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Complexo dentino pulpar endodontia @odontobyeve A dentina constitui o tecido mineralizado. A porção coronária é recoberta por uma camada de esmalte, e a região radicular é revestida pelo cemento. Interiormente, a dentina delimita uma cavidade que contém a polpa dental. A dentina é branco amarelada e é a responsável pela cor do dente, que varia de acordo com o grau de mineralização, idade, pigmentos endógenos e exógenos. Quando a polpa perde a vitalidade, a cor do dente se modifica. Após a extirpação pulpar ou mesmo pela ação de alguns medicamentos usados no tratamento endodôntico, o dente se torna acinzentado. As hemorragias pulpares decorrentes de traumatismos, como sequelas de tratamento endodôntico ou fraturas dentárias, podem deixar a coroa enegrecida. A dentina é um tecido menos mineralizado do que o esmalte e mais mineralizado do que o osso e o cemento. As diferenças entre dentina, esmalte e osso podem ser observadas nas imagens radiográficas com diferentes graus de radiopacidade; no entanto, dentina e cemento apresentam grau de radiopacidade semelhante. A elasticidade da dentina compensa a rigidez do esmalte, evitando que ele frature ao amortecer os impactos mastigatórios. Sua permeabilidade é outra importante característica da dentina, pois a presença dos túbulos dentinários permite a penetração relativamente fácil de elementos externos, tais como micro- organismos. A cavidade pulpar é dividida em câmara pulpar coronária e canais radiculares. A forma da câmara pulpar corresponde à da coroa do dente, com extensões para as extremidades incisais e topos das cúspides. A polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo de consistência gelatinosa que, no forame apical, se comunica com os tecidos periodontais. Por estar alojada em uma rígida estrutura calcificada, a polpa não pode expandir-se, e assim, quando inflamada, desencadeia um processo doloroso com características que, muitas vezes, podem indicar o grau de comprometimento pulpar. Os forames apicais de dentes recém-erupcionados são amplamente abertos, e tardiamente, com a completa formação do ápice, tornam-se mais estreitos. Características gerais Estrutura do complexo dentino-pulpar Dentina primária A dentina do manto e a dentina circumpulpar, que se formam até o fechamento do ápice radicular, constituem a dentina primária. Dentina do manto A dentina do manto é a primeira dentina sintetizada pelos odontoblastos recém-diferenciados, localizada abaixo do esmalte e do cemento. É menos calcificada do que a circumpulpar, e contém as ramificações terminais dos túbulos dentinários e, por isso, eles são mais numerosos nessa localização. Dentina circumpulpar Após a mineralização da dentina do manto, os odontoblastos começam a se deslocar centripetamente e a depositar a dentina circumpulpar, que constitui o maior volume do dente e se estende até a pré- dentina. Túbulos dentinários Os túbulos dentinários são estruturas cilíndricas delgadas que se estendem por toda a espessura da dentina desde a polpa até a união amelodentinária ou cementodentinária. Os túbulos são formados por uma parede de dentina e dentro deles se encontram o líquido tecidual (fluido dentinário) e o prolongamento principal dos odontoblastos (processo odontoblástico). A configuração dos túbulos indica o curso seguido pelos odontoblastos durante a dentinogênese. Dentina intratubular (peritubular) Os túbulos dentinários estão limitados por uma parede denominada dentina intratubular altamente mineralizada e nitidamente demarcada da dentina intertubular. A dentina intratubular se deposita centripetamente em relação ao túbulo dentinário de maneira lenta e gradual. As regiões dentinárias submetidas a estímulos persistentes e não muito graves, como as cáries de evolução lenta, podem aumentar a quantidade de dentina intratubular, chegando a obliterar totalmente os túbulos. Essa dentina de aparência cristalina é chamada de esclerosada ou translúcida. Conteúdo dos túbulos dentinários O revestimento dos túbulos dentinários é constituído por um material orgânico e hipomineralizado, denominado lâmina limitante. Os processos odontoblásticos no interior dos túbulos dentinários são circundados por um espaço preenchido pelo fluido dentinário e alguns constituintes orgânicos como fibras colágenas. Dentina intertubular A dentina intertubular se distribui entre os túbulos dentinários e, fundamentalmente, é formada por fibras de colágeno que constituem uma malha fibrilar na qual se depositam os cristais de hidroxiapatita. Essa matriz constitui a matéria orgânica da dentina. Linhas incrementais de crescimento Assim como o osso, a dentina cresce continuamente por aposição. Esse tipo de crescimento determina a formação de linhas incrementais. As linhas incrementais são bem observadas em cortes longitudinais de dentes preparados por desgaste. As linhas maiores são as linhas de contorno de Owen e as menores são as linhas de Von Ebner. Dentina interglobular Os espaços interglobulares, de tamanhos variáveis, são áreas que se formam por defeito de mineralização da dentina devido à falta de fusão dos calcosferitos ou glóbulos de mineralização. Camada granulosa de Tomes Em dentes preparados por desgaste, é possível observar, ao microscópio de luz, grânulos escuros na interface entre a dentina e o cemento, que caracterizam a camada granulosa de Tomes. Dentina secundária A dentina secundária se deposita mais lentamente do que a dentina primária e sua produção continua durante toda a vida do dente. A dentina secundária se forma por dentro da dentina circumpulpar em toda a periferia da câmara pulpar. Sua deposição diminui progressivamente o tamanho da câmara pulpar e, consequentemente, diminui o número de odontoblastos por mecanismo de apoptose. Dentina terciária A dentina terciária é a que se forma mais internamente, alterando a morfologia da câmara pulpar nas regiões onde existe um estímulo localizado. Esse tipo de dentina é produzido pelas células diretamente relacionadas com o estímulo nocivo, formando uma barreira entre a polpa e o local afetado. A dentina terciária formada por odontoblastos é denominada dentina reacional, e a dentina que se forma por células recém-diferenciadas, semelhantes aos odontoblastos, denomina-se dentina reparadora. A quantidade e a qualidade de dentina terciária que se produz dependem da duração e da intensidade do estímulo; quanto mais acentuados esses fatores, mais rápida e irregular será a aposição da dentina. endodontia @odontobyeve A polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. As principais células da polpa são odontoblastos, fibroblastos, ectomesenquimais indiferenciadas e macrófagos. Pré-dentina A pré-dentina, uma camada de dentina não mineralizada, localizada entre os odontoblastos e a dentina circumpulpar, é constituída pelos prolongamentos citoplasmáticos, acompanhados por fibras nervosas amielínicas e matriz orgânica dentinária. A pré-dentina, localizada entre a dentina mineralizada e a polpa, evita que ocorra reabsorção pelo contato entre essas duas estruturas. JUNÇÃO AMELODENTINÁRIA E CEMENTODENTINÁRIA O limite amelodentinário se distingue como uma linha festonada, bem nítida, entre esmalte e dentina, dois tecidos de estrutura e origem muito diferentes. Ao microscópio de luz, o limite cementodentinário pode ser observado em dentes descalcificados como uma linha bem corada pela técnica de hematoxilina-eosina, que separa as duas estruturas. POLPA DENTAL Odontoblastos São células especializadas do tecido pulpar localizadas na periferia desse tecido e adjacente à pré- dentina. A camada odontoblástica é formada por células dispostas em paliçada (fileira de núcleos alongados paralelos entre si), que se assemelha ao epitélio cilíndrico pseudoestratificado na região coronária e, na superfície radicular, assemelha-se ao epitélio cilíndrico simples. Na região coronária, as células são maiores e mais numerosas do que na região radicular. Fibroblastos Os fibroblastos são as células mais numerosasdo tecido conjuntivo pulpar, especialmente na região coronária, onde formam uma camada altamente celularizada. Essas células multifuncionais formam, mantêm e regulam a matriz extracelular fibrilar e amorfa. Células ectomesenquimais Também denominadas células ectomesenquimais indiferenciadas, derivam-se do ectoderma e da crista neural. Constituem as células de reserva da polpa pela sua capacidade de se diferenciar em novos odontoblastos ou fibroblastos, de acordo com o estímulo atuante. O número de células ectomesenquimais diminui com a idade. Macrófagos Os macrófagos são células que participam do mecanismo de defesa e pertencem ao sistema fagocítico mononuclear e, como tal, originam-se dos monócitos. Fibras Fibras colágenas. O colágeno tipo I constitui 60% do colágeno encontrado na polpa. Essas fibras são escassas e desorganizadas na polpa coronária. Na região radicular são mais abundantes e dispostas paralelamente. A extremidade apical do dente é a mais fibrosa em relação ao restante da polpa. Fibras reticulares. São formadas por delgadas fibrilas de colágeno tipo III associadas à fibronectina. Essas fibras são muito finas e se distribuem em grande quantidade no tecido mesenquimático da papila dentária. Fibras elásticas. São muito escassas no tecido pulpar e se localizam nas paredes dos vasos sanguíneos aferentes. Seu principal componente é a elastina. endodontia @odontobyeve
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