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Reprodução animal SISTEMA REPRODUTOR FEMININO PERGUNTAS: O que é reprodução? Origem da vida, origem de novos indivíduos. Quais eventos fazem parte da reprodução? Embriogênese para formação do óvulo (ovogênese) e espermatozoide (espermatogênese) e futuramente a fecundação. Ou seja, a vida reprodutiva se inicia na embriogênese, através das células germinativas e não na puberdade. Crescimento isométrico: no início da vida o crescimento do animal é isométrico, ou seja, o trato reprodutivo cresce na mesma velocidade que outros órgãos. Quando atinge a puberdade inicia crescimento maior do trato reprodutivo devido ao desenvolvimento dos testículos e glândulas mamarias, por exemplo. Quem mantém a progesterona alta? É o embrião, tem o mecanismo de sinalizar que a luteólise deve ser impedida e assim manter a P4 alta. Caso feto tenha poucos sinalizadores/receptores causará o aborto. Embrião se nutre como? Através da placenta. QUAIS OS EVENTOS NECESSÁRIOS PARA O SUCESSO REPRODUTIVO? • Embriogênese do sistema reprodutivo • Nascimento e crescimento • Puberdade (comportamento sexual e cópula) • Fecundação e desenvolvimento embrionário • Reconhecimento materno-fetal e placentação • Ciclo reprodutivo do novo indivíduo • Parto, lactação e puerpério (pós-parto) *Quando embrião está fazendo reconhecimento já se inicia a embriogênese do sistema reprodutivo dele. Sem encerrar o primeiro ciclo, ou seja, sem ter nascido o primeiro feto já se inicia a vida reprodutiva. Após o nascimento fêmea necessita entrar em fase de lactação e puerpério para se preparar para uma nova gestação. BIOTÉCNICAS DA REPRODUÇÃO Vantagens: • Aumentar a eficiência reprodutiva • Preservação de gametas e embriões • Controle de espécies ameaçadas • Controle populacional • Compreensão – alterar ou manipular os eventos reprodutivos • Importância econômica ORGANIZAÇÃO E FUNÇÃO DO SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO Principais estruturas? Ovários (gônada feminina), tuba uterinas, útero, cérvix, vagina e genitália externa (vulva). Localização: abaixo do reto (bolsa reto-genital). Vantagens: palpação retal para avalição da gestação, avaliar ovulação, manipulação, exames e biotécnicas em animais de grande porte. Série de tubos interconectados na vida embrionária: vagina, útero e tuba uterina. 4 camadas concêntricas distintas: serosa, muscular, submucosa e mucosa. CAMADAS Mucosa: camada única, epitélio simples, secretor de muco. Submucosa: tecido conjuntivo de sustentação, faz a nutrição da pele, é por onde chegam nervos e vasos. Muscular: faz contração para transporte do sptz e óvulo, saída do feto, menstruação etc. Duas camadas, uma mais interna que é circular (contrai e faz peristaltismo para transporte) e a camada mais externa longitudinal (importante no útero pois quando contrai encurta o órgão e expulsa o feto). Serosa/adventícia: tecido conjuntivo de camada de células simples, chamada mesotélio, que tem origem no peritônio. Este evita aderência dos órgãos. QUESTÃO DE PROVA: camadas e suas funções. LIGAMENTO LARGO No crescimento uterino, dentro da cavidade celomática o útero se forma utilizando parte do peritônio. Nessa fase duas partes se projetam formando duas pregadas, que se unem formando o ligamento largo. A função do ligamento é a sustentação dos ovários, serve como suprimento vascular, drenagem linfática e inervação. *Peritônio dá origem a camada serosa do útero. O ligamento largo pode ser dividido em parte, dependendo da sua localização: • Em volta do ovário - mesóvario • Em volta da tuba - mesossalpinge • Em volta do útero – mesométrio *Ligamento útero-ovariano não faz parte. QUESTÃO DE PROVA: estruturas anatômicas e identificação. Égua ESTRUTURAS ANATÔMICAS • Vulva • Vestíbulo • Vagina • Cérvix • Corpo uterino • Cornos uterinos • Ovários O meato urinário separa a vagina em duas partes: vagina cranial (do meato para cima) e vagina vestibular (do meato para baixo, mais externo). A separação visual é a através da saída da uretra. *Marrã: porca que nunca teve filhotes, cornos ficam mais encurtados e finos, em comparação às que já pariram que tem cornos mais distendidos. OVÁRIOS • Órgão feminino de maior transformação • Fase folicular > luteal -> folicular • LH – hormônio luteinizante forma o corpo lúteo • Mudanças fisiológicas, comportamentais e morfológicas quando a fêmea está no cio ou não • Ovários são órgãos ovoides e relativamente densos, tem função de produção de gametas (exócrina) e hormônios (endócrina). • Vulva também pode ter mudanças morfológicas devido a ação hormonal • Corpo lúteo produz ocitocina, relaxina, inibina e ativina Ovário tem camada externa simples chamada de serosa (origem peritônio), tem nome errado em literatura de “epitélio germinativo”, porém não dá origem a ovulo, por isso pode ser chamado de epitélio de superfície ou camada serosa. Logo abaixo tem tecido conjuntivo que é formado pela túnica albugínea. O ovário também pode ser divido em duas partes, o córtex e a medula. A medula não tem células germinativas, é formado por vasos, artérias, veias, linfáticos e nervos. Na região cortical estão os folículos. Exceto na égua, que possui ovário invertido, onde os vasos sanguíneos estão por todo o ovário e existe a fossa da ovulação. DEFINIÇÕES Folículo primordial é composto por células achatadas. Folículo primário é composto por células cúbicas. Folículo secundário apresenta mais de uma camada e inícia crescimento da zona pelúcida. Folículo antral começa a desenvolver a cavidade antral (antro). Tem diferenciação de duas células, granulosa (interna) e teca (externa). A granulosa tem distruibuição que forma a corona radiata. A s células da teca produzem testosterona e as da granulosa transformam a testosterona em estrógeno. Folículo antrais são os únicos que entram no ciclo estral e podem ser ovulados. Quando inicia onda folicular, na vaca por exemplo, 40 folículos antrais são formados mas somente 1 é ovulado (folículo dominante). Os que morrem são os subordinados. Pré antrais não entram na onda folicular porque não possuem receptores. Antes da ovulação existe uma estrutura intermediária, antes de se tornar corpo lúteo, chamada corpo hemorrágico, que ocorre através de uma ruptura de vaso e sangramento. Quando ocorre o pico de LH e induz ovulação, transformando em corpo lúteo. Nessa fase não tem mais divisão entre granulosa e teca, se misturam, onde as células da granulosa se transforma em luteal grande e as células da teca se transforam em luteal pequena. Ambas células luteinizadas e produzem progesterona. Se não tiver gestação corpo lúteo morre sobre ação hormonal, através da prostaglandina e se trasnforma em corpo albicans. Em todos os folículos temos o oócito primário, que só se transforma em secundário na ovulação, através da ação do pico de LH. Exceto a cadela que ovula oócito primário. PARTICULARIDADE ÉGUA Égua tem ovário invertido: córtex com folículos fica na parte interna e medula com vasos na parte externa. Égua não consegue ovular em qualquer ponto do ovário devido a presença dos vários, ela ovula na fossa da ovulação ou fossa ovulatória. Na égua o folículo tem 7 cm e ao romper e se tornar corpo hemorrágico, forma um grande coágulo na fossa da ovulação. Quando outro folículo for ovular este não consegue passar, por isso égua não consegue superovular. QUESTÃO DE PROVA: Qual gonadotrofina estimula produção de testosterona e estrógeno? Células da teca produzem testosterona através da ação da gonadotrofina LH (hormônio luteinizante - andrógeno). Mulher não fica masculinizada pois a testosterona difunde pela membrana basal, e as célulasda granulosa a transformam em estrógeno, através da ação da gonadotrofina FSH (hormônio folículo estimulante). *Gonadotrofinas possuem hormônios que tem efeito estimulatório nas gônadas. São dois: o LH e o FSH, que são produzidos na hipófise e atuam nas gônadas. TUBAS UTERINAS FUNÇÕES • Captação dos gametas e condução para o interior delas • Produz ambiente para sustentar desenvolvimento embrionário inicial • Captação e transporte do oócito • Transporte, manutenção e capacitação dos espermatozoides e óocitos • Transporte e manutenção do embrião até útero (em 6 dias) DIVISÃO E FUNÇÃO • Infundíbulo (formato de funil) – função de captação de óocitos através das fimbrias • Ampola – local de fecundação, tem mucosa pregueada para aumentar superfície e por consequência aumentar a produção de muco • Istmo - função de contração, através das células da camada muscular* *A camada muscular no istmo em maior quantidade forma um esfíncter que serve como “porta” de entrada e saída, chamada junção útero-tubárica (JUT). Na porca essa estrutura impede que entre excesso de sptz para reduzir a poliespermia. Na égua essa estrutura só relaxa se embrião estiver vivo e secretando prostaglandina E que permite passagem. Na vaca essa estrutura só relaxa se E2 abaixa na hora que o embrião chegar ao útero. QUESTÃO DE PROVA: Foto anatômica perguntando localização das 3 estruturas. Porca e cadela: possuem bursa/bolsa ovárica, devido a maior produção de filhotes, ou seja, ovulam vários folículos. É uma forma de maior captação dos óvulos. ÚTERO FUNÇÕES • Desenvolvimento do embrião • Manutenção da gestação • Produção de hormônios (prostaglandina), determina tamanho do ciclo • Transporte do gameta masculino • Luteólise e ciclicidade • Histotrofo – conjunto de secreção da camada mucosa do útero que forma leite uterino, onde o embrião se nutre até a formação da placenta • Formação da placenta materna (através do trofoblasto) • Expulsão fetal e placentária *Hemotrofo: é formado quando ocorre tronca através da do sangue pela placenta. QUESTÃO DE PROVA: o que acontece se retirar o útero da vaca? Ela entra em anestro devido a falta do útero e por consequência a falta da prostaglandina. CAMADAS Perimétrio: camada serosa que tem origem no peritônio. Mesométrio: camada única de células, transparente. Miométrio: camada muscular que responde a ação hormonal. Quando animal está em fase estral (E2 alto), aumenta o tônus e útero contrai mais, quando P4 está alto para gestação diminui o tônus, relaxando o útero. Exceto na égua, onde aumento da P4 causa edema, deixando o útero mais turgido e o E2 deixa mais relaxado. Endométrio: camada submucosa + mucosa, forma glândulas endometriais através da ação hormonal. Durante a fase estrogênica células da mucosa se proliferam por mitose (hiperplasia endometrial) adentrando a submucosa, quando aumenta P4 estas começam a secretar muco. *Na humana a fase estrogênica cresce tanto o tecido, que quando acaba o hormônio e esse tecido morre, este descama e sai como menstruação. Nas outras espécies ocorre reposição desse tecido, mas não tão evidente como na humana, é feita através de macrófagos, não vista macroscopicamente, por isso espécies não menstruam. Glândulas endometriais ou uterinas: são túbulo enoveladas e secretam leite uterino, que saem no lúmen uterino. Servem para aumentar a produção sem aumentar o tamanho do útero. São as glândulas endometriais que produzem prostaglandina. QUESTÃO DE PROVA: Corte histológico do útero e suas camadas para identificação. CLASSIFICAÇÃO O útero é constituído por dois cornos uterinos e é classificado pelo grau de fusão desses cornos na vida fetal. Útero simples: O útero, na embriogênese, se desenvolve através de dois ductos paramesonéfricos que se fundem formando uma única estrutura. Útero duplo: Nos marsupiais e nos coelhos os ductos paramesonéfricos não se fundem e por isso apresentam todo o trato reprodutivo duplicado. Ainda assim há uma diferença entre as espécies. Os marsupiais possuem útero duplo, dupla cérvix e dupla vagina. Já os coelhos possuem útero duplo, dupla cérvix, mas uma única vagina. *Para ser útero duplo necessita ter duas cérvix, senão são apenas dois cornos e útero é bicornuado. *Pênis do marsupial é bífido para penetrar nas duas vaginas. Útero bicornuado: O útero bicornuado é formado por dois cornos uterinos, que não se fundiram. Diferente do útero duplo animais que possuem esse tipo de útero possuem um cérvix e uma vagina. QUESTÃO DE PROVA: classificação e explicação dos tipos de útero. PARTICULARIDADES Ruminantes: carúnculas são regiões aglandulares (não tem estrutura túbulo enovelada) é uma região altamente vascularizada, onde ocorre troca com o feto. Equinos e suínos: possuem pregas endometriais/uterinas para aumentar área de superfície do útero e aumentar troca. Aumenta a produção de histotrofo. Fêmeas monoéstricas: apresentam sítios de implantação, que marcam sua última gestação. *Nas fêmeas poliéstricas o E2 acelera a reparação, para um novo ciclo, assim os sítios de implantação não são muito evidentes. CÉRVIX • É um órgão não complacente de parede relativamente espessa • Divide o útero da vagina, que é um ambiente contaminado • É formado por um ou vários anéis e serve como uma barreira para os sptz • O E2 relaxa cérvix no momento do estro, e a progesterona contrai cérvix para gestação • O muco serve como barreira quando a cérvix estiver relaxada • O tampão cervical é formado na gestação para impedir a passagem de bactérias para o útero • Lembrar que a anatomia varia de acordo com a espécie Na vaca e ovelha, o cérvix fica contraído na fecundação, pois o macho ejacula na vagina. Na porca a ejaculação é intracervical e na égua a cérvix é frouxa, o que permite passagem de jatos de sêmen. *Nas humanas é chamado de colo do útero. QUESTÃO DE PROVA: Cérvix tem a parte interna, que é chamado de lúmen uterino. CLASSIFICAÇÃO Anel único: cadela e gata. Anéis múltiplos: vaca, ovelha e porca. São importantes pois criam um entravamento, um caminho entre um anel e outro, dificultando a passagem. Na vaca e na ovelha, durante a ação estrogênica o E2, estimula a produção de muco pela camada mucosa, onde pode ser observado a secreção de muco pela vagina, parecendo uma clara de ovo. É importante durante o estro pois serve como lubrificante, como transporte para o sptz e “lava” bactérias para fora. Na égua e na porca ocorre em pequena quantidade. Égua: não é anel, é uma estrutura longitudinal, chamado de pregas/dobras cervicais, é um pouco flácida em comparação aos outros. Desvantagem de ser assim é que pode entrar facilmente bactérias (pode ocorrer aborto por placentite, endometrite). No aumento podemos ver que a camada da cérvix possuem criptas cervicais para ter maior número de células que são ciliadas, para movimentação do muco. Na vaca e na égua o último anel cervical se projeta para vagina, formando o fórnix cervical. Na porca e na cadela, o canal cervical simplesmente se alarga para continuar na vagina. Na gata, o óstio externo do útero se abre em uma pequena elevação que se projeta na vagina. VAGINA • Saída do feto, via de passagem simples do feto • É uma comunicação do meio externo com o interno • Cópula • Urina • Canal de parto (passiva) Não contrai, pois, a camada muscular é mal organizada, pouco desenvolvida. É um problema pois pode ocorrer prolapso devido a essa organização. Epitélio é adaptado dependendo da porção da vagina. Abertura da uretra divide a porção da vagina vestibular e vagina cranial. São separadas pois tem origem em órgãos diferentes, sendo a vestibulardo seio urogenital do embrião e a cranial tem origem nos ductos paramesonéfricos, que formam o sistema reprodutor feminino. Na fusão dos ductos entre as duas vaginas é formado o hímen. QUESTÃO DE PROVA: Os ductos paramesonéfricos dão origem ao que? Toda estrutura reprodutiva - útero, tubas uterinas e vagina. DEFINIÇÕES Epitélio da vagina cranial é colunar simples, semelhante ao do útero, devido a mesma origem embrionária, por isso também produz muco. Epitélio da vagina vestibular é pavimentoso estratificado (várias camadas), devido ao atrito do pênis com a mucosa e a passagem de urina. Começa a se tornar queratinizado para proteção. O aumento das células nessa camada é estimulado pelo E2, por conta da entrada na fase do estro, para proteção pelo atrito da cópula, devido ao contato com o pênis. Às vezes, na parte vestibular, podemos encontrar duas entradas, que são os ductos de Gartner, que são resquícios dos ductos de Wolf/ductos mesonéfricos, que no macho dá origem ao epidídimo. No crescimento embrionário os paramesonéfricos desenvolvem nas fêmeas e involui os mesonéfricos, e o contrário ocorre nos machos. A entrada da uretra pode variar. Na vaca e na porca existe uma saculação, chamado divertículo suburetral, que se deve ter cuidado pois na inseminação pode ser confundido e assim sondada a uretra, onde o animal irá ter reflexo de micção. A cadela tem uma elevação na abertura da uretra, chamada tubérculo uretral, que dificulta a sondagem da uretra. GENITÁLIA EXTERNA - VULVA Formada pela vulva (dois lábios vulvares) e comissura ventral e dorsal, fossa do clitóris e períneo (espaço entre comissura dorsal e ânus). Nos lábios vulvares tem glândulas vestibulares, que são sebáceas, sudoríparas, folículos pilosos, tecido adiposo e alguns feixes de musculatura (responsáveis por abrir e fechar a vulva). Na égua, se estiver defeito na musculatura da vulva, ela fica estéril, devido a entrada de ar e entrada de sujidade, causando endometrite. Pode ser feito vulvoplastia para correção. Episiotomia: manobra utilizada para aumentar abertura da vulva no parto, para evitar laceração até o esfíncter anal.
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