelular) de células é que o uso desta técnica iniciou-se, dando origem aos programas de inseminação artificial com sêmen congelado; Vantagens: Viabilidade do sêmen Interior da fêmea Exterior da fêmea Puro 5-11 dias 60 min Resfriado 2 dias 2-11 dias Congelado 24 horas infinito Bem como a logística da aplicação de biotecnologias da reprodução; redução de custos e riscos para importação e exportação de material genético (transporte, quarentena); ganho genético; utilização por tempo indefinido; maior controle das doenças sexualmente transmissíveis. Desvantagens: formação de cristais de gelo; aumento da osmolaridade (efeito solução); Solução: crioprotetores; velocidade de resfriamento e congelação; CRIOPROTETOR: substâncias que protegem a célula durante o congelamento e descongelamento; Não possui mecanismos não completamente elucidados: reduzem o ponto de congelação H2O, evitam formação gelo intracelular, desidratação celular controlada; Características desejáveis: baixo peso molecular e toxicidade, e alta solubilidade em H2O; Classificação dos crioprotetores: por meio de sua habilidade em atravessar a membrana (penetrantes ou intracelulares) ou não (não penetrantes ou extracelulares); Crioprotetores penetrantes: moléculas pequenas que penetram pela membrana celular; formam ligações de hidrogênio com as moléculas de água; diminuem o ponto de congelação e inibem a formação de cristais de gelo; Exemplos: glicerol , propileno glicol, dimetil sulfoxido, 1-2 isopropanodiol, etilenoglicol, metanol, etanol, acetamida, formamida; Glicerol (mecanismo de ação): liga-se à água no citoplasma alteram seu ponto de fusão; além disso, quando se ligam com a água livre, formam pontes de hidrogênio que interferem no seu ponto de cristalização; dessa forma, existe menor probabilidade de formação de cristais de gelo lesivos às células espermáticas; Efeito negativo: efeito direto na permeabilidade da membrana; as pontes de hidrogênio com grupos fosfatos dos fosfolipídios diminuem a fluidez; interage com proteínas de ligação e glicoproteínas (agrupamento de partículas); diminui a capacidade elétrica; Crioprotetores extracelulares: não penetram pela membrana plasmática das células; atuam no meio externo na estabilização e reparação da membrana plasmática, e durante a descongelação, previnem o choque osmótico; Substâncias com capacidade de proteção à crioinjúria: exercem proteção via efeitos osmóticos, promovendo um meio hipertônico que provoca a saída de água do meio intracelular, levando à desidratação dos espermatozoides e diminuindo a probabilidade de se formarem cristais de gelo no interior das células; Exemplos: gema de ovo, açúcares (glicose, frutose, lactose, sacarose, trealose), lipídios (gema de ovo, liproteína de baixa densidade), proteínas de leite (caseína), aminoácidos (glutamina, histidina, prolina), polímeros sintéticos de alto peso molecular (álcool polivinílico, metil celulose); Gema de Ovo: comum nos diluentes de sêmen, protege o sptz contra choque térmico, confere proteção à membrana durante congelação e descongelação, permite diminuir os níveis de glicerol; questões sanitárias (contaminação); Mecanismo de ação: pouco conhecido; função de proteger os espermatozóides contra o choque pelo frio, de forma a preservar a motilidade espermática e as membranas acrossomais, bem como reduzir a perda de enzimas; Efeito negativo: aumento da osmolaridade (efeito solução); toxicidade das substâncias; lesão durante o processo; Solução (para o aumento da osmolaridade): velocidade de resfriamento e congelação (resfriamento lento e congelação rápida); Crioinjúrias: danos bioquímicos e funcionais, injúrias oxidativas, formação de cristais de gelo, lesões no DNA, alterações na membrana plasmática; Solução: redução do volume do crioprotetor; avaliação de melhores crioprotetores; redução do tempo de exposição; DILUIDOR: aumentar o volume para facilitar o fracionamento do ejaculado mantendo as características do sêmen; Prover nutrientes como fonte de energia; garantir uma fonte que sirva de tampão como prevenção de alterações de pH; garantir a pressão osmótica fisiológica e concentração de eletrólitos; prevenir o crescimento de bactéria; proteger contra o choque térmico durante a congelação; ter capacidade crioprotetora para reduzir as lesões pela congelação; Crioprotetores (glicerol, gema de ovo, glicose) Osmolaridade (sais) pH (tampões; ácido cítrico) Nutrientes (frutose, glicose, gema de ovo) Antibióticos Infinitas combinações: as variações dependem do propósito, espécie, raça, e características individuais; Meios de armazenamento: pellets, ampolas, palhetas (principal, devido sua maior superfície de contato e homogeneidade); TÉCNICA DE CRIOPRESERVAÇÃO DE ESPERMATOZOIDES CONGELAÇÃO DO SÊMEN : primeiramente é feita a congelação do sêmen para a avaliação da sua qualidade; é feito o espermograma e criopreservação; é preciso descongelar uma palheta do lote de sêmen e realizar o espermograma para avaliar a qualidade da congelação; Sequência: preparo do material (checklist); colheita; avaliação e pré-diluição (fornecimento de nutrientes); diluição; envase e estabilização; congelação; descongelação e reavaliação; Material: nitrogênio líquido (verificar se tem volume suficiente); diluente (descongelar); geladeira (5°C) e ar condicionado; preparar os equipamentos básicos e espermograma; identificação para a ficha de congelação e mapa do botijão; laudo andrológico anterior (verificar alterações); Dados obtidos da avaliação do sêmen: volume do ejaculado, motilidade / vigor, concentração espermática e porcentagem de defeitos (maiores e menores); Valores mínimos de qualidade (bovino): mínimo de 70% de motilidade, 3 de vigor; e achados patológicos em até 30% defeitos totais (até 10% defeitos maiores e 20% defeitos menores); Fatores a serem considerados para o cálculo de doses: volume do ejaculado, motilidade, concentração espermática, perda na congelação, dose inseminante e volume da palheta (0,5 ou 0,25 ml); MÉTODO : pré-diluir o sêmen antes de fazer todos os cálculos garante melhor viabilidade do ejaculado; 1°Saber quantos sptz tem no ejaculado (multiplicar a concentração pelo volume); 2° Saber quantos sptz estão viáveis neste ejaculado (multiplicar o n° de sptz no ejaculado pela motilidade sptz no ejaculado); 3° Saber quantos sptz estarão viáveis após a descongelação (multiplicar o número de sptz viáveis no ejaculado pela porcentagem de células sobreviventes a congelação); 4° Saber quantas doses inseminantes o ejaculado pode originar (dividir o número de sptz viáveis após a congelação pelo número de sptz na dose inseminante); 5° Calcular o volume de sêmen + meio, dependendo do volume da dose inseminante (palheta de 0,5 ou 0,25 ml); 6° ESCOLHA DO DILUIDORES: Two step (frações A e B do diluidor): ambas devem ter o mesmo volume: na fração A irá conter o diluidor sem o crioprotetor e o ejaculado, e na fração B contém o diluidor e 14% de crioprotetor (glicerol em dobro para a mistura das duas frações para totalizar 7% da diluição); eles irão ser misturados após a diluição do sêmen; Considerar diluidor no sêmen utilizado na pré-diluição; One step (com diluidor com uma fração): fração única a 35°C, e glicerol final 7%, onde a soma é a dose da palheta; Se o meu diluidor já tem como constituinte o glicerol, obrigatoriamente é feito o one step; O material é envasado na temperatura ambiente e após isso é feito o resfriamento; 7° Resfriamento e mistura as frações: ejaculado e diluidor (fração A) no banho-maria (37°C); mistura do sêmen lentamente; resfriamento (1,5-2 horas a 5°C); mistura da fração B (5°C) lentamente (1 hora para a glicerolização); Controle da temperatura da geladeira/câmara fria e do ar condicionado do laboratório; 8° Envase e estabilização: identificação (nome do reprodutor, registro e partida) e resfriamento prévio das palhetas; envase é feito dentro da geladeira; 9° Congelamento final e armazenamento: manter sobre o vapor de nitrogênio líquido por 15-20 min, e após isso as palhetas são mergulhadas no nitrogênio; AVALIAÇÃO APÓS A CONGELAÇÃO: após 24 horas (descongelar uma palheta e avaliar a motilidade); Palhetas de 0,5ml 30 segundos em água a 35-37ºC Palhetas de 0,25ml 20 segundos em água a 35-37ºC Fazer espermograma completo : o mínimo esperado é 30% de motilidade e 3 de vigor); Teste de termorresistência: TT lento (38ºC/5h), e TT rápido (46ºC/30 minutos); avaliando se o sêmen é resistente a variações de temperatura; a motilidade deve ser maior que 15%; RESFRIAMENTO DE SÊMEN BOVINO: possibilidades de uso quando necessário (somente para a propriedade); o exame andrológico e cálculos de qualidade são realizados antecipadamente, e um dia antes da inseminação, o sêmen é coletado; etapas (espermograma, diluição (sem perdas), resfriamento (5°C), conservação/transporte, uso);
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