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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO Me. Daty Costa de Souza GUIA DA DISCIPLINA 2023 1 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. EMPREENDEDORISMO: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E PROCESSO EMPREENDEDOR Objetivo: Definir os conceitos de Empreendedorismo e empreendedor, trabalhar o comportamento empreendedor dos alunos e a construção do processo empreendedor. Introdução: Quem poderia imaginar que o empreendedorismo seria uma força tão transformadora, né? A sua ascensão começou nos Estados Unidos e em seguida se espalhou para o mundo. Empreendedorismo no Brasil começou depois de 1990, porque o ambiente político e econômico do país não era propício ao desenvolvimento de novos empreendimentos. Somente com o investimento do governo e com a parceria de novas entidades que o Empreendedorismo é valorizado. De acordo com Dornelas (2016), com a entrada de fornecedores estrangeiros, começou a competição e o controle de preços, condição que foi importante, para que o país voltasse a crescer, mas que também trouxe problemas para alguns setores que não conseguiram competir com produtos importados, por falta de planejamento. Durante os últimos quarenta anos, ocorreram pelo menos quatro transformações empreendedoras que impactaram o modo de como as pessoas vivem, trabalham, aprendem e aproveitam o tempo de lazer. Segundo Dornelas: O empreendedorismo sendo um novo paradigma administrativo, ou seja, pensamento e raciocínio empreendedor, tornando-se parte da estratégia e práticas das empresas. O empreendedorismo sendo um novo paradigma educacional para o aprendizado e para o ensino. O empreendedorismo tornando-se um modelo administrativo dominante para empresas sem fins lucrativos e no desenvolvimento de empreendimentos sociais. E como não dizer, que o empreendedorismo está transcendendo as faculdades de Administração, engenharia, ciências biológicas, arquitetura, medicina, estendendo do ensino pré-escolar ao ensino médio, adotando o empreendedorismo aos seus currículos. 2 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância No currículo, os professores das faculdades de administração estão incluindo mais assuntos relacionados ao empreendedorismo, de contabilidade e finanças a marketing e tecnologia da informação. No corpo docente de finanças, marketing e contabilidade estão surgindo novos cursos com foco na perspectiva empreendedora. 1.1. Empreendedorismo O Empreendedorismo surge a partir de uma nova ideia empreendedora, que começa a partir de um problema e acaba se transformando em uma proposta de solução. É através dessa solução, que ocorre a criação de um novo negócio. Audretsch (2012), identifica dois elementos chave para o entendimento do comportamento empreendedor: o primeiro é a habilidade de reconhecer a oportunidade e o segundo é a de explorá-la. Mas não podemos deixar de apontar o perfil das pessoas que sofreram mudanças significativas em termos de Empreendedorismo. Antes a preocupação era entrar no mercado de trabalho em empresas de grande nome e que trouxessem estabilidade financeira. Hoje, no contexto atual, a colocação não envolve mais ter registro em carteira de trabalho e sim, empreender. Atualmente existem muitas explicações para o conceito de Empreendedorismo. Então, vamos saber o que é Empreendedorismo? Empreendedorismo (entrepreneurship) significa colocar em prática uma ideia, ou levá-la adiante, com a intenção de atingir objetivos e resultados; e definindo tecnicamente empreendedorismo é a área do conhecimento dedicada a estudar os processos de idealização de empreendimentos, destacando o valor de uma ideia como a sua capacidade de agregar valor ao que já existe, no tocante à produto e processo (BIAGIO, 2012). Para Jeffry Timmons – professor do Babson College, “O Empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX”. Já para Dornelas, “empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades”. Para Chiavenato (2012 p.3), classifica o empreendedor como a pessoa que inicia ou dinamiza um negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal, assumindo riscos e 3 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância responsabilidades e inovando sempre. O empreendedorismo reflete a prática de criar novos negócios ou revitalizar negócios já existentes. Contudo, a atividade do empreendedor é muitas vezes associada à incerteza, principalmente quando seu negócio envolve algo realmente novo ou quando o mercado é inexplorado. Os estudos sobre o empreendedor e o empreendedorismo têm duas correntes principais de autores. Primeiro, existem os economistas, que associam o empreendedor à inovação e ao desenvolvimento econômico. Depois, os comportamentalistas, que enfatizam as atitudes como a criatividade, a intuição e a disposição para correr riscos. Entre os economistas que estudaram os empreendedores, destacam-se três: Cantillon, Say e Schumpeter. Naquela época, as diferenças entre gestor/administrador e empreendedor já existiam. Acreditava-se que o empreendedor tinha características superiores à de um administrador e também, que nem todo administrador fosse um empreendedor. Diferentes dos tempos de hoje, não é verdade? Você irá tratar do Empreendedorismo em pelo menos uma das três situações apontadas abaixo: Iniciar uma nova empresa, partindo de uma ideia inovadora, partindo desde os estudos de viabilidade, implantação e criação de valor, para desenvolver uma operação geradora de resultados; Pegar uma empresa já existente, implementando ajustes e mudanças e assumindo riscos, com uma nova inovação, uma nova proposta, gerando novos valores e melhores resultados; Visualizar oportunidades de melhoria, e com uma inovação, agregar novos valores a uma empresa de terceiros, seja como consultor ou como empregado. Será que uma ideia inovadora é suficiente para ter sucesso? De acordo com Dornelas “não importa se a sua ideia é inovadora ou única: o que importa é como o empreendedor utiliza sua ideia, inédita ou não, de maneira a transformá-la em um produto ou serviço que faça sua empresa crescer”. O Empreendedorismo é essencial nas sociedades, porque as empresas buscam inovação, preocupando-se em transformar novos conhecimentos em novos produtos. 4 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Portanto, quando se fala em Empreendedorismo, associa-se diretamente à inovação e a criatividade. Neste caso, a inovação está diretamente ligada às coisas que nunca tinham sido feitas anteriormente, aplicando uma criatividade. Um exemplo podemos citar a impressora 3D, uma inovação tão importante que a Unisanta possui. O Brasil possui diversos órgãos e iniciativas de apoio ao Empreendedorismo, como o Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), com programas como Empretec e Jovem Empreendedor, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), Endeavor, a Sociedade Brasileira para Exportação de Softwares (Softex), estimulando o Empreendedorismo no ramo de softwares, impulsionando a abertura de novas startups, fundações estaduais de amparo à pesquisa, incubadoras de novos negócios, além de Universidades que oferecem cursos sobre o Empreendedorismo. Ou seja, tem apoio de governos, universidades e sociedade em geral. Com o objetivo de incentivar futuros empreendedores e ajudar na obtenção de capital financeiro, o Governo Federal criou em 1999, o programa Brasim Empreendedor, que destinou cerca de 8 milhões a micro e pequenas empresas, com a ajuda da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e a participação do SEBRAE, responsávelpelo cadastro e treinamento dos empreendedores. O Empreendedorismo vem crescendo no mundo inteiro. São criadas organizações para difundir este assunto e transformá-lo em uma vantagem competitiva. Só para conhecimento, a GEM – Global Entrepreneurship Monitor tem a missão de estabelecer critérios para medir o grau de Empreendedorismo de um país e aplicar esse critério em diversos países a cada ano, ajudando séries históricas que permitem mostrar a evolução do Empreendedorismo no mundo, inclusive revelando que o nível de atividade empreendedora do país, se relaciona com a riqueza gerada e medida pelo PIB. Só para ter uma base, de acordo com a pesquisa GEM, 52 milhões de brasileiros com idade produtiva, estavam envolvidos em alguma atividade empreendedora em 2018. E os fatores que contribuíram para esta atividade empreendedora foram: percepção da oportunidade, fatores sociais e culturais, educação, participação das mulheres, experiência e suporte financeiro para start-ups. 5 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Existe também o empreendedorismo corporativo, que amplia em dois conceitos: empreendedorismo organizacional e alianças corporativas. O empreendedorismo corporativo acontece quando a empresa é capaz de criar uma cultura interna que acaba incentivando o empreendedorismo e a inovação entre os seus funcionários. Já as alianças corporativas, é o desenvolvimento da capacidade inovadora através do relacionamento com pequenos negócios por meio de alianças. O empreendedorismo corporativo também é conhecido como intraempreendedorismo que nada mais é do que a capacidade que os funcionários de uma empresa têm para agir como empreendedores, ou seja, dentro da empresa, promovendo a inovação a qualquer tempo e em qualquer lugar da empresa. Eles direcionam sua energia e são capazes de se dedicar de corpo e alma à sua empresa. A globalização faz com que as empresas busquem resultados e redução de custos. Por isso, a procura por profissionais que tenham espírito empreendedor, que precisem de espaço para a exposição de suas ideais. Com isto, cada vez mais empresas estão investindo em profissionais com perfil empreendedor, capazes de transformar a realidade das empresas. Existe também o empreendedorismo na maturidade. O aumento da expectativa de vida das pessoas e a preocupação com a qualidade de vida, fez surgir a entrada de profissionais da terceira idade no mercado de trabalho, e com a falta de oportunidades de trabalhar com carteira assinada, ou na situação de aposentados, aumentou o número de pessoas que contribuindo com seu capital humano e social, terão mais chances de obter sucesso. O empreendedorismo social contempla iniciativas de negócios que transformam seus lucros em preocupação com o meio ambiente e com as pessoas, produzindo bens e serviços que beneficiem a sociedade cujo foco são os problemas sociais que a sociedade acaba enfrentando. O empreendedorismo social é um modelo de desenvolvimento humano, social e sustentável. O empreendedorismo digital é a criação de negócios através de canais digitais, ou seja, é quando um produto/serviço pode ser levado para outras pessoas, em um negócio on-line. Vem se tornando um caminho sem volta, aumentando a renda de quem optar por este estilo de vida. Cada vez mais as pessoas estão comprando pela internet. A velocidade das transformações tecnológicas afeta a maneira de empreender. Muitos estudantes e 6 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância recém-formados procuram no modelo digital como forma de iniciar um negócio. O empreendedorismo digital tornou-se mais importante, depois da pandemia porque todos os empreendedores e também as demais pessoas precisaram parar suas atividades e apostar no trabalho remoto e nas compras on-line. Vale destacar que mesmo sem pandemia, os e- commerces já vinham se fortalecendo a cada ano, porque as redes sociais são aliadas dos negócios. Podemos citar também os coworkers que são os empreendedores ou start-ups que optam por ter escritórios virtuais para reduzir o custo de sua infraestrutura com um espaço diferenciado e coletivo, como salas de reuniões, espaço de treinamento, salas executivas, etc. Outra prática comum também que está acontecendo é o escritório virtual no qual os profissionais trabalham em casa e podem optar por ter uma secretária que atenda as demandas do escritório no coworking, ou seja, é a onda do compartilhamento, cuja modalidade está crescendo cerca de 20% ao ano. E por falar em start-ups, vamos à explicação: Uma startup é uma empresa que está em seu início, sem plano de negócios ou produto completamente definido, porém, quando uma startup encontra um modelo de negócios e um produto certo para o mercado, ela se torna uma empresa, ou seja, as incubadoras ganharam espaço no mercado. São empresas escaláveis com alto poder de crescimento, ou seja, o crescimento de receita é desproporcional ao crescimento dos custos. Existe também a startup unicórnio que é aquela que pode ser avaliada em 1 bilhão de dólares antes de abrir seu capital em bolsas de valores. Vale destacar também que como o empreendedorismo digital, as startups sendo inovadoras e ágeis, cresceram exponencialmente na pandemia, principalmente aquelas ligadas à tecnologia. Atualmente, o Brasil está entre os vinte principais países que mais possuem startups. Esses negócios estão gerando um impacto positivo muito grande, porque tem grande potencial de escalabilidade e grandes chances de crescimento, embora com alto grau de risco. A seguir, algumas start-ups que se destacaram, tornando-se unicórnios: Pagseguro, Nubank (fintech que faz intermediação financeira), Stone, Ifood, etc.. 7 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Deve-se ao fato de que com a inovação e o empreendedorismo tecnológico, o cenário é muito promissor para as startups. Assim, você que é meu aluno e tem uma ideia embrionária ou já oferece uma inovação disruptiva, basta captar recursos e escalar um novo projeto. 1.2. Empreendedor O empreendedorismo significa criação de novos negócios. Mas ele é muito mais do que isto, como você vai descobrir deste curso. Agora vamos conhecer o que é ser um empreendedor. A definição mais simples é: Empreendedor é a pessoa que vê oportunidades onde outras pessoas veem somente ameaças. Para Joseph Schumpeter, “o empreendedor é uma pessoa que destrói a ordem econômica existente introduzindo novos produtos e serviços, criando novas formas de organização e explorando novos materiais”. Já para José Dornelas, “O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização.” O termo “empreendedor” foi usado pela primeira vez em 1725 pelo economista Richard Cantillon que dizia ser entrepreneur é um indivíduo que assume riscos. Em 1814, o economista francês Jean-Baptiste Say usou a palavra para identificar o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor de produtividade baixa para um setor de produtividade mais elevado. Pouco depois o economista austríaco Joseph Schumpeter, voltou a abordar o empreendedor e seu impacto sobre a economia. Para Schumpeter (1950), um empreendedor é uma pessoa que deseja e é capaz de converter uma nova ideia ou invenção em uma inovação bem-sucedida e sua principal tarefa é a “destruição criativa”, a qual se dá por intermédio da mudança. Para Dolabella (2008), autor de O Segredo de Luisa, “o empreendedor se desenvolve à partir do convívio em família, com amigos, no trabalho, na sociedade, o que favorece o desenvolvimento de alguns talentos e características. Quanto maior a motivação oferecida pelo meio para iniciativas empreendedoras, maior o número de empreendedores. Para ser um empreendedor, não bastater uma boa ideia e querer concretizá-la, sem antes se dedicar muito ao trabalho e aos estudos. Conhecer o que você quer, é o primeiro passo de um longo caminho. 8 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O autêntico empreendedor é alguém muito conectado, atento, dinâmico, bem relacionado, enxerga o que os outros não veem, e produz até quando está dirigindo, e diante disto tudo, ainda arranja tempo para os familiares e amigos. Um estudo realizado pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), aponta que os empreendedores brasileiros estão na faixa de 18 a 34 anos O empreendedor quando é nato, já nasce com grande inclinação para construir grandes empresas a partir do zero. Um exemplo, podemos citar Steve Jobs da Apple, Bill Gates da Microsoft, Jeff Bezos da Amazon, Mark Zuckerberg do Facebook, Alexandre Costa da Cacau Show, Abílio Diniz do Grupo Pão de Açúcar, Luiza Helena Trajano do Magazine Luiza, etc são empreendedores que enxergaram uma oportunidade de negócio, planejaram tudo muito bem, antes de abrir seu empreendimento. A pessoa que assume o risco de começar uma empresa é um empreendedor. Preferem abrir mão da segurança de um emprego, para se aventurar no mundo dos negócios. É um indivíduo capaz de estimular a criação do futuro. É dotado de rara sensibilidade para antever uma situação determinada. Quando empreende, não só vislumbra o que irá acontecer, mas possibilita também a todos os seus funcionários a escolha do melhor caminho para o sucesso do empreendimento. Os empreendedores são indivíduos que montam seu próprio negócio e que organizam, administram e assumem o risco do resultado do empreendimento. O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização. Eles sabem que tentar e falhar são, no mínimo, aprender; não chegar a tentar é sofrer a perda incalculável do que poderia ter conseguido. Fatores de sucesso da caminhada empreendedora: A – Amor pelo que faz. E - Experiência e ou estratégia na construção de um sonho. I - Inovação em processos, em produtos, na criação de novas formas de relacionamento com o cliente e com o mercado. O – Oportunidade, reconhecimento, análise e implementação. U - União, ou seja, capaz de trazer outras pessoas para ajudar na construção de um sonho e fazer com que vivam e queiram o sonho. 9 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Como exemplo, vale ressaltar o empreendedorismo feminino, no qual, mulheres empreendedoras, que acabam tendo papéis redobrados na família; dando atenção para o marido, orientando na educação dos filhos, administrando a casa, tendo habilidade e personalidade para gerenciar tudo isto, dentro do domínio interno e ultrapassando o domínio externo, com suas atividades profissionais com maestria. Com o passar dos anos, cresce a participação de mulheres na abertura de novos negócios. As mulheres tendo a oportunidade de sonharem alto, realizando seu potencial, porque o mundo dos negócios não tem gênero e as mulheres podem e devem chegar a cargos de liderança tanto quanto os homens. Portanto, o empreendedor possui traços de personalidade bem marcantes e peculiares, conhecidos pelos estudos feitos sobre esse assunto. A vontade e a vocação do brasileiro em empreender, é um dos grandes diferenciais do nosso país. Mas será que uma personalidade empreendedora já nasce com alguns indivíduos ou ele vai adquirindo esse comportamento com o passar do tempo? Abaixo, alguns comportamentos empreendedores: Pró-Atividade diante de uma oportunidade: Capacidade do empreendedor de ter iniciativa, ou seja, fazer as coisas antes que elas aconteçam, identificando oportunidades e transformando em negócios. Substituição da sorte por estimativa de riscos: avaliar alternativas, calculando riscos e agindo de forma a minimizar estes riscos ou mantê-los sob controle. Eficácia nas atividades: compromisso pessoal de fazer as coisas mais baratas, rápidas e melhores, satisfazendo ou superando padrões de excelência, seja no preço, no prazo de entrega ou no desempenho do produto. Persistência: a fim de superar um desafio, o empreendedor acredita sempre ser possível, agindo repetidamente ou mudando as suas estratégias. Comprometimento: sacrifício pessoal ou esforços extraordinários para executar uma tarefa, colaborando com os subordinados. Na hora de cumprir o prazo, o empreendedor deixa o cansaço de lado, o lazer e a família para atingir seu objetivo. Pesquisas, desenvolvimento E informações: pesquisa, muitas informações e empenho pessoal. A pesquisa sobre clientes, fornecedores e concorrentes, são 10 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância primordiais para a obtenção de conhecimento técnico. No mundo globalizado, é impossível fazer sucesso, sem informações de mercado. Foco nas metas e objetivos: definição de metas claras, especificas e mensuráveis, associado ao prazo que você irá cumpri-las e quanto aos objetivos que devem ser desafiadores e atingíveis. As metas devem ser SMART (específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais). Planejamento e controle: imaginar uma situação futura e traçar os caminhos para atingi-la. Planejar significa diminuir tarefas maiores em menores, estipulando prazos e obtendo resultados. Capacidade de convencimento: manter uma rede de relações comerciais e pessoais, fazendo com que as pessoas ajudem na concretização dos objetivos planejados. Inovador: segue a sua linha de pensamento independente de resultados desanimadores ou de oposição, confiando em si próprio, superando os desafios. Por ser independente, sempre busca formas de fazer coisas diferentes, rompendo paradigmas. Autoconfiança: o empreendedor irradia realização. Vale ressaltar que existem três fatores chave no processo de desenvolvimento de competências de um empreendedor: saber, querer e fazer. Ou seja, sabe o que tem que fazer (saber), quer levar para frente um empreendimento (querer) e; começar e recomeçar várias vezes (fazer). O empreendedor de sucesso possui características extras, que somados a características sociológicas e ambientais, nasce uma empresa. Ou seja, de uma ideia surge uma inovação e como consequência, a empresa. São características dos empreendedores de sucesso: Visionários; Sabem tomar decisões; São persistentes; São indivíduos que fazem a diferença; Sabem explorar ao máximo as oportunidades; São determinados e dinâmicos; 11 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância São dedicados; São otimistas e apaixonados pelo que fazem; São independentes e constroem o próprio destino; São líderes; Possuem conhecimento; Assumem riscos e criam valor para a sociedade. As características do empreendedor de sucesso, segundo SEBRAE, são: imaginação, determinação, autoavaliação, habilidade de organizar e habilidade de liderar pessoas. As habilidades de um empreendedor são classificadas em três áreas: técnicas, gerenciais e características pessoais. Ou seja, as técnicas são: saber escrever, ouvir as pessoas, captar informações, possuir know-how, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe. Já as gerenciais estão mais ligadas à área de criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa, incluindo as áreas de administração, marketing, finanças, operacional, etc. e ser um bom negociador. Quanto às características, já comentadas acima, assumir riscos, ser inovador, ser orientado a mudanças, persistente, enfim, ser um líder visionário. Essa tríade empreendedora são os três componentes essenciais do empreendedor e precisam estar harmonizados, integrados e balanceados, resultando no equilíbrio necessário perante os desafios de cada passodesta caminhada empreendedora. Existem inúmeras vantagens concretas em operar ou criar um negócio próprio, porém, existem aspectos desfavoráveis que devem ser considerados. Portanto, abaixo, vantagens e desvantagens de ser um empreendedor: Vantagens: Autonomia – ter independência e liberdade para tomar decisões, resolver os problemas sem precisar consultar os outros, é ter a sensação de ser chefe de você mesmo. Desafio – a oportunidade de transformar uma ideia em negócio é um grande desafio, pois o sucesso ou o fracasso, só dependem de você. Controle financeiro – você está livre de ser demitido, mas deve saber seus limites, para poder crescer, dentro das suas condições, sempre tendo o controle sobre o seu negócio. 12 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Desvantagens: sacrifício pessoal – ter uma empresa significa trabalhar por muitas horas, e muitas vezes deixando de lado família e lazer, pois a pergunta é: quanto de sacrifício é necessário para tornar seu empreendimento um sucesso? Sobrecarga de trabalho – o empreendedor tem responsabilidades muito grandes, diferentes dos seus funcionários, portanto a sobrecarga. Pequena margem de erro – se o empreendedor errar pode acarretar em prejuízo para a empresa e grandes perdas, até mesmo falência, portanto, deve-se pensar muito antes de agir. O talento empreendedor é resultado de percepção, direção, dedicação e muito trabalho das pessoas que fazem acontecer, porém talento sem ideia é como semente sem água. Quando o talento é somado à tecnologia, as pessoas têm ideias viáveis e o processo empreendedor acontece. Quando uma pessoa tem a decisão de ser tornar um empreendedor, até para definir o seu negócio, ela precisa responder algumas perguntas, como: O que o levou a criar a sua empresa? É um sonho, uma ideia, uma oportunidade, uma realização? Quem será o seu cliente? Não basta saber quem é o cliente, mas como ele é, quais são seus desejos e expectativas. O que é de valor para o seu cliente? O que é importante para o cliente que se pretende conquistar: marca, preço, qualidade, facilidade de uso, tamanho, potência, beleza, inovação? O importante é ajustar o seu produto e ou serviço. Visualize o seu negócio de fora para dentro, isto é, a partir daquilo que o cliente valoriza e procura para que você compreenda o que o cliente busca. Se você não sabe, pesquise. E para ser um melhor empreendedor, é necessária formação de grupos com outros empreendedores da sua região, ter interação com grandes empreendedores, e além disto, buscar mentores relevantes do seu setor, porque sempre abre portas. Outra dica é sempre se atualizar, assistindo palestras, ter acesso aos e-books, blogs, cursos on-line, podcast, etc. 13 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Sempre que possível, assistir o programa Pequenas Empresas, Grandes Negócios e também dicas de livros como: Da ideia ao bilhão e O Lado difícil das situações difíceis. Vale ressaltar que, a missão de vida das pessoas é encontrar a felicidade, portanto, as pessoas empreendem pela felicidade, não pensando nela como um alvo, mas como uma empreitada no qual vai colhendo momentos de felicidade na busca de realização de seus sonhos. E para a realização dos sonhos, é necessário planejar muito bem o futuro, e para isso, é importante agir no presente, não é verdade? E para transformar seu sonho em ações concretas, é importante ter um sonho bem claro e definido, através do SMART. Especificidade – coloque informações específicas, tornando seu sonho claro e objetivo. Mensurável – medindo seu avanço ao encontro do seu sonho. Alcançável – como tornar seu sonho alcançado. Relevante – seu sonho, sendo importante para você. Enxergando seus benefícios, se sentindo orgulhoso de sua conquista. Temporal – definindo o tempo para realizar seu sonho. Que prazo é possível para realizar o sonho. É ter responsabilidade sobre as estratégias e ações, aprendendo sempre para poder evoluir. Um exemplo que podemos citar é a Luiza Helena Trajano, que levantou a Magazine Luiza, com seu sonho. O empreendedor do século XXI precisa estar consciente para planejar sua ação empreendedora, e ter também consciência sustentável e os passos são: decidir, criar, inovar, ter consciência sustentável, planejar e agir. Portanto, cabe ao empreendedor sempre pensar no todo, a qualquer momento e em toda a situação. 14 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1.3. Processo Empreendedor De acordo com Dornelas (2014, p.30), o processo empreendedor inicia em virtude de “fatores externos, ambientais e sociais, e as aptidões pessoais ou um somatório de todos esses elementos são críticos para o surgimento e o crescimento de uma nova empresa, ou seja, inicia-se quando um evento gerador desses fatores possibilita o início de um novo negócio”. O processo empreendedor inicia-se quando todas estas perguntas são respondidas, possibilitando o início de um novo negócio. Além disto, a inovação é a semente do processo empreendedor e depende de quatro fatores críticos para entender melhor. De acordo com Smillo & Gill, são eles: 1- Talento – Pessoas 2- Tecnologia – Ideias 3- Capital – Recursos 4- Know-how – Conhecimento Que geram negócios de sucesso. O talento é resultado da percepção, direção, dedicação e muito trabalho de pessoas que fazem acontecer, porém o talento sem ideia é como uma semente sem água. Quando o talento é somado à tecnologia e as pessoas têm boas ideias, o processo empreendedor está prestes a acontecer. O capital é necessário para que o negócio saia do papel e o conhecimento vão tornar a empresa viável. Diante disto, podem-se entender as fases do processo empreendedor que são: Identificar e avaliar a oportunidade Desenvolver o plano de negócios Determinar e captar os recursos necessários Gerenciar a empresa criada. 15 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Figura 1 – O Processo Empreendedor (adaptado de Hisrich, 1998) Fonte: Google Imagens Por mais que na figura 1, seja apresentada uma sequência, nenhuma das fases precisa ser completamente concluída para iniciar outra. Identificar e avaliar a oportunidade: Esta fase implica em identificar uma oportunidade e analisar a sua potencialidade no que se refere a itens como: necessidades e potencial de mercado, potencial da concorrência e de mercado, ciclo de vida do produto, retorno econômico, etc porque uma ideia não é necessariamente uma oportunidade. É válido o empreendedor testar a sua ideia com seus potenciais clientes, na possibilidade em adquirir seu produto ou serviço através de pesquisas de mercado. A pesquisa lhe fornecerá o tamanho do mercado, se está em crescimento, estável ou estagnado, quem é a concorrência e quais são seus pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades do ambiente de mercado. Nesta etapa é muito importante o talento, a percepção, o conhecimento e o feeling do empreendedor. Desenvolver o plano de negócios: Talvez seja a fase que mais dê trabalho, para os empreendedores de primeira viagem. Ele é um documento que resume toda a empresa, sua estratégia, seu mercado e concorrentes, sua estrutura, o financeiro explicando como vai gerar receitas e crescer, dentre outros aspectos, como dicas e ferramentas para ajudar o empreendedor nesta fase. 16 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Determinar e captar os recursos necessários: Determinar os recursos necessários é consequência do que foi feito e executado no plano de negócios. Já a captação dos recursos pode ser feita por meio de várias fontes distintas. O empreendedor deve saber utilizar a suacapacidade de planejamento para relacionar no mercado as melhores oportunidades de financiamento para seu empreendimento recorrendo a bancos, economias pessoais, até a familiares e amigos. Ou recorrer a um investidor que prefere arriscar em novos negócios, do que deixar seu dinheiro aplicado em bancos. Gerenciar o negócio: gerenciar a empresa pode parecer a parte mais fácil do processo empreendedor, pois já foi identificada a oportunidade, desenvolvido o plano de negócios e relacionada a fonte de financiamento. Ou seja, quando é hora de colocar as ações em prática, é quando começam os problemas. Por isso o empreendedor deve saber das suas limitações, escolher uma equipe de trabalho muito boa para colaborar na gestão da empresa, implementar ações que minimizem os problemas e maximizem os lucros, ou melhor, produzir mais com o mínimo de recursos necessários, conjugando eficiência e eficácia. Vale destacar que nem sempre a equipe inicial estará completa. Não adianta identificar uma excelente oportunidade de negócio, desenvolver detalhadamente o plano de negócios, captar os recursos necessários para iniciar as atividades se o empreendedor não tiver capacidade administrativa para gerir o seu negócio. Existe outra forma de analisar os aspectos críticos do processo empreendedor, segundo Timmons. A primeira fase é a oportunidade, que deve avaliar se continua ou não com o projeto. A segunda fase é a equipe, que estará atuando em conjunto e por último a captação dos recursos. De acordo com a figura 2, o planejamento feito pelo plano de negócios (business plan), é a ferramenta que o empreendedor precisa, pois junto com a sua equipe, saberá lidar com os riscos de forma calculada, analisando as possibilidades e consequências para a realização do negócio. 17 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Figura 2 – Processo Empreendedor (adaptado de Timmons) Fonte: Google Imagens 18 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2. OPORTUNIDADE E INOVAÇÃO Objetivo: Analisar o que é uma oportunidade de negócios, conhecer os tipos de inovação e o entendimento sobre empreendedorismo por oportunidade e por necessidade. Introdução: Quando um empreendedor tem uma ideia, não quer dizer que seja uma oportunidade. Uma boa ideia deve atender uma necessidade de mercado. Na verdade, as boas ideias, não surgem de um jeito tão simples. Porque não adianta ter uma ideia que não chega a lugar nenhum, que não agregue valor a nada. Quando se trata de abertura de novos negócios, é imprescindível que as ideias sejam bem direcionadas. Tudo começa com uma ideia e no empreendedorismo, o pensamento precede a ação. É possível pensar e aprimorar uma ideia, que pode ser transformado em um empreendimento de sucesso. De acordo com Schneider (2012), se você tirar a ideia do papel e buscar novas tendências e oportunidades de mercado. O ideal é encontrar oportunidade que proporcione mais facilidade para as pessoas, melhorando sua qualidade de vida. 2.1. Oportunidade Quando uma ideia isolada acaba não tendo valor, se ela não for transformada em uma situação viável, que atenda um público-alvo e faça parte de um nicho de mercado, ela pode virar uma oportunidade, ou seja, uma boa ideia de negócio, pode sim, virar uma boa oportunidade. O empreendedor com uma ideia, conhece o mercado no qual atua, tem visão de negócio e com determinação, identifica suas deficiências protegendo suas ideias, além de conhecer a concorrência. Mas não é só isto. Muitas pessoas se queixam de boas ideias, falta de criatividade, que trabalham muito e não são reconhecidas, se acomodando e achando tudo normal. Os empreendedores são diferentes: eles estão sempre atentos a tudo que acontece à sua volta, atrás de novas ideias de negócios e oportunidades de mercado. 19 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O potencial criativo do empreendedor é sempre exigido, seja inovando em produtos ou serviços, ou seja, em suas atitudes, decisões, ações e percepções. Predebon (2002, p.34), diz que: “criatividade é característica da espécie humana: o homem criativo não é o homem comum ao qual se acrescentou algo; o homem criativo é o homem comum do qual nada se tirou”. O empreendedor precisa ter criatividade, porque oportunidades de negócios estão em toda a parte, mas também de predisposição para identificar, avaliar e conhecer a fundo o negócio que pretende investir, para ter sucesso. É com a criatividade que pode transformar um simples negócio em um imponente sucesso empresarial. É necessário coletar muitas informações, muitas ideias que deram certo e também as que não deram, para não errar no mesmo problema. Observar faz parte do processo. Quanto a predisposição, o empreendedor é aquele que não se cansa de observar os negócios, na intenção de enxergar novas ideias e oportunidades, porque para desenvolver um negócio, o empreendedor sabe que o sucesso só acontece para aquele que trabalha muito para alcançar o seu objetivo. Entender e compreender porque alguns negócios dão certo e outros não, é primordial para seu aprendizado. Com muita dedicação e esforço, degrau por degrau, o conhecimento e a experiência fazem a diferença para poder avaliar e escolher um bom negócio. Ter vivência prática ou teórica já é um grande ponto positivo na escolha. Enxergar a importância estratégica em detectar tendências, comportamentos e mudanças. Além de entender o ambiente econômico, político e social, assuntos necessários para elaboração do Plano de Negócios. Informação é a base de novas ideias, porque a informação está ao alcance de qualquer pessoa e em veículos diferentes como: revistas, rádio, televisão, jornais, livros, internet, etc. Diante de tantas opções, tantas fontes de informação, identificar uma oportunidade não é tarefa fácil. Saber o que pode dar certo ou não, o que pode virar um sucesso ou fracasso. Por que alguns comércios são abertos em determinado local dando certo e outros não? Por que os clientes optam por um produto, ao invés de outro mais barato? Qual a fórmula do sucesso? Para isto tem que ter foco. A seguir, três caminhos que o empreendedor pode optar: 20 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Entender as necessidades dos clientes e procurar as necessidades não atendidas; Observar as deficiências no atendimento das necessidades dos clientes e atender melhor. Entender as tendências que mudam as necessidades dos clientes e atender as suas novas necessidades. Crises e transformações, acabam exigindo novos comportamentos dos empreendedores para atender as novas necessidades dos clientes, porque eles estão mais conectados, mais digitais, mais apressados e por consequência, mais exigentes. O futuro não será feito amanhã, porque ele está sendo construído hoje. Os empreendedores inteligentes, com visão naquilo que pretendem empreender, deve-se levar em conta a eficácia, porque muitos são dotados de conhecimento técnico, mas não são bons na parte gerencial. Daí a importância da eficácia, para melhor desempenho dos seus atos e a escolha no alvo certo para focar as suas energias. Saber se uma oportunidade é realmente viável, envolvem muitos fatores como o conhecimento em que a oportunidade está inserida, o mercado que irá atuar, seus diferenciais competitivos e sua concorrência. Mas como identificar e selecionar a melhor oportunidade? Toda e qualquer oportunidade, deve ser analisada pelos menos, sobre as seguintes questões: Que mercado que ela atende? E quanto ao retorno econômico, o que ela proporcionará? Quais as vantagens competitivas que ela trará ao negócio? Qual a equipe que transformaráessa oportunidade de negócio? Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio? Não existe uma regra para saber se a oportunidade é boa ou ruim. Cabe ao empreendedor, explorar a oportunidade. E falando em oportunidade, mais uma ajuda para saber se a sua ideia é viável ou não, é utilizar o Canvas. É um método muito recomendado para analisar novos modelos de negócios, antes de fazer um plano de negócios detalhado. Business Model Canvas é uma 21 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância ferramenta de planejamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar modelos de negócios já existentes ou novos e vai ajudar na organização de ideias e conhecimentos. Foi uma ferramenta desenvolvida em 2009 por Alexander Osterwalder, resultado da sua tese de doutorado. O Canvas vai ajudar a tirar sua ideia do papel e com essa ferramenta, ter uma visão mais estratégica, organizando todos os elementos da sua ideia de empreendimento em um quadro visual. O Canvas possui nove blocos. São eles: - Proposta de valor: o que sua empresa vai oferecer para o mercado que realmente terá valor para os clientes. A etapa de proposta de valor é a celula mater da técnica, porque refletimos sobre a real existência da empresa, ou seja, porque ela de fato existe. - Segmento de clientes: que segmentos serão foco da sua empresa - Os canais: como o cliente compra e recebe seu produto/serviço - Relacionamento com clientes: como a empresa se relacionará com cada segmento de cliente - Atividade-Chave: quais são as atividades essenciais para que seja possível entregar a proposta de valor. - Recursos principais: recursos necessários para realizar as atividades chave. - Parcerias principais: são as atividades chave realizadas de maneira terceirizada e os recursos principais adquiridos fora da empresa; - Fontes de renda: formas de obtenção de receita por meio de propostas de valor; - Estrutura de custos: custos necessários para que a estrutura proposta funcione. Para melhor entendimento, as ideias sendo representadas nos nove blocos, formam o conceito do seu negócio, ou melhor, a forma como irá operar e gerar valor ao mercado, permitindo uma análise e melhor visualização da sua atuação no mercado. A partir do Canvas, onde foi definido o seu segmento alvo, deve-se definir a figura do Persona que representa de forma mais clara, quem irá se beneficiar de seus produtos/serviços. Compreender quem são seus clientes, é essencial para os negócios. Assim, com o Persona definido, deve-se fazer o Mapa de Empatia. 22 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Portanto, outra opção para ajudar a clarear suas ideias, é o mapa de empatia. É uma ferramenta bem simples que além de visual, faz você observar as pessoas e como elas se comportam (persona), ou seja, o cliente que você irá trabalhar. Enxergar as dores e necessidades do seu cliente. Figura 2.1 – Mapa de Empatia Fonte: Sebraeminas – Mapa de Empatia As soluções inovadoras e disruptivas, acabam ganhando destaque, porque trazem respostas ao seguinte desafio: resolver as dores da persona e gerar valor para o cliente. Outro ponto que deve ser levado em consideração, é o timing da ideia, ou seja, o momento que a ideia foi gerada. Dando como exemplo empresas de base tecnológica, o timing é importante, porque como a tecnologia costuma evoluir muito rapidamente, o ciclo de vida do produto de base tecnológica, é cada vez mais curto, acontecendo uma maior inovação e agilidade das empresas, para que se mantenham competitivas. A velocidade das transformações tecnológicas afetou também a maneira de empreender. Cada vez mais recém-formados ou jovens estudantes, procuram no modelo digital, formas de começar um 23 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância negócio e pretender o sucesso. Por isso, alguns mercados, não sendo de tecnologia, acabam atuando em menor velocidade, mas o que realmente importa, é o bom serviço prestado ao cliente. Isso sim, é prioridade. O empreendedor, de acordo com Schumpeter, é um agente de processo de destruição criativa, ou seja, manifesta-se por meio da formação de pequenas empresas inovadoras e agressivas. Como consequência, acabam desafiando empresas consolidadas. Às vezes, uma pequena empresa inovadora pode provocar a queda de uma empresa grande. Porque a pequena empresa inovadora pode atender às necessidades do mercado, o que a empresa já estabelecida no mercado, não atende. Ou seja, é o processo da destruição criativa. 2.2. Inovação Não seria possível falar de empreendedorismo sem citar a inovação, porque ela é a peça-chave para o nascimento e para a manutenção de um empreendimento, porque segundo Drucker (1987), a inovação é o instrumento específico do empreendedor. Com uma grande concorrência acontecendo nos mercados atuais, além da demanda dos clientes e seu poder de escolha, forçam as empresas a buscarem uma elevação dos níveis de qualidade nos produtos/serviços, e a redução de custos. Para se manter competitivo, tem que investir em tecnologia e inovação. Uma empresa pode ser considerada inovadora, por causa da sua capacidade de gerar inovação. Com isto, o investimento em inovação para o lançamento de novos produtos/serviços, ou mesmo a renovação dos já existentes, é motivo para garantir a sobrevivência e abrir novos caminhos no mercado. A inovação é um processo dividido em quatro etapas: geração de ideias, priorização de ideias, teste e validação de ideias e o lançamento dessas ideias. Apenas quando esse ciclo é completo, que a ideia se transforma em inovação. Na geração de ideias, é quando se identifica um problema, que impede a empresa de entregar valor para o seu cliente e esses problemas, leva à grandes oportunidades. A priorização de ideias, deve ser feita de maneira estruturada, com rotinas e tecnologia adequada. Quanto a validação e teste de ideias, dependem das hipóteses do mercado, dos clientes, da competição e da capacidade de execução. E por fim, o lançamento dessas 24 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância ideias. Exemplo: as Casas Bahia, criou um mercado ao oferecer opções de financiamento que desse às pessoas de baixa renda, oportunidade de adquirir móveis e eletrodomésticos. Em um mundo de negócios, cheio de mudanças e transformações, a inovação é a solução para muitas situações no tocante à tecnologia e também à produtos novos. A expectativa com relação às novidades, tornou a fidelidade dos clientes em relação às marcas, diminuída. Para Joseph Alois Schumpeter (1883-1950) a inovação é o motivo do processo de expansão da economia, pois causa um desequilíbrio no mercado, e é introduzida por um empreendedor. Com isto, este autor faz uma classificação para as principais formas de inovação: - Um produto não existente; - Um novo método de produção por meio de uma nova descoberta científica; - A abertura de um novo mercado; - Uma nova fonte de matéria prima - Uma nova organização, como a conquista de uma posição de monopólio. Ou seja, o processo de inovação de uma empresa, está diretamente relacionado ao monitoramento das necessidades de mercado, e também a mudança contínua para atender as demandas. A inovação requer fazer algo criativo, novo, diferente. Apesar da inovação ter diferentes tipos de conceitos, podemos qualificar da seguinte maneira: Inovação é o processo de transformar as oportunidades em novas ideias que tenham amplo uso prático. Vale destacar que não se deve confundir a criação de algo novo ou a exploração de novas ideias com invenção, porque ela precisa agregar valor e suprir uma necessidade. E falando em inovação, existem os hubs de inovação, que são iniciativas para gerar novos negócios e inovar deforma compartilhada, conhecimentos, habilidades e tecnologias. Possuem um espaço físico ou plataformas digitais nas quais empresas jovens, geralmente startups, colocam em prática, suas ideias inovadoras Exemplo: o Cubo, que é uma iniciativa do Banco Itaú, conectando soluções para construir grandes casos de inovação para o mercado. Portanto, empresas que não inovam, podem estar correndo riscos de fracassar, porque é a inovação que mantém vivas as empresas. Isto não afeta somente os novos 25 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância entrantes no mercado, como também as empresas já existentes, inclusive aquelas que um dia foram inovadoras, mas por algum motivo, deixaram de ser. A seguir, tipos de Inovação: Inovação Evolucionária: melhora e aperfeiçoa a tecnologia ou produtos de forma contínua, de maneira incremental. É a mais utilizada nas empresas porque extrai o máximo valor possível de produtos existentes sem a necessidade de fazer mudanças significativas ou grandes investimentos Exemplo: as empresas de carros que fazem pequenas melhorias em seus modelos e lançam no mercado. Inovação Revolucionária: é a inovação que rompe paradigmas. As mudanças são rápidas nas tecnologias ou produtos atuais, tornando velho, aquilo que é novo, e trazendo soluções e negócios novos. Cria novas expectativas. Ex: supermercado utilizando o QR Code Inovação disruptiva: começa com um produto ou uma tecnologia mais barata e com desempenho inferior para preencher um espaço que as organizações não estão dispostas a ocupar, ou seja, quando um produto ou serviço se transforma em algo totalmente novo. Ex: Airbnb. As mudanças e transformações que ocorrem no mundo dos negócios, não é suficiente a inovação evolucionária, muito menos a revolucionária. É preciso passar à frente das transformações e mudanças e partir para a inovação disruptiva. É o que está acontecendo com o mercado hoje. E com o passar dos anos, a inovação foi se dividindo em mais tipos. As inovações podem ser implementadas pelas empresas, segundo Sosnowski (2018): Inovação organizacional: implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho, ou em suas relações externas; Inovação de marketing: mudanças na concepção do produto ou sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços; Inovação mercadológica: é o processo de construção de valor a partir de uma nova ideia ou de uma invenção. Implicando em criação, implantação e adoção de algum produto, serviço, processo ou modelo de negócio novo; 26 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Inovação aberta: processo pelo qual produtos, serviços e experiências desenvolvidas pelas empresas em conjunto com consumidores, comunidade, colaboradores, acionistas e fornecedores com o objetivo de gerar inovação para criação de valor; Coinovação ou cocriação: arrisca mais fundo na onda da colaboração como forma de inovar. O modelo faz referência à participação ativa de clientes, funcionários, parceiros na criação de produtos, serviços e experiência. Estamos num momento de mudanças em que muitas oportunidades são criadas. O emprego antes era o sonho da maioria das pessoas, e hoje, em um ambiente de maior competição, pensar em ser empreendedor, já é uma realidade para muitos. Ter chance de ganhar mais dinheiro, vender uma ideia, transformá-la em uma oportunidade, é muito melhor. Podemos dizer que estamos no momento da era do compartilhamento, do consumo participativo. Uber e Airbnb são os melhores exemplos de empresas criadas a partir do compartilhamento. A criação de uma empresa de base tecnológica, é o embrião das transformações radicais e em futuro bem próximo, poderá ter um papel decisivo na economia brasileira e mundial. Elas podem ser criadas via incubadora, com as seguintes vantagens: Produtos ou serviços de alta qualidade; Existência de know-how superespecializado; Flexibilidade estrutural; Proximidade e conhecimento de clientes; Mercado com forte crescimento e tecnologia de ponta; Capital humano. A Era Industrial deu origem a era da informação para ter vantagem competitiva, gerando informação e conhecimento. Todos estamos ficando mais inteligentes, mas a quantidade de informações, nos tornam mais ignorantes. Enfim, o capital humano, o capital intelectual, possuindo mais conhecimento, mais informação, mais experiência, pode gerar mais riqueza. 27 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A figura do empreendedor inovador, surge com força a partir da década de 70. Depois disso, criar o próprio emprego é fundamental para a sociedade. A mobilidade e a autonomia de saber fazer e fazer serão decisivas para que o crescimento econômico seja sustentável a longo prazo. Pessoas mais cultas, comprometidas com a ética e responsabilidade social, e por consequência, mais empreendedores com inovação. É importante destacar que a evolução dos negócios tem levado a uma procura de produtos inovadores e exigindo das pessoas, maior formação acadêmica, científica e profissional. A competitividade e a inovação colocam as empresas em desafios como: Uma cultura do saber científico e tecnológico; Um espírito empreendedor e de capacidade de inovação; Capacidade de autoaprendizagem ao longo da vida, criando estímulos para a melhoria da produtividade individual e de equipe; Capacidade estratégica e de visão sobre novas oportunidades de negócios ou novas atividades; Capacidade de liderança, de organização por processos e de gestão por projetos. Portanto, a necessidade de novos modelos de organização, gestão, produção, com o desenvolvimento de novos produtos e serviços, em um modelo de competitividade, inovação e empreendedorismo dos seus colaboradores, para não cair no erro da Kodak (maior empresa de fotografia do mundo) que por não inovar, faliu em 2012. As empresas estão cada vez mais unindo forças para desenvolver inovações, como parcerias da cadeia de abastecimento ou alianças entre concorrentes, para ter oportunidades maiores. Falando em oportunidade, inovação, necessidade, é importante entender o empreendedorismo por necessidade e por oportunidade. O empreendedor nasce a partir de um sonho, uma ideia (oportunidade) ou de uma necessidade imediata. 28 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Com a queda da economia no Brasil e o aumento da taxa de desemprego no país, o ato de empreender aumentou muito e com isto, o empreendedorismo por necessidade também. O empreendedorismo por necessidade está ligado à necessidade de sobrevivência, portanto: são empreendedores que perderam seu emprego ou mesmo aqueles que querem complementar sua renda, pela falta de um salário satisfatório de trabalho. O empreendedorismo por necessidade geralmente não possui um planejamento adequado, se aventurando, na esperança de ter a chance de ganhar seu dinheiro, investindo em um pequeno negócio. Já o Empreendedorismo por oportunidade: são aqueles que identificam uma nova oportunidade de negócio, uma oportunidade de explorar uma atividade de sucesso. Sabem onde querem chegar, fazem um planejamento prévio, conhecem o mercado, possuem visão de negócio, conhecem também seus concorrentes e tudo o mais que foi apresentado neste capítulo. Vale ressaltar que o empreendedorismo por oportunidade é considerado o maior motivo de abertura de novos negócios. Silva (2020), apresenta nove perfis de empreendedores, suas características e a relação sobre necessidade e/ou oportunidade. Vale ressaltar que as motivações (tanto necessidade, quanto oportunidade), são centrais para entender o Empreendedorismo, conforme quadro abaixo:Quadro 2.1 - Os nove perfis de empreendedores, suas características e relação com a motivação por necessidade ou oportunidade. Perfil Característica Necessidade ou Oportunidade Informal Busca ganhar dinheiro imediatamente Necessidade Cooperado Sua produção é agregada a de outros trabalhadores Necessidade Individual Formalizado, sem perspectiva de crescimento Necessidade Franqueado Comanda um negócio criado por outra pessoas Necessidade Social Busca resolver problemas, gerar emprego e renda Necessidade 29 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Corporativo Cria novos projetos na empresa em que trabalha Oportunidade Público Cria novos projetos na repartição pública na qual atua Oportunidade Conhecimento Utiliza experiência e domínio na área para ganhar dinheiro Oportunidade Negócio Próprio Procuram satisfação pessoal e pensam em grande crescimento Oportunidade No próximo capítulo, será apresentado o Plano de Negócios (business plan). Ele é um documento de apresentação das empresas no intuito de análise de um financiamento, além de ser um documento de planejamento para as empresas tanto de pequeno porte, quanto de médio e grande porte, ou seja, uma empresa precisa imaginar como será o seu futuro, identificando ameaças e traçando planos para eliminar essas ameaças. Apesar da importância do plano de negócios no Brasil, ele começou nos Estados Unidos por volta da década de 60, quando o assunto planejamento estratégico, tornou-se imprescindível para as empresas norte americanas. Inicialmente este documento era conhecido como plano mestre ou sistema de planos. O plano era usado como uma ferramenta gerencial de resolução sistemática de problemas organizacionais, porque antes, os problemas eram na base da tentativa e erro. Com o implemento do planejamento estratégico, este documento tornou-se abrangente com objetivos, estratégias, etc. Porém, o plano de negócios só se tornou conhecido no Brasil, a partir do ano 2000, por consequência da importância do Empreendedorismo, principalmente das pessoas que estavam interessadas em abrir seu próprio negócio. Além disto, incubadoras de empresas passaram a pedir este documento no processo de seleção e investidores privados, passaram a exigir este documento para tomada de decisão de investimento. No final da década de 1990, o desenvolvimento do plano de negócios, começou a ser ensinado nas principais faculdades de Ciências e Engenharias, e o curso pioneiro, foi Administração de Empresas. Este plano continua inalterado e não há indicações de que o método de desenvolvimento do plano de negócios seja superado pelos próximos anos. O Plano de Negócios é o documento que leva a empresa para o futuro e segundo Biagio (2012), “o 30 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância maior problema das empresas ao escrever um plano de negócios é empregá-lo com fidelidade no futuro”. À saber, o desempenho das empresas incubadoras é medido pelo cumprimento das metas estabelecidas pelo Plano de Negócios, diminuindo riscos e incertezas, identificando o potencial de negócio, como também as falhas, erros e ameaças, antes de colocá-lo em prática no mercado. É através do plano de negócios é que você poderá analisar se o seu negócio é viável ou não. 31 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3. PLANOS DE NEGÓCIOS Objetivo: Entender o que é e para que serve um Plano de Negócios. Conhecer a estrutura de um plano de negócios com seus respectivos itens. Além da capa, sumário e sumário executivo, também a descrição da empresa e planejamento estratégico. Introdução: A abertura de uma empresa, vem sempre acompanhada de muitas ideias, planos, e grandes expectativas. Mas só a intenção não é suficiente para se iniciar um negócio. É necessário planejamento, muita análise para transformar a ideia em oportunidade de negócio. Além disso, existem dados e informações necessárias, taxas, documentos, pesquisas, pessoas, enfim, uma série de decisões a serem tomadas antes de produzir e vender. Muitas pessoas que abrem uma empresa, não conseguem ficar por muito tempo, por falta de dinheiro no mercado, escassez de recursos próprios, falta de habilidade administrativa, financeira, tecnológica, etc. E para isto, o primordial seria um bom plano de negócios. E o que é um plano de negócios? O termo plano de negócios vem da expressão em inglês business plan. É um documento usado para descrever o negócio e serve para que a empresa se apresente para os investidores, clientes, fornecedores, parceiros, empregados, etc. O plano de negócios tem como objetivo ter uma visão melhor do seu empreendimento e testar sua viabilidade economica. Além disto, serve como ferramenta de avaliação do desempenho da empresa e também como guia para a tomada de decisão. É importante dizer que é uma estratégia empresarial além de simplesmente convencer o investidor de que o negócio é viável, tudo porque o plano de negócios hoje é muito mais que um documento, ele considera estratégia, mercado, operações, gestão financeira, etc. Quando o plano de negócios é feito exclusivamente para atender os objetivos de um financiamento, ele deixa de servir como plano de voo, que deve ter atualização permanente. 32 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Outro ponto importante é saber que o plano de negócios não serve apenas para empresas novas, e sim para empresas que já existentes, principalmente quando elas estão em crescimento, porque leva o empreendedor a pensar no futuro, avaliando seus riscos e oportunidades. Define os pontos fortes e fracos do concorrente; identifica aquilo que agrega valor para o cliente, conhecer as vantagens competitivas da empresa, que características os clientes procuram nos produtos ou serviços, planejar e implantar uma estratégia de marketing, calcular o retorno sobre o capital investido, além da sua lucratividade e produtividade, etc. O plano de negócios deve apresentar a visão do empreendedor, contemplando seu sonho, deixando claro seu produto ou serviço. Os empresários que estão dentro de uma Incubadora, são obrigados a fazer este documento. Existem cinco razões básicas para que uma empresa desenvolva um plano de negócios. São eles: O empreendedor tem oportunidade única de olhar para o negócio de maneira objetiva, crítica e imparcial, ajudando a focalizar as ideias e apresentando a viabilidade do empreendimento; O plano de negócios serve como uma ferramenta operacional para definir a posição presente e as possibilidades futuras da empresa; O plano de negócios ajuda na administração da empresa, preparando-a para o sucesso, sendo uma ferramenta pró-ativa na previsão e na solução dos problemas; O plano de negócios é uma ferramenta de comunicação, porque nela são definidos os propósitos da empresa, sua estratégia competitiva, suas competências e o conhecimento da sua equipe, tornando-se um excelente guia para a tomada de decisões; O relatório final do plano de negócios, pode prover a base para uma proposta de financiamento. Muitos empreendedores, após a conclusão do Plano de Negócios, desistem da ideia inicial e acabam identificando uma nova oportunidade de negócio mais lucrativa, mais rentável, que possa ocasionar mais sucesso. Por isso é tão importante a elaboração de um. 33 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância As seções que compõem o Plano de negócios costumam ser padronizadas, pois cada uma tem seu propósito. Geralmente é dividido em itens para melhor compreensão dos vários aspectos envolvidos. Não existe um tamanho ideal e ele pode ser complementado com anexos, fotos, mapas, cálculos de custos, certidões e autorizaçõescomo licenças ambientais. São documentos que, embora não fundamentais, ajudam a trazer credibilidade para o negócio. Existem muitos modelos, mas será apresentado este, para esta disciplina, onze itens. São eles: Capa, Sumário, Sumário Executivo, Descrição da Empresa, Planejamento Estratégico, Produtos e Serviços, Análise de Mercado, Plano de Marketing, Plano Operacional, Plano de Gestão de Pessoas e Plano Financeiro. 1º CAPA Geralmente a capa contém a razão social da empresa, uma logomarca da empresa se tiver, nome do projeto, data (mês e ano da elaboração), etc. A capa causa a primeira impressão da empresa. 2º SUMÁRIO O sumário serve para que o leitor veja as informações rapidamente e deve conter o título de cada parte do plano de negócios e a sua respectiva página. Costuma funcionar como um índice. 3º SUMÁRIO EXECUTIVO É a seção mais importante do plano de negócios. Deve ser direcionado ao seu público alvo. É neste local que são apresentados os objetivos de uma forma bem definida, apresentando um resumo das principais informações do plano, como por exemplo, a localização do negócio e seu ramo de atuação, tempo de existência, quem são seus parceiros estratégicos, missão da empresa, capacidade do empreendedor/gestor; características do mercado e diferenciais da empresa para atingi-lo; requisitos tecnológicos e capacidade produtiva; necessidade de capital e indicadores de viabilidade econômica; e de preferência, não ultrapassar três páginas. 34 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O sumário executivo é o primeiro item que aparece no documento (obviamente após capa, e sumário), e por isso deve ser muito bem escrito de modo a conquistar o leitor, apresentando de maneira objetiva a essência do empreendimento e suas potencialidades, pois está ligado à geração de interesse imediato. Mas é o último a ser feito. O Sumário Executivo é o momento de vender a ideia do seu negócio. 4º DESCRIÇÃO DA EMPRESA Inicialmente deve-se definir o ramo de atividades que irá atuar, porque existem muitas atividades a serem exploradas, e para isto uma série de fatores influenciam o seu ramo de negócios. Deve-se levar em consideração a experiência profissional, analisar o mercado fornecedor e o mercado consumidor, escolher os recursos humanos e financeiros, uma boa localização e um bom ponto de venda. Para isto vamos começar a estratégia. Apresentação da empresa: Neste item, você deve se preocupar com as questões legais da empresa. Deve-se descrever a empresa procurando mostrar o porquê da sua criação, apresentando a empresa, sua localização, sua história e sua situação atual e futura. Enfatizando as características únicas, o seu propósito, a natureza dos seus produtos ou serviços e os benefícios que a empresa pode trazer ao cliente. Apresentando também sua razão social/nome fantasia, o porte da empresa e como estará sendo enquadrada na legislação: micro, pequena, média ou grande empresa. Dados da Empresa: ramo de atividade, apresentar seus clientes, o que oferece aos clientes e como, área de atuação. Estrutura Legal: Explicar como será feita a distribuição de lucros e de quem é a responsabilidade financeira em caso de perda. Para que a empresa seja constituída, o contrato social deve ser registrado na Junta Comercial para adquirir o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), depois buscar o registro na Prefeitura Municipal (Inscrição Municipal), no qual receberá o Alvará de Funcionamento. Para empresas industriais e comerciais, precisa da Inscrição Estadual. Se for empresa industrial, devem procurar a legalização do empreendimento na Companhia Estadual de Tratamento de Esgotos e Saneamento Básico (Cetesb). As instalações devem ser aprovadas pelo Corpo de Bombeiros e de acordo com a legislação de zoneamento urbano do Município. Importante também se preocupar com o ramo de atividades e seu enquadramento dentro das classificações fiscais municipais (referente 35 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância pagamento de taxas e tributos). Nem sempre optar pela tributação simples é bom negócio para a empresa, principalmente para empresas industriais, pois ele perderá o benefício do crédito do ICMS e IPI e a empresa perderá a vantagem de operar com preços menores em função de menor tributação. Um advogado especializado em tributação poderá orientar sobre a elaboração do contrato social. Um prestador de serviços sobre Contabilidade também é essencial. Outro serviço que pode ser contratado é o de marcas e patentes. Através do site do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), ou por empresas especializadas que conhecem todos os problemas e soluções de burocracia. Equipe Gerencial: A equipe de gestão é o principal foco dos investidores quando analisam um plano de negócios. Em uma sociedade, informar por que os sócios foram escolhidos. A contribuição de cada um na empresa e suas habilidades individuais. Só depois eles avaliam a oportunidade de mercado, a ideia inovadora e as perspectivas de altos lucros. Muitos investidores, ao receberem um plano de negócios, depois de lerem o Sumário Executivo do plano, vão direto para os curriculum vitae da equipe de gestão da empresa (anexar estes curriculuns no final do plano de negócios, junto com a cópia do contrato social e cópia do CNPJ). Isso porque sem uma equipe de primeira linha, qualquer outra parte do plano de negócios dificilmente se concretizará. Localização: a localização influencia muito, dependendo do ramo de atividade, como fornecimento de materiais, disponibilidade de mão de obra, proximidade com os clientes, etc. Exemplo: Se for indústria, situar em áreas que tenham infraestrutura mínima (água, energia, estradas, transportes, etc) se for comércio locais onde existam tráfego de pessoas, veículos e principalmente clientes. Portanto, é necessário descrever o bairro e o motivo pelo qual esta localização foi escolhida. Não se deve levar em consideração somente o valor do aluguel, pois tem casos que o cliente ou fornecedor definem o local. Se o local for alugado, os valores mensais devem constar no fluxo de caixa. Se for imóvel próprio, o valor deve constar na folha de balanço atual e projetado. Manutenção de Registros: indicar o sistema contábil e o motivo da escolha deste fornecedor. O responsável pela manutenção dos registros será ou um contador externo, ou um contador interno. O objetivo é deixar clara a forma pelo qual a empresa arquiva seus registros, levando em conta as questões legais, de segurança e também questões em relação às necessidades dos clientes e também dos fornecedores. Esta parte de Registros é importante para a empresa, 36 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância que pretende implantar a ISO 9000 ou mesmo a ISO 14000, e também para dar credibilidade ao cliente, porque qualquer informação sobre produto ou serviço será informada precisamente. Seguro: Para que o empreendedor não corra risco de perder todo o investimento realizado, é necessário provisionar recursos para o pagamento do seguro anual. Todo empreendimento deve contar com uma seguradora, preocupando-se principalmente com a cobertura. Exemplo: se for uma seguradora, o seguro deve contemplar o uso dos veículos. Porque na visão do analisador do plano de negócios, a empresa estará preparada para qualquer tipo de sinistro que venha ocorrer. A proteção do patrimônio da empresa, por meio de uma apólice de seguro, é a segurança que a empresa tem contra roubo, incêndio e ocorrências naturais. O seguro inclui o imóvel, os bens como máquinas, equipamentos, computadores, móveis, além das mercadorias produzidas. Segurança: A empresa precisa demonstrar que está preparada para enfrentar a desonestidade das pessoas e dos clientes.Portanto, a empresa deverá descrever os produtos e processos que deverão estar patenteados (caso precise), as marcas registradas, etc. A carteira de clientes deve ser protegida, assim como informar sobre a segurança física dos funcionários, para que não sejam expostos à situação de risco. Antecipar aos problemas de segurança e adotar as medidas adequadas. 5º PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O Planejamento Estratégico é composto de técnicas que ajudam as empresas na realidade ambiental, estimulando para uma mudança cultural, porque é o item que define os caminhos que a empresa irá seguir, como: posicionamento atual, objetivos, metas, missão, visão e valores em um período não inferior a cinco anos. Enfim, é uma metodologia de posicionamento da empresa frente o mercado, e serve também de alicerce para novas implantações de ações da empresa. Todo empreendedor deve se preocupar com o futuro da sua empresa e fazer o planejamento estratégico é necessário para expressar essa preocupação. A grande vantagem do Planejamento Estratégico é a sua proatividade, porque a empresa consegue antecipar os problemas dando alternativas para as consequências. Fazer este item, é enxergar as perspectivas da empresa, para o seu futuro. 37 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Missão é a razão de existir da empresa, explicando melhor, é o que ela entrega aos seus clientes. A declaração da missão é captar o propósito da empresa e traçar um plano, destacando as atividades da empresa, o mercado que ela serve, as áreas que atua e seus produtos ou serviços oferecem. Visão: a visão da empresa representa as aspirações futuras, ou seja, como a empresa gostaria de ser vista no futuro. Ou seja, são as intenções e a direção que a empresa pretende chegar lá. Ela representa as esperanças e o sonho da empresa, apontando um caminho para o futuro, motivando a empresa a andar sempre para frente. Valores são como o coração da empresa, e vale ressaltar que a empresa terá garantia de sucesso, em função de como seus clientes atribuem seus produtos e ou serviços. Pode ser através do valor monetário, ou seja, o quanto seus clientes estão dispostos a pagar, pode ser através de sua vantagem competitiva, ou seja, seu diferencial competitivo, ficando à frente de seus clientes, e pode ser também através de crenças que definem os padrões da empresa, perante comunidade, cliente e fornecedores. Objetivos: os objetivos estratégicos detalham as estratégias, definindo os resultados que a empresa pretende realizar. Exemplos: manter ou aumentar participação de mercado; diversificar a linha de produtos; investir em uma nova unidade produtiva, etc. Outro fator importante é em relação ao processo, que alinha a administração da empresa com a visão do cliente. Tanto a estrutura hierárquica e suas responsabilidades, quanto as relações de operação e a estrutura de processos gera valor. De acordo com Michael Porter, a organização gera pelo menos cinco atividades básicas. São elas: Logística interna: é a disponibilização dos materiais para a empresa, abrangendo recebimento, estocagem, manuseio interno, controle de estoques, programação de retirada, devolução de materiais, distribuição interna de materiais e armazenamento dos mesmos. 38 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Operações: ou seja, a transformação dos insumos em produtos, compreendendo fabricação, montagem, manutenção, testes em processo, embalagem, impressão, etc. Logística externa: é o relacionamento da empresa com seus clientes, com exceção de vendas. Compreende coleta, armazenamento de produto acabado, distribuição física dos produtos, entrega, manuseio de produtos na expedição, processamento de pedidos e programação de entrega. Marketing e vendas: despertar no cliente a necessidade de obter o produto e fazer com que o cliente possa adquirir o produto. Incluem propaganda, promoção, força de vendas, relação com canais de vendas e fixação de preço. Serviço: é a compra dos insumos empregados na empresa. Como exemplo podem ser novos fornecedores, aquisição de diferentes insumos, supervisão dos fornecedores. Esta é a de cadeia de valores do Porter, consideradas primárias, dividindo as atividades da empresa. Vale lembrar que o processo de inovação para algumas empresas, serve como processo de apoio. Ou seja, a empresa dentro de um mercado altamente competitivo, é interessante uma cadeia de valores com a inovação em destaque. Para a empresa, uma cadeia de valores, é identificar os pontos que a empresa cria valor para os seus clientes. Competências: as competências neste caso são as habilidades. Se a empresa não tiver, ela terá que desenvolver ou adquirir para que o ciclo estratégico seja atuante. As habilidades servem para transformar suas atividades na cadeia de valores em benefícios para o cliente e devem estar no coração do processo de criação e de novas oportunidades de negócios. Já as grandes empresas usam o benchmarking comparando suas competências com a de outras empresas. 39 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Análise ambiental: o ambiente de uma empresa é dividido em quatro níveis: ambiente geral, operacional, intelectual e interno. O ambiente geral possui componentes que não estão sob o controle da empresa. Seus componentes são: econômico (como os recursos são distribuídos), social (características da sociedade onde a empresa está inserida), político (postura governamental), legal (regras que as sociedades devem seguir) e tecnológico (processos de produção de mercadorias e serviços). O ambiente operacional é parte do ambiente externo. Podem ser clientes (são as características e comportamentos de quem consomem os produtos/serviços), fornecedores (recursos para a empresa operar), concorrentes (características das empresas que buscam os mesmos recursos), etc. Ambiente intelectual é formado pelo Capital intelectual que compreende o capital humano, o capital estrutural e o capital do cliente. Ambiente interno são os fatores que estão dentro da empresa que implicam nas ações que a empresa vai atuar e para que as metas sejam atingidas. Portanto é muito importante que a empresa acompanhe os fatores macro ambientais que são as políticas, sociais, legais, demográficas, tecnológicas e econômicas, quanto os fatores micro ambientais que são os canais de distribuição, os fornecedores, consumidores, concorrentes, etc. Dentro do planejamento estratégico, existem muitas ferramentas para a análise ambiental, identificando ameaças e oportunidades, no ambiente externo e forças e fraquezas no ambiente interno, daí a importância da SWOT. Análise SWOT: esta matriz apresenta a análise da situação atual do negócio, portanto, sempre que possível, refazer, para atualizá-la sempre. Tem o objetivo de ajudar a empresa na identificação de pontos fortes e fracos da mesma. A análise do macro ambiente possibilita conhecer oportunidades e ameaças que interferem no negócio, mostra como o mercado se apresenta para a empresa. A SWOT é uma boa técnica para identificar essas oportunidades e ameaças (do ambiente externo), forças e fraquezas da sua empresa (do ambiente interno). A sua estratégia é eliminar os pontos fracos em áreas que possam ocorrer riscos e por consequência fortalecer os pontos fortes, identificando as oportunidades. Eliminando os pontos fracos, otimizando as oportunidades, para que sejam definidos os objetivos e suas respectivas metas. 40 Nome da Disciplina Universidade Santa Cecília - Educação a Distância As metas devem ser SMART, ou seja, específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais. Formulação e implementação da estratégia: a empresa deve escolher a melhor forma de atuar
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