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As ampliações da competência da Justiça do Trabalho trazidas pela EC 452004

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Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Disciplina: Processo do Trabalho
Professora: Josielle Rodrigues dos Santos	
Acadêmica: Suelen Tainá Franz Pandini 
Turma: 6º semestre
Prova Parcial I - Do art. 114 da Constituição Federal
As ampliações da competência da Justiça do Trabalho trazidas pela EC 45/2004
	Hodiernamente, o art. 114 da Constituição Federal traz as inúmeras competências fornecidas à Justiça do Trabalho. Entretanto, tais competências foram alteradas e, em grande parte, introduzidas pela Emenda Constitucional n. 45 de 30 de dezembro 2004. Tais modificações reformaram o Poder Judiciário, conferindo maior proeminência à Justiça do Trabalho bem como suprindo lacunas existentes em tais conflitos.
	Importa salientar que anteriormente à EC 45/2004, o dispositivo supramencionado trazia o seguinte texto: “Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.” Embora tenha o NCPC trazido fortemente à tona a ideia de conciliação entre as partes, foram substituídos os termos da antiga redação do texto constitucional, "conciliar e julgar", pelos termos "processar e julgar". Tem-se que essa modificação aconteceu pois a conciliação em si já é tida como etapa fundamental dentro do processo, sendo precedida a instrução processual por uma tentativa obrigatória de conciliação.
	Com a EC 45/2004, hoje, e de acordo com o inciso I do art. 114 da CF, cabe a Justiça do Trabalho resolver os conflitos decorrentes de todas as relações de trabalho e não mais apenas de emprego, como trazia o dispositivo antes da modificação. A relação de emprego tem por objeto a subordinação do prestador ao tomador de serviço, dada em uma atividade econômica, de forma pessoal, não-eventual e onerosa. Logo, é apenas uma espécie de relação de trabalho. De acordo com Renato Saraiva: “Relação de Trabalho corresponde a qualquer vínculo jurídico por meio do qual uma pessoa natural executa obra ou serviços para outrem, mediante o pagamento de uma contraprestação. Portanto, relação de trabalho é gênero, que abrange várias espécies além da relação de emprego”. Assim, existindo um contrato de atividade - que é a prestação de serviços por uma pessoa física para outra pessoa física ou pessoa jurídica de direito privado ou público - as controvérsias suscitadas tanto pelo tomador quanto pelo prestador de serviços, deverão ser dirimidas pela Justiça do trabalho, passando a ser abrangidas pela Nova Competência. 
 	O STF, entretanto, através da ADIn 33.395-6, concedeu liminar em efeito ex tunc suspendendo toda e qualquer interpretação do mencionado artigo que inclua na competência trabalhista a apreciação de causas que sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. Decidiu ainda, através da ADIn 3.684-0, que no âmbito da jurisdição trabalhista não entra competência para processar e julgar ações penais.
	Outra grande mudança encontra-se no inciso II do art. 114 da CF, que traz para a Justiça Laboral a atribuição de também processar e julgar as ações que envolvam exercício do direito de greve. Aliado a tal artigo, tem-se ainda a Súmula Vinculante n. 23, que menciona que “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações possessórias ajuizadas em decorrência do exercício de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada”.
	O inciso III do art. 114 da CF nos traz a respeito da competência de processar e julgar ações de representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. Dessa forma, quando sindicatos disputarem base territorial de representação de categoria, a ação será julgada na área trabalhista. Anteriormente, eram julgadas pela Justiça Estadual.
	No inciso IV é fornecida competência à seara trabalhista para processar e julgar os Habeas Corpus, Habeas Data e os Mandados de Segurança, que também poderão ser apreciados pelos juízes do trabalho de 1º grau quando se tratar de ato de autoridade fiscalizadora das relações de trabalho, na hipótese de imposição de sanções administrativas aplicadas a empregador. Competência esta que antes era da Justiça Federal.
Embora o novo texto tenha aumentado significativamente as competências, gize-se que este também suprimiu uma delas, qual seja, os Mandados de Segurança impetrados por servidores ou juízes trabalhistas contra ato administrativo de presidente de TRT deixaram de ser da competência da Justiça do Trabalho, sendo transferida para a Justiça Federal Comum.
	É dada competência também para a área trabalhista no art. V para processar e julgar os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’. Dessa maneira, havendo conflitos de competência entre Varas do Trabalho de mesma região, entre juízes do trabalho que estejam investidos na mesma região, e entre Varas do Trabalho e juízes de direito que também estejam investidos, caberá aos TRT’s decidir; já quando o conflito for entre TRT’s, entre Varas do Trabalho, e juízes de direito que estejam investidos em jurisdição do trabalho, submetidos à jurisdição de TR’s diferentes, será competência do TST – ambas competências restam prescritas no art. 808 da CLT. Entretanto, quando a lide ocorrer entre Vara do Trabalho e juiz de direito, que não esteja investido na jurisdição trabalhista, a competência será do STJ, conforme disposto no art. 105 da CF. Havendo conflito entre TST e órgão dos demais ramos do Poder Judiciário, a competência é designada ao STF, o que resta consolidado pelo art. 102, também da Magna Carta.
	Através do inciso VI, tem-se que as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho, também são processadas na Justiça Laboral. Tal entendimento é adotado na Súmula Vinculante nº 22, que menciona: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/2004.” Cabe ressaltar que, muito embora ações acidentárias de empregado contra empregador serão de competência trabalhista, as ações de empregado contra o INSS serão de competência da Justiça Comum.
	Os incisos VII, VIII e IX tratam ainda da competência quanto às ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; quanto à execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir e ainda quanto as demais controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
	Diante do exposto, tem-se que a Emenda Constitucional nº 45/2004 trouxe uma substanciosa ampliação da competência da Justiça do Trabalho. Todas as modificações tiveram o objetivo de tornar a área mais célere e prática, o que consequentemente irá se refletir na vida do trabalhador, estando ele presente em qualquer espécie das relações laborais que foram aqui abordadas.

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