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Direito do Trabalho IV - Aula 1 - Remuneração

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Aula 1 - Remuneração 1
Aula 1 - Remuneração
Created
Class Direito do Trabalho IV
Type Anotação de aula
Materials
Date
Professor Cristina Hoffmann
Semestre 8o
Áudio ouvido
Conteúdo Programático
Remuneração
Equiparação Salarial
13o. Salário - 13a Remuneração, lei fora da CLT.
Adicionais (Periculosidade e Insalubridade) - Demais já tratamos
Proteção da Relação de Emprego 
FGTS
Aviso Prévio - muitas súmulas
Estabilidade Provisória - algumas situações apenas
Justa Causa - elementos, taxativo
Conteúdo relacionado à dissolução ou cessação da relação de emprego. Qual a 
proteção que há à relação de emprego.
Proteção econômica
Proteção jurídica que vem da OIT, não ratificada (não se traduziu em lei interna, 
mas tem uma força)
@February 16, 2023 7:37 PM
@February 16, 2023
Aula 1 - Remuneração 2
Não tem monitoria, mas como é muita súmula, as provas serão com consulta, 
valendo 5. 
REMUNERAÇÃO
Art 457 da CLT - Vigente na data da aula (muitas mudanças nos últimos anos):
⚖ Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos 
os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo 
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que 
receber.              (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953) 
§ 1o  Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações 
legais e as comissões pagas pelo empregador.                   (Redação dada 
pela Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 2o  As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de 
custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias 
para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do 
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem 
base de incidência de qualquer encargo trabalhista e 
previdenciário.                (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 3º  Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada 
pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, 
como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição 
aos empregados.              (Redação dada pela Lei nº 13.419, de 2017) 
§ 4o  Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo 
empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a 
empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho 
superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas 
atividades.              (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Remuneração é uma contraprestação composta por 2 elementos - conceito jurídico.
Salário 
Direta (vem do empregador) e mínima (todo empregado recebe pelo menos 
o salário)
Gorjeta
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L1999.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13419.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
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Indireta (vem de terceiros), mesmo que passe pela mão do empregador e 
este faça o rateio. Pode ser de forma espontânea ou obrigatória, para a 
legislação trabalhista, não faz diferença. Quando é espontânea, temos uma 
estimativa, não um valor pré-estabelecido. 
Pode ser ajuste tácito ou expresso
Pode ser prevista por convenção ou individual
As verbas trabalhistas podem ser exclusivamente calculadas pelo salário, ou pela 
remuneração. 
Tentativas de regulamentação - gorjeta espontânea, duas leis grandes da reforma 
trabalhista - a primeira tentou regulamentar, incluiu muitas regulamentações, mas a 
segunda tirou tudo, e veio uma MP também que incluiu parágrafos até depois que 
foi revogada, mas no fim, não há regulamentação. Houve apenas uma tentativa. 
Cuidado com livros de 2017/2018. 
Teorias da contraprestação
Em relação a que? Ao serviço - dá a entender que só será pago quando o 
empregado prestar serviço, mas há problemas nisso, porque, por exemplo, o 
empregado receberá durante as férias, onde não haverá a prestação de serviços. 
Não há uma equivalência com a prestação de serviços - o empregado não recebe o 
valor de seu trabalho, porque há também o lucro do empregador.
Então, fala-se que é uma contraprestação decorrente do contrato de trabalho.
Cuidado aqui com a expressão. Remuneração é uma expressão técnico-jurídica, é 
só aquilo que caracteriza salário e gorjeta, ambos do ponto de vista jurídico. 
Verbas trabalhistas são calculadas ou exclusivamente com o salário, ou pela 
remuneração. Nas férias paga ao emprego a remuneração, por exemplo. 13o 
salário é uma 13a remuneração. Aviso prévio é apenas sobre o salário. Por isso é 
importante entender o que compõe cada um desses elementos. 
Salário
Formas de estipulação:
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Por unidade de tempo (duração)
Recebe por 8h diárias um valor X, então recebe pelo tempo, a produção não
importa, mesmo que ele fique o dia todo parado, ele receberá.
Todo emprego que tem um valor fixo por mês está nessa categoria. 
Por unidade de produção (resultado)
Recebe por produção, seja isso vendas ou outro critério.
Não exclui o limite de horário, limite de jornada
Tem também a garantia do salário mínimo, mesmo que não atinja esse valor 
no contrato de trabalho
Exemplo: vendedor que tem apenas a comissão. Se não vender NADA 
naquele mês, recebe o salário mínimo.
Por tarefa (misto entre duração e resultado)
Doutrina chama de estipulação por tarefa
Recebe pela produção que realiza dentro daquele período de horas
Exemplo: vendedor que tem um fixo por mês + comissão
Reforma trabalhista deu uma “esvaziada” no que configura salário.
O que é pago em razão exclusivamente de meta é chamado de prêmio.
Regras e princípios de proteção salarial:
1. Irredutibilidade salarial
a. Art 7o, VI, CF - não pode reduzir, exceto por norma coletiva
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o 
disposto em convenção ou acordo coletivo;
Tem que haver uma contrapartida, mas prevalece o negociado ao legislado. 
b. Art. 611-A, par. 3o, CLT - é a flexibilização, quando há uma contrapartida - 
gera a melhoria da condição social do trabalhador. O mínimo que tem que haver 
é a garantia da manutenção do emprego. A ideia é que a empresa não 
consegue manter a folha, vai até o sindicato e ou reduz o de todos ou demite 
uma parte. 
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Convenção ou acordo coletivo que reduza o salário ou a jornada - a própria 
convenção ou acordo deverá constar proteções dos empregados contra 
dispensa imotivada durante seu prazo de vigência
“Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção 
coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos 
empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do 
instrumento coletivo.”
Princípios: 
1. Melhoria da condição social (CF)
2. Intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva - CLT, Art. 8o, par 
3o. Não é autonomia sem limites, é autonomia no limite da constituição
Não precisa estar expressa a contrapartida, pode ser depreendida do 
acordo, devemos respeitar a autonomia coletiva.
2. Inalterabilidade lesiva 
a. Art. 468, CLT, alteração contratual só com concordância do empregado e 
sem que isso gere prejuízo ao empregado, tem também o princípio da 
condição mais benéfica para o empregado. Não é possível pro valor de 
salário, já está contemplado no item 1
“Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas 
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, 
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da 
cláusula infringente desta garantia.”
3. Intangibilidade salarial
1. Art. 462, CLT - não pode haver descontos, salvo adiantamentos, e autorizados 
por lei ou por norma coletiva
“Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, 
salvo quando esteresultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato 
coletivo.”
Exemplos de descontos: IR, contribuição sindical, contribuições assistencial ou 
confederativa, etc.
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p. 1º:  “Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de 
que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do 
empregado.”
dano do empregado ao empregador (p. 1º:):
por dolo = pode descontar sem consentimento do empregado
por culpa = precisa do consentimento do empregado
2. Súmula 342, TST
“Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por 
escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, 
médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, 
cultural ou recreativa associativa dos seus trabalhadores, em seu benefício e dos 
seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar 
demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico”
descontos decorrem do próprio contrato de trabalho
interpretação extensiva do art. 462, por sua finalidade, e não literalidade
exceção: caso haja coação ou outro defeito que vicie o contrato de trabalho / ato 
jurídico

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