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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
� COMPETÊNCIA MATERIAL:
A competência material do trabalho refere-se à disciplina/ assunto que
poderá ser objeto de ação na Justiça do Trabalho. No art. 114 da CF/88 é onde está
expresso, com redação dada pela Emenda Constitucional 45/2004, a qual alterou o rol
de competência material e ampliou o alcance da justiça do trabalho.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I – AS AÇÕES ORIUNDAS DA RELAÇÃO DE TRABALHO, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios
A competência da justiça do trabalho antes da EC 45 apenas abrangia as ações
oriundas das relações de emprego, configuradas pelo trabalho não eventual,
exercido por pessoa física, com pessoalidade, subordinação, mediante salário.
Contudo, diante dessa reforma, a Justiça do Trabalho, atualmente, abrange as
relações de trabalho em geral.
Há algumas exceções:
a) Servidores estatutários;
b) Os contratos temporários para interesse público;
c) Ação de cobrança por profissionais liberais (Súmula 363 STJ - Compete à
Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por
profissional liberal contra cliente).
II – AS AÇÕES QUE ENVOLVAM EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE
Também incluído pela EC/45, o que antes era resolvido por meio da justiça
comum, agora é competência da Justiça do Trabalho processar e julgar os
temas relacionados à greve.
Inclusive, a JT tem recebido ações de interdito proibitório (relacionado à
posse), sobre estabelecimentos afetados pelo exercício de greve:
Súmula Vinculante 23 - Ações possessórias
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação
possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve
pelos trabalhadores da iniciativa privada.
III – AS AÇÕES SOBRE REPRESENTAÇÃO SINDICAL, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores
Danielly Teixeira - UNICAP
Como os conflitos sobre representação sindical envolviam as entidades em si e
não empregado e empregador, eram tratados na justiça comum, após a EC/45
esses conflitos passaram a ser de competência da Justiça do Trabalho
IV – Os MANDADOS DE SEGURANÇA, HABEAS CORPUS E HABEAS DATA, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V – Os CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE ÓRGÃOS COM JURISDIÇÃO
TRABALHISTA, ressalvado o disposto no art. 102, I, o
Os conflitos de competência que não envolverem os tribunais superiores (visto
que é competência do STF), serão processados e julgados na Justiça do
Trabalho.
� Ou seja, os conflitos de competência entre as varas do trabalho e os tribunais
regionais do trabalho serão julgados pela própria justiça do trabalho.
exceção:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
guarda da Constituição, cabendo-lhe:
[...]
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e
qualquer outro tribunal;
VI – As ações de INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL OU PATRIMONIAL, decorrentes da
relação de trabalho
VII – AÇÕES RELATIVAS ÀS PENALIDADES ADMINISTRATIVAS IMPOSTAS AOS
EMPREGADORES PELOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO
➔ As empresas submetidas a investigação/ fiscalização no tocante às relações de
trabalho e penalidades administrativas que possam advir dessas investigações,
são de competência da justiça do trabalho
➔ Um exemplo, seria a atuação do Ministério Público do Trabalho, como um órgão
fiscalizador, por muitas vezes impõe aplicação de multa à empresas que
descumprem normas trabalhistas, esta penalidade administrativa pode ser
matéria objeto da justiça do trabalho.
VIII – EXECUÇÃO DE OFÍCIO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS previstas no art. 195, I, a, e
II, e seus acréscimos legais, DECORRENTES DAS SENTENÇAS DE PROFERIR;
➔ Ao proferir sentença, o juiz pode determinar, por exemplo, o pagamento de
verbas salariais e, a partir disso, há repercussões na previdência. Sendo assim,
o juiz pode pedir a execução, de ofício, das contribuições sociais que
decorreram dessa decisão proferida.
Danielly Teixeira - UNICAP
IX – OUTRAS CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO, na forma
da lei.
� Essa é uma competência residual que abrange todas as demais possibilidades
que possam surgir da relação de trabalho, sem que se esgote no art. 114
� COMPETÊNCIA TERRITORIAL:
Art. 651 da CLT
I. REGRA GERAL:
� A ação será proposta do local da prestação de serviços do empregado, essa
determinação visa oferecer o acesso à justiça para o trabalhador e facilitar a
coleta de provas
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é
determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou
reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro.
II. EXCEÇÕES:
� Prestação de serviços realizada em mais de um local:
Posição MAJORITÁRIA: a propositura da ação será na localidade da sua última
atividade.
Posição minoritária - afirma que há competência cumulativa entre as
localidades as quais houve a prestação de serviços, em que o trabalhador
poderia escolher o local do ajuizamento da ação.
� Agente ou viajante comercial:
poderá propor a ação na localidade em que está situada a agência/filial da
empresa a qual está diretamente subordinado, caso não haja, será em local
próximo do seu domicílio
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a
competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha
agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta,
será competente a Junta da localização em que o empregado tenha
domicílio ou a localidade mais próxima. 
Danielly Teixeira - UNICAP
� Local do contrato ou da prestação de serviços:
quando o empregado realizar suas atividades em local diferente daquele em
que realizou o contrato, poderá escolher em qual dos dois deseja propor a ação
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de
atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao
empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato
ou no da prestação dos respectivos serviços.
Apenas nas hipóteses em que o trabalho exercido seja em locais incertos, eventuais ou
transitórios.
� Trabalho no exterior:
nesses casos em que o empregado for brasileiro, mas prestar serviços no
estrangeiro, ainda assim, a competência será da Justiça do Trabalho brasileira
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento,
estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em
agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja
brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
● FORO DE ELEIÇÃO:
O foro de eleição permite que o local da ação seja previamente escolhido pelo
empregado e empregador no momento da celebração do contrato. Entretanto, a
maioria da doutrina e jurisprudência é contra esse ato, estabelecendo que na justiça do
trabalho não é possível o foro de eleição, visto que, pode prejudicar o próprio
empregado.
Contudo, é importante ressaltar que, uma parte minoritária da doutrina defende que é
possível que possa haver o foro de eleição, desde que seja favorável ao trabalhador.
● ACESSO À JUSTIÇA:
A aplicação das regras de competência territorial da Justiça do Trabalho não é apenas o
texto literal da lei, é necessário que se faça uma análise para além daquilo que está
positivado.
Nesse sentido, é preciso interpretar o local da propositura da Reclamação Trabalhista à
luz do acesso à justiça, um direito fundamental e constitucional o qual garante que
Danielly Teixeira - UNICAP
todos aqueles que tenham seus direitos violados, possam se valer do judiciário para
solução de seus conflitos.
Isto posto, ao falar da justiça trabalhista e na proteção do lado mais frágil do litígio,
devemos pensar na facilitação do acesso dessas pessoas à justiça, à instrução
processual, à produção de provas, etc.Interpretar o local da RT pela ótica do acesso à
justiça, é garantir o direito de ação dos trabalhadores e dar efetividade ao princípio da
proteção, aplicando a regra mais favorável para aqueles que necessitam do Poder
Judiciário para salvaguarda de seus direitos.
Danielly Teixeira - UNICAP

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