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LFB – 10/03/2023 1 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DO POLITRAUMATIZADO “Um motorista de 44 anos de idade colidiu frontalmente contra um muro. No local estava irresponsivo. Chegou ao hospital trazido pelo suporte básico, imobilizado em prancha longa, com colar cervical, ventilado com dispositivo de máscara com válvula e balão.” AVALIAÇÃO PRIMÁRIA – AULA 1 • Avaliação primária • Reanimação • Medidas auxiliares a reanimação • Considerar a necessidade de transferência do doente AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA – AULA 2 • Avaliação secundária • Medidas auxiliares a avaliação secundária • Reavaliação • Tratamento definitivo AVALIAÇÃO PRIMÁRIA Realiza-se a avaliação inicial e uma avaliação rápida das lesões. Deve-se instituir a terapêutica imediata de suporte a vida e avaliação sistematizada. Assim, prepara-se, passa pela triagem e realiza-se a avaliação primária (ABCDE). Além disso, são realizadas as medidas auxiliares a avaliação primária e a reanimação, considerando sempre a necessidade de transferência. A (Airway) – manutenção via aérea + proteção da coluna cervical; B (Breathing) – ventilação e respiração; C (Circulation) – circulação com controle da hemorragia; D (Disability) – disfunção neurológica; E (Exposure) – exposição e controle de ambiente. A avaliação primária deve ser repetida com frequência para identificar qualquer alteração do estado clínico do doente que indique a necessidade de intervenção adicional. PREPARAÇÃO Existe a fase pré-hospitalar, em que os eventos devem ser coordenados com o médico do hospital, e a fase hospitalar, cujos preparativos são para facilitar a rápida reanimação do doente. Os membros da equipe devem comunicar-se constantemente entre si. As populações de doentes que necessitam de considerações especiais são as crianças, grávidas, idosos, atletas e obesos. VIA AÉREA Deve ser avaliada em primeiro lugar e tomar atenção a permeabilidade da coluna cervical. O paciente consegue se comunicar? Além disso é necessário identificar sinais de obstrução + inspeção, procurando por corpos estranhos, fraturas faciais e queda de língua, fazendo, se necessário, aspiração. Realiza-se a elevação do mento (chin lift) e a tração da mandíbula (Jaw thrust). Em pacientes com rebaixamento de nível de consciência (Glasgow<9), oximetria. VENTILAÇÃO E RESPIRAÇÃO Fazer avaliação de pescoço e tórax. Em seguida, inspeção, ausculta e percussão (FR, saturação). Deve-se verificar desvio traqueia e turgência jugular, pesquisar pneumotórax, hipertensivo, tórax instável com contusão pulmonar, hemotórax maciço e hemotórax aberto. É importante lembrar que a ventilação mecânica piora o pneumotórax e realizar reavaliação periódica. CIRCULAÇÃO COM CONTROLE DA HEMORRAGIA Os fatores a serem avaliados são volume sanguíneo, débito cardíaco e hemorragia. Quando descartado pneumotórax, a causa de choque em trauma, até que se prove o contrário, será hemorragia. LFB – 10/03/2023 2 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA É necessário avaliar nível de consciência, cor da pele, pulso (FC, PA) e identificar a fonte externa de hemorragia. Assim, pode-se realizar compressão manual e torniquete (evitar), e pinças hemostáticas podem lesar nervos e vasos. • Tórax, abdome, retroperitôneo, bacia e ossos longos • FAST – Avaliação ultrassonográfica direcionada para a trauma • Atenção na avalição clínica de idosos, crianças e atletas – Armadilha. DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA Avaliar nível de consciência por meio de Glasgow, e o tamanho e reatividade pupilar. Procurar sinal de lateralização e avaliar nível de lesão medular, sempre diferenciando de causas não neurológicas diretas. Fazer exposição e controle ambiental. Realiza-se exposição total e, em seguida, manter paciente aquecido. Os fluidos intravenosos devem ser aquecidos e lembrar que manter o paciente com temperatura corporal adequada é mais importante que o conforto da equipe. REANIMAÇÃO Segue-se a sequência ABCDE e simultaneamente ocorre a avaliação. Podemos utilizar os dispositivos de via aérea (máscara facial, cânula orofaríngea, intubação orotraqueal), além de realizar toracocentese, drenagem torácica e ventilação mecânica. Realiza-se um acesso venoso calibroso n°18, infusão de cristaloide (Ringer lactato) e hemoderivados., é possível recorrer ao uso de antifibrinolíticos e comunicar imediatamente o cirurgião, solicitando vaga em centro cirúrgico se indicado. É preciso combater agressivamente a hipotermia (fluidos a 39°C) e impedir a tríade letal (hipotermia + acidose + coagulopatia). A transfusão deve ser o mais precoce possível, tal qual o protocolo de transfusão maciça (1 CH : 1 plasma : 1 plaquetas). Utilizar antibióticos e profilaxia antitetânica. MEDIDAS AUXILIARES À AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E REANIMAÇÃO • Gasometria arterial; • Monitorar CO2 exalado (capnografia); • ECG; • Sondagem gástrica e urinária (monitorar débito); • Radiografia de tórax e pelve; • LPD ou FAST. REAVALIAÇÃO DO DOENTE – ABCDE Repetir as etapas em caso de doente estável ou necessidade de alguma intervenção. Não retardar para transferir em caso de necessidade para centro de maior complexidade ou trauma.
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