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Manejo e Cuidados 
de Estomias e 
Fístulas 
 
 02 
 
 
 
1. Conceitos Gerais de Estomas 4 
Introdução 4 
Estomias Alimentares 6 
Estomias Intestinais 6 
Estomias Urinárias 7 
Nefrostostomia ou Pielostomia 7 
Outras Estomias 7 
Quanto à Permanência 8 
Estomia Definitiva 8 
Estomia Temporária 8 
Evolução Esperada 8 
Possíveis Complicações 8 
Portaria Ms 400, de 16 de Novembro de 2009 11 
O Cuidado à Pessoa com Estomia 16 
Cuidados Gerais e Processo de Reabilitação 17 
 
2. Estomia X Fístulas 21 
Equipamentos e Cuidados 25 
Seleção do Sistema para Estomia 25 
Sistema de Peça Única 25 
Sistema Tradicional de Duas Peças 25 
Protetor Cutâneo ou Barreiras Protetoras da Pele 26 
Como Utilizar os Protetores Cutâneos? 27 
Cinto de Sustentação 27 
Filtro de Carvão Ativado 28 
Irrigação 28 
 
3. Referências Bibliográficas 30 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
1. Conceitos Gerais de Estomas 
 
 
Fonte: Geohosp1 
 
Introdução 
 
essoa com estomia é aquela que 
em resultado de um procedi-
mento cirúrgico, que incide na exte-
riorização do sistema (digestório, 
respiratório e urinário), tem uma 
fenda artificial entre os órgãos inter-
nos com o meio exterior (BRASIL, 
2009). A terminologia da estomia se 
dá conforme o segmento corporal 
exteriorizado. De tal modo, “tem-se 
as estomias de respiração (traque-
ostomia), as estomias de alimenta-
ção (gastrostomia e jejunostomia) e 
as estomias de eliminação (urosto-
 
1 Retirado em: https://geohosp.com 
mias, ileostomias e colostomias) ” 
(Santos & Cesaretti, 2015). 
No Brasil há poucas informa-
ções sobre o número de pessoas com 
estomias, o que atrapalha produzir 
sua epidemiologia. De acordo com 
Santos (2007), 
 
“[...] é difícil precisar um qua-
dro epidemiológico sobre as es-
tomias por serem sequelas ou 
consequências de doenças ou 
traumas e não uma doença. As-
sim, os dados sobre estomias 
são desafiadores por depender 
de registro sistematizado de in-
formações em um território de 
dimensões continentais dife-
renciadas, em que existem desi-
gualdades estruturais, filosófi-
cas e organizacionais dos servi-
P 
 
 
5 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
ços de saúde. A International 
Ostomy Association (IOA) faz 
uma projeção de que existe uma 
pessoa com estomia para cada 
1.000 habitantes em países com 
um bom nível de assistência 
médica, podendo ser bem infe-
rior nos países menos desen-
volvidos. [...] ” 
 
Nesse aspecto, estima-se que o 
Brasil possui pouco mais de 207 mil 
indivíduos com estomias no ano de 
2018 (IOA, 2007). 
 
“Ressalta-se que esta estimati-
va foi calculada considerando-
se as estomias de eliminação. A 
partir do artigo 5º do Decreto 
nº 5.296, de 2 de dezembro de 
2004, as pessoas com estomias 
foram identificadas como “defi-
cientes físicos” no Brasil, consi-
derando sua limitação e/ou in-
capacidade para o desempenho 
de atividades, passando assim, 
a ter toda a proteção social con-
feridos a uma Pessoa com Defi-
ciência no ordenamento jurídi-
co, nas esferas federal, estadual 
e municipal (BRASIL, 2004). ” 
 
Neste conjunto é necessário 
analisar a organização das Redes de 
Atenção à Saúde (RAS) lugar e regi-
onal como tática para uma assistên-
cia irrestrita, distinta e resolutiva 
com objetivo ao desenvolvimento do 
autocuidado, direções específicas e 
tratamento precoce para impedir 
intercorrências e melhor qualidade 
de vida na coerência do Sistema 
Único de Saúde (SUS). 
Compete corroborar que a 
classificação das estomias procede 
de sua colocação e da localidade 
onde foi realizada, começando pelo 
nome do lugar e seguido de "osto-
mia". 
 
 
Fonte: UTP 
 
Compete corroborar que a 
classificação das estomias procede 
de sua colocação e da localidade on-
de foi realizada, começando pelo no-
me do lugar e seguido de "ostomia". 
 
“Exemplos: Traqueia – Traque-
ostomia; Cavidade Pleural – 
Pleurostomia; Esôfago – Esofa-
gostomia; Estômago – Gastros-
tomia; Duodeno – Duodenosto-
mia; Vesícula Biliar – Colecis-
tostomia; Jejuno – Jejunosto-
mia; Íleo – Ileostomia; Ceco – 
Cecostomia; Parede Cólica – 
Colostomia; Cólon Transverso 
– Transversostomia; Sigmóide 
– Sigmoidostomia; Rim – Ne-
frostomia; Ureter – Ureteros-
tomia; Bexiga – Cistostomia; 
Cavidade Peritoneal – Peritoni-
ostomia. ” (SULTI e MACHA-
DO, et al.; 2017). 
 
 
 
6 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
 
Fonte: Ebserh 
 
Estomias Alimentares 
 
 
 
Note que as gastrostomias e as 
jejunostomias são feitas com o 
desígnio de administrar alimentos 
(pastosos e/ou líquidos). Dessa for-
ma, a estomia alimentar, de acordo 
com a localização, pode ser quali-
ficada em: 
Gastrostomia: Procedimento ci-
rúrgico que constitui no acesso à luz 
do estômago por meio da parede 
abdominal. 
 
 
Fonte: SciELO 
Jejunostomia: Procedimento ci-
rúrgico que constitui no acesso à luz 
do jejuno proximal por meio da 
parede abdominal. 
 
 
Fonte: SciELO 
 
Estomias Intestinais 
 
Colostomia e ileostomia são 
consideradas, concomitantemente, 
como intervenções cirúrgicas feitas 
pela fissura de segmento cólico ou 
ileal na parede abdominal, criando 
um desvio da substância fecal para o 
meio externo. 
 
Fonte: Brasil escola 
 
 
7 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
Assim a colostomia, conforme 
a localização, pode ser classificada 
em: 
 
“Colostomia Ascendente É rea-
lizada com a parte ascendente 
do cólon (lado direito do 
intestino grosso). As fezes são 
líquidas ou semilíquidas nos 
primeiros dias após a cirurgia e 
pastosas após a readaptação 
intestinal. Colostomia Trans-
versa. É realizada na parte 
transversa do cólon (porção en-
tre o cólon ascendente e des-
cendente). As fezes são de semi-
líquidas a pastosas. Colostomia 
Descendente É realizada na 
parte descendente do cólon (la-
do esquerdo do intestino gros-
so). As fezes são de pastosas a 
sólidas e, no início, o funcio-
namento do estoma é irregular 
podendo eliminar fezes várias 
vezes ao dia, em diferentes mo-
mentos. Com o tempo, o funcio-
namento pode se regularizar, 
mas será sempre involuntário. 
Colostomia Sigmóide. É reali-
zada na parte do sigmóide. As 
fezes são de firmes a sólidas (se-
melhante às fezes eliminadas 
pelo ânus) e também é possível 
adquirir regularidade. Colosto-
mia Úmida em Alça É realizada 
para permitir a saída de urina e 
fezes pelo mesmo estoma. É 
uma alternativa para pacientes 
que necessitam de dupla deri-
vação (aparelho urinário e di-
gestório). ” (SULTI e MACHA-
DO, et al.; 2017). 
 
Ainda, a colostomia possui a 
possiblidade se ser duplo barril ou 
duas bocas: onde o intestino é total-
mente afastado e as duas porções 
finais são levadas para a parede ab-
dominal, desenvolvendo dois esto-
mas distintos, o estoma proximal, 
operante, e o estoma distal, que não 
operacional. Como ainda pode ser 
com uma única abertura dependen-
do da técnica cirúrgica adotada. 
Já a Ileostomia é a exterio-
rização do final intestino delgado, 
originário de qualquer pretexto que 
antepare a passagem das fezes pelo 
intestino grosso. As substancias, 
nesse episódio, são mais líquidos do 
que os extintos por uma colostomia. 
 
Estomias Urinárias 
 
Urostomia é toda configuração 
de drenagem de urina por fora dos 
condutos naturais, que abarcar a 
pelve renal, ureteres, bexiga e 
uretra. 
 
Nefrostostomia ou Pielos-
tomia 
 
Quando provenientes espon-
taneamente dos rins Ureterostomia. 
Quando externa um ureter Cistos-
tomia. Quando procede da bexiga 
Vesicostomia. Quando advém a 
proscrição da bexiga. 
 
Outras Estomias 
 
A Colecistostomia é o artifício 
que submerge a vesícula biliar para 
a proscrição de seu produto. 
 
 
8 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
Quanto à Permanência 
 
A Estomia pode ser qualificada 
em definitiva ou temporária. 
 
Estomia Definitiva 
 
É aquele em que foi indispen-
sável paraausentar-se uma estrutu-
ra que nutre o fisiologismo do trato 
gastrointestinal. Por exemplo: re-
moção do esfíncter anal, ou do reto 
por completo, que não permitiria o 
funcionamento fisiológico do intes-
tino. 
 
Estomia Temporária 
 
No procedimento cirúrgico 
inicial, foram conservadas as estru-
turas que permitam o funcionamen-
to fisiológico do trato gastrointes-
tinal depois recobramento da doen-
ça de base. 
 
“O tempo de permanência do 
estoma temporário varia, em 
média, de 03 a 12 meses. Para 
não frustrar as expectativas e o 
direito do usuário, abreviar seu 
retorno ao trabalho, desonerar 
a Previdência Social e o Serviço 
Ambulatorial, devem ser adota-
das as condutas previstas neste 
manual visando à reversão da 
estomia. Quando não há defini-
ção do diagnóstico ou do trata-
mento, a condição de temporá-
rio pode não prever um prazo 
para a reversão. Nesse caso é 
usual o emprego do termo “in-
definido”. (SULTI e MACHA-
DO, et al.; 2017). 
Evolução Esperada 
 
Nos primeiros dias depois a 
cirurgia, tem a possibilidade de o es-
toma permanecer edemaciado (alti-
vo). Aos poucos o edema diminui. O 
estoma possui a cor avermelhada ou 
roseada análoga à mucosa da boca 
(parte interna). A pele envolta do es-
toma (pele periestomal) necessita 
estar lisa, sem danos ou ferimentos. 
 
“Como o estoma não tem termi-
nações nervosas, não dói ao ser 
tocado; no entanto, pode apre-
sentar um pequeno sangramen-
to. Realizada a estomia, o orga-
nismo passa por uma adap-
tação. A consistência das fezes e 
a frequência da evacuação um-
darão após 30 dias da cirurgia, 
aproximadamente. ” (SULTI e 
MACHADO, et al.; 2017). 
 
Possíveis Complicações 
 
As plausíveis complicações do 
estoma estão conexos a múltiplos fa-
tores, bem como: idade, nutrição, 
técnica cirúrgica imprópria, esforço 
físico precoce, carência no autocui-
dado, infecções, acrescente de peso, 
localização imprópria do estoma ou 
carência de dispositivos apropria-
dos. 
 
“As complicações físicas do es-
toma são classificadas de acor-
do com o tempo, contando a 
partir da intervenção cirúrgica. 
Podem ser imediatas, precoces 
 
 
9 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
e tardias. Imediatas quando 
aparecem nas primeiras 24 ho-
ras de pós-operatório. Precoces 
quando aparecem entre o 1º e 
7º dia no pós-operatório, que 
corresponde ao pós-operatório 
mediato. Tardias, quando se 
manifestam após a alta hospi-
talar, ou seja, quando os famili-
ares ou a pessoa ostomizada as-
sume os cuidados com o esto-
ma. ” (SULTI e MACHADO, et 
al.; 2017). 
 
Em meio aos tipos de intercor-
rências, são mais corriqueiros os 
seguintes eventos: 
Abscesso: pode aparecer no esto-
ma ou no orifício na parte exterior 
da alça intestinal. 
 
“A infecção da mucosa é geral-
mente provocada por fungos ou 
germes anaeróbicos, podendo 
ser decorrente, ou não, de is-
quemia parcial do estoma. Já a 
infecção que ocorre em torno 
do estoma pode acometer todo 
o trajeto da parede abdominal, 
frequentemente decorre da 
contaminação no momento da 
passagem da alça pelo trajeto 
ou da contaminação no mo-
mento da manutenção. ” 
(SULTI e MACHADO, et al.; 
2017). 
 
Dermatite: pode derivar do conta-
to com efluente ou produtos empre-
gados na pele periestoma. 
 
“Esses agentes causam distúr-
bios nos mecanismos de defesa 
da pele, permitindo a penetra-
ção de substâncias nocivas e 
desenvolvendo processo infla-
matório. A dermatite alérgica 
pode ocorrer pela aplicação de 
produtos contínuos e/ou pro-
dutos errôneos nos cuidados 
com estomas, que podem pro-
vocar uma reação. As causas 
mais comuns de dermatite por 
trauma mecânico incluem téc-
nicas de limpeza ou retirada 
traumática do dispositivo, fric-
ção ou pressão continua de dis-
positivos mal adaptados, ou 
troca frequente de bolsa cole-
tora. ” (SULTI e MACHADO, et 
al.; 2017). 
 
Edema: acontece pela mobilização 
da alça intestinal, ainda trauma na 
localidade, e, especialmente, pela 
passagem por meio de um trajeto es-
treito do elemento abdominal para 
parte exterior da alça. O seu desen-
volvimento deve ser acompanhado, 
visto que pode impacientar necrose, 
por redução da irrigação sanguínea. 
Estenose: surge comumente no 
terceiro mês depois do operatório, 
quando acontece estreitamento da 
luz do estoma, sendo advertida tanto 
em superfície cutâneo como da 
fáscia. 
 
“Na fase inicial observa-se fezes 
afiladas, ocorrendo dificuldade 
crescente para eliminar o con-
teúdo intestinal, podendo levar 
a quadro de suboclusão. A cor-
reção poderá necessitar de tra-
tamento cirúrgico. Foliculite: 
causada pela remoção traumá-
tica dos pelos da região peries-
tomal ou remoção inadequada 
da bolsa, provocando lesão/ 
 
 
10 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
inflamação na epiderme ao re-
dor do folículo piloso. ” (SULTI 
e MACHADO, et al.; 2017). 
 
Varizes periestomais: aconte-
cem com a dilatação das veias cutâ-
neas envolta do estoma na cor roxo-
azulado em indivíduos ostomizadas, 
cirróticos e hipertensos portal. 
Hemorragia: pode acontecer nas 
primeiras horas depois da confecção 
do estoma, na borda do estoma, ou 
ainda no intestino que está aprisio-
nado na parede do abdômen, ou nos 
dois, ou até mesmo na parede abdo-
minal assim como músculos ou sub-
cutâneo, comumente em resultado 
da hemostasia imprópria ao longo 
da construção do estoma. Ressalta-
se que um breve sangramento inicial 
pode ser comum, contudo, se for 
contínuo e abundoso um atendi-
mento hospitalar carece ser imedia-
tamente procurado. 
Hérnia periestomal: está conexa 
o desenvolvimento de um orifício 
abdominal amplo ou, em caso de 
indivíduos obesas e com mau estado 
total ou, também, pela acrescente da 
pressão intra-abdominal e localiza-
ção do estoma em corte operatória 
anterior. 
 
“A hérnia surge quando existe 
um espaço entre o segmento in-
testinal que forma o estoma e o 
tecido circundante, configuran-
do um defeito fascial, sendo o 
resultado uma saliência total ou 
parcial na base do estoma. 
Quando associada à fragilidade 
muscular periestomal de menor 
intensidade, o que ocorre em 
muitos usuários com estomia, 
esses podem permanecer sem 
correção cirúrgica. O apareci-
mento de hérnia periestomal é 
tão comum que pode ser consi-
derada como inevitável. Indica-
se cirurgia corretiva apenas 
quando a hérnia está causando 
muitos transtornos às ativida-
des de vida diária. Nesses casos, 
prioriza-se mudar a estomia de 
lugar e corrigir a fraqueza abdo-
minal. ” (SULTI e MACHADO, 
et al.; 2017). 
 
Necrose: pode acontecer por isque-
mia arterial (carência na chegada de 
sangue), ou ainda por isquemia ve-
nosa (drenagem venosa da parte 
exteriorizada), sendo mais usual em 
pessoas obesos e com distensão ab-
dominal. 
 
“Prolapso: exteriorização ines-
perada total ou parcial do seg-
mento da alça intestinal pelo 
estoma. Esta complicação não é 
letal, mas causa problemas de 
pele e grande dificuldade no 
cuidado ao estoma, requerendo 
cuidados médicos. (SULTI e 
MACHADO, et al.; 2017). 
 
Retração: acontece devido à má 
ancoragem ou insuficiente exteriori-
zação da alça intestinal distorcendo 
ao ponto de deslocamento do esto-
ma para a cavidade abdominal. 
 
 
 
11 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
Portaria Ms 400, de 16 de 
Novembro de 2009 
 
 
 
Em resumo sobre A pessoa 
ostomizada, a Portaria estabelece as 
seguintes determinações: 
 
“Parágrafo único. Pessoa osto-
mizada é aquela que em decor-
rência de um procedimento ci-
rúrgico que consiste na exterio-
rização do sistema (digestório, 
respiratório e urinário), possui 
um estoma que significa uma 
abertura artificial entre os ór-
gãos internos com o meio ex-
terno. 
Art. 2º Definir que a atenção à 
saúde das pessoas com estoma 
seja composta por ações desen-
volvidas na atenção básica e 
ações desenvolvidas nos Servi-
ços de Atenção à Saúde das Pes-
soas Ostomizadas. 
Parágrafo único. Na Atenção 
Básicaserão realizadas ações de 
orientação para o autocuidado e 
prevenção de complicações nas 
estomias. 
Art. 3º Determinar que o Servi-
ço de Atenção à Saúde das Pes-
soas Ostomizadas seja classifi-
cado em Atenção às Pessoas 
Ostomizadas I e Atenção às 
Pessoas Ostomizadas II. 
§ 1º O serviço classificado em 
Atenção às Pessoas Ostomiza-
das I deverá realizar ações de 
orientação para o autocuidado, 
prevenção de complicações nas 
estomias e fornecimento de 
equipamentos coletores e adju-
vantes de proteção e segurança. 
§ 2º O serviço classificado em 
Atenção às Pessoas Ostomi-
zadas II deverá realizar ações 
de orientação para o autocui-
dado, prevenção e tratamento 
de complicações nas estomias, 
fornecimento de equipamentos 
coletores e adjuvantes de prote-
ção e segurança e capacitação 
de profissionais. 
Art. 4º Estabelecer, na forma 
do Anexo I desta Portaria, as 
Orientações Gerais para o Ser-
viço de Atenção à Saúde das 
Pessoas Ostomizadas. 
Art. 5º Definir que as Secre-
tarias de Saúde dos Estados, 
Distrito Federal e Municípios 
em gestão plena e que aderiram 
ao Pacto pela Saúde, adotem as 
providências necessárias à or-
ganização da Atenção à Saúde 
das Pessoas Ostomizadas, de-
vendo para tanto: 
I - orientar quanto ao cadastro 
de pessoas com estoma; 
II - organizar e promover as 
ações na atenção básica; 
III - estabelecer fluxos e meca-
nismos de referência e contrar-
referência para a assistência às 
pessoas com estoma na atenção 
básica, média complexidade e 
alta complexidade, inclusive 
para cirurgia de reversão de 
estomias nas unidades hospi-
talares; 
 
 
12 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
IV - zelar pela adequada utiliza-
ção das indicações clínicas de 
equipamentos coletores e 
adjuvantes de proteção e segu-
rança para pessoas com 
estoma; 
V - efetuar o acompanhamento, 
controle e avaliação que permi-
tam garantir o adequado desen-
volvimento das atividades pre-
vistas para a assistência às pes-
soas com estoma; e 
VI - promover a educação per-
manente de profissionais na 
atenção básica, média e alta 
complexidade para a adequada 
atenção às pessoas com estoma. 
[...] 
 
ANEXO I 
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA 
O SERVIÇO DE ATENÇÃO À 
SAÚDE DAS PESSOAS OSTO-
MIZADAS 
 
Estomia é um procedimento ci-
rúrgico que consiste na exterio-
rização do sistema (digestório, 
respiratório e urinário), criando 
um orifício externo que se 
chama estoma. 
Estomias Intestinais (colosto-
mia e ileostomia) -são interven-
ções cirúrgicas realizadas, tanto 
no cólon (intestino grosso) 
como no intestino delgado e 
consiste na exteriorização de 
um segmento intestinal, através 
da parede abdominal, criando 
assim uma abertura artificial 
para a saída do conteúdo fecal. 
Estomias Urinárias (urosto-
mia) -abertura abdominal para 
a criação de um trajeto de 
drenagem da urina. São realiza-
das por diversos métodos cirúr-
gicos, com objetivo de preser-
var a função renal. 
Gastrostomia - é um procedi-
mento cirúrgico que consiste na 
realização de uma comunicação 
do estômago com o meio exte-
rior. Tem indicação para pes-
soas que a necessitam como via 
suplementar de alimentação. 
Traqueostomia - procedimento 
cirúrgico realizada para criar 
uma comunicação da luz tra-
queal com o exterior, com o 
objetivo de melhorar o fluxo 
respiratório. 
1. O Serviço classificado em 
Atenção às Pessoas Ostomiza-
das I 
1.1. Definição: serviço que 
presta assistência especializada 
de natureza interdisciplinar às 
pessoas com estoma, objetivan-
do sua reabilitação, com ênfase 
na orientação para o autocui-
dado, prevenção de complica-
ções nas estomias e forneci-
mento de equipamentos coleto-
res e adjuvantes de proteção e 
segurança. Deve dispor de equi-
pe multiprofissional, equipa-
mentos e instalações físicas 
adequadas, integrados a estru-
tura física de policlínicas, am-
bulatórios de hospital geral e 
especializado, unidades ambu-
latoriais de especialidades, uni-
dades de Reabilitação Física. 
1.2. Atribuições 
I - responsabilizar-se, sob 
coordenação do gestor local, 
pela organização da demanda e 
do atendimento às pessoas com 
estoma, no âmbito de seu 
território; 
II - prestar atenção qualificada 
que envolve a educação para o 
autocuidado, a avaliação das 
necessidades biopsicossociais 
gerais do indivíduo, as especí-
ficas relacionadas à estomia e 
pele periestomia, incluindo a 
indicação e prescrição de equi-
pamentos coletores e adjuvan-
tes de proteção e segurança, en-
 
 
13 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
fatizando a prevenção de com-
plicações nas estomias; 
III - responsabilizar-se pela 
administração dos equipamen-
tos coletores e adjuvantes de 
proteção e segurança desde a 
aquisição, o controle do esto-
que, condições de armazena-
mento e o fornecimento para as 
pessoas com estoma; 
IV - orientar os profissionais da 
atenção básica para o atendi-
mento das pessoas com estoma; 
V - orientar e incentivar os 
usuários à participação em gru-
pos de apoio; 
VI -realizar e manter atualizado 
o cadastramento dos pacientes 
atendidos no serviço; 
VII - estabelecer com o paciente 
a periodicidade para entrega 
dos equipamentos coletores e 
adjuvantes de proteção e segu-
rança; 
VIII - orientar sobre a impor-
tância do acompanhamento 
médico no serviço de origem; 
IX - realizar encaminhamento 
necessário quando detectadas 
quaisquer intercorrências; 
X -orientar a pessoa com esto-
ma para o convívio social e 
familiar. 
[...] 
1.5. Atividades 
I - atendimento individual 
(consulta de enfermagem e con-
sulta médica e consulta de 
serviço social); 
II - atendimento em grupo 
(orientação, grupo operativo, 
atividades educativas em saúde 
e de vida diária); 
III - orientação à família; 
IV - atividades enfocando a 
inclusão da pessoa com estoma 
na família e na sociedade; 
V - planejamento quantitativo e 
qualitativo dos equipamentos 
coletores e adjuvantes de prote-
ção e segurança para distribui-
ção; 
VI - atividades de orientação 
aos profissionais da atenção 
básica para o estabelecimento 
de fluxos de referência e con-
trarreferência. 
2. O Serviço classificado em 
Atenção às Pessoas Ostomi-
zadas II 
2.1 Definição: serviço que 
presta assistência especializada 
e de natureza interdisciplinar 
às pessoas com estoma objeti-
vando sua reabilitação, incluin-
do a orientação para o auto-
cuidado, prevenção, tratamen-
to de complicações nas esto-
mias, capacitação e forneci-
mento de equipamentos coleto-
res e adjuvantes de proteção e 
segurança. Deve dispor de equi-
pe multiprofissional, equipa-
mentos e instalações físicas 
adequadas, integrados a estru-
tura física de policlínicas, am-
bulatórios de hospital geral e 
especializado, unidades ambu-
latoriais de especialidades, uni-
dades de Reabilitação Física, 
Unidade de Assistência de Alta 
Complexidade em Oncologia - 
UNACON e Centro de Assis-
tência de Alta Complexidade 
em Oncologia - CACON. 
2.2. Atribuições 
I - responsabilizar-se, sob 
coordenação do gestor local, 
pela organização da demanda e 
do atendimento às pessoas com 
estoma no âmbito de seu 
território; 
II - realizar e manter atualizado 
o cadastramento dos pacientes 
atendidos no serviço; 
III - prestar assistência especia-
lizada que envolve a educação 
para o autocuidado, a avaliação 
das necessidades biopsicosso-
ciais gerais do indivíduo e da 
 
 
14 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
família e as específicas relacio-
nadas à estomia e pele peries-
tomia, incluindo a prevenção e 
tratamento das complicações, 
indicação e prescrição de 
equipamentos coletores e adju-
vantes de proteção e segurança. 
IV - responsabilizar-se pela 
administração dos equipamen-
tos coletores e adjuvantes de 
proteção e segurança desde a 
aquisição, o controle do esto-
que, as condições de armaze-
namento, avaliação e forneci-
mento para as pessoas com 
estoma; 
V - orientar e incentivar as 
pessoas com estoma à parti-
cipação em grupos de apoio; 
VI - orientar sobre a impor-
tância do acompanhamento 
médico no serviço de origem; 
VII - realizarencaminhamento 
necessário quando detectadas 
quaisquer intercorrências; 
VIII - orientar e preparar a 
pessoa com estoma para o 
convívio social e familiar; 
IX - orientar e capacitar os 
profissionais da atenção básica 
e do Serviço classificado em 
Atenção às Pessoas Ostomi-
zadas I; 
X - realizar junto as unidades 
hospitalares a capacitação das 
equipes de saúde quanto à 
assistência nas etapas pré e 
pós-operatórias das cirurgias 
que levam à realização de esto-
mias, incluindo as reconstru-
ções de trânsito intestinal e 
urinários assim como o trata-
mento das complicações pós-
operatórias; 
XI - realizar capacitação para 
técnicas especializadas junto 
aos profissionais das unidades 
hospitalares e equipes de saúde 
do Serviço de Atenção a Saúde 
das Pessoas Ostomizadas I. 
[...] 
2.4. Recursos Humanos 
O Serviço deverá dispor de no 
mínimo os seguintes recursos 
humanos: 
-1 médico (médico clínico ou 
proctologista ou urologista ou 
gastroenterologista, cirurgião 
geral ou cirurgião pediátrico ou 
cancerologista cirúrgico ou 
cirurgião de cabeça e pescoço 
ou cirurgião torácico) 
-1 enfermeiro (com capacitação 
em assistência às pessoas com 
estoma) 
- 1 psicólogo 
- 1 nutricionista 
- 1 assistente social 
O número de profissionais deve 
ser adequado às demandas e à 
área territorial de abrangência 
do serviço, dando-se à prio-
ridade a maior proporção de 
enfermeiros na equipe. Os 
profissionais não necessitam 
ser exclusivos do serviço. 
2.5. Atividades 
I - atendimento individual 
(consulta de enfermagem, con-
sulta médica, consulta de servi-
ço social, psicologia e nutrição); 
II - atendimento em grupo 
(orientação, grupo operativo, 
atividades educativas em saúde 
e de vida diária); 
III - orientações à família; 
atividades enfocando a inclusão 
das pessoas com estoma na 
família e sociedade; 
IV - planejamento quantitativo 
e qualitativo dos equipamentos 
coletores e adjuvantes de prote-
ção e segurança para aquisição 
e fornecimento para as pessoas 
com estoma; 
V - atividades de orientação aos 
profissionais da atenção básica 
e hospitalares para o estabe-
lecimento de fluxos de referên-
cia e contrarreferência; 
 
 
15 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
VI - capacitação para técnicas 
especializadas aos profissionais 
das unidades hospitalares e 
equipes de saúde do Serviço de 
Atenção a Saúde das Pessoas 
Ostomizadas I. 
 
ANEXO II 
RELAÇÃO DOS EQUIPAMEN-
TOS COLETORES E ADJU-
VANTES DE PROTEÇÃO E 
SEGURANÇA - TABELA DE 
PROCEDIMENTOS, 
MEDICAMENTOS E OPM DO 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
Procedimento: 0701050012 - 
BOLSA DE COLOSTOMIA FE-
CHADA C/ ADESIVO MICRO-
POROSO 
Descrição: bolsa fechada para 
estoma intestinal ou protetor 
de estomia, plástico aniodor, 
transparente ou opaca, com 
filtro de carvão ativado, com ou 
sem resina sintética ou mista 
(karaya), recortavel ou pré-cor-
tada, com ou sem adesivo 
microporoso hipoalergênico 
(no máximo 60 por mês) 
Procedimento: 0701050020 - 
BOLSA DE COLOSTOMIA 
COM ADESIVO MICROPORO 
DRENÁVEL 
Descrição: bolsa drenável para 
estoma intestinal adulto, pediá-
trico ou neonatal, plástico anti-
odor, transparente ou opaca, 
com ou sem a segunda aber-
tura, com ou sem filtro de 
carvão ativado, resina sintética 
ou mista (karaya), recortável ou 
pré-cortada, com ou sem ade-
sivo microporoso hipoalergêni-
co ( no máximo 30 por mês ). 
Procedimento: 0701050047 - 
CONJUNTO DE PLACA E 
BOLSA P/ ESTOMIA INTES-
TINAL 
Descrição: sistema compatível 
de bolsa e base adesiva para 
estoma intestinal adulto ou pe-
diátrico, bolsa drenável, fecha-
da ou protetor de estoma, 
plástico antiodor, transparente 
ou opaca, com ou sem filtro de 
carvão ativado, base adesiva de 
resina sintética, recortável ou 
pré-cortada, com ou sem ade-
sivo microporoso hipoalergê-
nico. ( no máximo de 10 por 
mês ). 
Procedimento: 0701060018 - 
BARREIRAS PROTETORAS 
DE PELE SINTÉTICA E/OU 
MISTA EM FORMA DE PÓ / 
PASTA E/OU PLACA 
Descrição: barreira protetora 
de pele, de resina sintética ou 
formadora de película disponi-
bilizada como 1 (um) tubo de pó 
ou 1 (um) tubo de pasta ou 20 
(vinte anéis planos ou convexos 
ou 5 (cinco) tiras ou 15 (quinze) 
placas 10 x 10 cm ou 10 (dez) 
placas 15 x 15 cm ou 8 (oito) 
placas 20 x 20 cm ou 1 (um) 
frasco formador de película (1 
tubo/frasco ou 1 kit por mês). 
Procedimento: 0701060026 -
BOLSA COLETORA P/ UROS-
TOMIZADOS 
Descrição: bolsa para estoma 
urinário adulto ou pediátrico, 
plástico antiodor, transparente 
ou opaca, com sistema anti-
refluxo e válvula de drenagem, 
com oxido de zinco ou resina 
sintética, plana ou convexa, 
recortável ou pré-cortada, com 
ou sem adesivo microporoso 
hipoalergênico. (no máximo 30 
por mês). 
Procedimento: 0701060034 - 
COLETOR URINÁRIO DE 
PERNA OU DE CAMA 
Descrição: coletor urinário de 
perna ou de cama, plástico anti-
odor, com tubo para conexão 
em dispositivo coletor para 
estomas ou incontinência uri-
 
 
16 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
nária, com sistema anti-refluxo 
e válvula de drenagem. O cole-
tor de perna deverá conter 
cintas de fixação para pernas. 
(no máximo 4 por mês ). 
Procedimento: 0701060042 - 
CONJUNTO DE PLACA E 
BOLSA P/ UROSTOMIZADOS 
Descrição: sistema compatível 
de duas peças (bolsa e base 
adesiva), para estoma urinário 
adulto ou pediátrico, bolsa com 
plástico antiodor, transparente 
ou opaca, sistema anti-refluxo e 
válvula de drenagem, base ade-
siva de resina sintética, plana 
ou convexa, recortável ou pré-
cortada, com ou sem adesivo 
microporoso hipoalergênico. 
(no máximo de 15 por mês). 
(BRASIL, 2009). 
 
O Cuidado à Pessoa com 
Estomia 
 
Conforme o Relatório Mundial 
sobre Deficiência (WHO, 2012): 
 
“[...] a reabilitação é definida 
como “um conjunto de medidas 
que ajudam pessoas com defi-
ciência ou prestes a adquirir 
uma deficiência a terem e 
manterem uma funcionalidade 
ideal na interação com seu 
ambiente”. Compreende-se, 
portanto, como um processo 
que visa à capacitação e po-
tencialização das habilidades 
físicas, sensoriais, intelectuais, 
psicológicas e sociais com foco 
na independência e autodeter-
minação. A reabilitação, tradi-
cionalmente, era focalizada no 
diagnóstico e tratamento clí-
nicos. [...] ” 
 
Contudo os exemplares de rea-
bilitação atuais cogitam um novo 
modo de gestão que aborda o indi-
víduo de modo integral, abarcando 
os fatores sociais, psicológicos e 
ambientais que colaboram para a 
saúde e a qualidade de vida (OMS, 
2003). 
 
“A Classificação Internacional 
de Funcionalidade, Incapacida-
de e Saúde (CIF) da Organi-
zação Mundial de Saúde (WHO, 
2003) foi inovadora em deter-
minar em sua terminologia a 
funcionalidade como termo 
amplo, pois engloba funções e 
estruturas do corpo, os compo-
nentes das atividades, pela exe-
cução de tarefas e a partici-
pação do indivíduo e seu envol-
vimento nas situações de vida 
real, representando a perspec-
tiva social da funcionalidade. 
(BRASIL, 2019). ” 
 
 
Fonte: Diário do Sudoeste 
 
Do mesmo modo em 2015, foi 
aprovada a Lei Brasileira de Inclu-
são da Pessoa com Deficiência (LBI), 
Lei Nº 13.146/2015: 
 
 
17 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
“[...] a qual ratificou os enten-
dimentos pactuados na 21 Con-
venção Internacional dos Direi-
tos da Pessoa com Deficiência e 
seu Protocolo Facultativo, a 
qual entende que a pessoa com 
deficiência é aquela que tem 
impedimento de longo prazo de 
natureza física, mental, intelec-
tual ou sensorial, o qual, em 
interação com uma ou mais 
barreiras, pode obstruir sua 
participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de con-
dições com as demais pessoas. 
Esta Lei assegura e a promove, 
em condições de igualdade, o 
exercício dos direitos e das 
liberdades fundamentais das 
pessoas com deficiência, visan-
do à sua inclusão social e cida-
dania [...] ” (BRASIL, 2019). 
 
Analisando todos esses aspec-
tos, o método de reabilitação requer 
uma medida integral, multiprofis-
sional e interdisciplinar que traba-
lhe diversas técnicas,para qualifi-
cação da ação contígua com estabe-
lecimento de prioridades, atos e 
intervenções contextualizadas de-
senvolvendo assim o Plano Tera-
pêutico Singular (PTS) indivi-
dualizado. 
 
“A precocidade no processo de 
reabilitação é elementar para 
potencializar a funcionalidade 
das pessoas com estomias, pre-
venir sequelas e realizar a 
inclusão dessas pessoas em su-
as atividades diárias. No con-
texto das pessoas com estomia, 
especialmente às com estomia 
respiratória, é possível que 
ocorra alterações nas funções 
da voz e fala [...] (BRASIL, 
2019). 
 
Ainda pode acontecer reper-
cussões na área de divertimento e 
lazer, determinadas pessoas com 
estomias podem ficar reservadas de 
esportes envolvendo água, assim 
como aqueles que insinuam em 
contato direto com outras pessoas 
(ex: lutas) pelo ímpeto de decanu-
lação. Funções urinárias e de micção 
ainda podem não aguentar impactos 
na funcionalidade. Estes assuntos 
devem ser respeitadas pelos profis-
sionais de saúde no decorrer do pro-
cesso de reabilitação do indivíduo 
com estomia e na previsão de metas 
do PTS. 
 
Cuidados Gerais e Processo de 
Reabilitação 
 
As ações do método de reabi-
litação dos indivíduos com estomias 
precisam caminhar “pari passu” 
com o desígnio implícito no conceito 
de reabilitação, visto que é o de con-
centrar e desenvolver as capacida-
des existentes ou residuais. Essas 
atuações apontam o exercício e o 
desenvolvimento de destrezas indis-
pensáveis às atividades diárias, a fim 
de possibilitar a reintegração social 
dos indivíduos com estomia. 
Tomada a coragem pela reali-
zação do método terapêutico, o 
 
 
18 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
ensino do autocuidado necessita ser 
principiado com orientações sobre 
sua futura qualidade de vida e os 
cuidados que, a partir de daquele 
momento em que serão necessários 
(Silva et. al, 2014). 
 
“A importância da orientação 
antes do procedimento, deve-se 
ao fato de que nesse período são 
avaliadas as questões físicas 
(nutrição, funcionamento in-
testinal, comorbidades), sociais 
(relacionadas à dinâmica fami-
liar e de suporte emocional), 
permitindo à pessoa com esto-
mia trabalhar sua estratégia de 
enfrentamento. No momento 
da alta, a pessoa será encami-
nhada para receber atendimen-
to especializado e fornecimento 
das orientações necessárias à 
sua nova condição. Na medida 
em que se sentir mais seguro, o 
indivíduo se tornará apto e 
independente para ao autocui-
dado. Quanto ao processo de 
reabilitação da pessoa com 
estomia, o estabelecimento de 
metas para reabilitação e o pla-
nejamento da alta após a cirur-
gia de estomia é um processo 
contínuo, que deve começar o 
mais rápido possível. ” (BRA-
SIL, 2019). 
 
Esse método precisa ser ante-
cedido de uma avaliação integral 
realizada por um a área, isto é, um 
especialista. O profissional precisa 
ter uma escuta considerável para 
afiançar que os cuidados constituam 
ser centrados nas demandas daquele 
indivíduo em questão. 
“A participação multidiscipli-
nar envolvendo pessoa com es-
tomia, cuidadores e famílias 
qualifica o cuidado e otimiza o 
processo de reabilitação. Outro 
ponto importante na reabilita-
ção é o empoderamento da pes-
soa que consiste no processo 
pelo qual ele se torna mais 
autônomo para gerenciar sua 
saúde e vida por meio da mo-
bilização de recursos adequa-
dos para permitir que suas ne-
cessidades sejam atendidas. 
Entretanto, existem situações 
especiais onde haverá necessi-
dade de um cuidador, como por 
exemplo, em bebês e crianças, 
em idosos e em alguns casos de 
pessoas com deficiência. ” 
(BRASIL, 2019). 
 
 
Fonte: O Segredo 
 
Desse modo, o cuidador é uma 
ligação entre o indivíduo com esto-
mia, a família e a grupo de saúde no 
período em que um indivíduo está 
fragilizado e dependente. Por diver-
sas vezes é um membro da família 
que admite esse papel. Na maioria 
das estomias, existe necessidade do 
emprego de dispositivo que admi-
tam, em determinados casos, man-
 
 
19 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
ter a fissura e acomodando as esto-
mias, e em outros, ajudam na coleta 
de resíduos suscitados no orga-
nismo. 
 
“Para garantir eficácia, prote-
ção, segurança, conforto e pra-
ticidade no cuidado é funda-
mental conhecer os diferentes 
dispositivos e características 
mínimas de cada um deles, 
garantindo boa relação custo-
benefício dos dispositivos cole-
tores e os adjuvantes. Além 
disso, os enfermeiros estomate-
rapeutas e outros profissionais 
de saúde devem ter conheci-
mento técnico para avaliar as 
condições clínicas da pessoa 
com estomia, suas necessidades 
e fatores associados, tais como 
idade, profissão ou atividade 
laborativa, religião, prática de 
atividade física, dentre outras” 
(BRASIL, 2019). 
 
Cabe advertir que a determi-
nação assertiva dos dispositivos, 
com o desígnio de garantir qualida-
de de vida ou decência de morte 
necessita ser uma apreensão dos 
profissionais de saúde enredados no 
cuidado o indivíduo com estomia. 
 
“Orientações específicas sobre 
utilização, higienização e reco-
locação dos dispositivos tam-
bém são essenciais. Deve ser 
lembrado ainda que, mesmo 
que a pessoa com estomia apre-
sente uma boa adaptação e 
elevada qualidade de vida, a 
reversão da cirurgia (que con-
siste na reconstrução do trân-
sito intestinal) é desejada e 
esperada. As pessoas com esto-
mia temporária, ou seja, que 
têm a possibilidade de reverter 
a estomização devem ser avalia-
das e incentivadas buscar pelo 
procedimento uma vez que 
pode repercutir tanto na quali-
dade de vida delas e como no 
financiamento do serviço espe-
cializado ” (BRASIL, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2
0
 
 
 
 
 21 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
2. Estomia X Fístulas 
 
 
Fonte: Febrasgo2 
 
s fístulas são passagens anô-
malas em meio a duas superfí-
cies epitelizadas. Podem acontecer 
entre dois órgãos, adentre um órgão 
e outra estrutura tissular ou o meio 
externo. Comumente constituem in-
tercorrências de doenças, acidentes 
ou ainda iatrogenias. 
 
“Existem diversos fatores que 
predispõem ou favorecem o seu 
desenvolvimento e manuten-
ção, tais como a idade avança-
da, estado nutricional, doenças 
de base ou associadas (diabetes 
mellitus, doenças cardio-circu-
latórias, hipóxia, cirrose, doen-
ças de pele e outras). A locali-
zação e classificação das fístulas 
podem ser feitas de acordo com 
características anatômicas, fisi-
ológicas e etiológicas. Além das 
 
2 Retirado em: http://www.febrasgo.org.com 
características e volume do 
líquido perdido, exames subsi-
diários como o raio-X contras-
tado, tomografia computadori-
zada, podem ser utilizados para 
o diagnóstico. A fistulografia é 
útil para definir o trajeto, além 
de determinar se existe obstru-
ção distal deste ou presença de 
coleções como os abscessos. ” 
(BORTOLAZZI, et al. 2007). 
 
Assim, a maioria das fístulas 
digestivas surge no período pós-
operatório e possuem a possibili-
dade ser decorrentes de deformi-
dades da cicatrização, erros na con-
fecção das anastomoses por adulte-
rações na linha de sutura assim co-
mo tensão excessiva, péssima vascu-
A 
 
 22 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
larização, técnica imprópria ou le-
sões iatrogênicas. 
 
“Em cerca de 85% dos casos 
ocorre como consequência de 
intervenções cirúrgicas realiza-
das em situações de urgência. 
Aparecem mais frequentemen-
te entre o quinto e o décimo dia 
de pós-operatório (PO), e po-
dem constituir uma complica-
ção grave, com altos índices de 
mortalidade. Esta taxa pode ser 
diminuída devido ao suporte 
nutricional, antibioticoterapia, 
cuidados com a ferida e técnicas 
cirúrgicas aprimoradas. ” 
(BORTOLAZZI, et al. 2007). 
 
Logo, o suporte nutricional 
nos pacientes com fístulas digestivas 
procura admitir a restauração das 
proteínastissulares, a evolução das 
defesas imunitárias, a cicatrização 
dos tecidos lesos, o ganho de peso, o 
acrescente da força muscular e o 
desenvolvimento do estado geral. A 
nutrição parenteral absoluta simula 
progresso indiscutível na cicatriza-
ção das fístulas digestoras, até mês-
mo pela redução do débito fistuloso, 
e no arranjo dos doentes para inter-
venção cirúrgica, assim quando 
aconselhada. 
 
“A assistência de enfermagem 
com qualidade é fundamental 
no restabelecimento desses pa-
cientes, sendo importante à 
avaliação das características da 
fístula (origem, localização, 
abertura, número de trajetos, 
tipo e tempo de existência); do 
efluente (composição do pH, 
consistência, odor e volume); 
da pele (integridade e doenças 
associadas). Com esta avalia-
ção, o plano de ação individua-
lizado pode ser traçado e pro-
gramado, devendo ser flexível 
para o alcance dos objetivos. ” 
(BORTOLAZZI, et al. 2007). 
 
O episódio de fístula delonga o 
tempo de recuperação e insinua que 
as intercorrências nos procedimen-
tos que não faziam parte do planeja-
mento traçado no tratamento. O 
choque psicológico desse evento no 
indivíduo e família podem ser devas-
tadores, se não acolhido adequa-
damente. O cuidado da paciente 
com fístula digestiva é complicado e 
estabelece desenvolturas e conheci-
mentos específicos por parte dos 
profissionais de enfermagem. 
Vamos ver a seguir algumas 
ressalvas de alguns autores sobre 
essas complicações: 
Segundo Rocha (2011) rees-
crito por (BORTOLAZZI, et al. 
2007). 
 
“[...] classifica-se por estomas 
intestinais temporários os tran-
sitórios ou definitivos os per-
manentes. Dessa forma os seg-
mentos mais apropriados para 
confecção de um estoma intes-
tinal são íleo, o cólon transverso 
e o sigmóide. As indicações pa-
ra a confecção dos estomas são 
variadas podendo-se destacar 
por: Obstruções intestinais, 
Perfurações do cólon, Traumas, 
Fístulas e Proteção de anas-
tomose de alto risco. [...] ” 
 
 23 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
Rocha (2011) reescrito por 
(BORTOLAZZI, et al. 2007). ainda 
delineia como basilares complica-
ções para ostomias significando ser 
qualificadas como precoces: 
 
“[...] a isquemia ou necrose de 
alça exteriorizada na parede 
abdominal, sangramento, re-
tração com desabamento da 
ostomia, infecções, edema, der-
matite peri-estomal. E compli-
cações para ostomias tardias: 
estenose e obstrução, prolapso, 
hérnia para-estomal e fistulas. 
[...] ” 
 
Souza e outros (2004) rees-
crito por (BORTOLAZZI, et al. 
2007) afiançam que as: 
 
“[...] fístulas anorretais ocor-
rem devido a processos supu-
rativos crônicos, iniciando-se 
pela infecção da cripta, propa-
gando-se pelas glândulas anor-
retais, drenagem do abscesso e 
formação do trajeto, sendo na 
maioria dos casos o procedi-
mento cirúrgico prevalecer. 
[...]” 
 
Segundo apresenta o Hospital 
Sírio Libanês (2014) reescrito por 
(BORTOLAZZI, et al. 2007): 
 
“[...] as fistulas podem ocorrer 
por diversos motivos, no caso 
das fistulas reto-vaginais e reto-
vesicais 31 geralmente aconte-
cem desde um trabalho de par-
to demorado ou traumático, ci-
rurgias pélvicas, radiação pélvi-
ca, tumores pélvicos e infec-
ções. E geralmente para corre-
ção da fistula o paciente tem 
que ser submetido a uma cirur-
gia de reparo. [...] ” 
 
Sobre a proteção de anasto-
moses de alto risco, Reis Neto e 
outros (2002) reescrito por (BOR-
TOLAZZI, et al. 2007) delineiam 
que: 
 
“[...] apesar do uso de anas-
tomoses mecânicas em cirur-
gias de colorretais baixas, colo-
anais e íleo tenha contribuído 
para uma menor incidência de 
complicações no pós-operató-
rio, ainda ocorre um alto índice 
de deiscência e fistula nas 
anastomoses devidas complica-
ções anastomóticas, mas para 
sua diminuição o paciente em 
muitos casos necessita de uma 
colostomia ou ileostomia de 
proteção. [...] ” 
 
Para Rocha (2011) reescrito 
por (BORTOLAZZI, et al. 2007), 
desse modo pode-se concluir que: 
 
“[...] as colostomias de um 
modo geral são indicadas quan-
do o paciente sofre algum tipo 
de trauma que comprometa 
parte do intestino, por neopla-
sias, obstruções, doenças infla-
matórias, perfurações do colón, 
fístulas, proteção de anastomo-
ses, enfim são inúmeras as indi-
cações, sendo elas realizadas 
em adultos, crianças, homens e 
mulheres. [...] ” 
 
Assim das principais incorrên-
cias com os estomas, podemos 
 
 24 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
separar especialmente o não ajunta-
mento da placa de ostomia por conta 
da má localização do estoma na 
parede abdominal, juntamente com 
a dermatite periestomal que aparece 
em implicação da não aderência da 
bolsa coletora, ainda pode acontecer 
necrose isquêmica, prolapso, retra-
ção, câncer, estenose, fistula perios-
tomal, hérnia periostomal e absces-
so periostomal. As figuras a seguir 
mostram algumas complicações que 
comumente acontecem nas colosto-
mias devido uma incorreta demar-
cação. 
 
 
 
Fonte: UCV 
 
Linhares (2013) reescrito por 
(BORTOLAZZI, et al. 2007) apre-
sentam que conforme a Portaria 
SAS/MS nº 511, de 29 de dezembro 
de 2000, 
 
“[...] o secretário de atenção à 
saúde instituiu no Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos 
de Saúde (CNES) no parágrafo 
3º que fica entendido que só é 
considerado por Enfermeiro 
Estomaterapeuta o enfermeiro 
com especialização (pós-gradu-
ação lato sensu), sendo os cur-
sos reconhecidos pela Socieda-
de Brasileira de Estomaterapia 
(SOBEST) ou pelo World Coun-
cil of Enterostomal Therapists 
(WCET). Sendo estes enfermei-
ros competentes a prestarem 
assistência a pessoas portado-
ras de estomas, fístulas, tubos, 
cateteres e drenos, feridas agu-
das ou crônicas, incontinências 
anais ou urinaria, sendo com 
intuito de prevenção, terapêu-
tica e reabilitação visando uma 
melhor qualidade de vida a 
pessoa. [...] ” 
 
Quando é falado de Estoma-
terapia em Oncologia analisar que o 
aparecimento de machucados em 
pacientes oncológicos ou uma má 
conservação e manejo com os esto-
mas, fístulas ou diferentes compli-
cações arranjam com que se contem-
porize o tratamento deste paciente. 
Segundo Dealy citado por Linhares 
(213) reescrito por (BORTOLAZZI, 
et al. 2007): 
 
“[...] a enfermagem tem o papel 
de desempenhar diversas ativi-
dades, dentro delas os cuidados 
especializados na estomatera-
pia, sendo estas ações direcio-
nadas aos cuidados com a pele, 
fístulas e estomias, engloban-
do-se nas estomias toda defi-
 
 25 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
nição do plano terapêutico ao 
paciente, visando sua reabilita-
ção com intuito de autonomia 
no autocuidado e adaptação 
com o estoma, sendo então 
selecionados juntamente com o 
paciente a utilização e manu-
seio de coletores e acessórios, 
orientando também quanto a 
sua 60 aquisição em distribui-
dores da rede pública de saúde 
e ensinando o método de con-
trole intestinal, autoirrigação e 
sistema oclusor. [...] ” 
 
Equipamentos e Cuidados 
 
Seleção do Sistema para 
Estomia 
 
A primeira fase do cuidado 
com estoma é indicar o melhor siste-
ma para estomia que seja apro-
priado às necessidades e estilo de 
vida do paciente. 
 
 
Fonte: EBSERH 
Sistema de Peça Única 
 
Desse modo, um sistema de 
peça única, 
 
“[...] a bolsa e a placa adesiva 
protetora de pele são acopladas 
num único sistema. Projetados 
para serem discretos, esses sis-
temas oferecem simplicidade e 
flexibilidade em um sistema de 
baixo perfil. Estão disponíveis 
nas versões com bordas adesi-
vas, recortáveis e pré-cortadas. 
[...] ” 
 
 
Fonte: EBSERH 
 
Sistema Tradicional de Duas 
Peças 
 
Por outro lado, em um sistema 
de duas peças, a bolsa e a placa 
adesiva protetora de pele são duas 
peças afastadas que admitem a troca 
da bolsa sem retirar a placa pro-
tetora. Com esse sistema, a bolsa e a 
placa adesiva protetora de pele 
 
 26 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
jazemacopladas por meio de um aro 
plástico. Sendo que o paciente pode 
sentir que o sistema está firme no 
lugar. 
 
“O sistema tradicional de duas 
peças SUR-FIT Natura da Con-
vaTec oferece uma série de 
bolsas drenáveis, fechada e pa-
ra urostomia. As placas adesi-
vas protetoras de pele Stoma-
hesive ou Durahesive são de-
senvolvidas para proteger a pe-
le periest. A indústria fabrican-
te estabelece o limite de recorte 
do diâmetro interno do anel, 
considerando a distância entre 
este e o aro/flange de pelo me-
nos 0.5 cm, a fim de que não 
haja interferência na segurança 
do dispositivo. ” (SANTOS, 
2020). 
 
Protetor Cutâneo ou Bar-
reiras Protetoras da Pele 
 
 
Fonte: EBSERH 
 
Os protetores cutâneos são 
versados em diferentes apresenta-
ções: spray barreira, pó barreira, 
lenços protetores, pasta protetora, 
etc. Involuntariamente do aspecto, 
todos apresentam um mesmo desíg-
nio: proteger a pele periestoma. 
Com o andamento, a pele ao 
redor do estoma (periestoma) pode-
rá estar irritada: especialmente por 
conta do adesivo da placa/barreira. 
Logo, se o paciente perceber: 
 coceira 
 feridas; 
 manchas ou 
 pele ressecada; 
 vermelhidão; 
 
Ainda qualquer outra aparên-
cia que não signifique de uma pele 
saudável, análoga ao restante da 
pele da sua barriga, como por exem-
plo. Os protetores cutâneos poderão 
amparar na regeneração da pele 
periestoma. 
Também: 
 
“[...] o protetor cutâneo prote-
gerá a pele periestoma de novas 
lesões e auxiliará na aderência 
da placa/barreira. Ou seja, os 
protetores são recomendados 
para dois propósitos: regenera-
ção ou proteção da pele e pro-
moção da aderência da bolsa de 
ostomia. [...] ” (SANTOS, 
2020). 
 
 
 
 27 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
Como Utilizar os Protetores 
Cutâneos? 
 
 
Fonte: Ostomy Help 
 
“Faça a higienização do seu 
estoma como habitualmente; 
Garanta que após a limpeza, a 
sua pele esteja completamente 
seca; 
Aplique uma fina camada do 
protetor cutâneo ao redor do 
estoma; 
Garanta que toda a área que 
terá contato com a placa ade-
siva esteja coberto do protetor 
cutâneo. 
Deixe o produto secar comple-
tamente, antes de colar a 
placa.” (SANTOS, 2020). 
 
Note que os sabonetes com 
óleos ou hidratantes intervêm na 
aderência da placa. Logo, para higie-
nizar o estoma se deve dar prefe-
rência a sabonetes neutros. 
Além disso, para remover o 
protetor cutâneo, ainda se deve 
utilizar somente água e sabão 
neutro. 
 
“Uma boa vedação da sua bolsa 
de ostomia pode ajudar na 
duração da aderência da sua 
placa. Além disso, a aderência 
adequada da pele à placa/ 
barreira evitará vazamentos. 
Atualmente, as empresas de 
produtos para ostomia utilizam 
tecnologias modernas para que 
cada dispositivo seja adequado 
para a maioria das pessoas, re-
duzindo os riscos de lesões. Po-
rém lesões na pele periestoma 
podem acontecer, por diversos 
motivos – mesmo com o cuida-
do adequado. 
Então, se você notar que sua 
pele está vermelha ou irritada, 
procure o médico ou enfermei-
ro estomaterapeuta. ” (SAN-
TOS, 2020). 
 
Cinto de Sustentação 
 
 
Fonte: EBSERH 
 
Auxiliam na fixação das bolsas 
coletoras, são ajustados com os sis-
temas de 1 e 2 peças e acrescentam a 
 
 28 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
segurança na fixação e resistência da 
bolsa coletora. 
 
Filtro de Carvão Ativado 
 
Retiram os gases armazenados 
nas bolsas coletoras, diminui o seu 
volume e a probabilidade de aconte-
cimentos desagradáveis. 
 
Irrigação 
 
 
Fonte: EBSERH 
 
O sistema de irrigação faz uma 
limpeza do intestino grosso, possi-
bilitando que o paciente faça a utili-
zação por até 72h sem bolsa cole-
tora. O sistema é composto por uma 
bolsa para colocar o líquido utilizado 
na irrigação, um cone de silicone 
para ser acomodado ao estoma e 
uma manga coletora para admitir a 
drenagem do líquido. 
 
Sistema oclusor: Haste de espu-
ma e película. 
 
“Em contato com a umidade do 
intestino a espuma se expande 
ocluindo o estoma. É utilizado 
após a irrigação da colostomia, 
com trocas realizadas a cada 
12h. Pode ser utilizado por 
períodos de até 2h em pacientes 
ileostomizados que desejam ter 
maior independência. ” (SAN-
TOS, 2020). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANEJO E CUIDADOS DE ESTOMIAS E FÍSTULAS 
30 
3. Referências Bibliográficas 
 
BORTOLAZZI, Flavia; et al. Dificuldades 
na Assistência às Pessoas com Fístulas 
Digestivas: Estudo com Enfermeiros não 
estomaterapeutas. Vol 5, No 2 (2007). 
 
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NOVEMBRO DE 2009. Retirado em < 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegi
s/sas/2009/prt0400_16_11_2009.html> 
Acessado em: 26 de mar de 2020. 
_______. 5º do Decreto nº 5.296, de 2 de 
dezembro de 2004. 
 
_______. Ministério da Saúde. GUIA DE 
ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA COM 
ESTOMIA. Brasília, 2019. Retirado em: < 
https://portalarquivos2.saude.gov.br/ima
ges/pdf/2019/julho/26/GUIA-
ESTOMIAConsulta-Publiaca-05-06-
2019.pdf> Acessado em: 28 de mar de 
2020. 
 
SANTOS, Fernanda Silva. ASSISTÊNCIA 
DE ENFERMAGEM EM ESTOMAS 
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2020. 
 
SANTOS, V. L. C. G.; CESARETTI, I. U. R. 
Assistência em estomaterapia: cuidando 
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SANTOS, V. L.C.G. Aspectos epidemio-
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Associação Brasileira de Estomaterapia, 
São Paulo, v. 5, n. 1, p. 31-38, 2007. 
 
SULTI e MACHADO, et al.; Manual de 
orientação aos serviços de atenção às 
pessoas ostomizadas. COMISSÃO DE 
PADRONIZAÇÃO DE FLUXOS DE 
ATENDIMENTO AOS OSTOMIZADOS 
DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – 
Portaria 170-S de 29 de maio de 2014 e 
Portaria 367-S de 19 de Setembro de 2016. 
 
 
COMISSÃO DE PADRONIZAÇÃO DE 
EQUIPAMENTOS COLETORES E ADJU-
VANTES DE PROTEÇÃO E SEGURAN-
ÇA– Portaria nº 353-S de 24 de outubro de 
2013 E Portaria nº 368-S de 19 de 
Setembro de 2016. Secretária de Saúde, 
Vitória/ES, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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