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P1 Cirurgia

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Paratopias Cirúrgicas
Distrofias = desenvolvimento inadequado ou inesperado de um órgão, assim como
alterações nutricionais de um indivíduo. Distrofias cirúrgicas são as fístulas, necroses e
gangrenas
Distrofias da parede abdominal = Paratopias
Eventração
Víscera ou tecido (não necessariamente um órgão) que se localiza entre a cavidade
abdominal e a pele. A etiologia é por ruptura muscular, trauma ou deiscência de sutura
(sutura mal feita, infecção)
- Em equinos: cirurgia de cólica, cesária de égua… podemos ter problemas na
cicatrização
- Em bovinos: cesária, celiotomia…
- Em pequenos: normalmente acontece de forma traumática
Diagnóstico:
● Histórico de traumas ou cirurgias recentes
● Exames de imagem (US)
Sinais clínicos:
● Aumento de volume que pode ser total, redutível ou não
● Em grandes animais podemos auscultar movimentos intestinais em eventrações
Diferenciais:
● Neoplasias, abscesso, hematomas, hérnias
Tratamento:
● Cirurgia ou reintervenção cirúrgica se a causa prévia foi cirurgia
● Se a causa foi infecção, IMPORTANTE tratar a infecção
○ Tomar cuidado com as aderências, podem trazer problemas! - aderência
em alça intestinal de equino pode predispor a cólica, aderência em intestino
de cão predispõe a encarceramento
● Membranas biológicas podem ser usadas
Evisceração - EMERGÊNCIA CIRÚRGICA
Rompimento da cavidade abdominal e da pele expondo as vísceras. Etiologia: pós cirúrgico
(falha da técnica ou infecção) ou traumas
- Em grandes animais o mais comum é por infecção cirúrgica ou contaminação pós
operatória
- Em pequenos o mais comum por briga, facada, atropelamento…
Obs: antes de abrir a pele, se a causa for infecção ou contaminação, há sinais clínicos que
levam a prever a evisceração. Por exemplo, drenagem de abscesso purulento.
Tratamento:
● Intervir se a causa for traumática ou reintervir se a causa prévia foi cirurgia
● SEMPRE verificar a viabilidade da víscera exposta, tecido necrosado tem que ser
retirado
● Antibioticoterapia de amplo espectro
● Lavagem de cavidade abdominal de forma copiosa - lembrando que alguns
medicamentos não podem ser jogados pois exigem metabolização
○ Também podem ser feitas lavagens pós operatórias com colocação de
drenos
● Tratar possível síndrome do intestino curto com alimentação específica
Hérnias
Deslocamento ou protusão/projeção de víscera ou tecido ou órgão de dentro da cavidade
para uma outra cavidade. Seja por uma abertura anatômica, teratológica ou acidental.
Obs: os conceitos de hérnia e eventração se confundem
Classificação
➔ Geral
◆ Redutível: passível de retornar o conteúdo para a cavidade
◆ Irredutível: não passível de retorno (por aderência, retenção de conteúdo)
● Encarcerada: não possível redução do conteúdo devido a aderências
● Estrangulada: conteúdo com comprometimento circulatório
Obs: ainda podemos classificar como congesta, inflamada e necrótica dependendo do
momento em que a intervenção foi feita
➔ Quanto à origem
◆ Congênita
◆ Adquirida (aumento da fragilidade da musculatura, por ex em animais idosos)
◆ Traumática (há controvérsias quanto a essa classificação)
Obs: a diferença de congênita para hereditária é que na hereditária vem lá no DNA dizendo
que vai ter aquilo, a congênita é porque aconteceu algo durante a formação do embrião
➔ Quanto à localização
◆ Umbilical (abdominal)
◆ Inguinal (abdominal)
◆ Inguinoescrotal (abdominal - muito comum em equinos)
◆ Femoral
◆ Perineal
◆ Diafragmática - não tem saco herniário
◆ Pré púbica (abdominal)
◆ Discal - não tem saco herniário
➔ Quanto à composição
◆ Verdadeira: presença de saco herniário, anel herniário e conteúdo herniário
◆ Falsa: sem saco herniário. Normalmente é traumática ou congênita
Composição
● Saco Herniário (a diafragmática não tem saco herniário, então é uma hérnia falsa)
● Anel herniário
● Conteúdo herniário
Etiologia
➔ Regiões anatômicas enfraquecidas. Por exemplo, animais muito obesos possuem
fragilidade da região umbilical; a mãe puxando muito para cortar o cordão do filhote.
Hérnia perineal é comum em cães idosos, pois o crescimento da próstata empurra a
região. Animais muito idosos podem ter fragilidade entre o abdômen e a região pré
púbica
Sinais clínicos
● Aumento de volume
● Sinais sistêmicos de acordo conteúdo herniário, a quanto tempo e qual a progressão
da hérnia
○ Estrangulada: compromete o funcionamento do conteúdo herniário (não
consegue urinar se for bexiga, embrião morto se for útero…)
Métodos diagnósticos
● Radiografias, palpação, US - NÃO FAZER PUNÇÃO SEM SABER O CONTEÚDO
HERNIÁRIO
Hérnia Abdominal
Qualquer defeito na parede abdominal com protusão de conteúdo. Pode ser subdivida ainda
em paracostal, lateral dorsal, inguinal, pré púbica, femoral, umbilical, ventral, escrotal,
diafragmática, perineal…
Hérnia Umbilical
Fusão incompleta ou retardada das pregas laterais do músculo reto do abdome e suas
fáscias que pode ser causado por infecção ou aumento da pressão intra abdominal. Afeta
todas as espécies podendo ser congênita ou adquirida.
➔ Sinais clínicos: aumento de volume na região abdominal
◆ Em cães normalmente o conteúdo é omento ou resquícios do falciforme
➔ Diferenciais: abscesso, neoplasias…
➔ Tratamento: redução da hérnia com indicação de castração devido a possíveis
fatores hereditários
Cirurgia
● Incisão de pele em cima da hérnia podendo abrir ou não o saco herniário. Se abrir, a
técnica é aberta, se não abrir a técnica é fechada - SÓ É POSSÍVEL FAZER A
FECHADA SE FOR REDUTÍVEL. Na técnica aberta, abrir pele, divulsionar
subcutâneo, abrir saco herniário. Remover o saco herniário, desbridar a borda (se
não desbridar não há cicatrização) e suturar. Se for a técnica fechada, é só jogar
tudo para dentro e suturar.
○ O tipo de sutura depende da espécie, mas o objetivo é sempre cicatrizar as
bordas. A melhor cicatrização é por aposição das bordas mas a literatura
recomenda sultan, simples ou jaquetão
○ Alguns casos precisa usar malha ou membrana biológica (pericárdio de
bovino, túnica albugínea de bovinos eram usados antigamente, hoje em dia
há malhas feitas para isso)
○ Se eu desbridei as bordas, posso usar fio absorvível ou inabsorvível
mas se fizer a técnica fechada e se não desbridar, NÃO usar absorvível
Hérnia Inguinal
Em machos pode ser chamada de hérnia indireta - quando vai para a bolsa escrotal (muito
comum em equinos e suínos). Em fêmeas pode ser chamada de hérnia direta
Sinais Clínicos - Variável de acordo com o tempo e o conteúdo herniário
● Equinos normalmente tem sinal de cólica
● Cadelas normalmente o primeiro sinal é aumento de volume
Diagnóstico
➔ Anamnese, exame físico e exame de imagem
Tratamento
➔ Cirurgia hérnia inguinal simples direta: incisão de pele, divulsão do subcutâneo
encontrando o saco herniário. Abro o saco herniário, coloquei conteúdo para dentro,
chequei viabilidade e removo o que não estiver viável, tiro o saco e suturo o anel
DEIXANDO UMA REGIÃO ABERTA (A REGIÃO CAUDAL) PARA PERMITIR
PASSAGEM ARTÉRIA E VEIA EPIGÁSTRICA SUPERFICIAL CAUDAL
◆ Tiramos o anel? Em cadela não e sutura com fio inabsorvível), em equinos
tiramos parte do anel e sutura com fio inabsorvível (causa mais fibrose dando
mais sustentação) - A CONDIÇÃO PARA FIO ABSORVÍVEL E
INABSORVÍVEL CAI NA PROVA
● Em equinos (acontece em cão também mas é mais raro) a hérnia
inguino escrotal causa muito encarceramento
○ Etiologia: aumento da pressão intra abdominal e
incompetência do fechamento do anel (anel maior do que
deveria)
○ Sinais clínicos: muita cólica
○ Tratamento: checar viabilidade de testículo e alça e indicar
orquiec de acordo com a viabilidade do testículo
◆ Cirurgia: a incisão pode ser inguinal ou escrotal, se for
possível tratar inguinal é melhor para o paciente pois
incisão escrotal pode causar fibrose e perda da
capacidade reprodutiva.
Hérnia Diafragmática - falsa hérnia
Condições congênitas podem tornar a hérnia diafragmática uma hérnia verdadeira, que são
a pleuroperitoneal e a peritônio pericárdica diafragmática (fusão incompleta das
membranas)
Sinais clínicos
Dependo doque passou, do quanto abriu, do grau de compressão
● Normalmente primeiro fígado, estômago e baço, alça intestinal e omento. O mais
grave de passar é o estômago e o mais comum é o fígado. - CAI NA PROVA
○ HDC (HD congênita): sinais cardiovasculares, respiratórios e digestórios
○ HDT (HD traumática): sinais imediatos ou tardios
Diagnóstico
➔ Ausculta, exame clínico, exame físico e confirmação com exame de imagem
Tratamento - a emergência depende do conteúdo
A cirurgia é pelo abdome
● Sutura (simples ou contínua): se for recente posso usar absorvível ou inabsorvível,
se é crônico ou debridar (ai pode usar absorvível ou inabsorvível) ou usar
inabsorvível
○ Pós operatório vai depender do caso mas normalmente em rupturas crônicas
há aderência podendo ocorrer pneumotórax, então deixar dreno
○ Complicações: hemotórax, pneumotórax, edema pulmonar, deiscência de
sutura e recidiva
Hérnia Perineal - hérnia verdadeira
Acontece devido a fragilidade da estrutura e o aumento da pressão abdominal é um fator
predisponente. Raramente vemos um animal castrado com hérnia perineal, é mais comum
animais inteiros.
➔ Etiologia: normalmente cães e gatos, idosos e inteiros
➔ Conteúdo: próstata, bexiga, omento, alça…
➔ Sinais clínicos: depende do conteúdo e da cronicidade
➔ Diagnóstico: exame clínico, exame físico e exames de imagem
➔ Tratamento cirúrgico: herniorrafia
◆ Se a causa é aumento da próstata, tem que castrar. Se o animal possuir alto
valor espermático, usar finasterida e deixar a próstata.
Ortopedia
Fratura = solução de continuidade na superfície óssea. Além da injúria do tecido ósseo, todo
o sistema ao redor do osso sofre injúria (vascularização e músculos)
Etiologia das Fraturas (CAI NA PROVA)
● Estresse repetido
● Trauma (80% dos casos da veterinária)
● Doenças ósseas
Exame inicial
Não necessariamente primeiro o exame ortopédico. Avaliar se o paciente apresenta risco de
morte, se tem hemorragia intensa/interna
ABCDE do trauma: (CAI NA PROVA)
➢ A (airway): vias aéreas (se tem obstrução)
➢ B (breathing): respiração (se tem lesão pulmonar, pneumotórax, hemorragia..)
➢ C: circulação (choque hipovolêmico, distributivo, cardiogênico)
➢ D: disability - qualquer coisa que agrida o SNC (outros acometimentos - convulsões,
hipoglicemia, meningite)
➢ E: exposição (avaliar fraturas) - eletiva, não eletiva, emergencial
Cirurgias Ortopédicas:
● Eletivas: ruptura de ligamento cruzado, displasia coxofemoral, osteomielite
dissecante
● Não eletivas (urgências): fratura óssea e luxação articular
● Emergenciais: fratura exposta e exposição articular
Lembrar de fazer analgesia antes dos exames ortopédicos!!! Limpar o local, estabilizar o
paciente, radiografar e imobilizar - CAI NA PROVA
Classificação de Fraturas
O grau de claudicação vai depender da energia exercida na fratura.
➔ Aberta ou fechada
➔ Redutível (uma linha de fratura ou com 2 fragmentos) ou irredutível (múltiplos
fragmentos): a redutível é uma fratura em que é possível restabelecer a coluna
óssea (depois de tratada a força se dissipa pelo osso) e irredutível é a fratura que se
juntarmos todos os pedaços, não é possível restabelecer a coluna óssea.
➔ Localização (nome do osso e a localização da fratura no osso): epífise, linha
epifisária (linha de crescimento), metáfise, diáfise
➔ Linha simples ou complexa
➔ Envolvimento da articulação ou não: periarticular (próxima da articulação) ou intra
articular (envolve a superfície articular)
➔ Completa ou incompleta: a completa atinge as duas corticais e a incompleta apenas
uma. A cortical próxima do cirurgião se chama CIS e a distante se chama
TRANS
➔ Quanto à linha de fratura
◆ Transversa: simples, redutível
◆ Oblíqua curta ou longa: simples,
redutível
◆ Espiral: simples, redutível
◆ Cominutiva redutível: complexa,
redutível
◆ Cominutiva irredutível (mais de 2
fragmentos): complexa, irredutível
Biomecânica
A fratura depende de velocidade,
intensidade e frequência da força
aplicada, densidade óssea, geometria
do osso, orientação da força e
frequência da força.
➢ Compressão: força fisiológica
do apoio
➢ Tração: não é fisiológica
➢ Cisalhamento
➢ Torção: dependendo do osso é
fisiológica
➢ Flexão: dependendo do osso
também é fisiológica
Salter Harris (CAI NA PROVA)
➢ Tipo 1: linha fisária
➢ Tipo 2: linha fisária e metáfise
➢ Tipo3: linha fisária e epífise
(articular)
➢ Tipo 4: linha fisária, epífise e
metáfise (articular)
➢ Tipo 5: compressão da linha
fisária
➢ Tipo 6: compressão incompleta da linha fisária
Consolidação Óssea
● Consolidação primária (direta): migração de ósteons pelos canais de Havers sem
formação de calo ósseo, acontece entre 30 e 40 dias pelos canais de Havers
● Consolidação secundária (indireta): a fratura derrama sangue, forma coágulo que é
rico em fatores pró inflamatório (quimiotáticos) que irão estimular a migração celular.
Forma-se um tecido de granulação que evolui para um tecido conjuntivo formando
o calo fibroso (mesenquimal). Pela ação dos osteoblastos, o calo fibroso é
mineralizado. Em seguida, os osteoclastos fazem o remodelamento retornando o
osso ao o que era antes. Esse processo em um paciente hígido e não muito idoso
(ou seja, na melhor das hipóteses) dura 4 meses
Obs: cada tipo de fratura pede um tipo de consolidação e isso tem que ser estudado para
decidir a melhor forma de curar a fratura
Fatores que interferem na consolidação:
➔ Sangue: sem sangue não ocorre consolidação
➔ Envelope muscular (coaptação dos fragmentos)
➔ Estabilidade no foco de fratura
➔ Tipo de fixação
➔ Cooperação paciente/tutor
➔ Outros fatores como idade, doenças endócrinas…
Strain (CAI NA PROVA)
Gap é o intervalo/buraco entre os fragmentos ósseos e o Strain é a deformidade/o quanto o
gap é deformado à medida em que a força age sob o gap.
➢ Strain < 0,5%: célula morta, muito rígido/estável
➢ Strain > 25%: não produz matriz celular/não
forma calo, pouco estável
O osso não é 100% rígido, ele tem uma certa
elasticidade (deformação elástica). Se a força continuar atuando, o osso chega no ponto de
inflexão e se a força não for interrompida o osso é deformado (deformação plástica) até o
ponto em que fratura
➔ Se a força deforma muito, tem um alto strain
➔ Se deforma pouco o gap (foco de fratura), tem um baixo strain
◆ Uma fratura redutível de linha simples é de alto strain e uma fratura
cominutiva não redutível é de baixo strain
● 2% de strain forma tecido ósseo
● 10% de strain forma tecido cartilaginoso
● 20% forma tecido fibroso
● 100% forma tecido de granulação
Teoria da Tensão de Perren - CAI NA PROVA
○ Significa que uma fratura que deforma muito precisa ser estabilizada de
forma mais rígida
■ Uma fratura de linha simples que é de alto strain deforma muito o
gap, então preciso de implante de estabilidade absoluta, ou seja
depois da osteossíntese o movimento no gap de strain precisa ser
entre 0,5 e 2%
● Fratura simples quando fixada com estabilidade relativa (>2%)
tem muita tensão então não consolida = má união/não união
■ Um fratura cominutiva não redutível que é de baixo strain deforma
pouco o gap, então preciso de implante de estabilidade relativa, ou
seja depois da osteossíntese o movimento no gap de strain precisa
ser entre 2 e 20%
➢ Estabilidade absoluta: não formação de calo (consolidação direta), fixação precisa
ser rígida, gap pequeno e precisa comprimir
os fragmentos. Implantes que façam
compressão interfragmentária entre 1 a 2
mm para ter o strain final entre 0,5 e 2.
Indicações para fratura articular e de linha
simples - fratura intra articular NÃO PODE
FORMAR CALO ÓSSEO
➢ Estabilidade relativa: formação de calo (consolidação indireta), movimento suficiente
para reduzir o strain para 20% então o implante não precisa comprimir os
fragmentos mas precisa ter alinhamento axial. Indicações para fraturas intra
articulares e multifragmentadas
Toda fratura de linha simples pede estabilização absoluta que vai resultar em
consolidação direta. Toda fratura de linhas múltiplas pede estabilização relativa que
vai resultar em consolidação secundária a um calo.Escore da Fratura - boa ou má consolidação
➢ Escore 1 a 3 (baixo): baixo poder de consolidação, muito dano tecidual, alta chance
de falha
➢ Escore 4 a 7 (médio): alguns fatores bons e outros ruins
➢ Escore alto 8 a 10 (alto): alto poder de consolidação, tecido vivo, altas chances de
sucesso
Fator Mecânico
Estabilidade e desafios pós estabilização (peso do animal, se o implante aguenta)
● Escore alto: lesão única, compressão interfragmentária - bom
● Escore baixo: lesões múltiplas, muito peso - ruim
Fator Biológico
● Escore alto: filhote, bem nutrido, saudável - bom
● Escore baixo: paciente idoso, estado nutricional baixo - ruim
Fator Clínico
● Escore alto: tutor atencioso, cooperação do paciente - bom
● Escore baixo: pouca participação do tutor, animal agitado - ruim
Osteossíntese
Objetivos da Osteossíntese: promover consolidação óssea
Princípios: redução anatômica, fixação interna estável, preservação do suprimento
sanguíneo e retorno precoce da função do membro - fazer tala depois de osteossíntese não
é bom, tem que apoiar o membro - e neutralizar as forças atuantes (flexão, rotação,
compressão axial, cisalhamento)
Escolha do material/implante
● Tipo de fratura
● Tipo de animal
● Tipo de proprietário
● Experiência do cirurgião
● Cuidados pós operatórios
Obs: todo implante chamamos de “tutor”
Vantagens da Redução de Fraturas Desvantagens da Redução de Fraturas
Pino Intramedular - não faz compressão intersegmentária
Como um tutor ISOLADO é limitado pois não anula a força de compressão axial e nem de
torção, é bom para flexão. É de baixo custo e de fácil técnica, mas como é um tutor primário
limitado, possui altas taxas de complicações associadas ao seu uso
Indicações de Uso
➢ Realinhar ossos longos - úmero, fêmur, tíbia, metacarpo, metatarso
○ Com fixação auxiliar: indicado na maioria das fraturas. Para associar com
placa o pino precisa ter de 40 a 50% do tamanho do canal intramedular
e para associar com fixador externo, 50 a 60%
■ Cerclagem, fixador externo, placa
○ Sem fixação auxiliar (apenas o pino intramedular): fratura estável sem
tendência a rotação (OU SEJA, NENHUMA) ou pacientes esqueleticamente
imaturos (filhotes abaixo de 4 meses - com a condição do pino ter 60 a
90% do tamanho do canal intramedular)
Obs: fratura articular (salter 3 e 4)
precisa ser de consolidação DIRETA pois
não pode haver formação de calo na
articulação
Métodos de Aplicação
Dois pinos do mesmo tamanho respeitando o diâmetro do pino quando comparado ao
canal. Depois de colocado, o pino precisa ser assentado e seccionado, para isso observar
referências anatômicas. Movimentar as articulações para verificar a posição, cortar com
alicate e recalcar com o martelo.
Para a colocação do pino:
● Perfuratriz cirúrgica
● Perfuratriz adaptada
● Introdutor manual - JACOBS
O pino pode ser inserido de forma retrógrada - pela epífise proximal - (mais fácil) ou
normógrada - pelo foco de fratura - (mais precisa e menor manipulação).
Cuidados pós operatórios
➔ Atividade restrita, reavaliação entre 10 e 15 dias
Complicações
➔ Migração proximal ou distal, quebra do implante, excesso de mobilidade (não
neutraliza as forças)
Particularidades pinos
★ Intramedular no fêmur: abordagem lateral
○ Se inserção normógrada: pela face medial do trocânter até o côndilo medial
○ Se inserção retrógrada: manter o membro abduzido no momento da inserção
★ Intramedular na tíbia: abordagem crânio medial, PROIBIDO INSERÇÃO
RETRÓGRADA
★ Intramedular úmero: normógrada ou retrógrada
★ Intramedular no rádio: PROIBIDO!!!
★ Intramedular metatarso e metacarpo: indicado lembrando de medir o segmento para
escolher o melhor pino
Pinos Cruzados
Indicações de Uso
➢ Fraturas epifisárias em fêmur e rádio
○ Com ou sem associação
Fixação com pinça ponta a ponta com os pinos cruzados no fragmento
metafisário (EVITAR ROSCA EM LINHA EPIFISÁRIA - lesa o tecido de
crescimento)
Pinos de Rush
Métodos de Aplicação
Entrar com o pino na cortical cis e encostar até na trans, fixando na cis. Fixar
em três pontos, previne migração de implantes
Indicações
➢ Fraturas epifisárias, principalmente distais de úmero e fêmur
○ Muito interessante para fraturas tipo salter
O DIÂMETRO CAI NA PROVA
O feixe de pinos não é mais
recomendado!!!!
Parafusos
Podem ser utilizados individualmente (tutor primário ) ou associados a placas; podem ou
não ser auto rosqueantes; parafuso cortical, esponjoso ou parafusos bloqueados (rosca na
cabeça)
Cortical
Esponjoso
Indicações
➢ Fixação em placas
➢ Fixação em fragmentos ósseos como tutor primário
○ Parafuso de compressão (efeito lag)
○ Parafuso de posição (neutro)
Modo de Aplicação
Perfurar uma ou duas corticais. Se for colocar um parafuso neutro, usar um guia neutro e se
for um parafuso compressivo, usar guia excêntrico. Broca do mesmo diâmetro da alma
(centro) do parafuso aferindo a profundidade, inserir o parafuso sem usar força
Na cortical cis usamos uma broca maior do que a alma do
parafuso para que ele ‘deslize’ na cortical cis e na cortical trans
usamos uma broca do tamanho da alma do parafuso para que
ele ‘rosqueie’ na cortical trans
As duas corticais perfuradas da mesma forma SEM
COMPRIMIR OS FRAGMENTOS (se comprimir vai cisalhar)
Cerclagem - NÃO É IGUAL O FIO DE AÇO INOXIDÁVEL
Fio de aço flexível que passa completa ou parcialmente ao redor da circunferência de um
osso e depois é apertado/torcido. Faz compressão estática interfragmentária.
➔ Dificilmente é usada isoladamente, normalmente é tutor auxiliar
➔ Existe a cerclagem, hemicerclagem, cerclagem interfragmentária e banda de
tensão
Indicações
● Fratura oblíqua longa e fratura em espiral
● Usado juntamente com pinos intramedulares, placas ou fixador externo
● Promove JUSTAPOSIÇÃO dos fragmentos por compressão estática, mesma função
dos parafusos lag
○ Vantagens: cômodo, fácil colocação, não precisa ficar 90 graus com a fratura
○ Desvantagens: necessita de fixação complementar contra
encurvamento/flexão e compressão
Modo de Aplicação
No mínimo 3 cerclagens com espaçamento de 1 cm entre
elas e 0,5 cm das bordas da fratura. Cuidado com necrose
pois a cerclagem fica frouxa e não consolida a fratura. Ela
precisa ficar 90 graus com o eixo ósseo, mas não com a
linha de fratura
➢ Três tipos de nós:
○ Twist - nó torcido
○ Single loop - nó simples
○ Double loop - nó duplo
Banda de Tensão
Composta por pino intramedular e cerclagem. O pino combate a força de cisalhamento na
linha de fratura e a cerclagem converte a força de tração em compressão. Resulta em
compressão estática interfragmentária levando a consolidação direta
Indicações
➢ Fraturas ou osteotomias de olécrano, trocanter maior, calcâneo, crista da tíbia
Modo de Aplicação
Segurar o fragmento
com uma pinça
posicionando dois
pinos intramedulares
perpendiculares ao
foco de fratura e
paralelos entre si. Do
local de inserção dos
pinos, duplico a
distância e perfuro com a broca para passar a cerclagem. Passo outra cerclagem torcendo
as duas
Haste Bloqueada
Parecido com o pino intramedular, porém possui perfurações onde serão introduzidos
parafusos. Anula todas as forças
Indicações
➢ Fraturas de fêmur, úmero e tíbia
○ A desvantagem é que é caro e é de difícil remoção em
caso de falha
○ Outra vantagem sobre a placa é que fica mais próximo
do centro onde as forças agem
Modo de Aplicação
Depois de inserir a placa fresando o canal medular, primeiro colocar os parafusos distais e
depois os proximais
Fixador Externo (CAI NA PROVA)
Série de pinos trans ósseos incorporados a uma montagem extracorpórea. Pode ser usado
como tutor primário ou secundário. Anula forças de rotação e arqueamento
Indicações
➢ Aberto ou fechado, vários tipos de fraturas, osteotomias, artrodese, estabilização
articular
Vantagens Desvantagens
Tipos de Fixadores
● Circulares (ilizarov): conecta motores que permitem dinamizar o fixador (correção de
alongamento)
● Híbrido: fixadores circulares + lineares
○ Os pinos dos fixadores precisam ter 25% do diâmetro do osso
Obs: o pino tem que passar PELAS DUAS CORTICAISe NO MEIO
DO OSSO
➔ Corredores seguros: são os caminhos por onde os pinos
passam para evitar musculatura e vascularização
Toda vez que avaliamos uma radiografia de pós operatório
precisamos observar: Alinhamento, Aposição, Aparelho,
Atividade (CAI NA PROVA)
Placa Óssea (CAI NA PROVA)
Indicações
➢ Realinhar e estabilizar fragmentos se fraturas
simples ou cominutivas de ossos longos ou
chatos
➢ Contrapõe TODAS as forças
Função: dependendo da colocação dos
parafusos a placa possui uma função diferente (CAI
NA PROVA)
● Compressão: fratura transversa ou oblíqua
curta (fraturas de alto straight)
○ Apoia 50% da força que passa pelo
osso
● Neutralização: a placa é usada como tutor
secundário pois o tutor primário comprimiu os
fragmentos e a placa neutraliza o restante das
forças. Fratura cominutiva redutível
○ Apoia 70% da força que passa pelo
osso
● Apoio/ponte: placa com parafusos distantes do foco. Fratura cominutiva irredutível
○ Apoia 100% das força que passa pelo osso - para evitar essa força toda só
na placa podemos auxiliar com pino intramedular
Tipos de Placa
➔ DCP (exige parafuso bicortical)
➔ LC-DCP (exige parafuso bicortical)
➔ LCP (pode ser parafuso monocortical)
Olhos e Anexos
Anatomia
O bulbo ocular é o principal responsável pela visão e os anexos oculares são
responsáveis pela nutrição e proteção do olho. O globo é constituído por 3 camadas:
➔ Túnica fibrosa: camada mais externa composta por córnea (transparente) e esclera
(recoberta por membrana conjuntiva)
➔ Trato uveal: camada média responsável pela vascularização ocular composta por
coróide, íris e corpo ciliar
➔ Túnica nervosa: camada mais interna composta por retina e nervo óptico
◆ A retina é JUSTAPOSTA à coróide, que é composta por tecido conjuntivo. A
retina sofre deslocamento pois não é presa ao tecido conjuntivo, apenas
justaposta.
Obs: a conjuntiva corresponde à membrana mucosa, sendo a conjuntiva bulbar a que
recobre a porção do bulbo ocular e a conjuntiva palpebral a que recobre a superfície
interna das pálpebras
O humor aquoso, a lente (cristalino), a córnea e o humor vítreo são transparentes e
a luz passa por esses meios até atingir o nervo óptico, sendo a imagem formada por
estímulos elétricos. Ou seja, qualquer comprometimento na transparência da lente
(cristalino), do humor aquoso, da córnea e do vítreo comprometem a visão. A pupila possui
fissuras características de cada espécie e tem a função de dilatar e contrair. Em herbívoros,
na porção dorsal da pupila, há uma estrutura chamada Corpora nigra ou Granula iridica e
sua função ainda não é totalmente esclarecida
O corpo ciliar possui finas fibrinas de colágeno chamadas zônulas que sustentam o
cristalino em seu lugar e à medida que contraem, mudam a configuração do cristalino para
criar o foco. Além disso, todos os componentes sanguíneos que vascularizam o olho
passam pelo corpo ciliar (qualquer acometimento no corpo ciliar afeta todo o globo ocular e
qualquer alteração na permeabilidade do corpo ciliar altera a pressão intraocular).
A córnea tem formato ovóide e é composta
por endotélio (camada mais interna), membrana
de Descemet (fina membrana de células
justapostas), substância própria denominada
estroma e epitélio anterior . Existe também o filme
lacrimal pré corneano que é composto
predominantemente de lipídios possuindo pouca
água e pouca mucina em sua composição, sendo
o filme conduzido pelas glândulas lacrimais e pela
terceira pálpebra. A espessura da córnea em
bovinos varia de 1,5 a 2 mm, já em equinos é de
0,65 mm, por isso uma úlcera de córnea em
equinos têm maior chance de perfuração
sendo mais grave.
Exame Oftálmico
Consiste na anamnese (primeiros sinais, como começou, se houve trauma…) e
exame físico geral.
● Teste de fluoresceína: realizado com fita ou com o
corante diretamente. A fluoresceína é um corante
hidrofílico que não cora o epitélio e nem a membrana de
Descemet, apenas o estroma. Ou seja, em úlceras mais
profundas que atinjam a membrana de Descemet, o centro
da úlcera não ficará corado pela fluoresceína. O corante
também pode escorrer pelo ducto nasolacrimal servindo
como parâmetro para verificar a integridade do ducto.
● Teste de Schirmer: fita de papel posicionada na pálpebra
inferior para avaliar a produção lacrimal. O resultado é avaliado após 1 minuto de
permanência da fita (diagnóstico de ceratoconjuntivite seca - o normal é subir de
15 a 25 mm na fita/minuto)
● Tonometria: afere pressão ocular em mmHg e há um parâmetro específico para cada
espécie.
● Ultrassonografia: afere espessura de córnea, aderências entre íris e cristalino ou íris
e córnea, se existe abscesso estromal, neoplasia ou deslocamento de retina (o
diagnóstico de descolamento de retina é feito unicamente por US). O cristalino é
anecóico, para diagnosticar catarata por exemplo, é possível visualizar o cristalino
com ecogenicidade aumentada.
● Fundoscopia: exame de fundo de olho para avaliar retina e transparência do humor
vítreo.
Sinais Clínicos
➔ Buftalmia ou exoftalmia: olho protruído
➔ Hipópio: acúmulo de material amarelado (pus) na câmara anterior
➔ Hifema: deposição de sangue na câmara anterior
➔ Epífora: aumento do fluxo lacrimal
➔ Quemose: edema de pálpebra/ de conjuntiva
➔ Fotofobia: sinal clínico de intolerância à luz/dor ocular
➔ Blefaroespasmo: espasmo ocular. Pode ocorrer como consequência da fotofobia,
por exemplo
Podem ocorrer algumas consequências das enfermidades oculares. Entre elas estão as
Sinéquias e a Descemetocele. As sinéquias são aderências da íris e, quando a aderência
ocorre ao cristalino, se chama sinéquia posterior e quando ocorre à córnea se chama
sinéquia anterior. O diagnóstico é feito posicionando-se uma luz lateralmente ao olho. Se
não houver aderências entre a íris e a córnea, é possível ver o espaçamento entre elas
Ceratites Ulcerativas
São lesões corneanas com perda da continuidade. Podem ser de origem traumática,
infecciosa, anormalidades congênitas/genéticas…
● Úlcera em melting: a aparência é que a córnea
está derretendo em decorrência da proteólise
estromal (ação de proteases, colagenases e
principalmente metaloproteinases em associação
com infecção bacteriana ou fúngica). Os patógenos
mais frequentes são Staphylococcus,
Streptococcus, Pseudomonas e Aspergillus. Em
processos avançados ocorre perfuração da córnea e
se ocorrer deposição de tecido conjuntivo ou edema
de córnea (a córnea fica azulada), ela perde a transparência.
○ O processo de cicatrização é ativado pelos queratinócitos que produzem o
fator de crescimento epitelial (CTGF) para estimular a migração das células e
quando essa migração não é suficiente para fechar, ocorre
neovascularização e cicatrização como se fosse uma ferida de pele. A
cicatrização ocorre entre 3 e 6 dias.
Obs: algumas enzimas no filme lacrimal podem acelerar o processo, mas somente eles
não causam o derretimento, tem que estar associado a um patógeno
● Descemetocele: ocorre como consequência de úlceras profundas. Não houve
ruptura completa da córnea e a pressão do olho causa protusão da membrana de
Descemet.
O tratamento das ceratites ulcerativas consiste em:
● Uso de antibioticoterapia tópica a cada 3 ou 4 horas (Tobramicina, Ciprofloxacino,
Cloranfenicol)
● Inibir a ação das metaloproteinases e colagenases (soro autólogo, EDTA,
N-acetilcisteína, tetraciclina)
● Antiinflamatórios (não usar em excesso para não retardar a cicatrização)
● Utilizar antifúngicos se confirmada a necessidade (miconazol, anfotericina B)
● Evitar sinéquias com o uso de midriáticos e cicloplégicos (atropina, tropicamida)
● Plasma rico em plaquetas pode ser usado para estimular a reparação
● Favorecer a cicatrização com uso de flaps, membranas, adesivos (como o de
cianoacrilato) e lentes
○ Parte dos medicamentos pode ser aplicado via subconjuntival na conjuntiva
bulbar de preferência, pois na palpebral pode ser distribuída para o filme
lacrimal. Avaliar a necessidade do uso de sonda subpalpebral deixando a
sonda fixada na cernelha. Usa-se uma agulha de insulina com o animalsedado e aplica-se 0,5 a 1 mL de gentamicina e flunixin meglumine
Abscesso Estromal
Manifestação clínica que consiste no acúmulo de
material amarelado com resposta conjuntival
exacerbada. Os principais patógenos causadores são
Staphylococcus, Streptococcus e Aspergillus.
O tratamento consiste em:
● Antibióticos de alta penetração (cloranfenicol ou quinolonas - moxifloxacino,
ciprofloxacino)
○ AMINOGLICOSÍDEOS NÃO PENETRAM NA CÓRNEA
● Controlar a uveíte
● Não usar antiproteases
● Antifúngicos se confirmada a presença de fungos
● Cirurgias em casos refratários ou severos: abrir uma fenestra na córnea e drenar o
conteúdo
Quando a cirurgia em ceratites ulcerativas é uma opção?
Quando o tratamento já dura 4, 5 dias ou 1 semana e não houve resolução, em caso
de descemetocele, úlcera indolente, úlcera em melting e quando a enucleação é última
opção. Realizar o desbridamento é necessário (broca diamantada ou cotonete
esterilizado)
➔ Flap de terceira pálpebra: realiza-se tarsorrafia parcial
da terceira pálpebra na pálpebra superior e fica entre 4 e
7 dias. Não é feito muito em grandes pois tenciona muito
a terceira pálpebra
➔ Ceratotomia em grade: é feita em úlceras superficiais ou
extensas com o intuito de expor as células epiteliais ao
colágeno estromal. A cicatrização dura em média 16 dias.
◆ NÃO realizar em úlceras em melting, úlceras
profundas e CONTRAINDICADO em gatos
➔ Sutura de pedículo conjuntival (ou flap conjuntival): sutura um segmento da
conjuntiva bulbar na córnea com fio 7-0 a 9-0
transpondo a lesão para levar a circularização e facilitar
a cicatrização. Onde é colocado o pedículo perde a
transparência mas é feito com o intuito de impedir
que o animal perca o olho. O pós operatório é
semelhante ao pós operatório da úlcera de córnea
➔ Enxerto de membrana amniótica de equino: uso de
placenta como curativo biológico. Reduz a possibilidade de perfuração. O problema
é o tempo gasto para preparar a placenta para o uso
Perfuração e laceração de córnea
O tratamento é realizado com ceratorrafia, antibióticos tópicos a cada 2 a 4 horas,
atropina, antibióticos sistêmicos e anti inflamatórios. Nas rupturas explosivas (laceração de
córnea e íris prolapsada), se quer muito preserva o olho, tentar tratar. Se não, enucleação
com a possibilidade de usar prótese.
Obs: ter cuidado com as perfurações profundas
A ceratorrafia pode ter como complicações endoftalmite e
deiscência de pontos. O teste de Seidel é realizado para
verificar a integridade da sutura aplicando-se fluoresceína
e, caso o humor aquoso escorra corado com a fluoresceína, a sutura está mal feita
Enfermidades do Cristalino
➔ Catarata: opacidade do cristalino uni ou bilateral. Pode ser de causa hereditária,
traumática ou inflamatória (a mais comum em grandes é a inflamatória). É
importante realizar a eletrorretinografia para verificar se o animal tem apenas
catarata ou se tem catarata e retina afuncional. O tratamento é cirúrgico retirando-se
a lente do cristalino, o animal passa a enxergar mal mas enxerga
➔ Luxação do cristalino: os sinais clínicos consistem em blefaroespasmo, epífora e
hiperemia conjuntival de forma repentina. No caso da luxação anterior (lente luxa
para a câmara anterior) o tratamento é cirúrgico e no caso da luxação posterior
(lente luxa para a câmara vítrea) a cirurgia não pode ser realizada sendo o correto
optar por tratamento com mióticos
➔ Glaucoma: aumento da pressão intraocular acompanhado de buftalmia, opacidade
de córnea, catarata (esbranquiçado) e edema de córnea (azulado). A catarata ocorre
no glaucoma pois devido ao aumento da pressão ocorre deficiência na nutrição do
cristalino fazendo com que ele degenere.
◆ Um indicador clínico bem evidente da alteração da pressão é o ângulo dos
cílios. O correto é a angulação próxima de 45 graus, quando ocorre redução
da pressão intraocular os cílios ficam menor de 90 graus em relação ao olho
(se aproximam do olho) e quando ocorre aumento (glaucoma), o ângulo fica
maior que 90 graus (se distanciam do olho)
◆ O tratamento consiste em resolver a causa primária (uma uveíte, por
exemplo, pode levar a um glaucoma) ou com medicamentos específicos
como o maleato de timolol 0,5% BID, dorzolamida 2% BID ou brinzolamida
1% BID. A cirurgia consiste em operação à laser destruindo o corpo ciliar e a
cirurgia diminui o glaucoma, não cura (melhora a capacidade do animal
enxergar mas não fica 100%)
Uveíte Equina
Também chamada uveíte recorrente equina ou iridociclite recorrente. Inflamação do trato
uveal (íris, corpo ciliar e coróide) que pode ser causada por doenças infecciosas como
Leptospirose, Brucelose, Salmonelose, Garrotilho, adenovírus equino, vírus da influenza
equina, herpesvírus equino 1 e 4 e vírus da arterite equina (diagnóstico difícil devido à
amplitude das possíveis causas tendo consequentemente tratamento difícil).
O corpo ciliar funciona similar a um linfonodo, tem capacidade de resposta muito
intensa, uma agressão pode fazer com que fique semanas ou meses inflamado. O agressor,
quando atinge a região, ocorre espasmos, aumento da permeabilidade vascular e
consequente derrame de proteínas, fibrinas e células inflamatórias para DENTRO do olho -
por isso o olho fica inflamado. Pode gerar catarata, degeneração por alteração da nutrição,
cicatrizes corneanas e glaucoma
Os sinais clínicos consistem em miose, atrofia da corpora nigra, dor, epífora,
blefaroedema, hiperemia conjuntival, blefaroespasmo, fotofobia, flare (opacidade do humor
aquoso), hifema, hipópio, alteração na forma e na pigmentação da íris
Diagnóstico de exclusão fazendo sorologia para doenças - excluir as mais fáceis e
tratar como uveíte. Em casos específicos pode ser feita biópsia e paracentese da câmara
anterior
O tratamento se dá com midriáticos (tropicamida), corticóides e/ou AINEs
(prednisolona), estreptomicina em caso de Lepto e tratar ceratite ulcerativa se presente.
Afecções do Sistema Digestório de
Equinos
Obstrução de Esôfago
No cavalo é chamado “choke” e é associado principalmente a fibras de baixa qualidade
(cana de açúcar), alimento mal triturado e alterações dentárias. No bovino é frequente a
obstrução associada a tubérculos e caroços de frutas.
- É EMERGÊNCIA!
● Sinais clínicos: sialorréia, agitação, descarga nasal de alimento/saliva, impedimento
a sondagem nasogástrica
● Tratamento:
○ Abordagem clínica: sondagem com lavagem com água morna (sonda de
duplo fluxo com cuff), escopolamina 0,3 mg/Kg IV (reduz os espasmos
musculares do esôfago), sedação se necessário. Outra possibilidade é o uso
de endoscópio retirando os fragmentos do alimento, mas é mais demorado
○ Abordagem cirúrgica (esofagotomia): incisão de 10 cm separando os
músculos no eixo longitudinal para expor a traquéia, uso de afastador
Balforus pediátrico para deslocar a traquéia e acessar o esôfago. No pós
operatório de equinos deixar com sonda, bovinos sem sonda
Cirurgia Abdominal
Incisão na linha alba, pinçar peritônio e seccionar com a tesoura. A exploração cirúrgica
segue a ordem começando sempre por onde é fixo:
1. Explorar ceco e alcançar a prega ileocecocólica
2. A partir da prega, explorar o íleo manipulando com as pontas dos dedos. Para
determinar se o ID está torcido ou não, pegar uma prega do mesentério e caminhar
até a raiz mesentérica
3. Para expor o cólon, apoiá-lo sobre o braço para não sobrecarregar
4. O cólon transverso não é passível de exposição, então deve ser explorado dentro da
cavidade
5. O baço também não é passível de exposição devendo ser palpado na cavidade
6. Palpar estômago
7. Anéis inguinais (pequenos, só é possível colocar a ponta do dedo)
8. Seguindo o ID chegamos ao duodeno (fixo) e a partir do duodeno localizamos o
forame epiplóico (permite a comunicação da cavidade abdominal com a cavidade
pulso omental) - a dica para encontrar é entre o fígado e o duodeno, no ligamento
hepato duodenal, caminhando ao centro da cavidade
Lipoma pedunculado (tumor benigno na
gordura) que pode levar a uma enfermidade
cirúrgica. Ele pode envolver o segmento
intestinal causandoestrangulamento. O
tratamento consiste em remover o lipoma e
determinar se o segmento que sofreu
estrangulamento, caso haja, está viável ou
não.
Enfermidades
A lesão de estrangulamento é um dos acometimentos mais importantes das enfermidades
cirúrgicas. A patogenia desse processo ocorre da seguinte forma:
Estrangulamento → seguimento estrangulado sequestra fluido no lúmen intestinal →
distensão da alça intestinal → desidratação → manifestação clínica de aumento do
hematócrito, aumento da proteína total, aumento da FC, aumento do TPC → isquemia
(existem diversos graus) → dor e íleo → morte celular (causa mais dor) → bactérias na
corrente sanguínea → sepse e morte
Obs: o que impede as bactérias a passarem para a corrente sanguínea é a barreira
mucosa, então a partir do momento que ocorre morte celular as bactérias atingem a
corrente sanguínea gerando sepse
Vólvulo Intestinal
Torção do segmento sob o próprio eixo e pode ocorrer em qualquer porção
Torção de Raiz Mesentérica
Envolve toda a raiz mesentérica do ID. As
manifestações clínicas tendem a ser
semelhantes em todas as afecções
estrangulantes de ID: sudorese, dor moderada a
severa, taquicardia, desidratação moderada a
severa, refluxo enterogástrico (em cavalos adultos
não tem distensão abdominal porque a cavidade é
muito grande). Na paracentese haverá sangue e
alta celularidade. No caso da torção de raiz
mesentérica a dor é severa
➔ Na gastrite e na compactação o animal tem o mesmo grau de dor mas a gastrite não
é cirúrgica e compactação PODE não ser cirúrgico
➔ Diagnóstico Diferencial: trombose de artéria mesentérica cranial (não há o que
fazer), segmentos trombosados (retiramos os segmentos), gastrite e compactação
Hipertrofia de Íleo
Associado a alteração da motilidade. A hipertrofia pode ter causas inflamatórias,
neoplásicas, neurogênicas ou lesões parasitárias mas independente da causa por gerar
intussuscepção íleo ileal (CONFIRMAR COM O PROFESSOR ESSA PARTE)
Não é uma lesão estrangulante. A manifestação clínica consiste em dor leve a moderada,
refluxo, alças intestinais pouco palpáveis
Intussuscepção
Puxar o segmento não adianta, tem que apertar o
intussuscepiente aos poucos fazendo o movimento
contrário até retirar o intussuscepto. Na fase inicial o
líquido peritoneal não está tão alterado pois as alterações
estão contidas no segmento invaginado e com dor severa.
Hérnia Inguino-escrotal
Se chega um garanhão com cólica, primeiro excluir que ele não tem hérnia inguino-escrotal
ou inguinal.
● Fatores de risco: garanhão em dia quente e viagem longa. Todos esses fatores
facilitam que ocorra relaxamento do anel inguinal. Além disso, pode ocorrer em
garanhões depois que fazem a cobertura
As manifestações clínicas consistem em refluxo, desidratação e como não envolve um
segmento grande a gravidade é menor quando comparada à torção de raiz mesentérica. Os
segmentos envolvidos são normalmente só o íleo ou o íleo e uma parte do jejuno. O acesso
cirúrgico deve ser feito pela cavidade E pelo escroto
Hérnia Diafragmática
O desconforto respiratório nem sempre estará presente e o defeito no diafragma tende a
ocorrer próximo ao teto da cavidade, que é a região mais frágil. O diagnóstico pode ser feito
atualmente pela US, mas o prognóstico é muito ruim
Encarceramento no ligamento gastroesplênico
Entre o estômago e o baço existe um ligamento e pode ocorrer
de entrar um segmento do ID nesta região. A manifestação
clínica é semelhante a uma hérnia escrotal e a abordagem
terapêutica é cirurgia
Banda Mesodiverticular
Vestígio da artéria vitelínica que se estende do mesentério
até a borda antimesentérica do ID. Pode causar
aprisionamento do ID. As manifestações clínicas são
semelhantes às gerais de estrangulamento do ID.
Divertículo de Meckel
Menos frequente. É a formação de um divertículo que
comunica diretamente com o lúmen do IG e pode
compactar, tendo consequentemente isquemia e necrose.
Menos frequentemente pode aprisionar segmentos do ID.
O tratamento é cirúrgico com a remoção do divertículo e a
vantagem é não precisar seccionar o intestino em 360
graus para o tratamento cirúrgico
Enterite Eosinofílica Idiopática
Uma das possíveis etiologias são as verminoses com
migração larvária para a região. Uma inflamação
adicional é gerada e pode inclusive acometer o segmento
em 360 graus. Como consequência, há obstrução
intraluminal e compactação
● Diagnóstico diferencial: compactação íleo. NAS
DUAS SITUAÇÕES TEM QUE OPERAR
Divertículo ileal
Não é tão frequente. O íleo forma um divertículo (sem
etiologia confirmada) e sofre compactação. Obstrução
luminal não estrangulante. A paracentese não está tingida
de sangue e o lactato não está aumentado, mas o animal
tem desidratação
● Diagnóstico diferencial: descartar enterite anterior
Encarceramento do Forame Epiplóico ou Forame Winslow
Baço
Ligamento gastroesplênico
Estômago
Fígado
Duodeno
Pâncreas
Bursa omental
Cavidade omental ou retro cavidade
Através do espaço de 2 ou 3 dedos do forame
epiplóico o pode entrar o ID e isso oclui o fluxo
sanguíneo impedindo o retorno para a posição
anatômica. Menos frequentemente o ID pode
levar a bursa para o forame epiplóico e rompê-la
através do forame.
Animais que fazem aerofagia aparentemente é um fator de risco, além disso animais idosos
aparentemente apresentam um maior espaçamento deste forame.
Intussuscepção ileocecal
O íleo só possui a artéria ileal e pouca circulação colateral, então se acontecer de entrar no
ceco há grandes chances de trombosar e mesmo depois se saudável, depois que remover
ainda há chances de trombosar. O diagnóstico pré operatório é difícil. Diferentemente das
intussuscepção em outros segmentos, realizar o movimento contrário não é suficiente
sendo necessário abrir o ceco para retirar o íleo.
❖ Uma complicação frequente das lesões do ID é a manipulação excessiva ,
associada a edema, causando ileus pós operatório. Consiste no íleo não funcionar
no pós operatório e o fluido secretado no intestino retorna para ao estômago. O
animal precisa ficar com sonda nasogástrica para retirar o líquido e manter ele com
hidratação IV
❖ Aderências pós-operatórias: o animal pode apresentar cólica associada às
aderências que podem se formar em qualquer lugar. Dependendo do grau pode
levar a um vólvulo. O tratamento é desseccionar as aderências. A prevenção pode
ser feita com carboximetilcelulose antes de manipular e manipular gentilmente os
segmentos.
Lesões Estrangulantes do Ceco
Intussuscepção ceco-cecal
É bem menos frequente e tem pouco comprometimento vascular (o grau de
estrangulamento depende do tempo de ocorrência), se relaciona com alterações da
motilidade. Pode não obstruir totalmente o fluxo da digesta e das fezes, mas o animal
apresenta melena, anorexia, dor leve a moderada que pode ser recorrente ou intermitente.
Na fase inicial não tem paracentese tingida pois o líquido fica aprisionado na porção
acometida. Como o ceco é mais amplo, é possível posicionar a mão dentro do ceco e
desfazer a intussuscepção.
Deslocamento do cólon maior
➔ Deslocamento do cólon dorsal direito: gera dor severa, distensão abdominal e na
palpação transretal sentimos a tênia atravessada. A obstrução do cólon maior gera
espasmo e no segmento obstruído a fermentação é a responsável pela distensão
abdominal. Da mesma forma há sequestro de líquido para o lúmen do cólon
causando desidratação (se a lesão for estrangulante o grau de desidratação é
maior).
Obs: diferente das lesões de ID, as lesões de cólon podem causar distensão abdominal
➔ Deslocamento do cólon dorsal esquerdo (ou encarceramento nefroesplênico): o
cólon retorce e encarcera no ligamento nefroesplênico. O animal tende a ter dor
leve, a palpação transretal ao tentar palpar o baço encontramos o intestino (não é
possível palpar o baço), reduz a defecação, distensão abdominal pode ou não
ocorrer. Mais tardiamente, há timpania cecal e distensão gástrica
◆ Tratamento: uma das possibilidades é o uso de epinefrina (causa retração do
baço e o cólon tende a voltar ao lugar)
A paracentese desses animaistende a não ter alteração
Vólvulo do Cólon Maior
Torção do cólon maior com distensão abdominal bilateral
e dor severa sem etiologia definida.
● Diagnóstico diferencial: torção de cólon maior,
obstrução intraluminal de cólon transverso ou
cólon menor, deslocamento dorsal direito,
deslocamento dorsal esquerdo, cólica
fermentativa. Tudo isso gera a distensão
abdominal bilateral, mas nenhuma com dor
severa igual a da torção.
Hérnia Inguino-escrotal
Sinais de aumento de volume escrotal, dor à
manipulação, refluxo, taquicardia, dor severa e
taquipnéia. O tratamento é cirúrgico e TEM QUE
REMOVER O TESTÍCULO uni ou bilateralmente.
Determinação da Viabilidade Intestinal
Grau de 1 a 3 não fazer ressecção, grau 4 pode ou não fazer ressecção, grau 5 sempre
fazer ressecção. O sofrimento da alça começa da mucosa e depois vai para a serosa. Na
cirurgia, depois de desfazer o estrangulamento precisamos voltar o segmento para a
cavidade (possibilita retornar à temperatura ideal) para depois avaliar a viabilidade
● Grau 1: pequenas equimoses e sufusões com motilidade espontânea
● Grau 2: pontos enegrecidos e pode haver constrições leves (diâmetro menor mas
não chega à metade do diâmetro do lúmen), motilidade reduzida a espontânea
● Grau 3: áreas enegrecidas com constrições que se aproximam da metade do
diâmetro do lúmen, motilidade reduzida a espontânea
○ Para diferenciar o grau 4 do grau 5 precisamos nos questionar se o
segmento está MORTO ou LESADO. Se está lesado, o dano é reversível.
● Grau 4: enegrecimento difuso ou diversas placas reduzidas, motilidade reduzida ou
ausente
● Grau 5: enegrecimento difuso, grandes contricções, motilidade ausente
Obs: esse escore SÓ SERVE PARA LESÕES DE ID
Cólicas em Potros
Diagnóstico de cólica em potros é um desafio. Só pela manifestação de dor não é possível
diferenciar e a paracentese é difícil pois o animal não fica quieto. Se o potro parou de
mamar, só fica deitado, lactato está aumentado e no US há achados significativos, já
optamos por laparotomia exploratória
● Falha no esvaziamento gástrico: consequência de úlcera gastroduodenal. Às
vezes ocorre estenose pilórica e o único tratamento é cirúrgico (o diagnóstico é
observando se há perda de apetite, cólica após alimentar-se, US sem alteração -
realizamos endoscopia)
○ Tratamento: supressão dos sinais com ranitidina ou omeprazol.
Gastrojejunostomia se constatado estenose. Pós operatório de jejum por 7
dias e omeprazol/ranitidina por período prolongado.
● Intestino delgado de potros: pode ocorrer vólvulo, compactação verminótica,
presença de bezoares, hipertrofia de íleo, intussuscepção, encarceramento em
defeito mesentérico
○ Tratamento pós operatório: UTI, antibióticos, analgesia, controlar/prevenir
endotoxemia, descompressão gástrica, hidratação, monitoramento clínico,
fibra longa de qualidade, pró cinético SE NECESSÁRIO
Complicações da Celiotomia: miopatia pós anestésica, infecção de ferida, laminite,
peritonite, ileus pós-operatório. A prevenção dessas complicações se dá pela antissepsia
adequada, tratamento adequado, cirurgia antes de agravar, enoxaparina para evitar
aderências, acesso venoso da torácica lateral para evitar tromboflebite
Bovinos
As afecções de intestino delgado em bovinos são difíceis de serem percebidas pois
apresentam poucos sinais. Em um exame clínico, se na palpação transretal forem
percebidas alças do ID, significa obstrução e o tratamento é cirúrgico independente da
causa da obstrução
● Compactação do rúmen, abomaso e omaso
○ Quando ocorre compactação, à palpação é possível perceber consistência
pétrea. Em casos leves o uso de laxantes pode resolver, mas na maioria das
vezes é cirúrgico.
○ Fatores de risco: fibra de baixa qualidade, úlcera de abomaso,
reticuloperitonite traumática. O animal apresenta distensão dos quadrantes
ventrais, perda de peso, anorexia, melena e evolução clínica crônica
■ Tratamento: mucilagem obtida de fervura de 500g de semente de
linhaça, suco de mandacaru, cirurgia para esvaziar o compartimento
afetado
● Peritonite séptica: todos os casos de compactação ou lesões estrangulantes (tanto
em bovinos quanto equinos) podem evoluir para peritonite. Cursa com febre, apatia,
desidratação e sinais de endotoxemia. No bovino normalmente não trata e em
equinos trata com ATB de amplo espectro, anti inflamatórios para reduzir aderências
e fluidoterapia
Deformidades Angulares e Flexurais
Deformidades Flexurais
● Congênitas (comum em todas as espécies de grandes)
● Adquiridas (mais frequente em equinos)
Obs: cada um desses elementos sozinho pode levar a uma deformidade, mas a
possibilidade é baixa. Podemos interferir em alguns fatores a campo, em outros não.
- Todo potro ou bezerro que tem alteração ortopédica e que não apoia o membro,
precisa ser resolvido rápido para não sobrecarregar outros membros
- Desequilíbrio mineral : principalmente enxofre e cobre
Diagnóstico
Levar em conta fatores como:
➢ Histórico (idade - avaliar os fatores importantes da etiopatogenia)
➢ Anamnese
○ A nutrição interfere em deformidades. Desequilíbrio mineral, principalmente
de enxofre e cobre, são relevantes. Questionar o que o animal come, se
come concentrado, a frequência e a quantidade de proteína do concentrado
➢ Sinais clínicos
➢ Radiografia importante para diagnosticar mal formações ósseas
As enfermidades são divididas por articulação:
➔ Articulação Interfalângica Distal
Em equinos separamos interfalângica distal ou metacarpofalângica, no bovino NÃO
O tendão flexor digital profundo é que
se fixa na borda solear da falange
distal, então no equino uma
deformidade flexora envolvendo
articulação interfalângica distal
envolve o tendão flexor digital
profundo.
No bezerro não é possível separar
se é tendão flexor digital profundo ou
tendão flexor digital superficial.
➔ Articulação Metacarpofalângica e
Metatarsofalângica
No equino quem se relaciona predominantemente
(mas não exclusivamente) com a articulação
metacarpofalângica é o tendão flexor digital
superficial. Porém, qualquer alteração no tendão
flexor digital superficial e até mesmo no
ligamento suspensor também podem interferir
na articulação metacarpofalângica.
POSSÍVEL PERGUNTA DE PROVA: não está correto dizer que toda deformidade
flexural da articulação metacarpofalângica tem que ser tratado envolvendo somente o
tendão flexor digital superficial
➔ Articulação do Carpo (menos
frequente)
No bezerro essa deformidade é mais grave pois o
tratamento conservador com oxitetraciclina para
deformidades do carpo é inútil, o tratamento se dá
somente com cirurgia. Além disso, em casos assim
possivelmente as estruturas vasculares e nervosas
também estão comprometidas e exigem tratamento
Tratamento das Deformidades Flexoras Congênitas
❖ Conservativos: em animais mais jovens compensa tentar o tratamento conservativo
antes do cirúrgico
➢ Talas
➢ Ferraduras coladas
➢ Massagens (atualmente inúteis, foram substituídas por fisioterapias)
➢ AINEs - papel de analgesia para relaxar o membro e esticar melhor
■ Cloridrato de tetraciclina cristalina IV. 3 g diluídas em 250 a 500 ml
solução fisiológica ou glicose 5%
Obs: nas deformidades que acometem a interfalângica distal, precisamos puxar a pinça do
casco e fixá-la na tala (geralmente feito com arame, perfurando 2 a 3 mm da borda do
casco para não atingir estruturas nervosas)
❖ Cirúrgico (casos mais graves - no potro precisa deixar passar a fase de neonato e
entrar em pediátrico)
➢ Interfalângica distal
■ Desmotomia do ligamento acessório flexor profundo
■ Tenotomia do tendão flexor digital profundo
Se até 90° realizar desmotomia do acessório. Se
entre 90° e 115° desmotomia do acessório ou
tenotomia do profundo. Se passa de 115°
tenotomia do profundo.
Os dois procedimentos podem ser feitos sem
anestesia geral, sabendo a anatomia, pode ser
feito até mesmo na fazenda.
➢ Metacarpo ou metatarso falângica
■ Desmotomia do ligamento acessório flexor superficial
■ Tenotomia do tendão flexor digital superficial
Se a angulação do boleto
for menor do que 180°,
casqueamentopode ser
usado para correção. Se
igual a 180°, realizar
desmotomia primeiro e se
não corrigir, tenotomia. Se
a angulação for maior que
180°, primeiro tenotomia
do superficial e se não
corrigir, desmotomia do
acessório digital profundo.
➢ Carpo
■ Tenotomia ulnar lateral e flexor carpo ulnar. Prognóstico reservado.
Deformidades Angulares
● Fatores perinatais: nasceu já com a deformidade
○ Dos fatores perinatais, qualquer fator que leve a
um apoio irregular ou crescimento desproporcional
da epífise causarão deformidades
● Fatores de desenvolvimento: o animal nasceu normal e a
deformidade se desenvolveu com o tempo
Diagnóstico
➢ Histórico (idade, doenças anteriores)
➢ Anamnese (nutrição)
➢ Sinais clínicos
○ Valgus (desvio medial)
○ Varus (desvio lateral)
➢ Radiografia
Diagnóstico Radiográfico
➔ Posição dorso palmar ou plantar
➔ Determinar grau desvio
➔ Determinar ponto pivô
◆ Escolher o tratamento e
avaliar prognóstico
➔ Complicações, como por exemplo fraturas
Infecção
Tipos de Infecção
● Sistêmica: inflamação e supuração
● Local: abscesso, e flegmão
Obs: furúnculo e antraz são mais raros nos animais
Divisão quanto ao agente infectante
● Presença de bactéria: alterações tissulares locais
● Apenas toxinas: sem poder de invasão
Conceito de Infecção Cirúrgica: proliferação de microorganismos parasitários em
organismo superior que causam danos (a pele, quando rompida, fica exposta à invasão e
colonização). Essa proliferação gera um conjunto de manifestações reacionais
Etiologia
❖ Causas predisponentes:
➢ Fatores locais: redução da resistência local favorece a colonização por um
agente infeccioso
➢ Tipo de tecido: tecido conjuntivo frouxo tende à supurar mais fácil do que os
tecidos densos
➢ Resistência orgânica geral: uremia, diabetes, doenças endócrinas…
➢ Espécie: equinos e caninos são mais suscetíveis
➢ Idade: jovens e idosos são mais suscetíveis
Reações do organismo animal à invasão bacteriana (3 possibilidades):
A. O organismo neutraliza imediatamente o invasor (anticorpos, regressão do processo
sem complicações)
B. O agente invasor neutraliza o organismo e as bactérias se multiplicam (sepse e
morte)
C. Resposta insuficiente para neutralização bacteriana havendo um estado de
equilíbrio. Nessa situação, o organismo forma uma cápsula de tecido conjuntivo
isolando o agente invasor, essa cápsula é o abscesso
Formas Clínicas de Infecção
➔ Inflamação: reação local com irritação tecidual e modificação da estrutura física e
química do tecido. Quando é caracterizada como séptica, ocorreu por uma agente
infeccioso e quando é asséptica, ocorreu por natureza química (iodo) ou física
(calor, frio)
➔ Supuração: é uma evolução da inflamação. Quando o organismo não consegue
controlar o agente agressor, a resposta inflamatória perde o controle. É
caracterizada pela presença de pus (exsudato espesso e turvo) e
microscopicamente ocorre diapedese leucocitária, destruição de glóbulos vermelhos,
necrobiose, necrose tecidual e extravasamento de líquido
◆ As causas predisponentes são ligadas aos fatores de risco e as
determinantes são aquelas ligadas ao antimicrobiano
● Agentes habitualmente piogênicos: Staphylococcus e Streptococcus
● Agentes piogênicos específicos: Streptococcus equi
● Agentes acidentalmente piogênicos: Bacillus anthracis, Clostridium
● Agentes de associação: E. coli, Proteus vulgaris
Os MO SEMPRE precisam de um estímulo inicial para se implantarem desencadeando
formas supurativas como:
➢ Abscesso, flegmão
➢ Furúnculo: procesos infeccioso de natureza aguda provocada pelo S. aureus que
atinge o folículo piloso
➢ Antraz: conjunto de furúnculos com necrose de pele e tecidos próximos
➢ Septicemia: conjunto de manifestações de infecção generalizada. Diminui a defesa
orgânica facilitando o acesso dos MO à corrente circulatória
○ Septicemia atenuada: muito comum em decorrência de traumatismo,
inclusive cirúrgico. Do primeiro ao terceiro dia pós cirúrgico a resposta
fisiológica reabsorve restos celulares e surge dor, rubor, calor, tumor no local
e se permanecer por mais tempo o animal passar a ter hipertermia,
taquisfigmia, taquicardia e debilidade geral entrando em sepse
○ Septicemia aguda: sintomas mais graves e intensos. Animal abatido,
hipertermia, taquicardia e em certos casos pode causar lesão hepática e
icterícia. Se chegar a hipotermia e taquisfigmia o paciente está próximo da
morte
Obs: a sepse aguda pode ser a evolução de uma sepse atenuada que não foi diagnosticada
e tratada satisfatoriamente
○ Septicemia crônica: restos de coleção purulenta mal drenada (não é
resultante de processo cirúrgico). Ligeira febre pela presença de MO na
corrente circulatória e se evolui para cura a maioria dos animais fica com
sequela como endocardite, nefrite ou artrite
○ Septicemia metastática: formação de focos secundários, ou seja,
movimentação de MO de um foco primário para a corrente sanguínea
atingindo um outro local. Perda de apetite, abatimento, acessos febris,
taquicardia e pulso fraco
Tratamento profilático: antissepsia completa de todas as feridas acidentais ou cirúrgicas,
local e geral
Abscesso
Processo circunscrito de natureza purulenta com acúmulo de conteúdo em uma cavidade
neoformada. Pode ser localizado em qualquer tecido EXCETO dentário, ósseo e
cartilaginoso. É comum nos locais:
➢ Equino: nuca, mandíbula, músculo braquio cefálico e membros
➢ Bovinos: prepúcio, região cervical e membros
➢ Cão: local de injeção, região costal, cabeça, abdômen, membros
➢ Gatos: cabeça, pescoço, membros anteriores
Classificação
● Segundo a evolução
○ Agudo (quente): evolução rápida e ocorre sempre quando aparece um
processo inflamatório
○ Crônico (frio): evolução lenta, percebido discretamente e às vezes não
visível, quase não ocorre reação inflamatória
● Segundo a localização
○ Superficiais: tecido subcutâneo
○ Profundo: órgãos (exame de sangue para evidenciar reação leucocitária e
alterações de enzimas)
● Quanto ao tipo:
○ Sintomático: só aparece em certas enfermidades gerais - garrotilho
○ Idiopático ou primário: causado por lesão local oriunda de trauma
○ Crítico: forma abscedante da enfermidade infecciosa, provoca necrose
tecidual com eliminação de pus - coincide com a cura da enfermidade
○ Metastático: forma secundária de focos primários (bactérias migram pelo
sangue ou pela via linfática)
○ Maduro e Imaturo: o imaturo é o grau de evolução inicial e o maduro o grau
avançado. O maduro indica o momento da intervenção cirúrgica
Etiologia
Agentes piogênicos (Staphylo, Strepto, Corynebacterium, E.coli). O agente penetra, se
multiplica, o organismo reage isolando o MO. Em torno de 4 a 6 dias evolui para um foco
purulento isolado por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso. Depois de isolado, o meio
fica anaeróbio podendo promover a lise bacteriana e morte do abscesso (se não tratar vai
drenar/abscedar - se mal drenado pode evoluir para sepse metastática)
A evolução do abscesso tem como tendência natural drenar o conteúdo para o
exterior (mais comum) ou para uma cavidade serosa. Dependendo do que fica, pode evoluir
para a fístula (abscesso mal curado que não cicatriza por completo)
Sinais Clínicos
➢ Gerais: hipertermia pequena e fugaz, inapetência de acordo com o grau de dor
➢ Locais: calor, rubor, dor, tumor
Centro do abscesso duro e periferia mole devido ao edema
Diagnóstico: fácil na superfície e difícil nos profundos
Diferenciais
● Cisto: flutuante em toda extensão e indolor
● Hematoma: aparecimento rápido com sangue coagulado, flutuação ampla ou
crepitação
● Hérnia: sem aparência inflamatória, redutível, anel herniário
● Eventração: redutível
● Neoplasia benigna: consistência firme em toda a extensão
Tratamento
Compressas para acelerar a maturação em um abscesso imaturo. No maduro drenar o
conteúdo com incisão ampla, curetagem na superfície interna, colocação de drenos e uso
de antissépticos. Terapia antimicrobiana SOMENTE antes de formar a cápsula e DEPOIS
da intervenção cirúrgica (CAI NA PROVA). O prognóstico é bom para abscesso superficial e
desfavorávelno profundo
Flegmão
Processo de natureza infecciosa que não é circunscrito (tende a evoluir extensamente),
caracterizado pela presença de pus e tecido necrótico
Etiologia
Um animal com qualquer debilidade ou feridas graves levam à dificuldade do organismo de
isolar o agente como ocorre no abscesso. Se divide em 4 períodos: processo inflamatório,
supuração, seguido pelo esfacelo (compressão da pele pela evolução do flegmão, necrose
e secreção purulenta com odor fétido), reparação (cicatrizes defeituosas)
Sinais Clínicos
Os gerais são elevação da temperatura, anorexia, polidipsia, taquicardia, apatia e agitação
(estímulo do SNC pela toxemia). Os locais são pele túrgida, superfície de aspecto brilhante,
edema difuso e quente
Diagnóstico: baseado nos sinais clínicos
Diferenciais
● Neoplasia óssea
● Acidente ofídico
● Enfisema subcutâneo
Tratamento (o tratamento é local e geral)
O tratamento local é com incisões amplas, desbridamento dos tecidos necrosados,
colocação de drenos e curativos COMPRESSIVOS trocados de 2 a 3 vezes ao dia com
soluções antissépticas. O tratamento geral é com antimicrobianos e fluidoterapia. O
prognóstico normalmente é ruim dependendo da extensão e da cronicidade.
Drenagem
Consiste em colocar na ferida um gaze, tubo ou outro material para eliminar coleções
líquida ou gasosas, infectadas ou não
Indicações
➢ Secreção purulenta ou líquido infectado
➢ Secreção sero hemática ou linfática
➢ Exsudatos assépticos em cavidades fechadas
➢ Gases provenientes do exterior ou formados na ferida/em cavidades
➢ Injetar na ferida por meio de dreno tubular, substâncias como antimicrobianos e anti
sépticos
Técnica para colocação de drenos
1. Limpeza da região
2. Tricotomia ampla com antissepsia - em casos de infecção irrigar e curetar a região
3. Exteriorizar o dreno em orifício ADJACENTE à ferida
4. Passar o dreno com o auxílio de uma pinça
5. Pontos simples de sutura englobando o dreno e a pele
Classificação
Drenagem curativa: já existe coleção líquida que será retirada com o dreno
Drenagem profilática: prevenir o acúmulo de secreções (dissecação de tecidos muito
grande, hemostasia defeituosa…)
Mecanismo de ação
● Drenagem simples: incisão a favor da gravidade e pela pressão dos tecidos
próximos, o conteúdo é drenado
● Drenagem combinada com compressão: posicionar o dreno associado a
compressão externa
● Drenagem aspirativa: seringas, frascos de sifão, aspiradores elétricos
○ Pinça com gaze, assepsia do campo, seringa, tubo para recolher o conteúdo
● Drenagem por contra abertura: quando a ferida está mais elevada ao ponto de
drenagem. O dreno passa por dois pontos favorecendo a drenagem pela gravidade
Material de drenagem
● Drenagem filiforme: feixe de fios de algodão
● Drenagem com gaze: por capilaridade semelhante ao filiforme
● Drenagem com tiras de borracha flexivel (dreno de Penrose): tiras de luva de
borracha
● Drenagem com tubos de borracha ou polietileno: tubo rígido o suficiente para
não colapsar
Cuidados no pós operatório com a drenagem
Curativos sobre o dreno tocados diariamente para evitar infecção exógena. Para extrair o
dreno, existem 3 formas: de uma vez só, por encurtamento sucessivo dia após dia ou
substituição por material de menor tamanho
Distrofias Cirúrgicas
Estado de diferentes tecidos com influência sobre determinadas enfermidades cirúrgicas
que leva a transtornos nutritivos, normalmente devido a ação exógena persistente. São
consideradas distrofias a úlcera, fístula, gangrena e higroma.
A patogenia se dá por irritação constante sobre células com inflamação crônica
perturbando o metabolismo celular e impedindo a cicatrização
Úlcera
Solução de continuidade de pele ou mucosa causa por irritação
constante e NÃO CICATRIZA, ela persiste ou progride (reparação
tecidual < ou = à ação destruidora)
➢ Locais: irritação constante por corpos estranhos, agentes
químicos, lambedura, arreios, decúbito prolongado, distúrbios
circulatórios…
➢ Gerais: doenças infecciosas, parasitárias, tumores, etc
○ Equinos: mormo, linfangite ulcerosa, habronemose
○ Bovino: tuberculose
○ Cão e gato: tuberculose, leishmaniose,esporotricose
Classificação
● De acordo com as características:
○ Quando ao fundo: úlcera sana, fungosa, gangrenosa, hemorrágica, dolorosa
○ Quanto às bordas: circular, irregular, em bisel, etc
● De acordo com a evolução
○ Crônica
○ Aguda
● De acordo com a etiologia:
○ Idiopática (causa atua no local)
○ Sintomática (causa atua a distância)
● De acordo com o tecido ou órgão atingido
○ Gástrica, cutânea, mucosa, podal, gengival…
Tratamento
Se baseia em reconhecer as características de cada úlcera para combatê-la
Fístulas, corpos estranhos e cistos
Fístula
Trajeto acidental que permite passagem de líquido impedindo a cicatrização
Classificação
● Secretórias ou excretórias: trajeto acidental com a saída de líquido fisiológico (leite,
saliva e urina)
● Purulentas: trajeto acidental com a passagem de líquido purulento
● Experimental ou adquirida
Pode ser completa (comunicante) que é quando possui dois orifícios em cada extremo do
trajeto ou incompleta (não comunicante) que é quando seu trajeto termina em fundo cego
➔ Completa
◆ Mucosa: quando se abre em um reservatório ou em um canal excretor
◆ Serosa: termina em cavidade visceral ou articulação
➔ Incompleta
◆ Cega externa: orifício se abre na pele
◆ Cega interna: trajeto se desemboca na mucosa
Etiopatogenia
➢ Secretaria: ferida mal curada ou inflamação
➢ Purulenta: presença de corpo estranho (esquírola contaminada, sutura infectada…)
Sinais Clínicos
Orifício/trajeto em geral não doloroso e sem inflamação. O orifício externo é mais estreito
quanto antigo MAS NÃO FECHA
Diagnóstico: fácil e determinado pela saída do líquido pelo orifício
Tratamento
Corpos Estranhos
Corpos de origem externa ou formados no corpo do animal (cálculos) introduzidos no
organismo por via natural ou não. Podem ser tolerados pelo organismo ou causar lesões
Classificação
➔ Quanto a origem: acidental, terapêutica, criminosa
➔ Quanto a localização: superficial, profundo, cavitário
➔ Quanto à natureza:
◆ Orgânico: concreções, cálculos, esquírolas, sequestros
◆ Inorgânicos: provenientes do exterior que entram por orifícios naturais ou
atravessam a pele/tecidos
Sinais clínicos
Variam de acordo com o corpo estranho e podem ser locais, estáticos ou funcionais
● Boca: sialorréia, estomatite, dificuldade de mastigação, sintomatologia confunde com
raiva
● Laringe e faringe: mesmos sintomas + tosse e asfixia
● Traqueia: asfixia, URGÊNCIA
● Pulmão: tosse seca ou úmida, animal engasgado, ruído à auscultação
● Esôfago: salivação, vômitos, esofagite, perfuração
● Estômago e intestino: vômito, diarréia, sensibilidade dolorosa à palpação
● Aparelho urinário: cálculos
● Aparelho locomotor: claudicação e dor
● Pele e anexos: dor e aumento de volume
Evolução do corpo estranho (quando não leva à morte): eliminado, destruído, formação de
fístula, encistamento
Diagnóstico: sinais clínicos e diagnóstico por imagem
Tratamento
Depende da localização e se é de natureza séptica ou asséptica. A indicação é a remoção
do corpo estranho e em algumas situações é preferível esperar pelo encistamento para
depois remover
Cisto
Formações ocas verdadeiras ou não (sentido amplo)
Conceito: formação cavitária fechada desde a origem e durante toda a evolução
(sem comunicação com o organismo ou com o exterior). Pode conter substância fluida ou
sólida, forrada por tecido epitelial ou endotelial, com ou sem relação vascular
Classificação
● Cisto Branquial: congênito formado pela imperfeita obliteração do seio pré cervical
no segundo arco. Região supra ou sub hióidea do cão com conteúdo mucoso
● Cisto de procedência dermo epidérmica
○ Cisto epidermóide: na epiderme em forma de nódulo e seu conteúdo é uma
massa de queratina concêntrica. De desenvolvimento lento
■ Diferenciais: neoplasias, hérnia, hematoma
○ Cisto dermóide: se diferencia do epidermóide apenas microscopicamente
pois possui como conteúdo folículos pilosos e glândulas
● Cistode retenção: cistos sebáceos, cistos mucosos, cistos de conducto e glândulas
salivares
○ Cisto sebáceo: fossas nasais, prepúcio, orelha e lábio. Normalmente
causado por obstrução do folículo pilo sebáceo, é indolor e cresce
lentamente. Pode inflamar, supurar, ulcerar ou degenerar
○ Cisto mucoso: aquoso, seroso e muito comum na vagina de vaca
○ Cisto salivar: obstrução de ductos salivares por cálculo ou inflamação
Obs: cada cisto recebe o nome de acordo com a glândula
○ Cisto parasitário
Sinais Clínicos
Formação esférica ou ovóide sem processo inflamatório agudo, o conteúdo varia de acordo
com o tipo de cisto.
➔ Complicações: fístula e infecção
➔ Evolução: permanecer estacionário ou ter grandes dimensões
Tratamento:
Mucocele Salivar
Rompimento do ducto salivar e a saliva produzida é liberada em outros pontos, mas não na
boca
● Mucocele sublingual (rânula): coleção de saliva caudal aos ducto sublingual
● Mucocele faríngea: coleção de saliva adjacente à faringe
● Mucocele cervical: coleção de saliva na região cervical
● Mucocele zigomática: ventral do globo ocular
● Mucocele complexa: dois ou mais tipos de mucocele
Causas
➢ Trauma (enforcadores)
➢ Corpos estranhos
➢ Sialólitos
Diagnóstico: aumento de volume, sem dor à palpação. Difícil determinar o lado acometido.
Avaliar o histórico, a radiografia pode ser usada para identificar corpos estranhos e
neoplasias. Sialografia com contraste de iodo e palpação para confirmar o lado acometido
Tratamento
O de eleição é o cirúrgico com exérese da glândula ou drenagem da mucocele, porém a
drenagem não ELIMINA a mucocele (é tratamento de emergência em caso de angústia
respiratória, por exemplo)
Mandibular: grande e ovoide. Se localiza dentro da
cápsula fibrosa caudal e ventral à parótida. Ductos
desembocam lateral à borda rostral do frênulo
Parótida: serosa e triangular. Ventral ao conduto
horizontal da orelha. Desemboca a nível do quarto pré
molar
Sublingual: abaixo da mucosa oral, diversos lóbulos.
Abre com o ducto mandibular, próximo ao frênulo lingual
Zigomática: ovóide irregular, assoalho da órbita ventral
ao olho e medial ao arco zigomático. Desemboca lateral
ao último dente molar superior
Feridas
Lesão de continuidade na pele. Cavidade anormal no tecido de tamanho variado com
diminuição do aporte sanguíneo, resultando em substâncias/tecidos mortos
Classificação
● Mucosa
● Cutânea
● Ferida contusa (por contusão de terceiro grau)
Etiologia: por avulsão, por mordedura, virulenta, incisa (objeto cortante - sangra muito)
Sintomas
➢ Primários: dor, hemorragia, separação das bordas da ferida
➢ Secundários: processo de reparação e cicatrização da ferida
Objetivo: limpar tecido destruído, retomar a circulação e reduzir o espaço morto
Cicatrização
O processo de cicatrização se inicia imediatamente após a lesão tecidual e termina quando
a pele fecha (exame macroscópico). A cicatrização é uma interação entre diferentes tipos
celulares, matriz extracelular e citocinas, e possui 3 fases:
● Inflamatória (0 a 5 dias)
Vasoconstrição, acúmulo de plaquetas, depósito de fibrina e coagulação, migração de
leucócitos, ativação celular de macrófagos e linfócitos - neutrófilos aparecem se iniciar
infecção
● Proliferativa (3 a 14 dias) - CITOCINAS PAPEL FUNDAMENTAL pois são elas que
ativam as células necessárias para essa fase
Reepitelização, migração e replicação de fibroblastos, formação de tecido de granulação,
neovascularização, síntese de colágeno, aproximação das bordas por contração da ferida
● Maturação ou remodelação (21 dias após a lesão)
Obs: para tratar a ferida da forma correta preciso identificar em qual fase está a ferida.
Qualquer falha ou prolongamento de uma fase retarda a cicatrização e impede o
fechamento
Classificação de Cicatrização
➔ Primeira intenção: por sutura
➔ Segunda intenção: cicatrização a céu aberto, sem sutura. Não há aposição das
bordas
➔ Terceira intenção: ferimento cicatriza até determinado ponto e depois sutura
Tratamento
● Coibir a hemorragia
● Sanar a dor
● Evitar infecção
Coibir a Hemorragia
Substâncias (vitamina A, B, C, K, adrenalina, cálcio, gaze absorvível), cirúrgico (torniquete,
ligadura, cauterização, bandagem), geral (oxigenioterapia e transfusão)
Sanar a Dor
Imobilização, repouso, analgésico, hipnótico, anestésico
Evitar Infecção
Ferida antes de 6 horas avaliar se está sem infecção (se estiver sem, suturar), ferida mais
de 6 horas considerar séptica (tornar séptica limpando o foco, regularizando as bordas e
direcionar para a cicatrização)
Retornar a ferida para a fase inflamatória (desbridamento):
➢ Autolítico: feito pelo organismo. Indolor, não invasivo e seletivo
➢ Químico: enzimas proteolíticas, pode ser doloroso
➢ Mecânico: fricção com gaze estéril
➢ Cirúrgico: instrumentos cortantes
Obs: o açúcar e seu curativo precisam ser trocado de 2 em 2 horas e é CONTRA
INDICADO PARA FERIDAS COM NECROSE E QUEIMADURAS
Lembrando que não adianta nenhum desses produtos sem os fatores de crescimento do
organismo
Pomadas
Bandagens, Ataduras e Curativos
Função de proteger o ferimento, reter umidade, absorver exsudatos e promover
imobilização SEM prejudicar a vascularização
Componentes das Ataduras
➔ Camada primária: contato íntimo com a ferida e permite drenagem de fluidos (gaze,
compressa, cobertura)
➔ Camada secundária: absorve fluidos sem permitir ressecamento, pressão suficiente
para eliminar espaços (malha de algodão)
➔ Cama terciária: manter o curativo no lugar e proteger de contaminação externa
(esparadrapo, roupinhas)
◆ A pressão ideal da terceira camada deve manter todas as camadas entre si
sem comprometer o suprimento sanguíneo
Estágio inflamatório da cicatrização:
● Seco com seco: ferimento com exsudato de baixa viscosidade
● Úmido com seco: ferimento com exsudato viscoso
Estágio proliferativo: - atadura não aderente
● Camada úmida pode ser usada, tomar cuidado com a camada seca para não retirar
o tecido de granulação

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