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FARMACOBIOTECNOLOGIA Biorreatores Biorreatores: recipientes onde ocorrem uma série de reações químicas catalisadas por Biocatalizadores (enzimas e células vivas) ❖ Reatores Enzimáticos ou Bioquímicos: reações ocorrem na ausência de células vivas; ❖ Reatores Biológicos: reações são processadas na presença de células vivas. 1. Reatores em fase aquosa (fermentação submersa) A. Células / Enzimas livres: ❖ Mecanicamente agitados: Tanque: 2:1 ou 3:1; agitador no eixo central; Turbina de pás planas (Flat blade) Desvantagens: Maior consumo de energia, Maior nível de espuma, Maior cisalhamento. ❖ Pneumaticamente agitados: agitação é feita pelo borbulhamento de um gás (normalmente ar), resultando menos cisalhamento. ✓ Coluna de Bolhas ou Torre: Movimento do líquido é aleatório; ✓ Reatores de air lift: movimentação cíclica do fluido, bem definida, por meio de dispositivos e arranjos internos. RISER é onde as bolhas de gás são liberadas. Ascensão das bolhas causa o fluxo de líquido na direção vertical. O líquido flui em direção descendente no DOWNCOMER. Vantagens: Baixa manutenção e baixo custo de operação, excelente transferência de calor e de massa, Maior durabilidade dos catalisadores. B. Células / Enzimas imobilizadas em suportes: Imobiliza-se o biocatalisador em um suporte inerte com finalidade de manutenção de elevadas concentrações celulares. ❖ Reatores com leito fixo: onde a movimentação é praticamente inexistente, mantem as células confinadas entre membranas semipermeáveis, permitindo a passagem de líquido, mas não de células, separando metabólitos (produto desejado), contribuindo para a simplificação das etapas de purificação do produto. ❖ Reatores com leito fluidizado: movimentação intensa das partículas por meio da injeção de ar Suporte: Não tóxico para as células; alta capacidade de retenção; resistente ao ataque químico microbiano; pouca sensibilidade às possíveis solicitações mecânicas; alta difusidade de substratos e produtos. Aplicações: ✓ Tratamentos de resíduos (suportes sólidos – filtros biológicos); ✓ Produção de enzimas (suportes gelatinosos); ✓ Biotransformação de esteroides; ✓ Produção tradicional do vinagre. 2. Reatores em fase não-aquosa (fermentação semi-sólida) Aplicados nos processos de crescimento de microrganismos sobre substratos sólidos sem a presença de água livre. Água presente encontra-se ligada à fase sólida, formando uma fina camada nas superfícies das partículas. Fase sólida ✓ serve como suporte para o crescimento das células, atua como fonte de carbono, nitrogênio e demais componentes; ✓ O meio é heterogêneo e os substratos nem sempre estão completamente acessíveis a microrganismo; ✓ O ar deve atravessar os espaços vazios do meio a pressões relativamente baixas. H2O: fornece umidade e atividade microbiana 3. Processos de esterilização Eliminação de todas as formas de vida do interior ou superfície do equipamento. Métodos físicos: Calor seco, calor úmido, radiação ultravioleta, radiação com partículas ionizantes (gama), ultrassom; Métodos químicos: Limpeza do equipamento com líquidos ou gases que matam os microrganismos ou danificam irreversivelmente sua capacidade de reprodução. (Hipoclorito, fenóis, formaldeído, óxido de etileno, ozônio, dióxido de enxofre, entre outros); Consequências da presença de um contaminante no processo: ✓ Compromete seriamente o resultado; ✓ Consomem os nutrientes competindo com o microrganismo de interesse: produção de enzimas, vitaminas, etanol; ✓ Em alguns casos a eliminação de contaminantes pode inviabilizar economicamente o processo. A. CALOR ÚMIDO: Temperatura elevada + alto grau de umidade (meios de cultura, material de laboratório, embalagens, centrífugas, reatores bioquímicos...) ❖ Desnatura irreversivelmente as proteínas; ❖ Carameliza carboidratos produzindo, neste processo, produtos tóxicos. Ex.: Autoclaves (vapor sob pressão) transferência de calor favorecida por condensação ocorrida no material; rápido aumento de temperatura; manutenção do nível de hidratação da célula; B. CALOR ÚMIDO POR VAPOR DE ÁGUA SATURADO: método mais usado por ser de fácil obtenção, eficaz e de custo relativamente rápido. Obtido em um sistema de caldeiras e transportado por ductos de aço galvanizado ou inoxidável, isolados termicamente. ✓ Esterilização de reatores vazios (esterilização descontínuas) ✓ Esterilização de reatores com meio de cultura (descontínua) Reator c/ o mesmo microrganismo sempre: 20 a 40 minutos; utilizam vários microrganismos: mais de 60 minutos; ✓ Reatores com esterilização programável: Equipamentos sofisticados, completamente automatizados, pode-se escolher o tempo e a temperatura de esterilização. ✓ Esterilização em autoclaves: Para reatores de pequeno porte (até 30L); Horizontais e verticais; Geração de vapor: elétrica, a gás ou externa (caldeira). Destruição por calor úmido depende de: ✓ Microrganismo (espécie, linhagem, existência de esporos, idade da cultura); ✓ Meio de cultivo (composição, pH, presença de sólidos em suspensão); ✓ Temperatura. C. CALOR SECO: Destrói o microrganismo pela oxidação de seus constituintes químicos; Mais lenta e menos eficaz que o calor úmido; Calor transmitido muito lentamente; Nível de hidratação das células tende a diminuir o que, de certa forma, pode proteger as proteínas. D. RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA: É absorvida pelos ácidos nucléicos causando lesões. Agem diretamente sobre o DNA e RNA, alterando a estrutura dessas moléculas e provocando danos ao processo de manutenção e divisão celular. Seu efeito letal é proporcional à dose de radiação aplicada. Região do espectro com efeito esterilizante: 220 a 300nm Fatores que influenciam na sensibilidade microbiana a UV: pH; Estado fisiológico da célula (fase de crescimento); Constituição genética ESTERILIZAÇÃO DE AR ✓ Calor Seco; ✓ Filtração: a. Filtros de materiais fibrosos: lã de vidro.; Pouca aplicação industrial.; Microrganismos são retidos mecanicamente e em profundidade; A camada filtrante ocupa a parte central do recipiente; Passagem de ar através do filtro deve em temperatura maior que a ambiente para manter a camada aquecida e evitar a condensação de umidade. b. Filtros de membranas: elaboradas com materiais poliméricos, ocorre retenção de aerossol microbiano na superfície da membrana (0,45 µm), discos e cartuchos; c. Filtros HEPA: Sistemas de Fluxo laminar Montados com vários elementos filtrantes e separados por folhas de alumínio; Antes do uso deve-se proceder com a desinfecção das superfícies com etanol (70%) e luz UV ligada. 4. Tipos de biotransformações • DESCONTÍNUA: Um inóculo por tanque, com recirculação de células; a. Clássica ou simples: desde a antiguidade uma das mais empregadas para a obtenção de vários produtos fermentados. Durante o processo acrescenta apenas oxigênio e ácido ou base para controle do pH; No fim do processo o produto é retirado e segue para o tratamento final; O fermentador é lavado e esterilizado para a próxima utilização. Volume constante ao longo do processo e Baixo rendimento (repressão catabólica) Menor risco de contaminação e Maior flexibilização Controle mais estreito da estabilidade genética dos microrganismos e Controle preciso de lotes É o método mais utilizado na indústria de alimentos b. Descontínua por batelada ou alimentada: um ou mais nutrientes são adicionados ao fermentador durante o cultivo, mas os produtos obtidos permanecem dentro do biorreator até o final do processo. Podem ser adicionados aditivos durante o processo; Vazão e volume constante ou variável; É possível controlar a concentração do substrato durante o processo e deslocar o metabolismo microbiano para uma determinada via metabólica,acumulando produto específico; Utilizada na produção de glicerol, acetona, butanol, ácido lático; Minimização da formação de produtos de metabolismo tóxicos; Superação dos problemas de estabilidade presentes em processos contínuos (Mutações, Contaminação, Estabilidade do plasmídeo) Adequação do processo fermentativo a condições operacionais (Produção de etanol) • SEMICONTÍNUA: Processo pouco utilizado, no qual são colocados no biorreator o meio de fermentação e o inóculo, com entrada e vazão constantes, seguindo operações na seguinte ordem: 1. Operação 1: aguarda o término da fermentação; 2. Operação 2: retira parte do meio fermentado, mantendo-se no reator o restante de mosto fermentado; 3. Operação 3: Adiciona ao reator um volume de meio de fermentação igual ao volume de meio fermentado retirado na Operação 2. • CONTÍNUA: Possui alimentação contínua de meio de cultura a uma determinada vazão constante, Processo operado por longos períodos em estado estacionário; Vantagens: Aumento da produtividade, Obtenção de caldo fermentado uniforme; Manutenção das células em um mesmo estágio fisiológico; Menor necessidade de mão-de-obra. Desvantagens: Possibilidade de ocorrência de mutação genética espontânea; Dificuldade de manutenção de homogeneidade; Formação de espuma e crescimento de microrganismos nas paredes; Grande chance de contaminação. a. de múltiplas dornas: mosto é misturado ao microrganismo na primeira dorna; a passagem para as demais se dá num processo contínuo até chegar à última dorna onde a concentração de açucares estará a menor possível, podendo assim ser considerada a dorna morta; “vinho bruto” é centrifugado e enviado para o aparelho de destilação e o fermento tratado para novo carregamento. 5. Fermentação em estado sólido Processo no qual a cultura dos microrganismos se dá sobre ou dentro de partículas de matriz sólida (material inerte), onde o conteúdo líquido ligado a ela está a um nível de atividade de água que, por um lado assegure o crescimento e metabolismo das células e, por outro, não exceda à máxima capacidade de ligação da água com a matriz sólida. Microrganismos mais utilizados: Principalmente fungos filamentosos (Rhizopus, Penicillium, Aspergillus, Fusarium); Substratos: os materiais utilizados são provenientes de matérias-primas, produtos e/ ou resíduos agroindustriais, têm tido a preferência nas pesquisas, devido ao baixo ou nenhum valor comercial. Pode incorporar solução nutriente ao substrato sólido, visando adequá-lo melhor às condições nutricionais do microrganismo para a fermentação desejada. • Características importantes do substrato: alto grau de acessibilidade do microrganismo a todo o meio - Porosidade (capacidade de absorção de água), o tamanho e o formato das partículas (Granulometria do meio); Para facilitar acessibilidade e atuação dos microrganismos sobre o meio, podem ser empregados os processos de: • moagem e peneiramento, visando adequar o meio à granulometria mais adequada do processo; • suplementação de nutrientes e correção de pH; • hidrólise ácida ou alcalina; • Gelatinização (vaporização); • Esterilização. 6. Técnicas de recuperação de produtos O processo pode ser dividido em 4 etapas principais: 1. separação de células e seus fragmentos do meio de cultivo (clarificação); 2. concentração e/ou purificação de baixa resolução, compreende a separação da molécula alvo, em relação a moléculas com características físico-químicas significativamente diferentes; 3. purificação de alta resolução, compreende a separação de classes de moléculas com algumas características físico-químicas semelhantes, 4. operações para acondicionamento final do produto. Para produtos associados às células, é necessário efetuar o rompimento celular, efetuado sobre o adensado de células obtido após a clarificação do meio de cultivo. Sucesso do processo fermentativo depende do Microrganismo, Meio de cultura, Forma de condução do processo e Etapas de recuperação do produto. A recuperação do produto demanda cerca de 50 % dos custos envolvidos no processo fermentativo, ou qualquer outro bioprocesso: Extração, separação, purificação, controle de qualidade. A purificação depende do uso da molécula alvo, suas características físico-químicas, bem como das impurezas. 1. Clarificação: separação de células suspensas de um meio de cultivo (primeira operação do processo de purificação). O meio resultante, isento de células, é denominado clarificado ou filtrado. • Filtração convencional aplica-se à clarificação de grandes volumes de suspensões diluídas de células, produtos extracelulares e situações nas quais a assepsia não é necessária. A suspensão, sob pressão, é direcionada a um meio filtrante, o que atravessa o meio filtrante é denominada filtrado, e da contínua deposição das células sobre o meio filtrante, resulta a formação de uma " torta de filtração ". Também filtração tangencial, processos de microfiltração nos quais o fluido de alimentação escoa tangencialmente à superfície do meio filtrante. • Centrifugação: células em suspensão em um meio líquido sofrem sedimentação por ação da força da gravidade. A centrifugação compreende a aceleração dessa sedimentação, por ação de um campo gravitacional centrífugo. 2. Rompimento celular: produtos associados às células requerem o rompimento ou a permeabilização destas através de operações conduzidas sobre o adensado obtido após a clarificação. Para se definir o processo a ser empregado, alguns fatores são levados em consideração, como: rendimento, especificidade, necessidade de controle de temperatura, custo da operação; Os métodos podem ser classificados como: mecânicos (homogeneizador de alta pressão, moinho de bolas, ultrassom), não mecânicos (choque osmótico, congelamento e descongelamento, secagem); químicos (álcalis, solventes, detergentes e ácidos) e enzimáticos (lise enzimática ou inibição da síntese da parede celular); • Cromatografia: os solutos de um meio líquido (proteínas, peptídeos, anticorpos) são adsorvidos ou retidos em um leito de material poroso. A posterior remoção gradual dos solutos por ação de uma fase líquida móvel (eluente), resulta na separação das diferentes moléculas. Identificação de substâncias e separação-purificação de misturas. Propriedades como solubilidade, tamanho e massa, envolve uma série de processos de separação de misturas. Acontece pela passagem de uma mistura através de duas fases: uma estacionária (fixa) e outra móvel. A grande variabilidade de combinações entre a fase móvel e estacionária faz com que a cromatografia tenha uma série de técnicas diferenciadas.
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