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3 B Ação penal - Copia - Copia

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Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 30 
TÍTULO III - DA AÇÃO PENAL 
 
 AÇÃO PENAL: é o direito de exigir do Estado a prestação da tutela jurisdicional em face do agente 
que praticou ato tipificado como crime ou contravenção penal no ordenamento jurídico. 
 Características da ação penal: 
 Direito subjetivo: inerente a cada indivíduo na sociedade. 
 Autônomo: não se confunde com o direito subjetivo material. 
 Abstrato: independe do autor ter ou não ter razão ao final do processo. 
 Instrumental: a ação é um meio para alcançar um fim que é o acertamento do caso 
penal, através do processo. 
 Público: se dirige contra o Estado e em face do réu. 
 
 CONDIÇÕES DE PROCEDIBILIDADE (OU CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL): são as 
condições que a lei impõe para o exercício da ação penal. Se faltar alguma condição da ação penal, a 
inicial acusatória será rejeitada, conforme dispõe o art. 395, II, do CPP. 
 
 AÇÃO PÚBLICA  Regra  Peça inaugural: denúncia  titularidade do Ministério Público 
(mesmo se for ação penal privada subsidiária da pública) 
 
 AÇÃO PRIVADA  Exceção (só quando a lei dispor)  Peça inaugural: queixa crime  
titularidade do ofendido ou representante legal 
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL 
 PÚBLICA PRIVADA 
 OFICIALIDADE - órgão oficial (MP). Princípio 
da paridade ou igualdades das armas (par condicio) 
é mitigado pelo princípio da oficialidade. 
 
 OBRIGATORIEDADE - MP tem o dever de 
promover a ação penal. 
 
 INDISPONIBILIDADE - MP não pode desistir 
da ação penal, nem de recurso interposto. 
 
 DIVISIBILIDADE - pode “dividir” a denúncia, 
ou seja, denuncia um, depois denuncia outro. 
 
 
 INSTRANSCEDÊNCIA - ação penal deve ser 
promovida contra o autor do fato. Não pode passar 
da pessoa do criminoso. 
 
 
 
 
 OPORTUNIDADE: ofendido não é 
obrigado a propor a ação penal. 
 
 DISPONIBILIDADE: ofendido pode 
desistir de intentar ação penal privada. 
 
 INDIVISIBILIDADE: se intenta ação 
contra um, deve intentar a ação contra todos. 
Não pode dividir. 
 
 INSTRANSCEDÊNCIA - ação penal deve 
ser promovida contra o autor do fato. Não 
pode passar da pessoa do criminoso. 
Lei dos Juizados Especiais – JECRIM (Lei 9.099/1995) 
 A transação penal mitiga o princípio da obrigatoriedade. 
 A suspensão condicional do processo mitiga o princípio da indisponibilidade. 
 
Art. 76 
Transação Penal 
Art. 89 
Suspensão Condicional do Processo 
O princípio da obrigatoriedade é substituído pelo 
princípio da discricionariedade regrada. 
O princípio da indisponibilidade da ação penal 
pública é mitigado. 
A denúncia ainda não foi oferecida. A denúncia já foi oferecida. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 31 
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL 
PÚBLICA PRIVADA 
Titularidade é sempre do MP. 
Titularidade é sempre do ofendido ou de 
seus representantes. 
Ação penal pública incondicionada: 
 
é a regra. O oferecimento da denúncia independe de 
qualquer condição específica. 
Ação penal privada exclusiva, autêntica, 
principal ou propriamente dita: 
 
é aquela que pode ser proposta pelo ofendido, 
seu representante legal ou os legitimados do art. 
31, CPP. 
Ação penal pública condicionada à 
representação: 
 
depende de representação do ofendido ou do CADI 
(cônjuge, ascendente, descendente ou irmão). A 
titularidade da ação penal continua sendo do MP. 
Ação penal privada personalíssima: 
 
é aquela que somente pode ser intentada pelo 
ofendido. Ex: art. 236, CP (induzimento a erro 
essencial e ocultação de impedimento) 
Ação penal pública condicionada à requisição do 
Ministro da Justiça: 
 
A titularidade da ação penal continua sendo do MP. 
Ação penal privada subsidiária da pública: 
 
é aquela intentada pela vítima (ou seu 
representante legal), quando o MP deixa escoar 
o prazo para oferecimento da denúncia (arts. 5º, 
LIX, CF, 100, §3º, CP e 29, CPP). 
 
Mas atenção: A titularidade continua sendo do 
MP. E as regras são as mesmas aplicáveis às 
ações penais públicas (não se aplica perdão, 
renúncia, perempção...) 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 32 
CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL 
 Para que se possa exigir do Estado a tutela jurisdicional para aplicação da pena é necessário que sejam 
preenchidos alguns requisitos para o início do processo penal. 
 Veja bem, o processo penal é o meio utilizado para que o Estado aplique uma sanção penal, ou seja, o titular 
do jus puniendi (poder de punir) sempre vai ser o Estado, mesmo na ação penal privada. 
 Cuidado, novamente, com a titularidade da ação penal. Na ação penal pública a titularidade é do MP. Na 
ação penal privada a titularidade é do ofendido, mas o titular do jus puniendi é o Estado, a vítima vai pleitear 
o interesse do Estado em punir aquele que comete a infração penal. 
 E, de novo, cuidado. Trate da ação penal privada subsidiária da pública como se fosse ação penal pública, 
a única coisa que muda é o legitimado para ingressar com a ação, a titularidade continua sendo do Estado, 
mediante o MP. Além do mais, na ação penal privada subsidiária da pública não se aplica os institutos da 
ação privada, como, renúncia, perdão do ofendido e perempção. 
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Possibilidade jurídica do pedido: a aplicação da sanção penal deve existir, ao menos, em abstrato. Ou 
seja, o pedido da ação penal deve ser admitido pelo direito objetivo. Se o fato não constitui crime, por 
exemplo, a denúncia deve ser rejeitada (art. 395, II). 
Atenção: se o fato é atípico não há possibilidade jurídica do pedido. No entanto, se presentes excludentes 
de ilicitude ou culpabilidade, ainda assim, estará preenchido este requisito. 
Interesse de agir: Efetividade do processo sendo necessário atender o trinômio necessidade, utilidade e 
adequação. Alguns autores colocam a justa causa como parte do interesse de agir. Outros colocam como 
outra espécie de condição genérica da ação penal. 
 Necessidade: referente à ação penal. É necessário o processo penal para aplicação de sanção penal. 
Não se admite a autocomposição. Se já extinta a punibilidade, por exemplo, não há necessidade de 
ação penal. 
 Utilidade: referente à sanção penal e a satisfação do interesse do autor da ação penal. Eficácia da 
atividade jurisdicional para o fim a que se presta. 
 Adequação: escolha da via processual eleita (ação penal pública ou privada) e no pedido de 
aplicação de sanção penal. 
 Justa causa: lastro probatório mínimo, indicando a autoria e a materialidade da infração penal. 
Legitimidade para agir (legitimidade ad causam): pertinência subjetiva da ação. Legitimidade para 
estar no processo no polo ativo e passivo. 
 
NA AÇÃO PENAL PÚBLICA NA AÇÃO PENA PRIVADA 
Polo ativo: Ministério público 
Polo passivo: provável autor do fato 
Polo ativo: ofendido (substitui o Estado) 
Polo passivo: provável autor do fato 
 
O titular do jus puniendi é sempre o Estado. Por isso na ação penal privada o ofendido age em substituição 
processual (legitimidade extraordinária). Não confunda com sucessão processual. 
 Legitimidade ordinária: alguém postula em nome próprio, a defesa de interesse próprio. MP 
na ação penal pública. 
 Legitimidade extraordinária (substituição processual): alguém postula em nome próprio a 
defesa de interesse alheio. Ofendido na ação pena privada. 
 Legitimidade ativa concorrente: mais de uma parte tem legitimidade para ingressar com ação 
penal. Exemplos: sucessão processual do CADI (art. 31); ação penal privada subsidiária da 
pública; crime contra a honra de funcionário público em razão do exercício de suas funções. 
 
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Condições 
específicas da ação 
penal 
(condiçõesde 
procedibilidade) 
São condições para o INÍCIO da ação penal. 
 Representação do ofendido 
 Requisição do Ministro da Justiça 
 Ingresso no território nacional do indivíduo que praticou crime no exterior (art. 7.º, 
§ 2.º, “a”, do CP) 
Condições de 
prosseguibilidade 
da ação penal 
São condições para a CONTINUAÇÃO da ação penal, uma vez que já iniciada. 
 Exemplo: A lei dos juizados (lei 9.099/95) passou a exigir a representação nos crimes 
de lesão corporal leve e culposa, ou seja, a ação penal já havia iniciado, ai surgiu uma 
lei que exigiu que a vítima fizesse a representação para que a ação penal continuasse. 
 A Lei Anticrime tornou o estelionato a ser processado por ação penal pública 
condicionada à representação, portanto, os processos em curso, deverão ter 
representação da vítima, sendo essa, condição de prosseguibilidade da ação penal. 
 
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Art. 24. Nos CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA, 
 esta será promovida por denúncia do Ministério Público, 
 mas dependerá, quando a lei o exigir, 
 de REQUISIÇÃO do Ministro da Justiça, ou 
 de REPRESENTAÇÃO do ofendido ou de 
quem tiver qualidade para representá-lo. 
 
§ 1o No caso de 
 morte do ofendido 
 ou quando declarado ausente por decisão judicial, 
 o direito de representação passará ao 
 cônjuge, ascendente, descendente OU irmão. 
 
§ 2o Seja qual for o crime, 
 quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da 
 União, Estado e Município, 
 a AÇÃO PENAL SERÁ PÚBLICA. 
 
 Art. 25. A representação 
 será IRRETRATÁVEL, 
 depois de OFERECIDA a denúncia. 
 
RETRATAÇÃO - CPP RETRATAÇÃO - LEI MARIA DA PENHA 
A representação será irretratável depois de 
OFERECIDA 
a denúncia 
A representação será irretratável depois de 
RECEBIDA 
a denúncia 
 
Art. 26. A AÇÃO PENAL, 
 nas contravenções, 
 será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria 
 expedida pela autoridade judiciária ou policial. 
 
 
 Trata-se do procedimento judicialiforme, que permite o início da ação penal, nas contravenções 
penais, por meio de portaria da autoridade policial. No entanto, com o advento da CF/88, a 
titularidade exclusiva da ação penal é do MP (art. 129, I, CF), não se permitindo mais o início da ação 
penal por meio de portaria. Portanto, tal artigo não foi recepcionado (revogado) pela CF/88. 
 
 Atenção, toda contravenção penal é processada por meio de AÇÃO PENAL PÙBLICA. 
 
Art. 27. Qualquer pessoa do povo PODERÁ provocar a iniciativa do Ministério Público, 
 nos casos em que caiba a ação pública, 
 fornecendo-lhe, por escrito, 
 informações sobre o fato e a autoria 
 e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. 
 
 
CADI 
Será irretratável depois de 
oferecida, não é recebida. 
Vogal com vogal 
(Irretratável - Oferecida) 
Não é o 
inquérito. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 35 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, 
 ao invés de apresentar a denúncia, 
 REQUERER o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de 
informação. 
 o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, 
 fará remessa do inquérito ou peças de informação ao PROCURADOR-GERAL, 
e este 
 oferecerá a denúncia, 
 designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, 
 ou insistirá o pedido de arquivamento, 
 ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
 
Súmula 696 – STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, 
mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-
Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal. 
INFO 558 – STJ: Se membro do Ministério Público Federal (MPF), atuando no Superior Tribunal de 
Justiça (STJ), requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação que 
tramitem originariamente perante esse Tribunal Superior, este, mesmo considerando improcedentes as 
razões invocadas, deverá determinar o arquivamento solicitado, sem a possibilidade de remessa para o 
Procurador-Geral da República, não se aplicando o art. 28 do CPP, visto que os membros do MPF 
atuam por delegação do Procurador-Geral da República na instância especial. Assim, em decorrência do 
sistema acusatório, nos casos em que o titular da ação penal se manifesta pelo arquivamento de inquérito 
policial ou de peças de informação, não há alternativa, senão acolher o pedido e determinar o 
arquivamento. 
 
 
 
 
 
Ministério 
Público 
MP oferece a 
denúncia 
MP requer 
arquivamento 
Juiz recebe a 
denúncia 
Juiz concorda com 
o arquivamento 
Arquiva o IP ou 
peça de informação 
Juiz não concorda 
com o 
arquivamento 
Juiz remete ao 
PGJ 
PGJ oferece a 
denúncia 
PGJ designa outro 
membro do MP 
PGJ insiste no 
arquivamento 
(nesse caso o juiz é 
obrigado a arquivar) 
 Arquivamento de IP só por decisão judicial. 
 MP e autoridade policial não podem arquivar IP. 
 Se o “titular” da ação penal for o próprio PGR ou PGJ, 
e estes requererem o arquivamento, não terá aplicação 
o art. 28 do CPP, devendo o juiz acatar o 
arquivamento. 
O art. 28 foi revogado pela Lei Anticrime. 
Mas, devido sua importância para efeitos de comparação, vou 
deixar aqui. 
ART. 28 REVOGADO 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 36 
ANTES 
DA LEI ANTICRIME 
DEPOIS 
DA LEI ANTICRIME 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de 
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o 
juiz, no caso de considerar improcedentes as razões 
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de 
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a 
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público 
para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao 
qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer elementos 
informativos da mesma natureza, o órgão do 
Ministério Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a instância de 
revisão ministerial para fins de homologação, 
na forma da lei. 
 Ministério Público requeria o arquivamento ao juiz, que 
homologava ou não. 
 Arquivamento realizado na justiça 
 MP ordena o arquivamento e remete os 
autos à instância de revisão ministerial 
para fins de homologação. 
 Arquivamento realizado no âmbito do 
Ministério Público. 
 
Art. 28. ORDENADO O ARQUIVAMENTO 
 do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, 
 o órgão do Ministério Público 
 comunicará 
 à vítima, 
 ao investigado e 
 à autoridade policial e 
 encaminhará 
 os autos para a instância de revisão ministerial 
 para fins de homologação, na forma da lei. 
 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, 
 não concordar com o arquivamento do inquérito policial, 
 poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, 
 submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, 
 conforme dispuser a respectiva lei orgânica. 
 
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão 
do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua 
representação judicial. 
 
 
 
 
 
Ministério 
Público 
MP oferece a 
denúncia 
MP requer 
arquivamento 
Juiz das Garantias tem 
competência até o 
recebimento da 
denúncia. 
Vítima 
concorda com o 
arquivamento 
Envia para instância de revisão do 
MP homologar. 
Vítima 
não concorda 
com o arquivamento 
Poderá, no prazo de 30 dias do 
recebimento da comunicação, enviar 
a instância de revisãoministerial 
para alterar a decisão de: 
 arquivamento ou 
 de não proposição da acordo 
de persecução penal 
Com o recebimento da denúncia, 
cessa a competência do juiz das 
garantias e juiz da instrução e 
julgamento assume. 
 Juiz não participa mais da decisão de 
arquivamento. 
 Atenção: o juiz das garantias poderá 
determinar o trancamento do inquérito 
policial (art. 3º - B, III). 
MP não propõe 
acordo de não 
persecução penal 
Investigado não 
concorda com a não 
proposição da acordo 
de persecução penal 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 37 
 O acordo de não persecução penal é um instituto despenalizador (ou seja, evita a imposição da pena 
privativa de liberdade). 
 Persecução penal é o procedimento criminal que engloba as fases de investigação criminal (inquérito 
policial) e processo penal (ação penal). 
 Portanto, o acordo de não persecução penal tem a intenção de mitigar o princípio da obrigatoriedade 
da ação penal, fazendo com que o Ministério Público não ofereça a denúncia. 
 O acordo de não persecução penal é uma faculdade do MP, não uma obrigação. Eventual 
jurisprudência pode interpretar o dispositivo como direito subjetivo, no entanto, a lei diz PODERÁ. 
 Requisitos para celebração do acordo de não persecução penal: 
 Não pode ser o caso de arquivamento; 
 Não pode ser o caso das situações do art. 28-A, § 2º; 
 Confissão formal e circunstancial; 
 A infração penal (crime ou contravenção) não pode envolver violência ou grave 
ameaça (a lei é silente se a violência ou grave ameaça é contra pessoa ou coisa); 
 A infração penal deve ter pena mínima inferior a 4 anos (serão consideradas as 
causas de aumento e diminuição); 
 O instituto despenalizador deve ser necessário e suficiente para REPROVAÇÃO e 
PREVENÇÃO do crime; 
 Condições (cumulativas e alternativas). 
 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento 
 e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente 
 a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça 
 e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, 
 o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, 
 desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, 
 mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: 
 
I - REPARAR 
 o dano ou restituir a coisa à vítima, 
 exceto na impossibilidade de fazê-lo; 
 
II - RENUNCIAR 
 voluntariamente a bens e direitos 
 indicados pelo Ministério Público 
 como instrumentos, produto ou proveito do crime; 
 
III - PRESTAR 
 serviço à comunidade ou a entidades públicas 
 por período correspondente 
 à pena mínima cominada ao delito 
 diminuída de um a dois terços, 
 em local a ser indicado pelo juízo da execução, 
 na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940; 
 
IV - PAGAR 
 prestação pecuniária, 
 a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo 
juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens 
jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou 
 
V - CUMPRIR, 
 por prazo determinado, 
 outra condição indicada pelo Ministério Público, 
 desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 38 
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão 
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. 
 
§ 2º O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA nas seguintes hipóteses: 
 
I - se for cabível 
 transação penal 
 de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; 
 
II - se o investigado 
 for reincidente 
 ou se houver elementos probatórios que indiquem 
 conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, 
 exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; 
 
III - ter sido o agente 
 beneficiado nos 5 anos anteriores 
 ao cometimento da infração, em 
 acordo de não persecução penal, 
 transação penal ou 
 suspensão condicional do processo; e 
 
IV - nos crimes praticados 
 no âmbito de violência doméstica ou familiar, 
 ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino, 
 em favor do agressor. 
 
 
§ 3º O acordo de não persecução penal 
 será formalizado por escrito 
 e será firmado pelo 
 membro do Ministério Público, 
 pelo investigado e 
 por seu defensor. 
 
 
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, 
 será realizada audiência 
 na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, 
 por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua 
legalidade. 
 
§ 5º SE O JUIZ CONSIDERAR 
 inadequadas, insuficientes ou abusivas 
 as condições dispostas no acordo de não persecução penal, 
 devolverá os autos ao Ministério Público 
 para que seja reformulada a proposta de acordo, 
 com concordância do investigado e seu defensor. 
 
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, 
 o juiz devolverá os autos ao Ministério Público 
 para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. 
 
 
Não se aplica o acordo 
de não persecução 
penal: 
 
 Transação penal 
 Reincidente (exceto se 
insignificante). 
 Conduta criminal 
habitual, reiterada ou 
profissional (exceto se 
insignificante) 
 Beneficiado nos 5 
anos anteriores 
(acordo de não 
persecução penal, 
transação penal ou 
suspensão condicional 
do processo) 
 Crimes com violência 
doméstica ou familiar 
 Crimes contra a 
mulher por razões da 
condição do sexo 
feminino. 
Juiz não atua na celebração do 
acordo de não persecução 
penal. 
Apenas homologa e analisa a 
voluntariedade e a legalidade. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 39 
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta 
 que não atender aos requisitos legais 
 ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste 
artigo. 
 
Hipóteses de recusa de homologação pelo juiz 
 
 Proposta de acordo de não persecução penal que não atende aos requisitos legais. 
 Proposta de acordo de não persecução penal com condições inadequadas, insuficientes ou abusivas 
(mas investia=gado e defensor devem concordar). 
 
§ 8º Recusada a homologação, 
 o juiz devolverá os autos ao Ministério Público 
 para a análise da necessidade de complementação das investigações 
 ou o oferecimento da denúncia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
§ 9º A vítima será intimada da 
 homologação do acordo de não persecução penal 
 e de seu descumprimento. 
 
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, 
 o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, 
 para fins de sua rescisão e 
 posterior oferecimento de denúncia. 
 
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado 
 também poderá ser utilizado pelo Ministério Público 
 como justificativa 
 para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. 
 
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal 
 não constarão de certidão de antecedentes criminais, 
 exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. 
 
§ 13. Cumprido integralmente 
 o acordo de não persecução penal, 
 o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. 
 
§ 14. No caso de recusa, 
 por parte do Ministério Público, 
 em propor o acordo de não persecução penal, 
 o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, 
 na forma do art. 28 deste Código 
 
Juiz recusa 
homologação 
Devolve os 
autos ao MP 
MP complementa as investigações para 
depois oferecera denúncia. 
MP oferece a denúncia. 
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Art. 29. Será admitida AÇÃO PRIVADA NOS CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA, 
 se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao MP 
 ADITAR a QUEIXA, 
 REPUDIÁ-LA e OFERECER denúncia substitutiva, 
 INTERVIR em todos os termos do processo, 
 FORNECER elementos de prova, 
 INTERPOR recurso e, 
 a todo tempo, no caso de negligência do querelante, 
RETOMAR a ação como parte principal. 
 
 
 O art. 29 trata da ação penal privada subsidiária da pública. 
 Trata-se de direito fundamental, previsto no art. 5º, inc. LIX da CF: será admitida ação privada nos 
crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. 
 Atenção: a titularidade dessa ação penal continua sendo do MP. 
 Atenção: se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, tanto o MP, quanto o ofendido 
ou seu representante legal, poderão oferecer a denúncia (legitimidade concorrente). 
 Atenção: Não intentada a ação penal no prazo legal, caberá ação privada no prazo de 6 meses após 
o prazo do MP ter se esgotado. Após esse prazo a legitimidade volta exclusivamente para o MP, por 
isso a doutrina considera esse prazo como decadência imprópria, já que não há decadência do 
direito, portanto, não há extinção da punibilidade. 
 
Art. 30. Ao OFENDIDO ou a quem tenha qualidade para representá-lo CABERÁ intentar a AÇÃO 
PRIVADA. 
 
A iniciativa depende exclusivamente do ofendido, já que vige o princípio da oportunidade nesse tipo 
de ação penal. O ofendido avaliará a conveniência e oportunidade. 
São espécies de ação penal privada: 
 
 EXCLUSIVA, autêntica, principal ou propriamente dita: é aquela que somente pode ser 
proposta pelo ofendido, seu representante legal ou os legitimados do art. 31, CPP. 
 PERSONALÍSSIMA: é aquela que só pode ser intentada pelo ofendido. Ex: art. 236, CP 
(induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento) 
 SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: é aquela intentada pela vítima (ou seu representante legal), 
quando o MP deixa escoar o prazo para oferecimento da denúncia (arts. 5º, LIX, CF, 100, ,§3º, 
CP e 29, CPP) 
 
 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, 
 o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao, 
 CÔNJUGE, ASCENDENTE, DESCENDENTE OU IRMÃO. (CADI) 
 
 
Art. 32. Nos crimes de ação privada, 
 o juiz, 
 a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, 
 nomeará advogado para promover a ação penal. 
 
§ 1o Considerar-se-á POBRE 
 a pessoa que não puder prover às despesas do processo, 
 sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família. 
 
§ 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir o 
ofendido. 
Em regra, o prazo para 
oferecimento da denúncia 
será de 
 5 dias, estando o réu 
preso e 
 15 dias, estando o 
réu solto 
 
Sucessão 
processual 
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Art. 33. Se o OFENDIDO for 
 menor de 18 (dezoito) anos, 
 ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, 
 e não tiver representante legal, 
 OU colidirem os interesses deste com os daquele, 
 o direito de queixa poderá ser exercido por CURADOR ESPECIAL, 
nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
 pelo JUIZ competente para o processo penal. 
 
Art. 34. Se o OFENDIDO 
 for menor de 21 e maior de 18 anos, 
 o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. 
 
Art. 35. (Revogado pela Lei 9.520, de 1997). 
 
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, 
 TERÁ PREFERÊNCIA O CÔNJUGE, 
 e, em seguida, 
 o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, 
 podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, 
 caso o querelante desista da instância ou a abandone. 
 
 
 
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas 
 PODERÃO EXERCER A AÇÃO PENAL, 
 devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos 
designarem ou, 
 no silêncio destes, 
 pelos seus diretores ou sócios-gerentes. 
 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, 
 o ofendido, ou seu representante legal, 
 DECAIRÁ no direito de queixa ou de representação, 
 se não o exercer DENTRO DO PRAZO DE 6 MESES , 
 CONTADO 
 do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, 
 no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para 
o oferecimento da denúncia. 
 
DECADÊNCIA 
PRÓPRIA 
Ocorre quando o agente não exerce o direito de queixa dentro do prazo de 6 
meses, contado do dia em que o ofendido souber quem é o autor da infração 
penal. 
DECADÊNCIA 
IMPRÓPRIA 
Ocorre quando o agente, após esgotar o prazo do MP para oferecer a 
denúncia, não propõe a ação penal privada subsidiária da pública. Nesse 
caso, o lapso temporal de 6 meses conta-se a partir do dia que acaba o prazo 
para o MP oferecer a denúncia. 
 
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, 
nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31. 
 
 
CADI 
1º - Cônjuge 
2º - Ascendente 
3º - Descendente 
4º - Irmão 
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Art. 39. O DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
 poderá ser exercido, 
 pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, 
 mediante declaração, 
 escrita ou oral, 
 feita 
 ao juiz, 
 ao órgão do Ministério Público, 
 ou à autoridade policial. 
 
 A representação dispensa formalidades, “bastando que haja a manifestação de vontade da vítima ou 
de seu representante legal, demonstrando a intenção de ver o autor do fato delituoso processado 
criminalmente” (STJ) e doutrina majoritária. 
 A simples elaboração do boletim de ocorrência já é o suficiente para caracterizar a representação. 
 Não precisa de advogado. 
 
§ 1o A representação feita 
 oralmente ou por escrito, 
 sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante 
legal ou procurador, 
 será reduzida a termo, 
 perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, 
 quando a este houver sido dirigida. 
 
§ 2o A representação 
 conterá TODAS AS INFORMAÇÕES 
 que possam servir à APURAÇÃO DO FATO e da AUTORIA. 
 
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, 
 a AUTORIDADE POLICIAL 
 procederá a inquérito, 
 ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. 
 
 
§ 4o A representação, 
 quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, 
 será remetida à AUTORIDADE POLICIAL 
 para que esta proceda a inquérito. 
 
§ 5o O órgão do Ministério Público 
 DISPENSARÁ O INQUÉRITO, 
 se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover 
a ação penal, 
 e, neste caso, 
 oferecerá a denúncia no prazo de 15 dias. 
 
 Extrai-se desse parágrafo uma das características do inquérito policial, que é a dispensabilidade, 
visto que se existirem elementos de informação suficientes para o exercício da ação penal, o IP não 
se faz necessário. 
 Atenção: IP é DISPENSÁVEL. O objetivo do IP é subsidiar a ação penal com elementos suficientes 
para embasar a ação penal. Se o MP já possuir esses elementos (mediante a própria representação, 
por exemplo), o IP será dispensável. É difícil ocorrer na prática, mas para fins de prova é importante. 
 
 
 
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Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, 
 OS JUÍZES ou TRIBUNAIS verificarem a existência de crime de ação pública, 
 remeterão ao MINISTÉRIO PÚBLICO 
 as cópias e os documentos necessários 
 ao OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. 
 
Art. 41.A DENÚNCIA ou QUEIXA conterá 
 a exposição do FATO CRIMINOSO, com todas as suas circunstâncias, 
 a QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO ou esclarecimentos pelos quais se possa 
identificá-lo, 
 a CLASSIFICAÇÃO DO CRIME 
 e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
 
 
Art. 42. O Ministério Público 
 NÃO poderá 
desistir da ação penal. 
 
 
O art. 42 submete-nos ao princípio da indisponibilidade da ação penal pública, visto que o MP não 
age em nome próprio, mas sim como representante do Estado (jus persequendi). 
 
EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA 
INDISPONIBILIDADE 
EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA 
OBRIGATORIEDADE 
Suspensão condicional do processo (JECRIM) Transação penal (JECRIM) 
 
 
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Art. 44. A QUEIXA 
 poderá ser dada por procurador com poderes especiais, 
 devendo constar do instrumento do mandato 
 o nome do querelante e 
 a menção do fato criminoso, 
 salvo quando tais esclarecimentos 
dependerem de diligências que devem ser 
previamente requeridas no juízo criminal. 
 
 Para que seja protocolizada queixa-crime é necessária capacidade postulatória. 
 A procuração outorgada pelo querelante ao seu advogado para o ajuizamento de queixa-crime é uma 
procuração com poderes especiais. 
 Na procuração, deve constar o “nome do querelado” e a “menção ao fato criminoso”, mas 
cuidado, a letra da lei fala QUERELANTE. 
 Para o STJ, “menção ao fato criminoso” significa que, na procuração, basta que seja mencionado o 
tipo penal ou o nome iuris do crime, não precisando identificar a conduta. 
 Para o STF, “menção ao fato criminoso” significa que, na procuração, deve ser individualizado o 
evento delituoso, não bastando que apenas se mencione o nomen iuris do crime. 
 Caso haja algum vício na procuração para a queixa-crime, o STF e STJ entendem que o vício deve 
ser corrigido antes do fim do prazo decadencial de 6 meses, sob pena de decadência e extinção da 
punibilidade. (Fonte: Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito) 
 
 
 
 
Não é para 
autoridade policial. 
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Art. 45. A QUEIXA, 
 ainda quando a AÇÃO PENAL FOR PRIVATIVA DO OFENDIDO, 
 poderá ser aditada pelo 
 Ministério Público, 
 a quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do processo. 
 
 
 
 
Art. 46. O prazo para OFERECIMENTO DA DENÚNCIA, 
 
 estando o réu PRESO será de 5 DIAS, 
 contado da data em que o órgão do Ministério 
Público receber os autos do inquérito policial, 
 
 e de 15 DIAS, se o réu estiver SOLTO ou afiançado. 
 
 No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), 
 contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber 
novamente os autos. 
 
OFERECIMENTO DA DENÚNCIA 
Preso 5 dias 
Contado: dia em que o MP receber o IP, ou se dispensá-lo, do dia em que 
receber as peças de informação ou a representação 
Solto 15 dias 
Contado: dia em que o MP receber o IP (regra) 
Contado: se MP dispensar o IP, do dia em que receber as peças de informação 
ou a representação 
Se o MP devolver o IP, conta do dia em que o MP receber novamente o IP. 
 
§ 1o Quando o Ministério Público 
 DISPENSAR o inquérito policial, 
 o prazo para o oferecimento da denúncia 
 contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a 
representação 
 
§ 2o O prazo para o ADITAMENTO DA QUEIXA 
 será de 3 DIAS, 
 contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, 
 e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, 
 ENTENDER-SE-Á que não tem o que aditar, 
 prosseguindo-se nos demais termos do processo. 
 
ATENÇÃO 
Mesmo sendo ação penal privada, o MP pode aditar e intervir. 
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PRAZO PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA 
REGRA 
GERAL 
PRESO 
 
5 DIAS 
SOLTO 
 
15 DIAS 
 
 
 
REGRAS 
ESPECIAIS 
 
 
 10 dias - Crime eleitoral (art. 357, Código Eleitoral) 
 10 dias - Crimes de imprensa (art. 40, §1º, Lei nº 5.250/67) 
 10 dias - Lei de drogas (art. 54, III, Lei nº 11.434/06) 
 2 dias - Crimes contra a economia popular (art. 10, §2º, Lei nº 1.579/52) 
 48 horas - Lei de abuso de autoridade (art. 13, Lei 4.898/65) 
 
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos 
complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer 
autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los. 
 
Art. 48. A QUEIXA 
 contra qualquer dos autores do crime OBRIGARÁ ao processo de todos, 
 e o Ministério Público velará pela sua INDIVISIBILIDADE. 
 
 Trata-se da aplicação do princípio da indivisibilidade, já que se houver renúncia a um dos 
querelados, a todos se estenderá. Nesse sentido, incide a renúncia se o querelante, em crime 
contra a honra praticado em e-mail, protocola queixa contra apenas um dos querelados, mesmo 
sendo identificados os demais (STJ, RHC 26.752-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 
18/2/2010) 
 
 Lembrando que 
 Ação penal privada  indivisibilidade / disponibilidade 
 Ação penal pública  divisibilidade / indisponibilidade 
 
 Justamente pelo fato da indivisibilidade da ação penal privada, se o querelante RENUNCIA o direito 
de queixa, essa renúncia se estende a todos os querelados. 
 
 
Art. 49. A RENÚNCIA ao exercício do direito de queixa, 
 em relação a um dos autores do crime, 
 a todos se estenderá. 
 
Art. 50. A RENÚNCIA EXPRESSA constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu 
representante legal ou procurador com poderes especiais. 
 
Parágrafo único. A RENÚNCIA do representante legal do menor 
 que houver completado 18 anos 
 não privará este do direito de queixa, 
 nem a renúncia do último excluirá o direito 
do primeiro. 
 
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Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito 
em relação ao que o recusar. 
 
PERDÃO DA VÍTIMA RENÚNCIA 
 
 Extingue a punibilidade nas ações 
exclusivamente privada e privada 
personalíssima; 
 Está vinculado ao princípio da 
disponibilidade; 
 Ato bilateral: depende de aceitação; 
 É processual; 
 Pode ser tácito ou expresso. 
 O perdão concedido a um dos corréus 
estender-se-á aos demais, desde que haja 
aceitação. 
 
 Extingue a punibilidade nas ações 
exclusivamente privada e privada 
personalíssima; 
 Está vinculado ao princípio da oportunidade; 
 
 Ato unilateral: independe de aceitação; 
 É pré-processual; 
 Pode ser tácito ou expresso. 
 A renúncia concedida a um dos corréus 
estende-se aos demais. 
 
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido por 
ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não 
produzirá efeito. 
 
Artigo revogado tacitamente com a entrada em vigor do Código Civil em 2002 
 
Art. 53. Se o QUERELADO for mentalmente enfermo ou retardado mental 
 e NÃO TIVER representante legal, 
 ou COLIDIREM OS INTERESSES deste com os do querelado, 
 a aceitação do perdão CABERÁ AO CURADOR que o juiz Ihe nomear. 
 
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no 
art. 52. 
 
Art. 55. O PERDÃO poderá ser aceito por procurador com poderes especiais. 
 
Não necessita ser o advogado constituído pelo querelado, bastando que seja pessoa nomeada 
procuradora pelo querelante, com poderes especiais para aceitar o perdão 
 
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50. 
 
Art. 57. A RENÚNCIA TÁCITA e o PERDÃO TÁCITO admitirão todos os meios de prova. 
 
Art. 58. CONCEDIDO O PERDÃO, 
 mediante declaração expressa nos autos, 
o querelado será intimado a dizer, 
 dentro de 3 DIAS, 
 se o aceita, 
 devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que O SEU 
SILÊNCIO IMPORTARÁ ACEITAÇÃO. 
 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. 
 
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por 
seu representante legal ou procurador com poderes especiais. 
 
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Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante QUEIXA, considerar-se-á PEREMPTA a ação 
penal: 
 
I - quando, iniciada esta, 
 o querelante DEIXAR de promover o andamento do processo 
 durante 30 DIAS SEGUIDOS; 
 
II – quando falecendo o querelante, 
 ou sobrevindo sua incapacidade, 
 NÃO COMPARECER EM JUÍZO, para prosseguir no processo, 
 dentro do prazo de 60 DIAS, 
 qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 
36; (CADI) 
 
III - quando o querelante 
 DEIXAR DE COMPARECER, sem motivo justificado, 
 a qualquer ato do processo a que deva estar presente, 
 ou 
 DEIXAR DE FORMULAR o pedido de condenação nas alegações finais; 
 
 
IV – quando, sendo o QUERELANTE PESSOA JURÍDICA, esta se extinguir sem deixar 
sucessor. 
 
 CUIDADO: Perempção é só na ação penal privada. Não se aplica na pública, nem na ação penal 
privada subsidiária da pública. 
 A perempção, conforme leciona Guilherme Nucci, “funciona como autêntica penalidade imposta ao 
negligente querelante, incapaz de conduzir corretamente a ação penal, da qual é titular”. 
 
Art. 61. Em QUALQUER FASE DO PROCESSO, 
 o juiz, 
 se reconhecer extinta a punibilidade, 
 deverá declará-lo de ofício. 
 
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, 
 o juiz mandará autuá-lo em apartado, 
 OUVIRÁ a parte contrária e, 
 SE O JULGAR CONVENIENTE, 
 concederá o prazo de 5 DIAS para a prova, 
 proferindo a decisão dentro de 5 DIAS 
 ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final. 
 
Art. 62. No caso de morte do acusado, 
 o juiz somente à vista da certidão de óbito, 
 e depois de ouvido o Ministério Público, 
 declarará extinta a punibilidade. 
 
 A decisão que, com base em certidão de óbito falsa, julga extinta a punibilidade do réu pode ser 
revogada, dado que não gera coisa julgada em sentido estrito. 
 CPP adota, como regra geral, o sistema da persuasão racional, ou sistema do livre convencimento 
baseado em provas, na forma do art. 155 do CPP. 
 Todavia, em alguns casos, o CPP se remete ao sistema da prova tarifada, quando, por exemplo, exige 
a certidão de óbito para a prova da morte com vistas à extinção da punibilidade (art. 62 do CPP). O 
mesmo se dá com relação à prova do estado civil das pessoas, que exige o cumprimento das restrições 
impostas pela lei civil, na forma do art. 155, § único do CPP. 
Cuidado com essa 
hipótese, 
normalmente, é 
esquecida. 
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JURISPRUDÊNCIA / ANOTAÇÕES - AÇÃO PENAL 
 
Súmula 594 - STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, 
pelo ofendido ou por seu representante legal. 
 
Súmula 714 - STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, 
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público 
em razão do exercício de suas funções. 
 
Súmula 234 - STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não 
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
 
Súmula 542 - STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica 
contra a mulher é pública incondicionada. 
 
LESÃO CORPORAL - PROCESSAMENTO 
Grave ou gravíssima Ação penal pública, sempre 
Leve ou culposa 
Ação penal pública condicionada à representação 
(art. 88 da lei 9.099/95) 
Leve ou culposa resultante de violência 
doméstica contra a mulher 
Ação penal pública 
(súmula 542 - STJ) 
 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES / STJ 
 
1) É desnecessária a remessa de cópias dos autos ao Órgão Ministerial prevista no art. 40 do CPP, que, 
atuando como custos legis, já tenha acesso aos autos. 
 
2) É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. 
 
3) O tipo penal previsto pelo art. 2º, §1º, da Lei n. 12.850/2013 define conduta delituosa que abrange o 
inquérito policial e a ação penal. 
 
4) Não se admite a pronúncia de acusado fundada exclusivamente em elementos informativos obtidos na 
fase inquisitorial. 
 
 
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LEI ANTICRIME – CRIME DE ESTELIONATO 
 
Art. 171. § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: 
 
I - a Administração Pública, direta ou indireta; 
 
II - criança ou adolescente; 
 
III - pessoa com deficiência mental; ou 
 
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pela disposição do § 5º no final do tipo penal, contata-se que todos os crimes de estelionato (caput e 
parágrafos) serão processados por ação penal pública condicionada a representação, exceto nos casos 
elencados no § 5º. 
 Trata-se de um exemplo de condição de prosseguibilidade, uma condição necessária para o 
prosseguimento do processo, ou seja, o processo já está em andamento e a condição deve ser 
implementada para que o processo siga seu curso normal. Outro exemplo de condição de 
prosseguibilidade é a lei dos juizados (lei 9.099/95) que passou a exigir a representação nos crimes de 
lesão corporal leve e culposa. 
 Atenção: a representação é condição de procedibilidade da ação penal. Ou seja, os crimes de 
estelionato cometido após vigência da Lei Anticrime terão a representação como condição de 
procedibilidade da ação penal. 
 Para os processos em curso, desde que não se enquadre nas hipóteses do § 5º, a exigência de 
representação é norma mais favorável ao réu, portanto, retroagirá para alcançar os crimes 
cometidos antes da sua vigência e será condição de prosseguibilidade da ação penal. 
 
Crimes de estelionato cometidos 
antes da Lei Anticrime 
Crimes de estelionato cometidos 
 depois da Lei Anticrime 
 Serão processados por ação penal pública 
condicionada à representação, como regra. 
 A representação será condição de 
prosseguibilidade. 
 Serão processados por ação penal pública 
condicionada à representação, como regra. 
 A representação será condição de 
procedibilidade.. 
Serão processados por ação penal pública 
incondicionada se a vítima for: 
 Administração Pública, direta ou indireta; 
 Criança ou adolescente; 
 Deficiente mental (não é qualquer 
deficiente); 
 Maior de 70 (setenta) anos; 
 Incapaz. 
Serão processados por ação penal pública 
incondicionada se a vítima for: 
 Administração Pública, direta ou 
indireta; 
 Criança ou adolescente; 
 Deficiente mental (não é qualquer 
deficiente); 
 Maior de 70 (setenta) anos; 
 Incapaz.

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