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APG 21- Sistema Reprodutor Feminino

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1 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
Objetivos 
1- Estudar a morfologia do sistema reprodutor 
feminino; 
2- Explicar a gametogênese e o ciclo menstrual; 
3- Compreender as mudanças que ocorrem no 
corpo feminino durante a gestação 
(morfofuncionais e hormonais); 
Morfologia do Sistema Reprodutor Feminino 
↠ Os órgãos do sistema genital feminino incluem os 
ovários (gônadas femininas); as tubas uterinas; o útero; a 
vagina; e órgãos externos, que são coletivamente 
chamados de pudendo feminino (também conhecido 
como vulva). As glândulas mamárias são consideradas 
parte do tegumento e do sistema genital feminino 
(TORTORA, 14ª ed.). 
Anatomia dos Ovários 
↠ Os ovários são as gônadas femininas. Os ovários 
produzem gametas, os oócitos secundários que se 
desenvolvem em óvulos maduros após a fertilização, e 
hormônios, incluindo a progesterona e os estrogênios 
(hormônios sexuais femininos), a inibina e a relaxina 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os ovários têm a forma de amêndoas e medem 
aproximadamente 3 cm de comprimento, 1,5 cm de 
largura e 1 cm de espessura (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Os ovários são pares, localizados um de cada lado do 
útero. Duas vezes maior e com a forma semelhante a 
uma amêndoa, cada ovário é fixo em sua posição, na 
bifurcação dos vasos sanguíneos ilíacos dentro da 
cavidade peritoneal, por vários ligamentos (MARIEB, 3ª 
ed.). 
↠ O ligamento útero ovárico fixa o ovário medialmente 
ao útero, o ligamento suspensor do ovário liga o ovário 
lateralmente à parede pélvica, e o mesovário suspende o 
ovário. O ligamento suspensor do ovário e o mesovário 
são parte do ligamento largo do útero, uma dobra 
peritoneal que forma uma "tenda" sobre o útero e 
sustenta as tubas uterinas, o útero e a vagina. Os 
ligamentos ovarianos são envolvidos pelo ligamento largo 
do útero (MARIEB, 3ª ed.). Cada ovário contém um hilo, o 
ponto de entrada e saída para os vasos sanguíneos e 
nervos com os quais o mesovário está ligado (TORTORA, 
14ª ed.). 
↠ Os ovários são irrigados pelas artérias ováricas, ramos 
da aorta abdominal, e pelo ramo ovárico das artérias 
uterinas. Os vasos sanguíneos ovarianos chegam aos 
ovários passando pelos ligamentos suspensor e 
mesovário (MARIEB, 3ª ed.). 
 
Histologia dos Ovários 
↠ A sua superfície é coberta por um epitélio 
pavimentoso ou cúbico simples, o epitélio germinativo 
(Segundo Tortora, agora que o termo epitélio germinativo em seres 
humanos não é correto, porque esta camada não dá origem aos 
óvulos; o nome surgiu porque, antigamente, acreditava-se que 
originasse os óvulos. Descobriu-se recentemente que as células que 
produzem os óvulos surgem a partir do saco vitelino e migram para 
os ovários durante o desenvolvimento embrionário). Sob o epitélio 
germinativo há uma camada de tecido conjuntivo denso, 
a túnica albugínea, que é responsável pela cor 
esbranquiçada do ovário (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ Abaixo da túnica albugínea, há uma região denominada 
cortical, na qual predominam os folículos ovarianos 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
APG 21 
2 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
Folículo é o conjunto do ovócito e das células que o envolvem. Os 
folículos se localizam no tecido conjuntivo (estroma) da região cortical, 
o qual contém fibroblastos dispostos em um arranjo muito 
característico, formando redemoinhos. Esses fibroblastos respondem a 
estímulos hormonais de um modo diferente dos fibroblastos de outras 
regiões do organismo (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A parte mais interna do ovário é a região medular, 
que contém tecido conjuntivo frouxo com um rico leito 
vascular. O limite entre a região cortical e a medular não 
é muito distinto (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Anatomia das Tubas Uterinas 
↠ As tubas uterinas, antes chamadas de trompas de 
Falópio ou ovidutos, formam a parte inicial do sistema 
feminino de ductos. Elas recebem o ovócito ovulado e 
são o local onde a fertilização geralmente ocorre 
(MARIEB, 3ª ed.). 
Elas fornecem uma via para os espermatozoides chegarem até o 
óvulo e transportam os oócitos secundários e óvulos fecundados dos 
ovários até o útero (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Cada tuba uterina tem cerca de 10 cm de 
comprimento e se estende medialmente, a partir da 
região de um ovário desembocando na região 
súperolateral do útero, via uma região mais fina chamada 
de istmo (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A extremidade distal de cada tuba uterina se expande 
quando ela se curva em torno do ovário, formando a 
ampola; a fertilização em geral ocorre nessa região. A 
extremidade da ampola é o infundíbulo, estrutura aberta 
em forma de funil com projeções ciliadas semelhantes a 
dedos chamadas de fímbrias, que caem sobre o ovário 
(MARIEB, 3ª ed.).. 
Diferentemente do sistema masculino de ductos, o qual é contínuo 
com os túbulos dos testículos, as tubas uterinas têm pouco ou nenhum 
contato real com os ovários (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A tuba uterina contém camadas de músculo liso, e sua 
mucosa muito pregueada e espessa contém células 
ciliadas e não-ciliadas. O ovócito é transportado em 
direção ao útero por uma combinação de peristalse 
muscular e batimento dos cílios. Células não-ciliadas da 
mucosa possuem microvilos densos e produzem uma 
secreção que mantém o ovócito (e o espermatozóide, 
se estiver presente) úmido e nutrido (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Externamente, as tubas uterinas são cobertas por 
peritônio visceral e sustentadas ao longo de seu 
comprimento por um mesentério curto (parte do 
ligamento largo) chamado de mesossalpinge ("mesentério 
da tuba"; salpin=trombeta, trompa), uma referência à tuba 
uterina em forma de trombeta, que ele sustenta (MARIEB, 
3ª ed.). 
 
Histologia das Tubas Uterinas 
↠ A parede da tuba uterina é composta de três camadas: 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
➢ uma mucosa; 
➢ uma espessa camada muscular de músculo liso 
disposto em uma camada circular ou espiral 
interna e uma camada longitudinal externa; 
➢ uma serosa formada de um folheto visceral de 
peritônio. 
↠ A mucosa tem dobras longitudinais muito numerosas 
na ampola (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
Em razão dessas pregas, o lúmen da ampola se assemelha a um 
labirinto em seções transversais da tuba. Essas dobras se tornam 
menores nos segmentos da tuba mais próximos ao útero. Na porção 
intramural (atravessa a parede do útero e se abre no seu interior), as 
dobras são reduzidas a pequenas protuberâncias, e a superfície interna 
da mucosa é quase lisa (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
3 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
↠ A mucosa é formada por um epitélio colunar simples 
e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo. O 
epitélio contém dois tipos de células: ciliadas e secretoras. 
Os cílios batem em direção ao útero, movimentando 
nesta direção uma película de muco que cobre sua 
superfície. Este líquido consiste principalmente em 
produtos das células secretoras (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
No momento da ovulação, a tuba uterina exibe movimentos ativos 
decorrentes de sua musculatura lisa, e a extremidade afunilada da 
ampola (com numerosas fímbrias) se posiciona muito perto da 
superfície do ovário. Isso favorece a captação do ovócito que foi 
ovulado (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
A secreção tem funções nutritivas e protetoras em relação ao 
ovócito, além de promover ativação (capacitação) dos 
espermatozoides (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Obs.: A contração de músculo liso e a atividade das células ciliadas 
transportam o ovócito ou o zigoto ao longo do infundíbulo e do 
restante da tuba. Esse movimento também impossibilita a passagem 
de microrganismos do útero para a cavidade peritoneal. O transporte 
do ovócito ou do zigoto para o útero é normal em mulheres com 
síndrome de cílio imóvel, indicando que a atividade ciliar não é essencial 
para este transporte (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Anatomia do Útero 
O útero serve como parte da via para o espermatozoide depositado 
na vagina alcançar astubas uterinas. É também o local da implantação 
de um óvulo fertilizado, desenvolvimento do feto durante a gestação 
e trabalho de parto. Durante os ciclos reprodutivos, quando a 
implantação não ocorre, o útero é a fonte do fluxo menstrual 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O útero está localizado na pelve, anterior ao reto e 
póstero-superior à bexiga urinária (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ O útero tem o tamanho e o formato de uma pera 
invertida. Nas mulheres que nunca engravidaram 
(nuligestas), tem aproximadamente 7,5 cm de 
comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura. O 
útero é maior em mulheres que estiveram grávidas 
recentemente, e menor (atrofiado) quando os níveis de 
hormônios sexuais são baixos, como ocorre após a 
menopausa (TORTORA, 14ª ed.). 
Normalmente, o útero se flexiona anteriormente no ponto onde ele 
se une à vagina, fazendo com que o útero como um todo seja 
inclinado para a frente ou anteversofletido. Contudo, com frequência o 
órgão está inclinado para trás, ou retroversofletido, em mulheres mais 
velhas (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ As subdivisões anatômicas do útero incluem: 
(TORTORA, 14ª ed.). 
➢ uma parte em forma de cúpula superior às 
tubas uterinas chamada de fundo do útero; 
➢ uma parte central afilada chamada de corpo do 
útero; 
➢ uma parte inferior estreita chamada de colo do 
útero (cérvice), que se abre para o interior da 
vagina. 
↠ Entre o corpo do útero e o colo do útero está o istmo 
do útero, uma região de aproximadamente 1 cm de 
comprimento. O interior do corpo do útero é chamado 
de cavidade uterina, e o interior do colo do útero é 
chamado de canal do colo do útero. O canal do colo do 
útero se abre para a cavidade uterina no óstio histológico 
interno do útero e na vagina no óstio externo do útero 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Vários ligamentos que são extensões do peritônio 
parietal ou cordões fibromusculares mantêm a posição do 
útero. O par de ligamentos largos do útero são pregas 
duplas de peritônio que fixam o útero em ambos os lados 
da cavidade pélvica. O par de ligamentos uterossacros, 
também extensões peritoneais, encontram-se em cada 
lado do reto e ligam o útero ao sacro. Os ligamentos 
transversos do colo estão localizados inferiormente às 
bases dos ligamentos largos e se estendem da parede 
pélvica ao colo do útero e vagina. Os ligamentos redondos 
são bandas de tecido conjuntivo fibroso entre as camadas 
do ligamento largo; estendem-se de um ponto no útero 
4 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
imediatamente inferior às tubas uterinas até uma parte 
dos lábios maiores do pudendo da genitália externa 
(TORTORA, 14ª ed.). 
Embora os ligamentos normalmente mantenham a posição de 
anteflexão do útero, também possibilitam movimentação suficiente de 
seu corpo útero, de modo que o útero pode tornar-se mal 
posicionado. A inclinação posterior do útero, chamada retroflexão, é 
uma variação inofensiva da posição normal do útero. Muitas vezes não 
há causa para esta condição, mas ela pode ocorrer após o parto 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
Histologia do Útero 
↠ A parede do útero é relativamente espessa e formada 
por três camadas. Externamente, há uma delgada serosa 
– constituída de mesotélio e tecido conjuntivo – ou, 
dependendo da porção do órgão, uma adventícia – 
constituída de tecido conjuntivo sem revestimento de 
mesotélio. As outras camadas uterinas são o miométrio, 
uma espessa camada de músculo liso, e o endométrio ou 
mucosa uterina, revestindo a cavidade do útero 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A camada exterior - o perimétrio ou túnica serosa - é 
parte do peritônio visceral; é composta por epitélio 
escamoso simples e tecido conjuntivo areolar. 
Lateralmente, torna-se o ligamento largo do útero. 
Anteriormente, recobre a bexiga urinária e forma uma 
escavação rasa, a escavação vesicouterina. 
Posteriormente, recobre o reto e forma uma escavação 
profunda entre o útero e a bexiga urinária, a escavação 
retouterina – o ponto mais inferior da cavidade pélvica 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O miométrio, camada mais espessa do útero, é 
composto de pacotes ou grandes feixes de fibras 
musculares lisas separadas por tecido conjuntivo. Os 
pacotes de músculo liso se distribuem em quatro camadas 
não muito bem definidas. A primeira e a quarta camadas 
são compostas principalmente de fibras dispostas 
longitudinalmente, isto é, paralelas ao eixo longo do útero. 
Pelas camadas intermediárias passam os grandes vasos 
sanguíneos que irrigam o órgão (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
Obs.: Durante a gravidez, o miométrio passa por um período de 
grande crescimento, como resultado de hiperplasia (aumento no 
número de células musculares lisas) e hipertrofia (aumento no tamanho 
das células). Durante essa fase, muitas células musculares lisas adquirem 
características ultraestruturais de células secretoras de proteínas e 
sintetizam ativamente colágeno, cuja quantidade aumenta 
significativamente no útero. Após a gravidez, há degeneração de 
algumas células musculares lisas, redução no tamanho de outras e 
degradação enzimática de colágeno. O útero, então, tem seu tamanho 
reduzido para as dimensões aproximadas de antes da gravidez 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ O endométrio consiste em um epitélio e uma lâmina 
própria que contém glândulas tubulares simples, as quais, 
às vezes, se ramificam nas porções mais profundas 
(próximo do miométrio). As células que revestem a 
cavidade uterina se organizam em um epitélio simples 
colunar formado por células ciliadas e células secretoras 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
O epitélio das glândulas uterinas é semelhante ao epitélio superficial, 
mas células ciliadas são raras no interior das glândulas. O tecido 
conjuntivo da lâmina própria é rico em fibroblastos e contém 
abundante matriz extracelular. As fibras de tecido conjuntivo são 
constituídas principalmente de colágeno de tipo III (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ O endométrio pode ser subdividido em duas camadas, 
que não podem ser bem delimitadas morfologicamente: 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
➢ a camada basal, mais profunda, adjacente ao 
miométrio, constituída por tecido conjuntivo e 
pela porção inicial das glândulas uterinas; 
➢ a camada funcional, formada pelo restante do 
tecido conjuntivo da lâmina própria, pela porção 
final e desembocadura das glândulas e também 
pelo epitélio superficial. 
Enquanto a camada funcional sofre mudanças intensas durante os 
ciclos menstruais, a basal permanece quase inalterada (JUNQUEIRA, 13ª 
ed.). 
5 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
 
Ramos da artéria ilíaca interna chamados artérias uterinas fornecem 
sangue para o útero. As artérias uterinas emitem ramos chamados 
artérias arqueadas que estão dispostas em formato circular no 
miométrio. Estas artérias se ramificam em artérias radiais, que 
penetram profundamente no miométrio. Pouco antes de os ramos 
entrarem no endométrio, eles se dividem em dois tipos de arteríolas: 
as arteríolas retas irrigam o estrato basal com os materiais necessários 
para regenerar o estrato funcional; as arteríolas espirais irrigam o 
estrato funcional e se alteram acentuadamente durante o ciclo 
menstrual. O sangue que deixa o útero é drenado pelas veias uterinas 
para as veias ilíacas internas. A substancial irrigação sanguínea do útero 
é essencial para possibilitar o crescimento de um novo estrato 
funcional após a menstruação, a implantação de um óvulo fertilizado e 
o desenvolvimento da placenta (TORTORA, 14ª ed.). 
 
CÉRVICE UTERINA 
A cérvice é a porção cilíndrica e mais baixa do útero, cuja estrutura 
histológica difere do restante do útero. A mucosa é revestida por um 
epitélio simples colunar secretor de muco. A cérvice tem poucas fibras 
de músculo liso e consiste principalmente (85%) em tecido conjuntivo 
denso. Sua extremidade externa, que provoca saliência no lúmen da 
vagina, é revestida por epitélio estratificado pavimentoso. A mucosa da 
cérvice contém asglândulas mucosas cervicais, que se ramificam 
intensamente (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
MUCO CERVICAL 
As células secretoras da túnica mucosa do colo do útero produzem 
uma secreção chamada de muco cervical, uma mistura de água, 
glicoproteínas, lipídios, enzimas e sais inorgânicos. Durante seus anos 
férteis, as mulheres secretam 20 a 60 ml de muco cervical por dia. O 
muco cervical é mais propício aos espermatozoides próximo ou no 
momento da ovulação, porque é menos viscoso e mais alcalino (pH 
8,5) (TORTORA, 14ª ed.). 
Em outros momentos, um muco mais viscoso forma um tampão 
cervical que impede fisicamente a penetração dos espermatozoides. 
O muco cervical suplementa as necessidades de energia dos 
espermatozoides, e tanto o colo do útero quanto o muco cervical 
protegem o espermatozoide dos fagócitos e do ambiente hostil da 
vagina e do útero (TORTORA, 14ª ed.). 
O muco cervical também pode atuar na capacitação - várias mudanças 
funcionais pelas quais os espermatozoides passam no sistema genital 
feminino antes de serem capazes de fertilizar um oócito secundário. 
A capacitação faz com que a cauda de um espermatozoide se mova 
ainda mais vigorosamente, e prepara a membrana plasmática do 
espermatozoide para se fundir com a membrana plasmática do oócito 
(TORTORA, 14ª ed.). 
Anatomia da Vagina 
↠ A vagina é um canal tubular fibromuscular de 10 cm de 
comprimento, alinhado com a túnica mucosa que se 
estende do exterior do corpo até o colo do útero. Ela é 
o receptáculo para o pênis durante a relação sexual, a 
saída para o fluxo menstrual e a via de passagem para o 
parto. Situada entre a bexiga urinária e o reto, a vagina é 
dirigida superior e posteriormente, onde se insere no 
útero (TORTORA, 14ª ed.). 
Histologia da Vagina 
↠ A parede da vagina não tem glândulas e consiste em 
três camadas: mucosa, muscular e adventícia. O muco 
existente no lúmen da vagina se origina das glândulas da 
cérvice uterina. 
↠ O epitélio da mucosa vaginal de uma mulher adulta é 
estratificado pavimentoso e tem uma espessura de 150 a 
200 µm. Suas células podem conter uma pequena 
quantidade de queratina. Sob o estímulo de estrógenos, o epitélio 
vaginal sintetiza e acumula grande quantidade de glicogênio, que é 
depositado no lúmen da vagina quando as células do epitélio vaginal 
descamam. Bactérias da vagina metabolizam o glicogênio e produzem 
ácido láctico, responsável pelo pH da região, que é normalmente baixo. 
O ambiente ácido tem ação protetora contra alguns microrganismos 
patogênicos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
6 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
 
↠ A camada muscular da vagina é composta 
principalmente de conjuntos longitudinais de fibras 
musculares lisas. Há alguns pacotes circulares, 
especialmente na parte mais interna (próximo à mucosa) 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Externamente à camada muscular, uma camada de 
tecido conjuntivo denso, a adventícia, rica em espessas 
fibras elásticas, une a vagina aos tecidos circunvizinhos. A 
grande elasticidade da vagina se deve ao elevado número 
de fibras elásticas no tecido conjuntivo de sua parede, no 
qual há um plexo venoso extenso, feixes nervosos e 
grupos de células nervosas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Ao nascimento, a abertura externa da vagina está 
parcialmente fechada por um anel fino de tecido, 
chamado de hímen, ou “virgindade” (SILVERTHORN, 7ª 
ed.). O hímen é muito vascularizado e tende a sangrar 
quando é rompido durante o primeiro coito (relação 
sexual). Contudo, sua durabilidade varia (MARIEB, 3ª ed.). 
O hímen é externo à vagina, e não dentro dela, de modo que o uso 
normal de tampões durante a menstruação não rompe o hímen. 
Entretanto, ele pode ser estirado durante atividades normais, como 
andar de bicicleta e andar a cavalo, e, dessa forma, não é um indicador 
preciso da virgindade feminina (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
Anatomia e Histologia do Pudendo Feminino 
↠ A genitália externa feminina é coletivamente 
conhecida como vulva ou pudendo (SILVERTHORN, 7ª 
ed.). 
↠ Anteriormente às aberturas vaginal e uretral está o 
monte do púbis, uma elevação de tecido adiposo 
recoberta por pele e pelos pubianos grossos que 
acolchoam a sínfise púbica (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Do monte do púbis, duas pregas de pele longitudinais, 
os lábios maiores do pudendo, se estendem 
inferiormente e posteriormente. Os lábios maiores do 
pudendo são recobertos por pelos pubianos e contêm 
tecido adiposo, glândulas sebáceas e glândulas sudoríferas 
apócrinas. Eles são homólogos ao escroto (TORTORA, 14ª 
ed.). 
 
↠ Medialmente aos lábios maiores do pudendo estão 
duas pregas de pele menores chamadas lábios menores 
do pudendo. Ao contrário dos lábios maiores do pudendo, 
os lábios menores do pudendo são desprovidos de pelos 
pubianos e gordura e têm poucas glândulas sudoríferas, 
mas contêm muitas glândulas sebáceas (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ O clitóris é uma pequena massa cilíndrica composta 
por dois pequenos corpos eréteis, os corpos cavernosos, 
e diversos nervos e vasos sanguíneos. O clitóris está 
localizado na junção anterior dos lábios menores do 
pudendo. Uma camada de pele chamada prepúcio do 
clitóris é formada no ponto em que os lábios menores do 
pudendo se unem e recobrem o corpo do clitóris. A parte 
exposta do clitóris é a glande do clitóris. O clitóris é homólogo 
à glande nos homens. Como a estrutura do sexo masculino, o clitóris 
é capaz de aumentar de tamanho à estimulação tátil e tem um papel 
na excitação sexual da mulher (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O clitóris, que é coberto por um epitélio estratificado 
pavimentoso (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A região entre os lábios menores do pudendo é o 
vestíbulo da vagina. No interior do vestíbulo estão o hímen 
(se ainda existir), o óstio da vagina, o óstio externo da 
uretra e as aberturas dos ductos de várias glândulas 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O óstio da vagina, a abertura da vagina para o exterior, 
ocupa a maior parte do vestíbulo e é limitada pelo hímen. 
Anteriormente ao óstio da vagina e posteriormente ao 
7 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
clitóris está o óstio externo da uretra, a abertura da uretra 
para o exterior. Em ambos os lados do óstio externo da 
uretra estão aberturas dos ductos das glândulas 
parauretrais. Estas glândulas secretam muco e estão 
embutidas na parede da uretra (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Em ambos os lados do óstio da vagina propriamente 
dito estão as glândulas vestibulares maiores, que se 
abrem por ductos em um sulco entre o hímen e os lábios 
menores do pudendo. Elas produzem algum muco 
durante a excitação sexual e as relações sexuais, que 
contribui para o muco cervical e fornece lubrificação. 
Várias glândulas vestibulares menores também se abrem 
para o vestíbulo da vagina (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O bulbo do vestíbulo consiste em duas massas 
alongadas de tecido erétil imediatamente profundas aos 
lábios de cada lado do óstio da vagina. O bulbo do 
vestíbulo fica cheio de sangue durante a excitação sexual, 
estreitando o óstio da vagina e colocando pressão sobre 
o pênis durante a relação sexual (TORTORA, 14ª ed.). Isso 
pode auxiliar a segurar o pênis dentro da vagina e também a 
pressionar fechando o óstio da uretra, o que impede que o sêmen (e 
bactérias) seja transportado superiormente para a bexiga urinária 
durante a relação sexual (MARIEB, 3ª ed.). 
 
A genitália externa é abundantemente provida de terminações 
nervosas sensoriais táteis, além de corpúsculos de Meissner e de 
Pacini, que contribuem para a fisiologia do estímulo sexual (JUNQUEIRA, 
13ª ed.). 
 
Períneo 
↠ O períneo feminino é uma região em forma de 
losango. Ele contém os órgãos genitais externos e o ânus. 
O períneo é limitado anteriormente pela sínfise púbica, 
lateralmente pelas tuberosidades isquiáticas e 
posteriormente pelo cóccix. Uma linha transversal traçada 
entre as tuberosidades isquiáticas divide o períneo em 
umaregião urogenital anterior que contém os órgãos 
genitais externos e uma região anal posterior que contém 
o ânus (TORTORA, 14ª ed.). 
 
Gametogênese e o Ciclo Menstrual 
 
➢ Os folículos ovarianos estão no córtex e consistem em 
oócitos em várias fases de desenvolvimento, além das 
células que os circundam. Quando as células circundantes 
formam uma única camada, são chamadas células 
foliculares; mais tarde no desenvolvimento, quando se 
formam diversas camadas, elas são chamadas células 
granulosas. As células circundantes nutrem o oócito em 
desenvolvimento e começam a secretar estrogênios 
conforme o folículo cresce (TORTORA, 14ª ed.). 
➢ O folículo maduro é um folículo grande, cheio de líquido, 
que está pronto para romper e expulsar seu oócito 
secundário, em um processo conhecido como ovulação 
➢ O corpo lúteo contém os restos de um folículo maduro 
após a ovulação. O corpo lúteo produz progesterona, 
estrogênios, relaxina e inibina, até que se degenera em um 
tecido cicatricial fibroso chamado corpo albicante. 
Oogênese e desenvolvimento folicular 
↠ A formação de gametas nos ovários é denominada 
oogênese. Em contraste com a espermatogênese, que 
no sexo masculino começa na puberdade, a oogênese 
nas mulheres começa antes mesmo de elas nascerem. A 
oogênese ocorre essencialmente do mesmo modo que 
a espermatogênese; ocorre uma meiose e as células 
germinativas resultantes sofrem maturação (TORTORA, 
14ª ed.). 
 
8 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
DIFERENCIAÇÃO DURANTE O PROCESSO FETAL 
↠ Durante o início do desenvolvimento fetal, as células 
germinativas primordiais (primitivas) migram do saco 
vitelino para os ovários. Lá, as células germinativas se 
diferenciam no interior dos ovários em oogônias 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As oogônias são células-tronco diploides (2n) que se 
dividem por mitose produzindo milhões de células 
germinativas. Mesmo antes do nascimento, a maior parte 
destas células germinativas se degenera em um processo 
conhecido como atresia. Algumas, no entanto, se 
desenvolvem em células maiores chamadas oócitos 
primários, que entram na prófase da meiose I durante o 
desenvolvimento fetal, mas não concluem essa fase até 
depois da puberdade (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Durante esta pausa na fase de desenvolvimento, cada 
oócito primário é circundado por uma camada única de 
células foliculares planas, e a estrutura como um todo é 
chamada folículo primordial. O córtex ovariano em torno 
dos folículos primordiais consiste em fibras colágenas e 
células estromais semelhantes a fibroblastos (TORTORA, 
14ª ed.). 
↠ Ao nascer, aproximadamente 200 mil a 2 milhões de 
oócitos primários permanecem em cada ovário. Destes, 
aproximadamente 40 mil ainda estão presentes na 
puberdade, e aproximadamente 400 vão amadurecer e 
ovular durante a vida fértil da mulher. A parte restante 
dos oócitos primários sofre atresia (TORTORA, 14ª ed.). 
DIFERENCIAÇÃO MENSAL ATÉ A MENOPAUSA 
↠ A cada mês, da puberdade até a menopausa, 
gonadotropinas (FSH e LH) secretadas pela adeno-
hipófise estimulam adicionalmente o desenvolvimento de 
vários folículos primordiais, embora apenas um 
geralmente alcance a maturidade necessária para a 
ovulação (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Alguns folículos primordiais começam a crescer, 
tornando-se folículos primários. Cada folículo primário 
consiste em um oócito primário, que em um estágio 
posterior de desenvolvimento estará circundado por 
várias camadas de células cuboides e colunares baixas 
chamadas de células granulosas. As células granulosas mais 
externas repousam sobre uma membrana basal 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ À medida que o folículo principal cresce, ele forma 
uma camada glicoproteica transparente chamada zona 
pelúcida entre o oócito primário e as células granulosas. 
Além disso, as células estromais em torno da membrana 
basal começam a formar uma camada organizada 
chamada teca folicular (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Com a continuidade da maturação, um folículo 
primário se desenvolve em folículo secundário. Em um 
folículo secundário, a teca se diferencia em duas camadas: 
(TORTORA, 14ª ed.). 
➢ a teca interna, uma camada interna bem 
vascularizada de células cuboides secretoras que 
secretam hormônios estrogênicos, 
➢ a teca externa, uma camada exterior de células 
estromais e fibras colágenas. 
↠ Além disso, as células granulosas começam a secretar 
líquido folicular, que se acumula em uma cavidade 
chamado antro, no centro do folículo secundário. A 
camada mais interna das células granulosas torna-se 
firmemente ligada à zona pelúcida e agora é chamada de 
coroa radiada (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ O folículo secundário aumenta de tamanho e se torna 
um folículo maduro (TORTORA, 14ª ed.). 
Enquanto neste folículo, e pouco antes da ovulação, o oócito primário 
diploide completa a meiose I, produzindo duas células haploides (n) de 
tamanho desigual – cada uma com 23 cromossomos A célula menor 
produzida pela meiose I, chamada de primeiro corpo polar, é 
essencialmente material nuclear descartado. A célula maior, conhecida 
como oócito secundário, recebe a maior parte do citoplasma. Uma vez 
que um oócito secundário é formado, ele começa a meiose II, mas 
em seguida, para na metáfase (TORTORA, 14ª ed.). 
9 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
↠ O folículo maduro rompe-se e libera rapidamente seu 
oócito secundário, em um processo conhecido como 
ovulação (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Na ovulação, o oócito secundário é expelido para o 
interior da cavidade pélvica, juntamente com o primeiro 
corpo polar e a coroa radiada. Normalmente estas células 
são impulsionadas para dentro da tuba uterina (TORTORA, 
14ª ed.). 
 
 
Se a fertilização não ocorrer, as células degeneram. Se houver 
espermatozoides na tuba uterina e um deles penetrar o oócito 
secundário, no entanto, a meiose II é retomada. O oócito secundário 
se divide em duas células haploides, novamente de tamanhos desiguais. 
A célula maior é o óvulo, ou ovo maduro; a menor é o segundo corpo 
polar(TORTORA, 14ª ed.). 
Os núcleos do espermatozoide e do óvulo então se unem, formando 
um zigoto diploide. Se o primeiro corpo polar sofrer outra divisão para 
produzir dois corpos polares, então o oócito primário por fim dá 
origem a três corpos polares haploides, que se degeneram, e um 
único óvulo haploide. Assim, um oócito primário dá origem a um único 
gameta (um óvulo). Por outro lado, é importante lembrar que nos 
homens um espermatócito primário produz quatro gametas 
(espermatozoides) (TORTORA, 14ª ed.). 
Controle hormonal do ciclo menstrual 
↠ Os ciclos ovariano e uterino estão sob o controle 
primário de vários hormônios: (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
➢ Hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) do 
hipotálamo. 
➢ Hormônio foliculoestimulante (FSH) e hormônio 
luteinizante (LH) da adeno-hipófise. 
➢ Estrogênio, progesterona, inibina e AMH do 
ovário. 
↠ Esses diversos hormônios são secretados com 
intensidades drasticamente distintas, durante as diferentes 
partes do ciclo sexual feminino mensal (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ A quantidade de GnRH liberada pelo hipotálamo 
aumenta e diminui de modo bem menos drástico durante 
o ciclo sexual mensal. Esse hormônio é secretado em 
pulsos curtos, em média uma vez a cada 90 minutos, 
como ocorre nos homens (GUYTON, 13ª ed.). 
 
↠ Durante a fase folicular do ciclo, o estrogênio é o 
hormônio esteroide dominante. A ovulação é 
desencadeada pelo pico de LH e de FSH. Na fase lútea, a 
progesterona é dominante, embora o estrogênio ainda 
esteja presente (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ O hormônio anti-mülleriano (AMH) foi inicialmente 
conhecido pelo seu papel no desenvolvimento masculino, 
porém os cientistas descobriram que o AMH também é 
produzido pelos folículos ovarianos na primeira parte do 
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 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
ciclo ovariano. O AMH aparentemente atuacomo um 
regulador para evitar que muitos folículos ovarianos se 
desenvolvam ao mesmo tempo (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
Fases do ciclo reprodutivo/menstrual 
↠ As mulheres produzem gametas em ciclos mensais 
(em média de 28 dias, com variação normal de 24-35 
dias). Esses ciclos são comumente denominados ciclos 
menstruais, uma vez que apresentam um período de 3 
a 7 dias de sangramento uterino, conhecido como 
menstruação (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ O ciclo menstrual pode ser descrito de acordo com as 
mudanças que ocorrem nos folículos ovarianos, o ciclo 
ovariano, ou pelas mudanças que ocorrem no 
revestimento endometrial do útero, o ciclo uterino 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
CICLO OVARIANO 
↠ Observe que o ciclo ovariano é dividido em três fases: 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
➢ Fase folicular: A primeira parte do ciclo ovariano, 
conhecida como fase folicular, é um período de 
crescimento folicular no ovário. Essa fase é a que 
tem duração mais variável, de 10 a 21 dias. 
➢ Ovulação: Quando um ou mais folículos 
amadurecem, o ovário libera o(s) ovócito(s) 
durante a ovulação. 
➢ Fase lútea: A fase do ciclo ovariano que segue 
a ovulação é conhecida como pós-ovulatória ou 
fase lútea. O segundo nome tem origem na 
transformação do folículo rompido em um 
corpo lúteo, assim denominado devido ao 
pigmento amarelo e aos depósitos de lipídeos. O 
corpo lúteo secreta hormônios que continuam a 
preparação para a gestação. Se a gestação não 
ocorre, o corpo lúteo para de funcionar após 
cerca de duas semanas, e o ciclo ovariano é 
reiniciado. 
FASE FOLICULAR 
↠ O primeiro dia da menstruação é o dia 1 do ciclo. Este 
ponto foi escolhido como o início do ciclo porque o 
sangramento menstrual é um sinal físico facilmente 
observável. Pouco antes do início de cada ciclo, a 
secreção de gonadotrofinas pela adeno-hipófise aumenta. 
Sob a influência do FSH, um grupo de folículos ovarianos 
terciários começa a crescer (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Conforme os folículos crescem, as suas células da 
granulosa (sob a influência do FSH) e suas células da teca 
(sob a influência do LH) começam a produzir hormônios 
esteroides (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ As células da granulosa também começam a secretar 
AMH. Esse AMH diminui a sensibilidade do folículo ao FSH, 
o que aparentemente impede o recrutamento de 
folículos primários adicionais após um grupo ter iniciado o 
desenvolvimento (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
Os médicos, atualmente, usam os níveis sanguíneos de AMH como 
indicador de quantos folículos estão em desenvolvimento inicial em um 
ciclo e como um marcador para uma condição chamada de síndrome 
dos ovários policísticos (SOP), em que os folículos ovarianos formam 
cistos cheios de líquido (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Gradualmente, os níveis crescentes de estrogênio na 
circulação têm diversos efeitos. Os estrogênios exercem 
retroalimentação negativa na secreção de FSH e de LH 
pela adeno-hipófise, o que impede o desenvolvimento 
adicional de folículos no mesmo ciclo (SILVERTHORN, 7ª 
ed.). 
↠ Ao mesmo tempo, o estrogênio estimula a produção 
de mais estrogênio pelas células da granulosa. Esta alça 
de retroalimentação positiva permite que os folículos 
continuem sua produção de estrogênio mesmo que os 
níveis de FSH e de LH diminuam (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ No útero, a menstruação termina durante a fase 
folicular inicial. Sob a influência do estrogênio proveniente 
dos folículos que estão se desenvolvendo, o endométrio 
começa a crescer, ou proliferar. Este período é 
caracterizado por aumento no número de células e 
aumento do suprimento sanguíneo para levar nutrientes 
e oxigênio para o endométrio espessado. O estrogênio 
também estimula as glândulas mucosas do colo do útero 
a produzirem um muco claro e aquoso (SILVERTHORN, 
7ª ed.). 
FASE FOLICULAR TARDIA 
↠ Conforme a fase folicular se aproxima do final, a 
secreção de estrogênio ovariano atinge o seu ponto 
máximo. Neste ponto do ciclo, somente um folículo ainda 
está se desenvolvendo (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Assim que a fase folicular está completa, as células da 
granulosa do folículo dominante começam a secretar 
inibina e progesterona, além do estrogênio. O estrogênio, 
que até então tinha exercido um efeito de 
retroalimentação negativa sobre a secreção de GnRH na 
fase folicular inicial, muda para uma retroalimentação 
11 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
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positiva, levando ao pico pré-ovulatório de GnRH 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Imediatamente antes da ovulação, os níveis 
persistentemente altos de estrogênio, auxiliados pelos 
níveis crescentes de progesterona, aumentam a 
responsividade da adeno-hipófise ao GnRH. Como 
resultado, a secreção de LH aumenta significativamente, 
um fenômeno conhecido como pico de LH. O FSH 
também aumenta, mas em menor grau, 
presumivelmente por estar sendo suprimido pela inibina 
e pelo estrogênio (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ O pico de LH é parte essencial da ovulação, pois ele 
desencadeia a secreção de inúmeros sinais químicos 
necessários para os passos finais da maturação do 
ovócito. A meiose é retomada no folículo em 
desenvolvimento com a primeira divisão meiótica. Esta 
etapa divide o ovócito primário em ovócito secundário 
(2n DNA) e em um primeiro corpúsculo polar (2n), que 
se degenera. Enquanto essa divisão ocorre, o líquido antral 
acumula-se, e o folículo cresce, atingindo seu maior 
tamanho, preparando-se para liberar o ovócito 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
Os altos níveis de estrogênio na fase folicular tardia preparam o útero 
para uma possível gestação. O endométrio cresce até uma espessura 
de 3 a 4 mm. Imediatamente antes da ovulação, as glândulas cervicais 
produzem grandes quantidades de muco fino e filante (elástico) para 
facilitar a entrada do espermatozoide. A cena está preparada para a 
ovulação (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
OVULAÇÃO 
↠ Cerca de 16 a 24 horas após o pico de LH, a ovulação 
ocorre. O folículo maduro secreta prostaglandinas e 
enzimas proteolíticas, como metaloproteinases de matriz 
(MMPs) que dissolvem o colágeno e outros componentes 
do tecido conectivo que mantêm as células foliculares 
unidas (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ As prostaglandinas podem contribuir para a ruptura da 
parede folicular em seu ponto mais fraco. O líquido antral 
jorra do ovário junto com o ovócito, o qual é circundado 
por duas ou três camadas de células da granulosa. O 
óvocito é arrastado para dentro da tuba uterina para ser 
fertilizado ou para morrer (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
FASE LÚTEA INICIAL 
↠ Após a ovulação, as células foliculares da teca migram 
para o espaço antral, misturando-se com as células da 
granulosa e preenchendo a cavidade. Ambos os tipos 
celulares, então, transformam-se em células lúteas do 
corpo lúteo. Esse processo, conhecido como luteinização, 
envolve mudanças bioquímicas e morfológicas 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ As células lúteas recém-formadas acumulam gotículas 
de lipídeos e grânulos de glicogênio em seu citoplasma e 
começam a secretar hormônios. Conforme a fase lútea 
progride, o corpo lúteo produz continuamente 
quantidades crescentes de progesterona, estrogênio e 
inibina (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ A progesterona é o hormônio dominante na fase lútea. 
A síntese de estrogênio diminui inicialmente e depois 
aumenta. Entretanto, os níveis de estrogênio nunca 
atingem o pico observado antes da ovulação. A 
combinação de estrogênio e progesterona exerce 
retroalimentação negativa sobre o hipotálamo e a adeno-
hipófise. A secreção de gonadotrofinas, adicionalmente 
inibidas pela produção de inibina lútea, permanece baixa 
ao longo da maior parte da fase lútea (SILVERTHORN, 7ª 
ed.). 
↠ Sob influência da progesterona, o endométrio continua 
sua preparação para a gestação e se torna uma estrutura 
secretora (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
As glândulas endometriais enrolam-se e crescem vasos sanguíneos 
adicionais na camada de tecidoconectivo. As células endometriais 
depositam lipídeos e glicogênio no seu citoplasma. Esses depósitos 
fornecerão a nutrição para o embrião em desenvolvimento enquanto 
a placenta, a conexão materno-fetal, está se desenvolvendo. A 
progesterona também causa o espessamento do muco cervical. O 
muco mais espesso cria um tampão que bloqueia a abertura do colo 
uterino, impedindo que bactérias e espermatozoides entrem no útero 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
Um efeito interessante da progesterona é a sua capacidade 
termogênica. Durante a fase lútea de um ciclo ovulatório, a 
temperatura corporal basal da mulher, medida logo que ela acordar 
pela manhã e antes de sair da cama, aumenta cerca de 0,3 a 0,5°C e 
permanece elevada até a menstruação. Como essa mudança no ponto 
de ajuste da temperatura ocorre após a ovulação, ela não pode ser 
usada para prever efetivamente a ovulação. Todavia, é uma maneira 
simples de verificar se a mulher está tendo ciclos ovulatórios ou ciclos 
anovulatórios (sem ovulação). (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
12 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
FASE LÚTEA TARDIA E MENSTRUAÇÃO 
↠ O corpo lúteo tem uma duração intrínseca de 
aproximadamente 12 dias. Se a gestação não ocorrer, o 
corpo lúteo sofre apoptose espontânea. Conforme as 
células lúteas degeneram, a produção de progesterona e 
de estrogênio diminui. Essa queda retira o sinal de 
retroalimentação negativa sobre a hipófise e o 
hipotálamo, e, assim, a secreção de FSH e de LH 
aumenta (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Os remanescentes do corpo lúteo formam uma 
estrutura inativa, chamada de corpo albicante. A 
manutenção de um endométrio secretor depende da 
presença de progesterona. Quando o corpo lúteo 
degenera e a produção hormonal diminui, os vasos 
sanguíneos da camada superficial do endométrio 
contraem. Sem oxigênio e nutrientes, as células 
superficiais morrem. Cerca de dois dias após o corpo lúteo 
parar de funcionar, ou 14 dias após a ovulação, o 
endométrio começa a descamar a sua camada superficial, 
e a menstruação inicia (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
A quantidade total de menstruação liberada do útero é de 
aproximadamente 40 mL de sangue e 35 mL de líquido seroso e 
restos celulares. Em geral, existem poucos coágulos no fluxo menstrual 
devido à presença de plasmina, que degrada os coágulos. A 
menstruação continua por 3 a 7 dias, já na fase folicular do próximo 
ciclo ovulatório (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
CICLO UTERINO 
↠ O revestimento endometrial do útero também segue 
um ciclo - o ciclo uterino - regulado por hormônios 
ovarianos: (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
➢ Menstruação: O começo da fase folicular no 
ovário corresponde ao sangramento menstrual 
do útero. 
➢ Fase proliferativa: A parte final da fase folicular 
do ovário corresponde à fase proliferativa no 
útero, durante a qual o endométrio produz uma 
nova camada de células em antecipação à 
gestação. 
➢ Fase secretora: Após a ovulação, os hormônios 
liberados pelo corpo lúteo convertem o 
endométrio espessado em uma estrutura 
secretora. Assim, a fase lútea do ciclo ovariano 
corresponde à fase secretora do ciclo uterino. 
Se não ocorrer gravidez, as camadas superficiais 
do endométrio secretor são perdidas durante a 
menstruação, quando o ciclo uterino inicia 
novamente. 
 
Mudanças que ocorrem no corpo feminino durante a 
gestação 
Mudanças hormonais 
↠ Na gravidez, a placenta forma quantidades 
especialmente grandes de gonadotropina coriônica 
humana, estrogênios, progesterona e 
somatomamotropina coriônica humana, e as três 
primeiras, e provavelmente também a quarta, são 
essenciais à gravidez normal (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ A gonadotropina coriônica humana causa 
persistência do corpo lúteo e evita a 
menstruação: A sua função mais importante é 
evitar a involução do corpo lúteo ao final do ciclo 
sexual feminino mensal. Em vez disso, faz com 
que o corpo lúteo secrete quantidades ainda 
maiores de seus hormônios sexuais - 
progesterona e estrogênios - pelos próximos 
meses. Esses hormônios sexuais impedem a 
menstruação e fazem com que o endométrio 
continue a crescer e armazenar grandes 
quantidades de nutrientes, em vez de se 
descamar em produto menstrual. Por 
conseguinte, as células semelhantes às células 
deciduais, que se desenvolvem no endométrio 
durante o ciclo sexual feminino normal, 
transformam-se, na verdade, em células 
deciduais verdadeiras - bastante inchadas e 
nutritivas - mais ou menos na mesma época em 
que o blastocisto se implanta (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Secreção de estrogênio pela placenta: os 
estrogênios exercem basicamente função 
proliferativa na maioria dos órgãos reprodutores 
e anexos da mulher. Durante a gravidez, as 
quantidades extremas de estrogênios causam 
aumento do útero materno; aumento das 
mamas maternas e crescimento da estrutura 
dos ductos da mama; e aumento da genitália 
externa feminina da mãe. Os estrogênios 
também relaxam os ligamentos pélvicos da mãe, 
13 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
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assim as articulações sacroilíacas ficam 
relativamente maleáveis; e a sínfise pubiana, 
elástica. Essas mudanças facilitam a passagem do 
feto pelo canal de parto (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Secreção da progesterona pela placenta: A 
progesterona faz com que células deciduais se 
desenvolvam no endométrio uterino. Essas 
células têm papel importante na nutrição do 
embrião inicial. A progesterona diminui a 
contratilidade do útero grávido, evitando, assim, 
que contrações uterinas causem aborto 
espontâneo (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Somatomamotropina coriônica humana: diminui 
a sensibilidade à insulina e a utilização de glicose 
pela mãe, disponibilizando, assim, quantidades 
maiores de glicose ao feto. Como a glicose é o 
principal substrato usado pelo feto para fornecer 
energia ao seu crescimento, a possível 
importância desse efeito hormonal é óbvia. 
Ademais, o hormônio promove a liberação de 
ácidos graxos livres das reservas de gordura da 
mãe, assim, proporcionando essa fonte 
alternativa de energia para o metabolismo 
materno durante a gravidez. Portanto, parece 
que a somatomamotropina coriônica humana é 
um hormônio metabólico geral, com implicações 
nutricionais específicas tanto para a mãe quanto 
para o feto (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Secreção Hipofisária: A hipófise anterior da mãe 
aumenta pelo menos 50% durante a gravidez e 
aumenta sua produção de corticotropina, 
tireotropina e prolactina. Por sua vez, a secreção 
hipofisária do hormônio foliculoestimulante e do 
hormônio luteinizante é quase totalmente 
suprimida, como consequência dos efeitos 
inibidores dos estrogênios e progesterona da 
placenta (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Secreção de Corticosteroide Aumentada: A 
secreção adrenocortical de glicocorticoides fica, 
moderadamente, elevada durante a gravidez. É 
possível que esses glicocorticoides ajudem a 
mobilizar aminoácidos dos tecidos maternos, de 
maneira que possam ser usados na síntese de 
tecidos no feto (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Secreção da Glândula Tireoide Aumentada: A 
glândula tireoide materna aumenta, em geral, até 
50% durante a gravidez e eleva sua produção 
de tiroxina em quantidade correspondente. A 
maior produção de tiroxina é causada pelo 
menos parcialmente por efeito tireotrópico da 
gonadotropina coriônica humana, secretada pela 
placenta e por pequenas quantidades do 
hormônio específico estimulante da tireoide, a 
tireotropina coriônica humana, também 
secretada pela placenta (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Secreção da Glândula Paratireoide Aumentada: 
As glândulas paratireoides maternas geralmente 
aumentam durante a gravidez; esse aumento é, 
sobretudo, verdadeiro se a mãe estiver sob 
dieta deficiente em cálcio. O aumento dessas 
glândulas causa absorção de cálcio dos ossos 
maternos (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Secreção de “Relaxina” pelos Ovários e pela 
Placenta: Outra substância além dos estrogênios 
e da progesterona,um hormônio denominado 
relaxina, é secretada pelo corpo lúteo do ovário 
e pelos tecidos placentários. Sua secreção 
aumenta por efeito estimulador da 
gonadotropina coriônica humana, ao mesmo 
tempo em que o corpo lúteo e a placenta 
secretam grande quantidade de estrogênios e 
progesterona (GUYTON, 13ª ed.). 
 
Mudanças anatomofuncionais 
↠ A mais aparente dentre as diversas reações da mãe 
ao feto e os altos níveis de hormônios da gravidez é o 
aumento de tamanho dos vários órgãos sexuais. Por 
exemplo, o útero aumenta de aproximadamente 50 
gramas para 1.100 gramas, e as mamas quase dobram de 
tamanho. Ao mesmo tempo, a vagina aumenta, e o 
introito se expande mais. Além disso, os diversos 
hormônios podem causar mudanças acentuadas na 
aparência da gestante, às vezes resultando no 
desenvolvimento de edema, acne e traços masculinos ou 
acromegálicos (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Ganho de peso na gestação: Em média, a 
gestante engorda durante a gravidez cerca de 11 
kg a 15 kg, e grande parte desse ganho de peso 
ocorre nos últimos dois trimestres. Desse peso 
adicional, cerca de 3,5 kg são do feto e 2 kg do 
líquido amniótico da placenta e das membranas 
fetais. O útero aumenta perto de 1,3 kg, e as 
mamas outro 1 kg, ainda restando aumento 
médio de peso de 3,4 kg a 7,8 kg. Cerca de 2 
kg são líquido extra no sangue e no líquido 
extracelular, e geralmente o restante 1,3 kg a 5,6 
kg é acúmulo de gordura. O líquido extra é 
eliminado na urina, nos primeiros dias após o 
14 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
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parto, ou seja, depois da perda dos hormônios 
retentores de líquido da placenta (GUYTON, 13ª 
ed.). 
➢ Metabolismo durante a gravidez: Como 
consequência de maior secreção de muitos 
hormônios durante a gravidez, incluindo a 
tiroxina, hormônios adrenocorticais e hormônios 
sexuais, o metabolismo basal da gestante 
aumenta cerca de 15% na última metade da 
gravidez. Por conseguinte, frequentemente ela 
tem sensações de calor excessivo (GUYTON, 13ª 
ed.). 
➢ Nutrição durante a gravidez: Sem dúvida, o 
maior crescimento do feto ocorre durante o 
último trimestre de gestação; seu peso quase 
duplica nos últimos dois meses da gestação. 
Comumente, a mãe não absorve proteínas, 
cálcio, fosfato e ferro suficientes de sua dieta, 
nos últimos meses de gestação, para suprir 
essas necessidades extras do feto. Entretanto, 
antecipando tais necessidades extras, o corpo da 
mãe já trata de armazenar essas substâncias - 
parte na placenta, mas a maioria nos depósitos 
normais da mulher. Se os elementos nutricionais 
apropriados não estiverem presentes na dieta 
da gestante, pode ocorrer uma série de 
deficiências maternas, especialmente de cálcio, 
fosfatos, ferro e vitaminas (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Sistema circulatório materno durante a gravidez: 
o fluxo de sangue através da placenta e o débito 
cardíaco materno aumentam durante a gravidez 
e o volume de sangue materno aumenta 
durante a gravidez. (O volume de sangue 
materno pouco antes do termo é cerca de 30% 
acima do normal. Esse aumento ocorre, 
principalmente, durante a última metade da 
gravidez. A causa desse aumento de volume, 
provavelmente, é devido, pelo menos em parte, 
à aldosterona e aos estrogênios, que elevam 
muito durante a gravidez, e à maior retenção 
de líquido pelos rins. Além disso, a medula óssea 
fica cada vez mais ativa e produz hemácias 
extras circulantes no excesso de volume de 
líquido. Portanto, na época do nascimento do 
bebê, a mãe tem por volta de 1 a 2 litros de 
sangue extra no seu sistema circulatório) 
(GUYTON, 13ª ed.). 
 
➢ A respiração materna aumenta durante a 
gravidez: Devido ao aumento do metabolismo 
basal da gestante e por causa do aumento de 
tamanho da mãe, a quantidade total de oxigênio 
usado por ela, pouco antes do nascimento do 
bebê, é de aproximadamente 20% acima do 
normal, e uma quantidade proporcional de 
dióxido de carbono é formada. Esses efeitos 
fazem com que a ventilação minuto da mãe 
aumente (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Função renal materna durante a gravidez: A 
formação de urina na gestante geralmente é 
maior, devido ao aumento da ingestão de líquido 
e à maior carga de produtos excretores. Mas, 
além disso, várias alterações especiais ocorrem 
na função renal (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Líquido amniótico: Normalmente, o volume de 
líquido amniótico (o líquido dentro do útero no 
qual o feto flutua) fica entre 500 mililitros e 1 litro, 
mas pode ser de até poucos milímetros ou 
vários litros (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ Pré-eclâmpsia e eclâmpsia: Cerca de 5% de 
todas as gestantes apresentam hipertensão 
induzida pela gravidez, que é um rápido 
aumento da pressão arterial em níveis 
hipertensivos nos últimos meses de gravidez. 
Isso também está associado à perda de grande 
quantidade de proteína na urina. Essa condição 
é denominada pré-eclâmpsia ou toxemia 
gravídica e se caracteriza por retenção 
excessiva de sal e água pelos rins maternos e 
pelo ganho de peso e desenvolvimento de 
edema e hipertensão na mãe. Eclâmpsia é um 
grau extremo de pré-eclâmpsia, caracterizada 
por espasmo vascular por todo o corpo; 
convulsões clônicas na mãe, às vezes seguidas 
por coma; grande redução do débito renal; 
disfunção hepática; geralmente hipertensão 
grave; e toxemia generalizada. Geralmente, 
ocorre pouco antes do nascimento do bebê 
(GUYTON, 13ª ed.). 
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 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
Referências 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. 
 
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., 
Porto Alegra: Artmed, 2008. 
GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. 
Editora Elsevier Ltda., 2017 
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017

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