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Bacterioses em Animais

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Davillanne Valentim 
Bacterioses
 
Medicina Veterinária
 
 
 
BOTULISMO 
Definição: Intoxicação altamente fatal, causada por toxinas de Clostridium botulinum, a qual 
acomete bovinos, ovinos, caprinos, equinos e asinininos, e menos frequentemente carnívoros 
e suínos. Caracteriza-se por causar paralisia flácida parcial ou completa dos músculos de 
locomoção e deglutição. 
• Mecanismo de ação: Bloqueio da liberação da acetilcolina 
• Causas: Osteofagia e deficiência de ferro, além de animais ingerindo cama de frango. 
Etiologia: C. botulinum é uma bactéria gram-positiva, em formato de bacilos, produtora de 
endósporos, anaeróbica ou aerotolerante. Ela possui sete toxinas (A – G) reconhecidas até o 
momento, sendo as dos tipos C e D predominante em animais. 
São encontradas no solo, água e trato digestivo dos animais. 
Transmissão: Animais em confinamento contaminados por via fecal oral, carcaças em 
decomposição contaminando água, alimentos e o solo. 
Patogenia: As toxinas ingeridas pelo animal, são rapidamente absorvidas pelo trato 
gastrointestinal e atingem as junções neuromusculares de terminações nervosas periféricas 
Sinais Clínicos: incoordenação motora posterior e anterior, cabeça; seguida de dificuldade de 
apreensão, mastigação e deglutição. 
• Diminuição dos reflexos pupilares com midríase 
• Perda do tônus do esfíncter 
• Constipação intestinal 
• Retenção urinária 
Diagnóstico: Sinais clínicos associados à epidemiologia e necropsia "branca" (sem alterações 
na necropsia de animais mortos) 
• Soroneutralização em camundongos 
• Fixação em Elisa 
Tratamento: Deve-se avaliar a relação custo x benefício Soro hiper imune + suporte 
Medidas profiláticas: evitar o contato dos animais com as fontes de toxina manejo ambiental 
• Oferecer mineral como complementação alimentar 
• Remoção das carcaças e ossos das pastagens 
• Realizar vacina corretamente 
• Controle de roedores 
• Não utilizar cama de frango 
 
 
 
TÉTANO 
Definição: Enfermidade toxinfecciosa, não contagiosa, altamente letal que acomete todos os mamíferos, 
sendo desencadeada por neurotoxina tetanospasmina, produzida por Clostridium tetani. 
Principal manifestação resultantes da ação da tetanospasmina são paralisia espástica e hiperestesia. 
Mais comum em ovinos, devido a castração, umbigos mal higienizados e feridas de tosquias. 
Sendo os equinos os animais suscetíveis ao tétano. 
• Mecanismo de ação: 
 
Etiologia: Tetanospasmina, é produzida durante o crescimento vegetativo do C.tetani. 
Bactéria em formato bacilar e gram-positiva, anaeróbica estrita e desprovida de cápsula, forma esporos na 
presença de oxigênio. 
C.tetani pertencente à microbiota intestinal normal de equinos, ruminantes, cães, gatos, aves e, também, da 
espécie humana. O solo é contaminada constantemente por fezes animais o que torna o ambiente o maior 
reservatório de esporos de C.tetani. 
 
Patogenia: A infecção ocorre, geralmente, por contaminação de ferimentos (causado por objetos 
perfurocortantes) ou feridas cirúrgicas (de castrações, descornas, caudectomias e casqueamento) com terra, 
fezes e outras sujidades que contenham esporos de C.tetani. 
As bactérias piogenicas estabelecem áreas de necrose com consequente anaerobiose, ambiente ideal, pela 
ausência de oxigênio, para que esporos de C.tetani passem da forma esporulada para a vegetativa, 
multiplicando-se nesse local e levando, assim, à produção de tetanospasmina (toxina tetânica) e tetanolisina 
(insignificante). 
 
Sinais Clínicos: 
Característico da doença --: Rigidez muscular por paralisia espástica e hiperestesia 
• Trismo mandibular 
• Marcha trôpega 
• Prolapso de terceira pálpebra 
• Cauda em bandeira 
• Orelhas eretas 
• Timpanismo 
Animais que evoluem para decúbito raramente se recuperam. 
 
Diagnóstico: Fundamenta-se essencialmente, em sinais e sintomas clínicos da enfermidade. Necropsia não 
indicada por não relevar lesões macroscópicas. 
• Bioensaio em camundongos 
 
Tratamento: Neutralizar a toxina circulante, cessar a sua produção e promover o relaxamento muscular do 
animal 
• Penicilina associada a soro antitetânico e acepromazina 
• Identificação do local da lesão com desbridamento e higienização do local 
• Suporte 
 
Profilaxia: 
• Vacinação 
• Cuidados sanitários na execução de práticas de manejo 
 
 
 
CARBÚNCULO SINTOMÁTICO 
“Manqueira” 
Definição: Enfermidade aguda, infecciosa, não contagiosa, de caráter endógeno e altamente 
letal, causada por Clostridium chauvoei. 
Acomete bovinos jovens de 6 meses a 3 anos, em bom estado nutricional 
Caracteriza-se pela formação de edema gasoso em grandes grupos musculares que crepitam à 
palpação. 
• Infecção via oral 
Toxinas 
α (alfa) – ação hemolítica, necrosante e letal 
β (beta) – desoxirribonuclease: capaz de produzir morte celular 
γ (gama) – hialuronidade: facilita a difusão da bactéria no tecido conjuntivo 
δ (delta) - neuraminidade ou sialidase 
Condição essencial – ausência do oxigênio 
Sinais Clínicos: 
Achado patognômico: Edema com crepitação na musculatura 
• Anorexia 
• Depressão 
• Claudicação 
• Aumento da sensibilidade 
• Inchaço 
 
Diagnóstico: Associação de sinais clínicos e epidemiológicos 
• Confirmação Necropsia: Musculatura crepitante, edema hemorragia e necrose 
 
Tratamento: Sem eficácia 
↑ Altas doses de penicilina 
 
Profilaxia: 
• Vacinação 
• Controle ambiental 
• Descarte das carcarças 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gangrena Gasosa 
“Edema maligno” 
Definição: Infecção devastadora causada por microrganismos da espécie Clostridium, que 
também é denominada mionecrose por Clostridium. 
 
Etiologia: Enfermidade causada especificamente pelo C. perfringes do tipo A e C, C. 
septicum, C.novyi (letal), C. chauvoei e C. sordelli – Isoladamente ou de maneira associada. 
Afeta bovinos, ovinos, equinos e suínos de qualquer idade. 
Estão presentes nos animais e no ambiente, tendo acesso pela pele e mucosas lesionadas 
Fatores predisponentes: castrações, vacinações, injeções, mordeduras, tosquia, auxílio a parto 
com as mãos sujas e uso de instrumentos não esterilizados. 
Características diferenciais: Alta invasividade dos agentes e a intensa produção de gás. 
 
Patogenia: 
 
Sinais Clínicos: ÓBITO RÁPIDO ( 1 A 3 DIAS) 
• Febre 
• Anorexia 
• Taquicardia 
• Depressão 
• ↑ Volume áreas mais baixas – principalmente membros posteriores – acumulo de gás e 
transudato (ventre e regiões inferiores) 
• Subcutâneo edematoso ou crepitante 
• Claudicação severa 
• Pele: edema e cianose 
 
Diagnóstico: Associação de sinais clínicos e epidemiológicos 
Confirmação Necropsia: Musculatura crepitante, edema hemorragia e necrose 
 
Tratamento: 
• Desbridamento tecidual necrótico 
• ↑ Altas doses de penicilina 
 
Profilaxia: 
• Vacinação 
• Controle ambiental 
• Descarte das carcaças 
Lesão 
tecidual
Contaminação 
por 
Clostridium
Proliferação 
(Anaerobiose)
Germinação Infeccção
Fermentação 
dos 
carboidratos
Formação 
do dióxido 
de carbono
Produção 
de Toxinas
Necrose
 
 
 
 
Hemoglobinúria Bacilar 
Definição: Enfermidade causada pelo Clostridium haemolyticum, uma toxemia de 
manifestação aguda e superaguda, fatal para bovinos, mas que raramente acomete ovinos, 
caprinos, equinos e suínos. 
• Necrose Hepática (Fígado) 
Principal porta de entrada: Umbigo em neonatos 
 
 
Animais em boa condição corporal 
Precedida de lesões hepáticas 
Contaminações ambiental – alimentos, fezes e carcarças 
 
 
 
Sinais Clínicos: 
• Depressão 
• Hemoglobinúria 
• Icterícia 
• Anorexia 
• Dor abdominal 
 
Diagnóstico: Associação de sinais clínicos e epidemiológicos 
• Confirmação Necropsia: Musculatura crepitante, edema hemorragia e necrose 
Diferencial: Babesia (hemólise intravascular) e Anaplasmose (extravascular) 
 
Tratamento: Altas doses de penicilina 
 
Profilaxia: 
• Controle ambiental 
• Vacinação 
• Boas condições demanejo 
 
C. hemolytium Toxinas Beta e C
Necrose + Lise dos 
Eritrócitos
Hemólise
Parasitismo 
por Fasciola 
hepática
Lesões
Condições 
para 
Anaerobiose
Germina
ção
Toxinas
Hemólis
e
Liberação de 
Hemoglobina
 
 
 
ENTEROTEXIMA 
“Doença do Rim Pulposo” 
 
Definição: Enfermidades ocasionados por absorção, pelo trato gastrointestinal, de toxinas 
produzidas por Clostridium perfringens (C. perfringens). 
 
Etiologia: A bactéria C. perfringens é gram-positiva, e produz toxinas letais (α, β, ε, ι), de 
maior ação patogênica, que servem de base para classificar o agente nos tipos A, B, C, D, E. 
A doença do “rim pulposo” é ocasionada pela bactéria C. perfringens tipo, que produz 
principalmente a toxina ε. 
 
Epidemiologia: Acomete bovinos, ovinos e caprinos de todas as idades, possui baixa 
morbidade, porém alta letalidade. Fatore predisponentes: alteração da dieta, excesso de 
pastagem, dietas com muitos concentrados e pouca fibra, ou alimentação com excesso de 
grãos. 
 
Transmissão: A bactéria C. perfringens é comensal do TGI, possui caráter oportunista, ou 
seja, a instalação da infecção se dá por aspectos que favoreçam o desequilíbrio e multiplicação 
dos agentes. 
OBSERVAÇÃO: A toxina ε é ativada quando entra em contato com enzima proteolíticas e 
causa necrose altamente letal, o curso clínico nesse caso é agudo e não são observados sinais 
clínicos, sendo o animal levado a morte súbita. 
 
Sinais clínicos: Geralmente os animais acometidos vem a óbito antes de notar-se sinais 
clínicos, mas evidencia-se a presença de incoordenação motora, dificuldade de locomoção, 
bem como manifestações respiratórias: dispneia, depressão e eliminação de espuma pelas 
narinas. 
 
Diagnostico: É fundamentado na anamnese, sinais clínicos associados com a epidemiologia 
local. Os animais geralmente morrem subitamente em boas condições físicas. Achados de 
necropsia – rins congestos amolecidos com aspecto autolicados (Rim pulposo) 
 
Tratamento: Recomenda-se o uso de altas doses de penicilina 
 
Prevenção: Bom manejo nutricional em associação com a vacinação do rebanho 
 
 
 
 
 
 
 
MORMO 
Definição: Enfermidade infectocontagiosa piogranulomatosa, de caráter agudo. Caraterizada por lesões 
respiratórias, linfáticas e cutâneas em equídeos, causada por bactéria Burkholdearia mallei. 
Acomete equídeos, possuindo alta morbidade e alta letalidade. 
• Zoonose grave (ocupacional): Homem é um hospedeiro acidental 
Etiologia: Causado por uma bactéria intracelular facultativa, encapsulada, que mantém viável no interior dos 
fagócitos, capaz de produzir endotoxinas. 
Transmissão: Via de infecção é a oral, disseminada pela via digestiva. Sendo transmitido por fômites 
(forragens, bebedouros e calhas) 
• Idade é um fator relevante – maior prevalência em idosos, debilitados, más condições de manejo e 
estresse 
Sinais clínicos inespecíficos: 
• Hipetermia 
• Apatia 
• Caquexia 
• Colonização do pulmão: Pneumonia piogranulomatosa, dispneia, secreção mucopurulenta com 
surgimento de estrias de sangue 
• Forma cutâneo-linfática: Surgimento de nódulos rígidos “colar de pérolas” 
Diagnóstico diferencial: Garrotilho 
- Sem registro de transplacentária 
- Transmissão por ingestão 
• Forma aguda - Respiratória: hipertermia, redução do apetite, dispneia evolutiva, emaciação, ulceração 
de septo nasal 
• Forma crônica – Não são distintas e podem apresentar todas as formas simultaneamente. 
o Cutânea – Abcessos cutâneos 
o Nasal – Descarga nasal serosa 
o Pulmonar – Pneumonia lobar com abscedação cavernosa com desenvolvimento de pleurite 
fibrinosa 
 
Diagnóstico: Anamnese associada a epidemiologia e sinais clínicos 
Teste de maleína (Somente veterinária) 
• Identificação da bactéria. 
Fixação em Elisa 
Métodos moleculares e sorologicos 
- diferencial: Garrotilho 
Exame confirmatório: WESTER BLOTTING – Labotório agropecuária caso de prova de triagem apresente 
resultando positivo. 
NÃO HÁ VACINA! // NÃO HÁ TRATAMENTO! // NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA!! 
 
Animal deve ser eutanasiado – restrita a profissionais do serviço de defesa sanitária 
 
Medidas de Controle: 
• Interdição de propriedades com animais 
positivos 
• Eutanásia de animais positivos 
• Incineração das carcaças 
• Descontaminação das instalações de 
utensílios 
• Abolir uso de cochos coletivos 
• Uso de equipamentos de proteção na manipulação dos animais 
• Transito de animais (GTA) – apresentação do comprovante do exame negativo para mormo e sem 
sinais clínicos 
o Validade de 60 dias apartir da coleta da amostra 
 
 
 
BRUCELOSE 
Definição: Infecção generalizada e crônica causada pela bactéria do gênero Brucella spp. 
Considerada uma zoonose (contato com animais infectados ou alimentos contaminados). 
PNCEBT: Doença zoonótica causada pela bactéria Brucella abortus, caracteriza por 
infertilidade e aborto no final da gestação nas espécies bovina e bubalina. 
Etiologia: Cocobacilo gram-negativo, intracelular facultativo – sobrevive no interior de 
macrófagos. 
• Brucella canis – cães (Alta prevalência em humanos) 
• Brucella ovis – ovinos 
o NOTIFICAÇÃO MENSAL 
• Brucella suis – suínos 
o NOTIFICAÇÃO IMEDIATA 
• Brucella melitensis – mais virulenta em humanos 
o NOTIFICAÇÃO IMEDIATA 
Patogenia: 
 
Porta de entrada: Oral, respiratória, conjutiva, ocular, genital, pele lesada 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Multip
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Reposta 
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Fagocitose
Linfonodos 
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Via 
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Órgãos 
Manife
stações
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
DAVILLANNE VALENTIM | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
 1 
GARROTILHO 
Sinonímia 
 Adenite Equina 
 
Definição 
É uma enfermidade infectocontagiosa aguda, sendo específica de equídeos. É 
caracterizada por linfadenite e infecção do trato superior causada pela bactéria β -
hemolítica Streptococcus equi (S. equi), pertencente ao grupo C de Lancefield. Acomete 
animais de todas as idades, embora com mais prevalência em animais jovens. 
Por quê Garrotilho? 
 O termo “garrotilho” vem do espanhol e significa angina grave que produz a morte 
por sufocação, o termo foi incorporado ao português e refere-se a cavalos afetados, mas 
não tratados, e que parecem estar sendo estrangulados por garrote devido ao aumento 
dos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares que obstruem a faringe. 
 
Etiologia e Histórico: 
São causadas por bactérias da família Streptococcaceae gram-positivas. O 
garrotilho figura entre as doenças mais frequentes na criação de equídeos em todo o 
mundo. Vale ressaltar que equinos, muares e asininos são suscetíveis. 
• Acomete equídeos de entre 1 e 5 anos, com predomínio em animais com cerca 
de 1 ano de idade, o que coincide com a faixa etária do desmame dos potros 
• Morbidade é alta, podendo acometer 10 a 30% dos animais do plantel, chegando 
a 100% em surtos 
• Letalidade é baixa ocorrendo em até 10% dos animais não tratados e/ou com 
diagnostico tardio, e em 1 a 2% dos casos, mesmo que tenham tido o tratamento 
adequado, em virtude de desenvolvimento de complicações. 
• Prejuízos econômicos estão relacionados com a interrupção das atividades dos 
animais, bem como gastos com tratamento, além da morte ocasional de animais. 
 
 
 
 
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
DAVILLANNE VALENTIM | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
 2 
Transmissão 
A transmissão ocorre por via aerógena / via oral, sendo as fontes de infecção 
equídeos doentes ou portadores que eliminam a bactéria pelo trato respiratório superior. 
A transmissão pode ocorrer de maneira direta e indireta. 
• Forma direta: ocorre pelo contato entre animais, cavalos que estão incubando a 
doença que apresentam sinais clínicos, mas estão se recuperando e por 
portadores. 
• Forma indireta: Através de fômites, secreções nasais e os conteúdos dos 
linfonodos e abscessos contaminam água, ração, pasto e utensílios de maneira 
geral (corda,sela, arreio, cabresto etc.) 
O agente permanece, na população, em equinos portadores: animais convalescentes 
ou aparentemente recuperados – podendo ser transmitido por secreção nasal. 
Vale lembrar que estresse, transporte, excesso de trabalho, viroses e parasitoses 
aumentam a suscetibilidade dos animais e podem desencadear a enfermidade em 
animais com infecção latente 
 
Resistência 
O vírus no ambiente pode se manter viável por até 3 meses, sob abrigo da luz 
solar direta, a até 2 meses na vegetação. Os estábulos permanecem contaminados. 
 
Patogenia 
Após o ingresso no equídeo suscetível por via oral ou nasal, a bactéria adere às 
células da mucosa nasal e bucal e em seguida se multiplica, invadindo a mucosa 
nasofaríngea causando faringite aguda e rinite. Poucas horas após a infecção da 
cavidade oronasal, o microrganismo é levado para os linfonodos regionais (retrofaríngeo 
e submandibulares), nos quais se multiplica no meio extracelular. 
A progressão viral ocorre através da presença do vírus nos linfonodos regionais, 
que determina quimiotaxia de neutrófilos, aumento da permeabilidade vascular loca, 
edema e formação de abcessos com acúmulo de grande coleção purulenta, que pode 
ser eliminada, em alguns animais, após a abscedação dos linfonodos, causando 
obstrução local por compressão. 
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
DAVILLANNE VALENTIM | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
 3 
Sete a 14 dias após, fistulam, drenando na faringe, na bolsa gutural ou no 
exterior, liberando secreção purulenta e contaminando o ambiente por semanas. 
 
Sinais Clínicos 
O período de incubação é variável entre 1 e 3 semanas. 
Classicamente, os principais sinais clínicos incluem início abrupto de febre (39 a 
41ºC), linfadenopatia (submandibular e retrofaríngea) com dor à palpação, descarga 
nasal (inicialmente serosa, que passa à mucopurulenta e purulenta em alguns dias), 
inapetência, tosse produtiva bem como dificuldade respiratória e deglutição. 
Em geral, o curso clínico da doença perdura 2 a 4 semanas, com recuperação 
espontânea da maioria dos animais, com ou sem supuração dos abcessos. 
 
Complicações do Garrotilho 
As principais complicações são o garrotilho bastardo, púrpura hemorrágica, 
empiema da bolsa gutural e pneumonia aspirativa. Vale ressaltar que os casos 
complicados tendem a cronicidade ou à evolução fatal. 
• Garrotilho bastardo, espúrio ou metastático é a disseminação sistêmica do 
microrganismo (S. equi) dos linfonodos para diferentes órgãos, provocando abcessos. 
Maior frequência de disseminação nos pulmões, mesentério, fígado, baço, rins e 
cérebro tendo risco de ruptura e infecção generalizada. 
Nesses casos os animais podem desenvolver quadros de pneumonia, artrite, 
tendinite, nefrite, celulite, panoftalmite, linfadenite mesentérica, encefalite e miocardite. 
Sugere-se que esteja relacionada a virulência da linhagem, suscetibilidade e 
higidez do animal, fatores genéticos e instituição tardia ou inadequada de tratamento. 
• Púrpura hemorrágica é o desenvolvimento de uma reação imunomediada. Sugere-
se que seja secundária a uma reação exacerbada de equídeos infectados com 
linhagens virulentas do microrganismo (S. equi), levando ao acúmulo de complexos 
imunes na parede dos vasos sanguíneos. 
Clinicamente, os animais com esta complicação apresentam dificuldade respiratória, 
taquicardia, edema (cabeça, membros e abdome), petéquias e equimoses em mucosas, 
conjuntivas e serosas de órgãos, evoluindo para morte ocasional. Em casos graves, os 
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
DAVILLANNE VALENTIM | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
 4 
animais podem manifestar, também cólicas por vasculite no trato digestório, além de 
desprendimento da pele acima dos casos. 
Acomete, frequentemente, animais convalescentes e, raramente, animais vacinados. 
• Empiema da bolsa gutural é o resultado da ruptura do linfonodo retrofaríngeo, com 
disseminação do microrganismo (S. equi) para a bolsa gutural caracteriza um caso 
grave de empiema (acúmulo de secreções purulentas) com tendência a cronicidade da 
infecção. 
Os equídeos com empiema da bolsa gutural apresentam secreção nasal purulenta 
profusa(purulenta) e perda de peso. Com a evolução do quadro podem ocorrer a 
formação de fístulas e abscedação externa do conteúdo da bolsa gutural, com 
eliminação expressiva de secreção purulenta em vários pontos fistulados abaixo da 
base das orelhas. 
• Pneumonia aspirativa 
• Outras complicações clínicas 
- Sistema Nervoso Central: é rara, e resulta em encefalite, manifestada clinicamente por 
hiperestesia, apoio da cabeça em obstáculos, andar em círculos, tremores, excitação, 
ataxia, rigidez da nuca, incoordenação e paralisia dos membros. 
- Hemiplegia laríngea: compressão ou lesão do nervo laríngeo com agravamento da 
dificuldade respiratória 
- Miosites com atrofia muscular na região glútea, quadros de glomerulonefrite e 
miocardite. 
- Casos clínicos mamários incluem sinais de edema, hiperemia e sensibilidade à 
palpação das mamas, bem como leite de coloração e aspecto alterados (presença de 
pus e grumos). 
 
Diagnostico 
É fundamentado em achados clínico-epidemiológicos e apoiado em exames 
subsidiários (demonstração do agente em esfregaços de exsudato nasal). 
A confirmação é realizada pelo isolamento do S. equi subesp. equi obtido de 
material purulento coletado de linfonodos, secreção nasal e bolsa gutural, das lesões ou 
órgãos afetados. 
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
DAVILLANNE VALENTIM | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
 5 
A PCR tem sido adotada em programas de controle e profilaxia do garrotilho em 
propriedades endêmicas, no controle de surtos ou em criatórios de animais de elite. A 
técnica apresenta boa sensibilidade e elevada especificidade, auxiliando a detecção em 
animais assintomáticos. Porém, recomenda-se seu uso simultâneo com o cultivo 
microbiológico convencional, pois esta pode resultar positiva mesmo na ausência de 
bactérias viáveis. 
 
Tratamento 
 A abordagem terapêutica do garrotilho depende dos sinais clínicos e do estágio ou 
da gravidade da doença. Além disso, a alocação dos animais em ambiente isolado, com 
disponibilidade de alimento de boa qualidade, fácil acesso a água e, possibilidade de 
descanso em geral, é suficiente para a recuperação dos animais. 
 Na vigência de surtos de garrotilho, indica-se o tratamento antimicrobiano imediato, 
a penicilina é, historicamente, o antimicrobiano de escolha para tratamento. No entanto, 
têm se notado a eficácia do fármaco está cada diz mais reduzida, em virtude da 
pressão seletiva para linhagens do S. equi resistentes. 
 Portanto, deve-se saber que as cepas de S. equi são sensíveis às penicilinas, 
sulfonamidas e clorafenicol, sendo resistentes a estreptomicinas, tetraciclinas e 
gentamicina. 
Nos animais que apresentam os sintomas clínicos precoces sugestivos do 
garrotilho, o tratamento é direcionado para bloquear a abscedação dos linfonodos que 
pode ser feita através da administração de Penicilina G, na dosagem de 15.000 UI/Kg 
IM, com intervalo de 12 em 12 horas. 
Quando os animais apresentam a abscedação dos linfonodos, os esforços são 
voltados para a maturação e drenagem dos abscessos, e autores orientam para 
utilização de compressas quentes, para que os linfonodos fiquem flutuantes e haja a 
ruptura espontânea, ou mesmo para facilitar sua drenagem. 
Avaliar uso de antibioticoterapia parenteral – interrupção do desenvolvimento do 
abscesso, ao invés de acelerar sua maturação se febre prolongada, anorexia, depressão 
e letargia persistirem, ela passa a ser necessária. 
BACTERIOSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | GARROTILHO 
 
DAVILLANNE VALENTIM | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
 6 
Após a drenagem deve-se fazer limpeza no local com iodo para evitar infecções 
secundárias. A terapia de apoio constitui-se de fluidoterapia, alimentação por sonda 
nasogástrica e se necessário a traqueostomia. 
 Para animais que foram expostos ao agente,mas que ainda não apresentem os sinais 
devido ao tempo de incubação da doença pode haver a recomendação de penicilina na 
dosagem de 90.000UI/Kg PV IV, com intervalos de 48 horas, durante 21 dias. 
 Os animais que apresentam complicações decorrentes do garrotilho devem ter o 
tratamento direcionado ao cuidado dos problemas específicos. A antibioticoterapia com 
penicilina é apropriada para a abscedação metastática tanto do abdômen quanto do 
tórax. 
Animais que apresentam púrpura hemorrágica, além da antimicrobianos também se 
deve utilizar corticoesteróides e reposição hidroeletrolítica e energética. 
 
Profilaxia e Controle 
Controle do fluxo de equídeos, cuidados sanitários na aquisição de animais, 
adoção de quarentenários, isolamento e tratamento de animais doentes, cuidados na 
formação de lotes de animais no pós-desmame, higiene e desinfecção de instalações e 
utensílios de manejo dos animais, exames clínicos e laboratoriais periódicos nos 
equídeos do plantel e adoção de profilaxia vacinal em propriedades endêmicas. 
 
Vacinas 
Diferentes vacinas estão disponíveis para a profilaxia da doença como imunógenos 
por via parenteral e intranasal, utilizando bactérias inativadas, atenuadas ou vacinas de 
subunidades. 
Vale ressaltar que, as vacinas inativadas não conferem proteção total aos animais, 
pois não induzem o estimulo antigênico adequado de imunidade local da nasofaringe, 
reconhecida como a principal porta de entrada do microrganismo. 
Em potros, a vacinação deve ocorrer após os 4 meses de idade, até lá a 
imunidade passiva por ingestão de colostro perdura. 
 
Controles e surtos 
Animais acometidos devem ser isolados e tratados até a remissão completa dos 
sinais clínicos. Todos os animais do plantel que não tiveram contato com os doentes 
devem ser revacinados.

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