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TRATO REPRODUTOR MASCULINO ESTRUTURA E FUNÇÃO Principal função: produção de espermatozoides e produção de hormônios, como a testosterona, de forma secundária regulando a produção dos sptz. Estruturas: cordão espermático, escroto, testículo, sistema de dutos, gl. acessórias, pênis e músculos (exposição, ereção e ejaculação). *Cordão espermático conecta o testículo ao abdômen. Testículo: oficina principal. Produção < 1 até 25 bilhões de sptz/dia; 35 a 200 mil sptz/s. ➢ Produção rete testis > dutos eferentes > cabeça > corpo > cauda do epidídimo Cauda: acabamento do produto – motilidade, fertilidade e armazenamento 4 a 8 dias, 5-10 ejaculados. Excitação: contração da cauda do epidídimo para passar sêmen para os dutos deferentes e depois uretra pélvica. ➢ Ducto deferente é o que leva do testículo ao canal uretral Glândulas acessórias: produzem líquido veículo do sêmen (sptz + plasma), chamado plasma seminal. Plasma seminal: secreções das gl. acessórias + fluido da cauda do epidídimo. Entrega: pênis + músculos = ereção, exposição e ejaculação. Descenso testicular: o testículo do animal no início da vida está na cavidade abdominal, próximo aos rins e com o crescimento deve ocorrer a descida a bolsa escrotal, devido a necessidade de termorregulação. PERGUNTAS Onde testículo se forma? Na crista gonadal (mesma estrutura que nas fêmeas se torna os ovários), no abdômen, que no crescimento do animal deve descer para a bolsa escrotal devido a temperatura, como um sistema de resfriamento (espermatogênese). Qual o trajeto do sptz da produção até ser ejaculado? Desemboca no mediastino do testículo > ductos eferentes > epidídimo (cabeça, corpo e cauda) > ductos deferentes, uretra. CORDÃO ESPERMÁTICO O cordão ou funículo espermático é uma estrutura que se forma desde o anel inguinal até o polo dorsal do testículo, tem função de suspenção dos testículos. O grau de desenvolvimento depende da espécie. O cordão é formado pelo ducto deferente, artéria testicular e pelo plexo venoso pampiniforme. A artéria testicular é um ramo da aorta abdominal, reta na porção abdominal, altamente contorcida após passar o anel inguinal. As veias se ramificam em uma elaborada rede que cerca a artéria, que forma o plexo pampiniforme. Toda essa estrutura possui função de termorregulação, através do sistema de troca contracorrente. O sangue que chega pelas artérias até o testículo perde temperatura até a sua chegada, enquanto o sangue que estaria frio, no testículo, está esquentando devido a troca de calor com a artéria e vai se encaminhando para fora do testículo. Temperatura e testosterona: a testosterona é um hormônio esteroide, lipídico, o que permite a sua passagem entre membranas celulares. Nos testículos ela permanece nas veias (“ambiente frio”) e consegue atravessar para as artérias (“ambiente quentes”), onde fica recirculando no testículo. A quantidade de testosterona no corpo é de 1:500 em comparação aos testículos. A pequena quantidade de testosterona no corpo é o que causa o feedback negativo no hipotálamo para que haja diminuição da produção de LH e FSH, o que diminui a produção de testosterona testicular. Particularidades: nem todas as espécies possuem cordão espermáticos. Exemplo: aves, elefantes, preguiças, tatus e alguns mamíferos marinhos (golfinhos e baleias). Em camundongos, ratos e coelhos o anel inguinal aberto então testículo pode ir e voltar para a cavidade para termorregulação. QUESTÃO DE PROVA: Figura anatômica dos animais, pedindo estruturas do órgão reprodutor. QUESTÃO DE PROVA: Se touro fértil for suplementado com testosterona, o que acontece? O nível do hormônio é invertido, 500:1 no corpo, diminuindo a produção de testosterona testicular, o que faz com que acabe a produção de sptz. MÚSCULO CREMASTER Tem função de sustentação do testículo e determina o comprimento do cordão espermático. É formado por músculo estriado esquelético contínuo com o músculo oblíquo abdominal interno. Que contribui também na termorregulação devido a contração, ajudando no retorno venoso do testículo, melhorando as trocas de calor. O músculo estriado não consegue sustentar a contração por muito tempo, por isso também temos no testículo o músculo liso que forma a túnica dartos. Este sim consegue contrair por mais tempo, é importante também em momento de confronto físico ou fuga. BOLSA ESCROTAL Escroto, saco/bolsa escrotal, saco/bolsa testicular, formado por um saco de dois lóbulos. Tem função de proteção, suporte e termorregulação (sensor e mecanismo de resfriamento). É composto por 4 camadas: pele, túnica dartos, fáscia escrotal e túnica vaginal parietal. No descenso testicular o testículo leva parte do peritônio abdominal para sua formação. Formando dois folhetos de origem peritoneal, a túnica vaginal visceral (na parede do testículo) e túnica vaginal parietal (na parede do escroto), entre elas tem a cavidade vaginal. Na bolsa escrotal existe um grande número de gl. sudoríparas que agem na termorregulação. Ajuda na troca de calor, fazendo com que o líquido (suor) saia do corpo e evapore utilizando o calor da sua pele, assim resfriando a superfície. Esse sistema é chamado de refrigeração evaporativa. *A alta umidade do ar dificulta essa troca de calor. A taxa de transpiração é regulada por nervos parassimpáticos presentes na bolsa, que detectam a temperatura do escroto e do corpo. Outro mecanismo de termorregulação é a frequência respiratória do animal. O aumento da FR é um mecanismo sistêmico para tentar diminuir a quantidade de calor corporal. O testículo consegue estimular resposta sistêmica de manutenção de temperatura pois tem nervos ligados do centro respiratório diretamente ao testículo. Fatores de estresse: • Estresse térmico: ➢ 8h de aquecimento: taxa de produção de sptz não progride e diminui motilidade ➢ 16h de aquecimento: diminui sobrevivência embrionária • Manejo dos machos • ECC: quanto maior o ECC maior depósito de gordura no escroto e cordão espermático, o que dificulta a troca de calor, pode ser medido através da termografia • Plexo só funciona se tiver perda de calor no escroto, em quadros de dermatite, por exemplo pode alterar a troca de calor TÚNICA DARTOS/MÚSCULO DARTOS É a camada de músculo liso (malha) que fica abaixo da pele. Seu grau de contração (tônus) depende da temperatura da pele (nervos sensoriais*). Consegue realizar contração sustentada por longo período (diferente do músculo cremaster). Quando relaxa aumenta superfície de pele e aumenta a evaporação. Quando contrai, diminui a quantidade de pele disponível e diminui a área para troca e resfriamento. A habilidade de contração é andrógeno dependente da testosterona, sendo assim, animais castrados perdem essa função. Antigamente era realizado um encurtamento escrotal com elástico por 2 semanas para que o animal tivesse perda de função, causando infertilidade. Era feito pois apesar de o animal ficar estéril, continuava a produção de testosterona e consequentemente maior ganho de peso e % de gordura. *Os neurônios sensoriais termosensíveis tem várias conexões: conecta com parassimpático para estimular gl. sudoríparas, conecta com centro respiratório para regular FC e conecta com musculatura da túnica dartos para estimular contração ou relaxamento dependendo da temperatura (3 respostas de termorregulação). TESTÍCULO Órgãos primários do sistema reprodutivo masculino, composto por pares, de tamanho e formato diferentes em cada espécies. Produzem sptz e hormônios como a testosterona, inibina, estrógenos, proteínas (função sptz). Produz também o fluido dos túbulos seminíferos (produtos da cél. Sertoli). Em voltado testículo existe uma cápsula testicular de túnica albugínea, recobre o parênquima testicular, que é o tecido de sustentação do órgão, é o tecido funcional do testículo. No centro do testículo existe o mediastino, que é uma linha branca, onde desemboca os túbulos seminíferos e a rede testis (rede testicular). CÁPSULA TESTICULAR É composto por duas camadas: a túnica vaginal visceral e a túnica albugínea (cápsula de tecido conj.), que servem como proteção mecânica para evitar colabamento dos túbulos seminíferos (rede testis – porção final). A túnica albugínea possui projeções no parênquima que se unem com o mediastino testicular (septações - lóbulos). A superfície interna das septações é altamente vascularizada, chamada de túnica vasculosa. É importante lembrar que a cápsula não é inerte, sem função, tem entremeada fibras de musculatura lisa que respondem a hormônios e neurotransmissores. Responde a contração, através dos neurotransmissores acetilcolina e norepinefrina para aumentar o transporte dos sptz pela rede testis em direção aos ductos eferentes. PARÊNQUIMA TESTICULAR O parênquima é uma massa celular específica de uma gl. ou órgão, neste caso é macio e tem cor cobre (marrom/cinza). É composto por: • Túbulos seminíferos • Compartimento tubular • Cel. intersticiais de Leydig • Capilares • Compartimento • Vasos linfáticos • Intersticial • Tecido conjuntivo Os túbulos seminíferos compõem o compartimento tubular, todo o resto é chamado de compartimento intersticial. MEDIASTINO É composto por tecido conjuntivo denso e fica no centro do testículo, é por onde passa a rede testis. É responsável pela compressão e colapso, permitindo a passagem do fluido com sptz. TÚBULOS SEMINÍFEROS São microscópicos, representam laços altamente contorcidos, que desemboca na rete testis. É formado por duas porções, de túbulos contorcidos e de túbulos retos (porção final). Na membrana basal é onde tem o epitélio seminífero (epitélio germinativo), onde está presente as espermatogônias. É circundado por células que ajudam a formar a barreira hematotesticular, que são as células contráteis peritubulares (mióides). A barreira hematotesticular tem função de restrição do fluxo de células entre o epitélio das céls. de Sertoli. É dividido em compartimento basal e compartimento adluminal (próximo ao lúmen). Onde está presente as céls. de Sertoli, as junções ocludentes (tight junctions) e céls. peritubulares. *Obs.: no livro existe uma justificativa de que a barreira hematotesticular foi criada por conta de as células gaméticas em meiose surgirem depois do sistema imunológico. Sendo assim, poderiam ser reconhecidas pelo sistema imune como corpo estranho. Prof. relata que não faz sentido pois, por exemplo, a fêmea realiza meiose na vida pós-natal e não possui uma barreira “hemato-ovariana” para proteção. Células de Sertoli: São ancoradas nas membranas basais, únicas cél. somáticas no túbulo. São responsáveis por controlar a espermatogênese. O número máximo de células germinativas produzidas depende do número de células de Sertoli, quanto maior a quantidade de células, maior a produção desse testículo. Esse número varia entre as espécies. As céls. de Sertoli são como as céls. da granulosa na fêmea, pois transformam testosterona em estrógeno, e possuem receptor de FSH. Além disso, essas céls. produzem diversas proteínas como a ABP (androgen binding protein - proteína ligante de andrógeno), SGP – sulfated glycoproteins (glicoproteínas sulfatadas) trasnferrina, inibina. A ABP é importante pois se liga à testosterona aumentando a contração, é um dos mecanismos para manter o nível de testosterona maior no testículo. A inibina é produzida junto com o estrógeno, com objetivo de produzir feedback negativo para efeito supressor de FSH. QUESTÃO DE PROVA: corte histológico do testículo, para identificação das estruturas. SISTEMA DE DUTOS EXTRA TESTICULARES É o sistema que drena os sptz. Caminho: túbulos seminíferos > túbulos contorcidos > túbulos retos (rede testis) > ductos eferentes > ducto epidimário (único) > ductos deferentes Duto epididimário ou epidídimo: Tem função de maturação final (motilidade e fertilidade) do sptz, é reservatório de sptz e depende da função dos hormônios andrógenos. É dividido em cabeça, corpo e cauda. Possui musculatura lisa para manter contração (peristaltismo), que conduz sptz. *Tempo de trânsito epididimal = tempo que leva no trajeto da cabeça até a cauda. TEMPO DE TRÂNSITO EM DIAS ESPÉCIE CABEÇA CORPO CAUDA TOTAL Cachaço 3 3 4-9 14 Touro 2 2 10 14 Camelo 0,2 0,3 1,5 4,2 Homem 1-2 0,5 5 6,5-7,5 Carneiro 1 3 8 12 Garanhão 1 2 6 9 QUESTÃO DE PROVA: estagiário na central de reprodução ao tentar aplicar complexo vitamínico no touro confunde o frasco com Bulsufan (antitumoral, utilizado para quimioterapia) e não tem certeza de qual frasco foi utilizado. Como saber qual medicação foi aplicada? O quimioterápico bloqueia ciclo celular, ou seja, bloqueia mitose e meiose, cessando a produção de sptz. Ao coletar sêmen deve se atentar ao trânsito em dias, no caso do touro, deve ser coletado em mais de 15 dias, que é o tempo que leva para sptz sair do epidídimo. EPIDÍDIMO É um duto simples/único contorcido cercado de musculo liso. A cauda responde ao estímulo sexual, devido a ocitocina, que causa contração da cauda. Cabeça e o corpo não responde, pois estão em fase de maturação. Conforme aumenta frequência de ejaculações o número de sptz na cauda diminui, devido a retirada dos sptz prontos. Se houver abstinência diminui qualidade seminal, pois sptz presentes na causa serão “velhos”. É importante na prática para avaliar o momento certo de coletar o sêmen do animal. O ideal é na fase de estação de monta ou quando animal está em atividade sexual, próximo as fêmeas. A produção de sptz é constante, não ocorre reabsorção se parar a coleta. Apesar disso, a contratilidade faz com que haja eliminação dos sptz na uretra pélvica, na urina. Além da ocitocina, a acetilcolina, prostaglandinas, angiotensina II também agem no epidídimo. A porção eferentes/cabeça tem uma importante reabsorção de fluído seminífero. Se coletar o sêmen nessa porção a concentração é 1000x maior do que na cauda. Isso ocorre devido a reabsorção de líquido, que faz com que reste apenas células, aumentando a concentração celular. Esse fator é importante na patologia em quadros de obstrução testicular. • O perfil proteico e molecular do plasma se altera ao longo do trajeto do epidídimo • Os pré-saltos são para estimular liberação de ocitocina pela neuro-hipófise • Reserva espermática depende do número de fêmeas Quando observamos o sptz na cabeça do epidídimo, este ainda está imaturo. Um dos principais sinais é a gota citoplasmática proximal. Este não é móvel, não é fértil, não consegue se ligar ao oócito e DNA não é muito compactado. Se pegar sptz no corpo do epidídimo apresenta gota citoplasmática em translocação. Se pegar sptz em cauda este se apresenta completamente móvel, tem fertilidade e gota citoplasmática se solta um pouco antes da ejaculação. 3 fases da gota espermática conforme localização PLASMA SEMINAL É a porção líquida do sêmen, serve como veículo, não celular produzida pelo epidídimo e gl. sexuais acessórias. Não essencial para a fertilidade, em outros meios o sptz também é viável. Em algumas espécies (garanhão, suíno e camundongo) ocorre coagulação após a ejaculação, serve para evitar a perda de sptz. No camundongo ocorre a formação de um plug vaginal após a cópula, que pode até impedir outro macho de copular. GLÂNDULAS ACESSÓRIAS São responsáveis pelas secreções no lúmen da uretra pélvica.Ampola: dilatações dos dutos deferentes (camada mucosa espessa - saculações) discreta no suíno. Gl. vesiculares: dorso-cranial uretra pélvica, abertura na uretra pélvica distinta da ampola. • Bovinos e suínos têm maior volume seminal • Ruminantes lobulada • Garanhão alongada (sacos vazios) • Suínos parte leitosa Próstata: junção bexiga e uretra pélvica. • Formato e tamanho (espécie) • Corpo da próstata (externa mus. uretral) e próstata disseminada (gl. uretral) • Touro e cachaço possuem duas formas: disseminada maior • Garanhão: corpo – 2 lobos laterais • Cão: única gl. acessória • Gato: 4 lobos Gl. bulbouretral: arredondada e densa (tecido fibroso) e pequenas. • Suíno: enorme e densa, produz fração gel PÊNIS É o órgão copulatório, é dividido em base (raiz), eixo (flexura sigmoide, músculos retratores do pênis – parte mais extensa) e glande (ponta distal especializada, rica em inervações sensoriais). *Glande = clitóris. Morfologia depende da espécie: • Gato: espículas (hormonal*) – induz a ovulação da fêmea • Suíno: saca-rolha • Carneiro: apêndice vermiforme (uretra é maior do que o pênis, se projetando para fora) • Touros, cachaços e carneiros: pênis fibroelástico – tec. erétil encarcerado, tec. conj. denso (túnica albugínea) *Gatos podem perder a espículas ao serem castrados, pois depende de função hormonal para existir. 50% das gatas têm ovulação na primeira cópula devido ao estímulo das espículas na vagina por indução. Existem dois tipos de pênis: o fibroelástico, com maior disposição de túnica albugínea e o vascular com maior disposição de tecido erétil. O pênis é dividido em corpo cavernoso, que fica na parte de cima e corpo esponjoso, que envolve a uretra. Corpo esponjoso é importante para que não haja colabamento da uretra no momento de ereção e para que assim ocorra a liberação de sptz. • Touro, carneiro, garanhão e camelídeos: ereção: possui “s peniano” ou flexura sigmoide que deixa o pênis contraído; quando animal ficar excitado o relaxamento do músculo retrator do pênis expõe o pênis e o deixa mais firme • Garanhão, cão e humano: grandes corpos sinusóides enchem de sangue durante excitação sexual • Cão: corpo cavernoso bem desenvolvido na porção do bulbo e parte longa, osso peniano (uretra peniana e corpo esponjoso) QUESTÃO DE PROVA: Existem dois tipos de pênis, o fibroelástico e o vascular, qual a diferença entre eles? A quantidade de túnica albugínea, o pênis fibroelástico tem maior quantidade de túnica albugínea do que tecido erétil. Pênis do touro aumenta de tamanho durante a ereção? Não, porque tem túnica fibroelástica e sangue só deixa ele firme e turgido. Depende do relaxamento do músculo retrator do pênis para ter ereção. Pênis fibroelástico e pênis vascular MÚSCULOS ASSOCIADOS AO TRATO REPRODUTIVO Musculatura importante para ereção, exposição e ejaculação do sêmen. São os músculos isquiocavernoso, uretral e bulbo esponjoso. É responsável pela contração e esvaziamento da uretra pélvica.
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