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C E F A L E I A S / M I G R Â N E A S No atendimento ao paciente com cefaleia é necessário observar alguns sinais de alerta para cefaleia secundária, pois a presença de algum deles infere a necessidade de investigar essa dor de cabeça. PREVALÊNCIA (1) nos ambulatórios de clínica é a terceira queixa mais frequente (10,3% dos atendimentos de clínica médica); (2) nas unidades de saúde é responsável por 9,3% das consultas não agendadas; (3) nos ambulatórios de neurologia é o motivo mais frequente de consulta (4) nas unidades de emergência, representa até 4,5% dos atendimentos, sendo o quarto motivo mais frequente de consulta. A cefaléia é uma queixa comum na emergência, segundo a Academia Brasileira de Neurologia Departamento Científico de Cefaleia Sociedade Brasileira Cefaléia: Portanto, o manejo de cefaléia é essencial para atender os pacientes, principalmente na emergência, pois faz parte da rotina médica. Em um estudo realizado em 2019, mostrou-se que a cefaléia representa de 13-27,8% do total de atendimentos, com destaque para as enxaquecas que tem importância crucial no contexto das emergências. Em segundo lugar está a cefaléia cervicogênica, que atualmente está associada a algum transtorno na cervical. Entre as demais classificações, a cefaléia tensional raramente chega a emergência, e o outro padrão identificado foram neuralgias - nesse estudo, tiveram cefaleias que não foram passíveis de classificação. CEFALÉIA NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA Na emergência, é essencial identificar qual o tipo de cefaleia, porque a maioria dos pacientes que chegam à unidade de urgência não requerem internação, exames subsidiários e cirurgias, isto é, sofrem cefaléias que poderiam ter sido tratadas em ambientes de menor complexidade e com custos menores. Portanto, o simples fato de identificar e tratar adequadamente e orientar o paciente com um medicação de resgate que ele possa usar em casa, evita que esse paciente vá diversas vezes à emergência sem entender o motivo da sua cefaleia. Desse modo, é possível gerar uma certa qualidade de vida para esse paciente, que no lugar de ir até a emergência para tomar medicação venosa, ele pode tratar sua cefaleia com medicação oral em casa com orientação adequada. “ M N E M Ô N I C O S N O O P ” Curiosidade! Apesar de ser um dos sinais de alerta, raramente os médicos tem o oftalmoscópio para avaliar edema da papila - em teoria, no atendimento à cefaleia é importante realizar um exame de fundo de olho. Importante! Mesmo se o paciente tiver o padrão típico de enxaqueca/migrânea, se for a primeira vez é necessário investigar. A investigação complementar do paciente com sinais de alerta habitualmente será feita através da tomografia por ser um exame rápido com resultado muito mais breve do que a ressonância. M A N E J O C L Í N I C O N A U R G Ê N C I A Alívio da dor Excluir cefaléias secundárias se tiver algum dos sinais de alarma Orientar o tratamento em domicílio (após a alta) Os objetivos do atendimento de qualquer paciente com cefaleia são: ENXAQUECA/MIGRÂNEA Enxaqueca sem aura (75% dos casos) Enxaqueca com aura (25% dos casos) Atualmente denomina-se migrânea, visto que o termo enxaqueca tornou-se comum e a fim de aproximar da tradução para o inglês. No Brasil, sua prevalência é de 15,8%, sendo 22% mulheres e 9% homens, com pico de prevalência de 30 e 50 anos. A migrânea é um distúrbio neurobiológico com base gênica que está associado a alterações funcionais do córtex cerebral e ativação do sistema trigeminovascular. A teoria mais aceita é de que ela está relacionada com disfunção D E F I N I Ç Ã O L A Y A N E S I L V A localização unilateral caráter pulsátil intensidade moderada ou forte exacerbada por ou levando o indivíduo a evitar atividades físicas rotineiras náusea e/ou vômito fotofobia e fonofobia do sistema trigeminovascular, por isso que boa parte dos remédios para alívio sintomático da dor vão estar relacionados com efeitos nesse sistema. Existem critérios estabelecidos que diferenciam a cefaleia da migrânea, portanto, para diagnosticar um paciente com enxaqueca é necessário ter (1) pelo menos 5 crises, (2) com duração de 4 a 72 horas sem tratamento ou com tratamento ineficaz, ou seja, ausência de resposta à medicação utilizada. Além disso, é necessária pelo menos duas das seguintes caraterísticas: Durante a cefaleia, ao menos um dos seguintes: Se por exemplo o paciente tem uma cefaleia pulsátil de forte intensidade, mesmo que ela seja holocraniana, é necessário tem os 2 primeiros critérios para ser classificada como enxaqueca. Se o paciente tiver uma cefaleia bilateral que preenche 2 das características e está associada a náusea/vômito, foto ou fonofobia, pode ser considerada enxaqueca contato que ele tenha tido 5 episódios similares. Importante! Se o paciente cumpre os critérios mas ainda não teve 5 episódios similares, pode-se classificar como provável ou possível enxaqueca, e fechar o diagnóstico após os 5 episódios com essas características. Irritabilidade Visão borrada Raciocínio e memorização mais lentos Rigidez cervical (cervicalgia) Fadiga, bocejos e palidez Avidez por alguns tipos de alimentos Alguns pacientes experimentam um período chamado de pródromo, isto é horas, um dia ou dois antes da enxaqueca, os paciente começam a observar sinais/sintomas como: Em função dessa avidez, existem alguns pacientes que associam a enxaqueca ao chocolate, mas essa relação não está bem estabelecida. Suspeita- que ela ocorre por conta desse momento do pródromo em que o paciente tem avidez pelo chocolate, que depois é justificado erroneamente como gatilho da enxaqueca. Portanto, a questão alimentar pode estar no momento de avidez do pródromo e é difícil inferir que um certo alimento seja gatilho para enxaqueca. M I G R Â N E A C O M A U R A A migrânea pode ter um subtipo com aura, cuja aura mais comum é a manifestação de escotomas cintilantes. São crises recorrentes, com duração de até aproximadamente 60 minutos, de sintomas completamente reversíveis unilaterais oriundos do SNC, que geralmente se desenvolvem gradualmente e são habitualmente seguidos por cefaléia e sintomas migranosos associados. P R Ó D R O M O Distúrbio visual (pontos fosfenos) - visualização de escotomas cintilantes (manifestação típica); Perda ou distorção de um dos hemicampos visuais ou parte deles; Parestesia - que geralmente vai ser uma queixa unilateral, independente do lado que se manifesta a dor; Disfasia, ou seja, o paciente não consegue se comunicar adequadamente no momento da aura. Esse tipo de migrânea tem desenvolvimento gradual ao longo de 5 minutos e duração de até 60 minutos, ela pode manifestar: A U R A Importante! Não há um padrão de frequência para o aparecimento de pródromo, o paciente pode experimentá- lo em todas as crises, ou em crises esporádicas. Curiosidade! Existem pacientes que utilizam a Metoclopramida (Plasil) ao identificar o pródromo e conseguem evitar a crise de enxaqueca. M I G R Â N E A C R Ô N I C A Ocorre em 15 ou mais dias/mês por mais que três meses, a qual, em ao menos oito dias/mês, possui as características de cefaléia migranosa (enxaqueca) e nos outros episódios geralmente os pacientes mantém uma cefaleia mais leve, que remete a uma cefaleia tensional. Portanto se o paciente referir 2 tipos de cefaleia em diferentes episódios: migranosa e tensional, isto não significa que o paciente possui 2 diagnósticos, mas sim quadro de migrânea crônica. M I G R Â N E A C O M A U R A D O T R O N C O C E R E B R A L Disartria Vertigem Zumbido Hipoacusia Diplopia Ataxia não atribuível ao déficit sensorial Diminuição no nível da consciência Refere-se ao paciente que tem um padrão típico de migrânea, mas ele apresenta ao menos dois dos seguintes, plenamente reversíveis: Nesse caso, para ser denominada migrânea com aura do tronco cerebral, esses pacientes devem ter ausência de sintomas motores ou retinianos (sintomas visuais). Importante! Nesse caso, é obrigatório excluir doença estrutural ou vascular! M IG R Â N E A H E M I P L É G I C A CACNA1A ATP1A2 SCN1A Migrânea com aura que inclui fraqueza motora, existem algumas mutações nos genes que já forma atribuídas a migrânea hemiplégica, e geralmente tem uma historia familiar, são eles: M I G R Â N E A R E T I N I A N A Condição rara caracterizada por ataques repetidos de escotomas monoculares ou cegueira com duração inferior a uma hora, associados ou seguidos de cefaléia. Importante! Alguns pacientes podem não apresentar a crise da cefaleia típica, apenas a manifestação dos escotomas. M I G R Â N E A V E S T I B U L A R Trata-se de uma migrânea com padrão típico, mas cursa com vertigem episódica em pacientes com história de enxaqueca ou com outras características clínicas da enxaqueca (fotofobia, fonofobia, aura visual). Importante! Nesse caso, é obrigatório excluir doença estrutural ou vascular! Questão de prova! Paciente com quadro clássico de migrânea que já tem uma história antiga não é obrigatório pedir exames de imagem para avaliar esse paciente, exceto L A Y A N E S I L V A Observar por 1 h Sumatriptano 6 mg subcutâneo (0,5 mL), repetindo a dose, se necessário, em 2 horas Após a medicação é necessário observar a resposta do paciente por até 1 hora, se não houver resposta e na unidade tiver disponível pode-se realizar o Sumatriptano subcutâneo. Além disso, pode ser usado o Cetorolaco (Toragesic) que é um anti-inflamatório injetável, que pode ser feito tanto endovenoso quanto intramuscular, e também existe a opção sublingual em casos de crise leve que pode ser feita em casa. se for o primeiro episódio ou uma dor que não respondeu ao tratamento (resposta oficial). Mas, na prática clínica, se o paciente nunca fez exames de imagem, é comum que o neurologista solicite, inclusive para dar conforto ao paciente, ajudá-lo a compreender o quadro e aderir melhor ao tratamento. M I G R Â N E A M E N S T R U A L Ocorre em estreita relação temporal com o início da menstruação, este período de tempo geralmente abrange dois dias antes até três dias após o início do sangramento menstrual. C O M P L I C A Ç Õ E S D A M I G R Â N E A Alguns pacientes com migrânea podem experimentar algumas complicações relacionadas a migrânea. Elas são caracterizadas por crises associadas a sintomas prolongados ou, raramente, a infarto ou convulsões. Ataque típico de enxaqueca, mas mais debilitante, que dura mais de 72 horas - é um quadro mais comum em mulheres. S T A T U S M I G R A N O S O Sintomas de aura que persistem por uma semana ou mais - lembrando que a aura normalmente dura de 5-60 minutos - e, apesar d persistência, não há evidência de infarto em neuroimagem que justifique o quadro. A U R A P E R S I S T E N T E S E M I N F A R T O Ocorre em um paciente com enxaqueca com aura, no qual um ou mais sintomas de aura persistem por mais de uma hora e a neuroimagem mostra um infarto. Portanto, inclui os pacientes com crise de migrânea que desenvolvem um AVC, derrame ou isquemia nesse contexto, e nos exames de imagem é possível visualizar a alteração isquêmica que justifica o quadro. I N F A R T O M I G R A N O S O Convulsão desencadeada por um ataque de enxaqueca com aura, ou seja, pacientes com crise de migrânea que desenvolvem convulsões associadas ao quadro. M I G R A L E P S I A C O N D U T A Metoclopramida ou Dimenidrato 50 mg, IM ou 30 mg, IV, em 100 mL SF 0,9%, se vômitos Dipirona 1 g, (2 mL) IV, diluída em 8 mL água Cetoprofeno 100 mg, IV diluído em SF 0,9% (100 mL) ou 100 mg, IM Na emergência um paciente com crise de enxaqueca típica é comum que ele refira uma cefaleia pulsátil, de forte intensidade, associado a fonofobia e fotofobia. Nesse contexto é sempre válido questionar os sintomas para esmiuçar o quadro e investigar se o paciente já teve outros casos anteriores - visto que a grande maioria dos pacientes identifica as características clássicas da enxaqueca e refere que já teve outros episódios similares. Diante do paciente, deve-se avaliar a duração da dor, nos casos em que a dor tem duração inferior a 72 horas (crise leve a moderada): Se o paciente tiver queixas de náuseas ou vômitos deve-se prescrever a Metoclopramida ou Dimenidrato, sendo que a Metoclopramida é interessante pois já foi documentada sua capacidade de, isoladamente, retirar o paciente da crise de enxaqueca quando ela é leve. A dipirona é muito utilizada no caso de pacientes no SUS, se for uma crise leve utilizar a Dipirona de 1g, se suspeita de crise moderada ela pode ser associada ao Cetoprofeno que é um anti-inflamatório. Curiosidade! Algumas instuições começam o protocolo de cefaleia pelo Sumatriptano, mas isso depende do local. Se o paciente não melhorou após esse protocolo, e ele queixou-se de vômitos é bom hidratar esse paciente e pode repetir uma sequência ou lançar mão da Dexametasona, que geralmente é feita em 10 mg, IV, lento. Observação! Não prescrever opioide para a crise de enxaqueca. Associar Dexametasona 10 mg (ampola 10 mg/ 2,5 mL), IV, lento Infusão de SF a 0,9% Clorpromazina 0,1 a 0,25 mg/kg, IM, (ampola 25 mg/5 ml) ou EV diluído em SF 0,9% 500ml em decúbito dorsal com cuidado de hipotensão postural e sintomas extrapiramidais. Máx. 25mg. Em pacientes com dor há mais de 72 horas, serão utilizados: Em pacientes com mais de 72 horas de crise, já pode-se começar o tratamento pela Dexamentasona, e se não tiver melhora com a Dexametasona, associar: A Clorpromazida (Amplictil) que pode ser feito tanto intramuscular quanto endovenoso, com o cuidado de manter o paciente deitado porque ele pode causar hipotensão, respeitando a dose máxima de 25 mg com dosagem de 0,1-0,25 mg/kg. Se for endovenoso deve-se infundir essa medicação em 1 hora e deixar o paciente em observação. Na reavaliação após 1-2 horas, se o paciente permanece sem melhora com o tratamento e estiver na UPA, deve-se encaminhar para hospital terciário para avaliação com neurologista. Visto que serão necessários exames de imagem para afastar causas secundárias de cefaleia. A vantagem do Sumatriptana seria sua associação com o Naproxeno (anti-inflamatório + triptana) para retirar o efeito de cefaleia de rebote que pode acontecer após algumas horas do uso do Sumatriptano isolado. Antigamente existia a Sumatriptana nasal que suspostamente tinha uma absorção melhor. O Sumatriptana subcutâneo (SUMAX) que vende em fármacia então pode-se prescrever para o paciente tomar em casa. Insuficiência arterial IAM Angina Claudicação HAS não controlada Diante de um paciente que necessita da prescrição de algum sintomático para crise, existem algumas opções, as triptanas são medicações específicas para tratamento da crise de enxaqueca em regime ambulatorial, que age justamente no sistema trigeminovascular. As contraindicações para uso dos triptanos são: R E G I M E A M B U L A T O R I A L L A Y A N E S I L V A Migrânea menstrual ou catamenial; Ácido mefenâmico 500mg 3x/dia Naproxeno 500mg 2x/dia Outra opção: Triptanos Isto porque é uma cefaleia de frequência relativamente alta, 3-5 dias por mês com dor. No caso da migrânea menstrual pode-se utilizar a miniprofilaxia que é feita com: A paciente precisa ter o ciclo regular para começar um a dois dias antes do início típico do MM e continuar durante o período menstrual em que o paciente estiver em risco (geralmente por um total de cinco a sete dias) - ou seja, no período em que ela habitualmente teria enxaqueca. Aura prolongada, hemiplégica e basilar Isto porque o triptano causa uma vasoconstrição, que em um paciente com aura prolongada há uma grande chance de transformar o quadro em um infarto migranoso. (1) Dipirona 1 g ou Paracetamol 1 g; Outra observação é em relação ao custo, pois as triptanas tem um efeito ótimo, principalmente a combinação entre Sumatriptano e Naproxeno que tem efeito excelente por prevenir o rebote, mas 02 comprimidos custam cerca de R$40. Portanto, essas medicações tem um custo elevado, assim os pacientes que não tiverem condições de utilizar o Sumax Pro, é possível utilizar o Sumatriptanoisolado. Outras opções incluem: Curiosidade! Nos EUA como eles não utilizam a Dipirona, é prescrito o Paracetamol em dose alta (1 g). (2) combinações como Cefaliv e Ergotamina, cuja desvantagem é a presença de cafeína que não é uma boa opção para enxaqueca; (3) anti-inflamatórios, como o Cetorolaco ou Naproxeno puro na dose de 275-500 mg de 12/12 horas. Na prática, a escolha do medicamento ocorre de acordo com as preferências do paciente, e deve-se manter o medicamento que o paciente refere que melhora a crise. Frequência da dor maior ou igual a 3 crises/mês ou dores que duram mais que 12 horas; Migrânea com impacto funcional e/ou laboral no paciente; Uso excessivo, intolerância ou baixa eficácia das medicações agudas; O tratamento profilático da migrânea deve ser instituído em casos de: Em casos de pacientes que referem por exemplo dor de cabeça 3 vezes no mês, deve-se questionar o nível do incomodo e se o paciente acha necessário tomar uma medicação diária por causa dessa dor. Se o paciente toma mais do que 10-15 vezes por mês as medicações agudas é uma indicação de profilaxia, pois o uso excessivo de medicação pode gerar um outro tipo de cefaleia, chamada cefaleia induzida pelo uso excessivo de medicação. T R A T A M E N T O P R O F I L Á T I C O Importante! Para algumas pacientes é preferível fazer a profilaxia padrão do que usar o anti-inflamatório apenas em dias específicos todos os meses. Desejo do paciente; Migrânea hemiplégica Migrânea com aura do tronco cerebral Aura persistente sem infarto Infarto migranoso Na MM debilitante que não têm aura pode-se discutir com a paciente o uso de terapia hormonal com contraceptivos de estrogênio-progestina para suprimir seu ciclo. Assim, a paciente pode fazer uso de pílulas orais de estrogênio- progestágeno com doses ultrabaixas (10 a 15 microgramas) ou baixas (20 a 30 mcg) para interromper o ciclo menstrual. Se o paciente referir cefaleia com 1 episódio por mês mas que é extremamente incapacitante e ele desejar usar o tratamento profilatíco, ele pode ser prescrito. Ademais, o tratamento profilático sempre será usado, independente da frequência, para reduzir o risco de dano neurológico e/ou comprometimento na presença de condições incomuns de enxaqueca, incluindo: Para o tratamento profilática não há uma droga que é considerada a melhor, sempre é necessário avaliar se o paciente tem outra queixa associada ou alguma patologia que o impede de usar certas medicações, quais são os efeitos colaterais e contraindicações de cada medicação. No entanto, existem drogas que tem eficácia estabelecida, isto é tem mais estudos que comprovam sua eficácia. L A Y A N E S I L V A Posteriormente, manter o medicamento por 6 meses a 1 ano a depender da frequência de cefaleia que o paciente tinha. No Brasil, são utilizados Fremanezumab que pode ser feito 225 mg mensalmente ou 675 mg a cada 3 meses (3 doses em 1 única aplicação) e o Emgality que inicialmente é usado 240 mg em dose de ataque única, seguida de 120 mg uma vez por mês. Nesse caso, deve-se avaliar eficácia após 3 meses - lembrando que o tratamento profilático de migrânea não irá deixar o paciente na ausência completa de dor, mas sim visa reduzir em até 50% o número de episódios que o paciente tinha. Divalproato e Valproato são medicações anticonvulsivantes, mas tem risco de ter efeito teratogênico, e habitualmente a migrânea ocorre muito em mulheres em idade fértil, então é necessário ter cautela. Por outro lado, no quadro de uma paciente com migrânea e transtorno bipolar, ele irá ajudar como estabilizador do humor. Além disso, o Topiramato também é um anticonvulsivante que pode ser usado principalmente em pacientes com migrânea e epilepsia, e também obesidade/sobrepeso, pois tem como efeito colateral a perda de peso. O Propanolol é um anti-hipertensivo mas atua como bloqueador - é ideal em pacientes com enxaqueca e tremor essencial (fino). Além disso, em pacientes hipertensos pode-se discutir com o cardiologista o uso do Cadesartana para tratar as duas condições. Amitrptilina e Nortriptilina apesar de serem comumente prescritos, em tese são provavelmente eficazes pela ausência de estudos que comprovem sua eficácia, mas fisicamente tem uma boa resposta. Principalmente com pacientes com queixa de insônia ou depressão - além deles, podem ser usados antidepressivos como Venlafaxina e Duloxetina. A Memantina é um medicamento específico para Alzheimer mas alguns estudos já indicaram sua eficácia no tratamento para enxaqueca. A toxina botulínica é específica para migrânea crônica - não indicada para migrânea episódica - e em pacientes com maior condição finaceira ela pode ser associada a um anticorpo monoclonal Entre as opções paraenterais e injetáveis, estão os anticorpos monoclonais, que é um tratamento com custo maior (cerca de R$1000/mês), alguns exemplo são: Eptinezumab, Erenumab, Fremanezumab e Galganezumab. Eles têm como alvo o peptídeo relacionado ao gene da pró- calcitonina e seu receptor – que estão presentes em grande quantidade nas fibras aferentes do sistema trigeminovascular. Assim, estão indicados em pacientes que não toleram ou não respondem a testes adequados de pelo menos 2 outras terapias preventivas - pode ser primeira escolha se desejo do paciente. Em teoria, para identificar ausência de resposta é necessário orientar o paciente que ele necessita esperar pelo menos 2 meses de tratamento para avaliar a eficácia. A N T I C O R P O S M O N O C L O N A I S ( C G R P ) Importante! Evite o uso em pacientes com eventos isquêmicos cardiovasculares ou cerebrovasculares recentes! C O M O R B I D A D E S Importante! Atenção para: (1) contra-indicações, (2) efeitos colaterais, (3) preferências do paciente e (3) custo. Como na maioria das doenças, as mudanças no estilo de vida também fazem parte da enxaqueca. Importante! Não existe dieta restritiva específica para evitar cefaleia pois os alimentos que são gatilhos para algumas pessoas podem não ser para outras, portanto é necessário observar qual o gatilho do paciente e testar retirando esse alimento por cerca de 2 semanas para confirmar. L A Y A N E S I L V A L A Y A N E S I L V A CEFÁLEIAS PRIMÁRIAS No atendimento ao paciente com cefaleia inicialmente é necessário perguntar se há algum sinal se alarme, se o paciente não tiver nenhum dos sinais listados provavelmente o caso será de cefaleia primária. Entre as cefaleias primárias, as mais comuns são: enxaqueca ou migrânea, cefaleia tensional e cefaleia em salva. Dor bilateral Pressão ou aperto (não pulsátil) Dor leve a moderada Não piora com atividade física Ausência de náusea e/ou vômito Fotofobia ou fonofobia (apenas uma delas pode estar presentes) Não atribuível a outras causas Cefaleia primária mais frequente, é um tipo de cefaleia mais leve, tem pico de prevalência na 4a década de vida, relaciona-se com estresse físico, muscular ou emocional. Apesar de dificilmente ser tratada no consultório, é uma queixa com pelo menos 10 crises com duração de 30 min a 7 dias e pelo menos 2 dos seguintes critérios: Ambos os seguintes itens: C E F A L E I A D O T I P O T E N S I O N A L E P I S Ó D I C A I N F R E Q U E N T E Curiosidade! Em todos os critérios de enxaqueca sempre um deles será “não atribuível a outras causas”! CTTEF (Cefaleia do tipo tensional episódica frequente): a cefaleia do tipo tensional é considerada frequente quando ocorre em média em 1-14 dias/mês por > 3 meses (≥12 e <180 dias por ano). Paracetamol | 750 – 1.000 mg até 6/6h Dipirona | 500 – 1.000 mg até 6/6h Ibuprofeno | 400 - 800 mg até 6/6h Diclofenaco | 50 mg até 8/8h Cetoprofeno | 50 mg até 6/6h Naproxeno sódico | 500 mg inicial e 250 mg até 6/6h T R A T A M E N T O Observação! O ideal é prescrever alguma medicação que tenha associação com cafeína (130 mg), que nesse tipo de cefaleia aumenta a eficácia analgésica. Há indicação de tratamento da cefaleia do tipo tensional se CTT crônica, isto porque um paciente que está tendo uma frequência muito alta da cefaleia se manterusando apenas analgésico pode gerar uma cefaleia induzida pelo uso excessivo de medicação. T R A T A M E N T O P R O F I L Á T I C O D A C T T Lembrar! O uso de analgésicos é contraindicado e pode induzir a cefaleia por uso excessivo de analgésicos. Antidepressivos tricíclicos Primeira linha e mais amplamente utilizados, são eles: Amitriptilina: reduz a sensibilidade muscular pericraniana, levando à antinocicepção periférica e inibição da sensibilização central a partir do mecanismo de dor central pelos neurotransmissores de serotonina, noradrenalina e afins. As contraindicações são: obesidade, doença bipolar (risco de virada maníaca), glaucoma de ângulo fechado ou defeitos de condução cardíaca. Geralmente, deve-se Iniciar 10-12,5 mg/noite (dose baixa) até a dose máxima 100-125 mg - se for um paciente com queixa de insônia pode-se recomendar uma dose inicial de 25 mg. Importante! Por ser um tipo de cefaleia que está muito relacionado ao estresse tanto muscular quanto emocional, pode ser importante recomendar atividades que aliviem o estresse (mindfullness ou meditação). Nortriptilina: usada para garantir um efeito menos sedativo, principalmente em pacientes que sem queixa de insônia, inciar com 10-25 mg/noite até a dose máxima 125 mg. Outros antidepressivos que poder ser utilizados é Mirtazapina e Venlafaxina que também tem eficácia na cefaleia tensional. Importante! Ainda questiona-se o uso da gabapentina (?) e do topiramato (?), portanto sua prescrição é controversa. C E F A L É I A E M S A L V A S Injeção conjuntival ipsilateral e/ou lacrimejamento Congestão nasal e/ou rinorreia Edema palpebral ipsilateral Miose e/ou ptose ipsilateral Sudorese frontal e facial ipsilateral Sensação de inquietude ou agitação É um tipo comum, que frequentemente é confundida com a enxaqueca no diagnóstico na emergência, acomete 1 a cada 1.000 indivíduos, 85% dos pacientes são homens, tem maior frequência dos 30 aos 50 anos. Portanto, acomete preferencialmente o sexo masculino, em proporção estimada entre 4:1 e 9:1 com idade média de início entre 20 e 40 anos de idade. O paciente deve ter pelo menos 5 crises com dor forte ou muito forte unilateral, orbitária, supraorbitária e/ou temporal, com duração de 15 a 180 minutos se não tratada. Para ser classificada como salvas, tem que ter pelo menos 1 dos seguintes itens: A cefaleia em salvas é uma dor intensa que o paciente fica inquieto, diferentemente do paciente com enxaqueca que tende a se isolar. A frequência da crise geralmente é de 1 crise a cada 2 dias a 8 crises por dia, que não pode ser atribuída a outra causa, ou seja, é necessário excluir uma causa secundária. Na forma episódica, os ataques de dor se agrupam em um período de 6 a 12 semanas, seguido de remissão completa por pelo menos 3 meses. Já, na forma crônica, a remissão não existe ou dura menos que 3 meses (mais curta). O2 a 100% em máscara sem recirculação 12-15L/min por 15 minutos. Na emergência, deve-se posicionar o paciente sentado, levemente debruçado para a frente e administrar a seguinte sequência: T R A T A M E N T O Importante! Não usar cateter nasal porque o paciente pode ter congestão nasal e/ou rinorreia! Sumatriptana 6 mg, subcutâneo Importante! Evitar Sumatriptana se uso prévio de vasoconstritor. Importante! Analgésicos comuns e opioides são ineficazes e não devem ser utilizados. Lidocaína 4% nasal 1 mL 9 máximo 5 mL) A cabeça do paciente deve estar em extensão a 45 graus, e em rotação de 30-40 graus para o lado sintomático, aspirar 1 mL da medicação na seringa e fazer a lidocaína até no máximo 5 mL. O tratamento da crise desse tipo de cefaleia pode ser pela lidocaína IV, e o tratamento preventivo pode ser feito com lamotrigina. Se o paciente não tiver resposta, alguns médicos orientam o uso de corticoide, com uma dose um pouco inferior a da pulsoterapia, cerca de 250 mg de Metilprednisolona. Verapamil Prednisona Galcanezumabe Carbonato de lítio Topiramato Para os pacientes que desejam fazer tratamento profilático no momento da dor, pode-se utilizar: Medicação profilática de escolha na dose de 120 a 1.200 mg/dia, mas ECG deve ser obtido pré-tratamento e após cada incremento de dose. Efeitos adversos mais frequentes: obstipação intestinal, edema, tonturas, náuseas, hipotensão e fadiga. Outra opção é o uso da prednisona em dose alta de 60 a 100 mg, uma vez ao dia por três dias, e depois reduzindo gradualmente a dose 10 mg a cada três dias até suspender a medicação. Diferente da dose de enxaqueca, é encessária uma dose mais alta, cerca de 300 mg no início do período de salvas (3 canetas de 100 mg) e mensalmente até o final do período de salvas. Deve ser usado na dose 600 a 900 mg, mas ajustes de dose são feitos de acordo com a dosagem sérica de lítio, que não deve exceder 1,2 mEq/L. É importante atentar para a dose do carbonato de lítio pelo risco de intoxicação. É uma opção para cefaleia em salvas mas o seu uso é controverso, pode-se iniciar 25mg até a dose alvo, conforme tolerância, de 100 mg 2x/dia. T R A T A M E N T O P R O F I L Á T I C O Importante! O topiramato apesar de auxiliar na redução do peso, está contraindicado em pacientes com nefrolitíase, pois aumenta a chance de fazer novos cálculos! H E M I C R A N I A P A R O X Í S T I C A É uma cefaleia que tem o padrão das salvas, mas acomete preferencialmente o sexo feminino, e a diferença é em relação a frequência das crises, visto que na cefaleia em salvas geralmente há 1 episódio/dia com duração de 15-180 min. Assim, na hemicrania paroxística tem frequência de crises é maior (mais de 5 episódios/dia) e a duração delas é menor (2 a 30 minutos). Diferentemente da cefaleia em salvas, essa cefaleia primária apresenta resposta absoluta à Indometacina, na dose de 25 a 50 mg, 2 a 4 vezes/dia. Curiosidade! Nos outros tipos de cefaleia, exceto em salvas, a Indometacina tende a ter uma boa resposta. C R I S E S D E C E F A L E I A N E U R A L G I F O R M E U N I L A T E R A L B R E V E Crises de dor cefálica estritamente unilateral, moderada ou forte, durando de segundos a minutos, ocorrendo ao menos uma vez ao dia e habitualmente associadas a lacrimejamento proeminente e vermelhidão do olho ipsilateral. Pode ser dividida em SUNCT e SUNA, a SUNCT tem hiperemia conjuntival e lacrimejamento e a SUNA tem apenas 1 ipsilateral. Em geral é uma dor forte e curta com duração de 1-600 segundos, 1 vez ao dia, e ocorrendo como estocadas únicas, séries de estocadas ou em padrão de “dente de serra” (sintomas relacionados ao sistema trigeminoautonômico). T R A T A M E N T O L A Y A N E S I L V A C E F A L E I A C E R V I C O G Ê N I C A A cefaleia desenvolveu-se em relação temporal com o início do transtorno cervical Melhorou ou desapareceu em paralelo com a melhora do transtorno ou lesão cervical Amplitude de movimento cervical está reduzida e a cefaleia é piorada significativamente por manobras provocativas A cefaleia é abolida após o bloqueio diagnóstico de uma estrutura cervical ou do seu suprimento nervoso Existem dúvidas se é considerada uma cefaleia primária ou secundária, porque ela está associada a algum transtorno cervical. Assim necessita de evidência clínica e/ou de imagem de um transtorno ou lesão na coluna cervical ou nos tecidos moles do pescoço. Além disso, não melhor explicada por outro diagnóstico pois tem melhora quando a dor cervical é solucionada. Para classificar como cefaleia cervicogênica são necessários pelo menos 2 dos seguintes: Fisioterapia Estimulação transcutânea Anestesia local repetida Descompressão, secção e/ou avulsão do nervo occipital maior e nervo occipital menor Por ser uma cefaleia associado a problema cervical, o tratamento inclui: Geralmente no teste de descompressão do nervo occipital o paciente se queixa da dor, por isso pode-se fazer o bloqueio dos nervos occipital maior e menor na tentativa de melhorar o quadro de dor. T R A T A M E N T O P R O F I L Á T I C O Farmacoterapia Quanto as medicações podem ser utilizados: (1) antidepressivostricíclicos (amitriptilina, nortriptilina e doxepina); (2) anticonvulsivantes que tenham efeito em dor (gabapentina, carbamazepina, topiramato e ácido valproico); (3) relaxantes musculares (tizanidina, baclofeno, ciclobenzaprina e metaxalona); (4) AINES. L A Y A N E S I L V A características migranosas em pacientes com história de migrânea prévia. Deve-se excluir uma causa secundária nesses casos. Geralmente se não é uma dor prolongada, pode ser prescrito um anti-inflamatório associado a um relaxante muscular, e solicitar exames de imagem. No entanto, se for uma dor mais arrastada, pode-se prescrever anti- inflamatório + relaxante muscular, associado a algum outro medicamento profilático (antidepressivos tricíclico ou anticonvulsivante). Se não foi identificada nenhuma alteração cervical em consultório, solicitar exames de imagem do crânio e da coluna cervical para fechar o diagnóstico. C E F A L E I A P R I M Á R I A E M F A C A D A Tipo de cefaleia relativamente frequente no consultório, dificilmente na emergência. é uma dor de curta duração, geralmente de até 3 segundos, mas podendo atingir 120 segundos. Ela assume múltiplas localizações no crânio e pode mudar de uma área para outra e pode migrar para o lado contralateral. Em geral, tem caráter de pontadas ou punhaladas isoladas ou em sucessão e ocorre mais comumente em pacientes com migrânea prévia. Nesse caso, obrigatoriamente deve-se afastar causa estrutural, principalmente aneurisma, a partir de exames de imagem do crânio. Quanto ao tratamento, pode ser parcial ou totalmente responsiva à indometacina, na dose de 75 mg/dia (até 150 mg/dia), mas em geral só sera tratada a curto ou longo prazo se for uma dor muito frequente, visto que é uma dor tão rápida que não justifica o uso de medicação. T R A T A M E N T O C E F A L E I A P R I M Á R I A D A T O S S E Cefaleia de início súbito, bilateral e posterior, precipitada pela tosse, durando de 1 segundo a 2 horas - nesse caso, é mandatória a investigação com neuroimagem dos casos pois pode ser uma malformação de Arnold-Chiari. Para investigação, solicitar ressonância magnética (RM) com contraste e angiorressonância ou tomografia computadorizada (TC) e angiotomografia. Malformação de Arnold-Chiari Aneurisma cerebral Lesões da fossa posterior (tumores e malformações vasculares) Adenomas da hipófise Hipotensão liquórica Entre as patologias que tem cefaleia desencadeada pela tosse, que obrigatoriamente devem ser diagnóstico diferencial, estão: Defeito estrutural no crânio que faz com que parte do cérebro seja empurrada para o canal espinhal, ou seja, as tonsilas cerebrais migram abaixo como se estivessem tentando penetrar a área da medula espinhal. D I A G N Ó S T I C O D I F E R E N C I A L Indometacina na dose de 150 mg/dia constitui um tratamento eficaz - doses mais altas, de até 250 mg/dia podem ser necessárias. Outras medicações com alguma evidência de eficácia incluem: acetazolamida, propranolol e naproxeno. T R A T A M E N T O C E F A L E I A P R I M Á R I A D O E S F O R Ç O F Í S I C O É uma cefaleia que tem localização bilateral, duração de 5 minutos a 24 horas, caráter pulsátil, pode apresentar Indometacina na dose de 50 a 150 mg/dia, apenas nos dias em que esteja programado algum exercício físico, 30 a 60 minutos antes da atividade como uma miniprofilaxia (preventiva). Outras alternativas incluem propranolol e naproxeno, se por exemplo é um paciente que faz exercicio diariamente. T R A T A M E N T O C E F A L E I A P R I M Á R I A A S S O C I A D A À A T I V I D A D E S E X U A L Cefaleia que tem relação com a atividade sexual, coito ou masturbação, na ausência de causa estrutural. Tem prevalência maior em homens que em mulheres (3:1) e pode aparecer a qualquer momento da vida sexualmente ativa. O padrão dessa cefaleia é uma dor bilateral, occipital e associada com cervicalgia, que antecede o orgasmo e se intensifica à medida que a excitação sexual aumenta. Importante! Alguns pacientes podem experimentar uma cefaleia abrupta e de forte intensidade durante o orgasmo. RNM ou TC de encéfalo + angio-RM ou TC cerebral e de pescoço LCR quando neuroimagem normal Nesses casos, é mandatório afastar causas secundárias a partir de: A coleta do liquor é indicada para descartar HSA (hemorragia subaracnoidea), que pode não ser encontrada na tomografia. Importante! Na coleta de liquor pode haver um acidente de punção, se houver um sangramento por acidente de punção à medida que o liquor vai sendo coletado em mais frascos ele vai clareando, mas quando o sangramento está associado a HSA, todos os frascos se mantém da mesma coloração (mesma quantidade de hemácias). Indometacina 25 a 150mg, 30 min Sumatriptano 6 mg SC, 30-60 min Naratriptano + 4h antes da relação sexual Propranolol (até 240 mg) O propanolol é prescrito se for um paciente com uma vida sexual muito ativa, pois será usado de forma contínua. T R A T A M E N T O C E F A L E I A P O R U S O E X C E S S I V O D E M E D I C A M E N T O S Pacientes com cefaleia primária pré-existente (enxaqueca ou cefaleia tensional) que desenvolvem, em associação com o uso excessivo de medicamentos (não realizam tratamento profilático), um novo tipo de cefaleia ou uma piora significativa da sua cefaleia pré-existente. Considera-se o uso excessivo regular de medicamentos sintomáticos ou agudos para cefaléia - analgésico ou anti-inflamatórios - L A Y A N E S I L V A (em 10 ou mais ou 15 ou mais dias/mês) por mais de três meses. A maioria acaba evoluindo com um padrão de cefaleia diária, que para ser classificada deve-se considerar a frequência de uso e o tipo de medicação: Interromper a medicação em uso excessivo e mude para uma medicação alternativa de uma classe diferente. Limitar o uso de medicamentos agudos a não mais de dois dias por semana ou reduzir gradualmente a medicação aguda à medida que a frequência da dor de cabeça diminui em resposta à terapia preventiva eficaz Um dos principais alvos é a DESCONTINUAÇÃO DA MEDICAÇÃO USADA EM EXCESSO, portanto é necessário também transferir a responsabilidade do tratamento para o paciente, visto que se ele não parar de usar aquela medicação, a cefaleia não vai ser solucionada. O paciente deve iniciar a terapia preventiva ou otimize a terapia preventiva existente e fazer o seguinte: A terapia preventiva da cefaléia deve ser escolhida de acordo com a suspeita de cefaleia primária subjacente (enxaqueca, cefaleia tensional, etc.). T R A T A M E N T O Curiosidade! Na prática pode ser usada 10-15 gotas de Amplictil por 15-30 dias a depender do perfil do paciente + corticoide como Prednisona 20 mg por dia, ou Prednisolona 20 mg, 2 vezes ao dia por 5 dias para ajudar enquanto o tratamento profilático não estará fazendo efeito (2 primeiros meses). Sempre reforçando que ele deve interromper o uso excessivo de medicação para dor.
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