Buscar

Fases de Reparo e Cicatrização de Lesões

Prévia do material em texto

PRINCÍPIOS DE SOBRECARGA 
O princípio determina que para o 
indivíduo adquirir aptidão física, os 
sistemas orgânico ou fisiológico 
devem ser submetidos a cargas e 
esforços que provoquem 
adaptações. 
FORÇA EXTERNAS: Tensão, 
compressão, cisalhamento. 
FORÇA INTERNA: 
→ TENSÃO MECÂNICA: É a força 
interna dividida pela área de 
secção transversa da 
superfície na qual atua. 
 
→ TRAÇÃO: É a tensão axial ou 
normal que ocorre no plano 
de análise como resultado de 
uma força ou carga que tende 
a romper as moléculas que 
ligam o objeto àquele plano. 
 
→ COMPRESSÃO: É a tensão 
axial que resulta quando uma 
carga tende a empurrar ou 
esmagar ainda mais as 
moléculas de um material, 
mantendo-as unidas no plano 
de análise. 
 
OSSOS 
 
Suportam as cargas de compressão 
experimentadas pelo corpo e são 
capazes de resistir a grandes cargas 
de cisalhamento e de tração. É o 
material mais forte e rígido do 
sistema musculoesquelético. 
Composição dos ossos: 
→ 30% a 35% Colágeno. 
→ 1% a 2% substância de base. 
→ 45% Mineral. 
→ 20% água. 
 
CARTILAGEM 
 
→ Hialina: cartilagem articular. 
 
→ Fibrosa: fibrocartilagem) é 
encontrada dentro de algumas 
cavidades articu- lares 
(menisco do joelho), nos discos 
intervertebrais (anel fibroso); 
 
→ Elástica: orelha externa 
 
A cartilagem é capaz de suportar 
compressão, tração e cargas de 
cisalhamento. 
 
 
TENDÕES E LIGAMENTOS 
 
A diferença deles e da cartilagem se 
encontram na organização das 
fibras de colágeno. 
 
Nos tendões, os grupos dessas 
fibras são unidos em paralelo 
(tendão) que ficam em linha com o 
eixo funcional do tendão 
(resistência à tração, mas pouca à 
compressão ou ao cisalhamento. 
 
A leve diferença na organização dos 
feixes das fibras de colágeno e o 
componente de elastina 
ligeiramente maior nos ligamentos 
os torna menos rígidos e um pouco 
mais fracos que os tendões. 
 
 
 
MÚSCULOS 
Se um músculo for alongado 
passivamente e lentamente, será 
criada alguma resistência para 
esse alongamento, e, assim, certa 
tensão será desenvolvida. Essa 
resistência origina-se de duas 
fontes: dos elementos contráteis e 
dos tecidos conectivos que cercam 
as fibras musculares e estão 
conectados aos tendões. 
A rigidez dos componentes 
passivos causada pelo 
deslizamento dos elementos 
contráteis é muito baixa, de modo 
que a resistência ao movimento 
também é pequena. 
 
A rigidez muscular varia como 
uma função do número de 
elementos contráteis ativos 
 
ANÁLISE BIOMECÂNICA 
QUALITATIVA PARA ENTENDER O 
DESENVOLVIMENTO DE LESÃO 
Tensão mecânica e lesão: 
→ Tensão Compressiva: A força 
dos dois lados é na direção 
opostos, porém ambas 
direcionadas para o centro do 
tecido. 
 
→ Tensão de Tração: A força é de 
sentidos opostos. 
 
→ Tensão de cisalhamento: É um 
tipo de carga que tende a 
provocar um deslizamento 
(ou deslocamento) de uma 
parte de um osso sobre outra 
(ou de um osso sobre outro). 
 
 
Considere as forças agindo no 
calcâneo quando seu pé toca no 
solo quando você está de pé. Uma 
força compressiva é aplicada ao 
calcâneo pela forc ̧a de reação do 
solo vertical. A tensão de tração é 
imposta no ponto de inserção do 
tendão do calcâneo e na fáscia 
plantar, à medida que o sóleo está 
agindo para manter o equilíbrio e 
a fáscia plantar para suportar o 
arco longitudinal do pé. A tensão 
de cisalhamento é imposta 
quando o calcâneo se articula 
com o osso navicular. A torc ̧ão 
está presente no calcâneo em 
func ̧ão de seu alinhamento ao 
longo do eixo longitudinal do pé. 
 
 
LESÕES 
Lesões Primárias: Pode ser uma 
pancada que leva ao hematoma 
imediato. 
Lesões Secundárias: São uma 
resposta a uma sobrecarga, demora 
um pouco mais de tempo para 
aparecer. São essencialmente uma 
resposta inflamatória que ocorre 
após a lesão primária. 
Lesões Agudas: São resultantes de 
trauma direto ou de sobrecargas 
bruscas nos tecidos 
musculoesqueléticos. Essas lesões 
macrotraumáticas incluem fraturas 
e luxações, sendo que a 
intervenção imediata destas está 
fora do objetivo da fisioterapia, e 
subluxações, entorses e distensões. 
Se usa inicialmente o método 
PRICE, proteção, repouso e gelo. 
 
Lesões Crônicas: São distinguidas 
das agudas pelo tipo de trauma, o 
tempo da resposta inflamatória e 
as diferenças histopatológicas. 
Os exemplos de lesões 
microtraumáticas incluem 
tendinite, tenossinovite, 
bursite e sinovite. As lesões 
crônicas envolvem, em geral, 
alguma forma de irritação 
mecânica (sobrecarga 
repetitiva cumulativa, 
mecânica incorreta ou 
resistência friccional) em grau 
que se estende além da 
capacidade de autorreparação 
do tecido. 
 
ESTÁGIO DE CICATRIZAÇÃO 
 
 
2 DIAS PÓS-LESÃO 
→ Primeiro ocorre a 
degeneração muscular, 
necrose miofibras e 
hematoma. 
 
 
→ Depois a fase de inflamação, 
onde se tem a atuação dos 
neutrófilos e macrófagos (M1 
pró-inflamatórios, retirada de 
debris; M2 Anti-inflamatórios, 
ativação das células 
satélites); 
 
 
7 DIAS PÓS LESÃO 
 
→ Logos após, a fase de 
regeneração muscular onde se 
tem a proliferação das células 
satélites e a regeneração das 
miofibras e centralização dos 
mionúcleos. 
 
14 DIAS PÓS-LESÃO 
→ Ocorre o remodelamento 
muscular, o TGF-B1, 
fibroblastos e formação de 
tecido conectivo. Ocorre a 
Revascularização e a 
maturação das miofibras 
regeneradas. 
 
28 DIAS PÓS-LESÃO 
→ É a fase de maturação 
muscular e reparo funcional, 
onde se tem a deposição de 
matriz extracelular, 
formação da cicatriz e 
inervação das miofibras 
regeneradas. 
 
 
 
CICATRIZAÇÃO MUSCULAR 
Fase Destrutiva: Caracterizada 
pela necrose do tecido muscular, 
degeneração e infiltração pelos 
leucócitos PMN durante a 
formação de hematomas e 
edemas no local da lesão. 
 
Fase de Reparo: Consiste na 
fagocitose do tecido necrótico, na 
regeneração das miofibrilas e na 
produção concomitante do tecido 
cicatricial conectivo, assim como 
na neoformação vascular e no 
crescimento neural. 
→ Formação de hematoma; 
 
→ Formação da matriz: sangue 
derivado do encadeamento 
cruzado de fibronectina e 
fibrina forma a matriz 
primária, que age como 
suporte e local de 
ancoragem para a invasão de 
fibroblastos. 
 
→ Formação de colágeno. 
 
Fase de Remodelamento: Período de 
maturação das miofibrilas 
regeneradas, de contração e de 
reorganização do tecido cicatricial 
e da recuperação da capacidade 
funcional muscular. 
 
CICATRIZAÇÃO DO LIGAMENTO E DO 
TENDÃO 
Fase I: hemorrágica. 
Fase II: inflamatória: Os macrófagos 
chegam dentro de 24 a 48 horas e 
são predominantemente do tipo 
celular durante vários dias. Eles 
executam fagocitose dos tecidos 
necróticos e secretam múltiplos 
tipos de fatores de crescimento que 
induzem à neovascularização. 
Fase III: proliferação: Por volta da 
segunda semana após a ruptura, o 
coágulo sanguíneo original torna-
se mais bem organizado devido à 
proliferação celular e à matriz. 
Nesse ponto, inicia-se a formação 
de brotos capilares. 
Fase IV: remodelamento e 
maturação 
→ As lesões ligamentares podem 
levar até três anos para 
cicatrizarem ao ponto de 
readquirir a resistência 
normal à tensão. 
→ Alguma resistência é 
readquirida na quinta semana 
após a lesão, dependendo da 
gravidade. 
→ Um ligamento pode ter 50% 
de sua resistência à tensão 
normal por volta dos seis 
meses após a lesão, 80% 
após um ano e 100% apenas 
depois de 1 a 3 anos. 
 
CICATRIZAÇÃO DAS CARTILAGENS 
ARTICULARES 
As lesões da cartilagem articular 
que não penetram o osso 
subcondral ficam necróticas e não 
cicatrizam. Essas lesões em geral 
avançam para a degenerac ̧ão da 
superfície articular. 
 
CICATRIZAÇÃO ÓSSEA 
→ Cicatrização Primáriaou 
Cicatrização Cortical 
Primária: É caracterizada por 
tentativas diretas do córtex 
de se restabelecer após ter 
sido interrompido. Na 
cicatrização cortical 
primária, o osso em um lado 
do córtex deve unir-se com o 
osso do lado oposto para 
restabelecer a continuidade 
mecânica. 
 
→ Cicatrização Secundária: 
Envolve respostas no 
periósteo e tecidos moles 
externos com a formação 
subsequente de um calo. A 
maioria das fraturas realiza a 
cicatrização secundária. 
 
O processo de reparo em si é 
composto por quatro fases que se 
sobrepõem: Inicialmente há uma 
fase de resposta inflamatória 
imediata que leva ao recrutamento 
de células-tronco mesenquimais e 
subsequente diferenciação em 
condrócitos que produzem 
cartilagens e osteoblastos, que 
formam o osso. 
Depois é produzida uma matriz 
cartilaginosa, que mineraliza, e 
ocorre uma transição para osso, 
com iniciativa da reabsorção da 
cartilagem mineralizada. 
A formação do osso primário é 
seguida por remodelação, em que 
o calo ósseo inicial é modificado 
por formação e reabsorção óssea 
secundária para restaurar a 
estrutura anatômica que suporta 
cargas mecânicas.

Continue navegando